terça-feira, 16 de dezembro de 2014

STF anula Satiagraha e cria nova jurisprudência para o combate à corrupção, investigação da PF somente contra o PT



Parabéns ao nosso STF que para condenar petista tudo vale, inclusive importar teoria jurídica estranha ao nosso direito, dispensar provas, desconsiderar jurisprudência da suprema corte e criar uma nova especialmente para um julgamento específico, espetacularizar o julgamento, mandar prender em feriado da República, aplicar a lei ao pé da letra, impor regime de prisão medieval aos réus mas para os amigos do poder filigranas para anular condenação, aceitando argumentos de advogados regiamente pagos que baseiam o pedido de anulação das provas que condenaram o banqueiro Daniel Dantas num mandato judicial que autorizava busca e apreensão especificamente no vigésimo oitavo andar do edifício do Oportunitty mas os agentes da PF executaram o mandato em todo edifício.

Você acha que isso é brincadeira? É a mais pura verdade de uma corte que é conivente com a corrupção, só não é conivente com a tal da corrupção petista que segundo um ilustre jornalista é a corrupção do mal as demais do bem por se classificarem como corrupção tradicional.

Lembrai-vos ministros que o herói da corrupção nacional do presente momento, o ínclito Sérgio Moro em entrevista declarou que a Lava Jato começou com uma investigação em um posto de gasolina, daí migrou para um monumental escândalo na Petrobras. Quando a Lava Jato subir para o STF e os mesmos advogados arguírem que isso não poderia ter acontecido, os senhores vão anular a Lava Jato?

Só farão isso no dia em que a galinha criar dentes, não com a mídia apoiando as investigações direcionadas para o governo e base aliada. São decisões sob medida para os amigos do poder o que não não engloba petistas.

Nessa ópera bufa temos o inusitado de um delegado que comandou a operação que prendeu o banqueiro Daniel Dantas condenado por esse STF enquanto o banqueiro sai impune escovando os dentes por obra e graça do STF que resolveu apegar-se aos formalismos da lei para dar-lhe uma interpretação literal pra lá de estranha em benefício de um banqueiro altamente polêmico, como temos também o juíz sob cuja responsabilidade de promover os atos legais que resultaram na condenação do banqueiro Daniel Dantas, afastado de suas funções originais para cuidar de uma vara na justiça federal que trata de aposentadorias.

Fica combinado assim: investigação que não vai se voltar contra delegados, juízes e procuradores somente as que foram feitas para prender petistas ou aliados do PT. Estas podem ser feitas naturalmente. Sem nenhum temor, inclusive dos meios empregados, mesmo que ilegais, serão declarados perfeitamente de acordo com a constituição.

Agora outras investigações que transcendam a petistas e alcancem a oposição ou pessoas com estreitas ligações a ela que poderiam abrir o bico envolver além deles membros do judiciário, da PF, do MP, e demais instituições serão impiedosamente anuladas e os responsáveis punidos como foram Protógenes e Fausto De Sanctis por se atreverem a investigar o arquivo vivo da privataria tucana. É a nova jurisprudência criada por uma turma do STF para contribuir com o combate à corrupção.

Tão infâme quanto essa decisão de uma das turmas do STF é a falta de escandalização da imprensa que se julga guardiã da moralidade pública pelo visto muito seletiva e que noticia a decisão do STF como se fosse algo muito natural para aquela corte que se mostrou tão implacável no julgamento da AP 470 que carecia de substância jurídica e muito mais do que isso provas que justificassem a condenação dos réus e mesmo assim foram justiçados num espetáculo público horroroso que maculará a história do STF por muitos anos.

Não surpreende, A imprensa é uma velha aliada de Dantas. De fato, foi graças a atuação da imprensa transformando investigadores em investigados e não em heróis anticorrupção como faz com Moro porque Moro conduz uma investigação direcionada ao PT e aliados que deu a Gilmar "Dantas" o instrumento da indignação para diante dos holofotes fazer aquele teatro de falso indignado a falar da ameaça de um estado policial. 

Veja bem, o que Gilmar chamava de ameaça de estado policial eram essas operações da PF que tanto incomodavam quando atingiam aliados dos grupos de mídia. Agora atingem o governo por isso Gilmar as aplaudem com renovado vigor e não enxerga nenhuma ameaça de um estado policial embora várias medidas tomadas pelo juíz da Lava Jato que nem chegaram a ser cogitadas quanto mais tentadas por De Sanctis não obstante por muito menos aquele valoroso juíz foi levado a sentar-se no banco dos réus de um dos tribunais da justiça federal para responder pelos atos praticados durante a Satiagraha e posteriormente em um dos bancos do CNJ objeto de uma representação desse mesmo Gilmar que nos seus gestos tresloucados e falsos moralistas, interpretando uma comédia pastelão mexicana em defesa das garantias individuais, tudo encenação de quinta categoria, levou o governo do ex presidente Lula a demitir Paulo Lacerda depois de declarar que chamaria o ex presidente às falas e a aprovar uma súmula no STF, a das algemas, e no congresso, a lei de abuso de autoridade, só porque a PF a mando de De sanctis prendeu Dantas, o algemou e as câmeras de televisão o exibiram como troféu para o Brasil inteiro deixando Gilmar possesso diante do que considerou uma violação das garantias constitucionais individuais. 

Note que quando os ditos "mensaleiros" perâmbularam dentro de um avião a mando de JB em pleno feriado da República para o êxtase da grande imprensa nacional e das redes de televisão com suas imagens expostas como se fossem os piores criminosos, Gilmar mantinha um silêncio calculado e cúmplice da violação dos mesmo direitos e garantias individuais que ele tanto defendia difusamente para despitar que seu real interesse era defender Dantas. Essa é a justiça brasileira, que tem lado, o lado dos barões da mídia e julga de acordo com os interesses deles. Se fosse do interesse desses barões que Dantas estivesse na cadeia esse STF o mandaria para lá. As leis do país de nada valem, o que valem são as interpretações ao sabor das circunstâncias que agradam a quem tem poder de influenciar para o mal o judiciário desse país tupiniquim.

Que as novas indicações para o STF não sejam mais um erro do governo


No caso da indicação de Dias Tóffoli para o STF a presidenta não pode ser criticada mesmo porque foi Lula que o conduziu a mais alta corte. A militância petista, inclusive eu, amiúde nos insurgimos ao tecnicismo dessas indicações, um verdadeiro engodo que leva o governo no bico. O candidato a ministro do STF se apresenta como defensor das teses do governo mas uma vez indicado usa da independencia formal do cargo para fazer oposição ao governo que o indicou. Tem sido assim com quase todos os ministros que chegaram ao STF nas eras Lula/Dilma. Com Tóffoli não está sendo diferente. Houve até candidato a ministro que antes de ser indicado dizia nos salões do poder reservadamente para quem tinha força de bancar sua indicação que "matava no peito" para depois agir como um dos maiores algozes daqueles que lá o colocaram, lacaio dos grupos de mídia que acham ser crime um ministro do STF alinhar-se com o governo que o indicou, cobrando-lhe uma independência que só é aceita se seus votos forem constantemente contra o governo, em desacordo com o que acontece em qualquer suprema corte, mundo afora, nas quais os ministros sempre votam em favor dos governos que os indicaram e não há esse falso moralismo de bordel.

Os E.U.A que é exemplo de tudo para a elite tupiniquim têm uma suprema corte que age assim. Bush filho tomou uma eleição do democrata Al Gore fraudada com a ajuda dos ministros da suprema corte americana para qual os indicou e não houve esse alarido ensurdecedor. A imprensa yank se rendeu a decisão que foi tomada assim também o candidato bem como o povo americano. Aqui se um ministro do STF votar favorável aos interesses do governo mesmo que seja numa decisão que envolva aspectos morais que não estejam devidamente fundamentados em provas que impliquem numa condenação penal é um contubérnio, a demonstração mais explícita de subserviência, de algum tipo de acordo espúrio que compense a indicação retribuída pelo voto do ministro que seria publicamente execrado até ter sua reputação assassinada em páginas de jornais ou numa campanha midática para lá de sem vergonha.

