segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Governo Alckmin é condenado por racismo



Governo Alckmin é condenado por racismoFoto: Felipe L. Gonçalves/247

MATERIAL DISTRIBUÍDO POR PROFESSORA DA REDE PÚBLICA A ALUNOS ASSOCIAVA A COR NEGRA AO DEMÔNIO; INDENIZAÇÃO SERÁ DE R$ 54 MIL A FAMÍLIA QUE SE SENTIU ATINGIDA

30 de Janeiro de 2012 às 08:46
Fernando Porfírio _247 - O governo paulista foi condenado por disseminar o medo e a discriminação racial dentro de sala de aula. A decisão é do Tribunal de Justiça que deu uma “dura” no poder público e condenou o Estado a pagar indenização de R$ 54 mil a uma família negra. De acordo com a corte de Justiça, a escola deve ser um ambiente de pluralidade e não de intolerância racial.
O Estado quedou-se calado e não recorreu da decisão como é comum em processos sobre dano moral. O juiz Marcos de Lima Porta, da 5ª Vara da Fazenda Pública, a quem cabe efetivar a decisão judicial e garantir o pagamento da indenização, deu prazo até 5 de abril para que o Estado dê início à execução da sentença.
O caso ocorreu na capital do Estado mais rico da Federação e num país que preza o Estado Democrático de Direito instituído há quase 24 anos pela Constituição Federal de 1988. Uma professora da 2ª série do ensino fundamental, de uma escola estadual pública, distribuiu material pedagógico supostamente discriminatório em relação aos negros.
De acordo com a decisão, a linguagem e conteúdo usados no texto são de discriminatórias e de mau gosto. Na redação – com o título “Uma família diferente” – lê-se: Era uma vez uma família que existia lá no céu. O pai era o sol, a mãe era a lua e os filhinhos eram as estrelas. Os avós eram os cometas e o irmão mais velho era o planeta terra. Um dia apareceu um demônio que era o buraco negro. O sol e as estrelinhas pegaram o buraco negro e bateram, bateram nele. O buraco negro foi embora e a família viveu feliz.
O exercício de sala de aula mandava o aluno criar um novo texto e inventar uma família, além de desenhar essa “família diferente”. Um dos textos apresentados ao processo foi escrito pela aluna Bianca, de sete anos. Chamava-se “Uma Família colorida” e foi assim descrito:
“Era uma vez uma família colorida. A mãe era a vermelha, o pai era o azul e os filhinhos eram o rosa. Havia um homem mau que era o preto. Um dia, o preto decidiu ir lá na casa colorida.Quando chegou lá, ele tentou roubar os rosinhas, mas aí apareceu o poderoso azul e chamou a família inteira para ajudar a bater no preto. O preto disse: - Não me batam, eu juro que nunca mais vou me atrever a colocar os pés aqui. Eu juro. E assim o azul soltou o preto e a família viveu feliz para sempre”.
A indenização, que terá de sair dos cofres públicos, havia sido estabelecida na primeira instância em R$ 10,2 mil para os pais do garoto e de R$ 5,1 mil para a criança, foi reformada. Por entender que o fato era “absolutamente grave”, o Tribunal paulista aumentou o valor do dano moral para R$ 54 mil – sendo R$ 27 mil para os pais e o mesmo montante para a criança.
De acordo com a 7ª Câmara de Direito Público, no caso levado ao Judiciário, o Estado paulista afrontou o princípio constitucional de repúdio ao racismo, de eliminação da discriminação racial, além de malferir os princípios constitucionais da igualdade e da dignidade da pessoa humana.
“Sem qualquer juízo sobre a existência de dolo ou má-fé, custa a crer que educadores do Estado de São Paulo, a quem se encarrega da formação espiritual e ética de milhares de crianças e futuros cidadãos, tenham permitido que se fizesse circular no ambiente pedagógico, que deve ser de promoção da igualdade e da dignidade humana, material de clara natureza preconceituosa, de modo a induzir, como induziu, basta ver o texto da pequena Bianca o medo e a discriminação em relação aos negros, reforçando, ainda mais, o sentimento de exclusão em relação aos diferentes”, afirmou o relator do recurso, desembargador Magalhães Coelho.
Segundo o relator, a discriminação racial está latente, “invisível muitas vezes aos olhares menos críticos e sensíveis”. De acordo com o desembargador Magalhães Coelho, o racismo está, sobretudo, na imagem estereotipada do negro na literatura escolar, onde não é cidadão, não tem história, nem heróis. Para o relator, ao contrário, é mau, violento, criminoso e está sempre em situações subalternas.
“Não é por outra razão que o texto referido nos autos induz as crianças, inocentes que são, à reprodução do discurso e das práticas discriminatórias”, afirmou Magalhães Coelho. “Não é a toa que o céu tem o sol, a lua, as estrelas e o buraco negro, que é o vilão da narrativa, nem que há “azuis poderosos”, “rosas delicados” e “pretos” agressores e ladrões”, completou.
O desembargador destacou que existe um passado no país que não é valorizado, que não está nos livros e, muito menos, se aprende nas escolas.
“Antes ao contrário, a pretexto de uma certa “democracia racial”, esconde-se a realidade cruel da discriminação, tão velada quanto violenta”, disse. Segundo Magalhães Coelho, na abstração dos conceitos, o negro, o preto, o judeu, o árabe, o nordestino são apenas adjetivos qualificativos da raça, cor ou região, sem qualquer conotação pejorativa.
“Há na ideologia dominante, falada pelo direito e seus agentes, uma enorme dificuldade em se admitir que há no Brasil, sim, resquícios de uma sociedade escravocrata e racista, cuja raiz se encontra nos processos históricos de exploração econômica, cujas estratégias de dominação incluem a supressão da história das classes oprimidas, na qual estão a maioria esmagadora dos negros brasileiros”, reconheceu e concluiu o desembargador.

