sexta-feira, 28 de março de 2014

Uma tentativa de entender o caso Petrobras sem a manipulação dos números

A refinaroa em questão
A refinaroa em questão
Na semana passada comecei a ler na internet muitos comentários sobre um novo escândalo envolvendo a Petrobras. Algumas pessoas diziam que a empresa havia comprado uma refinaria americana que teria dado um prejuízo de mais de 1 bilhão de dólares e que este seria o pior negócio já realizado na sua história.
A TV Globo, o Estadão, a Veja, a Folha, além de vários outros veículos de imprensa brasileiros, deram um grande destaque a essa denúncia.
Resolvi analisar cuidadosamente a grande quantidade de informações publicadas na internet sobre o caso e descobri muita informação interessante e relevante que poucos estão sabendo. Vou tentar explicar de maneira simples o caso da refinaria de Pasadena e fazer um esboço de um cálculo do quanto a Petrobras realmente teve de prejuízo na compra dessa refinaria.
A compra da refinaria em 2005 pela Astra Oil
Em 2005, a empresa belga Astra Oil comprou a refinaria “Pasadena Refining System” pela quantia de 42 milhões de dólares. Após essa compra, investiu mais 84 milhões de dólares na empresa. No total, portanto, o investimento foi de 126 milhões de dólares.
A venda de 50% para a Petrobras
Segundo a versão do governo, em 2006, a Petrobras comprou da Astra Oil 50% dessa refinaria pela quantia de 190 milhões de dólares. Ainda de acordo com o governo, a Petrobras pagou também 170 milhões de dólares para comprar 50% de todo o estoque de petróleo que a refinaria possuía, totalizando um desembolso de 360 milhões de dólares.
Alguns jornalistas muito apressados correram para anunciar que a Petrobras tinha comprado por 360 milhões de dólares a metade de uma refinaria que supostamente valeria 21 milhões de dólares no ano anterior.
Percebo que ainda hoje alguns na imprensa (a TV Globo por exemplo) estão omitindo do público a informação de que foi feito um investimento na refinaria de 84 milhões de dólares por parte da Astra.
Isso me parece proposital, para que pensem que há algo muito podre nessa história toda, para que, independentemente dos fatos, quem assistir ou ler suas reportagens chegue à conclusão de que há um grande esquema de corrupção nesse caso.
Nessa versão da história, em que se omite o investimento de 84 milhões de dólares da Astra, a Petrobras teria comprado a metade da refinaria por um valor que seria 1600% maior do que supostamente valeria, quando na verdade comprou por 128% a mais do que o valor investido anteriormente.
Segundo o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrieli, o pagamento de 190 milhões de dólares por metade da refinaria foi uma ótima decisão de negócio na época, pois esse valor correspondia a metade do valor de mercado de uma refinaria como aquela.
Para mim, parece ser um pouco caro esse pagamento de 128% a mais pela compra de metade da refinaria. Mas, dado que a Astra comprou a refinaria por 42 milhões de dólares e investiu mais 84 milhões de dólares, obviamente a empresa passaria a valer bem mais que os 126 milhões de dólares investidos.
Se compro uma casa por 100 mil e invisto 200 mil nela, a casa passa a valer mais que 300 mil. Creio que o mesmo princípio deva valer para uma refinaria de Petróleo.
A Petrobras foi obrigada a comprar os outros 50% da empresa
O contrato de compra da refinaria possuía duas cláusulas prejudiciais à Petrobras. Uma delas dizia que a Astra Oil teria direito a 6,9% dos lucros anuais independente das condições do mercado. A outra cláusula dizia que em caso de divergência, uma das partes deveria comprar a parte da outra.
Após sucessivos desentendimentos entre a Petrobras e a Astra, de 2008 a 2012, ocorre uma batalha judicial entre as duas empresas.
A Petrobras é obrigada a comprar a outra metade da refinaria. Tem que desembolsar 170 milhões de dólares pelo estoque de petróleo da refinaria pertencente à Astra e mais 650 milhões de dólares divididos entre a compra, os impostos, os custos processuais e multas determinadas pela justiça americana.
O total, de 2005 a 2012, chega a 1,18 bilhão de dólares.
Repare que, do total gasto, 340 milhões de dólares foram pagos por estoques de petróleo, que segundo o governo já foram processados e vendidos com lucro — o que exclui esse valor de qualquer conta de prejuízo da Petrobras.
O total realmente pago pela refinaria nos dois momentos de compra (2006 e 2012) foi de 840 milhões de dólares, um valor realmente muito alto.
De quanto foi o prejuízo da Petrobras com essa compra?
Para calcular o prejuízo que a Petrobras teve na compra dessa refinaria bastaria fazer a seguinte conta:
Total investido pela Petrobras menos: 1) Valor obtido com a venda dos estoques de petróleo comprados; 2) Lucro líquido recebido pela Petrobras da refinaria entre 2006 e 2014.
Só é possível calcular o prejuízo, tendo em mãos os valores citados acima. Sem isso, estaremos apenas especulando. Os governistas ficarão jogando o valor para baixo e os oposicionistas para cima.
O quanto de lucro gera a refinaria hoje?
Segundo o que foi informado pela Petrobras, a refinaria de Pasadena hoje processa algo em torno de 100 mil barris de petróleo por dia, ou seja, 3 milhões de dólares por mês ou 36 milhões de dólares por ano. Não sei o quanto é possível lucrar com o refino de 36 milhões de dólares de barris de petróleo, mas acredito que a quantia não é tão pequena.
O que se pode concluir de tudo isso?
Provavelmente houve prejuízos com a compra da refinaria e a reação do governo diante das acusações dá a entender claramente que isso é verdade.
