quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Exclusivo! A covardia de Rodrigo Pimentel custou a vida de cabo do 16º batalhão



Pimentel gosta de ser apresentado como ex-capitão do BOPE, mas esconde sua vergonhosa trajetória como policial
Pimentel gosta de ser apresentado como ex-capitão do BOPE, mas esconde sua vergonhosa trajetória como policial


Estejam certos que o relato que vou fazer aqui foi checado com três fontes diferentes e só depois de confirmado é que estou revelando. Tudo pode ser confirmado assim como a história que mostrei aqui no blog, quando o capitão Rodrigo Pimentel estava no BOPE e teve uma crise de pânico no meio de uma operação, urinou nas calças e o então comandante da tropa de elite, coronel Venâncio Moura teve que passar o comando para um sargento que salvou a guarnição. Tanto isso é verdade que podem checar outra informação. O BOPE tem o Hall da Tropa Especial, uma galeria que homenageia os bravos integrantes da unidade, e logo após esse episódio, o coronel Venâncio Moura mandou tirar o nome de Pimentel.

Mas vamos a esse outro caso, que ocorreu logo após a sua expulsão do BOPE por covardia. Como disse aqui ele foi transferido para o 29º batalhão, em Itaperuna. Mas antes disso, imediatamente após deixar o BOPE passou pelo 16º batalhão, em Olaria, que cuida da área do Complexo do Alemão. Foi ali que Pimentel protagonizou novo ataque de pânico.

Tudo aconteceu poucos dias depois de Pimentel ter chegado ao Batalhão de Olaria. Ele e um grupo de policiais ficaram encurralados numa localidade do Morro do Alemão conhecida como Inferno Verde, por onde correram os bandidos da Vila Cruzeiro naquelas célebres imagens da fuga em massa.

Pimentel queria ir recuperar um carro roubado, mas já estava escurecendo e foi aconselhado a não entrar no Alemão naquela hora. Assim mesmo decidiu ir e a guarnição ficou encurralada com tiros de fuzil vindo de todos os lados. Nesse momento, diante do risco, a tropa fez uma progressão conhecida no meio policial como "360 graus", onde um cobre o outro. Só que Pimentel se apavorou e se escondeu numa birosca. Ele deveria dar cobertura ao cabo Nobre (promovido a sargento post mortem). Não o fez e Nobre tombou com um tiro de fuzil no peito vindo a morrer. Foi necessário o major Parrini com mais 10 homens socorrer a guarnição e evitar uma tragédia maior, enquanto Pimentel estava escondido numa birosca.

A atitude covarde de Pimentel que custou a vida do cabo Nobre causou uma revolta tão grande, que o comandante do 16º batalhão, coronel Wilton Ribeiro, que posteriormente viria a ser comandante-geral, mandou formar a tropa, e na frente de todos desmoralizou Pimentel chamando-o de covarde.

Perguntem ao pessoal mais antigo do 16º batalhão se estou exagerando uma vírgula. Digo mais, por conta desse episódio, Pimentel ganhou o apelido de Michael Jackson na unidade. Chamavam-no assim por causa daqueles passos para trás do cantor americano.

Foi depois desse triste episódio no 16º batalhão, posterior ao ocorrido quando estava no BOPE, que Pimentel foi transferido para Itaperuna e então resolveu inventar que estava surdo para se aposentar por invalidez permanente e ainda ganhar um adicional.

Tanto esse episódio é verdadeiro, que Pimentel o usou para justificar que ficou surdo nesse tiroteio no Alemão. Só não conta que na verdade fugiu do tiroteio e se escondeu na birosca, fato também do conhecimento geral, dentro da Polícia Militar.

É claro que mesmo que Pimentel tivesse dado cobertura ao cabo Nobre, não podemos afirmar que ele não seria atingido, mas com certeza a probabilidade seria muito menor. Mas é bom que as pessoas saibam desses fatos, porque Pimentel é fanfarrão e vende a imagem de que foi um bravo, um corajoso policial que enfrentava bandidos, quando a sua trajetória depõe contra ele. Aliás, é interessante a TV Globo colocar para comentar sobre segurança pública, uma pessoa que tem interesses privados e uma empresa que presta serviços nessa área. Ou seja, um comentário dele, por exemplo, sobre aumento da insegurança na Zona Sul – como já foi feito - pode lhe render novos contratos para a sua empresa.


Em tempo: Vejam abaixo o documento assinado por Rodrigo Pimentel relativo ao tiroteio no Complexo do Alemão.

