sexta-feira, 29 de junho de 2012

Número de católicos cai e aumenta o de evangélicos




Número de católicos cai e aumenta o de evangélicosFoto: Divulgação

CENSO DO IBGE DIVULGADO NESTA SEXTA-FEIRA MOSTRA O CRESCIMENTO DA DIVERSIDADE DOS GRUPOS RELIGIOSOS DO PAÍS; DOCUMENTO TRAZ TAMBÉM CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO SOBRE DEFICIÊNCIA

29 de Junho de 2012 às 11:07
IBGE - Os resultados do Censo Demográfico 2010 mostram o crescimento da diversidade dos grupos religiosos no Brasil. A proporção de católicos seguiu a tendência de redução observada nas duas décadas anteriores, embora tenha permanecido majoritária. Em paralelo, consolidou-se o crescimento da população evangélica, que passou de 15,4% em 2000 para 22,2% em 2010. Dos que se declararam evangélicos, 60,0% eram de origem pentecostal, 18,5%, evangélicos de missão e 21,8 %, evangélicos não determinados. A pesquisa indica também o aumento do total de espíritas, dos que se declararam sem religião, ainda que em ritmo inferior ao da década anterior, e do conjunto pertencente às outras religiosidades. Os dados de cor, sexo, faixa etária e grau de instrução revelam que os católicos romanos e o grupo dos sem religião são os que apresentaram percentagens mais elevadas de pessoas do sexo masculino. Os espíritas apresentaram os mais elevados indicadores de educação e de rendimentos.
As mudanças, no entanto, não se restringem à composição religiosa da população brasileira. O Censo 2010 também registrou modificações nas características gerais da população, como, por exemplo, a aceleração do processo de envelhecimento populacional, a redução na taxa de fecundidade e a reestruturação da pirâmide etária. A investigação sobre cor ou raça revelou que mais da metade da população declarou-se parda ou preta, sendo que em 21 estados este percentual ficou acima da média nacional (50,7%). As maiores proporções estavam no Pará (76,8%), Bahia (76,3%) e Maranhão (76,2%). Apenas em Santa Catarina (84,0%), Rio Grande do Sul (83,2%), Paraná (70,3%) e São Paulo (63,9%) mais da metade da população havia se declarado branca em 2010.
Além disso, quase 46 milhões de brasileiros, cerca de 24% da população, declarou possuir pelo menos uma das deficiências investigadas (mental, motora, visual e auditiva), a maioria, mulheres. Entre os idosos, aproximadamente 68% declararam possuir alguma das deficiências. Pretos e amarelos foram os grupos em que se verificaram maiores proporções de deficientes (27,1% para ambos). Em todos os grupos de cor ou raça, havia mais mulheres com deficiência, especialmente entre os pretos (23,5% dos homens e 30,9% das mulheres, uma diferença de 7,4 pontos percentuais). Em 2010, o Censo registrou, ainda, que as desigualdades permanecem em relação aos deficientes, que têm taxas de escolarização menores que a população sem nenhuma das deficiências investigadas. O mesmo ocorreu em relação à ocupação e ao rendimento. Todos esses números referem-se à soma dos três graus de severidade das deficiências investigados (alguma dificuldade, grande dificuldade, não consegue de modo algum).
Em 30 anos, percentual de evangélicos passa de 6,6% para 22,2%
Os evangélicos foram o segmento religioso que mais cresceu no Brasil no período intercensitário. Em 2000, eles representavam 15,4% da população. Em 2010, chegaram a 22,2%, um aumento de cerca de 16 milhões de pessoas (de 26,2 milhões para 42,3 milhões). Em 1991, este percentual era de 9,0% e em 1980, 6,6%.
Já os católicos passaram de 73,6% em 2000 para 64,6% em 2010. Embora o perfil religioso da população brasileira mantenha, em 2010, a histórica maioria católica, esta religião vem perdendo adeptos desde o primeiro Censo, realizado em 1872. Até 1970, a proporção de católicos variou 7,9 pontos percentuais, reduzindo de 99,7%, em 1872, para 91,8%.
Esta redução no percentual de católicos ocorreu em todas as regiões, mantendo-se mais elevada no Nordeste (de 79,9% para 72,2% entre 2000 e 2010) e no Sul (de 77,4% para 70,1%). A maior redução ocorreu no Norte, de 71,3% para 60,6%, ao passo que os evangélicos, nessa região, aumentaram sua representatividade de 19,8% para 28,5%.
Entre os estados, o menor percentual de católicos foi encontrado no Rio de Janeiro, 45,8% em 2010. O maior percentual era no Piauí, 85,1%. Em relação aos evangélicos, a maior concentração estava em Rondônia (33,8%), e a menor no Piauí (9,7%).
8,0% dos brasileiros se declararam sem religião em 2010
Entre os espíritas, que passaram de 1,3% da população (2,3 milhões) em 2000 para 2,0% em 2010 (3,8 milhões), o aumento mais expressivo foi observado no Sudeste, cuja proporção passou de 2,0% para 3,1% entre 2000 e 2010, um aumento de mais de 1 milhão de pessoas (de 1,4 milhão em 2000 para 2,5 milhões em 2010). O estado com maior proporção de espíritas era o Rio de Janeiro (4,0%), seguido de São Paulo (3,3%), Minas Gerais (2,1%) e Espírito Santo (1,0%).
O Censo 2010 também registrou aumento entre a população que se declarou sem religião. Em 2000 eram quase 12,5 milhões (7,3%), ultrapassando os 15 milhões em 2010 (8,0%). Os adeptos da umbanda e do candomblé mantiveram-se em 0,3% em 2010.
Homens estão em maior proporção entre católicos e sem religião
Com proporções de 65,5% para homens e 63,8% para mulheres, os católicos são, junto com os sem religião (9,7% para homens e 6,4% para mulheres), os que apresentam mais declarantes do sexo masculino. Nos demais grupos, as mulheres eram maioria.
