terça-feira, 11 de outubro de 2011

O aloprado venceu o professor


Da Carta Capital



Rafinha dormiu justiceiro e acordou estuprador. Um dos papeis havia sido tirado dele. Sobrou o outro, e foi nele em que se agarrou. Foto: Renato Stokler
p>Matheus Pichonelli
No começo do ano, pouco antes de pegar o ônibus para o trabalho, costumava tomar café numa loja de departamento – dessas que vendem de jornal a aparelho de celular. Para chegar ao segundo andar, onde funciona uma livraria, pegava a escada rolante e reparava, do alto, numa pequena aglomeração sobre um televisor. No dia seguinte, a aglomeração aumentava – era possível notar que alguns personagens voltavam acompanhados de algum amigo. Foi assim durante alguns dias: toda vez que pegava a escada rolante, notava que a pequena aglomeração havia se transformado numa pequena multidão.
Em volta da tevê, todos pareciam hipnotizados. E riam. Riam muito. Riam tão alto que fiquei curioso para saber o que tanto olhavam. Foi quando soube que o produto a venda não era a tevê, mas um DVD com as piadas feitas por Rafinha Bastos em seu show de stand up comedy.
Não sei quanto tempo o produto ficou a venda. Mas posso garantir que,  enquanto deixou o DVD exposto, a megastore conseguiu reunir em semanas um público que fatalmente se acotovelaria para ver o comediante em sua casa de show. Comentei com um amigo, que tem amigos em comum com o Rafinha, e ele contou o seguinte: num dos programas semanais do qual participava na Bandeirantes, os futuros entrevistados sempre perguntavam à produção: “Mas é o Rafinha que vem?” Quando ele chegava para a pauta, geralmente para acompanhar o dia de um trabalhador ou apresentar matérias-denúncia sobre o descaso do poder público, as pessoas se preparavam, se aglomeravam (como na frente da tevê) e o tratavam como uma espécie de porta-voz da comunidade, capaz de amplificar em segundos uma queixa que, longe das câmeras, levaria anos para ser solucionada.
Mas Rafinha Bastos é um personagem. Quando entrevistava (fosse ou não orientado pela produção), fazia crescer os olhos e a voz, numa tentativa, ora forçada, de mostrar indignação. Foi assim quando mostrou a suspeita de trabalho escravo envolvendo uma grife multinacional. Ou quando pedia providências para transporte público escolar. Ou quando dava as caras em reportagens sobre moradores de rua ou comerciantes ambulantes.
Ou quando passou dias comendo a merenda de uma escola pública diante das câmeras, em casa, numa tentativa de denunciar a falta de cuidado com os alimentos dos pobres estudantes.