Por outro lado, os prejuízos não chegam nem próximo do que estão divulgando nas redes sociais e na grande mídia. Falam que a Petrobras pagou 1,18 bilhão de dólares por uma empresa que valia 42 milhões de dólares. Na verdade acabou sendo obrigada a desembolsar 840 milhões de dólares por uma refinaria que custou ao antigo dono 126 milhões de dólares.
No cálculo dos que espalham os boatos, há um prejuízo de 1,13 bilhão de dólares. No cálculo mais realista, na pior das hipóteses, o valor seria de 714 milhões de dólares. Mas o valor real é menor que esse, após descontarmos dele os lucros da empresa com a venda dos estoques de Petróleo comprados e os lucros da refinaria de Pasadena de 2006 até hoje.
Até mesmo o valor final dessa conta não representa o prejuízo real da estatal, pois a refinaria de Pasadena continua dando lucro e enquanto isso acontecer, o valor investido que ainda não foi recuperado não pode ser considerado prejuízo, a menos que a empresa pare de funcionar.
Talvez em breve cheguemos ao valor real do prejuízo (ou investimento ainda não recuperado), que poderá ser bastante divulgado ou ignorado pela mídia, dependendo do quanto esse prejuízo for prejudicial à candidatura da Dilma Roussef. 
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/uma-tentativa-de-entender-o-caso-petrobras-sem-a-manipulacao-dos-numeros/

OS GRUPOS DE COMUNICAÇÃO HEGEMÔNICOS NO BRASIL E A NOTÍCIA.


Vivemos em um País onde a quase totalidade dos meios de comunicação: TV, Rádio + Jornais e Revistas com maiores tiragens defendem um mesmo ponto de vista, possuem mesmas ideias sobre a economia e a sociedade corretas e mesma solução sobre qualquer assunto de interesse da nação. Eles estão alinhados ideologicamente e politicamente. E, pertencem a um grupo restrito de pouco mais de 10 famílias e afiliados (retransmissores das notícias) desses grupos de comunicação.
Observem com atenção e perceberão que uma notícia qualquer tem o mesmo enfoque na Rede Globo, na Band, no SBT, na rádio Jovem Pan, na Revista Veja, no Jornal Folha de São Paulo, no Estadão, no Estado de Minas, na RBS e o seu Jornal diário Zero Hora, no Correio Braziliense, etc.
São estes os meios de comunicação hegemônicos no País e quase a voz solitária da notícia que chega até nós brasileiros. Adentram nos lares brasileiros como única fonte de notícias/informação para + ou - 80%, 90% dos habitantes do País.
Qualquer assunto que se pensar, por exemplo: a Petrobrás e a compra da refinaria de Pasadena (realizada 8 anos atrás) terá uma reação em cadeia, sincronizada e indo a análise desta notícia numa mesma direção/enfoque, numa busca de mesmo resultado da notícia, pois estão, como disse alinhados politicamente e ideologicamente.
E não há nesses grupos de comunicação hegemônicos, quase nunca, uma voz dissonante, um contraponto possível à notícia de alguém que a esteja noticiando ou sendo entrevistado ou colocando para leitura um artigo para ser lido por nós todos.
Telespectador, ouvinte e leitor, todos nós somos levados a compreender o fato noticiado de um único ponto de vista, o de interesse desses grupos de comunicação hegemônicos: que possuem a sua ideologia própria, a sua forma de compreensão dos fatos cotidianos e até parceiros eleitos com nosso voto no cenário da política, além de defenderem seus interesses particulares, que podem e são, em muitas das vezes, contrários ao interesse da coletividade brasileira.
É interessante perceber a atividade cotidiana desses grupos de comunicação.
Todo fato que se resolve noticiar tem uma repercussão imediata em todos os meios de comunicação, que aponto como hegemônicos no Brasil. Observamos isto, por exemplo, na reação em cadeia e sem tréguas da notícia da compra da refinaria de Pasadena na Califórnia pela Petrobrás.
Então, podemos afirmar, se quer repercussão se noticia um fato qualquer, mesmo uma notícia irrelevante sem parar, o que se quer omissão: não se noticia.
A notícia da compra da refinaria é repercutida ininterruptamente em todos esses canais, rádios, jornais e revistas. Sempre com uma mesma compreensão do fato noticiado, no caso, por não estar o Governo Federal ideologicamente e politicamente do mesmo lado que esses grupos hegemônicos, a notícia é negativa.  
E como temos assistido, ouvido e lido notícias negativas nos últimos 12 anos, por causa de quem Governa o Brasil. Se fossem parceiros político-ideológicos as notícias seriam quase todas positivas, excetuando, as negativas, estas seriam omitidas ou trabalhadas de forma a se acreditar positivas, mesmo que extremamente negativas e não benéficas para a coletividade brasileira.
É só pensar na iminente falta d´água que atingirá mais de 13 milhões de paulistas e ver que o tema gera menos notícia/informação que o necessário nesses grupos de comunicação hegemônicos, que se sabe o que é omissão de notícia, poupando os principais culpados (claro que a menor quantidade de chuva neste verão é um fator a ser considerado) porque são aliados políticos dessa Imprensa.
Seja um fato relevante - a falta d´água, seja um fato requentado - a compra da refinaria, seja um fato para desviar o assunto de um fato mais relevante - novamente a compra da refinaria, seja qualquer notícia ela vem preparada para que a compreendamos e acreditemos que seja exatamente da forma noticiada, e se repercute em toda essa cadeia de meios de comunicação, para não haver dúvidas: - esta é a verdade da notícia!
O noticiário da compra da refinaria em Pasadena pela Petrobrás é um antídoto para o fato real: a falta d´água no Estado de São Paulo. É como se fosse um desvio da notícia mais importante, para diminuir o impacto sobre a população desse fato real: a falta d´água, que atinge o aliado político-ideológico dessa Imprensa: Geraldo Alckmin, Governador do Estado de São Paulo. E estamos em ano de eleição e o Governador é candidato à reeleição daqui a 6 meses.
