sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O POVO COSPE NA TUMBA DOS VILÕES DE TOGA DA HISTÓRIA INQUISITORIAL


Foto: O POVO COSPE NA TUMBA DOS VILÕES DE TOGA DA HISTÓRIA INQUISITORIAL


Deixei para hoje a personagem que mais me emociona entre os grandes injustiçados da História: Joana D’Arc.

Sobre Joana D’Arc, os céticos insistem que, no que dela conhecemos, mito e realidade muitas vezes se confundem.

Porém, por mais precisão que os pesquisadores sérios busquem, sobre quais fatos da História remota podemos afirmar a total veracidade?

Joana foi a jovem que, liderando um exército francês na batalha dos 100 anos, libertou várias cidades francesas, dizendo-se sob inspiração divina, até cair durante o cerco de Compiègne.

Vendida aos ingleses, ela foi condenada por heresia e queimada viva em Rouen. Anos depois foi absolvida por um novo tribunal da inquisição, e no século passado, em 1920, foi tornada Santa Joana.

Conduzido pelo religioso Pierre Cauchon, o processo contra Joana D’Arc começou em 9 de janeiro de 1431 em plena Inquisição. Os outros acusadores foram Jean le Maistre, da Ordem dos Dominicanos, Jean Gravenet, inquisidor, profundo conhecedor das escrituras, Thomas de Courceles, reitor da Universidade de Paris, e dois frades mendicantes, Martin Ladvenu e Isembard de Ia Pierre.

Muitos bispos e cardeais ingleses participaram no processo, todos inimigos de Carlos VII, tendo em comum a intenção de provar que a “Donzela” era herege. O objetivo final daquele julgamento político era acusar Carlos VII de recorrer aos serviços de uma bruxa.

Então, Joana precisava ser culpada, precisava ser condenada, precisava ser bruxa.

Dissesse o que dissesse, respondesse o que respondesse, provasse o que provasse, nada disso contava. O que importava era condenar Joana, porque sua condenação ou sua absolvição teria grande peso no resultado do conflito da França com a Inglaterra.

Então, houve o julgamento vergonhoso, que se tornou inspiração para quilômetros de peças de teatro, poesias, tratados, textos vários, discursos, roteiros, encenações de todo o gênero, buscando repetir aquele tribunal de farsa, em que tudo que Joana dizia era interpretado de forma oposta, qualquer balbucio era grito, o mínimo gesto era amplo movimento, uma boa intenção era vista como péssima.

Declarada culpada no processo de condenação em 30 de maio de 1431, Joana d’Arc foi queimada viva em Rouen, aos 19 anos.

Muita gente da aristocracia, do poder e do próprio povo deve ter achado ótimo, brindado, dançado e festejado…

Os de hoje vão às igrejas, rezam por ela e pedem graças à Santa.

Hoje, cospem nas tumbas dos juízes cochons (porcos) Pierre Cauchon,  Jean le Maistre, Jean Gravenet, Thomas de Courceles, Martin Ladvenu e Isembard de Ia Pierre. Os vilões de toga da história inquisitorial.

Assim, ao longo dos séculos, desde a atuação dos tais jurados, a Justiça carrega as máculas daquela injustiçada que se tornou santa, do tribunal indigno, dos juízes porcos, surdos e cegos, mas não por imparcialidade. Ao contrário.

Surdos por impermeáveis à voz tonitruante da verdade. Cegos por usarem viseiras com os vidros da obtusidade do curto prazo.

Tais juízes vão dormir tranquilos as curtas noites da curta glória das bajulações. E perderão o sono nas longas noites do arrependimento… 

http://www.hildegardangel.com.br/?p=27980



Deixei para hoje a personagem que mais me emociona entre os grandes injustiçados da História: Joana D’Arc.

Sobre Joana D’Arc, os céticos insistem que, no que dela conhecemos, mito e realidade muitas vezes se confundem.

Porém, por mais precisão que os pesquisadores sérios busquem, sobre quais fatos da História remota podemos afirmar a total veracidade?

Joana foi a jovem que, liderando um exército francês na batalha dos 100 anos, libertou várias cidades francesas, dizendo-se sob inspiração divina, até cair durante o cerco de Compiègne.

Vendida aos ingleses, ela foi condenada por heresia e queimada viva em Rouen. Anos depois foi absolvida por um novo tribunal da inquisição, e no século passado, em 1920, foi tornada Santa Joana.

Conduzido pelo religioso Pierre Cauchon, o processo contra Joana D’Arc começou em 9 de janeiro de 1431 em plena Inquisição. Os outros acusadores foram Jean le Maistre, da Ordem dos Dominicanos, Jean Gravenet, inquisidor, profundo conhecedor das escrituras, Thomas de Courceles, reitor da Universidade de Paris, e dois frades mendicantes, Martin Ladvenu e Isembard de Ia Pierre.

Muitos bispos e cardeais ingleses participaram no processo, todos inimigos de Carlos VII, tendo em comum a intenção de provar que a “Donzela” era herege. O objetivo final daquele julgamento político era acusar Carlos VII de recorrer aos serviços de uma bruxa.

Então, Joana precisava ser culpada, precisava ser condenada, precisava ser bruxa.

Dissesse o que dissesse, respondesse o que respondesse, provasse o que provasse, nada disso contava. O que importava era condenar Joana, porque sua condenação ou sua absolvição teria grande peso no resultado do conflito da França com a Inglaterra.

Então, houve o julgamento vergonhoso, que se tornou inspiração para quilômetros de peças de teatro, poesias, tratados, textos vários, discursos, roteiros, encenações de todo o gênero, buscando repetir aquele tribunal de farsa, em que tudo que Joana dizia era interpretado de forma oposta, qualquer balbucio era grito, o mínimo gesto era amplo movimento, uma boa intenção era vista como péssima.

Declarada culpada no processo de condenação em 30 de maio de 1431, Joana d’Arc foi queimada viva em Rouen, aos 19 anos.

Muita gente da aristocracia, do poder e do próprio povo deve ter achado ótimo, brindado, dançado e festejado…

Os de hoje vão às igrejas, rezam por ela e pedem graças à Santa.

Hoje, cospem nas tumbas dos juízes cochons (porcos) Pierre Cauchon, Jean le Maistre, Jean Gravenet, Thomas de Courceles, Martin Ladvenu e Isembard de Ia Pierre. Os vilões de toga da história inquisitorial.

Assim, ao longo dos séculos, desde a atuação dos tais jurados, a Justiça carrega as máculas daquela injustiçada que se tornou santa, do tribunal indigno, dos juízes porcos, surdos e cegos, mas não por imparcialidade. Ao contrário.

Surdos por impermeáveis à voz tonitruante da verdade. Cegos por usarem viseiras com os vidros da obtusidade do curto prazo.

Tais juízes vão dormir tranquilos as curtas noites da curta glória das bajulações. E perderão o sono nas longas noites do arrependimento…