quinta-feira, 13 de março de 2014

Alckmin começa o racionamento de água PPP em São Paulo: periferia, pobre e petista


 Autor: Fernando Brito
guarulhos
Era inevitável, como a gente dizia já na segunda-feira.
E pela periferia, o primeiro dos três P.
As cidades escolhidas foram São Caetano do Sul -que é uma cidade de pequeno porte,  quase um bairro paulistano, com 150 mil habitantes e 15 km² de área apenas, onde o consumo já havia caído para abaixo para a cota adequada – e a gigante Guarulhos, segunda cidade mais populosa de São Paulo e  a 1a3ª mais populosa do Brasil, a maior entre as não-capitais.
E o segundo “P” do racionamento: uma cidade pobre, a 145a. no IDH paulista.
Mas, antes do terceiro “P”, um “detalhe” curioso. A Sabesp diz que vai “cortar” a água de São Caetano do Sul, mas a cidade já baixou seu consumo para um nível menor do que a nova quantidade de água. Portanto, não há corte algum. Também não foi explicado porque o mesmo procedimento não foi – e vai ser – estendido a outras cidades que usam água do Cantareira via Sabesp.
O terceiro “P” é que a prefeitura de Guarulhos, daquele tamanhão, é dirigida já há um bom tempo pelo PT.
Como é pobre, é claro que é muito difícil reduzir fortemente o consumo de água, que já é pouco, por conta do preço e complicado, porque nas favelas não há hidrometro e, portanto, não aianta prometer desconto de acordo com o consumo medido.
E muito menos conseguir isso por conscientização, com o Governo do Estado e a imprensa escondendo a gravidade da situação.
Há dois dias, o governador mentiu dizendo que não faltaria água nem para a cidade de São Paulo, nem para os municípios atendidos pelo Cantareira.
Se a água é de todos, o seu racionamento tem de ser para todos: assim ele será menor, mais eficiente e menos injusto.
Porque nos bairros pobres atendidos pelo Cantareira e em Osasco já está em curso um racionamento não-assumido, com o fornecimento de água intermitente.
Já outros bairros, de classe média,  foram transferidos do cantareira para outro sistema, o Alto Tietê (que  também vai entrar em nível crítico, mas ainda demora).
E a imprensa paulista, seus jornalões, comendo mosca seca e sonegando do noticiário a gravidade da crise e a responsabilidade dos governos Serra e Alckmin.
Água pouca, tucanão primeiro. 
http://tijolaco.com.br/blog/?p=15316

Barbosa faz birra, falta a julgamento e explica: estava trabalhando e vendo pela TV


Autor: Fernando Brito
dorme
A ausência de Joaquim Barbosa no julgamento dos embargos apresentados pelo ex-deputado João Paulo Cunha já foi um gesto inconcebível, uma falta imperdoável para o presidente do STF e que, com todas as dores nas costas e caretas correspondentes, não faltou a nenhuma sessão de julgamento do chamado mensalão.
Foi, e todo mundo sabe, uma atitude de “birra” por sua posição ter sido minoritária no julgamento anterior, como se perder no voto fosse razão para algum Ministro deixar de comparecer e fazer seu trabalho de julgar.
Mandou dizer que não foi porque “estava trabalhando” , mas que assistiu “pela TV Justiça”.
Além de acintoso, debochado.
Agora vamos ver como se comporta na marcação da data para julgamento do mensalão tucano, que o ministro Luís Roberto Barroso diz que só depende da vontade de Barbosa colocar na pauta.
Isso, claro, se Sua Execelência não estiver ocupado demais, “trabalhando” e vendo a TV Justiça. 
http://tijolaco.com.br/blog/?p=15320

Chico Alencar: 14 votos derrotados que assustam e as razões para esperança



da assessoria do deputado Chico Alencar, sobre discurso feito em 13.03.2014

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) julgou, anteontem, representação contra o Juiz João Batista Damasceno, por suposto descumprimento de dever funcional. Seu suposto “crime”? Ter pendurado em seu gabinete, em agosto do ano passado, o quadro “Por uma cultura de paz”, do conhecido artista Carlos Latuff.
A tela mostra um homem negro crucificado, alvejado por um policial armado. De acordo com o Juiz Damasceno, em entrevista ao portal “Vi o Mundo”, “o quadro retrata a violência do Estado contra os excluídos”, e a sua afixação foi “uma forma de denunciar o genocídio que se pratica contra os pobres”.  Amarildo é um caso emblemático, mas não isolado: em 2012, segundo o juiz, foram 5.900 desaparecimentos no estado do Rio de Janeiro. O magistrado chama a atenção, ainda, para os autos de resistência, que mascaram os assassinatos cometidos pelo aparelho repressivo estatal nas periferias.

