quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O tarifaço de Marina sobre os preços administrados.




Marina diz em seu programa de governo que vai corrigir os preços administrados que foram represados pelo governo Dilma. Represado aí tem o significado de contidos, isto é, mantidos nos patamares atuais sem sofrerem reajustes ou se preferirem aumentos. Corrigir aí significa aumentar esses preços já que na concepção de Marina precisam passar por um reajuste ou correção como é dito em letras bem legíveis, não sendo legível o significado para muitos, milhões que não sabem o que são preços administrados e nem o peso de tais preços para o resultado final da inflação.

Em um panorama do Banco Central que integra a série “Perguntas Mais Frequentes” (PMF), editada pelo Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais (Gerin) do Banco Central do Brasil, abordando
temas econômicos de interesse da sociedade a autoridade monetária assim define o que são preços administrados:

"No Brasil, o termo “preços administrados por contrato e monitorados” –
doravante simplesmente preços administrados – refere-se aos preços que são
insensíveis às condições de oferta e de demanda porque são estabelecidos por
contrato ou por órgão público.

Os preços administrados estão divididos nos seguintes grupos: os que são
regulados em nível federal – pelo próprio governo federal ou por agências
reguladoras federais – e os que são determinados por governos estaduais ou
municipais. No primeiro grupo, estão incluídos os preços de serviços telefônicos,
derivados de petróleo (gasolina e gás de cozinha), eletricidade e planos de saúde.
Os preços controlados por governos subnacionais incluem a taxa de água e
esgoto, o IPVA, e a maioria das tarifas de transporte público, como ônibus
municipais e serviços ferroviários.

Os preços dos produtos derivados de petróleo foram desregulamentados em 2002,
mas ainda estão incluídos no grupo de preços administrados porque são
estabelecidos pela Petrobrás, que possui um “quase-monopólio” sobre a produção
doméstica e a distribuição no atacado.

Atualmente, 23 bens e serviços da cesta do IPCA são classificados como preços
administrados, conjunto que inclui serviços públicos, bens produzidos por
empresas públicas, impostos e tarifas pagos às três esferas de governo."


Qual o significado desses preços para o IPCA, o índice que mede a inflação mensal?


Segundo o Banco Central "O conjunto de preços administrados totalizava 22,90% do IPCA em março de 2014, refletindo a importância desses bens e serviços na cesta dos consumidores com renda entre um e quarenta salários mínimos. Observando-se os pesos por subcategorias do IPCA, o maior é o de derivados de petróleo (5,13%), seguidos por produtos farmacêuticos (3,37%), transporte (3,27%), plano de saúde (3,19%), energia elétrica residencial (2,65%), e taxa de água e esgoto (1,52%). Esses seis grupos somam 83,5% do peso dos preços administrados no IPCA, ou 19,13% do índice. "

Agora perceba a desfaçatez da candata Marina quando fala de inflação alta prometendo em seu programa de governo reajustar telefone, plano de saúde, combustíveis, gás de cozinha, derivados de petroleo etc.. Um tarifaço digno dos "melhores" governos de Sarney e Collor. Imagine você como estaria a inflação agora se o governo não tomasse medidas concretas para impedir que esses presos que estão represados sofressem os reajustes que o mercado exige. Os mais afetados seriam os trabalhadores que ganham entre 1 e 4 salários mínimos.

Enquanto alguns trouxas desiludidos da política, "sonháticos", anti-petistas e despolitizados estão embevecidos com a candidata da "nova política" que desmascarada pelas maldades que propõe, com uma coragem leonina nunca antes vista em nenhum outro candidato, durante a disputa de uma campanha eleitoral, faz às vezes de coitadinha, vítima do "desespero dos que vão perder as eleições" para esconder a caixa de Pandora que será aberta no dia seguinte a posse, caso seja eleita, postos em fuga pelo espantalho da corrupção que colocaram sobre o PT, Marina segue desfiando seu rosário de maldades que vai do desmonte do Pré Sal a atualização da CLT para prejuízo dos próprios, como se estivessem, mal comparando, contratando e pagando alguém para lhes tirar a vida e sentindo regojizo por isso acontecer. Só no Brasil algo assim poderia acontecer.




