quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A confissão de Roberto Marinho na participação do golpe de Estado que resultou na ditadura

Te cuida Dilma, já falam até que não terminarás o teu mandato

Eles são mesmo aliados?


Eles são mesmo aliados?
 
Foto: ED FERREIRA/AGÊNCIA ESTADO

 

A relação entre Dilma e Temer nunca foi tão ruim. E já se diz que Dilma corre o risco de não terminar seu mandato

11 de Agosto de 2011 às 11:01
Leonardo Attuch_247 – A imagem acima data de ontem, 10 de agosto de 2011. Deveria retratar os dois principais aliados de um governo majoritariamente aprovado pela população. Com bons índices de popularidade e a economia brasileira razoavelmente protegida da crise internacional, os dois deveriam sorrir na imagem. Mas as lentes dos fotógrafos de Brasília, em geral, captam bem mais do que as palavras revelam. A presidente Dilma Rousseff e seu vice Michel Temer já não podem ser chamados de aliados. São, no máximo, inimigos cordiais.

O clique foi feito numa reunião dos dois com os partidos da base aliada, com o objetivo de recompor a articulação política do governo – se é que existe articulação em Brasília. Um partido, o PR, já debandou depois da crise no Ministério dos Transportes. E o clima é de rebelião no PMDB, golpeado em duas trincheiras: a Agricultura e o Turismo. A situação parece tão grave que ontem a presidente Dilma teve de se reunir, a portas fechas, com o ex-presidente Lula. E ele sugeriu a ela que não esticasse demais a corta em relação ao PMDB.

Mais grave ainda é a ponderação feita pelo líder de fato do PT, José Dirceu. Segundo informação publicada hoje na coluna do jornalista Claudio Humberto, Dirceu teria tido conversas reservadas com políticos da base aliada, incluindo o senador José Sarney – um dos alvos da Operação Voucher, da Polícia Federal. De acordo com o colunista, Dirceu estaria “apavorado” com os erros da presidente Dilma no relacionamento com o Congresso e teria manifestado o temor de que ela não consiga concluir o seu mandato. Claudio Humberto lembra ainda que o último presidente que pretendeu governar ignorando o Congresso acabou derrubado por um impeachment – detalhe: ele foi o porta-voz de Fernando Collor.

Embate com a PF

No centro da crise aguda entre o governo Dilma e o PMDB, está a Operação Voucher, da Polícia Federal. Hoje, os jornais circulam com inforamações aparentemente contraditórias. De um lado, os vazamentos da PF revelam que o senador José Sarney seria o grande beneficiário dos desvios de R$ 3 milhões no Ibrasi, que firmou convênios irregulares com o Ministério do Turismo. De outro, fontes palacianas informam que Dilma Rousseff teria mandado enquadrar a Polícia Federal, depois que a Operação Voucher lhe criou uma grave crise política. Serão as duas informações verdadeiras ou uma delas é apenas jogo de cena, para acalmar os ânimos dos aliados peemedebistas?

Se a Operação Voucher já criou uma grande crise, imaginem então quando – e se – a Polícia Federal retomar a Operação Boi Barrica, que tem como alvo principal o empresário Fernando Sarney, que vem a ser filho do presidente do Congresso.

Leia também aqui uma reportagem anterior do 247 sobre a guerra entre Dilma e Temer e os artigos de Hélio Doyle e Hugo Studart sobre a tensão política em Brasília.

Zé Dirceu outro lobista de Daniel Dantas ataca PF

Zé Dirceu ataca a PF


Zé Dirceu ataca a PF
 
Foto: LEANDRO TAQUES/Agência Estado

 

 

Ex-ministro vê na ação da Polícia Federal a tentativa de dinamitar a aliança entre PT e PMDB



11 de Agosto de 2011 às 17:23

247 – Ontem, em entrevista ao Brasil 247, o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, referência do PT em temas jurídicos, atacou abertamente a Operação Voucher, que prendeu 35 pessoas ligadas ao Ministério do Turismo. “É a volta da polícia polícia”, disparou Greenhalgh, insinuando ainda que o atual ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo não tem controle sobre a Polícia Federal – o que gerou reações imediatas em Brasília. Agora, é o líder de fato do PT, José Dirceu, quem ataca a nova operação da PF. De acordo com ele, a Operação Voucher faz parte de uma tentativa de implodir a aliança entre PT e PMDB. No seu blog, ele publicou o texto “Em marcha uma Operação Satiagraha II”, sobre a nova ação da PF, denunciando abusos de poder e de autoridade. Leia abaixo o texto postado hoje pelo ex-ministro da Casa Civil:


Em marcha uma Operação Satiagraha II


Na chamada Operação Voucher da Polícia Federal (PF), deflagrada para apurar denúncias de corrupção no Ministério do Turismo e que resultou na prisão de 35 pessoas ontem, há na ação policial uma arbitrariedade e um abuso de autoridade evidentes.


Eles se evidenciam tanto na forma como se deram as prisões, quanto na tentativa aberta de vincular toda denúncia de irregularidade ou corrupção em órgãos da administração federal a partidos, ou mesmo ao governo.


Prossegue, abertamente, essa prática de vincular as denúncias e os presos a partidos políticos, numa tentativa evidente de deslegitimar não apenas a coalizão que apóia o governo, mas a própria ideia de aliança político-partidária. Como se esta não fosse legítima e nem adotada por muitos outros governos democráticos no mundo.