Muitas vezes se descobre os erros das notícias dessa cadeia de informação hegemônica por intermédio do Jornalismo independente, por intermédio da Justiça, até por leigos (não jornalistas). Descobre-se que não era bem correto o que informaram e outras vezes se descobre que não tinha fundamento a notícia. Porém, fica o dito pelo não dito.
Como não há um contraponto à notícia, uma possibilidade de se ter outro ponto de vista, outros meios de comunicação de abrangência nacional com ideologia diversa dessa hegemonia para refutar a notícia, como, quase nunca se entrevistam pessoas com vozes dissonantes, a informação que nos chega fica sendo a verdadeira, para a quase totalidade dos brasileiros, mesmo que não seja ou não seja verdadeira por completa.
Nessa mão única da informação a omissão da notícia relevante pode acontecer e ficarmos sem saber de fatos importantes para a coletividade, mas que para os grupos de comunicação hegemônicos não o são, porque seus interesses particulares podem ser prejudicados. Aqui se decide por não noticiar pura e simplesmente, mesmo que seja um fato de gravidade extrema e que teria uma repercussão imediata de desaprovação no seio da sociedade.
Muitas das vezes acaba havendo um descolamento entre a notícia veiculada e a realidade, buscando-se até a distorção de fatos reais: com manipulação de dados, gráficos estatísticos elaborados para falsear o mundo real, etc. e até assistimos a torcida de jornalistas, apresentadores de telejornais e redatores da notícia para que as coisas degringolem no campo do real, mesmo que com remota possibilidade, como é o caso de um “suposto apagão” da energia elétrica.
Assim, esses meios de comunicação hegemônicos tentam justificar de forma negativa, por exemplo, o injustificável: a taxa de desemprego que anda no patamar mais baixo da história, sendo declarado que no Brasil temos uma situação de pleno emprego.
Para justificar o injustificável, criam um mote inconsistente, por exemplo: a taxa do desemprego é baixa porque existem muitas pessoas com idade para trabalhar que não estão procurando emprego. O mote acaba por valer mais do que aprofundar o tema e descobrir as razões reais da pequena taxa de desemprego no país. Notícia boa não interessando, é preciso torna-la ruim.
Assim, torcem até para não chover, para quem sabe acontecer um apagão da energia elétrica. E nessa torcida uma queda de energia por falha humana ou do sistema elétrico, que dure alguns minutos, até algumas horas em determinadas regiões do País, se torna um acontecimento de proporções gigantescas, bem maiores até que o verdadeiro apagão no País, acontecido em 2001 no Governo FHC, e que lá éramos obrigados a economizar energia de verdade, para que o Brasil não ficasse às escuras permanentemente.
Ali faltou investimento em infraestrutura e todos nós sabemos; hoje, uma falha técnica, não mais a falta de investimento em infraestrutura elétrica, tem o mesmo ou maior valor do que o apagão, porque o “jornalismo de torcida e hegemônico no Brasil” não joga no mesmo time que o Governo Federal atual.
E tudo acaba nessa duplicidade - notícia positiva: aliado ideológico e político. Notícia negativa: quem pensa e trabalha por um País, uma Economia e um mundo diferente do dos meios de comunicação hegemônicos do Brasil.
Cria-se até o absurdo da notícia diversa para um mesmo elemento da natureza: a água e os índices pluviométricos menores neste verão. Falta d´água nas casas dos paulistas (notícia real), por ser um aliado dessa Imprensa: culpa de São Pedro, o Governo Paulista e a empresa que administra a água paulista, a SABESP são poupados de críticas, mesmo sem ter realizado as obras necessárias para evitar a falta d´água - a “hipotética” falta de energia elétrica nas casas (que não tem previsão de acontecer), culpa da falta de investimento do Governo Federal, para um não aliado dessa Imprensa.
Então, quem mais perde somos nós brasileiros. Afinal, ficamos truncados, com o jornalismo parcial, onde tudo é, quase sempre, notícia negativa para o Governo Federal, de saber a verdadeira realidade do Brasil de 2014. Afinal o que está no caminho certo e o que não anda bem no Brasil administrado (no que lhe cabe gerir) por DILMA ROUSSEF? E, nos Estados administrados pela oposição o que acontece de real, naquilo que cabe aos Governadores administrar, se negligenciam notícias negativas dos mesmos? Se não informam com antecedência um aumento de passagem de ônibus ou aumento de impostos?
Vocês já observaram quão pouco se fala nessa Imprensa do escândalo de bilhões em corrupção ligados aos contratos do Metrô e CPTM cheios de irregularidades e prejuízos para os cofres públicos paulistas?
Esses meios de comunicação hegemônicos ficaram um bom tempo em silêncio, quando das denúncias no meio do ano passado, reportagens de capa da Revista Istoé. Precisou de um rebuliço e indignação generalizados na Internet para começarem, timidamente, a noticiar sobre esses escândalos, batizados de “Trensalão”.  E são centenas de “Mensalões” em valores atualizados de dinheiro público jogado pelo ralo.
E o polimento da fala? Cartel no lugar de corruptor (Cartel do Metrô) - vítima (Governadores aliados) no lugar de corruptos.
Podemos afirmar que há uma indignação ou não e um tratamento diferenciado conforme a ideologia e o partido político do sujeito por esses grupos de comunicação hegemônicos do Brasil.
A gritaria para a compra de uma paçoca com um cartão corporativo vira um pequeno balbucio para o “Trensalão”. 1 real é mais barulhento que 1 bilhão de reais, tudo depende da ideologia e do partido político do sujeito.
Imaginemos uma situação prática do que esse monopólio da informação pode causar.