Calmon denuncia sumiço de 5,4 mil computadores



Calmon denuncia sumiço de 5,4 mil computadoresFoto: CELSO JUNIOR/Agência Estado

CORREGEDORA-GERAL DE JUSTIÇA ATRIBUI SUMIÇO A NEGLIGÊNCIA DOS TRIBUNAIS, QUE NÃO TOMBARAM OS EQUIPAMENTOS ASSIM QUE OS RECEBERAM; SEM IDENTIFICAÇÃO, CNJ NÃO CONSEGUE SABER ONDE ESTÃO AS MÁQUINAS, QUE CUSTARAM UM TOTAL DE R$ 6,4 MILHÕES

30 de Janeiro de 2012 às 21:30
Agência Brasil – A corregedora-geral de Justiça, Eliana Calmon, afirmou hoje (30) que a negligência de tribunais locais foi responsável pelo sumiço de 5,4 mil equipamentos de informática, cujo valor chegava a R$ 6,4 milhões. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) repassava equipamentos de informática para os tribunais locais seguindo uma meta de gestão que visava à melhoria da informatização da Justiça.
“Não foi propriamente sumiço de 5 mil computadores. O que há é uma desídia [negligência], porque deveriam ter sido imediatamente tombados, imediatamente identificados como patrimônio do tribunal como doação do CNJ, e me parece que aí está o ponto. Houve uma desídia e começaram a ser usados, retirados do almoxarifado e usados sem a identificação, sem o devido tombamento.”
A Secretaria de Controle Interno do CNJ fez uma apuração sobre a situação dos equipamentos em 15 estados, que foi concluída em novembro. Segundo o CNJ, computadores e impressoras repassados desde 2009 a três tribunais – Paraíba, Tocantins, Rio Grande do Norte – superam o índice de10% de bens “não localizados”.
Já em Goiás, houve problemas na entrega de dados relativos ao repasse do material. A entrega de equipamentos nos quatro estados foi suspensa. Somente no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo todos os equipamentos foram localizados.
Outro problema encontrado pelo CNJ foi a manutenção de 3,6 mil equipamentos em depósito, sem uso, no valor de R$ 2,3 milhões. O CNJ informa que já investiu R$ 92 milhões em tecnologia da informação para modernizar os tribunais brasileiros, totalizando mais de 58 mil equipamentos.
Devido a essas irregularidades, o relatório da auditoria sugeriu a suspensão de doações a tribunais que “não mostraram cuidado com o patrimônio recebido” e apuração de responsabilidade pelos equipamentos não localizados. Recomendou, ainda, a revisão da política de doação e distribuição de equipamentos ao Judiciário.