Atacam partidos, coligação e coalizão de governo
Fazem-no como se não fosse possível que os mesmos problemas surgidos em uma gestão conduzida por uma coalizão não ocorressem num governo de partido único, ou sem um arco de alianças tão amplo quanto o que se formou e dá sustentação ao atual governo brasileiro.


Vejam, prossegue o que eu escrevi aqui há dois dias: o que pretendem, de fato, é desmontar a aliança que sustenta a administração Dilma Rousseff. Leiam o post Ao velho estilo udenista, oposição assume bandeiras da mídia contra o governo.


Fora o fato de que está evidente que há abuso de autoridade e prisões arbitrárias, na forma como foram feitas, sem amparo, respaldo ou base na lei. Em muitos casos, fica claro, são prisões desnecessárias, cujo único objetivo é o espetáculo midiático e a tentativa de criar um clima de mar de lama e de corrupção generalizada.


É só refletir um instante para ver que agem de acordo com a linha editorial comum a vários órgãos de imprensa. Atuam de forma a passar à opinião pública a impressão de que a causa disso tudo - das denúncias de corrupção, principalmente - é a participação dos partidos no governo e a política de alianças.


Querem denegrir a política de alianças
Percebam, também, que isso não acontece quando as denúncias atingem governos tucanos nos Estados? Neles, a mesma forma de governar e de participação dos partidos na administração pública - via coalizões e alianças - se reproduz. Repete-se, inclusive, nos municípios.
Isso sem falar no fato de que não há nenhuma evidência, na maioria dos casos, nas denúncias e nas investigações, de participação dos partidos, ou mesmo dos ministros, nas irregularidades. Muito menos do governo.


O que há, ostensiva e claramente, repito, é a volta das prisões espetaculosas com ampla cobertura da mídia, previamente informada das investigações. O que há, e com fortes indícios de abuso de autoridade, insisto, são prisões desnecessárias e em muitos casos ilegais, cujo único objetivo é a espetacularização midiática, quando não abertamente política.

Líder do governo critica “método pouco eficaz” da PF


Líder do governo critica “método pouco eficaz” da PF
Foto: JOSE CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

 

Vaccarezza nega, entretanto, tentativa de desestabilizar o governo, apontada por José Dirceu


11 de Agosto de 2011 às 18:12
Evam Sena_247, Brasília – Não há consenso dentro do PT sobre a crítica de José Dirceu à Operação Voucher da Polícia Federal, que prendeu na última segunda-feira 35 pessoas ligadas a fraudes no Ministério do Turismo. Em artigo publicado em seu blog, Dirceu afirma que a PF vincula as denúncias de corrupção ao loteamento político com o objetivo de desmontar a aliança partidária que sustenta do governo da presidente Dilma Rousseff.

O Ministério do Turismo é comandado pelo PMBD, pelo ministro Pedro Novais. Entre os presos pela operação estão o secretário-executivo da pasta, Frederico da Silva Costa, e o secretário de Programas de Desenvolvimento de Turismo, Colbert Martins, ambos peemedebistas.

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), apontou hoje “abuso de poder” e “tortura psicológica” nos métodos da Polícia Federal e do Ministério Público, que determinou as prisões, mas creditou isso ao “método pouco eficaz” da PF, que “existe há algum tempo”, e não à tentativa de acabar com a aliança entre PT e PMDB, como sugeriu Dirceu.

Para Vacarezza, as prisões de algumas pessoas foram decretadas sem “muita certeza” de seu envolvimento. “Houve abuso do juiz. Não pode fazer de uma prisão uma condenação de pessoas. Eu te garanto que nem todas as 38 pessoas com mandato de prisão estão envolvidas”, disse o petista.

Sem comentar a declaração de Dirceu, o senador Walter Pinheiro (PT-BA) acha uma “bobagem” acreditar que exista uma trama na PF para desestabilizar o governo. “Houve abusos, mas imaginar que tem uma trama, pensada por um delegado, combinada com 200 policiais, para derrubar a presidente e um ministro é bobagem. Se fosse assim, nossa República estaria muito fragilizada”, alegou ao Brasil 247.

Para o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), não houve exageros na Operação Voucher e investigações nesse estilo devem ser apoiadas pelo governo. “O exagero é o roubo. A PF tem que ter apoio em ações dessa natureza, porque a impunidade é o que estimula a corrupção política”, disse.

Rumor de perseguição a Amorim envolve a Globo


 
 
Foto: Divulgação

 

 

Jornalista Rodrigo Vianna, ex-Globo, divulgou em seu blog suposta marcação da vênus platinada sobre o ministro da Defesa; intenção seria a de ouvir apenas generais que não gostam dele; William Bonner teria sido convocado a trabalhar no final de semana para driblar o vazamento



11 de Agosto de 2011 às 18:10

247 – Na última sexta-feira, 5, o repórter da Rede Record Rodrigo Vianna, ex-Globo, recebeu ligação de uma fonte que trabalha na sua antiga emissora. O contato reportou ao jornalista detalhes de uma suposta orientação da diretoria da emissora para a produção de reportagens que desqualificariam o ex-chanceler Celso Amorim como ministro da Defesa. Foi o que Vianna escreveu em seu blog, Escrevinhador. Segundo sua fonte, “a orientação é muito clara: os pauteiros devem buscar entrevistados – para o JN, Jornal da Globo e Bom dia Brasil – que comprovem a tese de que a escolha de Celso Amorim vai gerar ‘turbulência’ no meio militar”. A fonte teria dito ao repórter da Record: “É cada vez mais desanimador fazer jornalismo aqui”.