De repente se noticia sobre um acusado, qualquer um, de cometer crime de corrupção. Falam tudo o que querem dele.  E não se verá, em muitos casos, o acusado sendo entrevistado por um desses grupos de comunicação, para se defender. Você já deve ter observado isto.  Falam do sujeito por semanas, meses e até anos e ninguém vê a voz do sujeito rebatendo a notícia, diante das câmeras de TV ou nos rádios, nem sequer um contraponto à acusação, uma entrevista do acusado em rádios, TVS ou jornais e revistas hegemônicos.
E por que não se dá voz, muitas vezes, a quem é o acusado de corrupção da notícia? Porque o acusado pode se defender das acusações que o imputam e ser o próprio acusado uma voz que contradiz a notícia dada, dando uma visão outra da notícia, até nos mostrando provas documentais de sua inocência.
Existem inúmeros casos, onde após as acusações ininterruptas e em cadeia a uma pessoa, lá na Justiça considerem que as acusações não eram verídicas, que as provas eram inconsistentes e a pessoa é inocentada de tudo o que acusaram. Essas acusações podem ter uma motivação simples, como por exemplo, beneficiar outro candidato à cargo político; então, se destrói/tenta destruir a reputação de um candidato ou de terceira pessoa, aliada deste político, em benefício de outro candidato, aliado dessa imprensa. E, mesmo que a Justiça comprove que o acusado de corrupção não o seja, quase sempre, não há retratação, reparação da honra do acusado, por parte dos grupos hegemônicos de comunicação do Brasil. Parece que não houve decisão contrária por parte da Justiça. Como essa Imprensa agiu por motivação política: retratação, reparação da verdade não tem porque existir, afinal, a pessoa acusada sem comprovação não é aliada política e nem ideológica. Fica “pairando no ar”: eternamente, a acusação, como se não se tivesse a verdade vindo à tona. Esquecem a pessoa, e ponto final. Ela que se vire para recuperar o respeito perante a sociedade: parentes, amigos, vizinhos, brasileiros outros. A reputação de uma pessoa vale menos que o interesse particular nesses meios de comunicação hegemônicos do Brasil.
Erenice Guerra, Subchefe da Casa Civil do Governo LULA, é um típico caso de acusação sem retratação dos meios de comunicação hegemônicos do Brasil. Assassinaram a reputação dela, a Erenice foi investigada na Justiça e foi absolvida pelo Ministério Público um ano e sete meses depois do noticiário negativo, por total falta de provas das acusações a ela imputadas e não houve quase nenhuma publicidade nessa Imprensa da absolvição.
Qual foi razão de acusa-la de corrupta? A eleição de 2010, como assessora direta de DILMA e esses grupos de comunicação hegemônicos apoiando outro candidato caberia, na lógica do interesse particular valer mais que a reputação de uma pessoa, acusa-la de corrupta, naquele momento específico, para tirar votos de DILMA e esquecer-se dela após o resultado eleitoral.
Nesta situação as vozes de acusação têm infinitas horas para acusar em quase todos os meios de comunicação; já o acusado possui que meios de comunicação para se defender? Podemos definir esta situação como desequilibrada, quem acusa tem muita força para disseminar a notícia desejada e torna-la “verdade”, mesmo não sendo. Enquanto, o acusado de corrupção não possui espaço nos meios de comunicação para defender sua honra e reputação.
Conseguem imaginar uma reação em cadeia para ferrar uma pessoa, partido político, um movimento social, um Deputado oposicionista desta mídia, etc.?
Se existisse um conjunto diversificado de meios de comunicação, com diferentes ideologias e posturas diante da notícia e do que significa um Jornalismo de qualidade e ético, se não houvesse monopólio da notícia nas mãos de poucos empresários minimizaria em muito a situação de Erenice Guerra. Por exemplo, o contraditório apareceria em outros canais de TV e rádio, em jornais e revistas de circulação nacional e haveria maiores chances de se caminhar para a verdade, que era a total falta de provas contra a Ex Subchefe da Casa Civil no Governo Lula, maiores chances de sequer este assassinato de reputação existir.
A procura pela qualidade da informação seria importante, para crescer a disputa pela credibilidade da notícia e, por conseguinte, garantir audiência: telespectadores, ouvintes e leitores. Quem vai assistir um telejornal ou ler uma revista sem credibilidade, que inventa acusações sem provas consistentes (mentirosas) só porque quer atingir adversários políticos?
No caso mais conhecido desse processo de acusação em cadeia e continuado: o de José Dirceu, não se abriram os microfones das TVS e rádios hegemônicos, as páginas da maioria dos jornais e revistas para sua defesa, não é verdade? Se abrissem poderia cair por terra as notícias contra ele veiculadas nesses meios de comunicação hegemônicos. Vai que ele se dispõe a provar que as acusações contra ele são inverídicas, se dispondo até a provar com documentos processuais e/ou registrados em cartório o que diz. Ai o descrédito com o Jornalismo desses meios de comunicação cresceria exponencialmente.  E numa existência continuada de situações como a de José Dirceu pensaríamos que o canal, a emissora, o jornal, a revista podem até fechar as portas, por falta de quem lhes dê credibilidade, certo?
O grande truque dos meios de comunicação hegemônicos, quando o assunto é corrupção e malversação de dinheiro público reside nesse processo de acusar alguém sem dar voz ao acusado para se defender.
Entrevistam até alguém que pode referendar “a verdade da notícia”, qualquer pessoa, mesmo um sujeito que aceita o papel de “ferrar” o acusado por uma grana (um sujeito comprado, um contraventor conhecido na praça e que não tem nada a perder, etc.) e até um inimigo político do acusado, muitas das vezes, amigo político dos meios de comunicação hegemônicos do Brasil.
