quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A queda do avião que transportava Eduardo Campos foi um acidente ou sabotagem?

Interesses dos EUA e Globalistão de Soros na América Latina

19/8/2014, [*] Wayne MadsenStrategic Culture
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Eduardo Campos e Marina Silva 
As eleições presidenciais no Brasil marcadas para outubro estavam sendo dadas como resolvidas, com a reeleição da atual presidenta Dilma Rousseff. Isso, até a morte, num acidente de avião, de um candidato absolutamente sem brilho ou força eleitoral próprios, economista e ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Dia 13/8, noticiou-se que o avião que levava Campos – candidato de centro, pró-business, que ocupava o 3º lugar nas pesquisas, atrás até do candidato do partido mais conservador (PSDB), Aécio Neves, também economista e defensor da ‘'austeridade'’ – espatifara-se numa área residencial de Santos, no estado de São Paulo, Brasil. Campos era candidato do Partido Socialista Brasileiro, antigamente da esquerda, mas hoje já completamente convertido em partido pró-business.

Como aconteceu nos partidos trabalhistas da Grã-Bretanha, da Austrália e Nova Zelândia, nos liberais e novos partidos democráticos canadenses, e no Partido Democrata dos EUA, interesses corporativos e sionistas infiltraram-se também no Partido Socialista Brasileiro e o converteram num partido da “Terceira Via”, pró-business e só muito fraudulentamente ainda denominado partido “socialista”.

Já é bem visível que os EUA tentam desestabilizar o Brasil, desde que a Agência de Segurança Nacional dos EUA espionou correspondência eletrônica e conversações telefônicas da presidenta Dilma Rousseff do Partido dos Trabalhadores (PT) e vários de seus ministros, o que levou ao cancelamento de uma visita de estado que Rousseff faria a Washington; e com o Brasil hospedando o presidente russo Vladimir Putin e outros líderes do bloco econômico dos BRICS em recente encontro de cúpula em Fortaleza.
Dilma, Aécio e Campos (e Marina) em maio/2014 

O Departamento de Estado dos EUA e a CIA só fazem procurar pontos frágeis no tecido social do Brasil de Rousseff, para criar aqui as mesmas condições de instabilidade que fomentaram em outros países na América Latina (Venezuela, Equador, Argentina – na Argentina mediante bloqueio de créditos para o país, em operação arquitetada por Paul Singer, capitalista-abutre sionista) – e na Bolívia.

Mas Rousseff, que antagonizou Washington ao anunciar, com outros líderes BRICS em Fortaleza, o estabelecimento de um banco de desenvolvimento dos países BRICS, para concorrer contra o Banco Mundial (controlado por EUA e União Europeia) parecia imbatível nas eleições de reeleição. A atual presidenta era, sem dúvida, candidata ainda imbatível quando, dia 13 de agosto, Campos e quatro de seus conselheiros de campanha, além do piloto e copiloto, embarcaram no avião Cessna 560XL, que cairia em Santos, matando todos a bordo.

A queda do avião empurrou para a cabeça da chapa do PS a candidata que concorria como vice-presidente, Marina Silva. Em 2010, Silva recebeu inesperados 20% dos votos à presidência, como candidata de seu Partido Verde. Esse ano, em vez de concorrer sob a legenda de seu partido, Marina optou por agregar-se à chapa pró-business, mas ainda dita “socialista” de Campos. Hoje, Marina já está sendo apresentada – talvez com certo exagero muito precipitado! – como melhor aposta para derrotar Rousseff nas eleições presidenciais de outubro próximo.

Marina, que é pregadora cristã evangélica em país predominantemente cristão católico romano, também é conhecida por ser muito próxima da infraestrutura da “sociedade civil” global e dos grupos de “oposição controlada” financiados por George Soros, capitalista e operador de hedge fund globais. Conhecida por sua participação nos esforços para proteção da floresta amazônica brasileira, Marina tem sido muito elogiada por grupos do ambientalismo patrocinado pelo Instituto Open Society [Sociedade Aberta], de George Soros. A campanha de Marina, como já se vê, está repleta de palavras-senha da propaganda das organizações de Soros: “sociedade sustentável”, “sociedade do conhecimento” e “diversidade”.

Marina Silva - Olimpíadas de Londres/2010
Marina exibiu-se ao lado da equipe do Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres em 2012. O ministro dos Esportes do Brasil, Aldo Rebelo, disse que a exibição de Marina naquela cerimônia havia sido aprovada pela Família Real Britânica, e que ela “sempre teve boas relações com a aristocracia europeia”.