Sem internet, Rafinha seria como o professor que ganha os alunos com piadas e frases-feitas. Mas havia milhões na plateia, e uma trincheira na vida real. Foto: Divulgação
Rafinha Bastos era um fenômeno, embora jogasse um jogo aparentemente fácil: de um lado, crianças (ou injustiçados); de outro, um político de antemão apresentado como insensível.
Mas um fenômeno, no Brasil, precisa se resguardar em cuidados para não deixar a mostra os outros lados da mesma personalidade. Jogadores, cantores, políticos, empresários e até jornalistas gastam o que têm e o que não têm em cursos de etiqueta e manuais de mídiatraining: posam abraçando crianças e proferindo frases-feitas para aplausos na plateia do Faustão. Quase nunca deixam brechas: o ralho com a empregada, a piada sobre a mulher feia, a agressão aos filhos e o suborno na Receita quase nunca saem no jornal. Se sair, é pena de morte.
Foi aí que Rafinha tomou o contragolpe. Não por sua postura na vida pessoal (que poucos sabem), mas pela postura de seu outro personagem. Durante algum tempo, ele transitou entre o repórter socialmente responsável (ao menos para o público) e o piadista sem-noção, oriundo de uma escola cujo escracho vale mais que mil paródias. Se é rindo que se corrigem os costumes, o Rafinha piadista e sua trupe (sim, porque não estava sozinho) pareciam inverter ou desprezar a própria função: os pobres que continuassem pobres, os feios que seguissem feios, os ladrões que continuassem ladrões e os indignados que rissem de tudo, porque rir era o fim e não o meio.
De alguma forma, colocar puta, traficante, ator e viciado no mesmo balaio parecia engraçado. E, por um motivo aparentemente inexplicável, o mesmo ator que defendia os injustiçados dos políticos não parecia desmentir o comediante que chutava todo mundo, injustiçados inclusive.
Com o papel, ele passou a despertar antipatia nos jornalistas, que não o reconheciam como colega – e nem tinham as mesmas ferramentas para estourar miolos de mosquitos com metralhadora. Mas Rafinha não precisava dos colegas: enquanto tivesse aplauso, não precisaria da mídia nem nem de ninguém. Para chegar ao público, bastava falar: tinha sua própria casa de shows e sua própria rede de seguidores, milhares de seguidores em redes sociais que o levaram a ser considerado como a personalidade mais influente do Twitter em matéria do New York Times.
Mas alguém percebeu a contradição entre os dois papéis que, durante pelo menos três anos, o ator desempenhou. Havia uma trincheira em volta dele, e ele parece não ter notado: os zilhares de seguidores não o salvariam da trairagem da própria bancada do CQC. Faltava um isqueiro ser acendido. Um dia, ele falou sobre a mulher do amigo do colega que era pago pela empresa que também bancava o sócio do marido do amigo do colega.
Bastaram quatro pessoas, uma empresa (talvez mais) e um bebê. E a velha mídia, que teme pelos seus anunciantes, acendeu a patrulha e deu o bote.
Rafinha dormiu justiceiro e acordou “estuprador”. Um dos papéis havia sido tirado dele. Sobrou o outro, e foi nele em que se agarrou, cuspindo em todos os que acreditava não precisar. Bastava, talvez, um pedido de desculpas, recorrendo, como todo mundo faz, à tal da humanidade que nos leva a cometer erros infantis, fora de contexto e tudo mais. Por algum outro motivo (também inexplicável) a resposta foi outra: receita de bolo para um, banana para outros, cacete para outros mais. Hoje, levar o “justiceiro” para mostrar as mazelas da comunidade ou mostrá-lo como anunciante pega mal. Parte da plateia evaporou.
Poucos entendem – e qualquer tentativa de explicação fatalmente cairá no moralismo, em julgamento ou fofoquinha. Muitos dirão: mas por que tanta tinta gasta com um artista se há tanta fome no mundo? Porque, mídia e espectadores, não conseguem entender a que se deve um fenômeno como Rafinha. talvez nem ele mesmo. Ninguém, nem político nem empresário nem qualquer outro artista, tenha hoje a mesma capacidade de se tornar assunto, gerar polêmica e discussões no Brasil.
Desafio quem quiser a sair na rua e encontrar mais de duas pessoas, entre 12 e 35 anos, num grupo de cem, que saibam citar duas palavras proferidas pela presidenta Dilma Rousseff na abertura da Assembleia Geral da Onu. E desafio o mesmo curioso a encontrar, nesse mesmo grupo, dois jovens que não saibam citar de cabeça ao menos uma polêmica protagonizada por Rafinha na última semana.
A polêmica alimentada de polêmica fez com que Rafinha (ou a suposta decadência dele) se tornasse tema obrigatório em qualquer site para alavancar a audiência.
Parte do fascínio sobre o comediante tem origem na mesma pergunta: como? Como é possível?

'Por um motivo aparentemente inexplicável, o mesmo ator que defendia os injustiçados dos políticos não parecia desmentir o comediante que chutava todo mundo, injustiçados inclusive'
Arrisco: Rafinha fala com a juventude, ou com adultos juvenis, que ainda são capazes de rolar de rir se alguém tropeça na frente deles em uma casca de banana. Lembra, em todos os aspectos, o professor que ganha os alunos no cursinho ou no colegial: se apresenta com piadas constrangedoras (sobre a loira, sobre a monga, sobre o lerdo, sobre o deficiente), mas dá a sua aula; fala frases-feitas, e ganha a admiração de todos; transita entre o sério e o sem-noção; tem o domínio de um público que ainda forma a opinião sobre qualquer coisa. E tem a vantagem de estar na frente de todos, o microfone às mãos. De novo, com outros recursos, parece um jogo fácil. Como jogar políticos contra um público com pena das crianças.
Mas um dia os alunos crescem. E as piadas (como a vida) deixam de parecer engraçadas. E as frases-feitas, a moral da história, já não fazem sentido. E o professor aloprado, ídolo da molecada, vira o babão em pouco tempo (mas o público se recicla, e no ano seguinte, novos alunos surgem). Vendo o Rafinha, lembro de todos os professores do colégio e cursinho que domavam as feras de 18 anos, mas que hoje não sobreviveriam a dez minutos de argumentos num reencontro de turma, dez anos depois.
A diferença é que, com os sites de compartilhamento, as redes sociais, e as páginas eletrônicas de fofoca, a sala de aula se transformou numa plateia para milhões. Com a trincheira à sua volta, cavada pelos amigos e empregadores, o tombo só foi maior. O mundo da celebridade é assim: ela se alimenta dos picos, mas também da decadência. E decreta prisão perpétua para quem errou no lance final.