Rodrigo Vianna, que trabalhou na Globo de 1995 a 2006, ano em que foi demitido, associou a informação ao “velho jornalismo praticado na gestão de Ali Kamel”, atual diretor de Jornalismo da emissora, pela qual as “reportagens devem comprovar as teses que partem da direção”. No caso de Celso Amorim, a fonte teria lhe dito que a jornalista Eliane Cantanhêde também iria ajudar com a repercussão da teoria, com seus comentários na Globo News. “Fique atento aos comentários dela; está ali para provar a tese de que Amorim gera instabilidade militar, e de que o governo Dilma não tem comando”. O contato, chamado por Rodrigo Vianna de “colega jornalista”, deu os bastidores: “rapaz, eu não tenho blog para contar o que estou vendo aqui, está cada vez pior o clima na Globo”.


Nesta quarta-feira, o jornalista Luis Nassif publicou em seu blog que após a informação do plano “caça a Amorim” ter vazado da Globo, a emissora busca quem o delatou para Rodrigo Vianna. “Como era sigiloso e envolveu não mais do que 20 profissionais de três capitais, eles consideram que fazer o mapeamento e achar o ‘traidor’ é questão de tempo”. Nassif lembra aos diretores, porém, que esse tipo de segredo “não dá pra ser guardado numa redação”. O processo para o vazamento, descrito pelo jornalista, é simples: um editor tem sempre outro editor com quem troca confidências, os repórteres sempre comentam com os cinegrafistas, sem contar que há sempre alguém que ouve. “(...) esqueçam, será impossível descobrir de onde partiu a notícia que caiu como uma bomba no colo dos gestores”.


Em seu blog, Nassif revela que até mesmo o Código de Princípios da Globo, planejado para ser divulgado em um seminário, teria sido antecipado por conta do vazamento. E que, pelo mesmo motivo, os comandantes do Jornal Nacional, William Bonner e Fátima Bernardes, teriam sido convocados para trabalhar no final de semana, “fato raríssimo”, descreve Nassif. O Brasil 247 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Globo, que ainda não respondeu sobre o caso.

CBF recua e cancela jogos contra Itália e Espanha

CBF recua e cancela jogos contra Itália e Espanha
Foto: REUTERS

 

Entidade amarela; derrota do Brasil de Mano (foto) por 3 a 2 para a Alemanha pesou; além de cancelar amistosos contra os dois últimos campeões do mundo, jogo contra a Inglaterra subiu no telhado; patrocinadores fulos com rendimento do time; confirmados: Egito, Costa Rica, México e Gabão


11 de Agosto de 2011 às 17:56

247 – Certamente com receio de cair no ranking das seleções e desprestigiar ainda mais o técnico Mano Menezes, a CBF anunciou hoje que a equipe nacional não jogará mais contra a Itália e a Espanha, os dois últimos campeões do mundo. O amistoso previamente acordado contra a Inglaterra igualmente está ameaçado, podendo entrar a Suíça no lugar da forte seleção britânica.

Dessa maneira, o Brasil de Mano, que ontem perdeu para a Alemanha por 3 a 2, jogando muito mal, terá pela frente, de maneira amistosa, até o final do ano, apenas equipes consideradas de segundo linha no futebol mundial: Egito (6 de setembro), Costa Rica (7 de outubro) e México (11 de outubro). Logo após a eliminação do Brasil na Copa América, a entidade máxima do futebol brasileiro chegou a anunciar os amistosos contra Espanha e Itália.

Mas ao apresentar o calendário de jogos em 2011, hoje, a CBF optou por cancelar o acordo com as duas grandes seleções e resolveu agendar jogos contra equipes sem muita tradição no futebol. O que pode ter pesado no cancelamento dos amistosos contra as últimas campeãs mundiais é uma comentada insatisfação dos patrocinadores da seleção brasileira com as derrotas da equipe verde e amarela para as grandes seleções do futebol mundial.

Esta poderia ser uma atitude contraditória da CBF. Nos tempos de Dunga, a seleção brasileira era criticada por não realizar amistosos contra grandes equipes e no início do comando de Mano Menezes havia a promessa que esta situação seria diferente. Fato que não aconteceu.

 

 

BlackBerry é a ferramenta de comunicação dos agitadores ingleses



Os agitadores ingleses se organizam rapidamente usando o serviço de mensagens quase instantâneo e gratuito dos 'smartphones' BlackBerry, que têm a vantagem, para os vândalos, de ser codificado, ao contrário dos posts publicados na rede social Twitter.

Os aparelhos BlackBerry, frequentemente associados a empresários que checam seus e-mails nestes telefones multifuncionais, também são usados amplamente pelos agitadores ingleses desde o fim de semana passado.

"Se você usa o Twitter e até certo ponto o Facebook, suas mensagens são públicas", explicou Alastair Paterson, diretor-geral da Digital Shadows, empresa especializada em segurança na internet.
No entanto, "se você utiliza o serviço de mensagens do BlackBerry, geralmente só os contatos aprovados pessoalmente podem ver suas mensagens", explicou à AFP.
O serviço de mensagens do BlackBerry (BBM) possui outras vantagens: é gratuito e permite enviar a mesma mensagem a várias pessoas ao mesmo tempo.

