sexta-feira, 30 de março de 2012

Do ‘doutor’ ao ‘professor’: “Tá tranquilo, eu faço”



Do ‘doutor’ ao ‘professor’: “Tá tranquilo, eu faço”Foto: Edição/247

SENADOR DEMÓSTENES TORRES JÁ É UM CADÁVER POLÍTICO; DIÁLOGOS DIVULGADOS PELO JORNAL O GLOBO REVELAM O ZELO COM QUE DEDICOU SEU MANDATO A SERVIR AOS INTERESSES DO CONTRAVENTOR CARLINHOS CACHOEIRA; DEM QUER DESFILIAÇÃO PARA EVITAR EXPULSÃO; CASSAÇÃO PODE SER FORMALMENTE PEDIDA AINDA HOJE

30 de Março de 2012 às 13:43
247 – O senador Demóstenes Torres já é um cadáver político. Revelações de diálogos grampeados pela Polícia Federal, entre ele e o contraventor Carlinhos Cachoeira, publicadas pelo jornal O Globo nesta sexta-feira 30, levaram a cúpula do DEM a pressionar Demóstenes a se desfiliar do partido, antecipando-se a um processo de expulsão. A ameaça de cassação de seu mandato, a partir da investigação aberta pelo Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, ganhou corpo.
Nas conversas, mantidas entre abril e junho de 2009, o senador coloca seu mandato totalmente a serviço do contraventor, revelando dependência financeira – pede a Cachoeira o pagamento de uma conta de R$ 3 mil numa empresa de táxi aéreo -, prontificando-se a pedir pressa ao desembargador Alan Sebastião de Sena Conceição, do Tribunal de Justiça de Goiás, no julgamento de um processo de policiais acusados de torturas, e também dando conselhos sobre aspectos da redação da lei 7.228, que regula o jogo. As conversas fazem jus ao apelido de Senador Cachoeira, pregado hoje em Demóstenes.
- Fala, Professor. Acabei de chegar lá do desembargador. O homem disse que vai olhar o negócio e tal. Vai julgar rápido. Mandou pegar o papel, já pegou o... negócio lá. Diz que vai fazer o mais rápido possível - avisou Demóstenes a Cachoeira em seis de abril de 2009, sobre sua ida, a pedido, ao gabinete do desembargador do Tribunal de Justiça de Goiás, Alan Conceição.
- Anota uma lei aí. Você podia dar uma olhada. Ela tá na Câmara. 7.228 2002. PL, pede Cachoeira ao seu senador Demóstenes, em 22 de abril de 2009, referindo-se ao projeto sobre a regulamentação do jogo no Brasil.
- Vou levantar agora e depois te ligo aí, aquiesce o senador. Mais tarde, avança no atendimento: “Vou mandar o texto procê. O que tá aprovado lá é o seguinte: “transforma em crime qualquer jogo que não tenha autorização”. Então inclusive te pega, né? Então vou mandar o texto pra você. Se você quiser votar, tudo bem, eu vou atrás. Agora a única coisa que tem é criminalização, transforma de contravenção em crime, não regulariza nada - avisa Demóstenes.
Pedidos formais de cassação do mandato de Demóstenes Torres já são esperados para esta sexta-feira 30.

Em nota, Ideli nega relação com Intech Boating



Em nota, Ideli nega relação com Intech BoatingFoto: Alan Marques/Folhapress

MINISTRA DAS RELAÇÕES INSTITUCIONAIS DIZ QUE DOAÇÃO DE R$ 150 MIL FEITA PELA EMPRESA INTECH BOATING (CONTRATADA PELO MINISTÉRIO DA PESCA PARA CONSTRUIR LANCHAS-PATRULHA) NÃO FOI DESTINADA A SUA CAMPANHA AO GOVERNO DE SANTA CATARINA, EM 2010, MAS AO COMITÊ FINANCEIRO DO PT NO ESTADO