Marina também apoia com muito mais empenho que Rousseff as políticas de Israel para a Palestina. Como se vê também nas Assembleias de Deus de cristãos pentecostais, Marina participa de uma facção religiosa que acolhe, não raro nas posições de comando organizacional, membros do movimento mundial dos “Cristãos Sionistas”, tão avidamente pró-Israel quanto organizações de judeus sionistas como B'nai B'rith e o World Jewish Congress. As Assembleias de Deus creem no seguinte, sobre Israel:

Segundo a Escritura, Israel tem importante papel a cumprir no fim dos tempos. Por séculos, estudiosos da Bíblia ponderaram sobre a profecia de uma Israel restaurada. “Eis o que diz o Senhor Soberano: Tirarei os israelitas das nações para as quais foram. Reuni-los-ei de todas as partes e os porei juntos na sua própria terra”. Quando o moderno estado de Israel foi criado em 1948, e os judeus começaram a ir para lá, de todos os cantos do mundo, os estudiosos da Bíblia viram ali a mão de Deus em ação; e que nós viveremos lá os últimos dias.

Marina Silva e Marco Feliciano... Parceiros?
Em 1996, Marina recebeu o Prêmio Ambiental Goldman, criado pelo fundador da Empresa Seguradora Goldman, Richard Goldman e sua esposa, Rhoda Goldman, uma das herdeiras da fortuna da empresa de roupas Levi-Strauss.

Em 2010, Marina foi listada, pela revista Foreign Policy, editada por David Rothkopf, do escritório de advogados Kissinger Associates, na lista de “principais pensadores globais”.

O mais provável é que jamais se conheçam todos os detalhes do acidente que matou Campos. Participam hoje das investigações sobre o acidente a National Transportation Safety Board (NTSB) e a Federal Aviation Administration, do governo dos EUA. Membros dessas duas organizações com certeza serão informados do andamento das investigações e passarão tudo que receberem para agentes da CIA estacionados em Brasília, os quais tudo farão para ter o título “Trágico Acidente” estampado no relatório final.

A CIA sempre conseguiu encobrir sua participação em outros acidentes de avião na América Latina que eliminaram opositores do imperialismo norte-americano naquela parte do mundo. Dia 31/7/1981, o presidente Omar Torrijos, do Panamá, morreu quando o avião da Força Aérea panamenha no qual viajava caiu perto de Penonomé, Panamá. Sabe-se que, depois que George H. W. Bush invadiu o Panamá em 1989, os documentos da investigação sobre o acidente, que estavam em posse do governo do general Manuel Noriega foram confiscados por militares norte-americanos e desapareceram.

Super King Air- 200, Beechcraft
Dois meses antes da morte de Torrijos, o presidente Jaime Roldós do Equador, líder populista que se opunha aos EUA, havia também morrido num acidente de avião: seu avião Super King Air (SKA), operado como principal aeronave de transporte oficial pela Força Aérea do Equador, caiu na Montanha Huairapungo na província de Loja. No avião, também viajavam a Primeira-Dama do Equador, e o Ministro da Defesa e esposa. Todos morreram na queda do avião. O avião não tinha Gravador de Dados do Voo, equipamento também chamado de “caixa preta”. A polícia de Zurique, Suíça, que conduziu investigação independente, descobriu que a investigação feita pelo governo do Equador encobria falhas graves. Por exemplo, o relatório do governo do Equador sobre a queda do SKA, não mencionava que os motores do avião estavam desligados quando a aeronave colidiu contra a parede da montanha.

Cessna Citation 560XL
Como o avião de Roldós, o Cessna de Campos também não tinha gravador de dados de voo. Além disso, a Força Aérea Brasileira anunciou que duas horas de conversas gravadas pelo gravador de voz da cabine de voo do Cessna em que viajava Campos não incluem qualquer conversa entre o piloto, copiloto e torre de controle naquele dia 13 de agosto. O gravador de voz da cabine a bordo do fatídico Cessna 560XL foi fabricado por L-3 Communications, Inc.de New York City. Essa empresa L-3 é uma das principais fornecedoras de equipamento de inteligência e espionagem para a Agência de Segurança Nacional dos EUA, a mesma empresa que fornece grande parte das capacidades de escuta de seu cabo submarino, mediante contrato entre a ASN (Agência de Segurança Nacional – NSA em inglês) e a Global Crossing, subsidiária da L-3.