Veja clicando no link abaixo a relação de todos os itens que compõem a relação dos preços administrados http://www4.bcb.gov.br/pec/gci/port/focus/faq%205-pre%C3%A7os%20administrados.pdf

Marina, o ‘professor’ Giannetti e os direitos trabalhistas: uma combinação explosiva


Postado em 18 set 2014
Diferentes declarações para diferentes públicos
Diferentes declarações para diferentes públicos
Marina desmente Marina, mais uma vez.
Um dia depois de ter dito a pequenos empresários que iria “atualizar” as leis trabalhistas, ela investiu contra as próprias declarações.
Disse que os direitos dos trabalhadores são “sagrados”.
Antes que ela própria se desdissesse, Dilma aproveitou para afirmar que não mexeria nas leis trabalhistas “nem que a vaca mugisse”.
O que aconteceu com Marina?
Ela fez uma coisa típica da “velha política”: afirmou uma coisa para um determinado público e depois se corrigiu para a coletividade porque o que defendeu é impopular.
O mesmo ocorreu com Aécio quando, num jantar com empresários, lhes prometeu “medidas impopulares” no sabor das garfadas.
Em campanha, jamais voltou a falar delas. Eis a velha política em seu esplendor.
Aos empreendedores, Marina citou, em apoio de sua ideia de “atualizar” a legislação trabalhista, no “professor” Giannetti”.
Pois o professor há muitos anos acha que os trabalhadores têm direitos demais, e defende uma poda neles.
A visão negativa sobre direitos dos trabalhadores é um clássico dos economistas ortodoxos como Giannetti.
Por uma razão básica: o pensamento de tais economistas reflete, essencialmente, o interesse dos empresários.
Flexibilizar, os atualizar, os direitos trabalhistas é bom apenas para as empresas e os empresários.  Seus lucros ficam maiores.
É uma medida que concentra renda, uma tragédia para um país que tem, desesperadamente, que reduzir a desigualdade.
Existe uma falácia – amplamente propalada pela mídia – segundo a qual os direitos brasileiros são os maiores do mundo, ou coisa assim.
Mentira.
Para ficar apenas num caso, a licença maternidade no Brasil é de 120 dias, cerca de 17 semanas.
Na Noruega, são 56 semanas (com 80% do salário) ou 46 (com 100%). O pai e a mãe compartilham a licença.
As mães têm que ficar ausentes da empresa pelo menos três semanas antes do parto e seis depois. O pai tem que tirar ao menos 12 semanas.
O resto da folga o casal decide.
Economistas conservadores brasileiros sempre apontaram os Estados Unidos como o modelo ideal de legislação trabalhista.
Os trabalhadores americanos têm direitos esquálidos.
Deu certo? Basta ver a crise econômica – e social — dos Estados Unidos para ver que não.
A taxa de desemprego lá é alta. Numa medição que inclui desempregados e subempregados, chega a 12,1%.
Um dos mitos conservadores é que, baixando os direitos, as empresas contratarão mais.
O caso americano desmente isso. De concreto, o que você tem é uma enorme concentração de renda.
Não é exagero dizer que, se dependesse da propaganda apocalíptica conservadora, ainda hoje as pessoas trabalhariam 18 horas por dia, sete dias por semana, como no início da Revolução Industrial na Inglaterra.
Marina tenderá a se contradizer sempre porque ela tem um DNA se esquerda e escolheu como mentor econômico um “professor” ortodoxo.
O problema, caso ela se eleja, é saber qual dos dois lados vai dominar.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/marina-o-professor-giannetti-e-os-direitos-trabalhistas-uma-combinacao-explosiva/

Em encontro com artistas Lula inspirado mostra a realidade brasileira sem disfarces

O Muda Mais está de volta, mais forte e ativo do que nunca! Salve militância!

