quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O compromisso de Marina de governar com os melhores, por J. Carlos de Assis


Então teremos uma Presidenta da República que vai governar com os melhores! Desde que Péricles criou a democracia na Grécia clássica jamais aconteceu algo semelhante no mundo: um presidente que, em lugar de governar com os piores, ou com os mais ou menos, governará rigorosamente com os melhores. Tinha esperança de não morrer sem ver isso. A nova política de Marina Silva é a garantia de que os justos e os “melhores” por fim herdarão a Terra de Santa Cruz.
O PSB, agora de Marina, é um partido pequeno, e a Rede Solidariedade é um projeto de partido, não um partido. Sua representação parlamentar será modesta. Portanto, para aprovar projetos na Câmara e no Senado, Marina terá de confiar exclusivamente no seu charme. Pelo que ela diz, não será difícil. Ela governará com os melhores de todos os partidos, tirando alguns melhores daqui, outros dali. Será a primeira maioria na história republicana formada não por partidos políticos, mas pelos melhores políticos apartados dos velhos vícios partidários.
Claro, haverá pressões de grupos de interesse, lobbies, categorias profissionais, classes, estamentos para forçar o Governo a atender múltiplas demandas específicas nesse país de 200 milhões de habitantes e 8,5 milhões de quilômetros quadrados. Marina não tem qualquer dúvida de que será possível satisfazer a todo mundo. Ela tratará de envolver em seu projeto de Governo os melhores da sociedade civil: os melhores sindicalistas, os melhores líderes rurais, os melhores trabalhadores sem terra, os melhores banqueiros, os melhores construtores, talvez os melhores especuladores, os melhores sonegadores de impostos, e assim por diante.
Minha dúvida é como Marina escolherá os melhores. Talvez use um melhorômetro. Achar os melhores no meio do estamento dominante brasileiro – ela não diz assim, diz elites – exige olhos de lince. Imaginem-na no Planalto com uma longa fila diante de si, com o dedo em riste, a escolher um melhor para um lado, outro para outro, ou ainda um outro sendo rejeitado. Ou talvez melhores sejam todos aqueles que estão mais próximos de sua campanha com alguma forma de contribuição positiva, seja em dinheiro, seja em capacidade de formulação neoliberal.
Desde que o velho Marx, mais de um século atrás, descobriu a luta de classes como motor da história, não se vive num grande país tamanha negação da dialética marxista. Não se trata mais, ao nível teórico, dos processos de tese, antítese e síntese; no pragmatismo de Marina, é tese, antítese e os melhores. Estamos, pois, na perspectiva do verdadeiro fim da História. Depois de Marina, a Nação, que já esteve sob ditaduras e posteriormente numa democracia dos piores, estará definitivamente pacificada, sob estrito controle dos melhores.
A candidata, em sua fé religiosa, trata a dialética política como receita de cozinha: junta ingredientes diferentes, bate no liquidificador ideológico e tira disso um delicioso pudim. É o que vem à cabeça quando afirma que governará com os melhores do PSDB e os melhores do PT. No debate da Bandeirantes, ela citou nominalmente Serra, do PSDB, como possível ingrediente desse pudim. Não sei se combinou previamente com Serra e muito menos se tem alguma sinalização do PT. Sua pretensão, contudo, é infinita.
Dizer que vai escolher dentre os partidos os melhores para fazer seu governo é um acinte à organização partidária. Ela é péssima, eu concordo, mas é preciso mudar a lei para formar alianças por cima dos partidos. A infidelidade partidária, nos termos da lei atual, é castigada com a perda do mandato. Se quiser governar, Marina terá que encontrar seus “melhores” na direção dos partidos e estabelecer acordos com eles na base de trocas. É o que Collor fez. É o que Lula e Dilma fizeram. Propalar que vai escapar disso é uma empulhação da opinião pública, uma retórica de platitudes que só engana aos tolos e os desavisados. Ou, na melhor das hipóteses, Marina não sabe o que diz.
Lembro-me de Regina Duarte dizendo na televisão, na véspera da eleição que consagrou Lula em 2002, que tinha medo. Era um excesso de intimidação política. Agora, vendo o debate de quinta-feira, temi pelo Brasil. O PT, bem ou mal, tinha quadros que se prepararam para o poder desde o início dos anos 80. Não é essa improvisação principista que circula em torno de Marina, parte dela formada por ambientalistas radicais, sendo a maioria constituída por oportunistas que se aproximam da perspectiva de poder para usá-lo em benefício próprio. Que os deuses nos salvem!
J. Carlos de Assis - Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe/UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB.
http://jornalggn.com.br/noticia/o-compromisso-de-marina-de-governar-com-os-melhores-por-j-carlos-de-assis