30 de Março de 2012 às 15:12
Agência Brasil - A assessoria da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, divulgou hoje (30) nota em que nega ligação de Ideli com a empresa Intech Boating. O texto informa que a ministra não recebeu diretamente dinheiro da empresa para sua campanha ao governo do estado de Santa Catarina.
“A doação no valor de R$ 150 mil registrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) feita pela empresa Intech Boating foi destinada ao Comitê Financeiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Santa Catarina e não à candidata Ideli Salvatti [nas eleições de 2010]”, diz a nota se referindo ao valor citado em matéria publicada na edição de hoje do jornal O Estado de S. Paulo que relaciona a doação feita pela empresa a um contrato para compra de lanchas assinado com o Ministério da Pesca, pasta que já foi comandada por Ideli.
A nota informa que o contrato firmado entre a empresa e o ministério para a aquisição das lanchas, que está sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), foi assinado em 2009 e Ideli Salvatti assumiu a pasta apenas em 2011. O texto ressalta ainda que as contas da campanha ao governo do estado foram aprovadas pelo TSE.
De acordo com matéria, a empresa Intech Boating foi contratada para construir lanchas-patrulha de mais de R$ 1 milhão cada para o Ministério da Pesca, que não tinha competência para usar tais embarcações. Depois, a empresa foi procurada para doar ao comitê financeiro do PT de Santa Catarina R$ 150 mil. O comitê bancou 81% dos custos da campanha a governador, cuja candidata foi Ideli Salvatti, em 2010.
A contratação da empresa Intech Boating foi feita na gestão do então ministro da Pesca, Altemir Gregolin. A ministra Ideli foi titular da Pesca entre janeiro e junho de 2011 e, na época, a Intech recebeu R$ 5,2 milhões que faltavam para a compra das 28 lanchas encomendadas nos dois anos anteriores, de acordo com as informações do jornal.
Confira a íntegra da nota publicada pela Secretaria de Relações Institucionais:
A respeito de reportagem publicada no jornal O Estado de São Paulo, no dia de hoje, sob o título “Pesca contrata empresa e cobra doação ao PT” a assessoria de comunicação da SRI tem a informar:
1 – A doação no valor de R$ 150 mil registrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) feita pela empresa Intech Boating foi destinada ao Comitê Financeiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Santa Catarina e não a candidata Ideli Salvatti;
2 – A candidatura de Ideli Salvatti ao Governo de Santa Catarina conforme consta no site do TSE recebeu em doações R$ 3.572.376,65 e a maioria dos recursos foi repassada pelo Comitê Financeiro do Partido dos Trabalhadores (PT). É importante ressaltar que as contas da campanha foram aprovadas pelo TSE;
3 – A competência jurídica pela prestação de contas dos recursos arrecadados pelo Comitê Financeiro do Partido dos Trabalhadores durante o pleito de 2010 e apresentada ao TRE/SC e ao TSE é de responsabilidade do presidente estadual do PT;
4 – Não há qualquer ligação entre a ministra Ideli Salvatti e a empresa Intech Boating, pois a doação questionada pelo jornal O Estado de São Paulo, não foi feita para a candidatura de Ideli Salvatti ao Governo do Estado.
5 – É preciso esclarecer ainda, o contrato firmado entre a empresa Intech Boating e o Ministério da Pesca para a aquisição de lanchas, que está sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), foi assinado em 2009, ano em que Ideli Salvatti era senadora da República e não ministra da pasta.

