segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O ato final do "mensalão"



Não bastassem as pressões da mídia tucana e de um segmento da sociedade que se apropriou do discurso da ética e da moral para fazer valer a narrativa de que o "mensalão" foi o maior crime de corrupção da história do Brasil, subvertendo a ordem do julgamento da AP 470 e furando a fila dos processos que deveriam ir a julgamento, o mensalão mineiro é mais antigo, portanto pela lógica tinha que ter entrado primeiro na pauta de julgamento do STF, além de uma sequência grotesca de ilegalidades sancionadas pelos ministros do STF ao juntarem no mesmo balaio quem tinha prerrogativa de foro, direito especial de ser julgado no STF, os réus que estão investidos de mandatos parlamentares, os demais forçosamente deveriam ter o processo no qual figuram como acusados desmembrados e julgados em primeira instância;

Não bastasse o julgamento ter sido marcado em pleno calendário eleitoral, numa tentativa gritante de influenciar o voto do eleitor, com direito a uma resenha diária em todas as emissoras de tv, às vésperas do pleito com o eleitor a bem dizer na cabine eleitoral para dá seu voto;

Não bastasse os réus terem seu direito de defesa cerceado, dentre tantas outras ilegalidades que seria desperdício de tempo citar e que são do conhecimento dos operadores do direito: a resistência aos embargos de declaração e infringentes para não permitirem aos réus provarem que não havia dinheiro público envolvido nisso que chamam de mensalão;

Que a data que Joaquim Barbosa usou para apenar os réus com condenações mais severas não correspondia as negociações entabuladas entre o PTB e o PT, induzindo os ministros do STF a um erro inominável, daí sua resistência a que não haja o reexame das provas para que a farsa desse julgamento venha a público e exponha o tribunal de exceção montado para o justiçamento dos réus;

Temos agora a expectativa de um espetáculo que vai coroar todo o circo com um gran finale: se o STF aceitar os embargos infringentes que ensejariam um novo julgamento, um reexame de todas as provas, Joaquim Barbosa, o justiceiro, usaria da presidência do STF para fazer um duro discurso contra corrupção, expondo aquilo que seria um grave erro dos ministros e em seguida renunciaria aos cargos que ocupa no STF, na tentativa de causar uma grande comoção nacional perante a opinião pública e pelos braços dos Catões da república seria convidado a concorrer à presidência da República para expulsar a quadrilha de petralhas, a erva daninha que corrói o tecido institucional do país.

Eu desejo sincera e honestamente que esse seja o roteiro. Quero em vida assistir a esse dramalhão mexicano que correrá o mundo, um nonsense digno desse Brasil hipócrita, de gente mesquinha e falso moralista.

Nem de longe com todas as reservas que possamos fazer ao Império, algo assim aconteceria lá. Al Gore foi literalmente roubado pelo staff de Bush na Flórida, com provas documentadas, com a Suprema corte do E.U.A sancionando aquele pulo do gato e impedindo a recontagem dos votos que teria elegido Gore e não Bush filho, mas para não ferir de morte a instituição presidência americana Gore escolheu engolir a seco o resultado e não quis mobilizar a opinião interna americana e nem a opinião publica mundial. Recolheu-se a sua vida privada.

Aqui um juiz que quer impor sua visão de mundo a maior corte de justiça deixa que esse tipo de especulação percorra a grande imprensa e a rede mundial de computadores pressionando injustificadamente seus pares. Pobre dos réus que estão debaixo de uma perspectiva tão sombria de justiça. Um simulacro.