sábado, 28 de abril de 2012

O triunfo da verdade põe #VejaGOLPISTA no TT


Folhapress_Divulgação

NESTE SÁBADO, A REVISTA DA ABRIL FEZ UMA LEITURA PARTICULAR DO INQUÉRITO SOBRE A OPERAÇÃO MONTE CARLO E SE VIU LIVRE DE MAIORES EXPLICAÇÕES; NAS REDES SOCIAIS, A INTERPRETAÇÃO FOI TOTALMENTE DISTINTA; ROBERTO CIVITA TEM UM SÉRIO PROBLEMA DE IMAGEM E CREDIBILIDADE

28 de Abril de 2012 às 19:31
247 – Desde a noite desta sexta-feira, quando o Brasil 247 publicou com exclusividade o inquérito relacionado à Operação Monte Carlo, internautas do Brasil inteiro começaram a garimpar informações ainda não divulgadas pela imprensa. Muitos se focaram nas relações entre o bicheiro Carlos Cachoeira e a revista Veja – cuja parceria editorial, com benefícios empresariais e políticos, fica evidenciada em vários trechos.
Neste sábado, Veja fez uma leitura bem particular do relatório. Por meio do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), noticiou que o documento esvazia a possibilidade de uma “CPI da mídia”. E, através do blogueiro Reinaldo Azevedo, que escreveu o texto “O Triunfo da Verdade”, defendeu a tese de que ratos, obscurantistas e inimigos da liberdade estariam combatendo o bom jornalismo investigativo praticado pela revista.
Pois, neste sábado, a hashtag #VejaGOLPISTA acaba de alcançar o topo dos assuntos mais comentados no Twitter global. Internautas do Brasil inteiro se mobilizaram para protestar contra os métodos utilizados pelo carro-chefe da Abril, empresa de Roberto Civita.
Veja pode até preferir não encarar a realidade de frente. Pode escolher tapar o sol com a peneira. Mas o fato é que a publicação se vê hoje diante de seu maior déficit de credibilidade desde que foi criada. Pelo menos, é esta a mensagem das redes sociais.
Leia, abaixo, o texto “A última diatribe de Reinaldo”:
Inquérito vazado pelo 247 já revelou Cachoeira editando a Veja, a produção do escândalo Naoum, a ação contra um diretor do Dnit e a tentativa de implodir um secretário de segurança; blogueiro da Abril, no entanto, enxerga apenas a ação de obscurantistas que querem acabar com o jornalismo investigativo
247 – Não deve ser fácil ser Reinaldo Azevedo nos dias de hoje. A antiga referência moral no Congresso, Demóstenes Nacional (sem partido/GO), é uma monstruosidade. Quem o levou para a Abril, Mario Sabino, caiu em desgraça. O amigo Diogo Mainardi refugia-se na Itália. E a defesa apaixonada da casa perde credibilidade a cada dia.
Num texto postado neste sábado, ele pinça um ponto do inquérito vazado pelo 247 para “provar” a independência de Veja em relação a Carlos Cachoeira. É um diálogo em que o bicheiro comentar com Demóstenes erros de um matéria publicada por Veja sobre a Delta – o principal erro seria o vínculo da construtora com José Dirceu. “Não tem essa ligação com o Zé Dirceu”, diz Cachoeira, que, na conversa com Demóstenes, sugere ações para abafar o impacto da reportagem.
O fato de Cachoeira ter ficado contrariado com uma reportagem, no contexto de uma parceria editorial que durou mais de uma década, foi a tábua de salvação à qual Reinaldo se agarrou.
Ocorre que o inquérito vazado ontem já revelou que, em vários momentos, Veja trabalhou em defesa dos interesses do bicheiro. Como quando Cachoeira se vangloriou de “colocar no r...” de Luiz Pagot. Ou quando discutiu com Demóstenes como “f... um secretário”, valendo-se dos préstimos de “Poli”, o jornalista Policarpo Júnior. Ou ainda quando planejou a reportagem de capa sobre os encontros de figuras petistas no hotel Naoum. Há até o episódio em que o bicheiro discute com Cláudio Abreu se uma nota de seu interesse deve ser publicada na coluna Radar, de Lauro Jardim, ou na revista impressa. Sim, Cachoeira era uma espécie de “editor at large” da publicação.
O fato de uma reportagem ter desagrado a este “editor” não significa que ele tenha emplacado uma série de outras – como já ficou amplamente demonstrado. E que não atendiam ao interesse público, mas sim ao interesse privado de um dos maiores contraventores que o Brasil já conheceu.
Em sua reflexão sobre ética jornalística, Eurípedes Alcântara diz que o critério de Veja na relação com fontes criminosas é baseado na avaliação de que a publicação deve sempre contribuir para reduzir o raio de ação de corruptos. Tendo Veja como aliada, Cachoeira deixou de ser um personagem menor de Goiás para dominar boa parte do País e se tornar até sócio de empreiteira.
Reinaldo, que denuncia a ação de obscurantistas contra a liberdade de expressão, tem se esforçado muito. Mas seu poder de convencimento é cada vez menor. Até porque a Inglaterra, um país livre, já demonstrou que o debate sobre métodos dos meios de comunicação é salutar. Em vez de solapar, aprofunda a democracia.

