segunda-feira, 26 de maio de 2014

Emissora da Globo já abre espaço para campanha explícita contra Dilma

Da Redação, sugerido pelo JB e pela MC

O telespectador achou o momento pouco usual. Provocado, o entrevistado (aos 27″) declarou explicitamente o voto. Mesmo para uma emissora fechada, é incomum fazer isso numa concessão pública. Instar um entrevistado a explicitar seu voto, especialmente quando se sabe — pelo seu discurso anterior  – que ele condena a política econômica em curso.

Para quem você vai votar?

Marcos Troyjo, do laboratório dos BRICs da Universidade de Columbia, respondeu (obviamente, de acordo com a expectativa do mercado financeiro):
Eu não vou votar na presidenta. Eu não vou votar na presidenta. Eu acho que o Brasil não tem boas condições de fazer a transição que ele precisa realizar com a presidente e sua equipe. Eu vou votar num dos candidatos da oposição. O senador Aécio Neves obviamente tem uma equipe extraordinária, tem todo o bom discurso, o governador Eduardo Campos também. Eu acho que na realidade qualquer um destes que venha a ganhar pode fazer de 2015 um ano arco-íris, porque todas as previsões são tão sombrias…
Obviamente que o entrevistado prega a reversão da política comercial e externa do Brasil, além de reformas “estruturantes”, que em geral resultam na destruição de empregos e salários.
É o léxico dos economistas neoliberais.

Estruturante = Destruição do emprego alheio.

Direito à opinião é uma coisa, campanha eleitoral antecipada de maneira tão explícita é outra, notou o telespectador.

Será que a Globo embarcou em nova modalidade de campanha? Em 2006, lembremos — de repente, do nada — o comentarista Alexandre Garcia passou a aparecer no programa da Ana Maria Braga em plena campanha eleitoral! Eram comentários que martelavam a agenda da oposição.

Agora, é possível fazer o mesmo usando a opinião de terceiros. Se for planejado — o que acreditamos ser pouco provável –, uma jogada genial!

Resumo:
Quanto pior, melhor para o tucano. No Ibope, entre abril e maio, Aécio cresceu de 21% para 35% no terço do eleitorado que desaprova o governo Dilma. Agregou 14 pontos. Ao mesmo tempo e no mesmo barril, Campos pegou mais 7 pontos e chegou a 15%. Como ainda há, nesse segmento, 10%  de indecisos e 28% que declaram voto branco/nulo, é o tucano quem mais pode encher seu bornal. Dos 20 pontos de Aécio, 12 vêm de quem acha o governo ruim ou péssimo — o dobro de pontos que o tucano conseguia até abril nesse segmento. Isso significa que quanto mais gente avalia pior o governo, mais eleitores Aécio ganha em proporção a Campos — e, por tabela, maiores suas chances de ir ao segundo turno.
Entenderam, agora?

O mundo vai acabar na mídia brasileira, inclusive no Manhattan Connection, até que Aécio Neves nos traga o arco-íris depois da tempestade, em 2015.

E você achou que já tinha visto de tudo…

http://www.viomundo.com.br/denuncias/manhattan-connection-ja-abre-espaco-para-campanha-explicita-contra-dilma.html

Lula ganha estátua de bronze ao lado da Casa Branca nos Estados Unidos




Peça faz parte da exposição de artista chinês em homenagem aos homens das Américas

Uma estátua em bronze do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi instalada, nesta segunda-feira (26), no centro de Washington (EUA), próximo à Casa Branca – centro do poder nos Estados Unidos.

O busto de Lula faz parte de uma exposição, inaugurada nesta segunda, no National Mall – um grande jardim localizado ao lado do centro administrativo de Washington. A obra é do artista chinês Yuan Xikun, que faz uma homenagem aos que ele considera os dez grandes homens daa Américas.

Além da estátua de Lula, há representações do presidente assassinado dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, do líder político das guerras de independência da América Espanhola, Simon Bolívar, e do escritor colombiano Gabriel García Márquez, que morreu em abril.

De acordo com a assessoria do Instituto Lula, o ex-presidente foi convidado para participar da inauguração, mas não pôde comparecer porque tinha compromissos agendados que não poderiam ser remarcados.