Gilmar Mendes chama de “nazismo” barrar o “ficha imunda” José Roberto Arruda


27 de agosto de 2014 | 20:01 Autor: Fernando Brito
gilmar
O ministro Gilmar Mendes declarou hoje que a cassação da candidatura do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda foi um ato “nazista” do Tribunal Superior Eleitoral, no qual só ele votou a favor da impugnação do registro do candidato.
O argumento essencial é que, como a condenação de Arruda em 2a. instância ocorreu dias depois da entrada de seu pedido de registro eleitoral,  deveria ser considerada sua elegibilidade naquele dia e não a do momento da concessão do registro pedido.
Arruda pediu registro no dia 4 de julho, sexta-feira,  e  foi condenado por improbidade pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal  no dia 9, quarta-feira.
Por três dias úteis, Arruda, no entender de Mendes, seria “ficha limpa”.
É curioso que um magistrado que pensa com este rigorismo formal tenha, tempos atrás, abraçado tão fervorosamente a tal “teoria do domínio do fato”, que estica o elástico do pensamento jurídico até o “ah, mas ele não podia deixar de saber”…
Gilmar Mendes, o homem dos habeas-corpus para Daniel Dantas e Roger  Abdelmassih é assim, um extremado liberal, dependendo de quem esteja sendo julgado.
Se é de lá, pau; se é de cá…
http://tijolaco.com.br/blog/?p=20513

Marina acaba de se associar a um crime eleitoral


27 de agosto de 2014 | 20:38 Autor: Fernando Brito
marinajn
Independente do resultado “marquetológico” da entrevista de Marina Silva ao Jornal Nacional – e eu acho que foi desastroso – há um elemento gravíssimo nas declarações da nova candidata do PSB.
Marina confessou o conhecimento de um crime eleitoral e a participação nos benefícios desta transgressão.
Ela confessou saber que o avião era produto de um “empréstimo de boca” que seria ‘ressarcido” – se é ressarcido, tem preço – ao final da campanha.
Poderia, se fosse o caso, dizer que não sabia dos detalhes da contratação do serviço, feita por Eduardo Campos. Mas está amarrada de tal forma no assunto que teve de se acorrentar à fantasiosa versão do PSB.
Que é uma aberração jurídica e contábil, que não pode prevalecer – e não prevalece – em qualquer controle de contas eleitorais.
O que dirá para um jato de R$ 20 milhões!
Não há um contrato sequer, não há preço estabelecido e, sobretudo, as empresas (ou o laranjal) que tinha o controle do avião não se dedicam à locação de transporte aéreo.
É um escândalo de proporções amazônicas.
Só menor do que o escândalo que é, depois de tantas confissões, o silêncio do Ministério Público.
Todos se lembram da Procurador Sandra Cureau, que por um nada partia para cima do Presidente Lula e da candidata Dilma Rousseff.
Está mudo, quieto, silente.
Acovardado diante dos novos santos da mídia.
A partir de agora, prevalecendo isso, se podem emprestar prédios, frotas, aviões, até uma nave espacial para Marina ir conversar com Deus.
De boca, sem recibo, sem contrato, sem papel.
Na fé.
http://tijolaco.com.br/blog/?p=20519