Se o governo merece críticas por fazer indicações técnicas que não representam o pensamento majoritário do campo progressista, se expondo a sucessivas derrotas na mais alta corte, a indicação de Tóffoli, dadas suas ligações orgânicas com o partido dos trabalhadores, seria um balsámo que suavizaria a forte oposição formada no STF que se levanta com mão de gigante para atingir o cerne do governo nas questões mais sensíveis em discussão no difícil momento que atravessa a nação, enojada com tantos escândalos de corrupção denunciados seletivamente e que são tratados como se fossem a reinvenção da roda, coisa dessa turma que chegou ao poder.
Não se esperava de Tóffoli que fosse se juntar a Gilmar Mendes para municiar a oposição com o factóide das contas de campanha da presidenta, examinadas com lupa, entregues nas mãos do mais ferrenho opositor do governo, numa manobra vergonhosa que burlou o regimento do TSE para gerar a expectativa de uma rejeição que depois teria repercussão do ponto de vista jurídico com o candidato da oposição derrotado impetrando ação judicial na tentativa de cassar o diploma da presidenta reeleita. Ainda mais com a oposição em plena campanha por um terceiro turno que seria vencido através de um golpe Paraguaio senão por um doloroso processo de impecheament com um bando de malucos indo as ruas defender o golpe ou a retomada do poder pelos militares.

Tóffoli não agiu com o equilíbrio esperado para um ministro que presidiu a mais polarizada eleição desde a redemocratização quando os ânimos permanecem exaltados e o momento exige força moral para que decisões serenas e firmes sejam tomadas mesmo que contrariem os desejos dos revanchistas que teimam em não aceitar o veredito das urnas. Ao entregar as contas de campanha para o arquiinimigo do governo fazer o maior barulho e incendiar o ambiente político já contaminado pelas fraturas expostas de uma eleição disputada voto a voto e a pouca diferença na contagem final forma uma combinação explosiva de alta octanagem, colocando em dúvidas a lisura do processo que teria sido criminosamente fraudado pela prática de crimes eventualmente cometidos durante a campanha da presidenta reeleita, daí a decisão pela devassa das contas ocasionada por suspeitas infundadas que não se sustentam, fato inédito na história do TSE, o presidente Dias Tóffoli deu um mal passo ao escolher Gilmar Mendes para tratar de uma questão que deveria ser emenentemente técnica sem o viés ideológico que caracteriza as decisões desse ministro.

A atuação deToffoli no episódio da escolha de Gilmar para relatar as contas de campanha da presidenta reeleita e as do PT concamitantemente é a prova cabal de que não lidera seus pares como força positiva que poderia distender o delicado momento político, chamar à razão os que ainda resistem em reconhecer que a decisão soberana do povo brasileiro expressa pelo voto da maioria tem que ser respeitado, é o papel que lhe caberia como presidente do TSE. 

Seu gesto absolutamente precário de se socorrer a Gilmar, o incendiário, que dispensa qualquer milindre, desde que mais lenha seja jogada na crepitante fogueira, acesa para causa de uma crise institucional que paralizaria o país, ao custo de imprevisíveis consequências, diz muito de seu caráter e disposição, com grupos de extrema direita que saíram do armário olhando atentamente para a decisão do TSE, dispostos a marcharem nas ruas em defesa de outro resultado para eleições, diverso do tomado pela maioria silenciosa que reelegeu Dilma e que também ficou na expectativa de que a decisão pelo voto fosse referendada. O melhor para democracia. Fora disso nenhum diálogo seria possível.

Felizmente as contas de campanha de Dilma foram aprovadas. Com ressalvas mas aprovadas. Não se encerraram as questões levantadas pelo ministro Gilmar. Outras medidas esse ministro orientou que mais tarde fossem observadas por órgãos de fiscalização, no afã de encontrar algum indicío de crimes ou ligações perigosas com a famigerada operação lava jato. Esse cuidado jamais ele teve em qualquer outro exame de contas pelo TSE e não teria certamente se as contas examinadas fossem as de Aécio. Isso poderá implicar a campanha da presidenta e ensejar a cassação de seu mandato pelas vias judiciais caso consiga misturar caixa 1 com o caixa 2 num daqueles malabarismo que lhe é próprio. Resta a lição de que o governo não pode mais errar nas indicações que fará para o STF. É preciso pesar calmamente todos os fatôres que envolvem preencher a vaga de tamanha importância até para o equilíbrio institucional do STF que se encontra em permanente estado de tensão ao ser acossado a ter uma posição sempre em desfavor do governo a melhor forma de obter blindagem da mídia.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Para entender o comportamento de Janot que em discurso pediu a substituição de toda diretoria da petrobras




Janot apenas repete o mesmo modus operandi da cúpula da PGR, toda comprometida com os grupos de mídia pelo rabo preso que tem. E não é pouca coisa. Essa operação lava jato só foi possível pelo foco das investigações que estão direcionadas para pegar petistas e o governo. Não fosse isso, já teria sido encerrada, declarada ilegal, avocada para o STF e as provas colhidas rejeitadas com base na teoria do fruto contaminado, tal qual aconteceu com a Castelo de Areia, sundown , Sathiagraha, Boi Barrica e tantas outras, criticadas pela espectacularização.

Bastaria que os vazamentos atingissem de igual forma todos os envolvidos, do PT ao PSDB, e o juíz encarregado agisse com isonomia no tratamento que dispensa as investigações, indistintamente, para um movimento de mídia, articulado com Gilmar Mendes pronto para falar da ameaça do estado policial, do atrevimento de certos juízes de primeiro grau em desacordo com as normas constitucionais e com a jurisprudência do STF, uma afronta aquela corte, ao impedir por exemplo que acusados citem em seus depoimentos pessoas detentoras de foro privilegiado para não permitir que as investigações subam a suprema corte, mandar prender para forçar uma delação premiada, tudo isso aceito naturalmente sem nenhum alarido da mídia e do ministro mais despudorado do STF, Gilmar Mendes, tão somente porque o grosso das investigações tem o condão de mais atingir o PT e o governo do que qualquer outro partido e governos anteriores, não obstante o fato incontestável de que esse esquema perdura há mais de 15 anos.

O juíz Moro sabia perfeitamente dos riscos que assumiu ao autorizar tal operação e os precedentes de outras operações semelhantes que não resultaram em nada porque atingiam adversários polítcos do PT e/ou apaniguados da oposição e grupos de mídia. A expertise adiquirida permitiu-lhe compreender que para conquistar apoio da mídia e ser o herói do combate à corrupção instalada na Petrobras, seria fundamental que as investigações estivessem focadas nos governos do PT, mesmo que o inevitável da dimensão do escândalo, dadas as proporções gigantescas, cedo ou tarde atingisse a oposição. Isso se administraria com o sigilo das investigações e com os vazamentos seletivos, despistes para que o foco não saisse dos investigados originais. Assim forçaria o total respaldo do PGR e por tabela do STF que intimidado não ousaria avocar as investigações para sua competência mesmo que adiante considere anulá-la parcial ou totalmente quando os holofotes não mais estiverem sobre a lava jato e esse escândalo cair no esquecimento da população.

Para a mídia hegemônica Janot não está demonstrando o empenho acusatório dos PGRs anteriores que pesaram a mão sobre o Partido dos Trabalhadores e levaram seus principais dirigentes ao banco dos réus. Falta-lhe mais gana em acusar, em condenar por antecipação. Isso tem um preço que é pago com uma campanha de cunho difamatório na velha mídia. Nem esse e nem outro PGR que saia da cúpula e venha ser indicado pela presidenta, em substituição futura ao atual, são capazes de resistir.

O histórico de suas atuações especialmente em relação as disputas internas por poder no âmbito da instituição é algo que faria tremer o cidadão comum que por desinformação desconhece a verdadeira essência desses senhores, revelada em livro por um dos membros da PGR, Manoel Pastana, que infelizmente nas edições atuais não constam os relatos escabrosos de um grupo intitulado tuiuiú cujo Janot é um dos remanescentes, outros também o são e pelo domínio que conseguiram imprimir com a inovação de escolherem o PGR mediante votação da categoria que apenas é referendada pela presidenta, uma excrecênscia que retira da presidenta o poder legal de indicar aquele que for de sua preferência, independentemente de serem ou não votados por procuradores, farão o sucessor.

O discurso extemporâneo de Janot pedindo que toda diretoria da Petrobras fosse substituída sem haver nenhum crime cometido, foi a resposta que ele deu a uma matéria de capa de Istoé, conhecida mais perjorativamente pela alcunha de Quantoé que aproveitando nota da infame Veja fez matéria acusando-o de está por trás de um acordão para livrar as empreiteiras e por consequência o governo ao declarar que os crimes cometidos na Petrobras são resultantes da formação de um cartel e não de uma organização criminosa formada nos moldes tipificados no código penal.