Cearenses lideram ranking dos que retornam para casa



O Ceará foi o Estado que apresentou a maior taxa de migração de retorno, segundo o Censo Demográfico 2010, do IBGE. A última pesquisa constatou que mais de 500 mil cearenses voltaram para o estado de origem
FOTOS IGOR DE MELO
Quando Eduardo Vieira, 31, deixou o Ceará, em 2010, deveria ser para a vida inteira. O ilustrador saiu em busca de crescimento, oportunidade e experiência em São Paulo. Só não sabia que a saudade de casa, da família e dos amigos o faria mudar de planos. Voltou de mala e cuia. Veio com a esperança de transformação. “Assim que voltei, recebi a proposta de emprego onde trabalhava, mas com um salário melhor”, confirma. E o ilustrador não pensa, por enquanto, em sair do Ceará. 

Eduardo é um dos mais de 500 mil cearenses que deixaram o Estado, mas decidiram retornar a viver por aqui. Segundo o Censo Demográfico 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado ontem, o Ceará aparece na pesquisa com o maior percentual de migrantes de retorno do País, com 46,6% do total. O índice se refere às pessoas que nasceram no estado em que residiam durante a pesquisa, mas que moravam em outro local cinco anos antes.

No Brasil, o número de migrantes de retorno subiu de 22%, dados do Censo 2000, para 24,5% - um total 1,23 milhão de brasileiros que voltaram para o estado de origem. No Ceará, a quantidade de pessoas que voltaram a residir no Estado foi de mais de 570 mil pessoas. É exatamente o oposto do movimento que historicamente vinha acontecendo no Ceará, com migrações que buscavam escape da seca, do desemprego e eram busca de oportunidades.

“O que determina o processo de retorno é, principalmente, a dinâmica econômica. O Nordeste tem recebido uma massificação desses investimentos, sobretudo o Ceará”, avalia o professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC) José Levi Furtado Sampaio. O setor de serviços, classifica o professor, é um dos principais motivadores para o que foi constatado pelo Censo 2010. “Muitos trabalhadores do Ceará se qualificaram em outros estados e, vendo oportunidade de trabalho na área na terra de origem, optaram por voltar”.

O crescimento econômico do Ceará tem uma contribuição importante, mas não única para o regresso do cearense. O professor do curso de Comunicação Social da UFC Wellington Júnior aponta a identificação cultural e ligação com as raízes como fundamental para a decisão. “Isso não aconteceria se houvesse no retirante ou no autor exilado um desejo anterior de volta. A maioria vai porque previsa ir trabalhar, precisa ir estudar, se qualificar”, diz.

