segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mídia faz respiração boca a boca em Serra. A+B= A Golpe!‏

No Brasil não se faz mais campanha eleitoral para debater propostas. Os grandes escândalos verdadeiros ou fabricados acabam por se tornar o foco principal do horário eleitoral gratuito e da pauta dos telejornais. Um ou mais candidatos utilizará o tema para atacar o adversário, sempre aquele que estiver à frente nas pesquisas. Isto é ruim porque suprime do eleitor, o essencial, o debate de idéias, a apresentação de projetos. Exploram-se a exaustão um assunto que melhor se restringiria a uma delegacia de polícia. Passadas as eleições, cada um segue seu caminho e todo este rebosteio cai no esquecimento. O insusitado é que os escândalos atuais visam atingir a candidata que lidera as intenções de votos por meio de interpostas pessoas. Antigamente os ataques eram frontais. O candidato lider das pesquisas se tornava vidraça e passava toda campanha se justificando das acusações que se lhe atribuiam. Algo assim aconteceu com o próprio Lula em 89, na disputa que tinha como principal adversário o atual senador pelo estado de Alagoas Fernando Collor de Melo. Agora é diferente, se não não tem um fato concreto que ligue diretamente um candidato escolhido para ser o boi-de-piranha da hora a um escabroso caso de corrupção, então encontra-se um , ainda que careça de verossimilhança. Observe que não falo nem de verdade, o que seria absolutamente desejável para assacar uma acusação contra a reputação de uma pessoa que mais tarde poderá ter sua biografia jogada na lama e nada lhe restará fazer para reavê-la, depois do estrago causado em rede nacional de televisão para satisfazer o desejo bestial de um segmento inconformado com o rumo das eleições que tenta a todo custo mudar para que o povo não exerça seu livre direito de escolher aquele em quem vai votar. A verossimilhança se porventura existente no mais recente escândalo que envolve a ministra chefe da casa civil Erenice Guerra, se dá entre a ministra e seus familiares, jamais entre a ministra e a candidata Dilma que nada tem haver com o que acontece neste estranho jogo de poder transfomado em vale tudo. A velha formula está desgastada, mas ainda faz estrago. Leva de tropel a reputação de pessoas decentes que ficam completamente fragilizadas ante o bombardeio de denúncias produzidas sistematicamente como verdades acabadas, mesmos os principais envolvidos terem sistematicamente negado o teor das acusações, por meio de notas de esclarecimentos, ignoradas pelos orgãos de imprensa, sem que a versão dos sumariamente condenados seja conhecida do grande público, porque não cabe no figurino que fizeram para vestir a candidata do governo. Além disso polariza a eleição, colocando de um lado os que fecham com Lula e não abre mão de votar na candidata do presidente, visto terem seus ânimos açulados pela usina de denúncias que trabalha a todo vapor contra a candidatura daquela que lula escolheu para lhe suceder, posto haverem percebido o indisfarçável propósito de eleger o candidato da oposição que se encontra do outro lado agarrado ao que de mais reacionário existe na política brasileira, excetuando algumas raríssimas excessões. Depois reclamam que o presidente quer " venezuelar" o país. O eleitor, este sim, está sendo empurrado para o lado do presidente porque não aceita que tudo que foi construido nos últimos oito anos venha abaixo derrubado por um programa de governo sustentado unicamente no assassinato de reputações. Não existe debate de propostas, não existem soluções alternativas ao projeto que está sendo executado, não existe um contraponto exposto que justifique a mudança de governo. O que existe é uma conjunção de esforços baseados na determinação de levar até o dia das eleições o denuncismo desenfreado em desabalado frenesi, com vistas a provocar artificialmente o segundo turno. O interesse da imprensa nesta guerra sem quartel não é o de buscar a verdade, não é o de combater a corrupção. Isto pouco importa para eles. O que querem é impedir, seja de que maneira for, a eleição da candidata do presidente Lula. Se a reputação de pessoas inocentes foram destruidas no decorrer deste processo é o passivo a ser ponderado pelos efeitos colaterais causados em nome do bem-maior, eleger Serra. Será que alguém ainda se lembra da pilha de dinheiro apresentada no jornal nacional durante mais de meia hora, nas eleições presidenciais passadas, em detrimento de um fato jornalístico de grande relevância para a opinião pública que acontecia simultaneamente e que abalaria o povo brasileiro, isto é, o acidente da gol no qual mais de cento e cinquenta pessoas perderam as vidas e a globo escondeu porque