Embora Campos não fosse inimigo dos EUA, sua morte em circunstâncias suspeitas, apenas poucos meses antes da eleição presidencial, substituído, como candidato, por elemento importante na infraestrutura política coordenada por George Soros, cria alguma dificuldade eleitoral para a presidenta Rousseff, que Washington, sem dúvida possível, vê como adversária.

A "pedra no sapato" de Soros, da CIA e dos EUA
Os EUA e Soros pesquisam já há muito tempo várias vias para invadir e desmontar, por dentro, o grupo das nações BRICS. A tentativa de Soros-CIA para pôr na presidência da China um homem como Bo Xilai foi neutralizada, porque os chineses conseguiram capturá-lo e condená-lo por corrupção, antes.

Com Rússia e África do Sul absolutamente inacessíveis para esse tipo de ardil, restam Índia e Brasil, como alvos dos esforços da CIA e de Soros para fazer rachar e desmontar o grupo BRICS. Embora o governo do direitista Narendra Modi na Índia esteja apenas começando, há sinais de que pode vir a ser a cunha de que os EUA precisam para desarticular os BRICS. Por exemplo, a nova Ministra de Relações Exteriores da Índia, Sushma Swaraj, é conhecida como empenhada e muito comprometida aliada de Israel.

Outubro de 2013 - cria-se o "Cavalo de Tróia"
No Brasil, hoje governado por Rousseff, a melhor oportunidade para infiltrar no governo um dos “seus” parece ser, aos olhos da CIA e Soros, a eleição de Marina Silva. Seria como um “Cavalo de Tróia” infiltrado no comando de um dos países do grupo BRICS, em posição para atacar por dentro aquele bloco econômico, mais importante a cada dia.

A queda do avião que matou Eduardo Campos ajudou a empurrar para muito mais perto do Palácio da Alvorada, em Brasília, uma agente-operadora dos grupos financiados por George Soros.
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[*] Wayne Madsen é jornalista investigativo, autor e colunista. Tem cerca de vinte anos de experiência em questões de segurança. Como oficial da ativa projetou um dos primeiros programas de segurança de computadores para a Marinha dos EUA. Tem sido comentarista frequente da política de segurança nacional na Fox News e também nas redes ABC, NBC, CBS, PBS, CNN, BBC, Al JazeeraStrategic Culture e MS-NBC. Foi convidado a depor como testemunha perante a Câmara dos Deputados dos EUA, o Tribunal Penal da ONU para Ruanda, e num painel de investigação de terrorismo do governo francês. É membro da Sociedade de Jornalistas Profissionais (SPJ) e do National Press Club. Reside em Washington, DC.

http://redecastorphoto.blogspot.pt/2014/08/marina-silva-george-soros-e-mais-um.html?spref=fb

Quando a PF investiga e interroga membros do governo Dilma cumpre seu papel institucional em o fazendo com tucanos age politicamente