O alto custo de vida nos destinos principais para o migrante do Ceará também contribui para o fenômeno da migração reversa. “Se o ganho no Ceará, embora menor, represente pouca diferença em relação ao que é possível consumir, o laço com a terra prevalece”, considera o analista de políticas públicas do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) Daniel Suliano.

Segundo o professor José Levi, da UFC, o retorno não se restringe às capitais, mas vem se tornando fenômeno principalmente em cidades de médio porte. “A maioria não se sente totalmente integrado e tem o desejo de voltar para a sua terra”, pondera.
 
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA

Os dados divulgados pelo Censo 2010 do IBGE apontam que a economia do Ceará, motivada pelo investimento dos governos Federal, Estadual e municipais, avançou. Mas também dão ideias para o que precisa ser feito.

Veja nomeia Álvaro Dias como seu porta-voz



Veja nomeia Álvaro Dias como seu porta-vozFoto: Waldemir Barreto/Agência Senado

SITE DA ABRIL DIZ QUE DIVULGAÇÃO DO RELATÓRIO DERRUBA A TESE DO CONLUIO ENTRE A QUADRILHA DE CACHOEIRA E A REVISTA VEJA, AMPARANDO-SE NO SENADOR TUCANO; NÃO É PIADA

28 de Abril de 2012 às 13:53
247 – Aparentemente, os editores de Veja não leram o inquérito divulgado pelo 247 sobre a Operação Monte Carlo. Ou o fizeram de forma apressada. No site de Veja, a principal matéria informa que o “discurso anti-imprensa perde força”, ancorando-se em declaração do senador Álvaro Dias, transformado em porta-voz informal da empresa. De acordo com Veja, grupos hostis à liberdade de expressão estariam dispostos a colocar em risco o jornalismo investigativo. Não, Roberto Civita. Não, Fábio Barbosa. Não se trata de jornalismo investigativo, mas de jornalismo que mereça ser investigado – como no caso da invasão do Hotel Naoum para colocar fogo na República, a pedido de um bicheiro. Leia, abaixo, o texto de Veja:
Discurso anti-imprensa 'perde força', diz Alvaro Dias
Vazamento do inquérito da operação Monte Carlo derruba tese dos que pretendiam usar a CPI do Cachoeira para atacar o jornalismo investigativo
O vazamento do inquérito da operação Monte Carlo comprova que o suposto conluio entre a imprensa e a quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira nunca passou de uma invenção de grupos hostis à liberdade de expressão – o que inclui setores do PT e seus aliados. A íntegra das investigações reforça o óbvio: o jornalismo investigativo cumpriu o seu papel sem se sujeitar à máfia.
Em um dos trechos interceptados pela Polícia Federal, o senador Demóstenes Torres diz a Cachoeira que tentará esvaziar os efeitos de uma reportagem de VEJA sobre a empresa Delta, publicada há cerca de um ano. O senador diz que o assunto vai esquentar no Congresso. Afirma que alguns colegas, como Alvaro Dias (PSDB-PR), já tentavam levar os representantes da construtora para falar ao Congresso.
O trecho revela que a quadrilha e seu mais fiel aliado político foram atingidos pela denúncia contra a companhia, que atuava como um braço da máfia, e tentaram minimizar o estrago e esvaziar o discurso da própria oposição. Em uma segunda conversa, dias depois, Demóstenes afirma ter cumprido o objetivo. Eis a transcricão feita pela Polícia Federal: "Ah num deu em nada não cê viu né? Eu arrumei um… uma maneira de fragilizar o discurso".
O senador Alvaro Dias afirmou neste sábado ao site de VEJA que as revelações do inquérito devem amenizar o ímpeto dos parlamentares que pretendiam usar a CPI do Cachoeira para agredir a imprensa: "Agora esse discurso perde força. Mas que houve uma tentativa de avançar sobre a imprensa, houve". Ele chama de "fascista" a ofensiva sobre os meios de comunicação e diz que a explicação para o rancor está clara: "São os adeptdos do mensalão tentando se vingar dos algozes deles".
Líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR) também acredita que o vazamento do inquérito deve colaborar para desmoralizar o discurso anti-imprensa. "Da nossa parte, isso não vai prosperar. É um vezo autoritário, uma tentativa de constranger o jornalismo investigativo", afirma. O parlamentar diz que os ataques aos meios de comunicação são uma tentativa de tirar o foco do essencial: as ramificações políticas da quadrilha de Cachoeira.
Jogo duplo – Na conversa com o contraventor, Demóstenes revelou preocupação com a cobrança feita pelos oposicionistas depois da reportagem de VEJA: "Estou te ligando por isso, avisar o pessoal que está todo mundo em cima, Alvaro Dias, não sei que..."
Mencionado na conversa, o senador Alvaro Dias conta que, na época, a estratégia de Demóstenes não ficou clara. Mas ele diz ter notado, mais de uma vez, um comportamento intrigante no colega: "Ele avançava e recuava. Batia onde podia e recuava em outras situações. Agora é que a gente começa a entender", diz ele.