O Muda Mais voltou! A justiça reconheceu o direito de expressão do Muda Mais, o direito a disseminar o debate nas redes, baseando-se na honestidade dos fatos, em uma boa apuração e na checagem das informações que servem ao diálogo franco e aberto, levando em consideração a disputa de projetos que está em jogo nessas eleições.
Na terça-feira, dia 16 de setembro, fomos surpreendidos com uma decisão liminar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que atendia ao pedido judicial da coligação encabeçada pela candidata Marina Silva (PSB) para a retirada do Muda Mais do ar.
Uma decisão liminar é uma ordem judicial que não é definitiva. Sempre, após a decisão liminar, o juiz se debruça sobre o assunto para melhor compreendê-lo e avaliar os detalhes do caso. Assim, a decisão pode ou não se manter. 
 Pois bem, a liminar não foi mantida. Diante de todas as explicações jurídicas que foram prestadas - incluindo a comprovação de que nosso provedor está hospedado no Brasil e de que o Muda Mais está ligado ao Partido dos Trabalhadores - o juiz autorizou a imediata retomada do sítio eletrônico, considerando que o que estava sendo questionado pela coligação adversária eram apenas formalismos jurídicos.
Nas quase 48 horas que ficamos fora do ar, a militância espontaneamente partiu em defesa da democracia e da liberdade de expressão. A hashtag #MarinaCensura permaneceu entre as mais citadas do twitter por quase 24 horas e inúmeros foram os sites, blogs e perfis das redes sociais que se posicionaram ao nosso lado.
Continuaremos atuando nas redes sociais, em defesa do projeto de governo em que acreditamos e que tem mudado a vida de milhões de brasileiros ao longo dos últimos 12 anos. É preciso atribuir ao TSE o mérito de restabelecer o primado da liberdade de expressão e favorecer o bom debate político, normal e necessário em um período decisivo como o eleitoral.
Com a decisão de hoje, o Muda Mais volta ao ar com a mesma proposta de sempre: fazer o debate de argumento e ideias, sem ataques infundados ou pessoais. Na democracia, ninguém fala sozinho, e nós temos muito o que dizer! 
http://www.mudamais.com/ocupe-politica/o-muda-mais-esta-de-volta-mais-forte-e-ativo-do-que-nunca-salve-militancia

BC independente de quem, cara pálida?