Intimado a depor sobre cartel, Serra diz que PF atua politicamente

Jornal GGN - A Polícia Federal intima José Serra, ex-governador e candidato do PSDB ao Senado, para que explique a tentativa de interferir em disputa entre multinacionais. A Folha traz a matéria hoje, com direito a três linhas de chamada em canto de página principal, do lado esquerdo, e manchete interna com matéria e explicação da assessoria de Serra, o “outro lado”.
A Polícia Federal está convocando Serra para que se explique quanto aos e-mails e depoimento de ex-executivo que sugerem que teria atuado a favor da CAF e da Alstom. Segundo o inquérito da PF, conduzido por Milton Fornazieri Júnior, três das sete concorrências sob investigação ocorreram durante o governo José Serra, entre 2007 e 2010. O executivo da Siemens, Nelson Branco Marchetti, sugeriu que houve pressão do então governador para que a empresa CAF desistisse de recurso judicial por ter sido preterida, pois isso atrapalharia uma outra licitação em curso, onde teria a melhor proposta e seria aprovada. Segundo Marchetti, Serra sugeriu que a empresa alemã buscasse acordo para evitar disputa com a CAF.
Serra é citado também em outro e-mail, desta vez do presidente da Alstom José Luiz Álqueres, que diz que o tucano ajudou na abertura de uma fábrica da empresa.
A assessoria de Serra diz estranhar a inclusão do nome do ex-governador nesse inquérito “às vésperas da eleição, sobretudo depois que o Ministério Público Estadual, e até o procurador-geral da Justiça, arquivaram a mesma investigação”. Segundo a nota, "o vazamento desse inquérito neste período eleitoral revela motivação política para produzir artificialmente uma notícia".
Leia a matéria da Folha.
da Folha
Candidato ao Senado, ex-governador é chamado para explicar tentativa de interferir em disputa entre multinacionais
Segundo executivo da Siemens, Serra sugeriu acordo para evitar ação contra espanhola CAF quando governava SP
FLÁVIO FERREIRA
MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO
A Polícia Federal intimou o ex-governador paulista e candidato ao Senado José Serra (PSDB) para depor sobre os contatos que manteve com empresas do cartel de trens que atuou no Estado entre 1998 e 2008, de acordo com documento obtido pela Folha.
A PF quer saber se o tucano, quando era governador, atuou a favor das multinacionais CAF e Alstom, como sugerem e-mails e o depoimento de um executivo. No caso da CAF, a interferência seria numa disputa com outra empresa do cartel, a Siemens.
Além de Serra, outras 44 pessoas serão ouvidas pela polícia, que investiga suspeitas de fraude em licitações em sucessivos governos do PSDB. O depoimento de Serra foi marcado para 7 de outubro, dois dias após o primeiro turno das eleições deste ano.
Também foram convocados o ex-secretário dos Transportes Metropolitanos José Luiz Portella, o atual presidente da estatal CPTM Mário Bandeira e o ex-presidente do Metrô Sérgio Avelleda.
No inquérito conduzido pelo delegado Milton Fornazari Júnior, três das sete concorrências sob investigação foram realizadas durante o governo José Serra (2007-2010).
E-mail de 2008 e depoimento do executivo da multinacional alemã Siemens Nelson Branco Marchetti sugerem que houve pressão de Serra e de Portella para que a empresa desistisse de um recurso judicial que impediria a conclusão de uma licitação da CPTM na qual a CAF apresentara a melhor proposta.
O e-mail relata uma conversa do executivo com Serra e Portella durante congresso do setor ferroviário em Amsterdã, na Holanda, em 2008.
Segundo Marchetti, Serra sugeriu que a companhia alemã buscasse um acordo para evitar a disputa com a CAF.
Na licitação da CPTM, que tinha como objeto a compra de 40 trens, a Siemens ameaçava questionar na Justiça o resultado da concorrência.
A Siemens apresentou a segunda melhor oferta, mas esperava ficar com o contrato se conseguisse desqualificar a rival, que apresentara a proposta com preço mais baixo.
Segundo Marchetti, Serra alertou que a licitação seria cancelada se a CAF fosse desqualificada, mas disse que ele e Portella "considerariam" outras soluções para evitar que a disputa provocasse atraso na entrega dos trens.
De acordo com o e-mail, uma das saídas discutidas seria a CAF dividir a encomenda com a Siemens, subcontratando a empresa alemã para a execução de 30% do contrato. Outra possibilidade seria encomendar à Siemens os componentes dos trens.
Outro e-mail, do ex-presidente da Alstom José Luiz Álqueres, também cita Serra. Alquéres relata que o tucano ajudou na abertura de uma fábrica da Alstom em uma antiga unidade da empresa Mafersa, em São Paulo.
Outro lado

Tucano diz que motivos políticos orientam polícia

DE SÃO PAULO
A assessoria do ex-governador José Serra (PSDB) disse que "estranha muito a inclusão do nome dele nesse inquérito às vésperas da eleição, sobretudo depois que o Ministério Público Estadual, e até o procurador-geral de Justiça, arquivaram a mesma investigação".
Segundo nota da assessoria do tucano, "o vazamento desse inquérito neste período eleitoral revela motivação política para produzir artificialmente uma notícia".
A nota afirma que o procurador-geral "reconheceu que Serra atuou de maneira a evitar qualquer cartel quando esteve no governo".
Anteriormente, Serra dissera que defendeu o interesse público ao se opor à medida judicial da Siemens, já que o preço oferecido pela CAF era muito mais baixo.
Serra afirma que não sabia do motivo da intimação da PF até ser procurado pela Folha.
O ex-secretário de Transportes Metropolitanos José Luiz Portella e o ex-presidente do Metrô Sérgio Avelleda não quiseram se pronunciar.
A CPTM afirma que os seus "dirigentes continuam colaborando com os órgãos que investigam as denúncias sobre formação de cartel por parte das empresas que participaram de licitações".
A estatal diz ter "total interesse em apurar os fatos e, constatado o prejuízo, exigir ressarcimento".
http://jornalggn.com.br/noticia/intimado-a-depor-sobre-cartel-serra-diz-que-pf-atua-politicamente