Para agradar a cobertura facciosa que é feita em cima de uma investigação em curso cujo desfecho ainda depende de uma série de variantes legais e interpretativas por parte dos ministros do STF, Janot foi além de sua competência ao colocar o governo numa situação de constrangimento. Nós cidadão comuns, do povo, esperamos que as investigações sejam feitas e os responsáveis pelos crimes cometidos punidos, independentemente de quem sejam. Não aceitamos em hipótese alguma essa submissão do chefe do MPF aos interesses dos grupos de mídia que agem não pelo saneamento e moralização da Petrobras mas politicamente para desgastar o governo e criar condições em harmonia com os desejos da oposição que não reconhece a derrota e ainda está em campanha por um terceiro turno, seja por meio de um impeachmente, seja por meio do TSE, num golpe a la Paraguai que cassaria o diploma da presidenta eleita.


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Dilma, Lula, Levy e o alarido da esquerda



Não me sinto nenhum pouco confortável com as indicações da presidenta para as pastas da Fazenda e Agricultura. Se analisadas do ponto de vista da campanha tal como proposta durante os acirrados debates com Aécio e Marina que tiveram que responder aos duros questionamentos da então candidata Dilma sobre as consequências da política econômica que seria implementada pelos dois candidatos em caso de vitória, um alinhamento com as expectativas do mercado para lá de prejudicial à classe trabalhadora que vive de salário mínimo, ao consumo, emprego, renda e programas sociais com um anunciado choque fiscal que cortaria gastos e investimentos e teria a inflação como centro da política econômica do governo, seria impensável que eleita, Dilma fosse indicar alguém com o perfil de Joaquim Levy que muito se assemelha aos perfís de Armínio Fraga e de Giannetti.

Se a candidata durante a campanha tivesse sinalizado que seu ministro da Fazenda seria esse que foi indicado, não restam dúvidas de que o resultado das eleições poderiam ter sido outro. Acrescente Kátia Abreu para agricultura, uma inimiga histórica dos movimentos sociais ligados as questões agrária, indígena, quilombolas e a agricultura familiar e teríamos então o afastamento por abstenção desses segmentos da campanha da presidenta. Com o resultado numericamente obtido nas urnas pela presidenta, quem estaria hoje à espera de colocar a faixa seria Aécio.

Muito provavelmente ao ser eleita, a presidenta não contava ou previa o cenário que se desenhou pós eleições com a mídia ainda em campanha pelo terceiro turno, os mercados com as mesmas agitações, setores retrógados promovendo passeatas e protestos à espera de uma interferência militar dos quartéis, clamando pela volta da ditadura, a oposição institucional atuando para desestabilizar o governo que finda, na tentativa de conseguir o impedimento do próximo que se inicia, em um cabo de guerra para desaprovar no congresso a alteração do cálculo do superávit proposto pelo governo para "maquear" as contas públicas que estão desarranjadas em função de medidas necessárias que foram tomadas para evitar a implosão da política econômica que gerou milhões de empregos, permitiu a ascenção social de outros milhões de brasileiros fazendo a difícil travessia da grave crise mundial que ainda assola a economia de vários países e que agora as circustâncias exigem que o remédio seja amargo.

Seria mais amargo se o presidente eleito fosse Aécio. Sendo Dilma, o amargor será medido pela dosagem. Não obstante Levy como ministro da Fazenda, quem ditará as linhas gerais da política econômica será a presidenta eleita. Aceitem isso ou não.

É humanamente impossível que diante do quadro atual de crise econômica, baixo crescimento, com o fantasma da inflação ameaçando assombrar a economia, investimendos ameaçados, congresso conflagrado, disputando cada palmo de poder, mídia fazendo previsões sombrias, oposição recusando aceitar os resultados das urnas e a presidenta sem maioria de esquerda no congresso, esperar que Dilma execute literalmente, neste primeiro momento, o programa de governo proposto em campanha. Seria um suicídio político que ameaçaria a sobrevivência política de seu governo que terminaria antes de começar. O país megulharia no abismo de uma crise política de consequências imprevisíveis.

A presidenta está acuada e a melhor saída é a da pacificação, da conciliação para criar condições de estabilidade política e social que permitam seu governo se iniciar com a tranquilidade que se espera para promover as mudanças prometidas. Isso passa por contemplar os mais diversificados e conflitantes interesses que vão da esquerda à direita o que significa acender uma vela para Deus e outra para o Diabo, até que os setores mais radicais ainda em campanha sejam completamente isolados e o clima árido que permeia o ambiente político fique mais ameno.

Os sinais trocados com as indicações que estão sob questionamentos pela esquerda não partem da vontade pessoal da presidenta é uma imposição das circustâncias e contam com o apoio e respaldo de Lula. De fato, Lula é o maior fiador, quiçá mentor da indicação de Levy para a Fazenda. Pela primeira vez percebemos claramente que a presidenta não está tomando decisões isoladas como sói fazer. São decisões dela ouvindo o ex presidente Lula que fizera o mesmo em seu primeiro mandato quando indicou Paloci e Meireles respectivamente para Fazenda e BC.

Soam injustas as críticas quando direcionadas exclusivamente a Dilma preservando o ex presidente Lula de igualmente recebê-las em maiores proporções uma vez que foi dele o desenho do quadro apresentado se é que as merecem. Se lograrão êxito ou não somente o tempo dirá. O certo é que seria melhor que Maria da Conceição Tavares fosse a indicada para Fazenda ao invés de Levy e Stédile para Agricultura ao invés de Abreu, isso num mundo menos imperfeito, no mundo da real politik a prática difere da teoria.

domingo, 9 de novembro de 2014

Para não perder para Eduardo Cunha governo recua e diz aceitar outro candidato do PMDB



É lamentável que o governo fique refém da chantagem do PMDB e não tenha outra escolha que passe por abdicar do direito legítimo de presidir a câmara por meio de seu partido, o PT, para não ter que entregá-la a Eduardo Cunha, expressão mais repulsiva do político profissional, demagogo, corrupto que está disposto a ser um dos maiores, senão o maior obstáculo ao governo Dilma nesse segundo mandato que ainda nem se iniciou, caso seja eleito presidente da câmara, e que prenuncia maus presságios com as dificuldades geradas por agentes de sua própria base de sustentação política, depois de uma eleição renhida e difícil na qual parte do PMDB fazia oposiçao declarada a candidatura da presidenta. 

Setores do partido que foram derrotados juntos com o candidato da oposição, Aécio Neves, ao qual apoiaram abertamente, insistem em criar uma crise política em torno da disputa pela presidência da câmara que por acordo de rodízio deveria ser ocupada pelo PT, tornando a eleição que seria mera formalidade num cabo de guerra puxado numa ponta por Eduardo Cunha e aliados e, na outra, pelo governo e o PMDB de Temer que nessa demonstração de força e exibição de músculos aparenta ter sido facilmente vencido. 

O governo para não sofrer uma derrota humilhante sinaliza estrategicamente retirar a candidatura do PT e abrir caminho para que o PMDB presida tanto a câmara quanto o senado desde que o partido isole Cunha e impeça que seja o candidato. De todas as maneiras estamos em apuros. Em minha modesta opinião no PMDB não há nada de bom. Numa e noutra situação ficamos naquele paradoxo de se correr o bicho pega e se ficar o bicho come. O melhor caminho seria construir uma alternativa que não levasse em conta o PMDB. Como essa hipótese não existe, o governo tem que dialogar, buscar meios de frear uma eventual eleição de Cunha que seria um monumental desastre.

Quem poderia nos livrar dessa maldição seria a mídia se de fato sua campanha pela moralização dos costumes políticos fosse verdadeira. Assim poderia trabalhar pelo esclarecerimento da opinião pública ao mostrar que neste momento, a presidenta Dilma se ver obrigada a ter que ceder as ameaças do PMDB, partido que está na base do governo não por acordo programático, mas por interesses outros, menores, envolvendo cargos e verbas que mais tarde resultarão numa sucessão de escândalos de corrupção que são alimentados por esses acordos espúrios, pelos conchavos que garantem a governabilidade por um lado, e por outro faz essa administração descer as raias da política miúda por não dispor de outra alternativa e ter seu campo de escolhas políticas limitado, uma repetição dos mesmos erros cometidos. 