No mundo real, a política monetária afeta preços, mas também, e principalmente, níveis de emprego e renda. São os agentes privados os responsáveis pelo investimento e pelo crescimento econômico. Um BC independente, que prescinda da articulação com o Tesouro, torna-se independente apenas dos eleitores, mas não do mercado financeiro
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A proximidade das eleições trouxe à tona o tema da independência do banco central (BC), há tempos guardado nas prateleiras dos economistas liberais. O baixo crescimento nos dois últimos anos, com inflação próxima do teto da meta, acabou por ressuscitar um assunto já antigo e, a nosso juízo, ultrapassado.
Seria a panaceia para uma política monetária adequada para trazer a inflação mais rapidamente ao centro da meta, ao lado de uma política fiscal de equilíbrio intertemporal e o fim das intervenções do Banco Central do Brasil (BCB) no mercado cambial. Enfim, os elementos para retomar a confiança, os investimentos e o crescimento no Brasil.
A teoria por trás da tese de independência do BC vem do fim dos anos 1970, notadamente a partir de dois artigos.
O primeiro, de Finn Kyndland e Edward Prescott, trouxe um argumento importante na macroeconomia convencional: os agentes têm expectativas racionais, logo, não cometem erros sistemáticos de previsão, e antecipam-se às decisões de política de curto prazo do governo.
Se este resolve estimular a demanda via política monetária expansionista, o resultado será apenas mais inflação, pois os agentes conhecem as decisões “inflacionistas” do governo, razão pela qual BC deve buscar exclusivamente a estabilidade de preços.
O segundo, de autoria de Robert Barro, trata do problema da credibilidade em política econômica: o governo deve manter a política fiscal equilibrada e uma política monetária que minimize a inflação. Não obstante, a política fiscal deve realizar superávits primários para custear gastos com juros da política monetária e, portanto, aquela política está subsumida a esta.
Basicamente, credibilidade tem a ver com política econômica independente de decisões políticas, pois sem interferências desestabilizadoras que subvertam o equilíbrio de curto prazo, os agentes tomam decisões sem ruídos e a economia tende à estabilidade com uma taxa de desemprego compatível com a estabilidade inflacionária.
Logo, a tese de independência do BC surge como solução para interferências políticas de governantes inflacionistas que querem manter seu partido no poder. Neste caso, um BC independente e de preferência com mandato fixo do seu presidente, permite que a autoridade monetária cuide só da estabilidade de preços.
Assim, o governante não estaria tentado a praticar políticas de estímulo à demanda no curto prazo e, com isso, gerar inflação. Ora, se a política monetária expansionista só for capaz de produzir mais inflação, dado que os agentes se antecipam ao viés inflacionário, nada mais adequado do que tornar o BC imune ao governante.
Com efeito, qualquer governante é inflacionista por hipótese, pois insistirá em política monetária expansionista para aumentar a demanda agregada e manter seu partido no poder. Nada mais falso.
No mundo real, a política monetária afeta preços, mas também, e principalmente, níveis de emprego e renda. São os agentes privados os responsáveis pelo investimento e, por conseguinte, pelo crescimento econômico.
Portanto, a política monetária deve ajudar as demais políticas a constituírem um cenário favorável ao investimento, criador de emprego, renda e de riqueza social e efetivamente cumpre várias metas: promover o investimento produtivo, estabilizar os preços e, como deixou claro a crise internacional, buscar a estabilidade financeira.
Múltiplos objetivos exigem múltiplos instrumentos e coordenação de políticas. A independência implica o BC tornar-se um órgão de Estado cujas ações não precisam de aval. Se o BC tiver uma institucionalidade que o permita prescindir da articulação com o Tesouro, como será a coordenação de política econômica?
No Brasil, os desequilíbrios fiscais decorrem do custo financeiro (juros e amortizações) das operações de mercado aberto da política monetária. Imagine-se tal situação com a independência do BC.
Ademais, um BC independente colide com os interesses dos eleitores, pois ao reduzir-se a política monetária a uma questão meramente técnica, retira-se o poder decisório do governo em influenciar a política econômica de curto prazo.
Não é verdade que qualquer emissão de moeda eleve a inflação por pressões de demanda (note-se a deflação em meio à abundância de moeda com os quantitative easing na Zona do Euro), ou que os políticos sofram viés inflacionário, ou que a sociedade queira apenas a estabilidade de preços. Mas é verdade que a independência afasta o BC da possibilidade de seguir as diretrizes de um governo democraticamente eleito.
Há ainda outro problema, qual seja, a questão da credibilidade. Credibilidade não são os agentes estarem num jogo repetitivo sem fim definido, como supõe a tese da independência. Ela reside naqueles que têm poder de construção de discursos. Veja-se o Relatório Focus do BCB, que captura as perspectivas acerca da economia brasileira, e entrevista somente agentes do mercado financeiro e de consultorias especializadas. Não há empresários industriais, acadêmicos ou sindicatos de trabalhadores.
Porém, os agentes no sistema financeiro são os mais interessados nos efeitos da política monetária, dada a natureza dos ativos que negociam. Se conseguem pautar a grande imprensa, e isto não é difícil, pois são seus grandes patrocinadores, a perda de credibilidade do BCB é um resultado possível, uma profecia autorrealizável. Logo, o BC torna-se independente apenas dos eleitores, mas não do mercado financeiro.
Vale aqui uma ilustração: dados do Relatório Focus mostram que a alta recente dos juros no Brasil acompanhou a piora das expectativas. Ou seja, o discurso de ser o BCB irresponsável ecoou e acabou por dominar a ação da autoridade monetária.
Afinal, com a economia em estagnação, não seria a demanda a razão para se elevarem os juros. O motivo é a condução de expectativas, condicionadas pelos discursos vencedores. A discussão sobre credibilidade não está no nível individual, mas no âmbito político em seu sentido clássico, nas relações de poder, das determinações das classes e grupos vencedores e perdedores.
Finalmente, tese de independência do BC desconsidera a criação de moeda pelos bancos. Quando o BC faz política monetária, ele não está exercendo o viés inflacionário, mas limitando a multiplicação de moeda dos bancos.
A política monetária não é a contribuição da autoridade monetária para agentes que tudo sabem e sempre promovem o bem público. Ela é, de fato, uma atividade pública para regular a ação privada dos bancos e demais agentes financeiros para que suas operações empresariais gerem mais proveitos públicos do que individuais.
A crise econômica recente deixa claro que os advogados das finanças livres estavam errados. Enfim, é sem sentido qualquer proposta de independência do BCB, a não ser para que se tenha a benção do mercado financeiro, do qual o BC definitivamente não é independente.
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Ibope: Dilma dispara no voto masculino


