sexta-feira, 25 de novembro de 2011

"Eu sou uma puta bem barata"



Foto: Divulgação

ROMANCE “O VÍCIO DO AMOR”, DE MARIO SABINO, ABORDA AS DESVENTURAS AMOROSAS DE UM ESCRITOR QUE SE COMPARA A MULHERES DO MERETRÍCIO; UM ALERTA AOS LEITORES SE FAZ NECESSÁRIO: É FICÇÃO, NÃO CONFUNDAM COM A REALIDADE

25 de Novembro de 2011 às 20:59
247 – “Escritores são como putas – e seus cachês para o serviço, portanto, não devem ir além do justo para a profissão. Há as mais caras (não muitas) e as mais baratas (um monte delas). Eu sou uma puta bem barata.”
É assim que o protagonista do romance “O Vício do Amor”, de Mario Sabino, se descreve, em primeira pessoa, nas linhas iniciais do romance. Não se trata de autobiografia. É uma obra de ficção.
No livro, cujo primeiro capítulo está disponível no site www.mariosabino.com.br, o protagonista revela de cara suas desventuras. Suas duas ex-mulheres o abandonaram para chupar judeus. “Não tenho nada contra judeus, além do fato de não gostar que mulheres minhas os chupem”. Revelando-se incapaz de satisfazer suas mulheres, o protagonista começa a discorrer sobre a obra do filósofo alemão Schopenhauer.
E é só esse trecho que foi disponibilizado no site do ex-redator-chefe de Veja, demitido na tarde da quinta-feira. Os leitores agradecem.

Faxina na revista Veja evolui para lambança




Faxina na revista Veja evolui para lambançaFoto: DIVULGAÇÃO

TAL QUAL OS MINISTROS QUE SE AFERRAM AOS CARGOS, REDATOR CHEFE MARIO SABINO (À ESQ.) TENTOU USAR A IMPRENSA PARA FICAR EM VEJA; MAS DIRETOR DE REDAÇÃO EURÍPEDES ALCÂNTARA JÁ REDIGIRA O ELOGIOSO GOLPE DE MISERICÓRDIA; REINALDO AZEVEDO APARECEU POR ÚLTIMO PARA AMPLIAR O IMBRÓGLIO; MAIS MUDANÇAS À VISTA