Mansão amplia elo entre Marconi e Cachoeira


Mansão amplia elo entre Marconi e Cachoeira

Mansão amplia elo entre Marconi e CachoeiraFoto: Edição/247

EMPRESÁRIO VALTER PAULO SANTIAGO (À ESQ.), QUE COMPROU CASA DO GOVERNADOR DE GOIÁS NO ANO PASSADO, RECEBE VERBAS ESTADUAIS NA FORMA DE BOLSAS DE ESTUDO PARA FACULDADE PADRÃO; ALI VIVIA CACHOEIRA, QUE ALI FOI PRESO PELA OPERAÇÃO MONTE CARLO; DECLARAÇÃO DE BENS DE MARCONI REGISTRA VALOR INFERIOR EM R$ 1 MILHÃO AO QUE ELE MESMO DIVULGOU SOBRE O NEGÓCIO

Marco Damiani _247 – O governador de Goiás, Marconi Perillo, acaba de se aproximar ainda mais do círculo de fogo das relações perigosas do contraventor Carlinhos Cachoeira dentro de seu Estado. Já se sabia que a casa em que Cachoeira foi preso pela Operação Monte Carlos, no condomínio Alphaville Ipês, em Goiânia, pertencera, até o ano passado, ao próprio Marconi. Ele a vendeu ao empresário Valter Paulo Santiago, dono da Faculdade Padrão. A novidade está na revelação, agora, por 247, de que a instituição pertencente a Santiago é uma das beneficiárias do programa estadual de concessão de bolsas de estudos pelo programa Bolsa Universitária (abaixo, mensagem do empresário Santiago, postada no site da faculdade, na qual incentiva os alunos a aderirem ao benefício concedido pela gestão de Marconi)

O governador declarou que não conhecia Santiago, tendo apenas recebido três cheques, no momento do fechamento do negócio, sem a presença do comprador, totalizando R$ 1,4 milhão. Santiago, porém, foi contemplado pelo próprio governador, em 2006, com o título de comendador de Goiás, durante seu segundo mandato no Estado. Além disso, na declaração de bens e rendimentos de Marconi consta o valor de R$ 417 mil, e não R$ 1,4 milhão, como o que foi recebido pela venda. O negócio foi intermediado por Vladimir Garcez, ex-governador e antigo auxiliar de Cachoeira, também preso pela Operação Monte Carlo. Ele foi o corretor. A mansão foi repassada por Santiago a Cachoeira, que ali foi preso.

BOLSA UNIVERSITÁRIA: Oportunidade aos profissionais do Futuro
O programa Bolsa Universitária existe desde 1999, período em que coincide com o início de minha experiência como mantenedor da Faculdade Padrão. Em 2000, aderia a iniciativa do então governador Marconi Perillo, que administrada pela Oraganização das Voluntárias de Goiás ( OVG), beneficia jovens que sonham em fazer um curso superior por meio de desconto nas mensalidades.
Esta semana, estive presente na solenidade que divulgou o nome dos 10 mil novos beneficiados pelo programa. Como gestor de uma instituição de Ensino Superior, sou parceiro deste projeto, pois acredito nos sonhos de jovens que buscam garantir um futuro de profisissional e pessoal de sucesso.
Acredito que o aluno bolsista recebe do governo estadual não só o beneficio financeiro do desconto na mensalidade, mas também a oportunidade de praticar ações de cidadania, como contrapartida de sua bolsa.
Vejo de forma positiva o cumprimento das horas com trabalho voluntário nas instituições cadastradas nas áreas: social, administrativa, jurídica, educacional, esportiva e de saúde. Para o bolsista, é uma grande oportunidade de colocar seus conhecimentos em prática, além de adquirir experiencia no mercado de trabalho.
O estudante, também, é m,otivado a se doar para ajudar seu próximo a se doar para ajudar seu próximo, por meio cadastro para doação de sangue e da medula osséa, coletados nos hospitais cadastrados no programa. Para mim, estas iniciativas demonstram a preocupação do Estado em forma cidadãos para o futuro, por meio da educação com formação acadêmica e humanistica, simultaneamente.