A notícia da corrupção pode ser feita por interesse político, econômico, até outro interesse e termina, muitas vezes, com algum político “supostamente honesto” e aliado dos grupos hegemônicos de comunicação que se indigna com a “suposta verdade” da notícia. Político que aparece para referendar a notícia com liberdade para expressar sua opinião em uma posição de total conforto e cordialidade, parecem amigos de longa data: o Repórter e o Político.
O acusado é quase sempre esquecido ou ouvido de maneira muito superficial e em posição acuada, em um ambiente, geralmente, escuro, agitado e cheio de repórteres, tratado quase que como um condenado de antemão, sem que a Justiça seja quem dê o veredicto da acusação, a Imprensa e sua reação em cadeia já deram, certo?
Sem contar as tradicionais conversas em “off” com “sujeitos fantasmas”, onde se diz, um assessor do Governo que não quis ser identificado disse que é verdade: houve entrega de dinheiro a Deputados; um funcionário do presídio da Papuda, que para preservar sua imagem, não vamos revelar o nome disse que viu o José Dirceu comendo um Big Mac, etc.
Quem não observou isto um dia? Com José Dirceu fica bem clara a situação.
Então, como se vê a notícia caminha para o desfecho desejado pelos meios de comunicação hegemônicos, parece que de antemão o acusado de corrupção já é culpado; afinal ele não tem sequer a chance única de ser ouvido, de se defender e não pode, assim, provar a sua inocência, se houver.
Muitos assassinatos de reputação ocorrem dessa maneira de fazer Jornalismo, onde, os adversários ideológicos e políticos podem sofrer as maiores ofensas, por parte desses meios de comunicação, por uma simples razão: a defesa dos interesses particulares de quem noticia.
Recentemente, um Médico brasileiro, um dos mais renomados e respeitado mundo afora, foi atacado em sua reputação, porque, o filho: ideologicamente e politicamente segue caminhos opostos ao desses grupos de comunicação.
Nesta realidade, da não existência de uma pluralidade de ideologias e de visões da política nos meios de comunicação no Brasil, acabamos todos nós, recebendo a notícia pela via de mão-única, sem diferentes enfoques dela, sem podermos refletir sobre os fatos noticiados nela e chegar a nossa conclusão, à verdade da notícia por conta própria.
Assim, José Dirceu torna-se o “grande mentor do mensalão”, “o chefe da quadrilha dos mensaleiros” e acreditamos, pacificamente, que é a mais pura verdade. Todos dizem a mesma coisa, como negar ser verdade? E sem nunca vê-lo sendo entrevistado seja na TV, no Rádio, no Jornal ou Revista dos meios de comunicação hegemônicos do Brasil para contrapor uma que seja das afirmações a ele imputadas diariamente nesses órgãos de Imprensa.
E nessa concentração dos meios de comunicação em poucas mãos a sociedade torna-se refém da Imprensa hegemônica. Por quê?
Imagina o medo dos cidadãos brasileiros de se contrapor à notícia ou ao desejado por esta Imprensa e ter a sua reputação manchada/assassinada em um simples disparo da notícia negativa em cadeia.
No caso do julgamento do “Mensalão” quantas votações foram vencidas na forma de ameaça ao assassinato de reputação de Ministro do STF, por pressão da Imprensa? Imaginemos a insegurança que foi dar um voto favorável a absolvição de José Dirceu?
Antes e depois das sessões de julgamento do “Mensalão” a pressão pela condenação dos réus era gigantesca nesses meios de comunicação hegemônicos do Brasil. Ai daquele Ministro que votasse a favor dos réus. O Ministro Lewandowski é o exemplo mais acabado do que digo, como se tentou destruir a imagem do Ministro por ser independente e não aceitar as pressões dessa Imprensa. 
Até quem votava pela condenação de José Dirceu em várias sessões sofreu pressão desses grupos hegemônicos de comunicação do Brasil. O Ministro Celso de Mello sentiu na pele essa pressão, quando da sessão que definiria se eram cabíveis Embargos Infringentes (seria como uma segunda instância do julgamento do “Mensalão” no STF), embargo que pôde modificar, por exemplo, o resultado do julgamento do crime de quadrilha, onde, se decidiu que não houve este crime. Editoriais, colunistas de jornais, notícias e ameaças contra o Ministro do STF correram soltas.
Ele seria o voto de minerva. O Ministro Joaquim Barbosa encerrou a sessão que definiria os Embargos Infringentes, antes do voto do Ministro Celso de Mello, e esses grupos de comunicação hegemônicos tiveram uma semana para pressioná-lo a votar contra. O Ministro não cedeu às pressões e o voto foi pela admissibilidade dos Embargos Infringentes.
Notícia de mão-única, de interesse único só pode chegar ao mesmo veredicto, certo?
E, como já disse anteriormente, sendo a notícia de mão-única, os que a produzem, nem sequer precisam se esforçar para oferecer um trabalho de qualidade jornalística. Afinal, não haverá quem refute o noticiado, nem quem vá mostrar outro ponto de vista, nem quem vá fundo na informação para melhor noticiar o fato do cotidiano que virou notícia e nem quem vá mostrar o fato do cotidiano que não virou notícia.
A compra da refinaria pela Petrobrás, então, se torna um erro total do Governo Federal, e não se vê outra possibilidade de entendimento para a notícia: foi um erro, trouxe prejuízos para o Brasil e ponto final, mesmo que descubramos pela internet diferentes fatos/informações que mostram outro ponto de vista, com argumentos favoráveis à compra da refinaria e ainda dizendo que a mesma funciona e dá lucro para o Brasil.
Quem procurou, a fundo, as notícias desta semana sabe que o Ex-Presidente da Petrobrás à época da compra da refinaria, deu uma entrevista à Rede Globo***1 na semana passada e que a mesma foi editada ao passar no Jornal nacional. Editada para que outra versão, exposta na fala concedida pelo Ex-Presidente da Petrobrás, não chegasse de forma correta ao telespectador e predominasse a versão da emissora e dos grupos de comunicação hegemônicos do Brasil sobre a compra efetuada em 2006 pela Petrobrás.