Documento oficial assinado por Rodrigo Pimentel confirma o tiroteio do Complexo do Alemão, só, é claro, ele não iria relatar o próprio ato de covardia
Documento oficial assinado por Rodrigo Pimentel confirma o tiroteio do Complexo do Alemão, só, é claro, ele não iria relatar o próprio ato de covardia

Confirmado! Ricardo Teixeira vai renunciar à presidência da CBF


Mulher e filha do capo já viajaram para Miami
O que muitos não acreditavam vai se consumar nas próximas horas
O que muitos não acreditavam vai se consumar nas próximas horas


Um importante parlamentar integrante da “bancada da bola”, na Câmara dos Deputados acabou de me confirmar que até sexta-feira, Ricardo Teixeira deixará o comando da CBF. Para este parlamentar, amigo do capo do futebol brasileiro, Ricardo Teixeira deverá se limitar a publicar uma nota no site da CBF comunicando sua renúncia. Segundo esse mesmo parlamentar o destino de Ricardo Teixeira após a renúncia é mesmo Miami, nos Estados Unidos, onde já estão sua mulher e sua filha.

Ainda segundo esse parlamentar com quem conversei, “craque da bancada da bola”, alguns dirigentes mais próximos a Ricardo Teixeira, tentaram convencê-lo nas últimas horas a renunciar à CBF, mas permanecer no COL (Comitê Organizador Local), responsável pela gestão da Copa de 2014. Segundo o parlamentar amigo de Teixeira, ele estaria preocupado com várias situações. A investigação que estamos fazendo contra ele na Câmara, através da PFC nº 13, a negativa da presidente Dilma, que não quis recebê-lo para uma audiência no Palácio do Planalto e a perda do apoio do presidente da FIFA, Joseph Blatter, seu antigo aliado, que está ameaçando revelar documentos da investigação da Justiça suíça sobre o caso das propinas, que envolve também seu sogro João Havelange. É bom lembrar que Havelange renunciou à posição de membro do Comitê Olímpico Internacional para evitar ser investigado por ter recebido suborno.

Grave é o que pode acontecer também com a saída de Ricardo Teixeira. Seus sucessores naturais para o cargo seriam: José Maria Marin, o vice-presidente mais velho da entidade e o presidente da Federação Paulista, Marco Pólo Del Nero, porém eles não têm a confiança das federações que votam para eleger o presidente da CBF.

Este parlamentar que também é cartola, afirmou que pela vontade de Teixeira, o seu sucessor seria o diretor da TV Globo, Marcelo Campos Pinto, responsável por negociar com os clubes, os contratos e cotas relativos à transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro. Mas na avaliação do parlamentar tudo pode acontecer com a renúncia de Ricardo Teixeira.


Quando comecei a coletar assinaturas para investigar Ricardo Teixeira e a CBF muitos duvidaram que o poderoso chefão pudesse um dia cair, pelo menos até à Copa do Mundo de 2014. Alguns colegas deputados chegaram até mesmo a retirar assinatura do pedido de instauração da CPI por pressão de presidentes de federação, governadores e outras autoridades importantes da República. Até mesmo o presidente da Câmara, Marco Maia (PT – RS) recebeu o capo da CBF em seu gabinete, numa demonstração clara de que não haveria CPI.

E agora como ficam os parlamentares que defenderam Ricardo Teixeira? Sua renúncia é sua própria confissão de culpa. Vejam abaixo a relação dos deputados que retiraram sua assinatura da CPI da CBF.


Os 59 deputados que assinaram o pedido de CPI da CBF, mas depois, diante das pressões, retiraram suas assinaturas
Os 59 deputados que assinaram o pedido de CPI da CBF, mas depois, diante das pressões, retiraram suas assinaturas



Esclarecimento: Alguns leitores já me questionaram sobre o nome de Romário não estar na lista dos que retiraram a assinatura, até dizendo que eu estou protegendo-o. Romário assinou o pedido de CPI e manteve sua assinatura, por isso não está na lista. 

Ficha Limpa deverá ser aplicada nas eleições deste ano



Ficha Limpa deverá ser aplicada nas eleições deste anoFoto: DORIVAN MARINHO/Agência Estado

O VOTO DA MINISTRA ROSA WEBER FAVORÁVEL À CONSTITUCIONALIDADE DA LEI DA FICHA LIMPA PRATICAMENTE DEFINIU O PLACAR DO JULGAMENTO INICIADO HOJE E QUE DEVE SER RETOMADO NESTA QUINTA-FEIRA