18 de setembro de 2014 | 12:46 Autor: Miguel do Rosário
dilmamarina111
Prezados, o Fernando Brito ainda está se recuperando da gripe. Falei com ele há pouco e ele estava num posto de saúde fazendo exames. Enviou-me mensagem dizendo que permanece “derrubado”.
Eu lhes mantenho informado por aqui. Melhoras, Fernando!
Enquanto isso, eu faço o que posso para substituí-lo por aqui.
*
Tenho uma novidade bem instigante para contar, mas antes um preâmbulo.
O Ibope divulgou hoje a íntegra do relatório de sua última pesquisa. Vamos lá fazer nossa tradicional análise comparativa entre a última pesquisa, do dia 08 de setembro e esta mais recente, do dia 15.
Com algumas referências para a pesquisa anterior, do dia 02 de setembro.
Alguns leitores, céticos em relação ao Ibope, sobretudo depois que descobriram que a Globo é patrocinadora de quase todas as pesquisas do instituto, reclamam que eu não deveria nem analisar esses dados, para não “legitimá-los”.
Caros amigos e belas amigas, não posso agir assim.
Concordo que devemos manter o desconfiômetro ligado em intensidade máxima, porque de fato é um desequilíbrio democrático que ao problema da concentração midiática se some o problema da concentração de pesquisas.
Os mesmos donos da mídia bancam as pesquisas, ou, o que é muito pior, o mesmo dono da mídia – a Globo – banca “a” pesquisa.
Ibope/Datafolha, bancados pelo mesmo patrocinador, tornam-se um só. E isso é o fim da picada.
Eu posso até conceder, e por isso lhes dou atenção, que as principais pesquisas no Brasil são sérias e feitas com profissionalismo.
Mas as perguntas são escolhidas pelo patrocinador.
A data em que é divulgada é escolhida pelo patrocinador.
Com isso, a mídia controla a agenda política, e isso constitui, na doutrina democrática, uma agressão à soberania popular, pois a agenda política deveria ser livre e plural.
Numa reforma política, podia-se aprovar o aporte de recursos públicos para que órgãos mais imparciais, como as universidades, assumissem a linha de frente na produção de pesquisas no Brasil. Cada pesquisa contaria com auditoria externa e independente, inclusive internacional.
Que houvesse regras para não transferirmos o monopólio da mídia para o monopólio do mercado de pesquisas.
Que houvesse um calendário pré-definido de divulgação e perguntas sugeridas pelos diferentes campos políticos.
Enfim, regras que pudessem nos acalmar, para nos concentrarmos no debate político propriamente dito.
Enquanto isso não acontece, permita-me continuar fazendo minhas análises. Mesmo que se desconfie de seus resultados finais, é preciso compreender que as pesquisas oferecem lógicas internas que nos permitem examinar as entranhas da formação do voto.
Há várias eleições que analiso pesquisas de intenção de voto. É um hábito que herdei do jornalismo econômico, no qual trabalhei por muitos anos.
Há uma poesia tranquila nos números, e há sempre segredos ávidos por serem desvelados.
Por exemplo, eu descobri uma fórmula que me permite, através da pesquisa de agora, antever o resultado da próxima.
É o voto masculino.
O voto masculino antecede o voto feminino. Não sei bem porque. Pelo número de votos em branco e indecisos, suponho que a mulher é um pouco mais prudente e criteriosa na escolha de seu candidato. Ela costuma demorar um pouco mais a tomar sua decisão eleitoral.
Mas a tendência é o voto geral assumir a feição do voto masculino. Não porque a mulher imite o homem. Hoje em dia, acreditaria antes no contrário, como inclusive ironiza a propaganda do Tiririca, na qual a mulher manda o marido votar no deputado.
A razão é mais prosaica. A formação do voto não segue parâmetro de gênero sexual, e sim de renda, instrução, idade e região. E em qualquer faixa de renda, instrução, idade ou região, há sempre o mesmo número de homens e mulheres. O que ditará o voto será a tendência psicossocial de um desses setores do eleitorado. E o voto masculino aponta essa tendência.
Não é de hoje que eu defendo essa teoria. Desde 2010 que venho fazendo exercícios de análise neste sentido, e comprovando-a empiricamente.
Por exemplo, no Ibope do dia 02 de setembro, Marina tinha 33% das intenções de voto, sendo 31% entre homens e 35% entre mulheres. Na pesquisa seguinte, do dia 08 do mesmo mês, a sua média de votos cai para 31%, ou seja, para o mesmo nível do voto masculino da pesquisa anterior.
Outro exemplo: Dilma tinha 37% na pesquisa Ibope feita no início de setembro, sendo 39% entre homens e 35% entre mulheres. Na pesquisa seguinte, ela marca… 39% na média geral.
E como está Marina hoje, na pesquisa feita no dia 15 de setembro? A candidata do PSB tem 30%, sendo 28% entre homens e 31% entre mulheres.
Se eu estiver certo, na próxima pesquisa Ibope, Marina terá em torno de 28%.
E Dilma? Ela tem 36% na média, sendo 39% entre homens e 34% entre mulheres.
Se eu estiver certo, na próxima pesquisa ela voltará aos 39% na média.
Considerando apenas o público masculino, que tem índices menores de indecisos, Dilma ampliou sua vantagem sobre Marina, na última pesquisa Ibope, de 8 para 11 pontos. A petista tem 39%, contra 28% de Marina, entre os votos masculinos.
Se a minha teoria estiver correta, portanto, Dilma ampliará a vantagem sobre Marina na próxima pesquisa.
Cálculo parecido se faz para o segundo turno: entre os homens, Dilma e Marina estão empatadas com 42%. A vantagem de Marina entre homens, no segundo turno, que era de 6 pontos no início do mês, caiu para 1 pontos no dia 08 e agora é zero.
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http://tijolaco.com.br/blog/?p=21325