( WALTER PAULO SANTIAGO, PROFESSOR, MANTENEDOR DA FACULDADE PADRÃO)

Cachoeira queria Demóstenes no Supremo Tribunal Federal



Cachoeira queria Demóstenes no Supremo Tribunal FederalFoto: Divulgação

REVELAÇÃO FOI FEITA EM CONVERSA TELEFÔNICA À MULHER DO SENADOR, FLÁVIA. MAS ANTES, O BICHEIRO DIZ QUE ELE PRECISARIA MIGRAR DO DEM PARA O PMDB

30 de Março de 2012 às 06:37
247 – O bicheiro Carlinhos Cachoeira tinha grandes ambições para seu amigo Demóstenes Torres. Entre a série de gravações da Polícia Federal durante a Operação Monte Carlos, que revela a intimidade entre os dois, o bicheiro diz que queria o senador no Supremo Tribunal Federal. Em conversa com a mulher de Demóstenes, Flávia, Cachoeira também se mostra favorável à mudança do senador para o PMDB.
Leia na matéria de Rodrigo Rangel, da Veja
Novos trechos de conversas gravadas pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo, que investigou um esquema de exploração ilegal de jogos com sede em Goiás e negócios em Brasília e outros estados da federação, dão mostras da intimidade entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de ser o chefe da quadrilha.
Num dos relatórios da operação, a PF resumiu assim uma conversa de 4 de junho: “Demóstenes reclama que seu iPad deu pau, Carlinhos diz que vai mandar alguém entregar um novo”. No mesmo telefonema, Demóstenes diz a Cachoeira que está se dirigindo ao aeroporto “para buscar o Toffoli”. De acordo com fontes ligadas à investigação, trata-se do ministro José Antonio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.
Em 11 de agosto de 2011, Cachoeira e Demóstenes conversam sobre o que seria, na avaliação do senador, “um tiro direto” no PT. Demóstenes fala em em abrir uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o partido do governo:
Cachoeira – Eu vi, eu vi as cenas lá, hein?
Demóstenes – É... Isso é bom, hein. Isso é bom que dá um tiro direto neles aí né, a gente faz a CPI do PT.
Cachoeira – Exatamente. Beleza.
Demóstenes – Falou mestre, um abraço.
Cachoeira – Outro, doutor. Tchau.
Em outra conversa, Cachoeira fala com a mulher de Demóstenes, Flávia, que comemora a obtenção de sua carteira da Ordem dos Advogados do Brasil e trata com o contraventor da possibilidade de o senador se transferir para o PMDB. Cachoeira se mostra favorável à mudança de partido – e também confiante de que um dia seu amigo Demóstenes possa se tornar ministro da Suprema Corte.
Flávia – Tô com a vermelha no bolso, 32.650, pode arrumar cliente aí pra mim (...) Tô com a vermelhaça no bolso (...)
Cachoeira - Ah, sua carteira, né? Parabéns, viu? Você vai usar ela muito e só em causa grande.
Flávia – Eu fui num jantar no Sarney com o Demóstenes, o Demóstenes hoje é um dos influentes que existem no quadro nacional todo, tem trânsito com todo mundo.
Cachoeira – É, sei disso. Ele já foi pro PMDB não?
Flávia – Não, mas o Renan [refere-se a Renan Calheiros, um dos caciques do PMDB] tá todo amor por ele que tá é assustando.
Cachoeira – Ele me falou, você acha que ele vai?
Flávia – Carlinhos, é uma decisão tão difícil, né? Acho que uma das decisões mais difíceis que ele tem que tomar é essa, viu? Muito complicado, eu acho muito complicado.
Cachoeira – É, mas ele não tem saída, não. Ele tem que ir para o PMDB. Vai fundir o PSDB com o DEM, aí ele tem que ir pro PMDB, até virar STF, né? Aí você não pode advogar e pronto.
Carlinhos Cachoeira, então, volta a parabenizar a mulher do senador por ter obtido a carteira da OAB e ela arremata, agradecendo: “Obrigado. Essa conquista aí é nossa. Depois vamos tomar um champagne”.