Por Agência Estado
15 de Fevereiro de 2012 às 20:39Agência Estado
O voto da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber favorável à constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa praticamente definiu o placar do julgamento iniciado hoje e que deve ser retomado amanhã. Rosa Weber se junta a pelo menos cinco ministros que em julgamentos anteriores já haviam se manifestado pela constitucionalidade da lei que veda a candidatura de políticos condenados por órgãos colegiados e daqueles que renunciam para fugir de processos de cassação.
Com isso, a Lei da Ficha Limpa deverá ser aplicada nas eleições deste ano de forma integral, salvo alguma alteração pontual que pode ser feita até o final do julgamento. A votação foi interrompida hoje quando o placar estava 4 a 1, favorável a declarar a lei constitucional.
Recém empossada no STF, Rosa Weber afirmou em seu voto que a Lei da Ficha Limpa não viola o princípio da presunção de inocência ao tornar inelegíveis políticos condenados judicialmente por órgãos colegiados, como um tribunal de Justiça, mesmo que ainda caiba recurso dessa condenação. Em seu voto, a ministra afirmou que a presunção da inocência está vinculada ao direito penal. Impor restrições em caráter eleitoral a políticos condenados em segunda instância não configuraria violação ao princípio da inocência e garantiria a proteção da coletividade e do estado democrático de direito.
"A Lei da Ficha Limpa foi gestada no ventre moralizante da sociedade brasileira que está agora a exigir dos poderes instituídos um basta", afirmou a ministra em seu voto. O homem público, acrescentou, submete-se a regras mais severas do que o homem comum. "Entendo que esta Corte não deve ser insensível a essas aspirações populares", disse a ministra.
O voto de Rosa Weber vai ao encontro do que já manifestaram publicamente os ministros Luiz Fux, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Carlos Ayres Britto e Cármen Lúcia. O ministro Marco Aurélio, que votou em 2011 por adiar para as eleições deste ano a aplicação da Lei da Ficha, deve se juntar a esses ministros, conforme revelou a ministros da Corte.
O ministro Dias Toffoli, que havia pedido vista do julgamento no ano passado, julgou ser inconstitucional barrar a candidatura de políticos condenados em segunda instância, mesmo que ainda possam recorrer da condenação. No entanto, ele entendeu que é legítimo impedir a candidatura de políticos que renunciam para fugir de processos de cassação.
Ao final do julgamento, os ministros podem reduzir os prazos previstos na lei para tornar um político inelegível. De acordo com o texto, o político se torna inelegível a partir da condenação em segunda instância, estendendo-se pelo prazo que for necessário até que seja condenado em última instância, somado o tempo em que estiver cumprindo a pena que foi imposta e mais oito anos a contar do fim do cumprimento dessa sanção.
Conforme os contrários à regra, esse dispositivo poderia tornar o político inelegível por mais de 50 anos. Fux sugeriu em seu voto, e essa proposta deverá ser discutida, que seja possível abater do prazo de inelegibilidade de oito anos o período decorrido entre a condenação por órgão colegiado e a decisão definitiva da Justiça. "Com os recursos, o tempo poderia ficar muito dilatado", disse o ministro.

Efeito CNJ: juízes abrem rendas em São Paulo



Efeito CNJ: juízes abrem rendas em São PauloFoto: Divulgação

BRIGA INTERNA NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO COMEÇA A PROVOCAR FISSURAS: DESEMBARGADOR GASTÃO TOLEDO DE CAMPOS MELLO PEDIU A SUSPENSÃO IMEDIATA DE SUAS VERBAS INDENIZATÓRIAS; JÁ ROBERTO MAC CRACKEN REVELOU OS VALORES QUE RECEBEU EM 2010