A obra de arte é de rara felicidade, pois atualiza a mensagem solidária de Cristo: “incluir os excluídos e pregar a paz”, segundo síntese do Papa Francisco, em sua pregação de Natal. Hoje, no Brasil, precisamente como exibido na obra de Latuff, isso exige combater a violência sistêmica do Estado, dirigida em especial contra pobres, negro(a)s, mulheres, homossexuais e outros grupos explorados e oprimidos.

O Deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP-RJ) entrou com representação contra o Juiz Damasceno pela afixação do quadro. A acusação? A obra seria “difamatória” à Polícia Militar. De um parlamentar de convicções autoritárias, como Bolsonaro, seria de se esperar esse tipo de atitude. Preocupante mesmo é que a Presidenta do TJ-RJ, desembargadora Leila Mariano, tenha determinado ao Juiz Damasceno a retirada do quadro de seu gabinete. Para piorar o cenário absurdo, o Corregedor do Tribunal, Valmir de Oliveira Silva, levou a representação adiante, para ser julgada pelo Tribunal, defendendo a instauração de processo administrativo disciplinar.

O Desembargador Siro Darlan, após apresentar carta de repúdio à grotesca representação, deu “asilo artístico” ao quadro e o pendurou em seu gabinete. O Tribunal deu nova ordem absurda, então, de retirada.

É no mínimo paradoxal que magistrado(a)s, que em tantos casos têm crucifixos pregados em seus gabinetes, persigam um colega pelo fato de exibir, no seu, uma imagem que nada mais faz do que inserir a mensagem de Cristo no nosso contexto social.

A censura à obra de arte e a perseguição ao digno Juiz João Augusto Damasceno constituem graves ataques à liberdade de expressão e à independência do Juiz, garantias fundamentais do Estado Democrático de Direito.

Para nosso alívio, o farisaísmo e o autoritarismo foram derrotados: por 15 votos a 6, o TJ-RJ julgou a representação no dia 11 de março passado e a rejeitou. “Os votos vencedores realçaram que a colocação da obra ‘Por uma cultua de paz’, do cartunista Carlos Latuff, expressa preocupação com a dignidade da pessoa humana e que está no âmbito da liberdade de manifestação do pensamento garantida pela ordem jurídica. A obra pugna por uma política de segurança humanizada, que valorize os próprios agentes do Estado que a executa, o que também constou em alguns votos”, disse o Juiz Damasceno.

Mesmo assim, os seis votos pela instauração de procedimento administrativo disciplinar contra o magistrado são preocupantes. Tanto quanto os oito sufragados à candidatura de Jair Bolsonaro para a Presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, recentemente.

Porém, há razões para esperança: o quadro de Latuff foi levado a leilão, junto a outras obras de arte doadas por outros(a)s artistas. O dinheiro arrecadado foi utilizado para adquirir uma casa para a família do pedreiro Amarildo. E quem arrematou a tela da crucificação contemporânea foi a Juíza Kenarik Boujikian, presidenta da Associação Juízes para a Democracia (AJD), que o pendurou em seu gabinete no tribunal de Justiça de São Paulo, ainda no ano passado. Até aqui, não recebeu ordem de censura…

A chama ecumênica e democrática de indignação contra a violência e a exclusão segue viva no Poder Judiciário.

http://www.viomundo.com.br/denuncias/chico-alencar-sobre-os-14-votos-derrotados-que-assustam.html

O PMDB vai seguir o seu Jim Jones?


Autor: Fernando Brito
jimjones

Vocês conhecem aquela história do chinês, sobre só haver duas coisas com que você deve se preocupar, se está doente ou não, e se está se vai se curar ou morrer, e se morrendo vai para o céu ou para o inferno…
Não é demais pensar nela quando se analisa a “rebelião” do PMDB.

Se, contrariamente à tradição histórica do PMDB, ela for para valer, paciência.

O efeito mais grave que terá será a perda dos cerca de quatro minutos de tempo do partido na propaganda eleitoral,  pelos quais Aécio Neves já se agita e. não dividem, Eduardo Campos fará também o diabo.
Mas é difícil que consiga, porque são imensos os conflitos regionais entre tucanos e peemedebistas.

Neste caso, sem candidato a Presidente, o tempo do PMDB seria proporcionalmente repartido segundo o número de candidato e as bancadas com candidato, o que manteria a imensa folga que tem a candidatura Dilma neste quesito eleitoral.

O apoio local dos candidatos peemedebistas a governador?

Bom, neste caso é preciso ver o que representa para eles a perda do apoio do Governo e de Lula.
Qual deles quer estar junto da foto aí de cima. em pleno 2014?