Filantropia, pilantropia e o evangelho da educação


Nos últimos 20 anos, sobretudo, banqueiros, industriais e donos de redes de comunicação criaram dezenas e dezenas de ONGs para “melhorar” a educação e disseminar o que chamam de “boas práticas”. Eles difundem a crença de que as pessoas são pobres porque não são educadas adequadamente
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Em um de seus últimos livros, a educadora americana Diane Ravitch conta uma estória instrutiva. A secretaria de educação do estado americano de Iowa convidou um bem-sucedido empresário para uma palestra a professores e administradores da rede pública. Ele fora premiado por produzir “o melhor sorvete de morango do país”.
Durante mais de uma hora, o homem de negócios relatou entusiasmado os métodos pelos quais sua empresa alcançara o sucesso: estritos controles de qualidade e prêmios e bônus para os empregados que atingiam metas. E recomendou que esses fossem os mandamentos na administração da rede escolar.
Terminada a conversa – com farta distribuição de sorvetes, claro – uma professora pediu a palavra. Pediu a ele que respondesse, direta e brevemente, o que fazia com os morangos “menos bons” que chegassem a sua fábrica.
Ele vacilou, mas não tinha outra resposta: disse que eram rejeitados. Ele só trabalhava com o melhor. A professora retomou a palavra e disse: essa é uma das razões pelas quais nossas escolas não devem imitar seus métodos de administração. Nós não podemos refugar nossos morangos menos bons.
O leitor (e eleitor) brasileiro deve ter lido ou ouvido arengas como a desse empresário a todo o momento. Nos últimos 20 anos, sobretudo, banqueiros, industriais e donos de redes de comunicação criaram dezenas e dezenas de ONGs para “melhorar” a educação e disseminar o que chamam de “boas práticas”.
São todos muito bem-intencionados. Quando saem de suas fábricas, lojas e bancos, até empresários selvagens viram anjos de ternura. Por alguma coincidência, essas ONGs e OSs floresceram mais quando o Estado privatizou serviços, inclusive de educação – e terceirizou muitas atividades.
Elas viraram prestadoras de serviços e comedoras de verbas. O setor público não pode contratar pessoal, por conta da lei de responsabilidade fiscal, então… repassa tarefas a uma dessas organizações, com contrato de serviços e nota fiscal.
Já ouvimos muitas estórias de empresários mundo afora criando programas de bolsas para estudantes carentes. Nossos empresários não são bem assim.
Uma famosa banqueira, por exemplo, criou uma dessas ONGs. Ela não distribui doações: ela caça. Caça dinheiro de secretarias estaduais e municipais de cultura e de educação, de agências federais ou estaduais de apoio à pesquisa, à cultura e à educação. Ela é uma caçadora incansável.
Sempre em busca do bem comum e do avanço da educação, claro. Enquanto isso, seu banco é processado por sonegação – a bagatela de 18 bilhões de reais. Ela tem advogados para eternizar a cobrança.
Nossos empresários bondosos de ONGs educativas costumam usar o discurso do sorveteiro americano: controle de qualidade, bônus e prêmios de desempenho para as “boas práticas” e “avaliação por resultados”.
O problema deles é saber o que fazer com os morangos menos bons que uma sociedade desigual como a brasileira produz. Os mesmos bondosos empresários que rezam pela educação são em geral aqueles que ladram contra os programas de redução da pobreza. Será por acaso?
Não, não é acaso. Talvez não haja lugar mais confortável para os conservadores do que o “evangelho da educação”, isto é a crença subliminar que difundem, segundo a qual as pessoas são pobres ou estão pobres porque não são educadas adequadamente.
Daí, a educação vira santo redentor e, ao mesmo tempo, culpada do fracasso.  O mercado de trabalho e as relações de exploração nas empresas são detalhe. Assim como a desigualdade provocada pelo sistema tributário regressivo – pobres pagam mais imposto do que ricos, trabalhadores pagam mais do que empresários.
E muitas empresas que sonegam solenemente são também empresas patrocinadoras dessa filantropia (ou pilantropia) educativa: Natura, Itaú, Globo. Tudo gente boa.
O que quer dizer isso? Que não devemos investir na melhora de nossas escolas e sistemas educativos? Que isso não tem importância para reduzir a desigualdade e criar um país mais justo, desenvolvido e soberano? Não, nada disso.
Mas devemos ficar alertas com esses profetas perfumados do “evangelho pedagógico”.  A crença na reforma da escola e pela escola pode se transformar em um novo “ópio do povo”, ou como dizia o conhecido texto no qual surgiu tal expressão: um grito do espírito em um mundo sem espírito, mas, ao mesmo tempo, um instrumento de consolo geral que torna suportável o vale de lágrimas.
Como a condição para abandonar as ilusões sobre sua condição é abandonar uma condição que necessita de ilusões, o círculo parece fechado, sem possibilidade de ruptura. Mas não é assim.
Para começar, nossos empresários fariam melhor se pagassem seus impostos ao invés de mobilizar seus advogados. E se deixassem de mobilizar seus capangas legisladores para impedir reformas tributárias progressivas.
E se deixassem de tentar retirar a política econômica do controle do povo – com essas propostas indecentes de “banco central independente” e ‘comissão de bons’ para reger a política fiscal.
Tudo isso está no programa que a banqueira do Itaú e o banqueiro do Citibank redigiram para a candidata verde. Nada surpreendente para gente tão bem-intencionada.
Crédito da foto da página inicial: Jornal GGN
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Independência do BC: nossos liberais estão à direita de Friedman