Bonner e Poeta expõem o desespero tautista da TV Globo

A verborragia estudada e simulada de William Bonner e Patrícia Poeta (perguntas quilométricas e fisionomias treinadas em longos anos de experiência olhando para “teleprompters” nos estúdios de TV) na suposta entrevista com a candidata Dilma Roussef não quis dizer apenas que a TV Globo “não gosta dela”. A dupla de apresentadores do Jornal Nacional involuntariamente expôs a dramática situação atual da emissora: o desespero “tautista” (tautologia + autismo) – ter que ao mesmo tempo assumir o papel de oposição política servindo de câmara de eco da pauta da grande mídia e institutos de pesquisa e ter que demonstrar histericamente que ela é imparcial para tentar recuperar uma audiência em queda pela perda de credibilidade e relevância.  A resposta da emissora para seu dilema existencial não poderia ser mais autista quando utiliza a técnica de dissociação psíquica na entrevista, velha tática do Manual Kubark de Interrogatório e Contra-inteligência” da CIA.

Em 1985, no último bloco de debate dos candidatos à Prefeitura de São Paulo, o jornalista Boris Casoy disparou uma pergunta a Fernando Henrique Cardoso: “Senador, o sr. acredita em Deus? A reposta dessa pergunta simples e direta fez ele perder uma eleição que parecia ganha.

Um ano depois, durante a Copa do Mundo no México, o dublê de ator e jornalista Marcelo Tas, na pele do personagem cínico Ernesto Varela, conseguiu invadir a concentração da seleção brasileira para dar de cara com o cartola Nabi Chedid, então chefe da delegação. Varela foi direto: “depois da Copa, qual será a sua próxima jogada?”. Transtornado com a pergunta maliciosa, Nabi expulsou ele e o câmera Toniko Melo da concentração.


No passado, perguntas simples e diretas eram
capazes de desconstruir entrevistados
Esses foram tempos onde a televisão ainda possibilitava a abertura de espaços para a realidade do mundo exterior, a realidade de um país que se abria politicamente depois duas décadas de regime militar. Uma década onde uma série de programas televisivos utilizavam uma linguagem experimental assentada na metalinguagem como possibilidade de desconstruir todos os chavões, clichês e estereótipos da grande mídia. Assim como o personagem Ernesto Varela, que através de perguntas diretas e inesperadas desmontava todos os clichês do jornalismo televisivo e, ao mesmo tempo, conseguia se sintonizar com a realidade de um país que mudava.

O que testemunhamos no último dia 18 na espécie de “pinga fogo” da bancada do Jornal Nacional da TV Globo com a candidata à reeleição Dilma Roussef foi o sintoma de toda uma reversão que a televisão brasileira mergulhou em duas décadas depois dos experimentos televisivos radicais como Fábrica do SomPerdidos na NoiteGoulart de Andrade e o próprio repórter amalucado Ernesto Varela da produtora Olhar Eletrônico.

Os 40% de tempo de fala que os “entrevistadores” William Bonner e Patrícia Poeta ocuparam na sabatina à candidata Dilma demonstraram não só como a metalinguagem e a autorreferência que domina hoje a TV deixou de ser radicalmente crítica como nas experiências descritas acima, para se tornar um sintoma de uma espécie de desespero tautista em que a TV Globo se encontra.

Na verdade, Bonner e Poeta não estavam ali para entrevistar a candidata, mas para desesperadamente falar de si mesmos, como em todo programa do gênero talkshow da TV pós-moderna, ou “Neotevê” como dizia Umberto Eco. a atração já não é tanto as ideias ou a personalidade do entrevistado mas o estilo ou as idiossincrasias do entrevistador: suas conversas com os câmeras, as brincadeiras com o boom operator, as piadas e gozações com membros da banda musical de apoio etc. É como se a Neotevê fizesse um constante making-off. O mundo exterior é um mero pretexto para ela se desnudar na frente do telespectador.

Simulação de imparcialidade com
fisionomias aprendidas em anos
olhando para
os teleprompters dos estúdios
Mas no caso de Bonner e Poeta há um ingrediente a mais, o desespero tautista: eles precisam simular o quanto eles são implacavelmente críticos e objetivos (supostamente estão ali para dar paulada em todos) e, ao mesmo tempo e de forma paradoxal, têm que se tornar uma espécie de câmara de eco da própria agenda criada pela grande mídia e pelos institutos de pesquisa nessas eleições: corrupção, mensalão, crise da saúde, crise econômica e inflação.