PSDB não fechará as portas para PSD



PSDB não fechará as portas para PSDFoto: LEONARDO SOARES/AGÊNCIA ESTADO

OS TUCANOS JOSÉ SERRA E AÉCIO NEVES CONSIDERAM FAZER ALIANÇA COM O PSD

Por Agência Estado
11 de Outubro de 2011 às 12:39Agência Estado
O ex-governador de São Paulo José Serra e o senador Aécio Neves (MG) concordaram na noite desta segunda (10) que o PSDB não deve fechar as portas para uma eventual aliança com o PSD, sigla recém-criada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Serra considerou que existe a hipótese de as duas legendas estarem juntas em "diferentes áreas ou regiões". Aécio defendeu a formação de uma política de alianças que tenha como meta não só a disputa presidencial de 2014, mas também a retomada do espaço da oposição no Congresso Nacional. Os dois participaram ontem de reunião do Conselho Político do PSDB, promovida no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.
Após o encontro, Serra avaliou como importante o diálogo com todos os partidos, "exceto com aqueles que podem ser considerados adversários". Mais cedo, antes do início da reunião Aécio defendeu a composição de uma aliança mais robusta do que a construída nas últimas eleições presidenciais, em 2010. "O que eu defendo é que o PSDB deixe, sim, as portas abertas para construir uma aliança mais ampla", afirmou. Ele ponderou, contudo, que, antes de qualquer diálogo, é necessário aguardar a postura que tomará o PSD em relação ao atual governo federal. "Eu acho que agora é aguardar qual será a forma de agir do partido. Vamos ver que tipo de posicionamento terá no Congresso Nacional."
A reunião do Conselho Político, que durou em torno de três horas teve a participação de seus seis integrantes: o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Marconi Perillo (GO), o ex-governador José Serra (SP) e o senador Aécio Neves (MG).
Na saída, Serra foi perguntado o que achou da entrevista concedida por Aécio ao jornal "O Estado de S. Paulo", publicada domingo e na qual o senador mineiro afirmou que, caso venha a disputar a sucessão presidencial, estará pronto para enfrentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou a presidente Dilma Rousseff. "Eu achei interessante, verdadeira", afirmou Serra, negando que tenha se colocado como candidato na disputa presidencial de 2014. "Mas acho positivo que o Aécio se coloque ", disse.

Dirceu: “É só ir à periferia para ver a força de Marta”



Dirceu: “É só ir à periferia para ver a força de Marta”Foto: DIVULGAÇÃO

EX-MINISTRO ABRE O CORO DOS QUE TEMEM A DERROTA DO PT EM SÃO PAULO, ANO QUE VEM, CASO ROLO COMPRESSOR DE LULA PASSE COM MINISTRO FERNANDO HADDAD POR CIMA DA SENADORA MARTA SUPLICY

