segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

PMs do Rio recebiam R$ 160 mil por mês do tráfico, diz delegado


MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO

O titular da Delegacia de Homicídios de Niterói (RJ), Alan Luxardo, disse na manhã desta segunda-feira que escutas telefônicas incriminam o comandante do 7º Batalhão da PM de São Gonçalo, tenente-coronel Djalma Beltrami, preso mais cedo sob acusação de tráfico de drogas e corrupção. Segundo o delegado, Beltrami e outros 12 PMs recebiam R$ 160 mil por mês do tráfico.

"Há fortes indícios da participação dele [comandante Beltrami] no esquema, só que no momento muita coisa deve ser mantida em sigilo para não atrapalhar as investigações. É certo que os policiais do GAT (Grupo de Ações Táticas) do batalhão recebiam quantias semanais pagas por traficantes da região. Esse valor chegava a R$ 160 mil mensais", disse o delegado.

De acordo com Luxardo, a investigação começou há sete meses, quando o tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira ainda estava à frente do comando. Há cerca de dois meses, Oliveira foi preso sob acusação de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli.
"Se comprovou que após a mudança no comando houve novo pagamento de propina com participação do coronel Beltrami", destacou o delegado Alan Luxardo.

Desde cedo, a corregedoria da PM e a CGU (Corregedoria Geral Unificada) cumprem os mandados de prisão referentes aos militares. No final da manhã, Beltrami prestava depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói. Ele foi preso preventivamente. A Polícia Civil informou que Beltrami nega as acusações.

Escutas telefônicas também apontam que traficantes foragidos do Complexo do Alemão atuavam no morro da Coruja, localizado em São Gonçalo. Eles seriam responsáveis pelo envio de drogas do Rio para a comunidade e favelas comandadas pela facção criminosa Comando Vermelho, na região dos Lagos.

Segundo investigações da Polícia Civil, ele recebia através de equipes do GAT (Grupo de Ações Táticas) propina de criminosos para não reprimir o tráfico de drogas.

Polícia do RJ faz operação contra PMs suspeitos de receber propina
Beltrami foi levado para a Delegacia de Homicídios de Niterói, também na região metropolitana. A Folha entrou em contato com a PM, mas ainda não obteve retorno.

A Polícia Civil ainda tenta prender outros policiais militares suspeitos de receber propina de traficantes. Ao todo, devem ser cumpridos 26 mandados de prisão, sendo 13 contra PMs.

A operação chamada Dezembro Negro começou após investigações sobre homicídios praticados por traficantes em São Gonçalo. Durante as investigações, foi descoberto o esquema de corrupção de PMs.

JUIZ

Beltrami assumiu o comando do 7º Batalhão após a saída do tenente-coronel Cláudio Oliveira, acusado há cerca de dois meses de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli.

O comandante também estava entre as equipe acionadas após o massacre na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo (zona oeste do Rio), em abril deste ano, quando um rapaz entrou na unidade e atirou contra diversas crianças e depois se matou. Doze pessoas morreram na ocasião.

Além da carreira na PM, Beltrami também exerceu a profissão de árbitro durante 20 anos. Conhecido nos gramados como "juiz linha dura", ele se despediu do cargo no primeiro semestre deste ano na decisão do Troféu Carlos Alberto Torres entre Madureira e Boavista.
Juiz da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro desde 1989 e da CBF desde 1995, o tenente-coronel Beltrami também participou da retomada do Complexo do Alemão em novembro do ano passado.