Marina no IBOPE: resultados à espera de uma teoria que os explique


Com o índice de indecisos retornando a níveis normais para uma eleição e, finalmente, com o sumiço dos nanicos, a pesquisa eleitoral para a presidência da República do IBOPE para Globo-Estadão estabeleceria o teto a que cada candidato poderia chegar neste primeiro turno. Crescer, agora, somente avançando sobre o eleitorado dos adversários.  
Porém, que isso já tenha começado e a favor de Marina Silva é algo que, em princípio, foge de um padrão esperado.
O comportamento do eleitor petista teria mudado com a presença de Marina na corrida eleitoral?
O eleitor de Aécio já entregou os pontos e passou a praticar o voto útil?
Se isso não aconteceu, há informações na pesquisa IBOPE que precisam de uma teoria que as explique. Pois, há um dado que soa estranho quando comparado os resultados desta pesquisa IBOPE de 26/08/2014 com os da pesquisa DataFolha de 18/08/2014.
Marina cresceu retirando votos de Dilma e Aécio.
Na pesquisa DataFolha , Marina tinha chegado aos 21% pelos 9% de Eduardo Campos somados a 10 pontos percentuais dos que, até então, votavam branco/nulo ou não sabiam em quem votar – os indecisos. O outro 1 ponto percentual foi tirado dos nanicos, que, agora, desnecessários, sumiram das pesquisas. Aliás, esse é um dado anedótico, a partir de Marina, os nanicos sumiram.
A pesquisa DataFolha trazia, no entanto, resultados coerentes e esperados.
Incoerente é Marina, na pesquisa IBOPE, crescer em uma semana 8 pontos percentuais avançando sobre 4 pontos percentuais de cada um dos dois opositores e somar 29% de intenção de votos. Dilma perdeu quatro pontos percentuais para Marina, e Aécio outros quatro. Isso com a campanha eleitoral na televisão, onde Marina tem uma fração pequena do tempo dos seus adversários diretos.
O mesmo se repete na pesquisa para o segundo turno.
Marina agregar os votos antipetistas não é novidade, Campos também o fazia, assim como Aécio o faz, ainda que em menor intensidade. Agora, Marina avançar sobre 5 pontos percentuais que já eram de Dilma é outro dado que não se explica somente pelo que conhecemos do comportamento do eleitorado nesta eleições.
Isso, ou é sintoma de algo não percebido até aqui, ou é um dado incoerente. Nada aparentemente o explica, principalmente as perdas de Dilma. Já que a aprovação do Governo Dilma se mantém na ordem de 70%, com 36% considerando-o regular. Inclusive, cresceu no índice de ótimo/bom para 34% na mesma proporção que reduziu o índice de ruim/péssimo para 27%.
Por tudo isso, ainda nos falta uma teoria do porque, na pesquisa IBOPE, com o advento Marina, os eleitores petistas deixaram de sê-lo.
http://jornalggn.com.br/blog/sergio-saraiva/marina-no-ibope-resultados-a-espera-de-uma-teoria-que-os-explique

Incompreensível! O avião do PSB e seus fantasmas ficaram fora do debate.

Ou: Aécio foi o melhor; Marina chuta canelas e grita “falta!”