A proporção de católicos também foi maior entre as pessoas com mais de 40 anos, chegando a 75,2% no grupo com 80 anos ou mais. O mesmo se deu com os espíritas, cuja maior proporção estava no grupo entre 50 e 59 anos (3,1%). Já entre os evangélicos, os maiores percentuais foram verificados entre as crianças (25,8% na faixa de 5 a 9 anos) e adolescentes (25,4% no grupo de 10 a 14 anos).
No que tange ao recorte por cor ou raça, as proporções de católicos seguem uma distribuição aproximada à do conjunto da população: 48,8% deles se declaram brancos, 43,0%, pardos, 6,8%, pretos, 1,0%, amarelos e 0,3%, indígenas. Entre os espíritas, 68,7% eram brancos, percentual bem mais elevado que a participação deste grupo de cor ou raça no total da população (47,5%). Entre os evangélicos, a maior proporção era de pardos (45,7%). A maior representatividade de pretos foi verificada na umbanda e candomblé (21,1%). No grupo dos sem religião, a declaração de cor mais presente também foi parda (47,1%).
População espírita tem os melhores indicadores de educação
Os resultados do Censo 2010 indicam importante diferença dos espíritas para os demais grupos religiosos no que se refere ao nível de instrução. Este grupo religioso possui a maior proporção de pessoas com nível superior completo (31,5%) e as menores percentagens de indivíduos sem instrução (1,8%) e com ensino fundamental incompleto (15,0%). Já os católicos (6,8%), os sem religião (6,7%) e evangélicos pentecostais (6,2%) são os grupos com as maiores proporções de pessoas de 15 anos ou mais de idade sem instrução. Em relação ao ensino fundamental incompleto são também esses três grupos de religião que apresentam as maiores proporções (39,8%, 39,2% e 42,3%, respectivamente).
Os católicos e os sem religião foram os grupos que tiveram os maiores percentuais de pessoas de 15 anos ou mais de idade não alfabetizadas (10,6% e 9,4%, respectivamente). Entre a população católica é proporcionalmente elevada a participação dos idosos, entre os quais a proporção de analfabetos é maior. Por outro lado, apenas 1,4% dos espíritas não são alfabetizados.
Mais de 60% dos evangélicos pentecostais recebem até 1 salário mínimo
A comparação da distribuição das pessoas de 10 anos ou mais de idade por rendimento mensal domiciliar per capita revelou que 55,8% dos católicos estavam concentrados na faixa de até 1 salário mínimo. Mas são os evangélicos pentecostais o grupo com a maior proporção de pessoas nessa classe de rendimento (63,7%), seguidos dos sem religião (59,2%). No outro extremo, o das classes de rendimento acima de 5 salários mínimos, destaca-se o percentual observado para as pessoas que se declararam espíritas (19,7%).
31,1% de brancos e 12,8% de pretos entre 15 e 24 anos frequentavam nível superior
Em 2010, viviam no país 91 milhões de pessoas que se classificaram como brancas (47,7%), cerca de 82 milhões que se declararam pardos (43,1%) e 15 milhões, pretos (7,6%). Os amarelos chegaram a quase 2 milhões (1,1%) e os indígenas a 817 mil (0,4%). A população indígena estava concentrada (60,8%) nas áreas rurais, enquanto 15,6% do total da população brasileira vivia nessas áreas.
No grupo de pessoas de 15 a 24 anos que frequentava estabelecimento de ensino, houve forte diferença no acesso a níveis de ensino pela população segmentada por cor ou raça. No nível superior, encontravam-se 31,1% dos brancos nesse grupo etário, enquanto apenas 12,8% dos pretos e 13,4% dos pardos. O Censo revelou, também, que a defasagem entre idade e nível de ensino que a pessoa frequentava atingiu cerca de 50% das pessoas de 15 a 24 anos que estavam no ensino fundamental, enquanto já deveriam ter alcançado ao menos o ensino médio.
Ao se observar a posição na ocupação entre brancos, pretos e pardos, observou-se uma maior representação das pessoas que se declararam brancos entre os grupos com proteção da previdência social (empregados com carteira de trabalho assinada, militares e funcionários públicos estatutários), assim como entre os empregadores (3,0% entre brancos, enquanto 0,6% entre pretos e 0,9% entre pardos).
67,7% dos idosos possuíam alguma deficiência em 2010
O Censo 2010 aprofundou a investigação sobre as características das pessoas com deficiência no Brasil, coletando, no questionário da amostra, aplicado a 6,2 milhões de domicílios, dados referentes à distribuição espacial, idade, sexo, cor ou raça, alfabetização, frequência escolar, nível de instrução e características de trabalho.
No Brasil, de aproximadamente 45,6 milhões de pessoas com pelo menos uma das deficiências investigadas, 38,5 milhões viviam em áreas urbanas e 7,1 milhões em áreas rurais. Na análise por sexo, observou-se que 26,5% da população feminina (25,8 milhões) possuía pelo menos uma deficiência, contra 21,2% da população masculina (19,8 milhões).
O Censo 2010 também investigou a prevalência de pelo uma das deficiências por faixa de idade, e constatou que era de 7,5% nas crianças de 0 a 14 anos; 24,9% na população de 15 a 64 anos e 67,7% na população com 65 anos ou mais de idade. O maior contingente com pelo menos uma deficiência ocorreu na população de 40 a 59 anos, correspondendo a aproximadamente 17,4 milhões de pessoas, sendo 7,5 milhões de homens e 9,9 milhões de mulheres.
Quase 1/3 das mulheres negras possui alguma deficiência
A deficiência visual, que atingia 35,8 milhões de pessoas em 2010, era a que mais acometia tanto homens (16,0%) quanto mulheres (21,4%), seguida da deficiência motora (13,3 milhões, 5,3% para homens e 8,5% para mulheres), auditiva (9,7 milhões, 5,3% para homens e 4,9% para mulheres) e mental ou intelectual (2,6 milhões, 1,5% para homens e 1,2% para mulheres).