25 de Novembro de 2011 às 12:02
Marco Damiani_247 – Reconhecidamente, a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, é uma das melhores repórteres do País. Profissional cobiçada por todas as redações, autora de furos históricos que se misturam ao cotidiano de informações quentes, úteis e charmosas publicadas sob a sua chancela na segunda página da Folha Ilustrada – e tantas vezes em destaque na primeira página do jornal.
Hoje, em confiança a um colega de profissão (se bem que, para o Eurípedes Alcântara, Mario Sabino, aquela fonte, está determinado ‘a deixar a profissão’), a coluna da Mônica dá voz a uma mentira. Ou, ao menos, a uma tentativa de drible na verdade feita a partir de uma total desconsideração pelos melhores valores que existem entre fonte e jornalista. Que feio, Mario!
Cumprindo o papel de checar o que, àquela altura, circulava no universo da internet como um forte rumor, a partir de nota publicada no blog do jornalista Luís Nassif que obteve confirmação em Brasil 247 e aqui virou manchete, a coluna da Mônica fez o certo. Foi ouvir o pivô da notícia, o redator chefe de Veja Mario Sabino. E Mario Sabino fez o errado. Em lugar de contar a real, soltou uma conversa pelo lado do avesso. Garantiu que, ao contrário do que se dizia, ele permaneceria na revista. Firme e forte, todo pimpão, esnobando propostas milionárias que lhe aparecem “todos os anos”. É o que se conclui na leitura da nota ‘Convite’, da referida coluna, hoje. Em tempo: a nota diz que o destino negado por Sabino seria um posto de sócio na Companhia de Notícias, a CDN consolidada como a maior empresa de comunicação corporativa do País. Mas existe crédito para quem tenta ultrapassar a imprensa trabalhar com a imprensa? É o que se vai descobrir.
O que leva um sujeito como Sabino que trabalha, em tese, com a matéria-prima da verdade, a tirar do rumo certo uma coluna exemplar? Tem de ser muito folgado – e não ter o menor apreço pelo trabalho do outro. Do contrário, porque não simplesmente atender a reportagem e, uma vez incomodado em ser personagem da notícia, pedir para falar ‘in off’, avisar que não pode contar o que sabe, solicitar um tempo para deixar o quadro se aclarar? Tudo isso e mil outras alternativas são mais dignas do que falsear. Ainda mais para quem tem a responsabilidade de ser redator chefe da revista de maior circulação do País, quarta do mundo – era assim que se dizia no meu tempo em Veja --, em conversa séria com uma das principais colunas de informação dos jornais brasileiros. Nesse movimento, ele se assemelhou ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que já sem condições de permanecer no cargo, se aferra à cadeira, buscando de maneira desesperada ficar. Um espetáculo lamentável.
Pode ter acontecido, no entanto, de Sabino ter realmente dito a verdade – considerar, ali por volta da hora do almoço de ontem, que realmente estava mantido no seu cargo em Veja. Se foi assim, quem mentiu, então, foi o diretor de redação da mesma publicação, Eurípedes Alcântara. Senão, vejamos a nota oficial que está no alto do sítio da revista na internet:
Nota do diretor à redação
Meus caros,
antes que prevaleçam a maledicência e a desinformação, matérias-primas dos bucaneiros da internet, gostaria de esclarecer o que existe de factual sobre a decisão do Mario Sabino de deixar o jornalismo e, como consequência, seu cargo de redator chefe de VEJA. Havia um ano eu tentava dissuadir o Mario da determinação de deixar a profissão. Ele argumentava que o exercício do jornalismo já não lhe proporcionava a mesma satisfação. Embora eu apontasse que ele continuava a desempenhar suas atribuições com a responsabilidade, brilhantismo, ousadia e originalidade de sempre, Mario foi consolidando sua decisão de mudar de rumos profissionais.
Na semana passada, finalmente, Mario Sabino me procurou para dizer que seguiria mesmo outro caminho.