O Blackberry, assim como o Twitter e o Facebook, que também foram amplamente usados pelos manifestantes em diferentes revoltas como a do Egito, no começo do ano, são "ferramentas de comunicação muito eficientes, capazes de burlar a vigilância da polícia", disse Paterson.
O deputado da oposição britânica, David Lammy, representante de Tottenham, bairro do norte de Londres onde começaram os primeiros distúrbios no sábado, pediu à BlackBerry que contemple a possibilidade de suspender seu serviço de mensagens.

O BBM é "um dos motivos pelos quais os malfeitores principiantes demonstram ser mais inteligentes do que as forças da polícia, muito mais sofisticadas", escreveu esta terça-feira no Twitter, pouco antes da quarta noite de violência no país.

Mas para Paterson, a suspensão do BBM não resolveria o problema, visto que os agitadores poderiam recorrer a outros meios de comunicação. As convocações para saquear e enfrentar a polícia têm circulado nos últimos dias no BBM, como uma mensagem escrita no domingo e publicada depois no Daily Mirror:

"Todo mundo, de todas as partes de Londres, vá para o coração de (o centro de) Londres, OXFORD CIRCUS!! Lojas abertas serão destruídas, então venham pegar alguma coisa. Se você vir um irmão... SAÚDE! Se você vir um cana.... ATIRE!". Na mesma noite, cinquenta pessoas atacaram esta avenida comercial do centro da capital britânica.

A BlackBerry prometeu ajudar a polícia. "Nós nos compadecemos daqueles que têm sido afetados pelos distúrbios dos últimos dias em Londres", disse o diretor-geral de vendas da BlackBerry, Patrick Spence. "Nós nos comprometemos a ajudar as autoridades em todo o que for possível", disse.
No entanto, a empresa canadense fabricante dos BlackBerry, Research in Motion (RIM), recebeu ameaças de represália na terça-feira, caso transmita informações para as autoridades britânicas. "Se ajudarem a polícia (...) vão se arrepender", advertiu mensagem publicada no blog da RIM.

Poderes da polícia

O primeiro-ministro britânico David Cameron revelou nesta quinta-feira novas medidas para conter os distúrbios, sem descartar o recurso ao Exército no futuro, depois que o país teve sua primeira noite de calma após quatro dias consecutivos de violência.

Diante do Parlamento reunido em sessão extraordinária, Cameron anunciou a ampliação dos poderes dos policiais, dando à corporação o poder de retirar panos, máscaras e capuzes utilizados para esconder os rostos das pessoas suspeitas de atividades criminosas.

Vários saqueadores semearam o terror nos últimos dias em diversas cidades da Inglaterra escondendo seus rostos, o que complicou sua identificação pelas câmeras de vídeo. Frente aos tumultos, que deixaram quatro mortos, as autoridades refletem também as condições do estabelecimento de um cessar-fogo, acrescentou o primeiro-ministro conservador, que não descartou o recurso ao Exército no futuro.

"Minha responsabilidade é garantir que consideradmos todas as eventualidades, incluindo se há tarefas que o Exército pode garantir e que daria mais liberdade à polícia na linha de frente", declarou Cameron, que já havia anunciado no início da semana um grande reforço da polícia e o possível recurso aos canhões d'água.

Em um discurso firme, o chefe de governo, que encurtou suas férias na terça-feira, condenou "a criminalidade pura e simples" dos revoltosos. Não se trata "de política, nem de manifestação, mas de roubo",considerou. A morte de um homem, alvejado pela polícia na semana passada em Londres, foi "utilizada como desculpa por bandidos oportunistas", afirmou.

Os revoltosos depredaram de sábado a quarta-feira várias lojas e incendiaram prédios em diversas cidades da Inglaterra, incluindo Londres, que vai sediar os Jogos Olímpicos de 2012.
"A um ano dos Jogos, temos que mostrar que o Reino Unido não é um país que destrói, mas um país que constrói, que não baixa os braços, um país que enfrenta, que não olha para trás, mas sempre para a frente", disse Cameron.

A fatura dos episódios de violência urbana vai superar amplamente a faixa dos 225 milhões de euros (321 milhões de dólares), segundo dados provisórios apresentados nesta quinta-feira por seguradoras e associações profissionais. O governo anunciou a criação de um fundo de 22 milhões de euros (32 milhões de dólares) para auxiliar os comerciantes que tiveram suas lojas atacadas.
Pela primeira vez desde o início da onda de violência no sábado, nenhum incidente foi registrado na quarta-feira à noite no Reino Unido, onde um grande aparato policial e a chuva parecem ter dissuadido as pessoas que semeavam o pânico.

Mas a polícia, que efetuou no país mais de 1.200 detenções ligadas aos episódios de violência, continuava nesta quinta-feira a deter supostos arruaceiros. Em Londres, a corporação efetuou buscas para aplicar 100 mandados de prisão, segundo a Scotland Yard.

Para dar conta do grande número de julgamentos, os tribunais foram mantidos abertos durante a noite. Entre os detidos estão um garoto de 11 anos que reconheceu ter roubado uma lata de lixo no valor de 57 euros (81 dólares) e uma funcionária de jardim de infância, também acusada de roubo, que assumiu sua culpa.

Nos bairros desfigurados pelos tumultos, os piores já registrados no país em décadas, a vida voltava lentamente ao normal nesta quinta. Em Ealing, área residencial do oeste de Londres, uma cafeteria, cuja vitrine quebrada foi substituída por pranchas de madeira, estava aberta. "O bairro se recupera rapidamente", disse o dono do estabelecimento, Hussein Hagg.