A mídia exerceria um importante papel na defesa do interesse público se colocasse de lado suas questões de preferências partidárias para denunciar a chantagem da qual é vítima não a presidenta da República, mas o estado brasileiro ameaçado por uma malta de salteadores, corruptos empedernidos que estão a criar uma situação de conflito ético que terá desdobramentos futuros para perplexidade do povo que ficará mais uma vez indignado diante do descaso com o qual é tratada a coisa pública quando estourar mais uma daquelas centenas de escândalos de corrupção tantas vezes apurados pela policial federal, fruto desse tipo de ameaça que coloca o governo entre as cordas. 

À imprensa, enquanto partido de oposição que age na defesa de sua própria agenda que é diferente da agenda do governo e do interesse público geral da nação, importa que a atual conjuntura se mantenha para ter mais munição que alimente o denuncismo hipócrita e instale o clima de profunda insatisfação na população para favorecer seu espectro político.

Em harmonia com isso, Eduardo Cunha não tem a menor condição moral de presidir a câmara. Todos sabemos e salta aos olhos que seu passado de transgressão as leis vigentes fique muito bem escondido para além dos holofotes que o colocariam sob o olhar crítico da opinião pública que está mais impaciente e menos tolerante com os maus feitos dos políticos papel que caberia a mídia realizar. 

A câmara não merece passar pelo constrangimento de ser presidida por um tipo como Eduardo Cunha. A doença do antipetismo porém faz a mídia jogar às favas todos seus escrúpulos e se dá por satisfeita de ter um aliado que já declarou que em caso de vitória não permitirá que uma das principais propostas de governo da presidenta Dilma durante a campanha siga adiante, a saber, a regulação econômica da mídia. Somente por isso a Eduardo Cunha a mídia dá uma cobertura tão favorável e distoante do passado que representa. 

Cunha não é um aliado qualquer. É um corrupto respondendo a inúmeros procedimentos judiciais que pelos padrões morais tão decantados pela mídia de mercado, em oposição a "roubalheira petralha", não deveria sequer sonhar pretender presidir a câmara alta do congresso nacional. Mas como a cruzada pseudomoralista da mídia é apenas um disfarce para fazer oposição acirrada ao PT e criar dificuldades políticas ao governo, seu aliado de ocasião atende perfeitamente a esses interesses subalternos em detrimento dos anseios que foram incutidos no povo e que supostamente prezavam valores que protegeriam as instituições de homens inescrupulosos como o próprio que anuncia que disputará a presidência da câmara e nem de longe representa e/ou personifica tais princípios de gestão que a mídia apregoa defender.

Somente a responsabilidade de manter as instituições a salvo dos riscos de uma presidência com Eduardo Cunha chefiando uma coalizão de chantagistas, dispostos a levarem o governo a constantes derrotas no plenário da câmara, obriga-o a recuar do propósito de fazer seu partido disputar as eleições e oferecer ao PMDB, ou a seção do partido que a presidenta considera capaz de agir eticamente, o poder total sobre o legislativo para buscar uma política de redução de danos em nome de um bem maior que evite que se instaure a corrupção como modelo de gestão na câmara alta do parlamento e cada votação de interesse do governo se torne um espetáculo degradante de negociatas, de fisiologismo desbragado, baseado na filosofia franciscana do é dando que se recebe. 

Não há mais espaço na opinião pública que a faça suportar que esse tipo de modelo político na construção das relações do governo com aliados prevaleça. Isso só aumentaria a tensão e traria insatisfações maiores, de proporções imprevisíveis cujo desaguadouro seria as ruas novamente tomadas por manifestações de protestos que dessa vez derrubaria todo sistema.


quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Certeza da vitória transformada em frustração leva oposição a marchar pelo golpe



Somente depois de passados alguns dias das eleições mais disputadas desde a redemocratização que estou avaliando melhor como foram as semanas que antecederam ao segundo turno sob o ponto de vista de uma retrospectiva que era toda favorável a oposição que tinha a vitória de seu candidato como favas contadas, uma certeza tão firme e inamovível que foi grande o choque da derrota, ainda não completamente assimilada e as manifestações racistas e de preconceitos regionais, com grupos de extrema direita marchando pelas ruas e clamando por uma intervenção militar, bem como pelo golpe do impechment e com a imprensa continuando a manipular informações, a confundir seu leitor e marcar posição com maior radicalismo, sempre recrudescente e indicativa de que não haverá trégua na cobertura de mais quatro anos de governo petista.

Dia sim e outro também são publicadas informações desencontradas sobre aumento de preços, racionamento de energia, demissão de presidentes de autarquias, estatais, de ministério, arrocho fiscal, nomeação de ministro da fazenda, com nome de banqueiro colocado no cardapio para fazer da presidenta uma dissimulada, já que durante o processo eleitoral, ela criticou contudentemente a escolha de Marina de andar com uma banqueira e propor um BC independente e de fazer o mesmo com Aécio por causa da indicação antecipada de Armínio Fraga para ser seu ministro da Fazenda, levando alguns jornalistas que tiveram a oportunidade de entrevistar a presidenta a perguntá-la se esse ensaio não seria aquilo que se poderia chamar de estelionato eleitoral.

Vejam bem, especulações tratadas como verdades acabadas e qualificadas como estelionato eleitoral sem nenhuma confirmação do poder central representada pela autoridade máxima do executivo federal enquanto em São Paulo uma grave crise de desabastecimento de água que afeta milhões de pessoas, escondida do eleitor quanto sua dimensão e consenquências e nenhum jornalista ousou tratá-la como um estelionato eleitoral, embora esteja bem próximo disso se não for realmente.

A presidenta ainda cumprindo as funções de seu primeiro mandato que segue para um término, senão auspicioso, para além das expectativas que foram geradas, pelo menos completará um ciclo dentro do possível, diante de uma conjuntura internacional desfavorável. Isso não impediu de a imprensa fazer pesadas críticas ao governo por segurar o reajuste dos preços administrados, energia, telefone e combustíveis afora outros, mas combustíveis principalmente sob a alegação de que a presidenta estaria a prejudicar a competitividade da Petrobras por impedir que a estatal estivesse sujeita as regras de mercado. Uma armadilha para provocar um desgaste político na imagem da presidenta em época de eleições e sinalizar a falta de boa gestão que teria comprometido a empresa no que diz respeito a sua lucratividade.

Tais cobrança vieram como bombardeio durante os debates tanto partindo de Marina quanto de Aécio que exigiam explicações de Dilma no tocante ao congelamento dos preços administrados, praticamente obrigando que a área econômica do governo fizesse os reajustes reclamados não com parcimônia como anunciado agora, mas num choque tarifário. No momento em que a Petrobras anuncia que os combustíveis sofrerão um reajuste de três por cento,  essa mesma imprensa que tanto exigiu que isso tivesse acontecido antes e num percentual ainda maior, agora critica e acusa a presidenta de praticar estelionato eleitoral, quando a própria Dilma repetidas vezes disse nos debates que tais preços seriam reajustados não no tamanho que a imprensa queria mas conforme não impactasse no resultado geral da econômia e no agravamento do quadro inflacionário para não gerar uma situação de descontrole.

Dias mais duros e difíceis virão pela frente. A presidenta precisará contar com muita habilidade para contornar as armadilhas que estão sendo construídas para capturarem seu governo. O quadro institucional não é um dos melhores. Dilma não pode ceder a agenda dos perdedores, dos derrotados. A agenda vitoriosa foi a dos programas sociais, da geração de emprego e renda. É para essa agenda que a presidenta tem que se voltar mesmo que tenha que fazer concessões que garantam a institucionalidade, promovendo o diálogo como propôs aos que querem contribuir com propostas e idéias ajudando o Brasil a continuar mudando.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

O brasileiro em termos morais é uma monumental tragédia



Não acho que manifestação do PSDB que pede a recontagem de votos tenha por finalidade deslegitimar a reeleição de Dilma. Esse pedido foi feito e tem consitência, embora não apresentada na representação mas tem na votação que o partido obteve nos dois turnos em São Paulo com evidentes suspeitas de fraudes cometidas pelos tucanos ou por alguém a mando deles ou ainda com seu conhecimento e conivência. Por isso a apresentação dessa representação, fato inédito numa eleição para presidente depois dos votos computados e um vencedor declarado reeleito. Os tucanos têm plena ciência do pedido que fizeram ao TSE. Mais do que isso, sabem que o sistema de votação por urna eletrônica pode e foi fraudado, em minha opinião por eles, em São Paulo.