O Instituto ainda não sabe dizer se Lula vai visitar a exposição


http://noticias.r7.com/brasil/lula-ganha-estatua-de-bronze-ao-lado-da-casa-branca-nos-estados-unidos-26052014

“Armas não matam pessoas — americanos matam”: Michael Moore e o novo assassinato em massa nos EUA


Postado em 25 mai 2014
Elliot Rodger
Elliot Rodger


O dia de fúria de Elliot Rodger é mais uma cena típica de uma tragédia americana. Aos 22 anos, ele matou seis pessoas perto do campus da Universidade da California, na bonita Santa Barbara, e feriu mais sete. Morreu em seguida, perseguido pela polícia, com um tiro na cabeça, aparentemente suicídio.
Elliot planejou o massacre. As três primeiras vítimas foram esqueadas. Horas antes, postou um vídeo horripilante no YouTube chamado “Retribution”, em que detalha seu plano. Fala em “punir as mulheres” pelo que elas lhe fizeram.
“A faculdade é o momento em que todos experimentam coisas como sexo, diversão e prazer”, diz. “Mas naqueles anos eu tive que apodrecer na solidão. Não é justo. Vocês, garotas, nunca se sentiram atraídas por mim.”
Elliot estava sendo tratado por vários terapeutas. Deixou muitas pegadas na web. Fazia parte de um fórum chamado PuaHate.com, que se dedica a detectar fraudes em “técnicas utilizadas por gurus de sedução”. Um mês antes do ocorrido, a polícia o procurou, por insistência de sua família. Oficiais conversaram com ele e não viram nada errado. Elliot teria dito a amigos que, se os policiais tivessem realizado uma busca em seu quarto, encontrariam suas armas.
Escreveu um manifesto de 141 páginas, uma espécie de nota de suicida transformada em autobiografia, explicitamente misógino. O nome era “Meu Mundo Distorcido”. Seu pai era o diretor de cinema Peter Rodger, assistente do blockbuster “Jogos Vorazes”. Foi quem primeiro o identificou para as autoridades.
Esse horror já está se tornando tão comum nos Estados Unidos que até a cobertura da mídia passou a ser menos intensa. Segundo o site especializado shootingtracker.com, houve 365 assassinatos em massa em 2013 — um para cada dia do ano.
O depoimento mais preciso sobre a loucura de Elliot Rodger foi dado pelo cineasta Michael Moore, autor de “Tiros em Columbine”, o documentário ganhador do Oscar que aborda a chacina em uma escola acontecida em 1999.
Moore é um ativista do desarmamento da sociedade americana. “Eu não tenho mais nada a dizer sobre o que é agora parte da vida normal”, escreveu. “Tudo o que eu tinha a falar eu falei há 12 anos”.
Para Moore, enquanto os EUA não admitirem seu problema com a violência e o governo não aprovar leis de porte de armas mais rigorosas, a história está condenada a se repetir indefinidamente.
Eis seu testemunho:
Com o devido respeito àqueles que estão me pedindo para comentar sobre o tiroteio de ontem à noite na UCSB em Isla Vista – Eu não tenho mais nada a dizer sobre o que agora faz parte da vida americana normal. Tudo o que tenho a falar sobre isso eu falei há 12 anos: somos um povo facilmente manipulado pelo medo, que nos leva a colecionar um quarto de bilhão de armas em nossas casas, muitas vezes facilmente acessíveis para jovens, assaltantes, doentes mentais ou qualquer um que se encaixe no momento.
Somos uma nação fundada na violência, aumentamos nossas fronteiras por meio da violência e permitimos que os homens no poder usassem a violência em todo o mundo para promover nossos chamados “interesses (corporativos)”.
A arma, não a águia, é o nosso verdadeiro símbolo nacional. Enquanto alguns países têm um passado mais violento (Alemanha, Japão), mais armas per capita em casa (Canadá), e as crianças na maioria de outros países assistam aos mesmos filmes violentos e joguem os mesmos videogames, ninguém chega perto de matar o número de seus próprios cidadãos em uma base diária como fazemos – e ainda assim nós não nos fazemos essa pergunta simples: “Por que nós?  Por que os EUA??”
Quase todos os nossos fuzilamentos em massa são cometidos por homens brancos com raiva ou perturbados. Nenhum deles é cometido por mulheres. Hmmm, por que isso? Mesmo quando 90% do público americano pede leis de armas mais fortes, o Congresso se recusa – e, então, as pessoas se recusam a removê-los do cargo.
Assim, a responsabilidade recai sobre nós, todos nós. Não vamos aprovar as leis necessárias, mas o mais importante é que não vamos considerar por que isso acontece aqui o tempo todo. Quando a Associação Nacional do Rifle diz: “As armas não matam pessoas – pessoas matam pessoas”, ela está certa até a metade.
Só que eu iria alterar isso para o seguinte: “As armas não matam pessoas – americanos matam pessoas”. Aproveite o resto do seu dia e tenha a certeza de que tudo isso vai acontecer de novo muito em breve.

Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/armas-nao-matam-pessoas-americanos-matam-michael-moore-e-o-novo-assassinato-em-massa-nos-eua/

Filme (mudo) de horror. Vão censurar?


26 de maio de 2014 | 10:51 
Autor: Fernando Brito
comercial
O João de Andrade Neto, editor do Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, deveria cobrar um chope do marqueteiro do PT, João Santana.
É que ele deixou pronto o roteiro de imagens – não é preciso palavras – para um “comercial” do PT que eu gostaria de ver a Ministra Laurita Vaz, do TSE, censurar.
É uma “recortagem” fotográfica da mídia.
Um filme de terror.
Para proibir este, só se o PSDB apelar para a censura etária, exigindo que só seja passado de madrugada, sem as crianças na sala.
Porque, de fato, é imoral.
Esse, sim, deveria exigir o carimbo de “avisado” que tanta polêmica causou.
Carimbado no título eleitoral…


PRIVATARIA

QUALIDADE DE VIDA
ESCÂNDALOS
FMI
ECONOMIA
http://tijolaco.com.br/blog/?p=17711

Ex-ministro de Dilma diz que PSDB ofereceu R$ 20 mi por apoio do PMDB em MG

Os tucanos querem ganhar as eleições comprando todo mundo. Tentaram comprar o criador da página Dilma Bolada e agora ofereceram 20 milhões ao PMDB de Minas para apoiar o candidato de Aécio, segundo o presidente da legenda no Estado



Carlos Eduardo Cherem
Do UOL, em Belo Horizonte

O deputado federal Antônio Andrade (PMDB-MG), ex-ministro da Agricultura do governo Dilma Rousseff, afirmou durante entrevista coletiva --concedida na manhã desta segunda-feira (26) em Belo Horizonte--, que o PSDB de Minas Gerais teria oferecido R$ 20 milhões para os peemedebistas usarem como verba eleitoral nas campanhas proporcionais no Estado, caso os dois partidos fizessem coligação no Estado

Andrade, que é pré-candidato a vice-governador de Minas na chapa encabeçada pelo petista Fernando Pimentel --também ele um ex-ministro de Dilma, titular da pasta do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Exterior--, disse que a oferta foi feita pelo deputado federal Marcus Pestana, que é presidente do Diretório Estadual do PSDB em Minas Gerais.

O presidente do PMDB fez as afirmações durante reunião da executiva do partido. Logo após, em entrevista para a imprensa, Andrade confirmou as acusações.

Procurado, Pestana disse que avalia a  possibilidade de processar Andrade pelas declarações feitas.

O peemedebista explicou que a proposta teria sido feita em uma reunião que tinha como objetivo oferecer a ele a vaga ao Senado na chapa encabeçada pelo tucano Pimenta da Veiga.

A oferta, ainda de acordo com o ex-ministro, seria uma tentativa de isolar o PT na disputa pelo governo estadual.

Retratação pública

O presidente estadual do PSDB  negou qualquer encontro com o ex-ministro de Dilma e pediu uma retratação pública por parte de Andrade.

"A declaração é uma mistura de irresponsabilidade, delírio e leviandade. Nosso padrão ético é diferente e ele (Andrade) que não venha nos medir com a régua e compasso de suas medidas, que não são a nossa", disse Pestana.