Apesar destes sinais de volta ao normal, os riscos de tumultos ainda são grandes. O ambiente ainda tenso levou a Liga Inglesa de Futebol a adiar a partida da primeira rodada do Campeonato Inglês, que seria realizada no sábado em Londres entre Everton e Tottenham, time que recebe o nome do bairro onde os distúrbios começaram no final de semana passado.

Soube da operação após iniciada e avisei Dilma de imediato", diz ministro da Justiça



Em entrevista exclusiva a Terra Magazine, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, contou na manhã desta quinta-feira (11) que, só após iniciada, soube da Operação Voucher, da Polícia Federal, que prendeu 35 pessoas no Ministério do Turismo terça-feira.

- O inquérito policial da Operação Voucher estava em segredo de justiça. Naturalmente, nenhuma autoridade poderia ter conhecimento desta operação. A Polícia Federal, cumprindo a lei, me avisou da operação na própria terça-feira de manhã, antes de avisar a imprensa. Mas a operação já havia sido deflagrada, e, neste momento, na terça-feira de manhã, depois de eu ter sido avisado pela PF, em cumprimento da lei, eu liguei para avisar a presidente Dilma e o Palácio do Planalto.

Cardozo ainda criticou os comentários e especulações a respeito do conhecimento dele e da presidente sobre as investigações:

- Acho curioso que exijam que uma autoridade pública saiba com antecedência de uma operação da Polícia Federal que estivesse em segredo de justiça. O que esperavam do ministro da Justiça? Que eu descumprisse a lei? Infelizmente, muitos não percebem que vivemos num estado de direito. A mim, cabe o cumprimento da lei, e não o seu desrespeito.

Bolsas europeias apresentam alta em dia de solavancos



As bolsas europeias fecharam nesta quinta-feira em forte alta, depois de um dia de solavancos provocados por rumores relacionados ao setor bancário francês e pelo receio dos investidores quanto à crise da dívida na Zona do Euro. A Bolsa de Milão ganhou 4,10%; a de Madri, 3,56%; Paris, 2,89%; Londres, 3,11%; e Frankfurt, 3,28%, rompendo uma sequência de onze pregões em queda.

As praças começaram o dia recuperando parte do terreno perdido na baixa geral de quarta-feira, mas na metade da manhã caíram em sequência - até 3% em Frankfurt - para voltar a se orientar para cima após a boa abertura de Wall Street, onde pouco antes das 13h00 de Brasília o Dow Jones ganhava 2,15% e o Nasdaq, 2,82%.

Os bancos franceses, os mais castigados na véspera por sua exposição às dívidas de vários países da Zona do Euro em dificuldades, registravam grandes altas, apesar de posteriormente terem registrado variações extremas. O Société Générale, no centro das pressões, fechou com ganhos de 3,70%, apesar de durante o pregão ter chegado a perder 7%. Na quarta-feira, tinha caído mais de 14%, em meio a rumores de quebra, desmentidos com veemência pelo presidente da entidade, Frédéric Oudéa.

O setor bancário francês já realizou provisões de 2,3 bilhões de euros, vinculadas ao montante dos títulos da dívida grega em seu poder, e o montante poderá aumentar já que o governo grego prevê incluir em seu programa a troca de títulos com vencimento posterior a 2020.

Os bancos espanhóis também ficaram em tensão máxima: o número um do setor, o Santander, ganhou 3,20% e o número dois, BBVA, 4,06%, depois de ambos terem chegado a perder mais de 3%. As ações da Caixabank subiram 3,04%. Os bancos da Zona do Euro estão amplamente expostos às dívidas públicas dos países em dificuldade.

Os bancos franceses têm também cerca de 24 bilhões de dólares em títulos da Itália, sobre a qual os mercados exercem forte pressão. O Banco Central Europeu (BCE) indicou que na quarta-feira tinha emprestado em procedimentos de urgência cerca de 4 bilhões de euros aos bancos, a maior soma nos últimos três meses.

A Autoridade Francesa de Mercados (AMF) advertiu que o funcionamento das praças estava alterado por "rumores infundados sobre os papéis do setor financeiro" e lembrou que os autores desses rumores são passíveis de "sanções". O anúncio do encontro em 16 de agosto entre o presidente francês Nicolas Sarkozy e a chanceler alemã Angela Merkel também "constituiu uma nova turbulência para os mercados", explicou Michael Hewson, analista da CMC Markets.

Os ganhos desta quinta-feira não acalmaram as preocupações nem esclareceram o panorama. "Estamos em um ambiente no qual o mercado reage a causas tanto conhecidas como desconhecidas, e então a única coisa que podemos dizer é que podemos esperar mais rumores - bons ou ruins - e mais volatilidade", disse Patrick O'Hare, da Briefing.com.

"Não há nenhum motivo concreto" para a alta do Ibex dos principais papéis espanhóis, disse Soledad Pellón, analista do IG markets. "É uma retomada que nós consideramos como técnica, há alta volatilidade e muita especulação, mas não vimos uma mudança de tendência, a tendência de fundo é negativa", afirmou.

Na região Ásia-Pacífico, as praças limitaram as perdas iniciais. Tóquio fechou em 0,63%; Hong Kong, 0,95%; e Seul, 0,62%. O ouro, importante refúgio em tempos de incerteza, superou pela primeira vez nesta quinta-feira o patamar dos 1.800 dólares por onça, apesar de ter fechado em 1.760 dólares.