No caso do Rio de Janeiro, não vejo em que vá ajudar Aécio Neves ter o apoio de Sérgio Cabral.
Certo que alguma coisa somará, no interior, ainda que eu duvide que isso vá ser significativo. Mas será arrasador para Aécio justamente no setor de onde lhe vem os votos: a Zona Sul e a classe média, onde o prestígio de Sérgio Cabral é muito abaixo de zero. Eduardo Cunha, para quem as coisas já estiveram melhores,  está pendurado demais nos gastos federais com obras aqui que vai se encolher.

É certo que será muito melhor para Dilma que aconteça o provável refluxo do PMDB.

Mas, se não ocorrer, são os peemedebistas que têm mais motivos de preocupação e, em véspera de eleição, estou para ver estes episódios de suicídio coletivo de candidatos a reeleição.
Uma coisa é aplaudir o Jim Jones peemedebista, Eduardo Cunha.

Outra é dividir o copo de veneno com  ele.

Até porque Cunha vai ter farto estoque de um antídoto muito eficiente contra fracasso eleitoral, guardados nos  guardanapos de Sérgio Cabral.

É isso o que hoje Lula começa a perguntar aos líderes, de fato, do PMDB.
Se vão mesmo fazer um brinde com Jim Jones.

http://tijolaco.com.br/blog/?p=15286

Poderá Washington derrubar três governos ao mesmo tempo?

Thierry  Meysan
THIERRY MEYSAN 
Washington tenta mostrar, pela primeira vez, que pode derrubar três governos simultaneamente, na Síria, na Ucrânia e na Venezuela. Se conseguir alcançar isso, nenhum governo estará em condições de ser capaz de lhe resistir
(originalmente publicado em 24 de fevereiro, mas ainda atual)

Washington que, em 2011, falhou em conseguir bombardear, simultaneamente, a Líbia e a Síria, está em vias de tentar uma nova demonstração da sua força: organizar mudanças de regime, em três Estados de uma vez, em regiões diferentes do mundo: a Síria (CentCom), a Ucrânia (EuCom) e a Venezuela (SouthCom).

O poder de um Estado mede-se, ao mesmo tempo, tanto pela sua capacidade para se defender, como pela de atacar, numa ou em várias frentes. Nesta perspectiva, Washington tenta mostrar, pela primeira vez, que pode derrubar três governos simultaneamente, na Síria, na Ucrânia e na Venezuela. Se conseguir alcançar isso, nenhum governo estará em condições de ser capaz de lhe resistir .

Para o conseguir, o presidente Obama mobilizou quase toda a equipe do seu Conselho de segurança nacional.

Primeiro, a conselheira Susan Rice e a embaixatriz na ONU, Samantha Power. Estas duas mulheres são as campeãs do discurso «democrático». Elas fizeram disso uma das suas especialidades, desde há muitos anos, ao preconizar a ingerência nos assuntos internos dos outros Estados sob pretexto de prevenir genocídios. Mas, por trás desse discurso generoso, elas estão-se nas tintas para as vidas dos não- americanos, como o demonstrou a Sra Power aquando da crise das armas químicas de Ghoutta. A embaixatriz, que estava perfeitamente ciente da inocência das autoridades sírias, saiu de viagem, com o seu marido, para assistir na Europa a um festival de cinema consagrado a Charlie Chaplin, enquanto o seu governo denunciava um crime contra humanidade do qual tornava responsável o presidente el-Assad.

Depois, os três responsáveis regionais: Philip Gordon (Próximo-Oriente e África do Norte), Karen Donfried (Europa e Euroásia) e Ricardo Zuñiga (América latina). 

• Phil Gordon (amigo pessoal e tradutor de Nicolas Sarkozy) organizou a sabotagem da Conferência de paz de Genebra 2, enquanto o dossiê palestiniano não seja regulado à maneira dos EU. Durante a segunda sessão da conferência, enquanto John Kerry falava de paz, ele reunia, em Washington, os chefes dos serviços secretos jordanos, cataris, sauditas e turcos para preparar um enésimo ataque. Os conspiradores reuniram um exército de 13.000 homens, dos quais apenas 1.000 receberam uma breve formação militar, para conduzir blindados e tomar Damasco. O problema está em que a coluna arrisca ser destruída pelo exército sírio antes de chegar à capital. Mas, eles não conseguiram chegar a entendimento sobre o modo de a defender, sem distribuir armas anti-aéreas que pudessem, ulteriormente, ser usadas contra Israel. 