A decisão do Mario representa uma grande perda – para nós da redação de VEJA e para o jornalismo. Ele esteve ao meu lado durante quase oito anos, no cargo que ainda exercerá até o início do próximo ano, sempre como a melhor companhia que um diretor de redação pode ter na trincheira do jornalismo rigoroso e independente. Perco o convívio de um amigo, mas não a sua amizade. Fica conosco sua lição de profissionalismo intenso e de apego exacerbado à busca da verdade, para ele mais do que uma simples virtude, uma razão de vida. Sob essa ótica, farei e anunciarei nas próximas semanas as mudanças que a decisão do Mario acarreta.
Eurípedes Alcântara
Diretor de Redação
Uau! Alguém nessa história está, como diz o Neto, “de brincadeira” – e com coisa séria. O atual diretor de redação de Veja é o mesmo profissional que, no dia em que o saudoso Tales Alvarenga morreu, correu do sepultamento para seu computador para escrever um editorial de rasgados elogios ao falecido. Em vida, no mesmo dia em que foi escolhido para o seu cargo atual, Eurípedes voou de sua nova sala para o gabinete do então presidente da Editora Abril, Roberto Civita, de par com o igualmente recém nomeado diretor de redação da revista Exame, Eduardo Oinegue, para dizer ao patrão que, sim, aceitava a missão de bom grado – mas, principalmente, para dizer que não poderia trabalhar com a fórmula criada pelo próprio Civita de deixar o Tales, que saia da Direção de Redação de Veja, como coordenador maior das duas estruturas editoriais da casa, Veja e Exame. Quer dizer: assim que foi empossado no novo cargo pelo antigo chefe, saltou escada acima para solapar a nomeação dele como, outra vez, seu novo chefe! Um golpe rápido e certeiro de dar inveja ao Barba Negra e ao Capitão Gancho. Talvez por isso, agora, em sua nota à redação, Eurípedes tenha falado em "bucaneiros". Mais tarde, repita-se, escreveu o editorial de elogios ao profissional que, de mãos dadas com Oinegue, apunhalou. O que está na nota de hoje, à luz desse passado de postura rasteira em momento de luta interna, é, portanto, suspeito. Os elogios ali empilhados a Mario Sabino são tão verdadeiros quanto aqueles escolhidos no editorial sobre o Tales? Ou a nota foi escrita para não dar tempo ao redator chefe de voltar atrás em suas deprimidas reflexões sobre “deixar a profissão”? Em lugar de esperar uma volta de quem não foi – assim foi dito por Sabino à Folha de hoje --, Euripa (ele é assim chamado, carinhosamente, por alguns em Veja) adiantou o serviço e consolidou “o que existe de factual sobre a decisão do Mario Sabino de deixar o jornalismo e, como consequência, seu cargo de redator chefe de VEJA”. Isso mais parece um pé nos costados, bem ao estilo, como já se viu, do Diretor de Redação.
Por estas e outras que certamente ainda irão aparecer, o que era para ser apenas e tão somente um movimento de faxina ética em Veja, dado o radicalismo à direita empreendido na gestão de Mario Sabino como redator chefe da revista, evoluiu para uma autêntica lambança. Acrescida pela entrada no imbróglio do notório Reinaldo Azevedo, que em seu blog, sob o guarda-chuva de Veja, faz um joguinho de ‘de’ e ‘da’ que ele próprio derruba, uma vez que, primeiro, faz disso uma diferença e, em seguida, uma igualdade. Ao que parece, Euripa tirou Sabino de Veja, mas Azevedo, sem poder, queria que ele ficasse. Para melhor juízo do leitor, eis o que o líder do nosso Tea Party postou na madrugada:
Mario Sabino vai sair DE VEJA, mas não DA VEJA
É verdade: Mario Sabino vai sair de VEJA. Não pelos motivos que fariam a satisfação de certa canalha. Mario sai de VEJA, mas não da VEJA. Esse artigo definido que somo à preposição implica, como deixa claro um texto a seguir, que permanece uma cultura, de que Mario é fruto e promotor. Ao longo do dia, as legiões do ressentimento, do ódio, da vulgaridade e do obscurantismo ficaram enviando mensagens para este blog: “E aí, tá com medo?”. O que tenho escrito nestes últimos dias evidencia: tenho não exatamente medo, mas asco, é da irrelevância, da inveja e da estupidez em que essa gente navega.
Abaixo, segue uma nota inequívoca, clara, e solar de Eurípedes Alcântara, Diretor de Redação da VEJA. Fala por si mesma. Os profissionais de VEJA e da VEJA lamentam a saída de Mario Sabino. Todos sabemos que, em seu novo caminho, atuará com o brilho, o rigor e a competência de sempre. Leia a nota de Eurípedes (publicada acima*).