Marco Aurélio nocauteia liminarmente a corregedora Eliana Calmon


Nos bancos acadêmicos, aprende-se que liminar só se concede em caso de urgência diante do risco de dano irreparável.
Poucos dias atrás, os ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária, acordaram em tirar de pauta a ação direta de inconstitucionalidade proposta pela Associação de Magistrados Brasileiros (AMB).
Referida ação da AMB volta-se a limitar, sob o fundamento de inconstitucionalidade,  a atuação correcional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Com a retirada de pauta, ficou claro que a ação não guardava urgência na apreciação.
Para a AMB, o CNJ, pela sua corregedoria, só pode atuar subsidiariamente, ou seja, quando as corregedorias dos tribunais se omitem. Como se sabe, o tema suscitou dissenso entre o ministro Peluso, presidente do STF e do CNJ, e a ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça e corregedora do CNJ.
Hoje, conforme publicado no ‘ estadão.com.br ‘, o ministro Marco Aurélio, logo após a cerimônia de encerramento do Ano Judiciário, concedeu mais uma liminar polêmica e de matriz corporativa.
O ministro Marco Aurélio, a propósito,, parece ainda encontrar dificuldade em avaliar urgências e relevâncias.
No caso Salvatore Cacciola, e ao conceder liminar de soltura em habeas-corpus, Marco Aurélio contrariou todas as decisões judiciárias anteriores ( juiz da Causa, Tribunal Regional e Superior Tribunal de Justiça). Não teve nem a cautela de enviar o pedido ao Plenário, ou seja, concedeu a liminar. Com ela, Cacciola fugiu e permaneceu durante anos na Itália, sem possibilidade de extradição dada a Constituição italiana, como a brasileira, impedir a extradição de nacionais.
Para Marco Aurélio, escolhido pelo então presidente e seu primo Collor de Mello, “  o CNJ não pode atuar antes das corregedorias dos tribunais locais”. Para o ministro, conforme ressaltado pelo Estadão, “o CNJ tem uma competência subsidiária, o que permite ao órgão complementar o trabalho das corregedorias locais e não assumir em primeira mão as investigações.”
Pano rápido. Como se percebe, não havia urgência a justificar a liminar e congelar a atuação do CNJ.
Não bastasse, Marco Aurélio, em sede liminar, proferiu decisão de mérito. Antecipou a sua decisão fora do momento processual adequado, ou  seja, já se sabe qual será o seu voto definitivo no caso da AMB. Usada uma linguagem de tablado de luta de box, Marco Aurélio nocauteou a ministra Eliana Calmon, fora do momento próprio, para não dizer com golpe-baixo.
–Wálter Fanganiello Maierovitch
Em tempo, segue o teor da decisão do ministro Marco Aurélio: “ suspendo a eficácia do § 1º do artigo 3º, do artigo 8º, do § 2º do artigo 9º, do artigo 10, do parágrafo único do artigo 12, da cabeça do artigo 14 e dos respectivos § 3º, § 7º, § 8º e 9º, do artigo 17, cabeça, incisos IV e V, do § 3º do artigo 20, do § 1º do artigo 15 e do parágrafo único do artigo 21. No que se refere ao § 3º do artigo 9º, apenas suspendo a eficácia da norma quanto à divisão de atribuições, de modo a viabilizar aos tribunais a definição, por meio do regimento interno, dos responsáveis pelo cumprimento das obrigações ali versadas. Quanto à cabeça do artigo 12, defiro a liminar para conferir-lhe interpretação conforme, de modo a assentar a competência subsidiária do Conselho Nacional de Justiça em âmbito disciplinar. Indefiro o pedido de liminar quanto ao artigo 2º, ao inciso V do artigo 3º e os artigos 4º, 9º e 20 da Resolução nº 135, de 2011, do Conselho Nacional de Justiça.(…)”

Vale vende quatro dos 19 navios do Almirante Agnelli



Os "Vale Itália" e "Vale Rio de Janeiro": nem chegaram, já vão
Deu agora à noite no Valor Econômico:
“A Vale já começou a tocar a nova estratégia da empresa desenhada por Murilo Ferreira, presidente executivo da companhia, para a área de navegação de longo curso. A mineradora acaba de vender a armadores asiáticos quatro dos 19 navios encomendados a estaleiros coreanos e chineses na gestão anterior de Roger Agnelli, confirmou fonte da companhia ao Valor.
A meta da Vale para 2012, adiantou o interlocutor, é colocar os restantes 15 supermineraleiros a venda, mas sempre com contrato de longo prazo vinculado a transação. A nova estratégia foi aprovada na semana passada pelo conselho de administração.
O recente episódio do supernavio Beijing, contratado pela Vale da coreana STX Pan Ocean, que quase afundou quando carregava minério de ferro da empresa no píer I do porto de Ponta Madeira, em São Luís, no Maranhão, e mais a surpreendente resistência dos portos chineses em receber as embarcações da Vale foram a gota d’água para Ferreira colocar em prática a nova logística de transporte marítimo no mercado transoceânico de minério.”
A operação, na verdade, não será totalmente de venda de navios, mas de repasse ou cancelamento de seus contratos de construção, sobretudo no caso dos contratados junto ao sul-coreano STX. Embora a materia não informe, os quatro navios vendidos devem ser o Vale Brasil, Vale Rio de Janeiro, Vale Itália, além do Vale Beijing, que está avariado em São Luis. Há pelo menos outros dois já lançados, em acabamento.
Uma operação totalmente desastrosa, feita de velocidade e em escala totalmente imprudentes – os 19 navios são todos da classe Chinamax, os maiores do mundo, com 400 mil toneladas de porte bruto – movida pela voracidade de exportar rapidamente tanto minério quanto possível, da mesma forma como Roger Agnelli se livrou, em apenas dois anos – entre 2001 e 2003 – da frota própria da Vale, a Docenave.
Esse era o “ídolo” empresarial dos neoliberais, o homem da “eficiência”, com a experiência de uma almirante de banheira e sua frota de patinhos de borracha.