Em relação à cor ou raça, as populações que se declararam preta ou amarela foram as que apresentaram maior percentual de pessoas com pelo menos uma das deficiências investigadas, 27,1% para ambas, e o menor percentual foi observado na população indígena, 20,1%. A população feminina apresentou percentuais superiores para qualquer cor ou raça declarada, sendo que a maior diferença foi encontrada entre as mulheres (30,9%) e os homens (23,5%) de cor preta, 7,4 pontos percentuais, e a menor diferença, de 3,4 p.p, entre os homens (18,4%) e mulheres (21,8%) indígenas.
Escolarização: 95,2% das crianças com deficiência frequentam escola
Para a população de 15 anos ou mais de idade com pelo menos uma das deficiências investigadas, a taxa de alfabetização foi de 81,7%, uma diferença de 8,9 pontos percentuais em relação ao total da população na mesma faixa etária (90,6%). A região Sudeste apresentou a maior taxa de alfabetização dessa população (88,2%) e a região Nordeste, a menor (69,7%).
Já em relação à taxa de escolarização, 95,2% das crianças de 6 a 14 anos com deficiência frequentavam escola, 1,9 pontos percentuais abaixo do total da população nessa faixa etária (97,1%). Para a mesma população, em nível regional, destacou-se a região Norte com a menor taxa de escolarização (93,3%), porém com a menor diferença entre crianças com (94,0%) e sem deficiência (93,3%.), indicando que a inclusão escolar na região Norte sofre influência de outros fatores, como a infraestrutura de transporte. A maior diferença foi observada na região Sul, 97,7% e 95,3%, respectivamente.
Quando se observa o nível de instrução, a diferença é mais acentuada. Enquanto 61,1% da população de 15 anos ou mais com deficiência não tinha instrução ou possuía apenas o fundamental incompleto, esse percentual era de 38,2% para as pessoas dessa faixa etária que declararam não ter nenhuma das deficiências investigadas, representando uma diferença de 22,9 pontos percentuais. A menor diferença estava no ensino superior completo: 6,7% para a população de 15 anos ou mais com deficiência e 10,4% para a população sem deficiência. Destaca-se que na região Sudeste 8,5% da população de 15 anos ou mais com deficiência possuíam ensino superior completo.
Trabalhadores com deficiência representam 23,6% do total de pessoas ocupadas
Em 2010, a população ocupada com pelo uma das deficiências investigadas representava 23,6% (20,4 milhões) do total de ocupados (86,4 milhões). Das 44,0 milhões de pessoas com deficiência em idade ativa (10 anos ou mais), 53,8% (23,7 milhões) não estava ocupada. Em relação ao total da população que não estava ocupada (75,6 milhões), a população com deficiência representava 31,3%.
Desigualdade de gênero no mercado de trabalho é reproduzida entre deficientes
Para analisar a inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, utilizou-se como indicadores a taxa de atividade, que é o percentual de pessoas economicamente ativas na população de 10 ou mais anos de idade; e o nível de ocupação, que é o percentual de pessoas de 10 anos ou mais ocupadas na semana de referência.
Para a população com pelo menos uma das deficiências, a taxa de atividade foi de 60,3% para os homens contra 41,7% para as mulheres, uma diferença de 18,6 pontos percentuais. Já em relação ao nível de ocupação, a diferença foi de 19,5 p.p: 57,3% para os homens contra 37,8% para as mulheres.
Em relação à taxa de atividade por tipo de deficiência, a deficiência mental foi a que mais limitou a inserção no mercado de trabalho, tanto para homens como para mulheres (cujas taxas de atividade foram de 22,2% e 16,1%, respectivamente). A deficiência visual foi a que menos influenciou na taxa de atividade, que ficou em 63,7% para os homens e 43,9% para as mulheres. O mesmo foi observado para o nível de ocupação, que, no geral, ficou em 17,4% para pessoas com deficiência mental e 48,4% para pessoas com deficiência visual.
40,2% das pessoas com deficiência e ocupadas possuem carteira assinada
Considerando a posição na ocupação e categoria de emprego, constatou-se que a maioria das pessoas de 10 anos ou mais com deficiência, ocupadas na semana de referência, era empregada com carteira assinada (40,2%), uma diferença de 9 pontos percentuais em relação à população sem qualquer dessas deficiências (49,2%). Os percentuais de trabalhadores com deficiência por conta própria (27,4%), sem carteira (22,5%), militares e funcionários públicos estatutários (5,9%) e não remunerados (2,2%) são maiores do que na população sem deficiência (20,8%, 20,6% e 5,5%; 1,7%, respectivamente) e na categoria empregador, a diferença foi de 0,3 p.p entre a população sem (2,1%) e com (1,8%) deficiência.
Rendimento: 46,4% das pessoas de 10 anos ou mais com deficiência recebem até 1 salário mínimo ou não recebem rendimento
Em relação ao rendimento nominal mensal de trabalho recebido pelas pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência, com pelo menos uma das deficiências investigadas, observou-se que 46,4% dessa população ganhava até um salário mínimo ou não tinham rendimento, uma diferença de mais de nove pontos percentuais para população sem qualquer dessas deficiências (37,1%). As diferenças por existência de deficiência diminuem nas classes mais altas de rendimento.
Ao adicionar a essa análise o tipo de deficiência, constatou-se que, para as pessoas de 10 anos ou mais com deficiência mental ou motora, ocupadas na semana de referência, o maior percentual se encontrava nas classes de mais de meio a um salário mínimo de rendimento de trabalho (27,6% e 28,7%, respectivamente). Já a maior parte das pessoas de 10 anos ou mais com deficiência visual ou auditiva, ocupadas na semana de referência, concentrava-se na classe de 1 a 2 salários mínimos: 29,0% e 28,4%, respectivamente.