Quem se debruça na internet pôde ver a entrevista completa e a fala correta do Ex-Presidente da Petrobrás e não apenas a versão editada apresentada pela emissora no telejornal de maior audiência do país, que tem por objetivo dar um enfoque negativo à compra. E, claro, editando, não ofereceu o contraditório ao seu telespectador, que seria uma maneira de reflexão para quem assiste ao Jornal Nacional.
A entrevista foi bem-vinda à emissora porque “supostamente legitima”, por imagens e pela fala real e editada (cortada) do Ex-Presidente, mostra a versão que se quer dar a notícia. Corta daqui, corta dali e se edita uma entrevista, a fala do entrevistado fica parecendo outra, o que não tem nada de ético, certo?
É praxe a notícia de mão-única! Pronta! E, sem possibilidade de reflexão no Jornal nacional! O telespectador do Jornal Nacional, neste caso, foi tratado de forma a receber passivamente a notícia e crer como verdadeira.
Poderíamos dizer, sem medo de errar, que existe no Brasil uma quase ditadura da informação.
E quem detém a informação detém o monopólio de informar. Informar corretamente ou distorcer a informação ou não informar ou selecionar de quem eu informo e o quê ou de quem eu não informo nada de negativo, porque este é meu aliado ideológico e político.
Sendo os meios de comunicação de TV e Rádio concessões do Estado (o Estado é quem outorga a concessão para funcionamento de uma TV ou rádio, mesmo que ajam como uma empresa privada, sabiam disto?) caberia, então, penso eu, a sociedade exigir uma revisão do monopólio da informação, para benefício da própria sociedade, não pensam como eu?
Assim, teríamos o direito de assistir TV e Rádio e encontrar diferentes enfoques para uma notícia, a maior concorrência nos permitira escolher, por afinidade político-ideológica e/ou qualidade e verdade da notícia, qual (quais) canal (canais) de TV e emissora (emissoras) de rádio assistiríamos em busca da melhor forma de nos informar sobre o cotidiano do Brasil e do mundo.
Teríamos, ainda, a possibilidade de ver uma notícia por diferentes pontos de vista, e capacidade de formar o nosso entendimento particular do fato exposto, a partir da reflexão das informações: ideologicamente distintas, plurais, chegando assim, o mais próximo possível da verdade.
Muitos brasileiros se sentem órfãos de um meio de comunicação que lhes agrade. Este fato é importante refletir. E injusto.
Acarretaria, também, numa possibilidade de não haver uma notícia em cadeia e com intuitos particulares, como por exemplo: o assassinato de reputação por causa de uma eleição e aumentaríamos a dificuldade do acontecer de fatos importantes não serem noticiados porque não é do interesse dos grupos de comunicação hegemônicos no Brasil, dentre outras coisas.
É interessante dizer duas coisas importantes ligados à democratização e à qualidade da notícia nos meios de comunicação: O Direito de Resposta e a Propriedade Cruzada dos Meios de Comunicação.
1) DIREITO DE RESPOSTA
“É aquele que assiste a todos, sejam pessoas naturais ou jurídicas, acusados ou ofendidos em publicações nos meios de informação. 2) O direito de resposta à acusação deve ser processado pelo mesmo veículo graciosamente.” (definição retirada do site JusBrasil).
No Brasil foi sacrificado pelo STF (Superior Tribunal Federal), através do Ex-Ministro Ayres Britto, o direito de resposta, que era um antídoto eficiente para o mau Jornalismo. Fato ocorrido quando da extinção da Lei de Imprensa que vigorava desde a Ditadura Militar, e que o Ex-Ministro do STF não soube preservar este ponto positivo da Lei de Imprensa: o direito de resposta, enquanto o Congresso Nacional não sanciona outra Lei para se pôr no lugar.
A Lei de Imprensa foi extinta sem que se pusesse, de imediato, outra Lei no lugar, relata o Jornalista Luis Nassif em uma postagem sua no Portal Brasilianas, hoje Jornal GGN: O Apagão Jurídico Produzido Por Ayres Britto datada de 08/03/2013.
Como o direito de resposta via Lei de Imprensa foi sacrificado os assassinatos de reputação correm soltos na Imprensa do país, pois, sabemos, leva-se anos para que a Justiça decida por um veredicto favorável, como é o direito de resposta. Obter o direito de resposta vira um caso processual, como uma ação trabalhista, por exemplo, contando com os incontáveis recursos, embargos e protelações conhecidas, possíveis em um Processo Judicial, sem contar com “os poderes escondidos” de influenciar na não aceitação do pedido de Direito de Resposta.
Imagina com a morosidade de nossa Justiça o tempo que a reputação de uma pessoa honesta pode ficar à mercê dos interesses particulares dos grupos hegemônicos de comunicação do Brasil. Quem reparará o estrago feito? Lembra-nos com propriedade o Jornalista Luis Nassif.
Um exemplo clássico de direito de resposta:
Lembram-se do Cid Moreira lendo no Jornal Nacional um direito de resposta concedido ao, então, Governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola? Aquela situação, ocorrida 20 anos atrás, foi possível porque a Justiça considerou que a Rede Globo insultou o Ex-Governador e foi concedido ao Político o direito de retratação no próprio meio de comunicação (O Jornal Nacional).
Levou-se 2 anos e um mês para a Justiça concedê-lo, segundo nos relata o Jornalista Fernando Brito, da assessoria de Imprensa do, então, Governador Leonel Brizola, no Blog Tijolaço em 15/03/2014 e sua postagem: 20 anos do dia em que Brizola venceu a Globo. O milagre em que nem a gente acreditava.