Suas verborragias estudadas e simuladas (dedos em riste, soquinhos na mesa, os olhos apertados de Bonner sugerindo argúcia e gravidade e as expressões de ojeriza ou repugnância de Poeta – sobrancelhas erguidas e lábios apertados) expressam uma situação desesperadora para a grande mídia, mas em particular para a TV Globo: ela tem que assumir o papel de oposição (desde a convocação de Maria Judith Brito, em 2010 presidente da Associação Nacional dos Jornais) e, ao mesmo tempo, aparentar imparcialidade e credibilidade numa situação atual de curva descendente de audiência.

As perguntas quilométricas de Bonner e Poeta, muito mais a repetição dos mantras estampados nas perguntas dos institutos de pesquisas, é o sintoma desse tautismo global, tendência generalizada da chamada Neotevê, mas que se torna dramática na atual condição esquizofrênica em que se meteu a Globo.

O que é tautismo?


Conceito criado pelo francês Lucien Sfez, o tautismo tem a ver com o que ele chamava de “comunicação confusional”, traço dominante contemporâneo onde o processo comunicacional teria se tornado um diálogo sem personagem. Só leva em conta a si mesmo, isto é, a comunicação como seu próprio objeto. (veja SFEZ, Lucien. Crítica da Comunicação. São Paulo: Loyola, 2000).

Sfez: o tautismo é uma
"comunicação confusional"
Sistemas de comunicação que se tornam expansivos e complexos tenderiam às características de auto-organização e fechamento: de um lado a característica da tautologia (repetição lógica onde o resultado é igual a sua proposição; soma-se a isso o autismo onde o sistema de comunicação cria um mundo próprio com pouco ou nenhum contato com o mundo exterior.

As redes das grandes mídias acabaram criando uma verdadeira câmara de eco onde seus experts, editores, chefes, colunista e executivos criaram uma agenda cujos temas são confirmados pelos números e estatísticas de pesquisas cujas perguntas tendenciosas acabam confirmando proposições e hipóteses. Tautismo, em síntese: discurso autorreferencial, delirante, neurótico.

Da neurose televisiva à esquizofrenia


Mas no caso da TV Globo vai além da neurose: evolui para a patologia da esquizofrenia. A emissora ainda tem que enfrentar a queda de audiência e credibilidade. Como lidar com esse duplo vínculo de servir de oposição política e câmara de eco da grande mídia e lidar com descrédito e queda no ibope? Sua reposta não poderia ser mais tautista: a simulação de independência crítica através dos “pinga fogos” no Jornal Nacional. Isso sem falar nas simulações de reunião de pauta no programa Fantástico (simulando para o público transparência na produção de notícias) e o estúdio de vidro no Rio de Janeiro do SporTV durante a Copa do Mundo. Desesperados simulacros para tentar convencer os telespectadores de que a Globo é “transparente”.

Pelo menos o Pinga Fogo
da extinta TV Tupi
tinha charme e estilo
Mas chamar de “pinga fogo” é até desmerecer o antigo programa homônimo da extinta TV Tupi que foi ao ar de 1955 a 1980. Pelo menos lá havia toda uma referencia da linguagem e estética dos filmes clássicos noir e se suspense norte-americanos, com pitadas de expressionismo alemão: contrastes fortes de claro e escuro, sombras, a fumaça dos cigarros criando uma atmosfera de tensão e suspense a cada pergunta, os silêncios que produziam expectativa etc.

Hoje o que testemunhamos é simulação, canastrice e até arrogância (sintoma do tautismo) e desrespeito, como o dedo em riste levantado contra a candidata.

Tautismo e dissociação psíquica


E quando a realidade teima em contrariar o script tautista criado pela grande mídia? Presenciamos a resposta que a grande mídia dá a esse tipo de situação, ao vivo, no Jornal Nacional: o clássico mecanismo de defesa esquizofrênico quando o paciente não quer enfrentar a realidade que o contradiz, a dissociação – mecanismo de defesa onde a ansiedade ou certas sensações físicas ou emocionais são separadas do restante do psiquismo.

Esse mecanismo acabou se transformando em método para muitos vendedores que querem tornar os consumidores vulneráveis aos apelos de vendas. Por exemplo, durante test drives um vendedor pode lhe perguntar “esse não é o tipo de veículo que você gostaria de ter?”. Isso pode parecer inofensivo, mas é dito para criar um momentâneo lapso de concentração. Distrai o consumidor ao criar um revê momento de devaneio o que o faz desconectar da situação presente.