15 de Fevereiro de 2012 às 22:15
Fernando Porfírio _247 - O desembargador Gastão Toledo de Campos Mello pediu, nesta quarta-feira (15), a suspensão imediata das verbas indenizatórias que vinha recebendo do Tribunal de Justiça de São Paulo. Outro desembargador, Roberto Mac Cracken, revelou os valores que recebeu em 2010. Membros da corte paulista tentam se afastar do grupo de desembargadores que foram beneficiados com verbas milionárias.
Os dois magistrados integram a 22ª Câmara de direito Privado e são membros eleitos do Órgão Especial. As iniciativas estão sendo vistas como uma estratégia da maioria dos desembargadores para isolar os membros da corte paulista que estão na chamada “lista negra” de pagamentos milionários. Nessa lista estão magistrados que receberam entre R$ 644 mil e R$ 1,5 milhão.
O Brasil 247 apurou que os magistrados que abriram ou pediram a suspensão de seus pagamentos também estão preocupados com a provável relatoria que terão de assumir em investigações administrativas para investigar eventuais irregularidades em pagamentos privilegiados envolvendo seus colegas.
Mac Cracken, por exemplo, encaminhou ofício ao presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Ivan Sartori. O documento foi lido pelo próprio Sartori, durante a sessão do Órgão Especial, colegiado de cúpula formado por 25 desembargadores, na tarde desta quarta-feira.
“Embora ciente de que esses pagamentos não sejam objeto de qualquer procedimento de apuração, estou tomando a iniciativa para mostrar isenção, dignidade e moral”, afirmou Mac Cracken no ofício. O desembargador revelou que recebeu em 2010 R$ 99.578,09 e lembrou que esse valor ficou abaixo da média anual de R$ 178.612,74 recebida a título de atrasados pelos demais desembargadores.
“Não houve, portanto, qualquer pagamento extraordinário que violasse os princípios constitucionais da moralidade, impessoalidade e legalidade, não restando, desta forma, qualquer vestígio, por menor que seja, capaz de macular minha honra e imparcialidade”, disse o desembargador.
O documento do desembargador Mac Cracken com a revelação dos valores recebidos em 2010 foi provocado pelo vazamento da informação de que o magistrado teria recebido R$ 20,9 mil a mais do que o devido a título de indenização. O vazamento chegou aos ouvidos do desembargador durante a sessão secreta, ocorrida no último dia 8, no gabinete do presidente Ivan Sartori, uma hora antes da sessão pública do Órgão Especial.
O encontro serviria para acertar os “ponteiros” dos 25 membros que integram o Órgão Especial para que na sessão pública não ocorresse imprevistos que extrapolasse o controle da direção do maior tribunal de justiça do país. O caso dos pagamentos privilegiados é tratado com delicadeza.
Já o desembargador Gastão Toledo decidiu pedir a suspensão dos pagamentos futuros das verbas que estão sendo liberadas em seu nome. Os pagamentos dos desembargadores são feitos diretamente em depósitos bancários.
“Chegando ao meu conhecimento que em determinado período ocorreram pagamentos em desacordo com o princípio da isonomia, quero dizer que jamais requiri antecipação de qualquer verba de minha titularidade”, afirmou o próprio Gastão Toledo em pronunciamento público na sessão do Órgão Especial. “Mais ainda, requeiro imediatamente a suspensão das minhas verbas indenizatórias agravadas até que restabeleça a isonomia”, completou.
Na semana passada, por maioria de votos (15 a 9), o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo havia afastado a imediata aplicação de sanção aos desembargadores da corte que receberam pagamentos milionários.
O presidente do Tribunal paulista, Ivan Sartori, abriu a sessão administrativa da quarta-feira (8) apresentando duas opções a seus pares: a adoção de imediata de compensação, medida que levaria à suspensão de crédito que os desembargadores ainda têm a receber, ou aguardar a defesa prévia de cada um.
Votaram 24 magistrados, dos 25 integrantes do colegiado. A maioria decidiu que o tribunal deve aguardar a apresentação de defesa de cada um dos desembargadores que receberam valores excepcionais, relativos a um período de 2006 a 2010.
Ao todo, 29 magistrados são alvos de averiguação pelo Tribunal e estariam na chamada “lista negra”. Cinco deles são considerados os "casos mais graves". Um desembargador, Roberto Vallim Bellocchi, ex-presidente do Tribunal, recebeu R$ 1,6 milhão. Bellocchi não foi localizado para comentar o caso.
O atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, desembargador Alceu Penteado Navarro, recebeu R$ 640 mil. Navarro já apresentou sua justificativa e contratou o experiente advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira para patrocinar sua defesa. O caso de Navarro é considerado o mais sensível e comovente, por tratar-se de um grave problema de saúde em sua família.
O advogado Manoel Alceu também foi contactado para patrocinar a defesa dos desembargadores Fábio Gouvêa e Vianna Cotrim, que assim como Navarro, foram integrantes da antiga Comissão de Orçamento e Finanças por duas gestões da Presidência da Corte paulista.
O Tribunal procura descobrir os motivos que levaram a esses pagamentos antecipados. A cúpula do maior tribunal estadual do País, com 360 desembargadores, afirma que os pagamentos eram devidos, por causa de férias e licenças prêmios não cumpridas. Os magistrados que não foram beneficiados com as quantias milionárias criticam a falta de regras e o desrespeito ao princípio da isonomia.