Alckmin apela a Serra para que dispute em SP e Freire oferece o PPS como alternativa para 2014


Geraldo Alckmin encontrou-se em segredo com José Serra. Deu-se há três dias. Dividiram a mesa de jantar. Entre o repasto e o cafezinho, conversaram por cerca de três horas.
Lero vai, lero vem Alckmin fez um apelo a Serra. Pediu-lhe que reveja a decisão de não disputar a prefeitura de São Paulo. Convidou-o a assumir a vaga de candidato do PSDB.
Ao reproduzir o diálogo a políticos que lhe devotam fidelidade, Serra reiterou sua indisposição de trocar as ambições nacionais por um projeto municipal. Sonha com 2014, não com 2012.
Por mais que Serra soe peremptório, o generalato do PSDB resiste em levá-lo a sério. “Sempre foi assim”, diz um quatro estrelas do partido. “Serra se faz de difícil, mas os fatos o levarão a mudar de ideia.”
O PSDB encurrala Serra. O apelo reservado de Alckmin foi precedido de declaração pública de Fernando Henrique Cardoso: Aécio Neves é o “candidato óbvio” do PSDB à sucessão presidencial.
Nas maquinações do alto comando do tucanato, Serra teria duas alternativas: ou vai à sorte dos votos no município ou candidate-se ao ostracismo, sem a tribuna que um mandato propicia.
Serra já exalava irritação. Depois do comentário de FHC, passou a bufar. Olha ao redor com um misto de irritação e decepção. Irrita-se com a falta de sutileza. Decepciona-se com o “desrespeito”.
Para Serra, os operadores do PSDB faltam-lhe com o respeito ao ignorar sua trajetória partidária, sua biografia e os mais de 43 milhões de voto que amelhou na disputa contra Dilma Rousseff, em 2010.
Remando na contramaré, considera-se mais presidenciável do que Aécio. Imerso em seus rancores, diz que o antagonista interno não exibe nem mesmo disposição para se opor ao PT e ao governo.
Nesse ponto, a opinião de Serra coincide com a da maioria. Porém, a cúpula do PSDB prefere empurrar Aécio, um presidenciável zero quilômetro, a reembarcar em Serra, já derrotado por Lula e Dilma.
Num instante em que o tucanato sinaliza a disposição de desligar Serra da tomada caso ele insista em refugar a opção municipal, surgiu no cenário uma fonte alternativa de energia.
Serra recebeu a visita de um velho amigo. Presidente do PPS, o deputado Roberto Freire convidou-o a abrigar-se na sua legenda. “O PSDB não está sendo correto com Serra”, diz Freire.
“Ele liderou a oposição em 2010, teve quase 44 milhões de votos. Eu disse a ele que, se não tiver condições ou não desejar ficar no PSDB, o PPS é uma alternative real.”
Serra respondeu a Freire que, por ora, não cogita trocar de partido. “Evidentemente, essa hipótese agora faz parte do cenário”, raciocina o mandachuva do PPS.
Freire acrescenta: “Se o Serra vier, não virá sozinho. A perspectiva é de atrair outras lideranças que estejam insatisfeitas e que tenham a ver com a esquerda democrática no Brasil.”
Observador atendo da cena, o vice presidente do DEM, José Carlos Aleluia, enxerga no horizonte de 2014 uma outra fresta pela qual Serra pode se esgueirar.
Aleluia recorda que o PSD, legenda de Gilberto Kassab, reivindica no TSE acesso às verbas do Fundo Partidário e ao tempo de radio e tevê. Acha que o PT dá asas a Kassab sem observar-lhe o plano de vôo.
“Se derem tempo de televisão ao Kassab, a candidatura presidencial do Serra está pronta”, prospecta Aleluia. “O PSD ganha musculatura para ter uma candidatura nacional.”
“E quem será o candidato do Kassab?”, questiona-se o dirigente do DEM. “Muito provavelmente, pelas relações que os unem, será o Serra. Se não for para o Serra, o PSD vai para o Eduardo Campos.”
Citado por Aleluia, o governador pernambucano Eduardo Campos preside o PSB. Cultiva o sonho de tornar-se uma opção presidencial operando do lado de dentro do condomínio governista.
Eduardo achegou-se ao PSD de Kassab já na fase de constituição do novo partido, no ano passado. Para 2012, costura com Kassab alianças em dezenas de municípios brasileiros.
Como se trata de parceria recente, Aleluia crê que, na hora em que as onças tiverem sede, Kassab oferecerá a primeira tina de água a Serra, não a Eduardo.
“Dilma e o PT são, hoje, os maiores interessados em que Kassab não obtenha tempo de tevê”, imagina Aleluia. Há um quê de Wishful thinking nesse tentaiva de exercício da lógica.
Se Kassab prevalecer no TSE, o DEM será o maior prejudicado. No fundo, as palavras de Aleluia carregam o desejo de que o petismo acorde para o “risco Kassab” e se associe ao bloco de partidos que tenta impedir uma virada de mesa na Justiça Eleitoral.
Seja como for, fica entendido que, mantido o cerco do PSDB, Serra já dispõe de portas de saída. Se não quiser digerir o apelo que Alckmin lhe serviu no jantar, pode buscar fora do PSDB atalhos à encruzilhada.
Nessa hipótese, Serra se esquivaria do risco de um infortúnio municipal e manteria semivivo o projeto presidencial. O êxito da empreitada seria incerto. Mas a diversão da plateia estaria assegurada.
Seria engraçado assistir a uma sucessão presidencial em que José ‘Obstinado’ Serra, autocovertido em ex-tucano, medisse forças com Aécio ‘Óbvio’ Neves.