Do que deu para entender, Sabino, agastado, pediu para sair, resolveu ficar, plantou notícia na imprensa neste sentido, Euripa fez que não viu, consolidou a demissão do muy amigo e Azevedo chorou a perda.
*247.

Resposta da dra Abinader aos últimos ataques da CBN Manaus



Carta Aberta a Ronaldo Tiradentes

por Bianca Abinader Gavinho, sexta, 25 de Novembro de 2011 às 12:26
Essa será a primeira e última vez que lhe escrevo, até porque só o fato de ter que digitar o seu nome me dá nojo.
onaldo Tiradentes, não adianta fingir que não aconteceu. Eu derrubei todas as falsas acusações que o senhor vem me imputando há quase dois anos, desde a minha última gravidez. Tudo por ter liderado o Movimento Manaus de Olho, cujo objetivo era denunciar ilegalidades e atos duvidosos de alguns dos seus compadres políticos. E o senhor, burro do jeito que é, veio me perseguir e caluniar em meu ambiente de trabalho uma semana depois do movimento ter sido criado. Minha idoneidade e compromisso profissional foram provados não por mim, mas por meu empregador, a Prefeitura Municipal de Manaus. Nem a sua relação com o prefeito e com alguns secretários dele conseguiu provar que o senhor faz jornalismo. Durma com esse barulho, senhor Ronaldo!
Depois, no desespero, pressionou a Prefeitura a tal ponto que abriram um Processo Administrativo por “críticas depreciativas ao prefeito”, não comprovadas. Numa decisão totalmente arbitrária, a Prefeitura que atestou em documento oficial que eu era ótima funcionária me suspendeu por 90 dias de meu trabalho. Decisão que, segundo o próprio juiz, tem “indícios de ilegalidade” e este mesmo deferiu uma liminar a meu favor, ordenando minha reintegração IMEDIATA. Durma com esse barulho, senhor Ronaldo!
Estou escrevendo aqui porque sei que o senhor, apesar de um pária na internet, tem infiltrados no meu perfil do Facebook, no meu perfil do Twitter e, ao que parece, vive em função de mim. Pergunto-lhe: só o senhor não percebeu que já passou do ridículo? A sua situação é extremamente desconfortável, patética, humilhante diante de todos em Manaus (e agora, graças à sua doença, diante de muita gente boa fora do Amazonas).
É preciso ser muito mal informado, mal intencionado ou ignorante para acreditar em alguém como o senhor, um sujeito com mais de 40 processos no TJ-AM, que já teve o nome envolvido em acusações de compra de diploma, pedofilia e todo um monte de obscuridades. Pra ser bem franca, é preciso ser muito burro mesmo, como o senhor, pra lhe dar algum crédito. Nem os mais incautos, aqueles que ainda desconheciam sua má reputação e acreditaram nas suas mentiras no início de 2010, estão mais com o senhor.
É por isso que o senhor precisa, pessoalmente, inventar 15 apelidos diferentes no seu blog e se fazer passar por leitores para fazer volume à sua farsa. Ou o senhor realmente acredita que ninguém vê o que o senhor faz? Já lhe pegaram, senhor Ronaldo! Durma com esse barulho!
Agora o senhor me acusa de ter fraudado um concurso público. O senhor me acusou de ser funcionária fantasma, depois de atender mal meus pacientes, sem perceber que uma acusação desmonta a outra. Então o senhor me acusou de usar o computador durante o trabalho. Depois inventou a existência de denúncias da população contra mim. Senhor Ronaldo, são quase dois anos, e o senhor não foi capaz de mostrar um único paciente, com nome e rosto, que provasse sua fraude. Sua farsa foi descoberta quando apareceu o relatório da sindicância que o senhor mesmo encomendou à Prefeitura. O senhor tem noção da falta de vergonha na cara que é esconder um relatório que o senhor tanto cobrou? Como pode a CBN sonegar de seus ouvintes o desfecho de uma de suas “reportagens” mais bombásticas? Em vez disso, o senhor foi pressionar o secretário de saúde e dois juízes para me prejudicarem. Por incrível que pareça, conseguiu outras sindicâncias contra mim. Nenhuma prosperou, porque a Prefeitura não podia oficializar a sua fraude forjando documentos para lhe favorecer. Quero continuar achando que a Prefeitura é incapaz de fazer isso!
Derrotado, o senhor inventou um documento e o levou aos seus amigos na Prefeitura. No documento, uma impressão retirada do seu próprio blog, eu criticava autoridades. Novamente a seu mando, a Prefeitura investigou durante quase cinco meses, e não achou NENHUMA prova contra mim. Mesmo assim, pra lhe satisfazer, me suspendeu por 90 dias.
Mas o senhor perdeu novamente. A justiça encontrou o indícios óbvios de ilegalidade na minha suspensão. Depois da sua campanha pessoal para me prejudicar, hoje o senhor precisa engolir o fato de eu estar de volta ao meu trabalho, por ordem de um juiz que lhe expôs ao ridículo em praça pública.