Segundo o tucano, "nunca houve reunião minha ou da cúpula do PSDB com Andrade. Nós nos reunimos, numa evento público e com  a presença da imprensa, quando quem estava à frente da legenda (PMDB mineiro) era o Saraiva Felipe (deputado federal por Minas Gerais pelo PMDB e ex-ministro de Lula).

Ainda segundo o ex-ministro, os tucanos teriam chegado a esse valor após ele dizer que "estava preocupado" para conseguir dinheiro para a campanha de deputados da legenda em Minas Gerais.

"Eles disseram que isso não seria problema nenhum. 'Nós conseguimos os R$ 20 milhões para a ajudar a bancada e os pré-candidatos para deputado federal e estadual'", disse Andrade durante a entrevista coletiva

A reunião desta segunda-feira na sede do PMDB foi para tratar da chapa para disputar o governo de Minas. Nas últimas semanas dois atos de integrantes da legenda foram feitos na tentativa de forçar o comando peemedebista no Estado a lançar candidatura própria.

Antônio Andrade já fez declarações públicas confirmando a dobradinha com o PT, repetindo o que já ocorre na esfera federal.

http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2014/05/26/ex-ministro-de-dilma-diz-que-psdb-ofereceu-r-20-mi-por-apoio-do-pmdb-em-mg.htm

Collor responde à Veja

Revista Carta Capital: A artilharia política no Facebook. As particularidades da eleição.



