Alfredo Nascimento prometeu desmontar as denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes e de enriquecimento ilícito do filho Gustavo Morais Pereira. Não conseguiu, nem uma coisa, nem outra.
Perdeu parte do tempo que dispunha, uma plateia seleta ouvindo e a transmissão ao vivo da rádio CBN, para dar a mim a importância que não tenho.

Alfredo, apeado do Ministério dos Transportes por suspeitas de comandar um esquemão de corrupção, preferiu dizer quem era o responsável pela demissão dele. Eu, exatamente eu, Ronaldo Tiradentes, esse simples jornalista, que, segundo ele, “induziu em erro o jornal o Globo com informações mentirosas que refutou em 2009″. Refutou onde, Alfredo? Em que jornal, blog, televisão ou rádio você refutou as denúncias que fiz contra você e seu filho milionário Gustavo?

Diante de tantas coisas que disse sobre você e sobre o império construído por seu filho, nada foi escrito ou falado para desmenti-las. Te facultei milhares de vezes o direito de falar, de responder, de exercer o contraditório, te conclamei no ar. Como um covarde, ou, digamos, como quem aceita com o silêncio incriminador, você se escondeu, se omitiu.

Prove que você não é mentiroso, que você não enganou o povo do Amazonas com dezenas de promessas nunca cumpridas. Te desafio! Você é o único político do Brasil que está sendo processado pelo Ministério Público Federal por mentir.

Entre as lambanças ditas no Senado, você citou meu nome com todas as letras e disse que sou um caluniador contumaz. Se sou caluniador, me processa, Alfredo! Você nunca ganhou uma contra mim, nos inúmeros processos que moveu, seja na justiça eleitoral, ou na cível. Nunca me processou por calúnia. Na disputa comigo, você perdeu todas, inclusive a eleição, com a minha ajuda.

É verdade que eu não gosto de você. Te acho medíocre, analfabeto funcional e enganador profissional. Felizmente, seu tempo passou, sem que eu precisasse inventar uma linha contra você. Você foi destruído sob o tacão da verdade!

Sinceramente, me deu pena ver você na tribuna do Senado, ontem, à tarde. Diferentemente daquele pavão, que adorava exibir suas plumas, você ontem parecia um urubu baleado. Trêmulo, gaguejando, quase estraga o discurso que seus assessores tiveram um trabalhão para fazer, porque sei muito bem que não és capaz de escrever nada.

Com seu discurso desastroso, você não conseguiu convencer ninguém. Nem o sanguessuga Magno Malta, seu assecla, que te lambe as botas por causa da nomeação do irmão no DNIT, na época em que você dava as cartas no órgão e antes de transformá-lo no maior símbolo da corrupção na administração federal.

Entre outras falácias, e não tendo o que dizer sobre mim, você me acusou de “circular em Manaus em carro blindado e com segurança”. E se fosse, Alfredo? O dinheiro é meu, conseguido com suor e trabalho. Nunca comprei nada com dinheiro sujo de empreiteiras, nem tenho usufruto de corrupção no DNIT.

Outra coisa: nunca fui a Paris com passagens e diárias pagas pelo erário. Quando lá fui, foi com meu dinheiro e com a minha mulher.

Você disse que eu sou mentiroso. Prove que sou mentiroso. Atenda ao meu pedido e aos apelos dos senadores Aécio Neves e Álvaro Dias. Assine a CPI da Corrupção nos Transportes. Dê a oportunidade do seu filho ser convocado pela CPI e, ao vivo e a cores, para todo Brasil, provar como conseguiu acumular um patrimônio de R$ 52 milhões em 2 anos.

Alfredo, reafirmo tudo que disse. Tenho provas documentais do patrimônio do seu filho. A Forma Construtora, com apenas R$ 60 mil de capital social, atingiu os ativos estratosféricos de R$ 52 milhões, em 2 anos. Não é verdade que a empresa fechou com lucro de apenas R$ 2 milhões, como você disse na tribuna do Senado. Só um terreno na Estrada da Ponta Negra, o Ciec Tech, foi vendido por R$ 10 milhões. E as 86 casas do Condomínio Atlantis, que custam, em média, R$ 650 mil cada? E o prédio na Djalma Batista? E o terreno ao lado do Manauara Shopping? E o dinheiro empregado na LM Componentes, outro rumoroso imbróglio que envolve seu filho Gustavo? Está tudo no Ministério Público Federal. Fui eu o responsável por toda essa patifaria?

Com retórica de barranco, Alfredo, você conseguiu enganar vereadores e prefeitos do interior, que arrebanharam os votos que te fizeram senador. Isso aí não funciona no Senado. Tenho certeza que os senadores te pegaram pela palavra e vão esmiuçar cada ponto do teu discurso cheio de entrelinhas e ameaças veladas à Presidente da República. Isso mesmo: seu egocentrismo te fez achar possível ameaçar a própria Dilma Rousseff, sempre daquele jeito dissimulado com que se porta, pretextando juras de amor, mesmo no auge da falsidade.

Reafirmo que o Gustavo recebeu dinheiro da empresa SC navegação Ltda., uma das maiores beneficiadas com os recursos do Fundo da Marinha Mercante, vinculado ao seu ex-gabinete. E o apartamento vendido por um preço pra lá de camarada para a Auxiliadora Carvalho? Outra estranha operação. Um apartamento que nunca foi registrado em nenhum cartório em nome do Gustavo ou de outra pessoa da sua família, vendido por um terço do preço.

Alfredo, querendo provar sua honestidade, desafiou o Ministério Público Federal a quebrar o seu sigilo. Ora, Alfredo, você é um sujeito esperto. Embora tenha um patrimônio sub-avaliado em sua declaração, como uma mansão de mais de R$ 4 milhões, declarada por 10% do que vale, não há suspeitas sobre seu patrimônio. As suspeitas recaem sobre seu filho. Peça a ele para autorizar a quebra dos sigilos dele e das empresas dele. Deixe de ser hipócrita.

Se você quer mesmo provar sua honestidade, seja homem, assine a CPI da Corrupção. E, por favor, pare com essa história de querer me fazer Senador ou governador ou até quem sabe Presidente da República. Não quero mais saber de política partidária. Vou ficar por aqui, no meu canto, de olho nos corruptos. Quem sabe se, de vez em quando, não consigo pegar um ministro pelo colarinho (branco), tirá-lo da cadeira e colocá-lo na cadeia?