Disputa de SP é janela aberta para o insondável


Quentes como pão do dia, os dados expostos na última sondagem do Datafolha revelam: a disputa pela prefeitura de São Paulo ferve apenas nas manchetes. Aos olhos do eleitor, continua no freezer.
Deve-se a atmosfera gélida, sobretudo, à taxa de desconhecimento dos potenciais contendores. Apenas dois nomes são reconhecidos instantaneamente pela maioria dos pesquisados.
Um, o tucano José Serra, declara-se não-candidato. Outro, o vereador-pagodeiro Netinho de Paula, pseudocandidato do PCdoB, é tratado nas articulações de sua legenda como um ‘quase-ex-postulante’.
Sobram um punhado de ignorados e o aventureiro Celso Russomano. Desprezado pelo PP de Paulo Maluf, o ex-deputado cavalga o minúsculo PRB. Vitaminado pela invisibilidade provisória dos rivais, Russomano amealha entre 17% e 21% das intenções de voto. Só perde a liderança no cenário que inclui o não-candidato Serra.
Se atendesse aos apelos do PSDB, Serra entraria na disputa com 21%. Para alguém que acaba de experimentar a superexposição de uma refrega presidencial, é pouco. Muito pouco. Pouquíssimo.
Nas dobras da pesquisa, surge um dado que ajuda a explicar os temores de Serra: 33% dos paulistanos declaram que não votariam nele em nenhuma hipótese. Só Netinho soma rejeição maior: 35%.
Significa dizer: aceitando o papel de candidato, Serra iria ao ringue como tucano muito bem cotado para fazer de um de seus antagonistas o próximo prefeito de São Paulo. Ótimo para Aécio Neves.
Resta ao PSDB ruminar a perspectiva de fiasco insinuada nos índices colecionados pelos quatro tucanos que disputam a preferência do partido. Bruno Covas, José Aníbal, Ricardo Trípoli e Andrea Matarazzo oscilam no constrangedor intervalo de 2% a 6%.
Fernando Haddad, o candidato levado à pista por Lula, tampouco decolou. No seu melhor cenário, soma irrisórios 5%. Por ora, não é senão um sub-Chalita.
Gabriel Chalita, a opcão empinada pelo vice-presidente Michel Temer, oscilou positivamente em todos os cenários. Coisa mixuruca, dentro da margem de erro da pesquisa. Hoje, vai de 6% a 9%.
Eis o que revela, em essência, o Datafolha: longe da fervura do noticiário, o quadro atual é muito parecido com a geleira exposta na penúltima pesquisa, divulgada em dezembro. Espremendo-se as estatísticas, pode-se concluir:
1. Nunca antes na história desse país o tempo de tevê foi tão relevante numa eleição municipal. Os desconhecidos tornaram-se ‘teledependentes’. A costura das coligações ganha um relevo inaudito.
2. Cresce também a importância dos padrinhos políticos. Nessa matéria, Haddad leva franca vantagem. Metade dos eleitores da cidade de São Paulo declara-se disposta a votar no nome que Lula indicar.
Um terço dos pesquisados revela-se propenso a entregar o voto ao preferido de Geraldo Alckmin. Ou seja: o governador tucano não chega a ser um Lula. Mas seu apoio não é negligenciável.
Com a popularidade de sua gestão em queda, o prefeito Gilberto Kassab exerce influência sobre a decisão de escassos 14% dos eleitores. É pouco. Mas, numa disputa apertada, pode definir a eleição. Melhor não desprezar.
3. Junto com os padrinhos, costumam vir as máquinas. Lula arrasta para a disputa a engrenagem federal tocada por Dilma Rousseff. Alckmin carrega a estrutura estadual. E Kassab, a municipal.
Por baixo, o peso dos governos ajuda a engordar as arcas e a azeitar os acordo$ partidários. Pelo alto, propicia uma vitrine extra-legal aos candidatos. Tome-se o exemplo de Haddad.
Dilma trombeteou o candidato petista em pelo menos dois eventos oficiais. Num, elogiou-o numa insuspeita inauguração de creche, em Angra dos Reis (RJ).
Noutro, abriu o Planalto para uma suspeitíssima solenidade de despedida do ministro-candidato. Um evento adornado pela presença de Lula e embalado pela defesa das indefensáveis falhas do Enem.