Barão de Itararé promove o debate “A Privataria Tucana e o Silêncio da Mídia”O livro “A privataria tucana”


Barão de Itararé promove o debate “A Privataria Tucana e o Silêncio da Mídia”O livro “A privataria tucana”, de Amaury Ribeiro Jr, será tema do debate “A Privataria Tucana e o Silêncio da Mídia”, promovido pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, nesta quarta-feira (21), no Sindicato dos Bancários de São Paulo. Além do autor, também estarão presentes Paulo Henrique Amorim, jornalista e blogueiro, e Protógenes Queiroz, deputado autor do pedido da instalação da CPI da Privataria. Até a última sexta-feira, segundo informações da editora (Geração Editorial), cerca de de 45 mil exemplares já tinham sido vendidos. Uma nova edição, com 70 mil exemplares, está sendo preparada.
Um dos assuntos mais comentados nos últimos dias, o livro “A privataria tucana”, de Amaury Ribeiro Jr, será tema do debate “A Privataria Tucana e o Silêncio da Mídia”, promovido pelo Barão de Itararé, na próxima quarta-feira (21), em São Paulo. Além do autor, também estarão presentes Paulo Henrique Amorim, jornalista e blogueiro, e Protógenes Queiroz, deputado autor do pedido da instalação da CPI da Privataria.

Na ocasião, também haverá o coquetel de lançamento do livro e festa de confraternização de fim de ano do Barão de Itararé. O evento acontece no Sindicato dos Bancários de São Paulo (Rua São Bento, 413, Centro), a partir das 19h.

Apesar da primeira edição, de 15 mil exemplares, ter esgotado em cerca de quatro dias, os principais veículos de comunicação do país adotaram um silêncio ensurdecedor sobre o tema. Até a última sexta-feira, segundo informações da editora (Geração Editorial), cerca de de 45 mil exemplares já tinham sido vendidos. Será lançada uma segunda edição, com 70 mil exemplares, que já estão praticamente todos vendidos.

O ditador está morto. E agora?



Conheça os cenários que a morte de Kim Jong-Il na Coreia do Norte pode provocar

AFP
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O anúncio nesta segunda-feira da morte do líder norte-coreano Kim Jong-Il fez ressurgir os temores de novas turbulências, principalmente ante a sucessão oficial de seu filho Kim Jong-Un, uma figura pouco conhecida.
A seguir, as várias incógnitas diante desse novo contexto político na Coreia do Norte.
Em que ritmo se fará a transição?
O corpo de Kim Jong-Il será exposto no mausoléu de Kumsusan, onde repousa os restos de seu pai, o fundador e "líder eterno" da Coreia do Norte morto em 1994, Kim Il-Sung. Após o funeral, no dia 28 de dezembro, as atenções se voltarão para o processo de sucessão. Kim Jong-Il, designado sucessor 14 anos antes da morte de seu pai, tornou-se oficialmente o líder do partido comunista no poder apenas três anos depois do falecimento paterno. O status de herdeiro de Kim Jong-Un foi oficializado apenas em setembro de 2010.
Quem está no comando?
O poder norte-coreano deve se manter discreto, da mesma forma que a morte de Kim Jong-Il permaneceu em segredo por dois dias. Contudo, tudo indica que Kim Jong-Un o novo líder do país será orientado em seus primeiros passos no poder por Jang Song-Thaek, marido de sua tia Kim Kyong-Hui.
Quais são os riscos?
A Coreia do Norte foi marcada por seu comportamento errático e agressivo internacionalmente. Alguns observadores temem que o jovem líder fique tentando firmar sua autoridade conduzindo testes nucleares ou se envolvendo em provocações militares. As relações com a Coreia do Sul estão congeladas desde os dois incidentes mortais no ano passado, no momento em que Kim Jong-Il procurava assegurar a legitimidade de seu filho como sucessor.
A Coreia do Norte pode explodir em guerra?
Segundo especialistas, as elites norte-coreanas não têm nenhum interesse de desafiar o status quo e turbulências parecem improváveis em curto prazo. Diante de problemas fundamentais, como a crise alimentar, Kim Jong-Un não deve conduzir uma política aventureira no mercado interno. Mas, se falhar e uma luta pelo poder acontecer, as conseqüências para o regime e o país serão imprevisíveis.
Por que a Coreia do norte é tão confiante?
O país conta com um exército de 1,19 milhão de homens e com um arsenal impressionante de armas convencionais e químicas, inclusive milhares de mísseis de curto ou médio alcance. A Coréia do Norte também fez testes de mísseis de longo alcance Taepodong, capazes em teoria de atingir os Estados Unidos.
De acordo com a maioria dos especialistas, o regime tem um estoque de plutônio suficiente para fabricar de seis a oito bombas atômicas, apesar de sua capacidade de inseri-las em misséis capazes de atingir seus inimigos ainda esteja incerta. O programa nuclear norte-coreano é há anos um dos principais problemas diplomáticos da região, com negociações entre seis países, inclusive os Estados Unidos e a China.
Como se posicionam os países vizinhos?
O principal aliado da Coreia do Norte, a China, deve apoiar o regime, ainda mais porque sua queda pode provocar uma fuga em massa de milhões de refugiados no território chinês. A Coreia do Sul, que tem relações tensas com sua vizinha do Norte, e o Japão, claramente anticomunista, já estão se preparando para qualquer eventualidade
Seul já colocou seu exército em alerta e Tóquo convocou uma reunião de segurança emergencial. Já os Estados Unidos voltaram a manifestar seu apoio ao aliado sul-coreano.