Sobre isso de classe média não tolerar mais a corrupção e exigir mudanças de costumes na política não passa de hipocrisia. Basta ver a qualidade do congresso que foi eleito por esses mesmos que clamam mudanças de hábito políticos no Brasil. O brasileiro é socio da corrupção futebol clube. A pratica descaradamente. O que o caracteriza é o falso moralismo. 

De todos os candidatos o único que jamais poderia representar qualquer mudança no campo moral seria Aécio Neves pela sua vida pregressa que dispensa comentários. Qualquer outro candidato com o passado que Aécio tem não chegaria a convenção do partido. Fosse petista sua candidatura seria abatida em pleno voo.

Não obstante, esse mesmo brasileiro tão abespinhado com a corrupção foi lá com sua indignação de um Tartufo e quase o elege. Despejou 51 milhões de votos nas urnas. Imagine se fosse Alckmin como candidato sem o peso de um passado absolutamente reprovável no campo da conduta pessoal ou mesmo o Serra com o "não me meça pela sua régua" e sua santimoniosidade de fancaria, coisa de Fariseu, teria mandado a reeleição da presidenta Dilma para as calendas.

O coxismo é um fenômeno que ainda não foi profundamente estudado mas a sustentação de seus pilares é bastante conhecida e se baseia no faço o que digo mas não faça o que faço. Um movimento típico da moral Rodriguiana muito bem retratada na vida de suas personagens. O brasileiro me dá asco, é um tremendo do hipócrita.

Além do mais desinformado, preguiçoso mental que se guia por aquilo que os outros dizem. Não pesquisa, sente prazer em declarar que detesta política ignorando que esse seu posicionamento é o combustível que alimenta a corrupção do sistema, só aparecendo de quatro em quatro anos para depositar seu voto nas urnas e mesmo assim sem nenhuma reflexão mais balizada para mudar tudo como se nada prestasse, vociferando contra os políticos e vendendo seu voto em troca de dinheiro vivo ou algum tipo de favor, prática que ainda subsiste apesar de todo esforço desse governo para erradicá-la de nossos costumes políticos. 

O brasileiro em termos morais é uma monumental tragédia, uma gigantesca farsa. Claro que falo isso de modo geral, há exceções e somente isso exceções que por sê-las são difícies de as identificarmos. Não seria exagero procurar com uma lanterna em plena luz do dia um homem honesto no Brasil. Se há e deve haver, seguramente não são esses aí que estufam o peito para falar de corrupção. Fuja de tais, são os mais corruptos.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Como o PSDB também acredito em fraude eleitoral mas em São Paulo praticada pelos tucanos



Estamos diante de uma reação estapafúrdia que quer inverter a lógica do vencedor e dá ares de vitória a quem foi vencido. É o que temos vistos nessas manifestações organizadas pela direita hidrófoba liderada por setores que não conseguem conviver com o resultado das urnas que lhes foi desfavorável. A intenção é passar à população a idéia de que a vitória da presidenta Dilma não representa nenhum valor e sua significação bastante precária para impor a agenda que foi proposta durante a campanha e saiu das urnas consagrada pela maioria de votos do eleitor.

Assim todos os dias inventam indicações de ministeriáveis para ocupar pastas no próximo governo de Dilma em desalinho com aquilo que ela combateu durante a campanha e os debates na televisão especialmente em relação a candidata Marina que não fazia questão de esconder Neca Setubal e sua proposta de um BC independente, ao trazer a informação não confirmada de que o presidente do Bradesco é cotado para ser o novo ministro da Fazenda, insistentemente publicada nos jornalões de oposição, o Partido golpista que se contrapõe ao governo Dilma como se fora uma oposição legítima, assim definida pelo voto do eleitor.

Isso é somente uma parte da ofensiva, a outra ou outras mais, passa pela recontagem de votos pedida ao TSE por membros do PSDB apoiados pela imprensa golpista. O inusitado da petição não deixa de ser uma certeza que para muitos ainda é dúvidas até que o sistema seja total e tranparentemente auditado mas a convicção demonstrada pelo PSDB ao apresentar o pedido embora esconda-se na suspeita de indivíduos anônimos que lançam dúvidas sobre o sistema de voto eletrônico a partir das redes sociais, é bastante revelador de uma situação única no estado de São Paulo que tem gerado grandes apreensões e diz respeito a votação de Aécio tanto no primeiro quanto no segundo turnos, especialmente no primeiro turno, quando conseguiu uma ultrapassagem jamais alcançada na história das eleições e contra todas as previsões dos institutos de pesquisas para além do que apontava a margem de erro em tais pesquisas.

Paira no ar um quê de mistério sobre como isso foi possível. Há quem desconfie de fraude eleitoral e essa determinação tucana de mandar auditar todo o sistema só desperta ainda mais a curiosidade de quem está com o pé atrás em relação ao resultado das urnas no primeiro turno em São Paulo. Se os tucanos demonstram tanta certeza de que o sistema não é a prova de fraude, teriam eles fraudado as eleições em São Paulo e a partir da fraude no estado exigem a auditagem de todo sistema?

Assim como os tucanos, eu não confio no sistema de votos por meio de urnas eletrônicas e também como eles acho que as eleições passadas foram fraudadas tanto no primeiro quanto no segundo turnos mas pelos tucanos e em São Paulo. Eles não fariam uma petição dessa sem nenhuma base e embora não apresentem nenhum fato específico, até porque não podem revelar um crime cometido e nem dizer onde cometeram tal crime, contudo lançam suspeitas genéricas para que o TSE se intimide e mande em nome da isenção fazer a auditagem de todo o sistema com o acompanhamento exigido na petição tucana. Isso seguramente baterá com o inevitável jamais admitido pela justiça eleitoral, o sistema pode e foi fraudado nessas eleições e uma auditoria em larga  escala, sem restrições provaria a existência dessas fraudes em escala gigantesca.

A oposição pauta o pós eleição como se tivesse sido a vitoriosa de 26 Outubro. O gran finale desse primeiro capítulo foi a entrada triunfal de Aécio hoje nas dependências do senado federal. Quem o viu seguido de um coro de vivas, hino nacional, alaridos bajulatórios de presidente, esqueceu-se de que foi derrotado, não obstante o kit completo de apoios dados, das grandes corporações a associações de classes, entidades religiosas, artistas, jogadores de futebol, conselhos médicos, mercado financeiro, grande mídia nacional etc..

O lado vitorioso que nessa narrativa está recolhido a um silêncio que só se explica pela cautela do momento que exige distenção que para os ânimos não fiquem ainda mais açulados aos poucos se reorganiza, se reoxigena, traça estratégias para as próximas batalhas que se avinzinham e que serão tão duras quanto todas as que foram enfrentadas nos últimos quatro anos.



domingo, 2 de novembro de 2014

O antipetismo é capaz de Absolver Elias Maluco e condenar Marcola pelo mesmos crimes.






O antipetismo mais do que um sentimento de indignação, de revolta em relação a uma forma de governar, ao modo como é captado da cobertura raivosa e manipulativa feita pela velha mídia pode ser melhor classificado como uma patologia, dessas que atinge além da mente a alma, o estado de espírito, tornando o indivíduo um ser amargurado para além da cordialidade tantas vezes cantada em versos e prosas na literatura nacional que pretendia definir o brasileiro.

Não adianta tentar compreender esse fenômeno sob o ponto de vista racional porque não há racionalidade no antipetismo. Por exemplo, os antipetistas dizem que o PT quer transformar o Brasil numa Venezuela, cercear a liberdade de expressão, de imprensa, introduzir a ditadura do partido único. Contudo as ruas foram conflagradas em Junho de 2013 com dezenas de milhares de antipetistas clamando por um golpe branco, querendo mudar tudo que está aí, dizendo que a alternância de poder é salutar à democracia.

Entretanto, se formos analisar o mapa eleitoral do maior reduto nacional do antipetismo no Brasil, São Paulo, os antipetistas votaram em massa para reeleger um tucano que governará o estado pela quarta vez e quando terminar o mandato para o qual foi reeleito terá completado um ciclo de poder de 24 anos. Neste caso, alternância de poder é apenas um argumento como outro qualquer sem nenhuma consistência, usado ao sabor das circunstâncias para justificar a ira santa contra o PT.