Mesmo com denúncia do MP, Cabral e Paes dão mais de R$ 300 milhões a empresas da família Mantuano de Luca


Os irmãos Mantuano de Luca, Chico e Toni (à direita), o pai do ator Bruno de Luca, durante férias na Ilha de Capri, na Itália, em 2010
Os irmãos Mantuano de Luca, Chico e Toni (à direita), o pai do ator Bruno de Luca, durante férias na Ilha de Capri, na Itália, em 2010


O integrante mais famoso da família Mantuano de Luca é o ator Bruno de Luca, da TV Globo, aquele rapaz do Vídeo Show. Mas poderosos são seu pai e tios, que entre os muitos negócios que têm com os governos Cabral e Paes, controlam o fornecimento de refeições para presídios estaduais, além de escolas e hospitais municipais.

Nesta sexta-feira, o jornal O Globo denunciou que a empresa Masan que fornece refeições aos hospitais municipais do Rio ganhou a licitação para gerenciar o serviço de carros-fumacê sem qualquer experiência nessa área. Além disso a reportagem mostrou ainda que a Masan tem os mesmos donos e o mesmo endereço, em Duque de Caxias, que a empresa Milano que fornece refeições às escolas municipais e presídios estaduais. Só que o detalhe importante é que desde 2008, os donos da Milano, da família Mantuano de Luca, foram denunciados pelo Ministério Público por improbidade administrativa e danos ao erário.

Conforme levantamento do nosso blog, mesmo com a denúncia do Ministério Público Estadual, Cabral e Paes, a cada ano aumentam os negócios com a família Mantuano da Silva. Os governos Cabral / Paes já pagaram R$ 312,5 milhões, conforme discriminado abaixo, numa afronta direta à Justiça e ao MP.


Números oficiais do governo estadual e da prefeitura do Rio
Números oficiais do governo estadual e da prefeitura do Rio


E é bom lembrar que a família Mantuano de Luca também é proprietária das empresas: Novo Jahu Comércio de Alimentos, Jahu Imobiliária, Frigorífico Jahu, Frigorífico Calombe, Cosnate – Arrendamento de Máquinas, Veículos, Equipamentos e Serviços, e AML Barra – Serviços e Participações. Além Francisco Mantuano de Luca, conhecido pelos amigos como Chico Mantuano e seu irmão Antonio Mantuano de Luca, o Toni, pai do ator Bruno de Luca, entre os sócios das empresas constam ainda, José Mantuano de Luca Filho, Marco Antonio de Luca, Carmelo de Luca Neto e Ercolino Jorge de Luca.

Como podem ver, o ambiente de impunidade total no Rio de Janeiro impulsiona os negócios com o dinheiro público envolvendo Cabral, Paes e seus amigos. Só a certeza de que está acima da lei, da Justiça, das instituições para ainda por cima, Eduardo Paes contratar uma empresa que fornece refeições para cuidar da prevenção contra a dengue e operar os carros-fumacê. É o Rio de Janeiro descendo a ladeira! 