Amaury Ribeiro Jr.: assim caminhou a privataria


Do Congresso em Foco

Em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, o autor de “A Privataria Tucana” revela os detalhes do seu livro. E mostra que, na história política recente do país, de um lado ou de outro, não há mocinhos nem bandidos

Parte do livro de Amaury Ribeiro Jr. detalha lances da disputa entre Serra e Dilma. E ninguém fica bem ao final da história

Na página 306 do livro “A Privataria Tucana”, o jornalista Amaury Ribeiro Jr. cita o Congresso em Foco. Ele se refere a uma reportagem do site publicada no dia 23 de outubro de 2010. À época, Amaury era o pivô de várias notícias publicadas na imprensa que envolviam o comitê de campanha da então candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. O jornalista tinha sido procurado para tentar desvendar quem seria responsável por vazamentos de informações que aconteciam na campanha e acabou esbarrando num violentíssimo caso de fogo amigo dentro do próprio PT. No curso da apuração do caso, descobriu-se que Amaury preparava um livro sobre o processo de privatização ocorrido no governo Fernando Henrique Cardoso. E Amaury foi acusado de ter comprado informações do sigilo fiscal da filha do ex-governador de São Paulo José Serra, Verônica Serra, e de outros tucanos de alta plumagem.

Matérias publicadas à época diziam que Amaury, na investigação policial que se seguira à denúncia, confessara ter de fato obtido ilegalmente tais informações sob sigilo. De posse da íntegra dos depoimentos de Amaury e dos demais envolvidos, o Congresso em Foco mostrou que Amaury era acusado de ter feito isso, mas que ele mesmo não confessara nada. “Além dos blogs, um único jornalista (…), do site Congresso em Foco, publicou a história verdadeira”, escreve Amaury.

A reportagem citada por Amaury em “A Privataria Tucana” inicia, referindo-se ao rolo em que o jornalista se viu metido, com a seguinte frase: “Não parece haver santos na história …”. Se a frase servia para resumir aquele episódio, ela serve também para resumir o conteúdo do livro escrito por Amaury Ribeiro Jr., publicado pela editora Geração Editorial. Um fenômeno de vendas (a primeira edição, de 15 mil livros, esgotou-se no primeiro dia, uma segunda edição, com 85 mil exemplares foi feita, e já foram vendidos 70 mil livros), o  livro vem sendo duramente criticado pelo PSDB e por aqueles que estiveram diretamente ligados ao governo Fernando Henrique Cardoso e ao processo de privatização. José Serra referiu-se a ele com uma frase: “É um lixo”. Em nota, Fernando Henrique o classificou como “uma infâmia”. E o PSDB diz que o livro tem “características de farsa” . Ao mesmo tempo, o livro passou a semana sendo incensado por parlamentares ligados ao PT e ao governo.