Renata Lo Prete deixa a Folha de S.Paulo



Renata Lo Prete deixa a Folha de S.PauloFoto: Divulgação

JORNALISTA RESPONSÁVEL PELO FURO DO MENSALÃO COMEÇOU A TRABALHAR NO JORNAL EM 1986; SAÍDA NÃO FOI AMISTOSA

15 de Fevereiro de 2012 às 22:29
247 - A jornalista Renata Lo Prete deixou o jornal Folha de S.Paulo. Responsável pela coluna Painel e famosa pelas entrevistas com o deputado federal Roberto Jefferson (PTB), que desencaderaram o escândalo do Mensalão, em 2005, a jornalista não teve uma saída amistosa do jornal. Em seu lugar, assume o Painel a colega Vera Magalhães.
Renata Lo Prete atuava na Folha desde 1986, quando começou no caderno “Ilustrada”. Desde então, foi correspondente bolsista do jornal, editora-adjunta de “Mundo”, editora de “Ciências” e chefe da “Primeira Página”. No ano de 1998 assumiu o cargo de ombudsman, que ocupou por três anos.

Jornalista ameaçado: somos todos Lúcio Flávio


Do Balaio do Kotscho 



Lúcio Flávio Pinto Jornalista ameaçado: somos todos Lúcio Flávio
Reprodução Facebook
Caros leitores e colegas jornalistas,
trabalhei durante muitos anos com um jornalista excepcional: Lúcio Flávio Pinto, um paraense de notável coragem, que dedicou toda sua vida pessoal e profissional a divulgar e defender a sua terra e a sua gente. É o maior especialista em Amazônia do jornalismo brasileiro.
io é, acima de tudo, um estudioso, um trabalhador incansável, que não se conforma com as injustiças e as bandalheiras de que são vítimas a floresta e o povo que nela habita. Por isso, foi perseguido a vida toda pelos que ameaçam a sobrevivência desta região transformando as riquezas naturais em fortunas privadas.
Agora quem está ameaçado é o próprio Lúcio Flávio, na sua luta solitária contra dezenas de processos movidos pelos poderosos na Justiça para impedí-lo de continuar denunciando os assassinos da floresta.
Quem sempre esteve ao seu lado foi Raul Martins Bastos, nosso chefe no "Estadão", que me enviou na noite de segunda-feira a mensagem transcrita abaixo. É um libelo não só em defesa do grande jornalista, mas da nossa profissão permanentemente ameaçada nos tribunais.
Onde estão nesta hora as poderosas entidades patronais da mídia, como a ANJ e o nstituto Millenium, e seus arautos sempre tão preocupados na defesa da liberdade de imprensa e de expressão?
Lúcio está fora da grande imprensa há muitos anos, sobrevivendo com o seu  "Jornal Pessoal", um quinzenário que produz sozinho. Talvez por isso não mereceça a atenção dos editorialistas dos jornalões e das entidades que costumam se manifestar nestas horas, como a OAB e a CNBB.
Cabe, portanto, a nós, jornalistas, sair em sua defesa como propõe o mestre Raul Bastos e sermos todos Lúcio Flávio nesta hora.
***
"A indignidade que estão fazendo contra o jornalista Lúcio Flávio Pinto" é o título do texto-apelo de Raul Bastos:
"Peço que você não deixe de ler esta nota. É a história de uma injustiça. Uma indignidade.
Lúcio Flavio Pinto é um jornalista de Belém do Pará que há quase vinte anos edita uma publicação chamada Jornal Pessoal. É um profissional excepcional e fonte obrigatória quando for ser escrita a verdadeira história da região dos anos 70 para cá. Trabalhou, entre outros lugares, na Realidade, no Correio da Manhã e, por longos anos, no O Estado de S.Paulo como principal repórter da região e coordenador geral da cobertura dos correspondentes da Amazônia. Nesse período teve vida acadêmica e deu cursos sobre a Amazônia em universidades dos Estados Unidos e da Europa.
O Jornal Pessoal ele faz sozinho, da apuração à edição. Não tem publicidade. Evidentemente, o jornal luta para se manter. Mas esse é o menor problema da vida do Lúcio Flávio.
O grande problema é a pressão sistemática que ele sofre dos poderosos da região por publicar matérias que denunciam indignidades e incomodam justamente os poderosos da região. Tentam calá-lo de várias maneiras, da intimidação à agressão, e ele tem resistido bravamente.