Acusada de ser contra a qualidade da internet, Oi nega intenção de "anular" metas da Anatel



São Paulo – A Oi divulgou nota pública nesta segunda-feira (30) em resposta à mobilização na internet que acusa a companhia de ser contra a qualidade do serviço de banda larga. A operadora de telefonia fixa e celular e de TV por assinatura sustenta ser favorável à "adoção de um sistema de medição de qualidade da rede de banda larga", mas critica o modelo proposto pela Agência Nacional de Telecomunicação (Anatel) para estabelecer metas para a oferta de internet em alta velocidade para dispositivos móveis.
Nesta quarta-feira (1º), daqui a dois dias, termina o prazo para uma consulta pública da Anatel sobre a proposta da Oi de alterar as metas de qualidade para se oferecer serviço de acesso à internet banda larga móvel – 3G e celular. Ativistas ligados ao Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e à Campanha Banda Larga consideram que a adoção das metas é uma conquista da sociedade, obtida a partir de mobilização em redes sociais em outubro de 2011.
Segundo a Oi, a proposta da Anatel de exigir metas de velocidade mínima e média inclui aspectos que "não dependem exclusivamente das operadoras" de telecomunicações. Ainda de acordo com a empresa, o desempenho da conexão estaria associado a questões como a característica do site acessado, conexões internacionais, redes de outras empresas, servidor e computador usado pelo consumidor, entre outros.
"Não é prática internacional o estabelecimento de metas de uma rede que utiliza premissas estatísticas para o dimensionamento das ofertas de banda larga, uma vez que o próprio uso estatístico é dinâmico e evolutivo, pois depende da carga dos conteúdos de texto, áudio ou vídeo", prega a nota da Oi.
A empresa alega ter adotado padrões técnicos empregados na Europa e nos Estados Unidos para propor a alteração que deu origem à consulta pública. A Oi afirma ainda que, apesar de o regimento da Anatel chamar de "anulação" o pedido de revisão, a intenção da empresa é apenas promover ajustes. "A Oi reitera o seu compromisso com a qualidade e com o consumidor e acredita que o regulamento de qualidade da Anatel possa ser aprimorado seguindo os padrões internacionais", conclui a nota.

Desde às 16h desta segunda, usuários de redes sociais como Twitter e Facebook concentram suas manifestações com a hashtag "#OiContraQualidade". O objetivo da mobilização é pressionar a Oi e a Anatel a manter a resolução original. "As metas foram conseguidas após outra manifestação parecida, em outubro do ano passado, com forte participação dos consumidores", sustenta o Idec.

Em outubro, foram 80 mil mensagens enviadas à Anatel, segundo os organizadores da campanha. Caso a medida seja aplicada, haverá critérios definidos para avaliar o serviço, incluindo velocidade mínima e média exigida. Atualmente, por ser um serviço exercido a partir de concessão em caráter privado, não há planos de universalização nem parâmetros de qualidade.

Justiça? Nahas faliu, mas continua em sua mansão


Enquanto isso, 1,7 mil famílias são despejadas do Pinheirinho
Justiça? Nahas faliu, mas continua em sua mansão
A mansão do especulador Naji Nahas: falência institucional em nome da elite (foto: Google Maps)
Em 1989, o mega-especulador Naji Nahas praticamente levou a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro à falência. Agora em 2012, ele consegue a proeza de levar a própria Justiça à falência. 
Não à falência financeira, muito pelo contrário, pois o Poder Judiciário parece até ir muito bem de caixa, como provam os super-salários de alguns juízes do Rio de Janeiro. O que está ruindo é a própria razão de ser do Judiciário, a capacidade de FAZER justiça...
Nahas quebrou a Bolsa do Rio deixando um rastro de dívidas que deveria alcançar seus bens. Sua holding Selecta S/A faliu quando seu esquema falhou. A Justiça do Rio de Janeiro condenou o especulador e tipificou o crime como falência fraudulenta. Nahas recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o processo ficou "dormindo" até prescrever, livrando-o da condenação. Um primeiro sinal da falência da nossa Justiça.
Por razões que só o Judiciário e os governos tucanos podem explicar, Nahas fica falido e não é ele quem é despejado de sua mansão. Quem é tirado de suas casas desumanamente são 1,7 mil famílias no Pinheirinho, em São José dos Campos, num terreno que pertencia à Selecta e pelo qual deve milhões de reais em impostos não pagos.
A constatação de que Nahas continua vivendo em sua mansão – com quadra de tênis, piscina e elevador, entre outros luxos –, sem ser despejado, prova que a lei para os ricos é uma, e para os pobres é outra.
O Judiciário pode gastar páginas e mais páginas, recorrendo a leis e mais leis para explicar como essa situação chegou a tal ponto, mas todo esse compêndio não passará dos autos que atestarão a falência da Justiça no Brasil.
Diante disso, fica a pergunta: quem fará a "reintegração de posse" da Justiça para o povo brasileiro?