Da Carta Capital
A artilharia política no Facebook
Com quase 100 milhões de usuários no Brasil, a rede social ganha peso no jogo eleitoral e projeta novos protagonistas no debate. Mas, como em toda  guerra real ou virtual, a verdade é a primeira vítima
Por Knan Truffi e Rodrigo Martins
SE A INTERNET SERVIU de palco para importantes batalhas nas eleições de 2010, poucos duvidam de um papel ainda mais decisivo na corrida presidencial deste ano. A quatro meses das eleições, a movimentação dos partidos políticos nas redes sociais é intensa. A candidata à reeleição Dilma Rousseff, do PT e os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) começaram a montar seus bunkers digitais, com uma previsão de gastos superior a 30 milhões de reais. Não é um tiro no escuro. Atualmente, 105 milhões de brasileiros têm acesso à internet, atesta o bope Media. Desse universo, ao menos 76 milhões desfrutam de conexão doméstica. E o mesmo número de cidadãos com contas ativas no Facebook, segundo o último balanço da companhia, divulgado em setembro do ano passado.
A rede social criada por Mark Zuckerberg é, por sinal a menina dos olhos dos marqueteiros digitais. Não apenas pela impressionante expansão no País - em 2010, havia pouco mais de 8,8 milhões de brasileiros cadastrados no Facebook mas pelo inestimável patamar a lançado por determinadas páginas a partir de investimentos relativamente modestos. O fenômeno da TV Revolta é emblemático. Notabilizada por um disfarce de niilismo político cujo objetivo, no fundo, é atacar o PT, a página tem mais de 3,5 milhões de seguidores e alcança mais de 27 milhões de internautas.
O número varia ao longo do dia e está estampado no índice "falando sobre isso" do Facebook. Tal indicador mede, na prática, a quantidade de usuários que compartilham, comentam, respondem ou interagem de alguma maneira com qualquer evento ou assunto relacionado ao conteúdo da página. Por esse quesito, a TV Revolta supera de longe perfis como o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (167 mil "falando sobre isso"), da presidenta Dilma Rousseff (215 mil) ou até do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (715 mil).
Além disso, nm público de 27milhões é superior àquele de muitos dos telejornais de maior audiência da tevê aberta.
De janeiro a abril deste ano, o Jornal Nacional, da Rede Globo, registrou média de 25,4 pontos no Ibope. Cada ponto representa 217460 domicílios e 641.286 indivíduos no Painel Nacional de Televisão (PNT), amostra que estima a audiência em todo o Brasil. Ou seja, o telejornal é visto, em média, por 16,2 milhões de brasileiros diariamente, bem abaixo do número de internautas que, de alguma forma, têm acesso ao conteúdo do TV Revolta.
"E verdade que a exposição na televisão é de outra natureza, os indivíduos param para assistir ao telejornal. Mas não é uma comparação absurda, pois o Facebook permite a interação entre os usuários, e tem muita gente dedicando seu tempo à TV Revolta, seja para compartilhar, curtir seus conteúdos, seja para criticar", avalia Fábio Malini, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Ciber cultura da Universidade Federal do Espírito Santo.
(Labic). A pedido de CartaCapital o especialista mapeou o espectro conservador no Facebook. Identificou mais de 1,1 mil páginas, com 56,4 milhões de seguidores. Juntas, somavam mais de 42,5 milhões de usuários comentando seus posts na quinta-feira 22. E a TV Revolta correspondia a cerca de 60% dessa interação.
O canal desenvolve uma estratégia peculiar: combinar humor de gosto duvidoso com militância política. Ao mesmo tempo que reproduz piadas toscas e vídeos apelativos, compartilha supostas denúncias, muitas vezes apócrifas, e ataques contra políticos. Os alvos preferidos são o govern
Dilma Rousseff e o PT. Na TV Revolta são veiculadas montagens simples, com frases curtas, contra, entre outros, o Bolsa Família e o Marco Civil da Internet, além de chacotas sobre a prisão de condenados no "mensalão". O perfil também elegeu um ídolo, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
Não são poucos os exemplos de frases falsas atribuídas a autoridades, além de informações adulteradas ou incorretas. Uma das montagens traz a imagem de Barbosa com o dedo em riste. como se apontasse para o internauta, acompanhada da seguinte frase: "Eu mandei cassar mandatos, mandei prender mensaleíros e apliquei punições aos criminosos. Agora, se você votar nesses tipos de malandros de novo, o problema é seu". Recentemente, atribuiu a Lula a declaração de que o Bolsa Família é uma ferramenta para ""controlar o povo". Basta uma rápida pesquisa no Google para perceber a fraude. A TV Revolta usou um vídeo antigo do ex-presidente no qual ele fala sobre a compra de votos no interior do País, em uma época em que ainda não existia o benefício.
Apesar de mentirosa, a publicação fez com que mais de 22 mil internautas recomendassem a "notícia" aos amigos. Sem contar os mais de 600 usuários que "curtiram" o conteúdo e os outros 195 comentários raivosos deixados na página contra o ex-presidente. Ninguém da comunidade da TV Revolta parece duvidar da informação, mas o próprio autor da página admite sua "criatividade" na hora de publicar. "Entretenimento informação trabalham juntos desde a popularização do cinema "