A Rede Bandeirantes realizou ontem o primeiro debate entre os presidenciáveis. Por pouco, os maiores derrotados não são os telespectadores — muitos, creio, acabaram vencidos pelo sono. Três horas é tempo demais. Sei que a obrigação de chamar nanicos para o embate dificulta tudo. Mas que é pedreira, lá isso é. Não é fácil ter de ouvir Luciana Genro, do PSOL, a falar mais besteiras do que Levy Fidelix… O debate teve uma falha coletiva escandalosa, que beneficiou uma das candidatas. Já chego lá.
Um mínimo de honestidade intelectual, acho eu, obriga o crítico atento a considerar que o desempenho do tucano Aécio Neves, entre os três candidatos que contam, foi muito superior ao das adversárias. Respondeu ao que lhe foi perguntado, fez críticas, alinhavou propostas e aproveitou a oportunidade para anunciar o que já se dava como certo, mas sem chancela até a noite desta terça: se ele for eleito presidente, Armínio Fraga vai conduzir a economia. Antes assim. Quem estava em busca de conteúdo, basta rever o programa, encontrou um candidato do PSDB afiado.
Dilma também procurou responder às perguntas, justiça se lhe faça. O problema é que estava notavelmente atrapalhada, tropeçando na sintaxe e na fluência. Era visível sua tensão. Nessas horas, vimos isso já nos primeiros debates de 2010, suas frases se perdem em anacolutos, o ritmo da fala fica quebrado, e a gente tem dificuldade de acompanhar a linha de raciocínio.
Quem estava em busca de pose pôde se satisfazer com Marina Silva, do PSB, que estava especialmente agressiva, inclusive na aparência. Aquele ser doce e angelical do horário eleitoral, que fala sorrindo, com a vozinha quase sussurrante, beirando o meloso, não foi ao debate. Em seu lugar, compareceu uma senhora de cenho fechado, sobrancelhas arqueadas, óculos de leitura postos no meio do nariz, a olhar por cima, de modo arrogante. Quando lhe dirigiam uma pergunta, seu semblante reagia como se lhe tivessem dirigido uma ofensa. Nos dois últimos blocos, suponho que por sugestão de assessores, tirou os óculos e passou a sorrir. Não tivesse enveredado pela política, não faria feio como atriz.
Faço aqui um anúncio: quem conseguir achar uma proposta de Marina — uma só que seja — ganha um prêmio. Ela aproveitou seus momentos de fala para investir em paradoxos tão ao gosto dos que a incensam: ora demonstrava o seu lado inclusivo e reconhecia os benefícios que tanto o PSDB como o PT haviam proporcionado ao Brasil, ora tratava os dois partidos como expressões da velha política; ora dizia que queria governar com todos, ora sugeria que ninguém serve a seus propósitos — a menos, claro!, que passem por uma espécie de conversão. A líder da Rede foi notavelmente agressiva com Aécio e Dilma, mas chegou a lastimar, em entrevista posterior ao debate, o confronto entre os candidatos do PSDB e do PT. Ou por outra: chutava a canela e gritava: “Falta!”.
Incompreensível
Um dado me parece incompreensível. Para que serve um debate? Entre outras coisas, para que candidatos expliquem eventuais incongruências entre teoria e prática. Acho estupefaciente que nem os adversários de Marina nem os jornalistas tenham tratado do que, a esta altura, pode e deve ser visto como um escândalo: o avião do PSB que voada no caixa dois. Marina foi usuária da aeronave, é a herdeira da candidatura do partido, pertence legalmente à legenda e está obrigada a dar explicações, sim.
Pois bem! Nesta terça, o partido emitiu uma nota oficial em que nada explica. Na prática, admite a existência do caixa dois. Mais de uma hora antes do início do debate, o Jornal Nacional levara ao ar uma reportagem da maior gravidade (ver post): uma rede de empresas fantasmas, com seus respectivos laranjas, está envolvida na compra do avião. Isso quer dizer que não se está mais falando apenas de crime eleitoral.
O assunto, por incrível que pareça, ficou fora da conversa, enquanto Marina dava aula de educação moral e cívica para seus adversários e se colocava acima do bem e do mal, como representante da nova política. Talvez os jornalistas tenham deixado o caso para os candidatos. Pode ser que os candidatos tenham deixado o caso para os jornalistas. Quem acabou se dando bem foi Marina Silva, que não teve de lidar com seus fantasmas e ainda apontou o dedo acusador contra os adversários.
Assim, convenham, fica fácil.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/incompreensivel-o-aviao-do-psb-e-seus-fantasmas-ficaram-fora-do-debate-ou-aecio-foi-o-melhor-marina-chuta-canelas-e-grita-falta/

Maioria no TSE vota por derrubar candidatura de Arruda no DF

Não acredite você que essa decisão tenha sido tomada baseada na boa fumaça do direito. O ministro Gilmar apresentou o argumento da insegurança jurídica que poderia perfeitamente apontar o caminho a ser seguido pelos demais ministros ou pela maioria de ocasião formada para manter a candidatura de Arruda. O direito tem essa coisa da interpretação que dependendo da cara do sujeito que esteja em julgamento e das pressões externas pode produzir resultados estapafúrdios.

PARA O AZAR DE ARRUDA, MAIS UMA VEZ ELE FOI FLAGRADO NUMA FILMAGEM DENTRO DA CASA DO ADVOGADO DE JOAQUIM RORIZ FAZENDO UM DEBATE SOBRE SUA SITUAÇÃO JURÍDICA COM FALSOS ALIADOS E ESSA FILMAGEM CHEGOU AO CONHECIMENTO DA IMPRENSA, DETERMINANDO O RESULTADO DESSE JULGAMENTO.

EU NÃO TENHO A MENOR DÚVIDA DE QUE SE NÃO TIVESSE HAVIDO ESSA FILMAGEM, ARRUDA CONTINUARIA CANDIDATÍSSIMO E VENCERIA AS ELEIÇÕES DO DF COM OS VOTOS DESSES FALSOS MORALISTAS DA NOVA POLÍTICA QUE DÃO AMPLA VANTAGEM A MARINA EM BRASÍLIA.