Em baixa, Ideli cai na rede de denúncias



Em baixa, Ideli cai na rede de denúnciasFoto: Agência Brasil

EMPRESA INVESTIGADA PELO TCU POR SUPERFATURAMENTO EM CONTRATO DE R$ 31 MILHÕES COM O MINISTÉRIO DA PESCA PARA FORNECER LANCHAS-PATRULHA FEZ GENEROSA DOAÇÃO À CANDIDATURA DA ATUAL MINISTRA DA SECRETARIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS

30 de Março de 2012 às 06:24
247 - Na época em que foi candidata ao governo de Santa Catarina, em 2010, Ideli Salvatti, hoje ministra da Secretaria de Relações Institucionais, recebeu uma generosa doação da Intech Boating. Contratada pelo Ministério da Pesca para construir lanchas-patrulha de mais de R$ 1 milhão cada – num contrato de R$ 31 milhões, a empresa foi procurada para doar ao comitê financeiro do PT de Santa Catarina R$ 150 mil. O TCU apontou indícios de superfaturamento e licitação dirigida na compra de lanchas.
Leia na matéria do Estado de S. Paulo:
Após ser contratada para construir lanchas-patrulha de mais de R$ 1 milhão cada para o Ministério da Pesca - que não tinha competência para usar tais embarcações -, a empresa Intech Boating foi procurada para doar ao comitê financeiro do PT de Santa Catarina R$ 150 mil. O comitê financeiro do PT catarinense bancou 81% dos custos da campanha a governador, cuja candidata foi a atual coordenadora política do governo, ministra Ideli Salvatti, em 2010.
Ex-militante do PT, o dono da empresa, José Antônio Galízio Neto, afirmou em entrevista ao Estado nesta quinta-feira, 29, que a doação não foi feita por afinidade política, embora se defina como filiado da época de fundação do partido em São Bernardo do Campo (SP).
“O partido era o partido do governo. A solicitação de doação veio pelo Ministério da Pesca, é óbvio. E eu não achei nada demais. Eu estava faturando R$ 23 milhões, 24 milhões, não havia nenhum tipo de irregularidade. E acho até hoje que, se precisasse fazer novamente, eu faria”, disse o ex-publicitário paulista. Logo em seguida, na entrevista, ele passou a atribuir o pedido de doação a um político local.
Derrotada na eleição, Ideli preencheu a cota do PT de Santa Catarina no ministério de Dilma Rousseff, justamente na pasta da Pesca. Em cinco meses no cargo, antes de mudar de gabinete para o Planalto, a ministra pagou o restante R$ 5,2 milhões que a empresa doadora à campanha petista ainda tinha a receber dos cofres públicos.
Nesta quinta-feira, a assessoria da ministra negou “qualquer ligação” entre Ideli e a Intech Boating, alegando que a doação não foi feita diretamente à campanha, mas ao comitê financeiro do PT. Em nota, a assessoria da ministra destaca que as contas da campanha foram aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ideli teve reiterados recentemente os poderes de articulação política do governo, em meio a sinais de rebelião da base de apoio de Dilma no Congresso.
Na quarta-feira, 28, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou irregularidades na compra das lanchas-patrulha, em contratos com a Intech Boating, que somaram R$ 31 milhões. O prejuízo ao contribuinte, que autoridades e a empresa serão cobrados a devolver, ainda não foi calculado. O TCU critica sobretudo o fato de o ministério ter comprado lanchas sem ter o que fazer com elas. O relatório diz que 22 das 28 lanchas ficaram guardadas na própria fabricante, pois não tinham onde ser entregues.
José Antônio Galízio Neto afirmou que ainda restavam na empresa quatro das embarcações encomendadas. Uma delas seguiria ainda nesta quinta-feira para a Marinha, destino definido no início deste ano, quando a auditoria do TCU processava as conclusões.
As encomendas do ministério foram feitas entre 2009 e 2010, em licitações supostamente dirigidas, diz o TCU. No último dia de mandato, o então ministro Altemir Gregolin contratou mais cinco lanchas, quando 14 delas já estavam prontas e sem uso no estaleiro em Santa Catarina.