Por Agência Estado
11 de Outubro de 2011 às 12:58Agência Estado
O ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu defendeu ontem, em São Paulo, um acordo para definir o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. Durante o lançamento de seu livro "Tempos de Planície", o ex-ministro disse que as decisões do partido devem considerar a força política da senadora Marta Suplicy, que disputa indicação com o ministro da Educação, Fernando Haddad, preferido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- Eu trabalho com um acordo. Não há vitória sem a Marta, isso temos de ter consciência. Qualquer solução passa por ela dentro do partido, que sabe disso. É só ir na periferia e ver a popularidade e a força dela.
Para Dirceu, o PT tem chances de ganhar a sucessão municipal de 2012 em qualquer cenário, seja com Haddad, Marta, o senador Eduardo Suplicy ou ainda os deputados federais Carlos Zarattini e Jilmar Tatto.
- Com Haddad ou com a Marta também, não necessariamente só com Haddad.
Ele não disse explicitamente, no entanto, qual é o seu pré-candidato favorito.
Os petistas que compareceram ao evento se mostraram em sintonia com Dirceu. O prefeito de Osasco, Emídio de Souza, disse que "derrotar a Marta é derrotar o PT em São Paulo".
- Se derrotar o Haddad também não é bom porque é a derrota do Lula e, se o Lula for derrotado, não tem vitória.
Já o presidente do PT estadual, Edinho Silva, apelou para uma solução negociada que evitasse a prévia, mas deu sinais de que Marta deve sair perdendo:
- Gostaria que não houvesse prévia porque a derrota da Marta é a derrota do PT.
O ex-ministro também comentou a filiação do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles ao PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Na opinião de Dirceu, embora Meirelles tenha prestígio e já tenha sido o deputado federal mais votado em Goiás, a situação muda de figura quando se trata da capital paulista. Para o ex-ministro, PT, PSDB, PMDB e a figura pessoal de Kassab ocupam todo o cenário político em 2012 e, por isso, não haveria chances de Meirelles se viabilizar como candidato forte em apenas um ano.
- Ele é um candidato que temos que respeitar, mas não acredito que em São Paulo tenha chances, francamente.
Esse é o segundo evento de lançamento da coletânea de 73 artigos publicados de 2006 a 2010 pelo ex-ministro. Prestigiaram Dirceu antigos colegas de guerrilha e companheiros do PT paulista, como o ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh, além de Edinho Silva e Emídio de Souza. No meio da noite, a fila para pegar autógrafos e tirar fotos com Dirceu ultrapassou o número de 100 pessoas.
O evento estava marcado para começar às 18h30, mas o ex-ministro se atrasou porque foi entregar um exemplar do livro para o ex-presidente Lula, a quem prometeu fazer uma noite de lançamento no ABC paulista.

Morre o humorista José Vasconcellos



Morre o humorista José VasconcellosFoto: DIVULGAÇÃO

ATOR FALECEU NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS, SP, POR INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA; PARTICIPOU DA ESCOLINHA DO PROFESSOR RAIMUNDO COMO O GAGO "RUI BARBOSA SA-SILVA"

Por Agência Estado
11 de Outubro de 2011 às 13:18Agência Estado
O humorista José Vasconcellos, de 85 anos, morreu hoje no Hospital das Clínicas, em São Paulo, por insuficiência respiratória. Vasconcellos sofria de Mal de Alzheimer e de problemas nos rins.
Vasconcellos nasceu em Rio Branco, no Acre, e começou sua carreira no rádio, meio em que se tornou célebre por fazer imitações das vozes de outros locutores e artistas em geral, como a imitação de Ari Barroso apresentando um programa de calouros.
Participou da "Escolinha do Professor Raimundo" como o gago "Rui Barbosa Sa-Silva", além de se apresentar em casas de espetáculos por todo o Brasil. Em 2009, foi lançado o DVD Documentário "Ele é o Espetáculo", do cineasta Jean Carlo Szepilovski, uma homenagem ao conjunto de sua obra.
"Ele é o Espetáculo" é uma biografia narrada pelo próprio humorista, com depoimentos de Jô Soares, Chico Anysio e trecho de filmes e programas de rádio e TV em que atuou durante a carreira.

Boston, 238 anos depois, faz história de novo





Boston, 238 anos depois, faz história de novoFoto: ADAM HUNGER/REUTERS

NA MESMA CIDADE EM QUE SE DEU A TEA PARTY, EM 1773, QUANDO AMERICANOS ATACARAM O CHÁ INGLÊS E DEFLAGRARAM O PROCESSO DA REVOLUÇÃO, SURGE AGORA O PRIMEIRO INCIDENTE EM TORNO DO MOVIMENTO OCUPEM WALL STREET; 100 PRISÕES NA MADRUGADA; ELES SERÃO HERÓIS NO FUTURO? VÍDEOS