Com a derrota do candidato que apoiaram nas eleições de 26 de outubro passado, o antipetismo recrudesceu, se radicalizou e pela primeira vez mostrou qual é mesmo o sentido de suas intenções. Voltou as ruas atendendo a uma convocação nas redes sociais, três mil doentes de alma ou um pouco menos compareceram e dentre tantas insanidades defendidas, uma especialmente chamou a atenção, o clamor pela volta dos militares ao poder, o retorno 2.0 da ditadura sanguinária que sufocou as liberdades democráticas, que impedia a livre manifestação de pensamento, à liberdade de expressão, o direito à reunião, a liberdade de imprensa, tudo em um só embrulho, exatamente aquilo que dizem que o PT deseja fazer no Brasil, com o agravante de que, por se acharem tolhidos em seu direito de ir e vir, de expressar-se livremente, ainda podem, em que pese o governo bolivariano do PT, tomar as ruas para manifestar-se e até pedir o retorno da didatura a mesma que mergulhou o Brasil numa longa e tenebrosa noite que durou espinhosos e intermináveis vinte e um anos.

Se esta viesse mesmo para saciar-lhes o desejo, adeus liberdade de expresão, manifestação do livre pensar, o direito à reunião, liberdade de imprensa. Ou seja, o que eles dizem que o PT fará e protestam para que não o faça, pedem que os militares não demorem a fazê-lo. Clamam com máxima urgência para que seja imediatamente feito. Um caso de insanidade mental somente explicado pelos manuais de psiquiatria.

As contradições do antipetismo, doença da mente e da alma, não param por aí. Se há algo que dizem não tolerar é a corrupção e falou em corrupção, um alvo certo é o PT, sinônimo de corrupção, a personificação da corrupção brasileira, seus agentes são adjetivados de petralhas. Em todos os escândalos de corrupção no qual o PT enfiou o pescoço, nenhum ultrapassa a cifra dos cem milhões de reais mesmo assim há imensas controversas jurídicas sobre os crimes atribuídos ao partido no campo da discussão jurídica.

Um esquema de caixa dois, praticado por todos os partidos que não absolve o PT dos crimes, foi transformado como o maior escândalo de corrupção da República, construído sobre uma narrativa que não se sustenta, diante dos fatos históricos, pródigos em elencar inúmeros outros casos de corrupção de maior envergadura, em um passado não muito recente que recuando a algumas décadas ainda assim não pode se comparar em termos de alcance e cifras com o chamado mensalão do PT por terem muito mais abrangência e significação. A Capemi na época dos militares, por exemplo, e vários outros que você confere aqui: http://www.brasilbrasileiro.pro.br/escandalos.htm

Quem ver a indignação do antipetismo fica crente de que de fato estão numa cruzada pela moralização dos costumes políticos no Brasil, são brasileiros comprometidos com a causa pública, zelando pelo erário que é abastecido pelos nossos impostos e assim como não querem uma República de Petralhas se recusariam a sequer considerar que uma outra de moldes semelhantes seja implantada no Brasil. É o que qualquer um pensaria à primeira vista, olhando o antipetismo de soslaio. Mas quando vamos examinar detidamente o mapa eleitoral do maior reduto antipetista no Brasil, São Paulo, esse discurso do antipetismo não passa de uma tremenda hipocrisia, um falso moralismo monumental.

O antipetismo é capaz de Absolver Elias Maluco e condenar Marcola pelo mesmos crimes. Senão vejamos, condenam o PT por ser um partido corrupto e votam no PSDB que só a privataria tucana é suficiente como cartão de visitas, a vitrine do que é a prática do PSDB nos governos que dirigem cujo modus operandi é zero investigação, cem por cento cooptação da imprensa, MP, justiça, TCM, TCE, Policias e demais órgãos fiscalizadores de sorte que seus mal feitos nunca são investigados a fundo.

O antipetismo não esconde o cinismo, sua desfarçatez de comparar a conduta pessoal da presidenta Dilma, uma mulher reconhecidamente honesta, com décadas de serviço público prestado ao país sem nenhum envolvimento pessoal com a corrupção, sem jamais confundir o público com o privado, empregar parente e/ou aderente, pedir a terceiros que o façam para disfarçar o nepotismo cruzado com a conduta pessoal de Aécio cuja figura deveria dispensar comentários por falar alto e em bom som sobre si mesma mas que em homenagem ao antipetismo convém aqui dizer de quem se trata.

Um sujeito com fama de Playboy que com dezessete anos já era assessor parlamentar do pai, com pouco mais de vinte, vice presidente da Caixa, depois deputado, governador e senador tudo montado no sobrenome de família, com fama de cheirar pó, bater em mulher, dirigir embriagado com a CNH vencida, se recusar a fazer o teste de alcoolemia, construir dois aeródromos em terras de familiares, empregar parentes, ter uma frota de carros associada a uma rádio de sua propriedade que não bate com a evolução de seu patrimônio, mandar prender jornalista por denunciar um rosário de crimes de corrupção em sua gestão e mantê-lo em tal condição sem jamais ter sido julgado, um preso político silenciado por incomodar com as denúncias graves de corrupção a seu governo e ainda empastelar o Portal Novo Jornal que foi retirado do ar para que tais mal feitos não viessem a público e etc, etc. etc...

O antipetismo é sim uma doença da mente e da alma e como disse capaz de comparar a biografia de Dilma com a de Aécio e escolher Aécio e ainda pousar de vestal, de virgens de bordel, clamar por moralização mesmo votando e protestando pelo impedimento da presidenta para que esse candidato de biografia tão pouco recomendável para um homem que pretende reintroduzir novos costumes morais no país, seja o presidente do Brasil.











  • sábado, 1 de novembro de 2014

    Com ajuda do PMDB oposição ainda não desceu do palanque



    A uma semana após o fim das eleições e a ofensiva oposicionista ao governo reeleito da presidenta Dilma avança despudoradamente tentando colocar em discussão uma agenda que foi derrotada nas urnas para impedir que o governo reeleito dê continuidade ao programa de mudanças que o eleitor escolheu para os próximos quatro anos.

    O PSDB tenta com base em suspeitas genéricas de militantes que trafegam no submundo das redes sociais, fazendo a política rastaquera, de assassinato de reputações, baseada em mentiras e sofismas, melar o processo eleitoral ao requerer com o apoio do candidato derrotado Aécio Neves, a recontagem de todos os votos, sem apresentar especificamente em que casos houve eventuais fraudes que justifiquem colocar sob suspeição a votação por meio das urnas eletrônicas.

    O TSE considera que o pedido é um ataque a todo sistema eleitoral e a democracia brasileira, além de levar a imagem do país a um imenso desgaste internacional. Os tucanos não questionam a votação em primeiro turno obtida por Aécio em São Paulo, algo de extraordinário e histórica que entrará para os anais como a mais espetacular virada já conhecida no sistema de votação brasileiro desde de sua implantação.

    Se fraudes podem ter havido seguramente essa votação de Aécio em primeiro turno e no reduto da alta tucanagem não deveria passar a salvo de suspeitas já que os tucanos querem questionar o sistema. Contudo não se trata especificamente dessa votação de Aécio em primeiro turno mas da votação em geral no segundo turno ainda que não seja apresentado um fato lastreado em indícios verossímeis de que tenha havido fraudes comprováveis.

    Isso faz parte do jus esperniand dos derrotados.

    A postura do PMDB, aliado do governo em tese, é que salta aos olhos pelo tamanho do desavergonhamento, da falta de pudor em querer abertamente chantagear o governo ao impor-lhe uma derrota na câmara que é um ataque a uma das mais legítimas reivindicações das manifestações de Junho de 2013 por mais participação popular nas decisões de governo que seria atendida pela presidenta Dilma mediante um decreto que regulamentaria o processo de participação popular já existente e previsto na constituição, rechaçado pelo congresso por inadvertidamente achar que o elemento de chantagem seria subtraído de suas mãos, sempre que uma negociação dependesse de votação dos congressitas, substituído por tais conselhos, um erro groteco de avaliação por não corresponder ao propósito central de atender as aspirações populares por mais participação que se refere a formulações de políticas públicas e não votação dessas políticas que compete ao congresso.

    Há um cerco conservador ao governo reeleito que precisa ser rompido para que aquilo que foi apresentado e discutido na campanha eleitoral da presidenta Dilma ganhe forma e contornos nítidos quanto a materialização por meio de negociações que permitirão que se realizem. O eleitor votou na proposta que foi consagrada nas urnas e temos que encontrar meios que assegurem que seja efetivamente implementada.