E o petróleo estava cotado em queda, já que os investidores temem uma nova recessão nos Estados Unidos e uma extensão da crise da dívida na Zona do Euro, que pesariam fortemente sobre o consumo mundial de energia. Os governos dos países industrializados tentam resolver o dilema de reduzir seus enormes déficits sem comprometer a retomada do crescimento.

O ministro italiano da Economia, Giulio Tremonti, anunciou nesta quinta-feira "medidas fortes" e reformas como parte de um plano de austeridade reforçado, que projeta tributar os ganhos financeiros em 20% para conseguir equilíbrio fiscal em 2013.

Nos Estados Unidos, atingido por disputas políticas que quase o levaram ao default este mês, houve uma notícia alentadora: as solicitações de pedidos de seguro-desemprego continuaram baixando na primeira semana de agosto para 350.000, frente a 402.000 na semana anterior.

No Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, pediu que os países latino-americanos adotem medidas para impedir o contágio da crise nos países industrializados. "A América Latina tem um desempenho melhor que o dos países avançados, que a Europa e os Estados Unidos, e queremos preservar isso", disse Mantega, antes de participar de um encontro com seus colegas da região em Buenos Aires.

 

 

 


“Gravíssimo para uma instituição que acaba de lançar seu código de ética e de conduta", disse Coppetti



A falsa prisão da ex-diretora da Caixa na Globo


Do Sul 21


“Foi mais que um erro”, diz ex-diretora da Caixa que teve falsa prisão anunciada na Globo


Felipe Prestes


Às 18h10min desta terça-feira (9), Clarice Coppetti estava chegando em casa, após passar a tarde preparando uma palestra, quando recebeu a ligação de um parente desesperado. Ficou sem entender nada quando o familiar quis saber sobre sua prisão, uma vez que se encontrava em plena liberdade. Minutos mais tarde se inteirou de tudo. Por volta das 17h, uma chamada para o Jornal Nacional, da Rede Globo, anunciara a prisão da ex-vice-presidente de TI da Caixa pela Polícia Federal, que investigava irregularidades no Ministério do Turismo. A esta altura, jornalistas já telefonavam freneticamente, querendo saber sobre seu suposto envolvimento no caso de corrupção.


“Um veículo de comunicação me colocou como ré, me julgou, fazendo o papel do Judiciário, e me prendeu, fazendo o papel do Executivo. Ou seja, assumiu as funções do Estado brasileiro sem sequer procurar se informar sobre quem eu era, se eu tinha algo a ver com o Ministério do Turismo”, desabafa Coppetti, gaúcha de Ijuí, em entrevista ao Sul21.


Após assistir uma gravação da chamada, a ex-diretora da Caixa – que ainda está de quarentena e que não trabalha para o governo federal desde março – ligou para diversas instituições do governo e para a Rede Globo, tentando saber de onde partia a informação. Conversou com editores do Jornal Nacional e, segundo conta, nem eles souberam explicar como haviam anunciado a falsa prisão. “Disseram que foi um erro gravíssimo e que não sabiam a origem. Disse a eles que não queria apenas o esclarecimento do fato no jornal, mas uma retratação”, afirma.


O pedido foi atendido. Durante o JN, a Rede Globo pediu desculpas a Coppetti. Entretanto, ninguém explicou ainda como a informação errada chegou até os editores do jornal. “Até agora não tem nenhum explicação sobre como meu nome apareceu lá”, diz Clarice, que ainda analisa uma eventual medida judicial contra a emissora.


A ex-diretora da Caixa lembra que a Rede Globo anunciou nesta semana um código de ética. “Foi muito mais do que um erro, uma coisa gravíssima para uma instituição que acaba de lançar seu código de ética e de conduta de seus profissionais. A primeira coisa que qualquer veículo de comunicação tem que fazer é contatar o outro lado. Eu fui avisada por meus familiares”, reclama Clarice. “A gravidade é um veículo que tem à sua disposição tecnologia, pessoas, não ter feito esta checagem. A sensação que eu fiquei foi que eles queriam dar essa notícia”. Ela afirma que ainda não sabe se vai tomar alguma medida judicial contra a emissora, porque ainda está analisando o que, de fato, ocorreu.

No Ceará, Dilma afirma que não irá se pautar por pesquisas

FÁBIO GUIBU
DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE (CE)


A presidente Dilma Rousseff comentou, nesta quinta-feira (11), a queda na sua avaliação pessoal e de diversas áreas do governo, apontada na pesquisa CNI/Ibope divulgada na quarta-feira (10). Dilma disse ser "importante saber que ocorreu essa variação", mas afirmou que não irá se pautar por pesquisas.

"Ela sobe, ela desce e a gente vai tocando. Vejo assim com muita tranquilidade", disse.

A presidente afirmou ainda estar muito "preocupada" e "atenta" à crise internacional e que é preciso "preservar o mercado interno" de seus efeitos. Segundo ela, há uma "turbulência" no mundo.

Em entrevista a rádios do Ceará, a presidente disse que para preservar o mercado interno é preciso proteger o consumo, promover o crescimento da economia e fazer a inclusão social.

"Estou muito preocupada e atenta. O governo federal em peso está atento para esta crise internacional", disse.

"De 2003 até hoje, colocamos dentro do mercado interno brasileiro, como consumidores, uma Argentina, com 39,5 milhões de pessoas. Nós transformamos em consumidores uma Argentina. Agora, queremos protegê-los. Para protegê-los, temos que proteger nosso consumo, nosso mercado interno, o crescimento da nossa economia, a inclusão social", disse a presidente.