São Paulo, a cidade proibida. A onda de proibições





Por Bruno Ribeiro, no Brasil Escrito

Em São Paulo foi criada a Lei Antifumo, que se alastrou pelo Brasil como um câncer. O argumento de que a fumaça do cigarro alheio em ambientes fechados causaria malefícios à saúde do “fumante passivo” esbarra no direito individual quando regulamenta valores por meio da lei. Por que alguém não tem o direito, por exemplo, de abrir um bar exclusivo para fumantes ou de manter uma área reservada para eles? Em São Paulo é proibido fumar até na calçada, se houver um toldo ou cobertura sobre vossa cabeça.

Anúncios de outdoors foram vetados. A Lei Cidade Limpa é positiva quando objetiva reduzir a poluição visual na capital. O problema é o modelo de implantação desta lei, pois hoje qualquer cidadão está proibido de estender à frente de sua casa uma placa ou faixa com qualquer mensagem, inclusive (e a meu ver principalmente) de protesto contra o descaso do governo. Se alguém quiser protestar contra buracos na rua do bairro terá que pedir autorização da prefeitura. O que será negado, por óbvio, constituindo assim um veto indireto à liberdade de expressão.
Chegou a ser proibida a circulação de motos com mais de uma pessoa. O argumento para vetar o “carona” na garupa é de que este poderia ser um assaltante. Como os assaltos praticados por duplas sobre motos são comuns, decidiu-se proibir duas pessoas de dividirem a mesma moto ao mesmo tempo. A iniciativa lembra aquela piada do marido que pegou a mulher com outro no sofá e, para se livrar do problema, vendeu o sofá. Felizmente a lei foi derrubada: feria o direito de ir e vir assegurado pela Constituição Federal.

Outra envolvendo motos: veículos de duas rodas foram proibidos de circular na Avenida 23 de Maio, sem justificativa plausível. A decisão foi revogada pouco tempo depois porque não tinha consistência.

Também foi proibida a circulação de caminhões nas marginais. Agora, esses veículos precisam usar o Rodoanel da CCR (empresa de amigos de José Serra) e pagar o pedágio, se quiserem trabalhar. Recentemente, caminhões proibidos de circular pela Marginal Pinheiros pararam temporariamente de fornecer combustível para os postos de gasolina de São Paulo, como forma de protesto.

A paranóia com os assaltos fez com que o uso de celular fosse vetado dentro de agências bancárias.

Mas a melhor foi a proibição do ovo mole nos botecos da cidade. Para evitar que o cliente contraia uma intoxicação causada pela salmonela.

Cúmulo da falta do que fazer, o molho à vinagrete foi proibido nas pastelarias. Para não contaminar o pastel com bactérias malvadas.

A paranóia com o silêncio levou à proibição do tradicional pregão nas feiras livres. Os comerciantes não podem mais divulgar suas ofertas em voz alta, como é costume no Brasil desde 1500.

Da mesma forma, cobradores de lotação não podem mais informar o destino do veículo gritando para fora da janela, atitude que facilitava a vida de deficientes visuais e de analfabetos.

Por incrível que pareça, não são mais permitidas bancas de jornal no centro de São Paulo, pois, segundo a prefeitura, as banquinhas poderiam ser usadas como “fortalezas e esconderijos de assaltantes em fuga”.
Proibiu-se o uso de câmeras fotográficas nos terminais de ônibus.

As câmeras estão proibidas também no metrô.

Também proibiram a venda de quentão e vinho quente nas festas juninas das escolas.

Para salvaguardar a saúde de nossos jovens, refrigerantes e frituras foram vetados nas cantinas dos colégios.
Pobres estudantes: matar aula está proibido em São Paulo. Com ordem da prefeitura, PM sai à caça de alunos gazeteiros, que acabam dentro do camburão, como marginais.

Não se pode mais beber cerveja nos estádios de futebol e nem levar bandeiras para torcer pelo seu time.
Recentemente, a paranóia com o meio ambiente proibiu o uso de sacolas plásticas nos supermercados. A lei foi derrubada porque contrariava os direitos do consumidor.

Mais: está proibida a doação de material reciclável para catadores. Isso mesmo: doação!

Os artistas de rua estão proibidos de se manifestar na Avenida Paulista e em outras regiões nobres da cidade. Os que ousam mostrar sua arte em público, dos malabaristas às “estátuas vivas”, são violentamente reprimidos pela PM.

A última da onda repressiva é a lei, já aprovada pela assembléia legislativa, que proíbe o consumo de bebida alcoólica em áreas públicas, como bares, calçadas, praças e praias. Se for sancionada pelo governador – e tudo indica que será – ninguém poderá beber sua cervejinha despreocupadamente na rua.

Isso sem falar nas vergonhosas rampas antimendigo instaladas sob os viadutos e pontos estratégicos para impedir que moradores de rua durmam naqueles locais.

Também foi proibida, pelo então governador José Serra, a venda de bananas por dúzia, como sempre foi feito nas feiras. Agora, em todo o Estado, a banana só pode ser vendida por peso. Quem insistir, poderá ter seu comércio multado.

A prefeitura de São Paulo se meteu ainda em uma cruzada contra as bancas de jornais. Isso mesmo: para forçar o fechamento das bancas na Praça da Sé e outros pontos da cidade, Gilberto Kassab está proibindo os donos de vender produtos como guarda-chuvas, chocolates e publicações “atentatórias à moral”. Não acreditam? Leiam aqui.