o importante não era informar aos parentes dos entes queridos mortos naquele trágico acidente? Naquela ocasião o importante era levar as eleições a um segundo turno, nem que para isso fosse provocado o Armagedom. Segurar por mais de vinte e quatro horas a notícia mais importante do ano para dar relevo ao caso dos aloprados petistas, não significava nada diante da possibilidade de impedir a vitória de Lula no primeiro turno. A história volta a se repetir como farsa. Passada, porém, a fase de catarse, o grande escândalo dos aloprados petralhas foi parar onde sempre param os outros, nas prateleiras do esquecimento. Só volta a ser relembrado em epócas de eleição. Notem que no decurso de todo esse tempo o caso não só saiu de evidência, como não teve o acompanhamento devido por quem mais o explorou. Não o fez porque como disse não é o interesse de combater a corrupção que move a imprensa. O que move a imprensa é defender os privilégios de apaniguados, ter a sua boquinha garantida com as mesmas verbas públicas que tanto combate quando são investidas em benefício do povão. Ou alguém já ouviu a imprensa dizer que o governo gasta mal quando o gasto é feito em publicidade? Assinatura de revista, jornal, tv a cabo e outras mídias assemelhadas não são suficientes para manter de pé o império que sustentam. Precisam de anúncios e o grosso vem dos governos. Na gestão do presidente Lula as verbas de publicidade foram pulverizadas em centenas de mídias de pequeno porte, rádio e jornal regionais causando uma enorme sangria nos grandes conglomerados de comunicação, acostumados a sorverem o dinheiro da nação. Nisto não há crime algum, desperdício nenhum. Crime e desperdicío há no dinheiro público investido no bolsa família, no proune, nas políticas sociais. Para eles, o pior dos mundos ainda estar por vir. As teles vão entrar com força na produção de conteúdo jornalístico e televiso nas mais diversificadas formas gerando um tipo de concorrência que tirará o monopólio da informação das mãos dos poucos grupos que ainda a detêm. Isto os deixam alucinados. É um começo significativo, mas ainda pouco. Aí a razão por que estão engajados na campanha de Serra como admite o ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo do Dem e atual secretário de justiça do governo Goldman, em entrevista ao site Terra Magazine.(http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2010/noticias/0,,OI4679143-EI15315,00-Lembo+nao+temos+partidos+so+um+movimento+coordenado+por+Lula.html) Aqui um adendo, se tivéssemos uma oposição do tipo defendida por Lembo, o PSDB e o DEM não estariam sob o iminente risco de ser varridos do mapa. Este poder de dizer o que quiser e quando quiser que a mídia tem sem nenhum respeito as normas constitucinais vigentes que asseguram o direito de resposta e de imagem, como clausúlas pétreas, precisa ser coibido. No caso dos aloprados ao qual me referí, a imprensa não divulgou com o mesmo destaque dado na época das eleições de 2006, escondeu da opinião pública, mas ontem o supremo mandou arquivar definitivamente o recurso impetrado pela oposição para que a ação movida contra os acusados continuasse.(http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/supremo-arquivo-caso-dos-aloprados) Alguém leu algo a respeito na imprensa ou tomou conhecimento nos telejornais da televisão brasileira? Certamente que não. Como ficam aqueles que tiveram sua vida pessoal devassada, achincalhada, ligada a um caso de corrupção, chamados de aloprados? A mídia os julgou, os condenou e os levou ao ostracismo social, um dos tipos mais severos de punição. Quem vai reaver a honra dessas pessoas, se nem a notícia do arquivamento da ação foi divulgada? A divulgação não repararia o dano causado, mas serviria para mitigar o sofrimento pessoal pelo qual passaram. Os aloprados de ontem, é a Erenice Guerra de hoje. Isto tem de ter um basta. A imprensa da maneira que é feita no Brasil representa uma seríssima ameaça à liberdade individual dos cidadãos, à democracia, e precisa ser urgentemente contida. Liberdade de imprensa sim, em toda plenitude e sem restrição. Esta libertinagem de imprensa não. A produção em série de escândalos apresentados em cadeia, já repercurte negativamente mundo afora.(http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/09/100916_elpaiseleicoes_is.shtml) Esta escalada, não tem só o condão de afastar a juventude da política, de desinteressar o eleitor. Põe em xeque as instituições à medida que são provocadas, entram nesse jogo tacanho mobilizando tempo e recursos, para depois não dá em nada. E não dá em nada porque não há substância no denuncismo. É parte de um joguete eleitoral que está corroendo o tecido institucional do país.