Nota do Brasil Debate
Milton Friedman, ganhador do Prêmio de Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel de 1976, reconhecidamente um grande economista liberal, exerceu forte influência no pensamento econômico contemporâneo. Dentre suas ideias, estava a rejeição da independência dos bancos centrais.
De forma simplificada, a independência do banco central diz respeito à forma de nomeação das autoridades monetárias. Os nomeados estariam protegidos de qualquer influência política, pela impossibilidade de demissão ao bel prazer do Poder Executivo.
O benefício do banco central independente, segundo seus defensores, é que se preservam as autoridades monetárias de eventuais pressões políticas, aumentando a credibilidade da política monetária e reduzindo os custos da redução da inflação, porque se acalma “o mercado”.
Em 2009, a parceira de pesquisa de Friedman por um longo período, Anna Schwartz, apontou os motivos pelos quais o liberal refutava a ideia de que os bancos centrais sejam independentes.
Do ponto de vista político, Friedman acreditava que entregar o poder de controlar a política monetária (que influencia o emprego e o crescimento do PIB) a um grupo livre de qualquer tipo de controle político é incompatível com a ideia de democracia.
Ele ainda aponta três problemas técnicos que contraindicam a independência dos bancos centrais: 1. Os banqueiros nomeados poderiam fugir da responsabilidade em tempos de incerteza; 2. Haveria grande dependência de indivíduos, nas suas capacidades e dificuldades, o que promoveria instabilidade econômica; 3. A possível sujeição da autoridade monetária à influência indevida das opiniões dos banqueiros.
Portanto, mesmo entre os liberais essa questão suscita discussões. Conferir autonomia operacional ao banco central, atribuindo às autoridades monetárias condições de perseguir metas (como a de inflação), não é o mesmo que oferecer carta branca a um grupo de indivíduos para influenciar decisivamente variáveis tão importantes para a população.
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