Para deputado tucano, Dilma imita Aécio



Para deputado tucano, Dilma imita AécioFoto: Divulgação

RÔMULO VIEGAS (PSDB-MG) DEFENDE A TESE QUE A PRESIDENTA COPIA TÉCNICAS DE GESTÃO JÁ USADAS PELO EX-GOVERNADOR. ELE ACUSA OS PETISTAS DE VEREM QUALIDADE, EM DILMA, NO QUE ANTES ERA VISTO COMO DEFEITO, EM AÉCIO. “SE HOUVESSE UM ESPELHO DAS VIRTUDES, NO LUGAR DA PRESIDENTE, SURGIRIA O SENADOR AÉCIO NEVES”

28 de Abril de 2012 às 15:17
Minas 247 - O deputado estadual Rômulo Viegas (PSDB-MG) é um dos mais fiéis defensores do senador mineiro Aécio Neves. Com base eleitoral em São João del-Rei, no sudeste do estado (terra da família Neves), Viegas marca seus artigos e pronunciamentos na Assembleia com duas características: a defesa do governo mineiro e o ataque implacável ao governo federal.
Agora, o deputado estadual tucano quer emplacar a tese de que o governo de Dilma Rousseff, na prática, apenas tenta imitar ações executadas, com sucesso, por Aécio em Minas. Em artigo publicado hoje no jornal O Tempo, Viegas diz que, se houve um “imaginário espelho das virtudes”, o petista teria um susto ao ver, no lugar da face de Dilma Rousseff, a “figura do seu oponente, o senador Aécio Neves”. Ele acusa o PT de ver qualidade, nas ações do governo federal, no que antes era visto como defeito, no governo tucano em Minas Gerais.
Em outro trecho, Viegas cita o empresário Jorge Gerdau, que colabora com os programas de gestão de Dilma, mas que fez isso antes no chamado choque de gestão executado no primeiro mandato de Aécio como governador. E critica a postura de petistas em relação às concessões de rodovias e aeroportos: “Quando é Dilma que faz, só elogios. Quando é Aécio, é entreguismo”.
Engenheiro Civil e professor da Universidade Federal de São João del-Rei, o deputado estadual pelo PSDB começou a carreira política como vereador, na terra natal. Chegou à presidência da Câmara Municipal em 1985 e 1986. A relação com Aécio ficou mais estreita quando o então governador o convidou para ser subsecretário do Trabalho e Ação Social em Minas, no primeiro mandato (2003-2006). Em 2006, tentou chegar à Assembleia, mas não teve êxito. Assumiu a Subsecretaria de Desenvolvimento Regional e Urbano no segundo mandato de Aécio (2007-2010). Elegeu-se deputado estadual com 57.691 votos.
Leia abaixo o artigo de Rômulo Viegas no jornal O Tempo
Dilma e Aécio
Se o PT pudesse se olhar hoje num imaginário espelho das virtudes, certamente teria um susto. No lugar da face da presidente Dilma Rousseff surgiria, na verdade, a figura de seu oponente, o senador Aécio Neves. O que é qualidade em Dilma aparece como defeito em Aécio entre os militantes e entusiastas do governo federal.