O responsável pelo canal é João Vitor Almeida Lima. Radialista de 32 anos, ex-sonoplasta da MTV e TV Bandeirantes, Lima mora em São Paulo. Apesar de aparecer sem máscara ou trajes diferentes nos vídeos compartilhados pelo Facebook, diz interpretar um personagem fictício criado em 2009: o João Revolta. Nos vídeos, opina sobre política ou problemas atuais, quase sempre contra o governo ou algum projeto petista. "A filosofia de João Revolta é usar a linguagem informal para atrair o telespectador", disse Lima ao siteyouPix.
Personagem ou não, a repercussão e o tom das críticas do radialista chamaram a atenção do exército de militantes do PT na web. Insatisfeitos com as mensagens disseminadas na página, os petistas fizeram inúmeros comentários no perfil da TV Revolta. E passaram a denunciá-la. E evidente que estamos fazendo uma campanha contra o PT, já que 99,9% do nosso público apoia e quer a derrota do PT nas próximas eleições", escreveu Lima.
O caso também alertou aliados do governo. Eles se impressionam com o crescimento exponencial da audiência do perfil. O portal Vermelho, do PCdoB, aliado de primeira hora do PT, publicou reportagem na qual afirma que não seria possível uma página subir tanto em audiência sem um investimento pesado. Um mecanismo criado pelo Facebook permite que empresas tenham suas publicações exibidas na lista de interesses de usuários comuns, desde que paguem por isso. O criador da TV Revolta assegura, porém, que a expansão da página é "orgânica", gerada pela procura natural por um assunto ou conteúdo na internet.
Se é verdade, trata-se de um fenômeno único. De acordo com dados da Social Bakers, uma das maiores empresas na análise de dados de redes sociais, a TV Revolta foi a página na categoria mídia que mais cresceu na rede social no mundo na segunda semana de maio. Superou o próprio Facebook, segundo colocado na lista. Entre as páginas brasileiras figura no topo até mesmo na categoria geral, que inclui perfis de marcas, mídias, entretenimento, celebridades e esportes. E ainda o segundo perfil no Brasil que mais aumentou seu número de fãs no Facebook no último mês, atrás da página brasileira da Fifa na rede social.
E para fazer frente às campanhas difamatórias que os petistas justificam o elevado investimento em sua campanha virtual, cerca de 12 milhões de reais. A Pepper Interativa, que cuidou da campanha de Dilma em 2010, ficou responsável pelos canais do PT na internet e pela administração dos perfis da presidenta no Facebook e no Twitter. A agência dispõe de ferramentas capazes de rastrear robôs, perfis falsos e centrais de boataria. As informações são repassadas para a militância petista, encarregada de desfazer os boatos e denunciar o jogo sujo dos adversários. A coordenação da campanha de Dilma na internet, contudo, está nas mãos de Franklin Martins, ex-ministro de Lula.
"Esperamos usar as redes sociais para o debate de ideias. Se o outro lado apelar para o jogo sujo, vamos denunciar. A internet não é um terreno de bobos", afirma Martins. "Em 2010, José Serra usou a internet para discutir religião, aborto, temas sem a menor relação com a disputa eleitoral, apenas para difundir o medo na população. E o que houve depois? Perdeu as eleições, não conseguiu nem se eleger prefeito em São Paulo "
O jogo promete ser duro. Na noite da segunda-feira 19, Jeferson Monteiro, o jovem e talentoso criador do perfil satírico Dilma Bolada, com mais de 1,1 milhão de seguidores, revelou ter recebido propostas para atuar na campanha do PSDB. "Primeiro, fui procurado por uma agência de publicidade. Ela disse que a equipe do Aécio Neves estava interessada em comprar a página. Especularam que poderia ganhar 500 mil reais, Jamais tive a intenção de vendê-la, mesmo assim dei corda à negociação, para ver até onde ia a cara de pau desses tucanos. Foi quando fui procurado pelo Pedro Guadalupe" resumiu a CartaCapital.
Profissional de marketing digital, Guadalupe tem dois sites registrados em seu nome para fazer oposição à presidenta (Dilma Mente e Muda Mesmo). Coleciona dezenas de jingles políticos que satirizam problemas na gestão petista, além de páginas no Facebook para repercutir o conteúdo. Assessorou ainda a Juventude do PSDB a montar o site PTbras, para explorar as denúncias contra o governo no escândalo da estatal petrolífera. Apesar da longa lista de trabalhos prestados, Guadalupe alega ter feito tudo de graça, para agradar a um cliente em potencial. "Eu queria mostrar meu trabalho para o PSDB. Tinha um plano de bolar alguma coisa para trabalhar no marketing da campanha."
Ele admite ter negociado com o criador de Dilma Bolada, mas assegura nunca ter falado em nome do PSDB. "Nunca nem vi o Aécio pessoalmente", argumenta. Guadalupe já trabalhou na campanha do PT pela prefeitura de Belo Horizonte em 2012. Mas decidiu mudar de lado. "A comunicação do PT é todo estruturada na internet. Como eu vou competir com o Franklin Martins, o Sérgio Amadeu e o Arnaldo Branco? Onde eu poderia conseguir espaço em campanha de internet? No PSDB."