Kassab também não gosta que pobres socializem em espaços culturais criados por eles. Por isso tem proibido os saraus nas periferias. Um dos mais antigos e tradicionais, o Sarau do Binho, na região do Campo Limpo, foi fechado recentemente, à exemplo de espaços culturais semelhantes no Bixiga e na Brasilândia. Todos tinham uma característica em comum: eram espaços de resistência do movimento hip-hop.

O trabalhador informal também é tratado como criminoso em São Paulo. Kassab cancelou as permissões de trabalho de todos os camelôs da cidade.

Proibição das mais cruéis é a que pretende proibir a distribuição de comida para moradores de rua. As entidades assistenciais que entregam todas as noites o “sopão” para pessoas que não têm nada na vida, são os alvos preferenciais. Kassab espera, com isso, forçar os mendigos a saírem das ruas e se internarem nos  albergues da prefeitura, que são péssimos e oferecem comida de baixa qualidade.

O jornalista Rodrigo Martins, da Carta Capital, foi muito feliz quando definiu, em seu artigoCervejaço contra a caretice: “São Paulo é uma cidade de loucos exatamente pelo fato de negar a seus habitantes o direito à cidade”.

Audiência sobre a ´Cura Gay´ termina em tumulto




Brasília. Gritos, bate-boca e muita confusão marcaram a audiência pública que terminou no início da tarde de ontem na Comissão de Seguridade e Família da Câmara para discutir o projeto de decreto legislativo 234/11, conhecido como projeto de Cura Gay. De autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), a proposta susta a aplicação de dois dispositivos da resolução 1/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP). O regulamento do CFP proíbe profissionais de usarem a mídia para reforçar preconceitos contra homossexuais ou propor tratamento de cura.

O PDC 234 ainda não foi apreciado em outras comissões. Para João Campos, os artigos 2 e 3 da resolução do CFP, que vedam a chamada ´cura gay´, são abusivos. "Ela fere a autonomia do paciente, pois proíbe o atendimento no caso de ele ser homossexual", afirmou.

O deputado Jean Wyllys deixou a sala por discordar do direcionamento da audiência FOTO: AGÊNCIA CÂMARA

O CFP não aceitou o convite para a audiência por considerar a composição da mesa "pouco equilibrada". Entre os convidados que falaram estava a psicóloga Marisa Lobo, que defende o direito de psicólogos atenderem pacientes que busquem mudar a sua orientação sexual. Para ela, é possível que o paciente altere sua orientação se quiser.

Também contrária à resolução do conselho, Marisa Lobo afirmou que o psicólogo não pode negar atendimento ao paciente que deseje mudar sua orientação sexual. "Eu tenho que dar ouvidos a esse sofrimento psíquico", disse a psicóloga. A fala de Marisa provocou reações acaloradas em parte da plateia. "Todo mundo que discorda de vocês, vocês dizem que é homofóbico", rabateu Lobo.

O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), coordenador da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), defendeu que o motivo real de sofrimento psíquico é o preconceito da sociedade, não a orientação sexual. "Quem nasce em uma cultura homofóbica e é injuriado desde criança, é lógico que vai ter uma percepção negativa de si", disse.

Por telefone, a vice-presidente do CFP, Clara Goldman, negou que a resolução 01/99 traga cerceamento a pacientes LGBT. "O que ela proíbe é que (a homossexualidade) seja trabalhada como doença", afirmou logo após se reunir, em Brasília, com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário. Goldman disse não acreditar que o Congresso aprove as mudanças defendidas por Campos e outros parlamentares.

Brasil tem cerca de oito mil padres casados



Famílias de padres casados de todo o Brasil estão reunidos em Fortaleza para encontro que segue até 1º de julho
SALGADO
Padre Gerard e Claudete estão casados há 13 anos

Uma vez padre, sempre padre. Mesmo que, um dia, o religioso se case. “A gente continua padre, mesmo sem exercer o ministério”, explica Gerard Frencken, casado há 13 anos com a cearense Claudete da Silva Morais. O casal participa esta semana do 19º Encontro das Famílias dos Padres Casados, evento bienal que reúne famílias de todo o Brasil.

Segundo Frencken, após o matrimônio não é mais permitido ao sacerdote guiar celebrações e sacramentos, como missas, casamentos e batismos.

A estimativa é que existam cerca de oito mil padres da Igreja Católica Romana que optaram por constituir família somente no Brasil, conforme a organização do Movimento das Famílias dos Padres Casados. A atuação desses padres varia de diocese para diocese. “Algumas dioceses são mais abertas e outras mais fechadas”, comenta Frencken.

Sem entender as restrições impostas pela Igreja, Claudete diz que o movimento atua de forma profética, denunciando a postura fechada da hierarquia e anunciando uma nova forma de vivenciar o cristianismo. “A comunidade não tem nenhuma restrição e recebe muito bem os padres casados”, conta Claudete. Para Frencken, existe um tabu em torno da existência dos padres casados. “A tática da hierarquia é silenciar o assunto”.

Vindos do Maranhão, o padre João Tavares e sua esposa, a teóloga Sofia da Graça, estão casados há 33 anos, tendo duas filhas e uma neta. Sofia aponta a exclusão como a principal dificuldade enfrentada pelo casal. “É como se fosse uma guerra fria”, conta. A teóloga diz ter o dom da evangelização, sem possuir vocação para ser freira. “O padre casado passa a ter uma companheira que comunga com os ideais cristãos dele”, afirma.

Padre Tavares diz não sentir raiva nem arrependimento de sua formação religiosa. “Fui ordenado sabendo muito bem o que era ser padre. Tinha 26 anos, não era uma criança. Foram anos muitos felizes. Saí porque quis. Não foi por falta de fé”, explica o padre, que casou aos 38 anos. Sem a autorização do Vaticano, o matrimônio se deu inicialmente no civil. A permissão para o casamento religioso só veio 13 anos depois, com diversas restrições. A cerimônia, por exemplo, não poderia ser pública e o casal deveria morar longe do local onde atuava como padre. “É um profundo desrespeito”, desabafa.