    O PMDB tem que entender que o Brasil clama por mudanças e está cada vez mais impaciente com as práticas retrógradas de se fazer política baseada em chantagem, no fisiologismo que não olha o interesse geral da nação mas apequena-se em busca de nichos de poder, nos quais campeia a corrupção e mergulha o Estado permanentemente num suspense institucional com repetidos escândalos de corrupção pautando o noticiário, impedindo o governo de sair das páginas policiais para ter a tranquilidade de fazer o debate do Novo Brasil que emerge das urnas.


    quinta-feira, 30 de outubro de 2014

    Juiz italiano manda soltar Pizzolato e farsa do mensalão começa a ser desmontada.



    O mensalão foi o julgamento mais farsesco e rocambolesco da história jurídica desse país, uma armação das elites para criminalizar um partido político, o PT, com o apoio de setores conservadores da mídia nacional que manobraram os ministros do STF, todos sem exceção, para um golpe branco cujo desfecho seria a vitória da oposição em Outubro de 2014. Quem ainda  desempenhou um papel menos infame nesse jogo de cartas marcadas foi o ministro revisor, Ricardo Lewandowisk, que tremeu diante dos fatos e recusou-se a coonestar esse julgamento que era na opinião pública especializada claramente considerado como de exceção, vindo aos poucos esboçar uma resistência que mais tarde foi determinante para evitar que setenças desproporcionais fossem aplicadas aos réus e outros tipos penais acrescidos aqueles que os acusados já respondiam e poderiam ser adicionados no julgamento dos embargos infringentes.

    Um réu no entanto, não ficou até o fim da festa para ver como os convidados seriam dispensados. Henrique Pizzolato desde o começo do julgamento percebeu que no STF não se faria justiça e nem se buscava a verdade dos fatos. O que movia o relator era um ódio insano que impedia qualquer argumento que se levantasse em busca de formar opinião favorável a condição de vulnerabilidade em que se encontravam os réus, diante de um conjunto de fatôres desfavoráveis patrocinados por quem deveria examinar com imparcialidade as provas quanto a formação de culpa ou inocência dos acusados.

    Por todos os meios possíveis, Pizzolato tentou ter acesso as provas que lhes foram ocultadas e que poderiam inocentá-lo. Não se concebe que um juíz do mais alto tribunal, nossa Suprema Corte, tente e consiga esconder provas daqueles que estão sendo acusados.Tente e consiga esconder provas de seus colegas de toga que beneficiam aqueles que estão sendo julgados. Todo um inquérito que tinha sido feito pela polícia judiciária federal e que sob o tacão das ordens de Joaquim Barbosa, relator e juíz da ação penal 470, vulgo mensalão, foi determinado que ficasse em segredo de justiça, impedindo o acesso aquela peça que continha provas vitais para a elucidadação do julgamento.

    Não foi possível vislumbrar um horizonte favorável que lhe desse oportunidades de provar sua cabal inocência, diante de um julgamento cada vez mais contaminado pelo ódio de quem o presidia que além de acusador, juíz, e depois executor e carcereiro, não demonstrando qualquer gesto capaz de aliviar a situação dos acusados, outra opção não existia a Pizzolato que somente enxergou no caminho da fuga sua redenção, o único meio de continuar livre. E fugiu, não antes de fazer longos preparativos, de produzir uma quantidade imensa de documentos que usaria na justiça italiana para mostrar a farsa que foi o julgamento do mensalão.

    Após ser capturado pelas autoridades italianas, enfrentar um processo de extradição e passar quase um ano na prisão, Pizzolato finalmente pôde perante o juíz responsável por julgar se seria ou não extraditado para o Brasil, demonstrar com a documentação que levou consigo para Itália que o julgamento do mensalão era uma farsa. Não houve desvios de dinheiro público e nem poderia porque a Visanet pertencia a empresas privadas. Os controles existentes no BB impediam Pizzolato de desviar a quantia em dinheiro apontada por JB, mais de 70 milhões de reais. Tudo isso restou cabalmente comprovado para o juíz italiano, de modo que a imprensa mente quando diz que Pizzolato só foi liberado pela justiça italiana por causa das condições carcerárias dos presídios brasileiros.

    Esse foi um dos motivos. Outros dois, a falta do duplo grau de jurisdição no julgamentos dos réus da AP 470 e o cerceamento à defesa dos acusados com provas sendo ocultadas pela justiça impedindo de mostrarem que eram inocentes. Um precedente um tanto quanto preocupante para quem fabricou essa farsa e a ela deu ares de legalidade com ministros do STF exarando sentenças condenatórias em atropelo ao devido processo legal, deixando um longo rastro que pode ser trilhado e mais tarde até refeito.

    O significado de conversar com o congresso na visão do PMDB



    A presidenta Dilma diante das adversidades formadas em torno do movimento que se uniu para impedir sua reeleição recebeu uma estrepitosa votação no segundo turno e conseguiu mais um mandato. Não é pouco que tenha vencido o peso da mídia que foi hegemonicamente contra. Da classe artística e seus principais "ícones" do momento; jogadores de futebol; conselhos de medicina, enfim,uma plêiade de personagens que estavam determinados a "libertar" o Brasil do PT como dizia o principal líder de um discurso cínico, hipócrita e mentiroso que personificou um sentimento de mudanças gerado por artificialismos midiáticos em cima de inverdades sobre dados econômicos que nem de longe estão em conformidade com a realidade brasileira e que atingiu o ápice com a capa criminosa de Veja às vésperas das eleições na tentativa de subverter à vontade majoritária do eleitorado que mesmo assim elegeu Dilma.

    Entretanto, não se pode olvidar por outro lado que as urnas outrossim deram também um duríssimo recado a presidenta. Disseram claramente que esse modelo político em voga precisa ser repactuado. As forças que operam no congresso nacional continuam a não se dá conta das exigências por mudanças nos costumes políticos e não abrem mão da chantagem, dos sinais de força claramente identificados na derrota que a presidenta teve recentemente na câmara na questão da votação dos famigerados conselhos de participação popular, uma tentativa óbvia de enquadrar o governo recém eleito para que volte a "dialogar" com o congresso.

    A imprensa cumpriria seu papel de bem informar e zelar pelo interesse público se mostrasse didaticamente à população o tipo de chantagem que tentam contra o governo recém eleito de Dilma. Figuras da velha política como Collor, e Renan clamam por mais diálogo, implorando que a presidenta escute o congresso. Sabemos o significado de se escutar o congresso, de se dialogar com essa gente. Isso desaguará em mais escândalos de corrupção porque significará que a presidenta terá de ceder cargos e verbas, mais espaços de poder para os partidos aliados que não mantém alianças programáticas com o governo mas unicamente uma coalisão de interesses subalternos em troca de barganhas e querem inalterados seus feudos nos Ministérios, nas Estatais e Autarquias que produzirão mais na frente um novo escândalo, depois outro e mais outro de proporçoes menores, iguais ou maiores do que o da Petrobras.

    A imprensa sabe disso e ajudaria o governo se denunciasse e desse os nomes para que a população tomasse conhecimento. Se o fizesse eles recuariam e não avançariam com tamanha sem-cerimônia. Não interessa à imprensa fazê-lo. A espinha dorsal do golpe branco que está em curso nesse país desde quando Luis Inácio Lula da Silva assumiu seu primeiro mandato é a corrupção que campeia, entra governo e sai governo exatamente por causa desses acordos espúrios para manter a governabilidade. Sem isso o país respiraria outros ares e não teríamos tantos escândalos de corrupção a nos indignar.

    A imprensa e seus acólitos têm ciência de que a sobrevida desse governo depende de sua ação enérgica para por fim à corrupção que pulula e já não é mais tolerada pela opinião pública que perdeu a paciência com os governos do PT aos quais atribui a responsabilidade pela corrupção e não a esse sistema político que obriga a presidenta a fazer negociatas com lideranças de partidos fisiológicos que pouco estão se lixando para o interesse público.

    A presidenta precisa encontrar uma maneira mais transparente para formar suas alianças. Buscar a sociedade para repactuar a governabilidade e fechar definitivamente as portas do planalto para os elementos fisiológicos do PMDB visando evitar prospectivos casos de corrupção que não vão ser bem recebidos pela opinião pública que não quer saber se isso decorre do sistema político e suas inflexões, a opinião pública vai jogar a culpa na presidenta e a camarilha do PMDB ficará de fora vendo o circo pegar fogo, a imprensa fazendo a festa e o PT novamente no meio do vendaval sendo acusado de mais um mensalão disso e daquilo.