Mas nem assim o senhor se mancou. Persistiu no ridículo. Hoje o senhor me acusa de ter fraudado um concurso público, com a ajuda do prefeito da cidade, e de ser mentirosa compulsiva.
A sua cara não treme, não, Ronaldo? Na sua idade, agindo desse jeito! Não lhe incomodam os olhares de desprezo? Não lhe fere o orgulho saber que falam tão mal do senhor por aí? Não lhe dá vergonha como homem, diante da sua mulher, que ela saiba o que a sociedade pensa do senhor? Não lhe aflige imaginar o que seus filhos vão ler na internet sobre o senhor no futuro? O que eles vão descobrir nos arquivos dos jornais, da Polícia Federal, em diversos sites e blogs por aí? Como o senhor vai lhes explicar o que faz da vida?
Por ter estudado, eu sei o que é Projeção Freudiana, um distúrbio mental que faz com que o paciente transfira para terceiros seus próprios pensamentos indesejáveis ou defeitos de personalidade. O senhor atribui aos outros defeitos de caráter que são seus. Acusa outros de falsários da internet, enquanto o senhor mantém perfis falsos ali, de onde agride e ameaça quem lhe contesta com toda a sorte de baixarias. Me chama de agressiva, enquanto conta aos seus leitores (no site oficial da CBN) que deu um “corretivo” num leitor que lhe criticou. Denuncia quem critica autoridades, enquanto chama o ex-governador Eduardo Braga de corrupto e diz que o Manaustrans é um caça-níquel, só porque tomou uma multa de trânsito. O senhor fala de contratos suspeitos do governo estadual, mas sua família e sua rádio mantêm contratos milionários com a Prefeitura.
O senhor e o blogueiro Raimundo Holanda fazem dobradinha, me acusam de ser mentirosa, mas em 2008 ele lhe acusou de tê-lo ameaçado de morte. Em troca, o senhor pediu a prisão dele, e disse que ele já estava morto. Ele contou à polícia que havia testemunhas da ameaça. Vocês dois trocaram acusações públicas, um chamando o outro de desqualificado. O senhor o chamava de “rato de esgoto”, porque seu acervo de xingamentos é limitado à sua escolaridade, e ele o acusava de ser uma piada como advogado. A história de vocês estava contada até segunda passada (dia 21) no próprio blog dele. Como eu sabia que, desmascarando vocês, ele ia deletar tudo, salvei uma cópia pra mim. E não é que ele apagou mesmo? Vocês têm mais é que que se manterem unidos mesmo, mesmíssimo nível de “jornalismo”. Vocês são éticos para as negas de vocês! Se conhecem muito bem, pelas acusações certeiras que trocaram.
Depois de saber da sua nova projeção freudiana, decidi me apresentar da maneira correta. Achei que era a hora de lhe explicar por que o senhor está passando essa vergonha nacional e porque está perdendo a cabeça por causa de uma simples cidadã comum.
Preste atenção ao que eu vou lhe contar sobre mim: eu estudei muito, a minha vida inteira, sendo aprovada com louvor em todos os colégios por onde passei. E eu estudei nos melhores de Manaus, com o sacrifício dos meus pais. Já o senhor foi acusado de comprar o diploma de Ensino Médio de uma escola pública. Depois da acusação em rede nacional, precisou fazer em segredo um curso supletivo às pressas, no interior do Amazonas e na escuridão da noite, sob a vigilância da Polícia Federal.
Aos 17 anos passei, na primeira tentativa, numa Universidade Federal e pro curso mais concorrido, que é Medicina. E mesmo com todas as dificuldades que o curso apresenta, nunca reprovei ou repeti nenhuma, repetindo, NENHUMA disciplina. O que o senhor fazia aos 17 anos de idade, senhor Ronaldo? Em quantos vestibulares a sua mãe teve a felicidade de ver seu nome na lista de aprovados? Eu não sabia, mas os mais velhos sabem o que aconteceu: Para entrar na mesma universidade pública em que eu entrei por mérito, o senhor foi acusado de apresentar um diploma falso. Como resultado, precisou pagar uma instituição particular, onde o senhor já admitiu que não aparecia muito para estudar.
Não podia dar coisa boa, eu já vi o senhor quase tomando cascudo de um juiz pela sua incompetência como advogado. Na decisão que ordenou minha reintegração, outra vergonha. O senhor queria se declarar amigo da Corte, o que só acontece em matérias constitucionais. No meu lugar e com as horas de banco de escola que tem, o senhor já teria receitado anticoncepcional para homens e exame de próstata para meninas. Enquanto isso, eu era reconhecida pelo meu trabalho, não apenas pela Prefeitura, mas por quem mais interessa: meus pacientes. Durma com isso, senhor Ronaldo.