O LADRÃO ARRUDA PODE CONTINUAR NA POLÍTICA COMO GOVERNADOR ELEITO PELOS VOTOS DESSES HIPÓCRITAS, JÁ DILMA NÃO PORQUE PERTENCE A UM PARTIDO DE LADRÕES SEGUNDO A OPINIÃO DOMINANTE DO ELEITOR CANDANGO. UM CONTRASSENSO.

O Ibope de hoje dava vitória a Arruda no primeiro turno. Ele tinha 36% dos votos e Agnelo e Rollemberg vinham empatados com 16% cada. ( Aqui http://eleicoes.uol.com.br/2014/noticias/2014/08/26/ibope-arruda-tem-37-agnelo-e-rollemberg-tem-16-para-governo-em-df.htm )

  • Ao lado do Procurador-Geral eleitoral, Rodrigo Janot (à esq.) os ministros do TSE Gilmar Mendes e Dias Toffoli participam do julgamento da candidatura de José Roberto Arruda. Mendes foi contra a impugnação da candidatura, por avaliar que geraria insegurança jurídica
    Ao lado do Procurador-Geral eleitoral, Rodrigo Janot (à esq.) os ministros do TSE Gilmar Mendes e Dias Toffoli participam do julgamento da candidatura de José Roberto Arruda. Mendes foi contra a impugnação da candidatura, por avaliar que geraria insegurança jurídica
Ao analisar recurso apresentado pelo ex-governador do DF José Roberto Arruda (PR), a maioria dos ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu na noite desta terça-feira (26) barrar a sua candidatura ao governo do Distrito Federal com base na Lei da Ficha Limpa. 
Seis ministros já votaram (cinco contra a candidatura e apenas um a favor) e falta apenas o presidente da corte, ministro Dias Toffoli, mas o julgamento acabou suspenso quando os magistrados discutiam a definição de uma regra geral sobre o prazo a ser considerado para aplicar a lei. A questão deve ser retomada ainda na sessão de hoje.

Intenção de voto

Passe o mouse nas fotos e datas e veja detalhes

GOVERNADOR DF


Arruda

Agnelo Queiroz

Rodrigo Rollemberg

Outros

Brancos e nulos

Indecisos
30 JUL2014
26 AGO2014
0%5%10%15%20%25%30%35%40%
37%
16%
16%
O relator do recurso, o ministro Henrique Neves votou pela rejeição da candidatura e foi seguido por Admar Gonzaga Neto, Luiz Fux e Laurita Vaz. Eles entenderam que a sua condenação em segunda instância por improbidade administrativa com danos aos cofres públicos, mesmo tendo ocorrido após ele entrar com o pedido de registro da candidatura, o tornou inelegível.
O ministro Gilmar Mendes discordou por entender que isso trará insegurança jurídica, uma vez que, na sua opinião, as candidaturas poderão ser contestadas a qualquer momento. "Todos aqueles que têm algum tipo de atividade de gestão em algum momento correm o risco de serem atingidos [pela Lei da Ficha Limpa]."
Arruda, que aparece em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais, recorreu à corte após o TRE-DF (Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal) ter rejeitado o registro da sua candidatura há duas semanas com base na Lei da Ficha Limpa. A polêmica no seu caso é que a condenação só aconteceu dias depois de ele dar entrada no pedido de registro de candidatura.
A defesa recorreu sob o argumento de que, pela legislação eleitoral, deve ser considerada a condição que o político tinha no momento do pedido de registro da candidatura e, portanto, a Lei da Ficha Limpa não poderia alcançá-lo.
Para o procurador-geral eleitoral, Rodrigo Janot, Arruda fica inelegível mesmo que a decisão judicial de segunda instância tenha saído após o pedido de registro.
Arruda foi condenado por improbidade por envolvimento no esquema do mensalão do DEM, seu partido à época. Arruda, que sempre negou envolvimento com o suposto esquema de compra de apoio parlamentar, chegou a ser preso durante o seu mandato de governador, em 2010. Ele teve de deixar o DEM para não ser expulso e foi cassado pela Justiça Eleitoral.
http://eleicoes.uol.com.br/2014/noticias/2014/08/26/maioria-no-tse-vota-por-derrubar-candidatura-de-arruda-no-df.htm

Vídeo revela que Arruda diz ter “votos” no TSE e no STJ

No filme, obtido por ÉPOCA e em poder do MP, o líder na corrida ao governo do DF, que pode ser cassado nesta terça-feira no TSE, afirma ter “90% de certeza” de que conseguirá o registro nos tribunais – e afirma que “está fazendo de tudo” para conseguir os votos