Cachoeira avisou senador do DEM sobre investigações, diz PF


Investigações da Polícia Federal apontam que o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, repassou informações sobre apurações contra o seu grupo ao senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Folha obteve 12 mil páginas do inquérito da PF que culminou na Operação Monte Carlo. Ela investigou Cachoeira e mais 80 pessoas, todos denunciados neste mês pelo Ministério de Público Federal sob acusação de explorar máquinas caça-níquel e corromper agentes públicos para manter o negócio.

No inquérito a que a Folha teve acesso, o nome de Demóstenes aparece, por exemplo, num relatório da PF sobre um diálogo gravado com autorização judicial no dia 13 de março do ano passado, às 15h37. Nele, conversam Carlinhos Cachoeira e o sargento aposentado da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá --apontado pela Procuradoria como o principal araponga da quadrilha. Ambos estão presos.

De acordo com a PF, eles falavam sobre investigações sigilosas que o grupo sofria à época, quando a Monte Carlo já estava em andamento.


Outro diálogo revela que Demóstenes atuava para ajudar Cachoeira na escolha de integrantes para o governo de Goiás, comandado pelo tucano Marconi Perillo. Em uma conversa no dia 5 de janeiro do ano passado, o empresário menciona duas vezes o nome do senador a um integrante de seu grupo, de acordo com a PF.


Ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski atendeu a pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e determinou a quebra de sigilo bancário de Demóstenes em relação a um período de cerca de dois anos.

O ministro pediu também ao Senado a lista das emendas ao Orçamento apresentadas por Demóstenes --isso indica que uma de suas linhas de investigação será analisar se o senador utilizou prerrogativas de seu cargo para favorecer Cachoeira.

Leia a reportagem completa na Folha desta sexta-feira, que já está nas bancas.

Sérgio Lima - 27.mar.2012/Folhapress
Demóstenes Torres deixa o Senado na última terça após passar o dia em seu gabinete
Demóstenes Torres deixa o Senado na última terça após passar o dia em seu gabinete

http://www1.folha.uol.com.br/poder/1069262-cachoeira-avisou-senador-do-dem-sobre-investigacoes-diz-pf.shtml