ENTENDA A NOTÍCIA

O Movimento das Famílias dos Padres Casados agrega familiares de padres da Igreja Católica Romana que optaram por constituir família. Após o matrimônio, o sacerdote não pode mais exercer o ministério.

Serviço 
Encontro das Famílias dos Padres Casados
Quando: até 1º de julho, sempre a partir das 8 horas
Onde: Sesc Iparana
Outras informações:
www.padrescasados.org

Saiba mais

A função do Movimento das Famílias dos Padres Casados é orientar e acolher padres casados das novas gerações. “O movimento nasceu da necessidade de formar um grupo de mútua ajuda, de estar com nossos semelhantes. Alguns padres chegam até a passar fome, pois saem sem nada”, revela o padre João Tavares.
 
No entanto, ele esclarece que a maioria consegue se dar bem e manter um bom nível de vida. “Cada um tem que se empenhar de acordo com sua vocação para melhorar o mundo. Se precisarem de nós, estamos aqui”, avisa.

O sopão que a Prefeitura quer proibir não é uma sopa



Causou um certo alvoroço a notícia de que a Prefeitura de São Paulo quer proibir a distribuição gratuita do sopão na região central da cidade. A medida foi anunciada pelo secretário de Segurança Urbana, Edsom Ortega, durante uma reunião na quarta-feira passada, e divulgada em primeira mão em uma reportagem do Jornal da Tarde.
As intituições que fazem esse tipo de serviço voluntário poderão ser punidas pela Prefeitura se continuarem distribuindo o alimento. A não ser que aceitem continuar o trabalho dentro de uma das nove tendas reservadas ao atendimento dos moradores de rua. Outro motivo para acabar com o sopão a céu aberto, de acordo com a reportagem, é a sujeira que fica no chão depois que o alimento é distribuído.
Para protestar contra essa medida da Prefeitura, foi criado um evento no Facebook chamado “Sopaço na Casa do Kassab”. Até agora, cerca de 1,500 pessoas confirmaram presença na manifestação, que está marcada para a próxima quarta-feira. Os indignados pretendem fazer uma grande distribuição de sopa em frente à casa do prefeito, atrás do Shopping Iguatemi.
Acontece que, apesar de 48 entidades distribuírem alimentos para moradores de rua no Centro, o sopão já é um prato quase extinto. O nome apenas é usado para designar a refeição grátis dada à população carente. Quem afirma isso é Reginaldo Ferreira, um dos representantes da ONG Anjos da Noite, que realiza o trabalho há 23 anos, numa entrevista ao Blog do Curiocidade:
Você conhece alguma ONG que distribua o sopão na região central?
Hoje não conheço nenhuma instituição que distribua sopa aos moradores de rua do centro. Temos contato com várias ONGs que atendem as populações carentes, mas sempre com outros alimentos. É uma prática que já se perdeu. Na verdade, faz muito tempo que o sopão não é distribuído aos moradores. Acredito que o nome continue sendo usado para designar as refeições gratuitas.
Por que a sopa não é mais distribuída?
Acho que existia, antigamente, um mito de que os moradores de rua não tinham dentes. Por isso, não poderia mastigar os alimentos. Não é verdade. Então não faz sentido distribuir sopa, já que é uma comida que não sustenta por muito tempo. Em meia hora, a pessoa já está com fome. Com um marmitex, a fome só vem após seis horas.
O que tem nesse marmitex?
Uma refeição completa: arroz, feijão, carne. Algo que sustenta por bastante tempo. As instituições costumam dar marmitex ou lanches. Além disso, damos cobertores e roupas. Tratamos as pessoas como seres humanos, que é o que está faltando nas iniciativas da Prefeitura.
Vocês distribuem 800 refeições por semana, aos sábados. Este número vai diminuir se o serviço for transferido para as tendas?
Com certeza. Boa parte dos moradores de rua não quer procurar as tendas da Prefeitura, quer evitar este tipo de lugar. Por isto, acho que não atenderemos tantas pessoas como antes. Mas já é a quarta vez que ameaçam proibir nosso serviço desde a época em que Marta Suplicy era prefeita. Vamos esperar para ver que rumo as coisas irão tomar.
(Com colaboração de Míriam Castro e foto de Werther Santana/AE)

Mução deve ser transferido para Recife nesta sexta


Defesa irá solicitar à Justiça pernambucana, por meio de habeas corpus, a liberdade do humorista

Material apreendido por agentes federais na operação DirtyNet / Foto: agência PF
O radialista e humorista Rodrigo Vieira Emerenciano, o "Mução", será transferido para a Superintendência da Polícia Federal em Recife (PE), nesta sexta-feira, 29. Ele  foi preso durante uma operação da PF denominada "DirtyNet" (internet suja), de combate à pedofilia e pornografia infantil.

O advogado do humorista, Waldir Xavier, disse que o escritório de advocacia na capital pernambucana irá solicitar à Justiça daquele estado, por meio de habeas corpus, a liberdade de seu cliente.
Para o advogado, tudo não passou de um engano e que a investigação da Polícia Federal vai provar que Mução não tem nada a ver com o caso. De acordo com Waldir Xavier, foram terceiros que teriam usado os computadores pessoais do humorista para acessar imagens de pedofilia.

Mução apresenta um programa diário que é transmitido para vários estados. Além dele, outros dois suspeitos foram presos em flagrante em Fortaleza em cumprimento a um mandado de prisão e quatro de busca e apreensão.
Os outros dois suspeitos foram presos em flagrante durante as buscas nos imóveis investigados pela PF, onde policiais apreenderam dois HDs, diversos CDs e DVDs, além de tablets e notebooks.
Além do Ceará, o trabalho dos policiais aconteceu nos estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Maranhão, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. 
 