Foi por causa de um Editorial insultuoso da Rede Globo contra Brizola. O Jornalista Fernando Brito nos dá uma pincelada do motivo que resultou no direito de resposta:
O Editorial era: “Para Entender a Fúria de Brizola”, acusando-o de senilidade, “declínio da saúde mental”, e por suas relações, sempre institucionais, com o Presidente da República, Fernando Collor.”
Precisa dizer da importância do direito de resposta e que seja imediato se for o caso?
O mecanismo do direito de resposta imediato frearia em muito essa “suposta liberdade” dos meios de comunicação hegemônicos de promover assassinatos de reputação e de veicular notícias distorcidas e/ou inverídicas sobre pessoas que possuem ideologia diferente, são de partidos não alinhados no campo político e que defendem outro modelo de sociedade, diverso desses grupos de comunicação.
No Senado Federal foi aprovado um Projeto de Lei de 2011 de autoria do Senador Roberto Requião do PMDB - PR sobre o direito de resposta:
PL 141 QUE TRATA DO DIREITO DE RESPOSTA OU RETIFICAÇÃO DO OFENDIDO POR MATÉRIA DIVULGADA, PUBLICADA OU TRANSMITIDA POR VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - aprovado em 18/09/2013.
Está, atualmente, na Câmara dos Deputados, aguardando entrar em pauta para votação. Vale ficar atento sobre os trâmites dele lá na Câmara.
2) PROPRIEDADE CRUZADA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
No mundo inteiro existem Leis de Comunicação que impedem a propriedade cruzada de meios de comunicação, que significa o seguinte: uma mesma emissora de TV, uma mesma emissora de rádio e um jornal local não pertencem a um mesmo grupo de comunicação numa mesma cidade (praça).
Ex. Rio de Janeiro - TV Globo, Rádio Globo, Jornal O Globo.
Jornal, Rádio e TV não podem ser de um mesmo grupo de comunicação na mesma cidade, porque se acredita que não há possibilidade da pluralidade da informação, dos enfoques diferenciados de uma notícia se só um grupo de comunicação informar a população, o que poria a própria Democracia em risco e a nossa percepção dos fatos noticiados tenderia a ser direcionada ao interesse particular do grupo que nos informa. Além da questão econômica, onde se pode, através do monopólio, haver pouco investimento na infraestrutura e qualidade técnico-profissional da emissora de rádio, TV e do jornal, por não haver concorrência local/regional/nacional. 
Imaginemos esta situação, para ilustrar: surge uma denúncia com provas documentais na internet, um determinado grupo de comunicação (que chega à casa de todo habitante de um fictício país) se beneficia de uma grande corrupção no Judiciário realizada em seu favor e numa cidade grande só exista TV, Rádio e Jornal diário dessa empresa de comunicação, no Estado e País, onde se situa esta cidade, só existam emissoras de rádio e TV alinhados politicamente e ideologicamente ao grupo de comunicação beneficiado da corrupção e que todos decidam, conjuntamente, não noticiar o fato da corrupção, como iriamos saber dessa notícia? Não saberíamos, certamente. Os grupos hegemônicos de comunicação, em comum acordo, poderiam decidir a não veiculação da corrupção e nós ficaríamos sem saber do ocorrido, sem chances de cobrar da Justiça explicações e punições aos corruptos (funcionários públicos e Juízes) e ao corruptor (a emissora beneficiada), ambos podendo ter suas reputações e liberdade preservadas.
Este caso fictício na verdade acontece no mundo real: é a sonegação da Rede Globo à Receita Federal*** 2 por compra dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002, realizada a partir de negociações em paraíso fiscal: as Ilhas Virgens Britânicas, para driblar o fisco. Processo que foi roubado por uma funcionária pública em 2007, está perdido e ficou esquecido/parado na Justiça até 2013, até que o Blog do Cafezinho através de Miguel do Rosário tornou público o caso, e que atualizada a sonegação de impostos da Rede Globo chega em 2014 a mais de 1 bilhão de reais. Ninguém desse grupo hegemônico de comunicação noticia os fatos ocorridos, silêncio e omissão para a notícia imperam. Sabemos da notícia e desdobramento do caso de sonegação de impostos via internet e redes sociais, através de blogueiros e jornalistas independentes.
Se há propriedade cruzada, monopólio da comunicação nas mãos de poucos: aliados política e ideologicamente, esta situação pode se tornar corriqueira. E, se não houver legislação para conter esse “cartel” da sonegação da informação passaremos ao largo de muitas notícias relevantes. É como se elas não existissem, mesmo com a gravidade das mesmas.
No Brasil a hegemonia dos meios de comunicação em poucas mãos tornou corriqueiro este processo de seleção do que noticiar e do que não noticiar, afinal, é quase uma concentração total da informação, aquela que chega até nós está nas mãos de poucos informantes.
Falando nisto, para terminar, os Estados Unidos, o baluarte da Democracia para os grupos de comunicação hegemônicos do Brasil, possui regras claras para evitar a propriedade cruzada dos meios de comunicação. Na França e Inglaterra também há, por todo mundo há.
Já aqui no nosso país, discutir a questão do monopólio da informação e da propriedade cruzada é um tabu intransponível, que vira sempre, para esses grupos hegemônicos de informação o mesmo mote: - querem acabar com a liberdade de expressão no Brasil! - Querem instalar uma ditadura da informação!
Estas coisas que ouvimos sempre e que na verdade são escapismos para não se solucionar de vez a questão, nada valiosa para a sociedade brasileira, o monopólio da informação, de mão-única e concentrada em poucos grupos de comunicação, algumas famílias apenas, frisemos (pouco mais de 10 famílias). Monopólio que acaba por determinar a pauta das notícias a serem discutidas pela população e suas abordagens, e mediadas as notícias por interesses particulares, afinal, todas essas famílias e seus meios de comunicação hegemônicos no Brasil possuem uma mesma ideologia e visão política da sociedade e interesses similares, e são empresas privadas, visando o lucro e não empresas públicas, visando a prestação de serviço à coletividade.