O poderoso marketing oficial procura vender a imagem de Dilma Rousseff como uma mulher sintonizada com as modernas técnicas de gestão. Já o Choque de Gestão, o programa de Aécio que virou referência nacional e é recomendado pelo Banco Mundial para aplicação em muitos países em desenvolvimento, não passa de deplorável manifestação do neoliberalismo para enfraquecer o Estado.
Quando Aécio governou Minas Gerais por sete anos, com uma ampla base partidária de apoio, resultante de sua capacidade de aglutinação política, ele foi acusado de tentar acabar com a oposição. Já a base aliada de Dilma, que representa mais de 70% do Congresso Nacional, é alardeada pelos petistas como um atributo positivo - e não como o rolo compressor que de fato é.
Quando Aécio anunciava, como governador, que não prejudicaria prefeitos de outros partidos na distribuição de verbas, era cooptação de adversários com dinheiro público, no linguajar agressivo dos petistas. Se Dilma tenta mostrar que faz o mesmo, ela está sendo republicana.
A postura diante das concessões para execução e manutenção de determinados serviços públicos, como as rodovias e os aeroportos, quando é Dilma que faz, só elogios. Quando é Aécio, foi mais um ato de entreguismo do patrimônio público para as mãos privadas.
Ter nascido em Minas é uma qualidade em Dilma, mesmo tendo morado a maior parte da sua vida no Rio Grande do Sul. Em Aécio, tenta-se colar o rótulo de carioca, já que viveu no Rio a sua juventude e lá vive sua filha, na tentativa de negar a mineiridade que lhe é de direito, por nascimento, moradia e pertencimento a uma família fortemente enraizada no Estado.
Os petistas apostam na eventual memória curta da humanidade. Por exemplo, quem se tornou guru para o programa de gestão de Dilma é o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, que colaborou com o Choque de Gestão de Aécio logo no início do seu primeiro governo, há quase uma década.
Contra a crítica de adesão ao neoliberalismo, tratado como ofensa, é melhor entregar a palavra aos especialistas. Estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão do governo federal, revelou: a redução da pobreza em Minas Gerais supera a média nacional.
O PT lustra a biografia de seus líderes tentando amplificar o que considera feitos e virtudes. E, se essas características também se fazem presentes em adversários, o melhor a fazer é desqualificá-las, como se mazelas fossem. Parafraseando uma brincadeira das redes sociais, coerência é para os fracos.

Título da Beija-Flor 2011 foi "mutreta"



 Título da Beija-Flor 2011 foi Foto: Edição/247

AFIRMAÇÃO É DE CARLINHOS CACHOEIRA; ESTRANHAMENTE, ESTE DIÁLOGO NÃO CONSTA DO INQUÉRITO QUE INVESTIGA AS RELAÇÕES DO BICHEIRO; E TEM MAIS; JOGADOR TÚLIO MARAVILHA, EX-BOTAFOGO, ESTARIA ENVOLVIDO EM UMA CONFUSÃO E PEDE INTERVENÇÃO DO CONTRAVENTOR PARA RESGATAR FITA COM GRAVAÇÕES COMPROMETEDORAS