Na entrevista, Dilma não foi questionada nem comentou sobre a crise política no governo federal, que vem sofrendo uma série de acusações de corrupção.

SAÚDE

Durante a entrevista, Dilma disse que o governo irá anunciar em breve, em parceria com os Estados, um programa de atendimento domiciliar para pacientes em recuperação. Segundo ela, a ideia é montar uma estrutura para o acompanhamento desses pacientes em casa.

A presidente explicou que o programa tentará aliviar a pressão dos hospitais para desocupar leitos.

"Vai para a casa e o Estado e governo [federal] garantem essa assistência", disse.

A presidente disse também que o governo federal irá incentivar a formação de médicos no interior. Segundo a presidente, o Brasil formou poucos médicos nos últimos anos e há dificuldade na contratação desses profissionais.

Dilma disse que está sendo feita uma parceria entre os ministérios da Saúde e da Educação para ampliação dos cursos de medicina, inclusive nas extensões das universidades no interior. A ideia é manter o novo médico formado em sua região.

Como a classe média morreu nos EUA

Trinta anos atrás hoje: o dia em que a classe média morreu

Por Michael Moore, no Opera Mundi

De tempos em tempos, alguém com menos de 30 anos irá me perguntar: “Quando tudo isso começou, o deslizamento da América ladeira abaixo?”. Eles dizem que ouviram falar de um tempo em que o povo trabalhador podia criar uma família e enviar as crianças à faculdade com a renda de um só dos pais (e que as faculdades em estados como Califórnia e Nova York eram quase gratuitas). De um tempo em que quem quisesse ter um trabalho remunerado decente o teria; em que as pessoas só trabalhavam cinco dias por semana e oito horas por dia, tinham todo o fim de semana de folga e as férias pagas todo verão. Que muitos empregos eram sindicalizados, de empacotadores em supermercados ao cara que pintava sua casa, e isso significava que não importava qual o seu trabalho, pois, por menos qualificado que fosse, lhe daria as garantias de uma aposentadoria, aumentos eventuais, seguro saúde e alguém para defendê-lo se fosse tratado injustamente.

As pessoas jovens têm ouvido a respeito desse tempo mítico – só que não é mito, foi real. E quando eles perguntam: “quando tudo isso acabou?”, eu digo: terminou neste dia: 5 de agosto de 1981.
A partir desta data, 30 anos atrás, o Grande Negócio e a Direita decidiram “botar para quebrar” – para ver se poderiam de fato destruir a classe média, e assim se tornarem mais ricos.
E eles se deram bem.

Em 5 de agosto de 1981, o presidente Ronald Reagan atacou todos os membros do sindicato dos controladores de vôo [PATCO – sigla em inglês], que tinha desafiado sua ordem de retornarem ao trabalho e declarou seu sindicato ilegal. Eles estavam de greve há apenas dois dias.

Foi um movimento forte e audacioso. Ninguém jamais tinha tentado isso. O que o tornou ainda mais forte foi o fato de que o PATCO foi um dos dois únicos sindicatos que tinha apoiado Reagan para presidente! Isso gerou uma onda de pânico nos trabalhadores ao longo do país. Se ele fez isso com as pessoas que votaram nele, o que fará conosco?

Reagan foi apoiado por Wall Street na sua corrida para a Casa Branca e eles, junto à direita cristã, queriam reestruturar a América e mudar a direção da tendência inaugurada pelo presidente Franklin D. Roosevelt – uma tendência concebida para tornar a vida melhor para o trabalhador comum. Os ricos odiavam pagar salários melhores e arcarem com os custos dos benefícios sociais. E eles odiavam ainda mais pagar impostos. E desprezavam os sindicatos. A direita cristã odiava qualquer coisa que soasse como socialismo ou que defendesse o reconhecimento de minorias ou mulheres.

Reagan prometeu acabar com tudo. Assim, quando os controladores de tráfego aéreo entraram em greve, ele aproveitou o momento. Ao se livrar de todos eles e jogar seu sindicato na ilegalidade, ele enviou uma clara e forte mensagem: os dias de todos com uma vida confortável de classe média acabaram. A América, a partir de agora, será comandada da seguinte maneira:

* Os super-ricos vão fazer muito, mas muito mais dinheiro e o resto de vocês vai se digladiar pelas migalhas deixadas pelo caminho.

* Todos devem trabalhar! Mãe, Pai, os adolescentes, na casa! Pai, você trabalha num segundo emprego! Crianças, aqui estão as suas chaves para vocês voltarem para casa sozinhas! Seus pais devem estar em casa na hora de pô-los para dormir.

* 50 milhões de vocês devem ficar sem seguro de saúde! E para metade das companhias de seguro: vão em frente e decidam quem vocês querem ajudar – ou não.

* Os sindicatos são maus! Você não será sindicalizado! Você não precisa de um advogado! Cale a boca e volte para o trabalho! Não, você não pode ir embora agora, não terminamos ainda. Suas crianças podem fazer seu próprio jantar.

* Você quer ir para a faculdade? Sem problemas – assine aqui e fique empenhado num banco pelos próximos 20 anos!