11 de Outubro de 2011 às 14:15
247 – Foi em Boston, em 1773, que a revolução americana teve um de seus eventos-chave: a Festa do Chá (The Boston Tea Party). Ali, à noite, manifestantes disfarçados de índios invadiram navios ingleses e, numa agressão frontal ao colonialismo britânico, jogaram ao mar centenas de caixas de chá que havia sido extraído de suas terras. Foi o primeiro gesto organizado contra a dominação colonial, o que levou seus participantes a serem considerados os mais radicais entre os patriotas. Três anos e uma série de sabotagens depois, os ingleses eram expulsos e os americanos declaravam independência.
Na madrugada de ontem, outra vez em Boston, um incidente envolvendo os manifestantes do grupo conhecido como Ocupem Wall Street e a polícia local já entrou para a história. Desde o início dos protestos, que comeram em Nova York e se espalharam pelo país, ainda não haviam ocorrido conflitos entre os manifestantes e o Estado. Mas agora essa premissa foi derrubada.
Mais de 100 manifestantes foram detidos na cidade, durante a madrugada. Os manifestantes criticaram a atuação da polícia, chamando-a de "desleal". Os agentes teriam esperado até à 1h da madrugada para atuar, ao som do coro de revoltados: “O povo unido jamais será vencido”. O grupo também divulgou um vídeo (assista abaixo) em que os policiais agem com agressividade para conter o protesto.
O porta-voz policial Jamie Kenneally disse que as prisões ocorreram por volta as 13h13 (horário local) e a maioria foi por invasão. Um grupo de ambientalistas plantou US$ 150 mil em arbustos ao longo da área e as autoridades afirmaram que estavam preocupadas com os danos.
Centenas de estudantes universitários marcharam pelo centro de Boston na segunda-feira e se reuniram no Boston Common, com faixas nas quais se lia "financiem a educação, não as corporações". Os manifestantes estão irritados com o sistema educacional que segundo eles imitam "as práticas financeiras irresponsáveis, incompreensíveis e não éticas" de Wall Street.
A FOX, emissora americana pertencente ao grupo do magnata Rupert Murdoch, foi criticada pelo grupo de manifestantes por associar o protesto a atitudes nazistas. Durante a exibição do programa FOX Business, apresentado por Eric Bolling, a comentarista Ann Coulter criticou as opiniões dos manifestantes: “Todas as frases podiam ter sido ditas em 1789, na França, antes da Revolução Francesa, ou na Revolução Russa, ou com uma leve modificação quando os nazistas assumiram o poder... Este é sempre o começo do totalitarismo”.
O vídeo publicado pela FOX, segundo o movimento, exclui a entrevista do porta-voz do protesto John LaGreca, segundo o Occupy Wall Street. Uma das frases dita por LaGreca criticava “a máquina de propaganda da mídia conservadora”. Ao indicar o jornalista que lhe está “dando a oportunidade de passar sua mensagem”, o porta-voz do movimento responde: “Me alegro de vê-los por aqui prestando atenção a algo que 99% dos americanos estão prestando atenção”. Sobre Obama, LaGreca provocou: “Se queremos que o presidente faça mais, devemos falar com ele de coisas que realmente afetam as pessoas, no lugar de pedir seu certificado de nascimento e perder tempo com besteiras”. A entrevista teria sido censurada pela FOX, mas colocadas na internet pelos manifestantes.
O objetivo dos participantes da marcha é visitar as casas do executivo-chefe da News Corp., Rupert Murdoch, do principal dirigente do JP Morgan Chase, Jamie Dimon e do magnata do petróleo David Koch, entre outros. Embora não tenham permissão, eles vão caminhar em filas estreitas para não bloquear as calçadas, disse Doug Forand, líder da manifestação. Citando os cortes de orçamento que afetam escolas e cidadãos idosos, Forand disse que o projeto do Estado de encerrar o "imposto sobre os milionários" é "injusto" e pede aos legisladores que estendam a aplicação do imposto.
Durante a marcha programada para a tarde desta terça-feira, os manifestantes vão carregar cheques em tamanho gigante para simbolizar o quanto menos que os ricos pagarão quando o imposto deixar de se pago, em dezembro.
Veja o vídeo da confusão entre manifestantes e policiais, durante a madrugada:



Assista a entrevista do porta-voz do movimento, John LaGreca


Governo perde a paciência: "greve não é férias"




Governo perde a paciência: Foto: Renato Araujo/ABr

INCOMODADA COM AS PARALISAÇÕES DOS BANCÁRIOS E DOS FUNCIONÁRIOS DOS CORREIOS, MINISTRA MIRIAM BELCHIOR, DO PLANEJAMENTO, LEMBRA FRASE DO EX-PRESIDENTE LULA PARA DIZER QUE O GOVERNO NÃO PRETENDE COMPENSAR TODOS OS DIAS NÃO TRABALHADOS; É A RADICALIZAÇÃO?