Ainda durante a faculdade, fiz o concurso para a Secretária Municipal de Saúde. Veja bem, ainda faltava mais de um ano pra me formar. Apesar do que dizem do senhor, acredito que o senhor sabe ler. Se eu estiver certa, deve ter lido o quinto requisito (letra “e”) do item 5 (“Requisitos para posse”) do edital do concurso. Eu vou transcrever letra por letra, pro senhor soletrar: “e) ter concluído, até a data da posse, o(s) curso(s) exigido(s) para o cargo a que se candidatou”. Nem que eu quisesse, poderia ficar entre os primeiros lugares, pois precisaria estar formada para assumir meu cargo. Fui aprovada por mérito, senhor Ronaldo. Tem gente que não conhece a sensação de ver o mar, e tem gente que não conhece a sensação de ser aprovado por mérito, como o senhor. Nunca precisei depender de indicação ou cargo de “confiança”, como vários membros de sua família na gestão do prefeito atual.
E quanto a me acusar de fraudar frequência: o senhor tem noção da gravidade do que me acusa? Deixa eu lhe explicar, senhor Ronaldo: não sou da sua laia! Nunca cometi irregularidades, não subi na vida puxando saco, enganando nem bajulando ninguém. Estudei, trabalhei e me dediquei, coisas nas quais o senhor parece não ter a menor experiência!
Fui chamada pelo concurso da SEMSA em Junho de 2006, já graduada, assumindo o cargo de imediato como médica generalista na UBS Sálvio Belota, Zona Norte de Manaus. Tinha dois plantões por semana, cada um de 12 horas, que completavam 24 horas no final (e eu recebia por 20). Olha que coisa: ao invés de ganhar dinheiro público sem trabalhar, como o senhor me acusa me igualando aos seus, eu trabalhava A MAIS do que recebia. E estava grávida de minha primeira filha.
Entrei de licença maternidade em novembro de 2006, voltando para o meu cargo em março de 2007, quando pedi para entrar no programa Médico da Família na UBSN-17, no Campo Dourado. E ao contrário do que o senhor me acusa, minha aprovação pela população de lá, pelos meus serviços prestados em quase quatro anos, foi de 99% da população, REPETINDO: 99%. Como está oficializado nesta Sindicância que o senhor mesmo cobrou, mas nunca divulgou: http://ocasobiancabinader.wordpress.com/a-sindicancia-janeiro-de-2010/
Durma com esse barulho, Ronaldo. Aliás, nesse site, estão TODOS os documentos que comprovam as suas mentiras. Não tenho nada a esconder, mas pelo visto o senhor tem muito, já que nunca divulga nada disso. Pelo contrário, seguiu me caluniando, perseguindo, ameaçando, difamando, esperneando em toda uma sorte de golpes sujos e abuso de poder que o senhor construiu com sua “influência”. Nem minhas filhas, de um e quatro anos, foram poupadas da sua sujeira. E tudo isso com a CBN Nacional fazendo vista grossa, sabe-se lá até que ponto.
O mais novo absurdo foi ter me acusado de ter fraudado concurso, pois minha colocação foi além do número de vagas proposto inicialmente. Bom, agora vou lhe dar uma aulinha sobre concursos, porque eles medem mérito educacional, coisa alheia ao senhor: existem os aprovados, que tiveram aproveitamento acima de 50% da prova. Destes, há os classificados, aqueles cuja colocação ficou dentro das vagas inicialmente informadas no edital. É matemática de ensino básico, senhor Ronaldo! A não ser que também lhe acusem do contrário, esse você fez! Vou colar os itens do próprio edital aqui, pro senhor. Leia pausadamente, se possível em voz alta:
8.1.2 – Após a 1ª Etapa, os candidatos serão classificados por cargo, em função do total de pontos obtidos, sendo eliminado o candidato que obtiver aproveitamento inferior a 50%(cinqüenta por cento) do total de pontos das Provas Objetivas. Será, ainda, eliminado o candidato que obtiver zero em qualquer das Provas Objetivas. Havendo empate na totalização, prevalecerá o maior número de pontos na Prova de Conhecimentos Específicos. Persistindo o empate, preponderará o maior número de acertos nas questões de maior valor, sucessivamente, em Conhecimentos Específicos e em Língua Portuguesa III. Mantido o empate, terá preferência o candidato mais idoso.
8.1.3 – Após a 1ª Etapa, serão considerados habilitados para a 2ª Etapa os mais bem classificados até o dobro das quantidades de vagas definidas no item 2. Os demais candidatos não eliminados poderão ser convocados para as demais Etapas deste Concurso Público, quando de conveniência da SEMAD, observada rigorosamente a ordem de classificação e o prazo de validade do certame.
Todos perceberam que o senhor é covarde o suficiente pra atacar mulheres, preferencialmente em seu estado mais delicado, que é a gravidez. Foi assim que o senhor me atacou pela primeira vez, grávida de oito meses. E foi assim que o senhor me ameaçou de morte também, grávida de oito meses, ameaçando também a vida de uma criança inocente que eu carregava comigo.