Tentam sufocá-lo e calá-lo com 33 processos. Um deles está para ser concluído e tudo indica que poderá ser desfavorável.
Qual o "crime" do Lúcio Flávio Pinto?
O Lúcio publicou denúncias comprovadas de que estava ocorrendo uma enorme grilagem de terras na região. Com isso impediu que o empreiteiro CR Almeida fizesse na Amazônia a maior grilagem da história do Brasil. Em represália, foi processado por CR Almeida sob a alegação de ter sido chamado de pirata numa das matérias do Lúcio Flávio, o que julgou ofensivo.
Foi indo, foi indo e, agora, anos depois e por incrível que pareça, o caso está terminando assim:
Com o CR Almeida não aconteceu nada.
Com o Lúcio, se avizinha uma condenação. Com essa condenação, a perda da primariedade, uma porta aberta para a intimidação absoluta.
Os amigos do Lúcio Flávio,entre os quais com muito orgulho me incluo, decidiram que ele não pode e nem vai ficar sozinho.
Vamos batalhar para tentar esgotar todas as possibilidades jurídicas do caso.
Vamos batalhar para que o caso ganhe espaço na imprensa e nas redes sociais. Vamos chamar a atenção da imprensa especializada e internacional para o caso.
Vamos batalhar, se por acaso ocorrer o pior, para que ele tenha recursos para enfrentar a situação.
O objetivo deste email é dar conhecimento do que está acontecendo e da nossa disposição de não deixar continuar acontecendo.
O objetivo deste email é pedir a sua ajuda. Primeiro, divulgando o que está acontecendo no seu veículo de comunicação, na sua coluna, nos sites, redes sociais. Depois, nos ajudando nas ações nas áreas da comunicações e mobilização que tomaremos diante de cada circunstância.
Para quem quiser mais informações do que aconteceu e do que está acontecendo ler o texto abaixo do próprio Lúcio.
Contando com você, muito obrigado e um abraço do Raul Bastos".
***
O texto de Lúcio Flávio Pinto:
O Grileiro vencerá?
Em 1999 escrevi uma matéria no meu Jornal Pessoal denunciando a grilagem de terras praticada pelo empresário Cecílio do Rego Almeida, dono da Construtora C. R. Almeida, uma das maiores empreiteiras do país, com sede em Curitiba, no Paraná.
Sem qualquer inibição, ele recorreu a vários ardis para se apropriar de quase cinco milhões de hectares de terras no rico vale do rio Xingu, no Pará, onde ainda subsiste a maior floresta nativa do Estado, na margem direita do rio Amazonas, além de minérios e outros recursos naturais. Onde também está sendo construída a hidrelétrica de Belo Monte, para ser a maior do país e a terceira do mundo.
Os 5 milhões de hectares já constituem território bastante para abrigar um país, mas a ambição podia levar o empresário a se apossar de área ainda maior, de 7 milhões de hectares, o equivalente a 8% de todo o Pará, o segundo maior Estado da federação brasileira. Se fosse um Estado, a "Ceciliolândia" seria o 21º maior do Brasil.
Em 1996, na condição de cidadão, ajudei a preparar uma ação de anulação e cancelamento dos registros das terras usurpadas por C. R. Almeida, com a cumplicidade da titular do cartório de registro de imóveis de Altamira e a ajuda de advogados inescrupulosos. A ação foi recebida e todos advertidos de que aquelas terras não podiam ser comercializadas, por estarem sub-judice, passíveis de nulidade.
Os herdeiros do grileiro podem continuar na posse e no usufruto da pilhagem, apesar dessa decisão, porque a grilagem recebeu decisão favorável de dois desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado. Deve-se salientar que essas foram as únicas decisões favoráveis ao grileiro.
Com o acúmulo de informações sobre o estelionato fundiário, os órgãos públicos ligados à questão foram se manifestando e tomando iniciativas contra o golpe. O próprio poder judiciário estadual interveio no cartório de Altamira e demitiu todos os serventuários que ali trabalhavam, inclusive a escrivã titular, por justa causa.