11 de Outubro de 2011 às 15:04
Evam Sena_247, em Brasília - A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou hoje que grevistas devem assumir como conseqüência da paralisação o corte de salário referente aos dias de greve ou a reposição dos dias parados.
O governo Dilma enfrenta duas grandes greves, dos Correios, desde 14 de setembro, e dos bancários, desde 27 do mês passado. Depois de várias tentativas de acordo frustradas, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) vai julgar o dissídio para os trabalhadores dos Correios.
"O presidente Lula já dizia, greve não é férias", afirmou Belchior. A ministra ressaltou que o aumento de salários do funcionalismo público vai na contramão da política de ajuste fiscal e controle da inflação emprega pelo governo.
O principal entrave para acordo entre os Correios e seus funcionários é sobre o desconto dos dias parados. A empresa concorda com a proposta de descontar seis dias em 12 parcelas a partir do próximo ano, e os demais dias parados seriam compensados nos fins de semana e feriados. A proposta não foi aceita pelos servidores, que querem a compensação de todos os dias, sem desconto do salário.
O jogo duro do governo com os grevistas abriu uma guerra com os sindicatos. O Planalto determinou o corte de ponto numa forma de desencorajar paralisações de outras classes, apresentando como motivo sempre a crise financeira mundial.
O presidente da Força Sindical, deputado Paulinho (PDT-SP), apesar de ser de partido da base aliada, comparou Dilma ao lutador Anderson Silva. “Queremos demovê-la desse estilo UFC”, defendeu ele. Para o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Pattah, a política do governo atual é um retrocesso. “Ao adotar o corte do ponto dos funcionários parados, o governo Dilma utiliza um expediente patronal e se coloca no mesmo patamar dos banqueiros”, classificou.

Wanessa não deixa barato e processa Rafinha




Wanessa não deixa barato e processa RafinhaFoto: DIVULGAÇÃO

ADVOGADO MANUEL ALCEU AFFONSO FERREIRA É CONTRATADO POR CANTORA PARA TOCAR PROCESSO CONTRA HUMORISTA QUE A OFENDEU; RAFINHA PEDIU DEMISSÃO DA BANDEIRANTES; IMBROGLIO PODE FAZER EMISSORA PERDER OS DIREITOS SOBRE O CQC; E ISSO NÃO É PIADA!