28 de Abril de 2012 às 14:55
Vassil Oliveira e Stephania Mello_247 - 247 obteve com exclusividade a íntegra do inquérito enviado ao Supremo Tribunal federal, pela Procuradoria Geral da República, no qual há uma série de situações que ainda não haviam sido reveladas. Entre elas está a “mutreta” que deu à escola de samba Beija-Flor de Nilópolis o título de campeã do carnaval do Rio em 2011.
Transcrição de escuta de ligação telefônica feita pela Polícia Federal entre Carlos Augusto de Almeida Ramos, o bicheiro Carlinhos Cachoeira, e um homem identificado como Santana, mostra que ele tem um “tipo de negócio” com a escola. É o que diz o documento que registra a ligação telefônica realizada dia 09/03/2011, às 18h29. Era quarta-feira de Cinzas do carnaval de 2011.
“Falam sobre a vitória da BEIJA-FLOR, a escola de samba na qual CARLINHOS tem um tipo de ‘negócio’. CARLINHOS confirma que teve mutreta para obterem (sic) a vitória. Combinam de tomar café amanhã e chamar ELIAS que é jornalista”, diz a íntegra da descrição. O resumo da gravação consta à página 15, no Volume 1, do Inquérito da Procuradoria Geral da República, no. 3.430, que investiga as ligações de Cachoeira, e que foi entregue à CPI do Cachoeira e à Comissão de Ética do Senado, e publicado pelo 247. Estranhamente, o diálogo não está transcrito. 
Túlio Maravilha pede ajuda a Cachoeira 
Outra situação mostra o envolvimento do ex-jogador do Botafogo com o bicheiro. As conversas sobre uma fita que contém gravações que comprometem o ex-jogador ocorrem nos dias 11 e 12 de março de 2011.
Gravação de ligação realizada no dia 11/03/2011, Cachoeira nova conversa com homem identificado como Santana (Santana Pires), quando começam as negociações do caso que envolve o jorgador Túlio Maravilha, ex-Botafogo. Às 17h53 Cachoeira pergunta à Santana o que Túlio quer. Um minuto depois, outra ligação Santana fala que “acha que Túlio quer que Carlinhos arrume contrato para ele, os R$ 30.000,00...”
Um pouco mais tarde, às 20h49, outra ligação registrada no Inquérito envolve outra pessoa, Geovani, além de Santana e Cachoeira, onde falam textualmente o nome do jogador. No dia seguinte, 12/03/2011, às 8h55, ligação aponta que ele está contratando funcionários fantasma na Câmara Legislativa de Goiás e, no final da tarde, nova ligação às 17h17, fala sobre uma suposta fita “na qual contém Túlio Maravilha”. Estas referências que envolvem o jogador estão às páginas 18 e 19, do Volume 1 do Inquérito 3.430, publicadas pelo 247.

Com Veja, Cachoeira quis pôr fogo na República



Com Veja, Cachoeira quis pôr fogo na RepúblicaFoto: Divulgação

EM CONVERSA COM DEMÓSTENES, BICHEIRO REVELA QUE SEU ARAPONGA JAIRO MARTINS PRODUZIU O FILME DO HOTEL NAOUM, ENTREGUE AO JORNALISTA POLICARPO JÚNIOR; OBJETIVO ERA INCENDIAR O PAÍS, MAS A FITA FOI UM DOS MAIORES FIASCOS DA HISTÓRIA DA REVISTA VEJA; JÁ DERRUBOU UM REDATOR-CHEFE E PODE DERRUBAR OUTRO