Entenda o que me torna tão diferente do senhor, de uma vez por todas. Eu estudei, o senhor não. Eu tenho um trabalho de verdade, o senhor não. Meus pacientes no Campo Dourado e no Morro da Liberdade fizeram abaixo-assinados pedindo a minha volta. Os governantes que o senhor incomoda lhe detestam, e isso eu já ouvi da boca de alguns deles. Eu trabalho de dia e de noite, e mesmo tão ausente, tenho o amor e a admiração das minhas filhas. O senhor passa uma hora por dia no rádio, resolvendo seus problemas pessoais, e chama isso de trabalho. Eu não tenho título de cidadã de Manaus, e ando de cabeça erguida por onde eu quiser, considerada uma mulher de fibra por ter lhe enfrentado. O senhor tem título de cidadão de Manaus, outorgado sem o consentimento da sociedade por políticos que lhe odeiam, e por isso precisa de seguranças e carros blindados para andar por aí. Eu, uma simples cidadã comum, sou apenas uma das milhares de pessoas que diariamente contribuem para o bem dos outros nessa cidade. O senhor é um homem doente que achou em Manaus o solo fértil para enriquecer sem explicação, mesmo sem saber a diferença entre justiça comum e justiça especial (o senhor lembra, esse foi outro dos episódios em que o senhor precisou ser repreendido por um juiz durante uma audiência, na minha frente).
Conte a verdade para a sua mulher, uma coitada que nas redes sociais critica quem usa identidades falsas para cometer crimes. Conte a verdade para a sua mãe, no nome de quem o senhor colocou todos os bens que tem. Conte a verdade para os seus ouvintes, diga que essa história de defender crianças subnutridas de médicas faltosas é mentira. Diga que o seu problema comigo foi que eu lhe venci, que o senhor foi humilhado publicamente na internet, onde não suportou ter que responder sobre a farsa de jornalismo que faz. Explique à rede CBN e a pessoas de todo o país por que não deu publicidade ao relatório da sindicância que o senhor causou. Diga sem meias palavras, senhor Ronaldo, que foi desonesto enganar seus ouvintes e esconder a verdade deles.
Conte que enquanto todos os repórteres de jornais, TV, rádios e portais mantêm contas nas redes sociais, o senhor hoje é obrigado a ter uma conta falsa, como tantos outros desocupados que hoje vemos na internet, matando seu enorme tempo livre com o que não presta. Conte que na internet e na imprensa de fora, onde reina a liberdade e onde impera o argumento, o senhor virou pó em poucas horas. Conte a eles que, diferente de mim, o senhor, dono da marca CBN local, se arrasta às margens da sociedade, sem nome, sem rosto, sem leitores, sem seguidores e sem importância. Conte para a sua esposa o que o senhor espalhou sobre ela pela cidade, dizendo que sua perseguição a mim era ordem dela, que teria ciúmes de suas obsessão doentia por mim, fora outras mentiras tão inescrupulosas que eu não tenho nem coragem de repetir. Algumas delas me foram contadas por diretores do CRM Amazonas, indignados.
É isso, senhor Ronaldo Tiradentes, o que nos torna tão diferentes. E é por isso que o senhor me odeia tanto. Porque diferente do seu mundo de mentira, onde ninguém presta e onde só se vence puxando saco e prejudicando os outros, existe um mundo normal, de gente normal, de gente honesta, estudiosa, trabalhadora. O senhor tenta me destruir há dois anos, e não consegue. Podia estar se dedicando aos seus muitos filhos, que tanto precisam de atenção, exemplo paterno, noções de civilidade e moral, mas prefere atacar crianças inocentes, filhos de gente de bem.
Aí pro senhor, que se irrita com qualquer pessoa que lhe repreende sobre essa farsa que o senhor montou contra mim, que ofende e xinga qualquer leitor seu que lhe questiona e que diz que as milhares de pessoas no Brasil inteiro que descobrem a farsa e passam a divulgar a verdade são meia-dúzia de "imbecis" eu lhe digo: são pessoas normais apenas. Acredite, senhor Ronaldo, existe este mundo que lhe falei, em que as pessoas são apenas decentes sem esperar nada em troca além da sua própria paz. Neste mundo os iguais, os decentes, se identificam e se ajudam, e se percebem que um dos seus está sendo injustiçado, eles vão ajudar, vão se por em seu lugar, mesmo que aquilo não lhe traga nenhum benefício, pelo simples fato de estar fazendo o certo. Neste mundo ninguém passa a perna em ninguém, ninguém faz chantagem, ninguém ganha dinheiro sem trabalhar, ninguém mente sobre outro só pra prejudicar. Difícil imaginar esse mundo? É compreensível, depois de tanto tempo fora dele é normal que se esqueça.
Não vou pedir pro senhor parar, sei que o senhor é incapaz de saber o que é o limite do bom senso. Continue: mostre aos poucos que ainda acreditam em suas mentiras quem o senhor realmente é.
O mal por si se quebra e o senhor está conseguindo isso com louvor!