Investigação
 
Há seis meses a PF monitora redes privadas de compartilhamento de arquivos na internet, onde foram detectadas intensas trocas de material de cunho sexual envolvendo crianças e adolescentes. Os suspeitos, valendo-se da suposta condição de anonimato na rede, trocavam milhares de arquivos contendo cenas degradantes de adolescentes, crianças e até bebês em contexto de abuso sexual.
 
Além da troca de arquivos foram identificados ainda relatos de outros crimes praticados pelos envolvidos contra crianças, inclusive com menção a estupro cometido contra os próprios filhos, sequestros, assassinatos e atos de canibalismo.
 
Os brasileiros investigados compartilhavam material de pornografia infantil ainda com outros usuários da internet em mais 34 países - Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Bósnia, Canadá, Chile, Colômbia, Croácia, Emirados Árabes Unidos, Equador, Estados Unidos, Filipinas, Finlândia, França, Grécia, Indonésia, Iran, Holanda, Macedônia, México, Noruega, Peru, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Rússia, Sérvia, Suécia, Tailândia e Venezuela.
 
A Polícia Federal já comunicou através da Interpol os países envolvidos para que os seja dado prosseguimento às investigações a fim de identificar todos os envolvidos.
 
 
http://www.cnews.com.br/conteudo_noticias.aspx?id=153506

Em 'decisão do século', Supremo dos EUA aprova reforma da saúde



A quatro meses da eleição, Barack Obama consegue uma grande 

vitória ao emplacar o texto base da lei de reforma da saúde

Do Portal Terra e AFP
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A Suprema Corte dos Estados Unidos confirmou nesta quinta-feira o texto base da lei de reforma da saúde do presidente Barack Obama, que obriga todos os cidadãos a pagar um seguro-saúde, embora com certos limites. A sentença da maioria da Corte, a quatro meses das eleições, significa uma grande vitória para o presidente democrata. Cinco juízes, entre eles o presidente da Corte, John Roberts, cujo voto foi decisivo, decidiram que o Congresso tem o poder de impor esta obrigação de ter um seguro médico, contra quatro que votaram contra. No entanto, os juízes votaram a favor da imposição de limites a certas mudanças no programa de saúde pública Medicaid, destinado aos mais pobres. A reforma estabelece que todos os americanos deverão obter um seguro médico antes de 2014 sob pena de sanções financeiras.
Sem se dar por vencida, a oposição republicana prometeu que tentará revogar totalmente a reforma da saúde após as eleições de novembro. O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, se comprometeu a seguir lutando para revogar a reforma do sistema de saúde. "A Câmara seguirá lutando pela revogação completa" da reforma, indicou Boehner em uma mensagem difundida em sua conta pessoal no Twitter.
À exceção do caso Bush contra Gore, que selou a vitória de George W. Bush na eleição presidencial de 2000, "muitas pessoas têm dado atenção a esta questão, mais do que em qualquer outro caso na história recente" da Suprema Corte, declarou Paul Clement, advogado dos adversários da administração Obama.
 
O mais alto tribunal dos Estados Unidos, de maioria conservadora, apresentou às 10h (11h no horário de Brasília) seu veredicto, descrito por especialistas como "a decisão do século", no último dia de sua sessão anual e após três meses de deliberações. "Nós respondemos ao chamado da história", disse Barack Obama durante a adoção da lei em março de 2010. "Nós provamos que este governo - um governo do povo e pelo povo - continua a trabalhar para o povo".
 
Mais da metade dos Estados, uma organização patronal e quatro indivíduos acreditam que esta disposição viola a Constituição. Eles pediram que a Corte reavaliasse todas as 2,7 mil páginas da legislação. O governo havia pedido ao Tribunal para julgar a disposição conforme a Constituição. "Eu acredito que seja fundamental garantir que todos neste país tenham uma cobertura médica decente que não seja arruinada quando estão doentes", declarou Obama na terça-feira.
 
O rival republicano de Obama, Mitt Romney, que instituiu uma legislação parecida no Estado de Massachussetts quando foi governador, criticou a decisão. "O que a Suprema Corte não fez hoje, eu farei no meu primeiro dia como presidente dos Estados Unidos", prometeu Romney, que se manifestou pouco depois do anúncio da validação da lei mais simbólica da presidência Obama pela mais alta jurisdição do país.
 
Pesquisas recentes mostraram a impopularidade da reforma em um país obcecado pela defesa das liberdades individuais. "A Corte deve decidir com base na Constituição, e não nas pesquisas", disse à AFP a advogada Elizabeth Wydra, pró-governo. "Se os juízes seguirem a Constituição, a história e todas as suas decisões anteriores relativas ao poder federal, facilmente vão confirmar a lei".
 
"O que está em jogo é saber se o nosso governo federal tem poderes limitados", declarou o advogado Randy Barnett, que defende aqueles que se queixam a respeito da inconstitucionalidade da reforma, ressaltando: "Não estamos na França nem na Inglaterra, não estamos em um Estado com poderes ilimitados".
 
Após a decisão da Suprema Corte, o republicano Eric Cantor afirmou que a Câmara dos Representantes americana votará no dia 11 de julho pela revogação da reforma da saúde. "No dia 11 de julho, a Câmara votará novamente pela revogação do Obamacare", anunciou Cantor. No entanto, mesmo que a câmara baixa dominada pelos republicanos desaprove o texto, a revogação não deve passar pelo Senado, que permanece nas mãos dos democratas.
 