28 de Abril de 2012 às 13:00
247 – O inquérito do Supremo Tribunal Federal sobre as atividades do senador Demóstenes Torres começa a desvendar, também, métodos duvidosos utilizados pela imprensa brasileira para produzir escândalos, como no caso recente do Hotel Naoum, em Brasília, que motivou uma capa de Veja em agosto do ano passado.
De forma colaborativa, internautas, jornalistas e blogueiros de todo o País começam a garimpar o que há de relevante nos milhares de diálogos trazidos a público pelo 247.
Um dos trechos mais impactantes foi descoberto pelo jornalista Luiz Carlos Azenha, do site Viomundo. Nele, Carlos Cachoeira e Demóstenes confirmam que o filme do hotel Naoum, em que José Dirceu é filmado na companhia de nomes como Fernando Pimentel e José Sergio Gabrielli, foi produzido pelo araponga Jairo Martins, do bando de Cachoeira, e entregue ao jornalista Policarpo Júnior, de Veja. O objetivo de Cachoeira era “por fogo na República”,
Cachoeira acreditava que conseguiria provar que José Dirceu teria tramado a queda de Antônio Palocci, colocando, assim, o governo Dilma contra o PT. “Aí é ótimo, fantástico”, responde Demóstenes (leia a íntegra do diálogo clicando aqui). Cachoeira tenta ainda se tornar credor de Policarpo ao determinar ao araponga que transmitisse uma ordem ao jornalista. A fita deveria ser pedida a ele.
Fiasco de Veja
A capa de Veja, em que José Dirceu, era retratado como “Poderoso Chefão”, foi antecipada por Reinaldo Azevedo, como a maior denúncia dos últimos anos, e tratada como um escândalo de grandes proporções. O feitiço, no entanto, se virou contra o feiticeiro. No mesmo fim de semana em que a revista circulou, descobriu-se que o repórter Gustavo Ribeiro, subordinado a Policarpo Júnior, havia tentado invadir o quarto de Dirceu.
A reportagem, que transformou o jornalismo investigativo em jornalismo sob investigação, contribuiu para a queda do ex-redator-chefe da revista, Mario Sabino. Pode, agora, contribuir também para a queda do seu sucessor, Policarpo Júnior.
Por mais que Fábio Barbosa, presidente da Abril, lute para evitar a convocação de Policarpo e Roberto Civita, será difícil conter a onda de indignação da opinião pública. 

STF aciona PF e MP para investigar vazamento, pelo 247, do inquérito da Operação Monte Carlo



STF aciona PF e MP para investigar vazamento, pelo 247, do inquérito da Operação Monte CarloFoto: Nelson Jr./SCO/STF

MINISTROS LEWANDOWSKI E AYRES BRITTO TERIAM FICADO ESTARRECIDOS COM FURO DE REPORTAGEM DO 247, QUE PUBLICOU A ÍNTEGRA DO PROCESSO CONTRA O SENADOR DEMÓSTENES TORRES; CONSTITUIÇÃO FEDERAL ASSEGURA O SIGILO DA FONTE

28 de Abril de 2012 às 10:39
247 – A edição deste sábado do jornal O Globo noticia que o Supremo Tribunal Federal pretende acionar a Polícia Federal e o Ministério Público para investigar o vazamento dos dados secretos da investigação contra o senador Demóstenes Torres pelo 247, num furo de reportagem do editor Vassil Oliveira, responsável pelo Goiás 247. A Constituição Federal assegura aos jornalistas o sigilo da fonte. Leia, abaixo, matéria do jornal O Globo:
STF pede investigação sobre vazamento de dados de CPI
Site Brasil 247 publicou pedido do MP para abertura de inquérito contra senador Demóstenes Torres
BRASÍLIA - O Supremo Tribunal Federal (STF) vai acionar a Polícia Federal e o Ministério Público Federal para apurar os responsáveis pelo vazamento de informações sigilosas do inquérito que tramita sob segredo de justiça na Corte para investigar ligações entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). A decisão foi tomada na noite desta sexta-feira, depois que o relator do inquérito, ministro Ricardo Lewandowski, conversou longamente com o presidente do tribunal, ministro Carlos Ayres Britto. Ambos estavam consternados e consideraram absurdo o fato de dados sigilosos já estarem disponíveis a setores da imprensa. O site de notícias Brasil 247 publicou o pedido do Ministério Público para abertura de inquérito contra o senador Demóstenes.
Até agora, tiverem acesso ao inquérito os advogados das partes. Nesta sexta-feira,Lewandowski também liberou o acesso à CPI mista do Congresso Nacional que investiga as relações de Cachoeira, além do Conselho de Ética do Senado e da Comissão de Sindicância da Câmara dos Deputados, que investigam o envolvimento de parlamentares com o bicheiro. Como o presidente da CPI , senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), não foi encontrado em seu gabinete, o inquérito ainda não foi entregue às comissões.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/stf-pede-investigacao-sobre-vazamento-de-dados-de-cpi-4761617#ixzz1tLKP5Kut