Mario Sabino ou o dia em que matei meu pônei



Mario Sabino ou o dia em que matei meu pôneiFoto: Reprodução/ Tv Globo

COM A QUEDA DE MARIO SABINO, O JORNALISMO BRASILEIRO RESPIRA MELHORES ARES; EM VEJA, ELE FOI O GRANDE RESPONSÁVEL PELA DEGRADAÇÃO EDITORIAL DE UMA REVISTA QUE, SIM, JÁ FOI ADMIRADA POR GRANDE PARTE DOS PROFISSIONAIS DE IMPRENSA NO BRASIL

25 de Novembro de 2011 às 07:36
Leonardo Attuch_247 - Um mês atrás, estive em Recife, participando de um debate com dois grandes jornalistas brasileiros: Fernando Morais, que já vendeu mais de 5 milhões de livros, com seus romances e biografias, e Raimundo Rodrigues Pereira, ex-editor da Realidade e criador do Movimento, durante a ditadura militar. Ambos já escreveram em Veja, mas se viram forçados a se explicar à plateia, dizendo que trabalharam "naquela Veja", não "nesta Veja". Em Brasília, um de meus bons amigos é o jornalista Hélio Doyle, professor renomado da UnB, colunista deste Brasil 247 e também ex-editor de Veja. Doyle, com frequência, é cobrado pelos alunos sobre essa grave mancha em seu currículo - e ele, com frequência, dá explicações semelhantes às de Fernando Morais e Raimundo Pereira. Doyle trabalhou "naquela Veja", não "nesta Veja". Um tanto mais jovem do que os três colegas aqui citados, eu também trabalhei em Veja, no início da minha carreira jornalística, em 1994. Infelizmente, numa revista que já deixava de ser "aquela" para se transformar "nesta" Veja. Onde os editores babavam, como chacais, diante da primeira alternativa de destruir uma reputação. Vivi, por exemplo, o caso do embaixador Rubens Ricupero e de suas inconfidências parabólicas. Nada contra cobrir o caso em si - o modo de cobertura é que já revelava a transformação daquela revista nesta revista. E, quando saí, fui aconselhado pelo ex-chefe a ser mais "filho da puta" - nesses termos. Caso contrário, não teria futuro algum na publicação.
Felizmente, naquele breve período, não tive o desprazer de conhecer Mario Sabino. Ele era ainda um personagem secundário, mas que, rapidamente, absorvia a cultura que, com ele, atingiu seu zênite. Anos depois, quando trabalhei na Editora Três, soube que Sabino foi demitido do cargo de editor de cultura da Istoé por um comentário, numa reportagem sobre o escritor Paulo Coelho, que já revelava parte de seu caráter. Algo jocoso, na linha do "cada país tem o escritor que merece". Domingo Alzugaray, dono da editora Três, sempre foi um gentleman. Um dos barões mais cordatos da imprensa brasileira. Que seria capaz de admitir uma crítica profissional a um autor, mas não ao público, de maneira geral e indiscriminada.
Por que Sabino teria agido desta maneira em relação a Paulo Coelho? Talvez devido ao fato de ser um escritor frustrado. Seus livros só fizeram sucesso, realmente, nas páginas de Veja. O primeiro deles, "O dia em que matei meu pai", recebeu críticas mandatórias elogiosas na publicação, misturando interesses públicos e privados, e de forma questionável foi incluído na lista de mais vendidos de Veja. Poucas pessoas se deram ao trabalho de ler, mas quem viu enxergou, na obra, os primeiros sinais de conflitos psicológicos internos do autor, que foram levados ao comando editorial da maior revista semanal brasileira. O segundo, chamado "O vício do amor" e lançado nesta semana no programa do Jô Soares, é também sério candidato ao anonimato literário, apesar do esforço de divulgação.
Em Veja, Sabino deu provas reiteradas de seu caráter. Anos atrás, quando Istoé publicou uma capa sobre um erro da revista da Editora Abril, que destruiu a carreira de Ibsen Pinheiro colocando três zeros a mais num extrato bancário, Veja respondeu na semana seguinte. Numa matéria sobre a concorrente, Sabino classificou em vários trechos o jornalista Hélio Campos Mello, ex-diretor de redação da Istoé e atual dono da Brasileiros, como um reles "fotógrafo" - na lógica de Sabino, fotógrafos são seres inferiores a escritores frustrados. E seu estilo de ataque lembra o de pessoas que, quando enfrentam adversários, molham a pontinha do dedo com saliva e dizem: "Eu te afogo".
A chegada de Fabio Barbosa
O caso Hélio Campos Mello foi apenas um dos inúmeros exemplos daquilo que Luis Nassif classificou como "assassinatos de reputação em série", praticados por Mario Sabino. Assassinatos que se tornaram mais notórios na esfera política, mas que também atingiram os meios cultural, artístico e até jornalístico. Sabino tinha um chefe, Eurípedes Alcântara, que continua em Veja, mas era dele a mão pesada e irresponsável da publicação. Eurípedes, ao contrário, é suave e educado.
Neste ano, quando a Editora Abril anunciou a contratação de Fábio Barbosa, ex-presidente do Santander, para o comando do grupo, com poderes inclusive sobre a área editorial, ficou claro e cristalino que os dias de Mario Sabino estariam contados em Veja.
Barbosa tem nome, currículo e reputação. Não jogaria tudo na lata de lixo para preservar um nome que não é querido na própria casa - sim, a redação de Veja, nesta sexta-feira, amanheceu em festa. E, aqui no 247, passamos a escrever o óbvio, desde o dia em que Fábio Barbosa foi anunciado. Mario Sabino estava prestes a cair.
Alguns diziam que estávamos torcendo ou tentando organizar a sucessão em Veja. Na verdade, estávamos apenas interpretando uma realidade cristalina. Sabino teve ainda a má sorte de se arriscar ainda mais, na semana em que foi anunciada a chegada de Fábio Barbosa. Com o chefe Eurípedes Alcântara em férias, ele organizou a reportagem sobre José Dirceu que terminou numa delegacia de polícia devido ao fato de um repórter ter tentado invadir um quarto de hotel em Brasília.
O ex-presidente do Santander não toleraria condutas desse naipe, como também misturas entre interesses públicos e privados numa publicação tão relevante como é a revista Veja. Exemplo: Felipe Patury, hoje colunista de Época, deixou a publicação da Abril porque não teve liberdade para escrever sobre o faustoso casamento do criminalista Roberto Podval em Capri, onde um dos convidados foi Sabino. Semanas depois, Podval, que já defendeu Sabino em processos judiciais, foi brindado com uma entevista de páginas amarelas, que lançava seu nome para a disputa da OAB - a chapa, jocosamente, já é chamada pelos adversários de "Pepino di Capri".
Nesta sexta-feira, o jornalismo brasileiro amanheceu melhor. Respira, novamente, bons ares. Todos que já trabalharam em Veja torcem para que um dia possam voltar a ler "aquela" Veja -- e não "esta" Veja.
Comenta-se que Mario Sabino irá trabalhar na Companhia de Notícias, uma assessoria de imprensa do bom jornalista e bom amigo João Rodarte. Se é verdade, a CDN saiu perdendo. Essa atividade exige, sobretudo, bom relacionamento entre os pares.
E não há um profissional brasileiro que tenha construído tantos inimigos em tão pouco tempo como Mario Sabino. Amigos, talvez ele tenha dois: Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo.
Bom, paremos por aqui, porque o Brasil amanheceu nesta sexta com um sol radiante.