Grampos: Demóstenes fez lobby para Cachoeira


A cachoeira de grampos que despeja diálogos radioativos sobre a reputação de Demóstenes Torres (DEM-GO) não pára de jorrar. Vieram à luz novas gravações. Revelam indícios de que o senador valeu-se do mandato e do prestígio pessoal para intermediar interesses do contraventor Carlinhos Cachoeira.
De acordo com os elementos colecionados pela Polícia Federal, Demóstenes moveu-se como lobista a pedido de Cachoeira no Judiciário de Goiás, no Congresso e até na Infraero. Os grampos são de 2009.
Foram transcritos no inquérito da Operação Vegas. Essa ação precedeu a Operação Monte Carlo, que levou Cachoeira à prisão no mês passado. Os detalhes ganharam as páginas do Globo.
Num dos diálogos, captado em 22 de junho de 2009, o senador pede que a Cachoeira que pague uma fatura de táxi aéreo da empresa Sete: “Por falar nisso, tem que pagar aquele trem do Voar. Do Voar, não, da Sete, né?”
Cachoeira concorda: “Tá, tu me fala aí. Eu falo com o… com o Vilnei. Quanto foi lá?” Demóstenes declina o preço: “R$ 3 mil”. Na mesma conversa, o contraventor como que cobra sua própria fatura.
“Deixa eu te falar”, diz Cachoeira a Demóstenes. “Aquele negócio tá concluso aí, aquele negócio do desembargador Alan, você lembra? A procuradora entregou aí para ele. Podia dar uma olhada com ele. Você podia dar um pulinho lá para mim?”
O “negócio” a que se referia Cachoeira era um processo judicial. Encontrava-se sobre a mesa do desembargador Alan Sebastião de Sena Conceição, do Tribunal de Justiça de Goiás.
Os autos envolviam um delegado e três agentes da Polícia Civil goiana, lotados na cidade de Anápolis. A tróica era acusada de tortura e extorsão. Após perguntar sobre detalhe do processo, Demóstenes aceita o encargo: “Tá tranquilo. Eu faço.”
Cachoeira, chamado de “professor” pelo senador, já havia conversado sobre o mesmo processo noutros diálogos que mantivera com Demóstenes, tratado pelo contraventor de “doutor”.
Num grampo de 6 de abril de 2009, a voz do “doutor” soa assim: “Fala, professor. Acabei de chegar lá do desembargador. O homem disse que vai olhar o negócio e tal.” Cachoeira pergunta se o julgamento será célere.
E Demóstenes: “Vai julgar rápido. Mandou pegar o papel, já pegou o… negócio lá. Diz que vai fazer o mais rápido possível.” Ouvido, o desembargador Alan Sebastião confirmou que tratou do caso dos policiais goianos.
O magistrado disse não se recordar se recebeu a visita de Demóstenes. Alegou que muita gente vai ao seu gabinete para pedir a análise de processos com “carinho”. Rogou: “Se você for escrever alguma coisa, escreva que meu voto foi pela manutenção da condenação dos policiais.”
Noutro diálogo, recolhido pelas escutas da PF em 22 de abril de 2009, Cachoeira pede a Demóstenes que levante o andamento de um projeto de lei. Fala como se desse uma ordem: “Anota uma lei aí. Você podia dar uma olhada. Ela tá na Câmara:  7.228/2002. PL [projeto de lei].”
O projeto em questão fora apresentado em 2002 por um ex-congressista goiano: Maguito Vilela, do PMDB. Tratava de jogos de azar. Assunto caro a Cachoeira. Demóstenes, de novo, aceita a missão: “Vou levantar agora e te ligo depois”.
Decorridos dois dias, o “professor” cobra uma posição do “doutor”. Cachoeira pede a Demóstenes que converse com Michel Temer (PMDB-SP). Nessa época, o atual vice-presidente da República presidia a Câmara.
Demóstenes compromete-se a ajudar. Diz que tentará fazer com que o projeto chegue ao plenário da Câmara. Algo que não ocorreu. Entre um grampo e outro, o “doutor” alertou ao “professor” que a proposta de Maguito proibia os jogos de azar.
Cachoeira deu de ombros. Disse que, em contrapartida, o projeto regulamentaria as loterias estaduais, um ramo do seu interesse. Demóstenes insistiu: “Regulamenta não”.
O senador informou ao contraventor: “Vou mandar o texto procê. O que tá aprovado lá é o seguinte: ‘transforma em crime qualquer jogo que não tenha autorização’. Então, inclusive, te pega, né? Então vou mandar o texto pra você.”
Solícito, Demóstenes prosseguiu: “Se você quiser votar, tudo bem, eu vou atrás. Agora a única coisa que tem é criminalização, transforma de contravenção em crime, não regulariza nada”.
Cachoeira parecia familiarizado com a proposta: “Não, regulariza, sim, uai.” Ele citou dois incisos do projeto: “Tem a 4-A e a 4-B. Foi votada na Comissão de Constituição e Justiça.” Ouvido, Temer disse jamais ter sido procurado por Demóstenes para tratar de projetos relacionados a jogos.
Nem só de jagatina eram feitos os interesses de Cachoeira. Numa conversa grampeada em 4 de abril de 2009, ele trata com Demóstenes de contratos de informática na Infraero, estatal que gere os aeropostos brasileiros.
Demóstenes não era propriamente alheio ao setor. Atuara como relator de uma CPI constituída para perscrutar as causas do caos aéreo. A certa altura, o senador relata ao contraventor o resultado de um encontro realizado por um intermediário.
“O negócio da Infraero, conversei com a pessoa que teve lá. Disse o seguinte: o nosso amigo marcou um encontro com ele em uma padaria, não sei o quê. E levou o ex-presidente [José Carlos Pereira, da Infraero], cê entendeu? E que aí o trem lá não andou nada. Eles nem sabem o que tá acontecendo.”
Cachoeira diz que o negócio exige a interferência direta de Demóstenes, sem intermediários: “Mas tem que ser você mesmo. Você que precisava ligar para ele.” A julgar pelo que diz o brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Infraero, Demóstenes deu ouvidos a Cachoeira.