11 de Outubro de 2011 às 15:01
247 - O humorista Rafael Bastos Hocsman, conhecido como Rafinha Bastos, está sendo processado oficialmente pelo casal Marcus Buaiz e sua mulher, a cantora Wanessa. O que ninguém sabe ou imagina, ainda, é quem o casal contratou para processá-lo. Desde a semana passada, Manuel Alceu Affonso Ferreira, um dos cinco maiores advogados do Brasil, tem a missão de pegar juridicamente Rafinha. Todo o imbroglio pode ter, ainda, mais uma consequência: a produtora argentina cuatro cabezas, que criou e detém os direitos sobre o CQC, não gostou nada da publicidade negativa sobre a atração e pode, em dezembro, quando chega ao final o primeiro contrato assinado com a Band, levá-la para outra emissora. A Record, do bispo Edir Macedo, é a principal interessada.
Manoel Alceu é advogado pessoal de celebridades como o escritor Fernando Morais e é o decano advogado do matutino O Estado de S. Paulo. O profissional é tido e havido como a maior autoridade jurídica, na América Latina, em casos de liberdade de expressão.
O processo vem pelo comentário de que ele, Rafinha, "comeria" Wanessa e o bebê em piada realizada durante o "CQC”. Na edição do dia 20 de setembro do programa, o apresentador Marcelo Tas comentou "Que bonitinha que está a Wanessa Camargo grávida". No mesmo instante, Rafinha Bastos rebateu: "Eu comeria ela e o bebê. Não tô nem aí".
Na semana passada, Rafinha Bastos apresentou seu pedido de demissão ao diretor de planejamento, Juca Silveira. Ainda não se sabe qual o posicionamento da TV Bandeirantes. Nascido a 5 de dezembro de 1976, Rafinha Bastos é dono de três CNPJ’s: é sócio das pessoas jurídicas Rafael Bastos Hocsman, Rafael Bastos Hocsman Comunicações Ltda e Frei Café e Coisinhas Ltda. Os oficiais de Justiça já sabem dos endereços pessoais dele: na rua Caiowaa, em Perdizes, na rua Frei Caneca, no centro.
Não se sabe ainda em quais crimes Manoel Alceu pretende enquadrá-lo. O currículo do advogado ressalta sua vasta experiência “nas áreas de imprensa, concessão comercial de veículos, telecomunicações, direito bancário e de licitações públicas”.
Leia abaixo notícia publicada pelo 247 a respeito do pedido de demissão de Rafinha Bastos da Rede Bandeirantes:
247 - O apresentador do CQC Rafinha Bastos apresentou seu pedido de demissão ao diretor de planejamento da TV Bandeirantes, Juca Silveira, enquanto a alta cúpula da emissora estava na França. Ele teria alegado não saber como se comportar e o que poderia ou não dizer no programa quando fosse autorizada sua volta. Até agora, nada foi decidido e a emissora só terá uma posição oficial sobre o assunto após o feriado desta quarta-feira. A informação, dada inicialmente pelo colunista do Uol, Flávio Ricco, foi confirmada por um executivo da emissora ao portal iG: "Ele pediu, mas não sei se aceitaram", diz ele.
Mas ao que tudo indica, esse novo capítulo da polêmica envolvendo Rafinha não passa de uma jogada da emissora para reverter a queda de audiência do programa. Em março, a atração marcou 5,6 pontos no Ibope da Grande SP. Em junho, chegou a 6,4, mas caiu para 5,1 em setembro. E na última segunda-feira, o CQC marcou 4,6 pontos.
Poucos antes de o programa ir ao ar, às 22h30, Rafinha publicou em seu perfil no Twitter: "Hj no #cqc tem uma matéria muito legal q fiz com as crianças. Política e economia no olhar dos pequenos. Vê ae!". Em seguida, corrigiu: "Amigos, esqueçam o que eu disse há 5 minutos. A Band cortou a minha matéria do programa."
Rafinha Bastos foi tirado do programa de humor depois de ter feito uma piada com a cantora Wanessa Camargo, que está grávida. Ao ouvir um comentário de Marcelo Tas, companheiro de bancada, sobre como a cantora estava bonita, disse: "Comeria ela e o bebê".

Esquema das ambulâncias Sanguessuga é replicado no governo tucano de São Paulo




Lembra-se das ambulâncias Sanguessugas, onde parlamentares apresentavam emendas, o então ministro da Saúde José Serra (PSDB/SP) e, depois, Barjas Negri (PSDB/SP) liberavam as verbas, e os irmãos Vedoin superfaturavam?

Pois é, migrou para o Estado de São Paulo, quando José Serra (PSDB/SP) e o vice Alberto Goldman (PSDB/SP) foram governadores.

O sucessor, Geraldo Alckmin (PSDB/SP), está com o comportamento suspeito, de quem  quer abafar as investigações.

No rastro da venda de emendas por deputados da Assembléia Legislativa paulista, descobriu-se que a ex-deputada estadual Patrícia Lima (PR-SP) apresentou uma emenda de R$ 2.200.000,00 para equipar o Hospital São João, da cidade de Registro (na região do Vale do Ribeira).

No Diário Oficial do dia de natal - 25 de dezembro de 2010 - a ex-deputada ganhou seu presente de papai noel: o governo tucano liberou a verba de R$ 2.180.000.

O dinheiro financiou a compra de equipamentos superfaturados em até 500% para o hospital.

É o mesmo modus operandi usado pela máfia dos sanguessugas.

É nisso que dá a imprensa demo-tucana ter blindado Serra e Barjas Negri de suas responsabilidades naquele escândalo de corrupção.

A impunidade levou José Serra a ser eleito governador de SP e a certeza da impunidade encorajou a corrupção a se repetir.

Detalhe: a ex-deputada Patrícia teve apenas três votos em Registro na eleição de 2010, e não se reelegeu.