Uma última questão:
Da concentração da informação: notícias divulgadas por meios de comunicação com ideologia idêntica, com seus noticiários de mão-única e sem o contraditório (outras maneiras de analisar uma mesma notícia - pontos de vistas diversos) é que nasce a discussão de uma Lei de Médios e se diz da urgência de se aprovar um Marco Regulatório para os Meios de Comunicação do Brasil - a conhecida Lei dos Meios de Comunicação.
Esta lei regularia dentre outras coisas:
A) A quantidade e tipos de meios de comunicação que cada grupo empresarial pode ter, em que cidades e estados e qual o limite de abrangência (número de pessoas) que uma mesma empresa de comunicação pode atingir - a discussão da propriedade cruzada;
B) Como preservar e incentivar a língua (dialetos) local(is), o conteúdo regional, (programas de auditório, telejornais, etc. locais);
C) Como garantir a pluralidade nos meios de comunicação com ideologias e opiniões diversas nos rádios e nas TVS;
D) Como representar os diferentes grupos étnicos e os diferentes grupos sociais nos rádios e nas TVS: negros, índios, mulheres, operários, camponeses, artistas, empresários, etc.;
E) A convergência das mídias (grosso modo: meios de comunicação tradicionais: rádio, TV, jornal, revista adaptando-se aos novos meios de circulação da informação, por exemplo: celulares e Internet), quais os seus limites?;
F) Sem contar que se podem prever direitos e deveres dos meios de comunicação impedindo o mau jornalismo: a falta de compromisso com a verdade da notícia, a punição imediata pelas notícias falsas, mal investigadas, etc.; incorporamento de mecanismos de defesa da dignidade humana e do respeito às diferentes opções sexuais e religiosas; a busca do equilíbrio racial: presença das diferentes etnias que formam a população brasileira nas TVS; mecanismos de proibição para que um político possa receber uma concessão ou ser dono de uma rádio ou TV, etc.
E tendo como principal resultado da Lei dos Meios de Comunicação a garantia da boa programação + qualidade jornalística e a busca pela verdade dos fatos noticiados nos canais de TV, emissoras de rádio, e jornais e revistas impressos.
Do descumprimento de artigos desta Lei dos Meios de Comunicação sansões ocorreriam, desde ficar fora do ar por algumas horas, passando pela perda da concessão (lembrando que a concessão para possuir um canal de rádio, uma emissora de TV é dada pelo Estado), até o impedimento de circulação de uma revista ou jornal.

Links consultados:
***1 - Globo manipula edição e indica volta ao jornalismo 'bolinha de papel'
***2 - Bomba! O mensalão da Globo!
Caso Globo: é abjeto o silêncio da mídia, dos políticos e do governo num caso tão extraordinário.
Polícia Federal confirma abertura de inquérito contra sonegação da Globo!
1) Direito de resposta
O que é?
PL 141/2011 (Lei que regulamenta o Direito de Resposta)
Aprovação da Lei no Senado
Considerações do Jornalista Luis Nassif
A) O apagão jurídico produzido por Ayres Britto
B) Ayres Britto completa a desconstrução do direito de resposta
Propriedade cruzada dos meios de comunicação
A) Por que limitar a propriedade cruzada
B) A Lei de Meios e o fim da propriedade cruzada
C) Propriedade cruzada, lá e cá
D) Marco regulatório da comunicação: ainda a propriedade cruzada

http://jornalggn.com.br/noticia/os-meios-de-comunicacao-hegemonicos-do-brasil-e-a-noticia

Os “filhos da esperança” foram adotados pela família do atraso


 Autor: Fernando Brito
alem
O “casal benzinho” Eduardo Campos-Marina Silva exibiu-se ontem na televisão.
Um programa até bonitinho, mas absolutamente ordinário em matéria de comunicação.
Francamente, uma fórmula “cult” – cor desbotada, quase preto e branco,  imagens abertas do estúdio, closes intimistas – é muito pouco adequada para um personagem como Eduardo Campos cuja obra administrativa é praticamente desconhecida do país.
Parece ter sido feito, exclusivamente, para dar a ele o aval de Marina, simulando uma longa amizade e intimidade que jamais houve, até o tombo da Rede que a deixou sem legenda para concorrer.
Duvido que tenha tido qualquer consequência como propaganda eleitoral, mas é  curioso que ambos, que devem tudo o que são a Lula, se definam como filhos da esperança.
São, e é exatamente isso que os torna tão frágeis.
Mais até a Campos que a Marina.
Porque o filho da esperança fugiu de casa por ambição.
E foi oferecer-se à adoção pela família do atraso, do conservadorismo.
Por isso sua fala não tem uma palavra sequer contra o que esta gente fez com o Brasil.
Ao contrário, falam em “preservar as conquistas” de todos os  governos.
Tudo são declarações de intenção, daquelas que qualquer político pode fazer.
Marina chega a dizer que o mais importante para o país é “uma agenda” – espero que não aquela do Itaú, comemorando o aniversário do golpe – que possa ser seguida por todos os governos, sem distinção.
Essa agenda, Marina, já existe: é a cartilha econômica que o capital nos impõe, sugando os frutos do trabalho do povo brasileiro e as riquezas deste país.
E a reação do “mercado” contra quem sai, mesmo que só um pouquinho, dela é a prova de quanto é duro e árduo sair deste diktat colonial-financeiro.
Fácil, mesmo, só se bandear para o lado de lá.
Seus aliados, agora, são o Aécio Neves, o Roberto Freire, o Jorge Bornhausen…
Ou são eles que iriam preservar as conquistas da “era Lula”? 
http://tijolaco.com.br/blog/?p=15959