DIEGO ESCOSTEGUY, COM MARCELO ROCHA E MURILO RAMOS
Estão em poder do Ministério Público do Distrito Federal dois vídeos que podem enterrar a candidatura de José Roberto Arruda (PR) ao governo de Brasília. Ele lidera as pesquisas destas eleições para voltar ao cargo, do qual saiu em 2010, depois de ser flagrado (também em vídeo) num esquema de corrupção. Os novos vídeos - duas câmeras filmando a mesma cena, de ângulos distintos - foram gravados na tarde da última quinta-feira. Registraram uma reunião entre Arruda e correligionários de Joaquim Roriz, também ex-governador de Brasília e desafeto de Arruda. O encontro aconteceu em Brasília, na casa do advogado Eri Varela, conselheiro de Roriz.
Arruda buscava o apoio do grupo de Roriz. Na conversa, que durou cerca de meia hora, revelou bastidores e táticas para impedir que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirme, nesta noite, a inelegibilidade dele, conforme decretou o Tribunal Regional Eleitoral de Brasília. Assegurou “ter dois votos” no TSE para o julgamento de hoje. Disse que “estava trabalhando tudo” para garantir os quatro votos que lhe salvariam a candidatura. Numa frase difícil de acreditar, afirmou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estava “trabalhando” para convencer o ministro do STF Gilmar Mendes, que também está no TSE. Sugeriu trabalhar para “ter” o voto do ministro João Otávio Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, outro que participa do julgamento do TSE nesta noite. Fala em “trabalhar” e “garantir" votos nos tribunais superiores como se fossem votos no Congresso ou nas eleições.
“É mais difícil conseguir quatro votos (no TSE) do que um milhão de votos (para governador)”, disse Arruda. Ele afirmou que “o quadro no TSE não é bom”. Afirmou que iria pedir ao ex-procurador-geral do DF Túlio Arantes que conseguisse um voto de “um amigo” que participaria do julgamento – ele não declina o nome no vídeo. “Tenho que fazer de tudo.”
Arruda assegurou aos interlocutores que “tinha 90% de certeza” de que, mesmo a possível derrota no TSE, reverteria tudo no STJ. “É o mesmo relator”, diz Arruda. Ele se refere ao ministro Napoleão Nunes Maia Filho, que concedera uma liminar, em 24 de junho, impedindo o julgamento de Arruda no Tribunal de Justiça de Brasília. O julgamento em Brasília se deu apenas em 9 julho, após uma decisão do ministro do STF Joaquim Barbosa - e após o registro da candidatura de Arruda. Esse julgamento acabou acontecendo cinco dias depois. Arruda foi condenado e se tornou inelegível.
Os vídeos já foram periciados pelo MP e serão encaminhados à Procuradoria-Geral da República. Se a PGR avaliar que há indícios de crime no caso, abrirá uma investigação. ÉPOCA publica agora quatro dos principais trechos dos vídeos.
Procurado pela reportagem de ÉPOCA, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ter sido procurado por Arruda para conversar sobre o recurso protocolado no TSE. "Queria (Arruda) que o julgamento ocorresse a tempo de, se favorável, concorrer ao governo de Brasília. Como sempre, sou muito cuidadoso nessas matérias. Apenas indaguei ao ministro Gilmar se havia chance de isso ocorrer. Fui informado de que haveria um julgamento anterior que pré-julgaria o caso. Nada mais pedi a ninguém nem nada mais me foi dito.” Ex-procurador-geral no governo Arruda, Túlio Arantes afirma não ter sido procurado por Arruda nem ter procurado ministros do TSE em nome do ex-governador. "Não conheço nenhum ministro do TSE. Nem sabia que haveria um julgamento no TSE hoje. É o Arruda quem tem de responder por essas afirmações que ele fez", disse.
As assessorias dos ministros Dias Toffoli, no Supremo, e Laurita Vaz, no STJ, informaram que eles estavam participando de julgamento em seus respectivos tribunais e não poderiam atender a reportagem. O ministro Luiz Fux, do Supremo, afirmou não ter sido procurado por advogados de Arruda. O gabinete do ministro João Otávio Noronha, no STJ, informou que o ministro estava no TSE e que tentaria transmitir a ele o recado da reportagem. A revista enviou os questionamentos ao TSE, mas ainda não houve retorno.
Procurado por ÉPOCA, o ministro Gilmar Mendes não quis se manifestar.
Trecho 1
O candidato ao governo do Distrito Federal pelo PR, José Roberto Arruda, chega para uma reunião na casa de Eri Varela, advogado e amigo do ex-governador Joaquim Roriz. Arruda afirma ser mais difícil conseguir quatro votos favoráveis à manutenção de sua candidatura - no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - que conseguir 1 milhão de votos dos eleitores.