• Karen Donfried é uma ex-oficial do serviço nacional de inteligência para a Europa. Ela dirigiu durante muito tempo o German Marshall Fund (Fundo Marshall Alemão- ndT) em Berlim. Actualmente ela manipula a União europeia para mascarar o intervencionismo de Washington na Ucrânia. Apesar da fuga de uma conversa telefónica da embaixatriz Victoria Nuland, ela conseguiu fazer crer aos Europeus que a oposição em Kiev queria juntar-se a eles, e bater-se pela democracia. Ora, mais da metade dos revoltosos da praça Maidan são membros de partidos nazis, e arvoram os retratos do Colaboracionista Stepan Bandera. 

• Por fim Ricardo Zuñiga é o neto do presidente homónimo do Partido nacional das Honduras, que organizou os golpes-de-estado de 1963 e de 1972 a favor do general López Arellano. Ele dirigiu a agência da CIA em Havana, onde recrutava agentes e os financiava para formar a oposição a Fidel Castro. Ele mobilizou a extrema-esquerda trotskista venezuelana para derrubar o presidente Nicolas Maduro, rotulado de ser estalinista.

O conjunto das operações é mediatizado sob a batuta de Dan Rhodes. Este especialista da propaganda já escrevera a versão oficial do 11 de Setembro de 2001, redigindo o relatório da comissão de inquérito presidencial. Fê-lo de modo a fazer desaparecer qualquer traço do golpe de Estado militar, (o poder foi retirado das mãos de George W. Bush cerca das 10h da manhã e só lhe foi restituído à noite; todos os membros do seu gabinete e os do Congresso foram metidos nos bunkers de segurança para «garantir a sua vida»), de maneira a que só ressalte a versão de atentado.

Nos três casos, o discurso Americano repousa sobre os mesmos princípios: acusar os governos de ter morto os seus próprios cidadãos, qualificar os opositores de «democráticos», lançar sanções contra os «matadores», e em definitivo realizar golpes de Estado.

A jogada começa, sempre, por uma manifestação no decurso da qual os oponentes pacíficos são mortos, e onde os dois campos se acusam das violências. Na realidade, as forças especiais dos E.U. ou da Otan colocadas sobre os telhados, atiram ao mesmo tempo sobre a multidão e sobre a polícia. Como foi o caso em Deraa (Síria) em 2011, em Kiev (Ucrânia), e em Caracas (Venezuela) esta semana. Por azar, as autópsias realizadas na Venezuela mostram que duas das vítimas, um opositor e um pró-governamental, foram mortos pela mesma arma.

Qualificar os opositores de democratas é um simples jogo de retórica. Na Síria, estes são takfiristas apoiados pela pior ditadura do planeta, a Arábia Saudita; na Ucrânia alguns pró-europeístas sinceros estão rodeados de inúmeros nazis; na Venezuela jovens trotskistas de boas famílias rodeados por milícias patronais. Por todo o lado aparece o falso oposicionista EU, John McCain, a trazer o seu apoio aos reais e falsos opositores locais.

O apoio aos opositores incumbe à National Endowment for Democracy(Promoção Nacional para a Democracia-ndT)(NED). Esta agência do governo americano apresenta-se, mentirosamente, como uma ONG financiada pelo Congresso. Mas, ela foi criada pelo presidente Ronald Reagan, em associação com o Canada, o Reino Unido e a Austrália. É dirigida pelo neo-conservador Carl Gershman e pela filha do general Alexander Haig (antigo comandante-supremo da Otan, depois secretário de Estado), Barbara Haig. É a NED, (na realidade o departamento de Estado), quem emprega o senador da «oposição» John McCain.
A este dispositivo é preciso juntar o Albert Einstein Institute (Instituto Albert Einstein-ndT), uma «ONG» financiada pela Otan. Criada por Gene Sharp, formou agitadores profissionais a partir de duas bases, na Sérvia (Canvas) e no Catar (Academy of change-Academia da mudança,ndT).

Em todos os casos Susan Rice e Samantha Power assumem ares ultrajados antes de parar as sanções —logo aliviadas pela União europeia—, quando são elas as comanditárias das desordens.

Resta conseguir finalizar os golpes de Estado. E, isto, ainda não está feito. Washington tenta, assim, mostrar ao mundo que é o mestre de sempre. Para estar ainda mais seguro de si, lançou as operações ucraniana e venezuelana durante os Jogos Olímpicos de Sochi. É certo que a Rússia não se mexerá, com medo de ver a sua festa estragada por atentados islamistas. Mas Sochi acaba este fim-de-semana. Será, agora, a vez de Moscovo de jogar. 

http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/132595/Poder%C3%A1-Washington-derrubar-tr%C3%AAs-governos-ao-mesmo-tempo.htm