A vítima acaba se sentindo embaraçada e se tornará vulnerável às próximas sugestões (leia HOWER, Martin. We Know What You Want – How they change your mind. New York: Desinformation, 2005).

Ansioso e irritado diante da linha de argumentação de Dilma, Bonner seguidamente interrompia a fala da candidata. O auge foi próximo ao final, quando a entrevistada discorria sobre a saúde diante das sobrancelhas levantadas e ar de ojeriza de Poeta, quando Bonner interrompeu: “E tem a economia...”, inexplicavelmente antecipando à candidata o tema do bloco de perguntas enquanto Dilma respondia sobre o tema saúde.

A tentativa é não só interromper o raciocínio, mas desconectá-la do presente por dissociação em relação ao futuro.


O mais irônico em tudo isso é que essa técnica de dissociação foi largamente descrita no Manual Kubark de Interrogatório e Contra-inteligência da CIA para induzir desorientação, regressão, transferência e cumplicidade em prisioneiros – sobre isso leia RUSHKOFF, Douglas. Coercion: Why we listen to what they say. New York: Riverhead Books, 1999. 

E sabemos que Dilma enfrentou interrogatórios e torturas nos tempos do regime militar e certamente deve ter se defrontado com esse tipo de técnica. 

http://cinegnose.blogspot.com.br/2014/08/bonner-e-poeta-expoem-o-desespero.html#more