Obama diz que decisão sobre reforma da saúde é vitória do povo americano
 
 
O presidente Barack Obama comemorou nesta quinta-feira a decisão da Suprema Corte americana de manter seu projeto de sistema de saúde como uma vitória para o povo dos Estados Unidos e pediu aos opositores respeitem a decisão da justiça. "Independentemente da política, a decisão de hoje foi uma vitória para o povo deste país, cujas vidas estão seguras por causa dessa lei e da decisão da Suprema Corte que a apoia", declarou Obama.
 
Obama discursou depois que a Suprema Corte proferiu uma decisão sustentando a reforma da saúde do presidente, que busca ampliar a cobertura de segurados para mais 32 milhões de pessoas. "O mais alto tribunal do país agora falou. Vamos continuar a implementar esta lei. Vamos trabalhar juntos para melhorá-la onde pudermos", disse Obama.
 
"Mas o que não vamos fazer, o que o país não tem recursos para fazer, é travar novamente as batalhas políticas de dois anos atrás ou voltar para como era antes", disse. Os republicanos, no entanto, prometeram lutar para revogar o "Affordable Health Care Act", e a Câmara de Representantes marcou uma votação para o dia 11 de julho.

PF desarticula esquema de pornografia infantil na internet



Os suspeitos, integrantes de um mesmo grupo e usando o 

anonimato, trocavam milhares de arquivos contendo cenas 

degradantes de adolescentes, crianças e até bebês em contexto de 

abuso sexual

Do Portal Terra
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Uma operação da Polícia Federal (PF) desarticulou, nesta quinta-feira (28), uma quadrilha que compartilhava material de pornografia infantil na internet. A ação ocorre em 11 Estados e também no Distrito Federal. Pelo menos nove pessoas já foram presas: quatro no Rio Grande do Sul, uma no Paraná, uma no Espírito Santo e três no Rio de Janeiro.
Ao todo, foram expedidos 50 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de prisão nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal.
A ação, batizada de DirtyNet, é resultado de uma investigação que começou há seis meses, quando a PF passou a monitorar redes privadas de compartilhamento de arquivos na internet. Os suspeitos, integrantes de um mesmo grupo e usando o anonimato, trocavam milhares de arquivos contendo cenas degradantes de adolescentes, crianças e até bebês em contexto de abuso sexual.
Além da troca de arquivos foram identificados ainda relatos de outros crimes praticados pelos envolvidos contra crianças, inclusive com menção a estupro cometido contra os próprios filhos, sequestros, assassinatos e atos de canibalismo.
As ordens judiciais estão sendo cumpridas nas cidades de Porto Alegre, Esteio e Santa Maria (RS), Belo Horizonte, Montes Claros, Uberaba, Uberlândia, Varginha e Divinópolis (MG), Curitiba, Foz do Iguaçu, Maringá e Guaíra (PR); Fortaleza (CE); Natal (RN); Rio de Janeiro, Niterói e Nova Iguaçu (RJ); São Paulo, Santos, São José dos Campos e Piracicaba (SP); Recife (PE); Salvador (BA); São Luís do Maranhão (MA); Vitória (ES) e Brasília (DF).
Atuação em 34 países 
Os brasileiros compartilhavam material de pornografia infantil ainda com outros usuários da internet em mais 34 países - Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Bósnia, Canadá, Chile, Colômbia, Croácia, Emirados Árabes Unidos, Equador, Estados Unidos, Filipinas, Finlândia, França, Grécia, Indonésia, Iran, Holanda, Macedônia, México, Noruega, Peru, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Rússia, Sérvia, Suécia, Tailândia e Venezuela.
A PF já comunicou os países envolvidos, por meio da polícia internacional (Interpol) para que seja dado prosseguimento às investigações com o objetivo de identificar todos os envolvidos.

FHC ABANDONA CERRA NA BEIRA DA ESTRADA



FHC não elege um vereador em Higienópolis.


Saiu no Globo:

FH DIZ QUE NÃO FARÁ CAMPANHA PARA SERRA, PORQUE ACHA INDEVIDO


BELO HORIZONTE – O ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso disse, nesta quinta-feira, que não fará campanha para José Serra (PSDB), por não achar apropriado a um ex-presidente. No Encontro Nacional da Indústria da Construção, em Belo Horizonte, ele respondeu à declaração do ex-presidente Lula (PT) de que “irá morder a canela dos adversários” pela eleição de Fernando Haddad (PT), em São Paulo.

- Eu não sei morder canela. Não acho que seja apropriado ao ser humano – disse. – Eu nunca participei de campanha nenhuma desde que deixei a Presidência da República. E, quando eu era presidente, tampouco participava da campanha. Dizia em quem eu iria votar, mas não participava porque achava indevido – disse, acrescentando que não está criticando os outros.

O tucano também ponderou uma eventual decisão do PSDB por uma chapa “puro sangue” na corrida à Prefeitura de São Paulo. Para ele, além de aumentar a possibilidade de vitória nas eleições, o partido, ao decidir lançar também um tucano para vice, deve levar em consideração se conseguirá governar isolado. Questionado sobre a montagem da chapa para a Prefeitura de São Paulo, ele disse que não está acompanhando o processo, mas disse:

- Dá para governar isolado? Eu me lembro de que quando fui candidato à Presidência, eu podia eventualmente ganhar sozinho. Pelo Plano Real e tal… Eu não quis isso. Numa democracia, você não governa sem apoio -, ponderou, elogiando um dos nomes cotados para vice, Andrea Matarazzo.

Navalha
Como sempre, uma história do Farol de Alexandria se contada é outra maneira.
O Farol, sim, faz campanha.
O problema é que os candidatos não querem saber dele numa campanha.
Ele não elege um vereador em Higienópolis.
O Cerra em 2002, o Alckmin em 2006 e o Cerra em 2010 preferiam a companhia do Demônio a vê-lo num palanque em Madureira.
Por falar nisso, quando é que o Cerra vai a um comício ?
Paulo Henrique Amorim