(Esta notícia está na Folha de São Paulo, mas o texto do jornalão continua blindando Serra, Goldman e Alckmin e não estabelece a conexão com o modus operandi dos Sanguessugas. É por isso que a corrupção corre solta em São Paulo, jogando toda a sujeira para baixo do tapete)
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2011/10/esquema-das-ambulancias-sanguessuga-e.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+blogspot%2FEemp+%28Os+Amigos+do+Presidente+Lula%29

Cynara Menezes: Se quiser fazer bom vatapá, é melhor aprender a mexer



As garotas Walita órfãs

por Cynara Menezes, em CartaCapital

Parodiando Bertolt Brecht: quem fez o bolo Sousa Leão? Nos livros constam os nomes das rainhas (do lar). Bentas, Palmiras, Ofélias, Anas Marias e Ninas levariam a fama de criadoras dos acepipes que trazem ainda hoje o sobrenome das famílias poderosas que os serviam às visitas e cujas receitas eram guardadas a sete chaves. Na cozinha, ao lado da dona-de-casa de forno e fogão, Nastácias, Zefas, Severinas, Franciscas e Aparecidas virariam, quando muito, meras notas de rodapé na história da gastronomia no Brasil.

Falo isso e me vem à memória um filme das madrugadas da infância, “Imitação da Vida”, um clássico em preto e branco de 1934, que assistimos algumas vezes em família na sessão Coruja. Nele, uma dona-de-casa (Claudette Colbert) fica rica ao industrializar a receita de panquecas que lhe foi trazida por uma empregada negra (Louise Beavers). A patroa, generosa, oferece sociedade à criada e esta recusa por conhecer seu “lugar”: prefere continuar sendo empregada. Mas as panquecas são batizadas com seu nome e não no da patroa, coisa rara –”Tia Delilah”. Vem-me à lembrança também a canção de Dorival Caymmi, “Vatapá”: “com qualquer dez mil-réis e uma negra, ô, se faz um vatapá”.

Décadas depois do que ocorreu na Europa e nos Estados Unidos, finalmente a era das empregadas domésticas está chegando ao fim no Brasil. As moças pobres querem estudar para seguir outra profissão, já não têm como horizonte apenas dedicarem suas vidas às vidas de outras gentes. Não querem ser mais “praticamente da família”, como se dizia, querem ter suas próprias famílias. Tampouco almejam que suas filhas herdem o serviço, trabalhando para os filhos dos patrões, como acontecia antigamente. “A família dela está na nossa família há anos”: quantas vezes ouvi isso? Acabou.

Mas vejam o que se dá. Em vez de dizermos “adeus, queridas, obrigada por tudo”, e tentarmos descobrir outra maneira de cuidar da casa e criar nossos filhos, o que se vê são narizes torcidos. Fala-se das moças que não querem mais dormir no emprego porque estudam à noite como “esnobes sem causa”. Ironiza-se a empregada que “se acha melhor que a patroa”, a que sente saudade de sua terra e quer ir embora, a “estudante-de-direito”. Acusa-se toda uma categoria de estar fazendo guerra de classes dentro de casa, roubando as patroas. Por último: como antes se importava do Nordeste, agora importam-se criadas do Paraguai.

Em termos familiares, construímos nossas vidas com a ilusão de que teríamos empregadas domésticas para sempre. No Brasil, ao contrário de outros países, as crianças passam um tempo mínimo na escola. Em casa, ensinamos nossos filhos –e eu mesma me penitencio por isso– a não fazerem qualquer tarefa doméstica. Há quem se gabe de, na cozinha, ser incapaz de fritar um ovo. Mas, sem as empregadas, já não somos como a garota do anúncio antigo da batedeira Walita, toda sorridente porque, depois, vai ter quem limpe a bagunça. Órfãs, não sabemos o que fazer daqui para a frente.

Para começo de conversa, não há maneira mais digna de se lidar com esta realidade do que aceitar que nossas empregadas estão subindo na vida. Sem chororô, com orgulho: é mais uma etapa que superamos do subdesenvolvimento. O que temos de fazer é modificar a maneira como vivemos até agora –exigindo escolas integrais e semi-integrais para nossos filhos, por exemplo. Também é preciso, mais do que nunca, que homens e mulheres, adultos e crianças, ajudem nas tarefas do lar, lembrando que as divisões por gênero foram abolidas há muito. Não nos resta outra saída a não ser simplificar nosso modo de morar, de viver e de comer. Chegou a hora de aprender a mexer o vatapá.