A seletividade de Veja censura coluna de blogueiro


Jornal GGN - Rodrigo Constantino teve uma de suas colunas barradas pela própria Veja.
O feito conquistado ocorreu quando Constantino afirmou que a jornalista Miriam Leitão, após depoimento de tortura sofrida pelo regime militar do governo Emílio Garrastazú Médici, ao aguardar pedido de desculpas das Forças Armadas, também deveria pedir desculpas por ter sido “uma comunista, do PCdoB, entoando hinos marxistas”.
“Acho que Miriam tem todo direito ao seu pedido de desculpas. Se sofreu o que diz mesmo, nada justifica isso. Mas ela não era uma heroína. Não era uma jovem democrata que defendia a liberdade. Portanto, cabe perguntar: e o seu pedido de desculpas, Miriam, não teremos?”, diz a publicação.
O colunista da Veja coloca em dúvida um de centenas de testemunhos de um período da história brasileira inquestionável de torturas e crimes da ditadura militar. Contradiz-se. “São relatos chocantes, e não tenho motivos para duvidar de sua veracidade”, expõe em um trecho. “Infelizmente, o debate sobre nosso passado está tomado por emoções fortes e muitos interesses, tudo isso turvando a razão” e “decidiu revelar as supostas (aprendi com os jornalistas a usar o termo quando não há provas) torturas”, em outros.
Não suficiente, Rodrigo Constantino recomenda “compreender o contexto daquela época de Guerra Fria e ameaça comunista” e abandonar a “postura maniqueísta”, colocando tais crimes e criminosos em equilíbrio, explicitamente, com “aquela turma jovem que sonhava com o modelo cubano ou soviético”.
Em seu depoimento, Miriam Leitão recorda que o motivo para ser presa em uma cela escura, nua, com uma jiboia, e alvo de tentativas de estupro coletivo, aliciada por vários militares, foi ser um dos jovens presos acusados de “tentativa de organizar o PCdoB no estado, de aliciamento de estudantes, de panfletagem e pichações”.
Além da ausência da configuração do ilícito; exposto o explícito uso de tais crimes para, como fim, tirar informações desses jovens por meio das torturas; e da falta de qualquer direito – seja ele humano ou carcerário, Constantino crê que a isso Miriam deva desculpas. A coragem da jornalista de ironizar o terrível forma-se em crença tola de uma desculpa injustificável em argumentos, seja lembrando a viva história, ou mesmo se o colunista quisesse se apegar a registros forjados das Forças Armadas. Por clara falta de provas, após meses de tortura, os jovens foram absolvidos.
Miriam Leitão esperou 42 anos para contar o relato não pelo efeito heroína – como tenta impor Rodrigo Constantino – mas porque “era uma jornada só minha”, nas palavras da jornalista.
Em um trecho do depoimento, Miriam revela a contradição e o trauma: “Minha cela ficava na fortaleza. Quando eu saía de lá à noite e era levada para outro local de tortura, eu a contornava e passava pela escadaria. Saía desse belo prédio circular, às margens da baía – e que hoje, por ironia, o Exército aluga para festas –, e era levada para a parte nova do quartel onde funcionavam algumas seções administrativas do quartel. Olhava aquele lugar lindo, lindo até hoje, o convento lá em cima, e pensava o quanto nada daquilo fazia sentido. Era uma beleza que contrastava com a violência daquele lugar. Eu não conseguia entender isso. Não entendia naquela época, não entendo até hoje”.
Ainda há outros pontos questionados da coluna, como afirmar que eram minoria os militares “que realmente praticaram tortura”, enfatizando a teoria dos “porões da ditadura”, ao compasso e contramão do grandioso trabalho da Comissão Nacional da Verdade que prova, a cada dia, que tais porões não existiam, que a ditadura era comandada, executada ou, pelo menos, sabida por todos os comandos das Forças Armadas.
A seguir, a coluna na íntegra de Rodrigo Constantino:
Miriam Leitão fala da tortura que sofreu na ditadura e quer pedido de desculpas. Legítimo, mas e o seu pedido de desculpas?
A jornalista Miriam Leitão decidiu revelar as supostas (aprendi com os jornalistas a usar o termo quando não há provas) torturas que teria sofrido durante o regime militar, incluindo ficar numa cela escura com uma jiboia e quase ser estuprada por vários soldados. São relatos chocantes, e não tenho motivos para duvidar de sua veracidade. Diz ela:
Minha vingança foi sobreviver e vencer. Por meus filhos e netos, ainda aguardo um pedido de desculpas das Forças Armadas. Não cultivo nenhum ódio. Não sinto nada disso. Mas, esse gesto me daria segurança no futuro democrático do país.
Uma postura decente. Miriam tem direito a um pedido de desculpas formal, e não resta a menor dúvida de que houve vários abusos e torturas por parte dos militares, o que é inadmissível. Segundo ela, seu único crime era integrar o PCdoB e fazer proselitismo entre os estudantes, além de ser namorada de outro militante, de quem estava grávida de um mês quando foi presa. Sendo verdade, isso não configura crime algum.
Infelizmente, o debate sobre nosso passado está tomado por emoções fortes e muitos interesses, tudo isso turvando a razão. A postura maniqueísta precisa ser abandonada. Compreender o contexto daquela época de Guerra Fria e ameaça comunista não é o mesmo que transformar os militares em santos, tampouco poupar aqueles que realmente praticaram tortura. Estes deveriam ter sido punidos pelos próprios militares decentes – grupo em maioria.
Por outro lado, a vitimização dos antigos comunistas, que tentam se pintar como legítimos democratas que do nada foram atacados por militares autoritários, não se sustenta por um segundo. Aquela turma jovem sonhava com o modelo cubano ou soviético, nada parecido com uma democracia. Alguns, como Fernando Gabeira, Arnaldo Jabor e Ferreira Gullar, fizeram uma dolorosa mea culpa de suas lutas juvenis equivocadas. Outros não. Querem pedidos de desculpas, mas não querem pedir desculpas.
Miriam Leitão, que gosta de um discurso de vítima em outras áreas (cartada sexual, racial, indígena etc), aproximou-se dos tucanos e passou a defender uma social-democracia nos moldes europeus, afastando-se assim do velho comunismo do passado. Com isso, passou a ser “acusada”, junto com os próprios tucanos, de “neoliberal” pela antiga esquerda mais radical. Não se conforma com isso.
Tanto é verdade que faz de tudo para ser “perdoada” pelos antigos companheiros. Mesmo quando precisa bater nos mais caricatos, nos “petralhas”, acaba atacando os conservadores e liberais também, como Reinaldo Azevedo e eu mesmo, para ficar bem na foto, posar de “neutra”. É um problema geral do tucanato: a lógica e a experiência os levaram mais para a direita, mas seus corações permanecem na esquerda. São prisioneiros emocionais do passado.
Acho, como já disse, que Miriam tem todo direito ao seu pedido de desculpas. Se sofreu o que diz mesmo, nada justifica isso. É uma postura covarde daqueles militares envolvidos. Mas ela não era uma heroína. Não era uma jovem democrata que defendia a liberdade. Era uma comunista, do PCdoB, entoando hinos marxistas e usando como símbolo a foice e o martelo.
Se essa turma tivesse logrado sucesso naquela época, o Brasil hoje seria uma imensa Cuba, algo que ainda não nos livramos justamente porque os comunistas ainda existem, sob o manto de bolivarianismo ou socialismo do século 21. Portanto, cabe perguntar: e o seu pedido de desculpas, Miriam, não teremos?
Rodrigo Constantino
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