Todos os que o empresário processou na comarca de São Paulo foram absolvidos. O juiz observou que essas pessoas, ao invés de serem punidas, mereciam era homenagens por estarem defendendo o patrimônio público.
A justiça de São Paulo foi muito mais atenta à defesa da verdade e da integridade de um bem público ameaçada por um autêntico "pirata fundiário", do que a justiça do Pará, com jurisdição sobre o território esbulhado. C. R. Almeida considerou ofensiva à sua dignidade moral a expressão, "pirata fundiário",  e as duas instâncias da justiça paraense sacramentaram a sua vontade.
Mesmo tendo provado tudo que afirmei fui condenado. A cabulosa sentença de 1º grau foi confirmada pelo tribunal, embora a ação tenha sido abandonada desde que Cecílio do Rego Almeida morreu, em 2008.
Depois de enfrentar todas as dificuldades possíveis, meus recursos finalmente subiram a Brasília em dezembro do ano passado. O recurso especial seguiu para o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Ari Pargendler, graças ao agravo de instrumento que impetrei (o Tribunal do Pará rejeitou o primeiro agravo; sobre o segundo já nada mais podia fazer).
Mas o presidente do STJ, em despacho do último dia 7, negou seguimento ao recurso especial. Alegou erros formais na formação do agravo: "falta cópia do inteiro teor do acórdão recorrido, do inteiro teor do acórdão proferido nos embargos de declaração e do comprovante do pagamento das custas do recurso especial e do porte de retorno e remessa dos autos".
A falta de todos os documentos apontada pelo presidente do STJ me causou enorme surpresa. Vou tentar esclarecer a situação, sabendo das minhas limitações. Não tenho dinheiro para sustentar uma representação desse porte. Muito menos para arcar com a indenização.
Desde 1992 já fui processado 33 vezes. Nenhum dos autores exerceu o legítimo direito de defesa. O Jornal Pessoal reproduz todas as cartas que recebe, mesmo as ofensivas, na íntegra. Todos foram diretamente à justiça, certos de contarem com a cumplicidade daquele tipo de toga que a valente ministra Eliana Calmon, Corregedora Nacional de Justiça, disse esconder bandidos, para me atar a essa rocha de suplícios, que, às vezes, me faz sentir no papel de um Prometeu amazônico.
Apesar de todas essas ações e do martírio que elas criaram na minha vida nestes últimos 20 anos, mantenho meu compromisso com a verdade, com o interesse público e com uma melhor sorte para a Amazônia, onde nasci. Não gostaria que meus filhos e netos (e todos os filhos e netos do Brasil) se deparassem com espetáculos tão degradantes, como o que vi: milhares de toras de madeira de lei, incluindo o mogno, ameaçado de ser extinto nas florestas nativas amazônicas, nas quais era abundante, sendo arrastadas em jangadas pelos rios por piratas fundiários, como o extinto Cecílio do Rego Almeida.
Depois de ter sofrido todo tipo de violência, inclusive a agressão física, sei o que me espera. Mas não desistirei de fazer aquilo que me compete: jornalismo. Algo que os poderes, sobretudo o judiciário do Pará, querem ver extinto, se não puder ser domesticado conforme os interesses dos donos da voz pública.
Decidi escrever esta nota não para pressionar alguém. Não quero extrapolar dos meus direitos. Decisão judicial cumpre-se ou dela se recorre. Se tantos erros formais foram realmente cometidos no preparo do agravo, o que me surpreendeu e causou perplexidade, paciência: vou pagar por um erro que impedirá o julgador de apreciar todo meu extenso e profundo direito, demonstrado à exaustão nas centenas de páginas dos autos do processo.
Terei que ir atrás da solidariedade dos meus leitores e dos que me apoiam para enfrentar mais um momento difícil na minha carreira de jornalista, com quase meio século de duração. Espero contar com a atenção das pessoas que ainda não desistiram de se empenhar por um país decente.
Belém (PA), 11 de fevereiro de 2012
LÚCIO FLÁVIO PINTO
Editor do Jornal Pessoal