O projeto foi para o ralo. O marqueteiro de Aécio Neves, Paulo Vasconcelos, teve de apagar o incêndio e negou que a campanha tivesse incentivado qualquer aproximação com Jeferson Monteiro. Ficou o dito pelo não dito, para a paz de Xico Graziano, coordenador da campanha de internet de Aécio.
No início de abril, ao inaugurar o portal www.mineiro.brasileiroaecio.com.br, Graziano não perdeu a oportunidade de atacar a militância virtual do PT. "Eu monitoro as redes sociais e vejo o jogo sujo que existe. Perfis diferentes disseminam a mesma mensagem dezenas de vezes. A guerrilha do PT posta vídeos antigos e planta as mesmas infâmias de sempre." Dias depois, teria o telhado de vidro exposto. Seu filho, Daniel Graziano, acabou convocado pela polícia para esclarecer os boatos que ajudou a difundir pela internet contra Fabio Luís Lula da Silva, o Lulinha. No afã de denunciar a "fortuna" acumulada pelo filho do ex-presidente Lula, Grazianinho atribui a Lulinha a propriedade de mansões e vastas propriedades rurais. Uma das áreas mostradas pertence, na verdade, à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, de Piracicaba (SP).
No front tucano, calcula-se valor semelhante para a campanha na internet: 12 milhões de reais. Nas eleições anteriores, o PSDB gastou 7,9 milhões. A juventude do partido planeja reunir ao menos 5 milhões de militantes para atuar nas redes sociais.
A estratégia de Campos para a internet é a maior incógnita. Não há definição de como serão integradas as equipes da Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, e do PSB. Coincidência ou não, Campos deu sua primeira patinada justa mente nas redes sociais. Na quinta-feira 15, publicou uma foto dentro de um jatinho, em meio à onda de violência no estado de Pernambuco gerada pela greve da Polícia M 1 ita r. Campos confia, porém, na adesão e na força dos "marineiros". Isso porque a militância da ex-ministra do Meio Ambiente tem o mesmo perfil do "exército petista" na internet quando o assunto é engajamento. O coordenador de comunicação da Rede, Cassio Martinho, assegura: trata-se de apoiadores independentes."Para quem está de fora, parece alguma coisa organizada por uma inteligência central, mas na verdade esse é o fenômeno da internet, a emergência de um ator coletivo sem coordenação." isso não significa que o PSB não dê a devida atenção ao jogo eleitoral na internet. Estão previstos gastos de 8,5 milhões na área. Após investir em publicidade paga para aumentar o número de seguidores de seu perfil no Facebook, a equipe de Campos adotou a postura de responder cada comentário enviado ao ex-governador na rede social. Não passa um sem resposta. "Como posso ter certeza de que você não é o plano B do Lula se até bem pouco tempo você apoiava a Dilma?", perguntou uma mulher identificada como Tânia Guerra, em 20 de maio. A resposta veio 30 minutos depois: "Sabe quando a gente se compromete com um propósito, mas que com o tempo não gera os resultados esperados? Essa é a nossa relação com o PT".
O Facebook no Brasil está ciente dos desafios que terá pela frente e pretende manter uma equipe 24 horas por dia para analisar todo o conteúdo relativo a eleições que deve ser publicado pelos usuários nos próximos meses. "No ano passado, o termo "eleições" foi o segundo mais falado na plataforma no âmbito global. Acreditamos que 2014 será o ano das "eleições sociais" no Brasil", afirmou a empresa em nota encaminhada a CartaCapital. A rede social diz estar preparada para acatar as decisões da Justiça Eleitoral, mas indica a disposição de não aceitar pedidos específicos de partidos. "O Facebook não age espontaneamente sobre conteúdo que esteja de acordo com suas políticas e termos. Neste caso, é necessária a determinação de uma autoridade que tenha a atribuição de avaliar se o conteúdo é legal ou não,"
Outra preocupação, não menos importante, é com a emergência do discurso do ódio durante o período eleitoral. "O debate político nas redes sociais anda tão hostil que cria um ambiente propício para atuação de grupos extremistas e neonazistas. Há células bastante ativas no Facebook e no Twitter, algumas com treinamento para militar e histórico de violência", alerta Thiago Tavares Nunes de Oliveira, presidente da Safernet, entidade sem fins lucrativos que monitora e denuncia crimes na internet. "Esses grupos adoram se envolver em polêmicas eleitorais para chamar atenção, e dom na m bem alinguagem de internet. Inclusive com a utilização de memes e vídeos apelativos para difundir mensagens racistas ou homofóbicas" O anonimato costuma servir de elixir aos covardes e conforto para os ignorantes. Resta uma pergunta: é possível construir uma democracia a partir do rancor e da desinformação? •
Revista Carta Capital 25/05/2014 – disponível na web (EBC)
http://www.asmetro.org.br/portal/21-clipping/3671-revista-carta-capital-a-artilharia-politica-no-facebook-as-particularidades-da-eleicao-cerco-inutil-ao-caixa-2