    Se a presidenta deseja mesmo esvaziar o discurso anticorrupção da mídia só há uma maneira de fazê-lo, não mais negociar cargos, verbas e espaços de poder por apoios políticos dos partidos que formam sua base aliada. A partir de agora, apoios em cima de programas, de idéias e dos interesses maiores da nação. Se há resistência que impeçam que isso seja feito que se busque a participação da sociedade para impedir que o governo fique refém de uma malta sequiosa de saquear os cofres públicos liderada pelo PMDB de Sarney, Renan Calheiros e o PTB de Fernando Collor de Mello.

    ADVOGADO DE YOUSSEF CONFIRMA ARMAÇÃO DE VEJA



    :
    O crime eleitoral cometido pela revista Veja, que pertence a Giancarlo Civita e é comandada pelo executivo Fábio Barbosa e pelo jornalista Eurípedes Alcântara (à dir.), foi confirmado, nesta quinta-feira, por reportagem do jornal Valor Econômico, pelo próprio advogado Antônio Figueiredo Basto, que defende o doleiro Alberto Youssef; reportagem da semana passada diz que Youssef afirmou que "Lula e Dilma sabiam de tudo"; eis, no entanto, o que aponta Figueiredo Basto: "Não houve depoimento no âmbito da delação premiada. Isso é mentira. Desafio qualquer um a provar que houve oitiva da delação premiada"; caso está nas mãos de Teori Zavascki, ministro do STF, que pode obrigar Veja desta semana a circular com direito de resposta; atentado à democracia envergonha o jornalismo
    30 DE OUTUBRO DE 2014 ÀS 09:39
    247 - A situação da revista Veja e da Editora Abril, que atingiu o fundo do poço da credibilidade no último fim de semana, com a capa criminosa contra a presidente Dilma Rousseff, acusada sem provas pela publicação, pode se tornar ainda mais grave.
    Reportagem do jornal Valor Econômico, publicada nesta quinta-feira, revela algo escandaloso: o "depoimento" do doleiro Alberto Youssef que ancora a chamada "Eles sabiam de tudo", sobre Lula e Dilma, simplesmente não existiu.
    Foi uma invenção de Veja, que atentou contra a democracia, tirou cerca de 3 milhões de votos da presidente Dilma Rousseff e, por pouco, não mudou o resultado da disputa presidencial, ferindo a soberania popular do eleitor brasileiro.
    Quem afirma que o depoimento não existiu é ninguém menos que o advogado Antônio Figureido Basto, que representa o doleiro. "Nesse dia não houve depoimento no âmbito da delação. Isso é mentira. Desafio qualquer um a provar que houve oitiva da delação premiada na quarta-feira", disse ele.
    Basto também nega uma versão pró-Veja que começou a circular após as eleições – a de que Youssef teria feito um depoimento e depois retificado. "Não houve retificação alguma. Ou a fonte da matéria mentiu ou isso é má-fé mesmo", acusa o defensor de Youssef.
    Com isso, a situação de Veja torna-se delicadíssima. No fim de semana, a publicação passou por uma das maiores humilhações de sua história, ao ser obrigada a publicar um direito de resposta contra um candidato – no caso, a presidente Dilma Rousseff – em pleno dia de votação.
    Agora, a revista pode ser condenada a circular neste próximo fim de semana com uma capa e páginas internas, também com direito de resposta. A decisão está nas mãos do ministro Teori Zavascki, que pode decidir monocraticamente – ou levar a questão ao plenário do Supremo Tribunal Federal. Mas mesmo no plenário Veja tende a perder. Afinal, como os ministros justificariam o direito de informar uma mentira, com claras finalidades eleitorais e antidemocráticas?
    Veja cometeu um atentado contra a democracia brasileira, que envergonha o jornalismo, e este crime é apontado pelo próprio advogado do doleiro Youssef. Os responsáveis diretos são: Giancarlo Civita, controlador da Abril, Fábio Barbosa, presidente da empresa, e Eurípedes Alcântara, diretor de Redação de Veja.
    Abaixo, reportagem do Valor Econômico sobre o caso:
    Advogado de Youssef nega participação em 'divulgação distorcida'
    Por André Guilherme Vieira | De São Paulo
    O advogado que representa Alberto Youssef, Antonio Figueiredo Basto, negou envolvimento na divulgação de informações que teriam sido prestadas pelo doleiro no âmbito da delação premiada, sobre o conhecimento de suposto esquema de corrupção na Petrobras pela presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Asseguro que eu e minha equipe não tivemos nenhuma participação nessa divulgação distorcida", afirmou ao Valor Pro. A informação de que Dilma e Lula sabiam da corrupção na Petrobras foi divulgada na sexta-feira passada pela revista "Veja".
    No mesmo dia, o superintendente da Polícia Federal (PF) no Paraná, delegado Rosalvo Ferreira Franco, determinou abertura de inquérito para apurar "o acesso de terceiros" ao conteúdo do depoimento prestado por Youssef a delegados da PF e a procuradores da República.
    "Acho mesmo que isso tem que ser investigado. Queremos uma apuração rigorosa", garante Basto, que já integrou o conselho da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). "Eu não tenho nenhuma relação com o PSDB. Me desliguei em 2002 do conselho da Sanepar [controlada pelo governo do Estado]. Não tenho vínculo partidário e nem pretendo ter. Nem com PSDB, nem com PT, nem com partido algum", afirma. O Paraná é governado por Beto Richa desde janeiro de 2011. Ele foi reconduzido ao cargo no primeiro turno da eleição deste ano.
    A reportagem menciona que a declaração de Youssef teria ocorrido no dia 22 de outubro. "Nesse dia não houve depoimento no âmbito da delação. Isso é mentira. Desafio qualquer um a provar que houve oitiva da delação premiada na quarta-feira", afirma, irritado, Basto. O advogado diz ser falsa a informação de que o depoimento teria ocorrido na quarta-feira para que fosse feito um "aditamento" ou retificação sobre o que o doleiro afirmara no dia anterior: "Não houve retificação alguma. Ou a fonte da matéria mentiu ou isso é má-fé mesmo", acusa o defensor de Youssef.
    Iniciadas no final de setembro, as declarações de Youssef que compõem seu termo de delação premiada são acompanhadas pelo advogado Tracy Joseph Reinaldet dos Santos, que atua conjuntamente com Basto.
    O Valor PRO apurou que o alvo principal da operação Lava-Jato disse em conversas informais com advogados e investigadores, que pessoalmente considerava "muito difícil" que o presidente da República não tivesse conhecimento de um esquema que desviaria bilhões de reais da Petrobras para abastecer caixa dois de partidos e favorecer empreiteiras.
    "Todo mundo lá em cima sabia", teria dito o doleiro, sem, no entanto, citar nomes ou apresentar provas.
    O esquema de corrupção na diretoria de Abastecimento da Petrobras teria começado em 2005, segundo a investigação e o interrogatório à Justiça Federal do ex-diretor de Abastecimento da petrolífera, Paulo Roberto Costa. Era o segundo ano do primeiro mandato do então presidente Lula. Dilma foi nomeada ministra de Minas e Energia em 2003.
    Segundo a versão de Costa à Justiça, Lula teria cedido à pressão partidária para nomeá-lo diretor da Petrobras, sob risco de ter a governabilidade ameaçada pelo trancamento da pauta do Congresso. "Mesmo que essa declaração do Paulo Roberto [Costa] seja fato e que a comprovemos nos autos, qual é o crime que existe nisso?", questiona um dos investigadores da Lava-Jato. "Uma coisa é a atividade política. Outra é eventual crime dela decorrente. Toda a delação de Costa e outras que venham a ocorrer serão submetidas ao crivo do inquérito policial e da devida investigação", esclarece.
    A PF também instaurou inquérito para apurar supostos vazamentos da delação premiada de Costa.
    Investigações sobre vazamentos podem resultar em processo penal. No dia 21 deste mês, o deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B-SP) foi condenado pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por violação de sigilo funcional qualificada. Queiroz, que é delegado da PF, foi responsabilizado por "vazar" informações da operação Satiagraha, deflagrada em São Paulo em 2008.
    http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/158823/Advogado-de-Youssef-confirma-arma%C3%A7%C3%A3o-de-Veja.htm