Eri - Senta aqui.
Eri - Mas tem um negócio aqui que você não pode deixar de comer...
Arruda - O que é?
Eri - É especial... Eu estive lá em Fortaleza e trouxe... (Eri oferece doce a Arruda).
Eri- Não tem (açúcar)... É dietético... É um negócio de caju...
Arruda - Parece um doce de figo, né? É maravilhoso mesmo.
Eri - Isso... O cabra é viajado... Um doce para aguentar as amarguras de uma campanha...
Arruda - Você está bem, né, Zé Flávio?
Zé Flávio - Tô...
Arruda - Quando eu estou na campanha, na rua, eu gosto de fazer. Isso me dá prazer (começa a comer o doce). Está maravilhoso.
Eri - E as fofocas?
Arruda - (inaudível) Tá muito difícil pra mim. E pior... (volta a falar do doce de boca cheia), e não tem açúcar, só o açúcar da fruta.
Eri - É... Exatamente...
Arruda - Mas então, é mais difícil você ter quatro votos em sete que ter um milhão de votos por aí... (Os votos são dos sete ministro do TSE)
Trecho 2
Arruda afirma ser possível obter os votos necessários no julgamento do TSE para que concorra nas eleições de outubro. Mas diz que, se conseguir, será por uma margem mínima. Por isso, segundo Arruda, o momento anterior ao julgamento é o mais difícil. "É nesse momento difícil que a gente faz um esforço maior". 

Arruda - Mas agora eu acho que a... (fala de boca cheia)...  O obstáculo agora é esse jurídico. Infelizmente, eu tenho que entrar de cabeça nisso. Não tem jeito de eu ficar deixando na mão dos outros. O momento exige isso (inaudível)... Mas ô Eri, já tinha um tempo que eu tinha mandado Valério marcar pra eu vir cá. Nós temos um longo tempo, uma longa historia de convivência e eu tenho uma opinião... Nós todos termos a opinião que diante das circunstâncias da vida, eu acho que diante dos meus defeitos e minhas qualidades, eu represento nesse momento a possibilidade imediata, de todos nós, os grandes, eu, Roriz, eu e todo mundo... Aliás, o Luiz Estevão interpreta muito bem isso quando diz que as superações que ele fez, quanto a mim.. e me apoiou... A sua Eri por tudo que você representa em relação a proximidade do Roriz, pelo que cê já fez, né? Eu acho que nessa teia, questões pontuais até que no têm maior importância, porque quando se acerta no geral, estas questões saem na
base... Você é uma pessoa muito inteligente e sabe que não preciso falar detalhes... Mais ou menos como aconteceu aqui com Valério e com Zé Flávio, nós acertamos no geral e os pontuais não tá precisando...
Valério - Não precisa discutir...
Arruda - Precisa nem discutir... Acertou no geral... Acertou e acabou... Quem tá tocando campanha hoje, como você sabe é o Valério... Com minha estrutura e coisa... mas enfim, é ele que tá tocando a campanha. Isso por causa de mim, quando eu ganhar no TSE, e acho que vou ganhar, eu acho que vou vencer, o percentual de votos que eu vou ter é mínimo... Então, neste momento, até que se julgue pelo TSE, é o momento ma is difícil. E nesse momento difícil é que a gente faz um esforço maior.
Trecho 3
Arruda diz ao advogado Eri Varela que, entre outros, pediu ajuda a Túlio Arantes, que atuou como procurador-geral do DF durante seu governo, para ajudá-lo no assunto. Segundo o ex-governador, Arantes é amigo de um dos ministros que vão participar do julgamento.