“Houve uma época, durante a CPI [do Caos Aéreo], eu senti que o Demóstenes poderia estar interessado em assuntos muito internos da Infraero, principalmente ligados à área de informática. E eu cortei na raiz. Eram licitações”, rememora o brigadeiro.
Como se vê, a cada novo jorro da cachoeira de grampos, Demóstenes distancia-se mais um pouco da imagem de Demóstenes que construíra. Hoje, mais se parece com um ex-Demóstenes. De defensor da renovação dos costumes, tornou-se alvo de investigaçãoautorizada pelo STF para esquadrinhar os indícios de maus hábitos.

'Sem voz estaria morto', diz Lula em entrevista exclusiva


Um dia depois de ter anunciado o desaparecimento do tumor na laringe, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista à Mônica Bergamo e Cláudia Colucci que teve mais medo de perder a voz do que de morrer com a doença.
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"Se eu perdesse a voz, estaria morto", afirmou o ex-presidente, quase 16 quilos mais magro e com a voz um pouco mais rouca que o normal.

Sobre sua vida política, Lula disse que tentará evitar uma agenda "alucinada" e que vai procurar a senadora Marta Suplicy (PT-SP) para que ela entre na campanha do ex-ministro Fernando Haddad pela Prefeitura de São Paulo.

"Eu acho que ele vai surpreender muita gente. E desse negócio de surpreender muita gente eu sei. Muita gente dizia que a Dilma era um poste, que eu estava louco, que eu não entendia de política. Com o Fernando Haddad será a mesma coisa."

Leia a reportagem completa na Folha desta sexta-feira, que já está nas bancas.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/1069313-sem-voz-estaria-morto-diz-lula-em-entrevista-exclusiva.shtml
Ricardo Stuckert -17.fev.2012/Instituto Lula

Maconi Perillo também está envolvido com cachoeira mas imprensa abafa


Quando a imprensa vai mostrar o envolvimento do tucano Marconi Perillo com Demóstenes e Cachoeira?



Por que motivo a imprensa e políticos da oposição estão blindando o governador de Góias Marconi Perillo (PSDB)

Ao que tudo indica,o tucano estão envolvido até o pescoço no escândalo Cachoeira e Demóstenes.


Uma das suspeitas da PF, que será apurada pela Procuradoria-Geral da República em seu inquérito aberto contra o senador, é que ele também municiava Cachoeira com dados sigilosos, inclusive de investigações policiais.

A gravação da PF enfraquece o discurso de Demóstenes no plenário do Senado. Da tribuna, em 6 de março, ele disse conhecer o empresário, mas não as atividades ilegais.

Outro diálogo revela que Demóstenes atuava para ajudar Cachoeira na escolha de integrantes para o governo de Goiás, comandado pelo tucano Marconi Perillo.

Em conversa em janeiro de 2011, o empresário menciona duas vezes o nome do senador a um integrante de seu grupo, de acordo com a PF.

No diálogo, ambos discutem a intervenção do senador na nomeação para um cargo estratégico em Goiás, sem especificar qual. "Já mandei avisar ele. O Demóstenes já está ligando para o Marconi", disse Cachoeira, que repetiu logo depois: "O Demóstenes já ia ligar para ele".