Romaria a Serra no PSDB começa por 22 deputados



Romaria a Serra no PSDB começa por 22 deputadosFoto: Divulgação

TODOS OS 22 DEPUTADOS ESTADUAIS TUCANOS ASSINARAM NOTA EM QUE, NA PRÁTICA, IMPLORAM PARA JOSÉ SERRA ACEITAR SER O CANDIDATO DO PARTIDO A PREFEITO DE SÃO PAULO; PRESIDENTE MUNICIPAL JÁ DIZ QUE PRÉVIAS TÊM NOVA DATA, PARA ESPERAR PELA NOIVA, QUER DIZER, SERRA; MAS NEM PRÉVIAS ELE DEVERÁ ACEITAR; QUER CONSAGRAÇÃO

15 de Fevereiro de 2012 às 20:31
247 – No modelito pronto e acabado exigido pelo figurino político do ex-governador José Serra, a romaria começou. Hoje, os 22 deputados estaduais do PSDB assinaram manifesto em que, na prática, indicam Serra como a única opção eleitoral viável para o partido concorrer à Prefeitura de São Paulo. Nos últimos dias, uma série de políticos do partido tem ido até o ex-governador pedir, encarecidamente, para que ele aceite concorrer. Serra tem recebido a todos com a mesma avaliação política: ele seria, realmente, o único tucano capaz de evitar o que tem chamado de “desastre” para a legenda, qual seja uma aliança entre o PSD do prefeito Gilberto Kassab e o PT do candidato Fernando Haddad.
Não será surpresa se, nos próximos dias, os deputados federais do PSDB imitarem os estaduais do partido e igualmente pedirem Serra candidato. O senador Aloysio Nunes Ferreira, parceirão do ex-governador, estaria demorando em não pedir, ele também, pelo candidato.
“Trabalhamos seis meses nisso”, já lamenta, em tom de resignação, o maior adversário de Serra no partido, o secretário estadual de Energia José Aníbal. Isso, no caso, são as prévias partidárias, que podem ir para o vinagre. Se não forem, é certo que já tiveram suas regras alteradas, com a data de inscrições remarcada verbalmente, pelo presidente do diretório municipal do PSDB, Julio Semeghini, para o dia 4 de março. A decisão formal será tomada em reunião do diretório após o carnaval. "Não há no estatuto uma regra clara para fazer a inscrição", disse Semeghini nesta quarta 15. “A data final para inscrição é uma interpretação do estatuto".
É provável que nem mesmo as prévias Serra aceite. Ao seu estilo, ele deverá exigir do governador Geraldo Alckmin que todas as pré-candidaturas sejam retiradas em benefício da dele. Nos próximos 15 dias, diferentes tucanos tentarão demover os quatro pré-candidatos do PSDB a desistir da disputa interna partidária. Buscarão também garantir o apoio do PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Se isso se concretizar, Serra deve oficializar a pré-candidatura. O presidente do diretório municipal do PSDB analisou que o ex-governador é o único candidato, entre tucanos, que poderá atrair o PSD de Kassab ainda no primeiro turno.

Tucanos dão jeitinho para ter Serra em prévias



Tucanos dão jeitinho para ter Serra em préviasFoto: Divulgação

PRAZO PARA INSCRIÇÃO NAS PRIMÁRIAS DO PARTIDO PARA A ELEIÇÃO DE SÃO PAULO TERMINOU ONTEM, MAS INDICAÇÃO DE QUE O EX-GOVERNADOR PODE PARTICIPAR DO PLEITO GEROU CONVOCAÇÃO DO PRESIDENTE MUNICIPAL DA SIGLA, JULIO SEMEGHINI (À ESQ.), DE REUNIÃO PARA DISCUTIR O ASSUNTO DEPOIS DO CARNAVAL

Por Agência Estado
15 de Fevereiro de 2012 às 16:32Agência Estado
A indicação dada pelo ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) de que poderá disputar a sucessão à Prefeitura de São Paulo levou lideranças tucanas a procurar uma brecha jurídica para tornar possível sua participação nas prévias partidárias, marcadas para o dia 4 de março. A resolução municipal que disciplina a eleição interna estabelece que o prazo final para inscrição de pré-candidatos terminou ontem.
O argumento de dirigentes do partido, contudo, é que o estatuto do PSDB não estabelece uma data limite para a participação neste processo. O presidente municipal da sigla, Julio Semeghini, informou hoje, após evento na capital paulista, que os diretórios municipal e estadual do PSDB irão se reunir, após o feriado de carnaval, para discutir qual deve ser o entendimento sobre as inscrições para as prévias.
"Não há no estatuto data clara de limite de inscrição das prévias", argumentou Semeghini. "Em relação aos candidatos, é uma decisão dos diretórios estadual e nacional, é uma interpretação do estatuto que vale para todas as prévias que o partido tem", acrescentou. O presidente municipal do PSDB ressaltou que a eleição interna será mantida e os pré-candidatos do partido adquiriram direito de disputá-la e "ninguém vai poder tirar deles". "Eu acredito que se houver qualquer interesse do José Serra, será antes das prévias, pois ele terá de participar do processo", disse. "Eu acredito que o ex-governador de São Paulo poderá ser candidato nessas prévias, e torço por isso".
Semeghini lembrou que o diretório municipal do partido tem autonomia para suspender a eleição interna, mas que para isso é necessário que haja um consenso entre os pré-candidatos. "Se um dia tiver de acabar as prévias, é uma determinação do diretório municipal com os pré-candidatos. Eles teriam de abrir mão de ser pré-candidatos." O presidente municipal do PSDB participou nesta manhã de evento de entrega de 429 novos veículos que irão compor a frota do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP). O investimento superior a R$ 21 milhões é parte do processo de reestruturação do Detran-SP, com foco de ampliação na qualidade do atendimento.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que também participou do evento, afirmou nesta manhã que a eleição interna para a escolha do candidato do PSDB à Prefeitura está mantida, mas disse que, se o ex-governador decidir ser candidato, a legenda vai avaliar a questão. "Não tem nenhum fato novo. Se o ex-governador se dispuser a ser candidato, e não tem essa definição, o partido vai avaliar", afirmou. Segundo ele, Serra ainda não tomou nenhuma decisão sobre candidatura, mas é um "grande nome" da legenda. Alckmin foi evasivo quando perguntado se José Serra terá de se inscrever nas prévias caso decida disputar a Prefeitura paulistana. "Nós não vamos discutir hipóteses", afirmou.