Arruda - deixa eu te dizer uma coisa, se eu ganhar no TSE... Se eu ganhar...
Eri - Não acredito.
Arruda - Se eu ganhar.
Eri - Não, vou apostar com você... A questão jurídica, ela hoje, nesse momento... ela é mais fácil...
Arruda  - Contra mim... Mas se eu ganhar não é mais por causa do prazo... (inaudível) .. é por causa do artigo (inaudível)...
Eri - Sim, porque pode resolver... (Com a medida no STJ)
Arruda - Por isso... É nisso que eu estou trabalhando... Eu tô indo agora conversar com o Túlio Arantes, porque o Túlio era meu procurador geral... E um dos votos que vão ter agora, pode ser de um amigo dele... Eu vou pedir pra ele ir lá, né?
Eri - É mais difícil... Mas eu acho.. que nesse caminho talvez... de tentar resolver... Seu advogado não está aqui... pra discutir. Você tinha que imediatamente desistir dos embargos...
Trecho 4
Arruda comenta com o advogado Eri Varela quais são as suas chances no julgamento noTSE. Arruda cita os nomes dos ministros Gilmar Mendes, Laurita Vaz , João Noronha e Luciana Lóssio. Em relação a Mendes, Arruda menciona que pediu ajuda ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Arruda - Ô Eri, deixa eu te dizer urna coisa... Essa luta toda que a gente tá. Todo o meu
sofrimento, inclusive das minhas filhas... Se no for da vontade de Deus que eu seja o
governador, eu vou ser... Também se não for da vontade de Deus, esquece... Não é isso?
Arruda - A situação que eu tenho hoje, é que...eu tenho urna chance no TSE menor...
Eri - E como é isso? Quem tá trabalhando isso?
Arruda – No TSE, Alckmin (advogado José Eduardo Alckmin)... Mas tô com outras pessoas trabalhando isso...
Eri - Então tá com um voto lá?
Arruda - Dois... e... tô trabalhando tudo...
Eri - Mas tem mais...
Arruda - Dois...
Arruda - Agora o outro caminho da Cautelar... Eu diria a você que é 90% de chance... Desde que resolva os embargos, se for possível... (inaudível)... Agora tudo isso tá sendo avaliado, no momento certo... Mas o que eu acho que é importante na nossa conversa, é o seguinte:... Essa e uma luta, que eu estou nela... vou até o final... Se gente ganhar, ganhou... Se não ganhar, vamos ter que descobrir um caminho para ganhar a eleição sem eu...
Eri - Você não se deu bem sempre com o Gilmar (ministro do TSE e STF Gilmar Mendes)?
Arruda - (Balança a cabeça dizendo que não)... O Fernando Henrique é que está trabalhando...
Eri - E o Noronha (ministro do TSE João Otávio Noronha)?
Arruda —Também...
Eri - E a Laurita (ministra do TSE Laurita Vaz)?
Arruda - Acho que a Laurita nem vai votar... Porque ela sal do TSE daqui uns dias...
Eri - E a Luciana (ministra do TSE Luciana Lóssio)?
Arruda – Não. Esses dois votos eu nem  conto.... Eu estou trabalhando.  Os outros cinco...
Eri - Então menos dois...
Arruda - E... com toda sinceridade... 90% de chance no segundo momento (medida no STJ)... Não no primeiro...
Eri - Mas tem que ir correndo, o importante e não perder o prazo... Deve ir para o Ministério... vai de hoje pra amanhã.
Arruda - É
Eri - E a moça (Luciana Lóssio) não vai se dar por impedida, né?
Arruda - Não sel ainda... E o pior é que eu nâo sel se é bom?...
Eri - Na minha avaliação, se ela no se der por impedida, ela vota contra você...
Arruda - Eu também acho...
Eri —Aí entram dois substitutos (Contando com a saída da Laurita e o impedimento da
Luciana)...
Arruda - Admar (ministro substituto do TSE Admar Gonzaga) é cacete... 0 quadro não é bom...
Eri – É.
Arruda —O quadro do STJ é melhor...
Eri —O relator é o mesmo (ministro do STJ Napoleão Nunes Maia Filho)...
Arruda - É...
Eri - Da suspensão.. (Que concedeu a liminar para suspender o julgamento do TJ)...
Arruda - Por aí que eu vou... Mas é assim... Isso passa de um jeito ou de outro... Se eu for candidato a governador... Talvez eu volte aqui pra ganhar seu voto... Se não for... eu acho... (Risos)...
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2014/08/video-revela-que-arruda-diz-ter-bvotos-no-tse-e-no-stjb.html