*O que é “aumento”? Volte ao trabalho e cale a boca!
E por aí vai. Mas Reagan não poderia ter levado tudo isso a cabo sozinho, em 1981. Ele teve uma grande ajuda: a AFL-CIO

A maior central sindical dos EUA disse aos seus membros para furarem a greve dos controladores de tráfego aéreo e irem trabalhar. E foi só o que esses membros do sindicato fizeram. Pilotos sindicalizados, comissários de bordo, motoristas de caminhão, operadores de bagagens – todos eles furaram a greve e ajudaram a quebra-la. E os membros do sindicato de todas as categorias furaram os piquetes ao voltarem a voar.

Reagan e Wall Street não podiam crer nos seus olhos! Centenas de milhares de trabalhadores e membros dos sindicatos apoiando a demissão de companheiros sindicalizados. Foi um presente de natal em Agosto para as corporações da América.

E isso foi só o começo. Reagan e os Republicanos sabiam que poderiam fazer o que quisessem, e o fizeram. Eles cortaram os impostos para os ricos. Tornaram a sua vida mais dura, caso quisesse abrir um sindicato no seu local de trabalho. Eliminaram normas de segurança do trabalho. Ignoraram as leis contra o monopólio e permitiram que milhares de empresas se fusionassem ou fossem compradas e fechassem as portas. As corporações congelaram os salários e ameaçaram mudar de país se os trabalhadores não aceitassem receber menos e com menos benefícios. E quando os trabalhadores concordaram em trabalhar por menos, eles exportaram os empregos mesmo assim.

E a cada passo dado nesse caminho, a maioria dos americanos estavam juntos, apoiando-os. Houve pouca oposição ou contra-ataque. As “massas” não se levantaram e protegeram os seus empregos, suas moradias e escolas (os quais costumavam ser os melhores do mundo). Simplesmente aceitaram seu destino e tomaram porrada.

Eu sempre me pergunto o que teria ocorrido se eles tivessem parado de voar, ponto, em 1981. E se todos os sindicatos tivessem dito a Reagan “Dê a esses controladores de voo os seus empregos de volta ou eles derrubarão o país”? Você sabe o que teria acontecido. A elite das corporações e seu boy, Reagan, teriam se dobrado.

Mas nós não fizemos isso. E assim, passo a passo, peça por peça, nos 30 anos seguintes aqueles que estiveram no poder destruíram a classe média em nosso país e, em troca, arruinaram o futuro de nossa juventude. Os salários permaneceram estagnados por 30 anos. Dê uma olhada nas estatísticas e você poderá ver que todo o declínio que estamos sofrendo agora teve seu início em 1981 (eis aqui http://www.youtube.com/watch?v=vvVAPsn3Fpk uma pequena cena para ilustrar essa história, do meu filme mais recente).

Tudo isso começou neste dia, há 30 anos. Um dos dias mais obscuros na história dos EUA. E nós deixamos que isso ocorresse a nós. Sim, eles tinham o dinheiro e a mídia e as corporações. Mas nós tínhamos 200 milhões de nós. Você já se perguntou o que seria se 200 milhões tivessem se enfurecido e quisessem seu país, sua vida, seu emprego, seu fim de semana, seu tempo com suas crianças de volta?

Nós todos simplesmente desistimos? O que estamos esperando? Esqueça os 20% que apoiam o Tea Party – nós somos os outros 80%! Esse declínio só vai terminar quando exigirmos isso. E não por meio de uma petição online ou de uma twittada. Teremos de desligar as tevês e os computadores e os videogames e tomar as ruas (como o fizeram no Wisconsin). Alguns de vocês precisam sair dos seus gabinetes de trabalho local no próximo ano. Precisamos exigir que os democratas tenham coragem e parem de receber dinheiro de corporações – ou as deixem de lado.

Quando será suficiente, o suficiente? O sonho da classe média não reaparecerá magicamente. O plano de Wall Street é claro: a América deve ser uma nação dos que têm e dos que nada têm. Isso está bem para você?

Por que não aproveitar este momento para parar e pensar a respeito dos pequenos passos que você pode dar pela sua vizinhança e em seu local de trabalho, em sua escola? Há algum outro dia melhor para começar a fazer isso, que não seja hoje?

Governador tucano que não permiti nenhuma CPI em seu governo quer uma para o governo Dilma

Governador de Minas quer CPI da corrupção


FÁBIO BRANDT
DE BRASÍLIA


O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), disse nesta quarta-feira (10) ser a favor de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar suspeitas de corrupção no governo de Dilma Rousseff. Para ele, a CPI é "um bom instrumento" para ser usado junto com o trabalho de investigação "da Polícia Federal, do Ministério Público e do Tribunal de Contas".

Leia íntegra da entrevista de Anastasia à Folha e ao UOL


Anastasia falou sobre o tema no programa "Poder e Política - Entrevista", conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues no estúdio do Grupo Folha em Brasília. O projeto é uma parceria do UOL e da Folha.

Na entrevista, o tucano comentou polêmicas do PSDB. Disse que José Serra, ex-governador de São Paulo, será “um candidato fortíssimo” à Prefeitura da capital paulista caso entre na disputa de 2012. O mineiro ainda declarou apoio à candidatura de Aécio Neves para presidente da República em 2014.

Anastasia também respondeu a perguntas sobre CPMF, liberação da maconha, Copa de 2014 e sobre sua relação de proximidade com a presidente Dilma Rousseff.


A seguir, trechos em vídeo da entrevista do governador Antonio Anastasia.


Abaixo, vídeo com a íntegra da entrevista. A transcrição completa também está disponível em texto aqui.


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