Pois bem, uma leitura isenta das 343 páginas de “A Privataria Tucana” só pode chegar ao fim com a mesma conclusão que iniciava a matéria mencionada do Congresso em Foco: “Não há santos nessa história …”. Em primeiro lugar, impressiona o imenso conteúdo de documentos que demonstram movimentações financeiras em paraísos fiscais no mínimo estranhas de personagens devidamente identificados com o ninho tucano e o processo de privatizações, especialmente Ricardo Sérgio de Oliveira, que à época era o diretor da área internacional do Banco do Brasil. Mas também pessoas ligadas a ele ou ao processo, como João Bosco Madeiro, que comandava a Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, e os empresários Carlos Jereissati e Daniel Dantas, que disputaram as empresas formadas no processo de privatização das telecomunicações. De Daniel Dantas, chega-se à sua irmã, Verônica Dantas Rodenburg. E dela, chega-se à filha de Serra, Verônica.

Uma documentação cujo conteúdo não pode mesmo ser desprezado por nenhuma pessoa honesta e que, sem dúvida, merece investigação. Que apure sua autenticidade e outros aspectos que a simples leitura do livro é incapaz de comprovar. Porém, a maior parte da documentação reproduzida no livro foi obtida pela CPI do Banestado, ocorrida no Congresso em 2003, presidida por um tucano, o senador à época Antero Paes de Barros (PSDB-MT), e relatada por um petista, o então deputado José Mentor (PT-SP). Quando agora se fala na criação de uma nova CPI para apurar o que está no livro de Amaury, a pergunta inevitável que fica é: por que não se investigou tudo àquela época?

A conclusão de que “não há santos nessa história” é corroborada por Amaury Ribeiro Jr. na entrevista a seguir, ao responder à pergunta acima. “Infelizmente, houve um grande acordão”, diz ele, sobre a CPI do Banestado. Com a multiplicação do aparecimento de personagens os mais diversos, ligados tanto à oposição quanto ao governo, e também a outros setores – o futebol, o narcotráfico, etc –, combinou-se esconder tudo. Eis o mérito do livro de Amaury: trazer à luz o que antes  se combinou  deixar escondido.Leia a entrevista:

A maioria dos documentos reunidos no livro foram recolhidos e produzidos pela CPI Banestado. Desde que seu livro saiu, parlamentares do PT e de outros partidos da base do governo têm se revezado na tribuna para elogiar o seu trabalho e pedir investigações sobre as privatizações. Se os documentos são de uma CPI, se o relator dessa CPI era do PT, por que essa investigação já não aconteceu naquela época? Por que não foram já então tomadas providências?Essa documentação só chegou até as minhas mãos porque um juiz assim determinou. Eu estava sendo processado pelo Ricardo Sérgio de Oliveira, e os advogados da revista IstoÉ, onde eu trabalhava, alegando exceção da verdade, pediram judicialmente os documentos da CPI porque ali estavam as provas do que eu dizia nas reportagens. Como o juiz assim determinou, o então presidente da CPI, senador Antero Paes de Barros [PSDB-MT], entregou a documentação. O juiz avisou-os de que, caso não fossem mandados os documentos, ele determinaria uma busca e apreensão na CPI.

OK, mas os documentos estavam lá. Um deputado do PT os conhecia. Por que precisou você tomar conhecimento dessa documentação, por que precisou da sua intermediação para essa documentação vir à tona? Quem, desde aquela época, conhecia a documentação não poderia desde então ter feito a investigação agora pedida?Infelizmente, houve um grande acordão. PT e PSDB fizeram um acordão na época para parar a investigação. Aquilo começou a incomodar todo mundo pelo volume de informações ali contidas. Porque os casos de lavagem de dinheiro que começaram a aparecer ali não envolvem só o que está relacionado ao processo de privatização. Como está descrito em algumas partes do livro, apareceu gente ligada aos mais diversos grupos e atividades. Começaram a aparecer coisas relacionadas ao Henrique Meirelles, que à época era o presidente do Banco Central no governo Lula. Então, guardou-se tudo. E eu só consegui por determinação da Justiça. E, durante muito tempo, eu mesmo não podia usar, porque a documentação estava vinculada a um processo em curso. Somente em 2008, quando eu ganhei o processo, é que eu pude pedir o desarquivamento da documentação, que estava guardada num arquivo no Museu da Justiça, que fica no Ipiranga, em São Paulo. Até então, eu mesmo não conhecia esse conteúdo.

Isso demonstra, então, que não tem santo nessa história …Não tem santo nessa história. Agora mesmo, há uma movimentação para fazer uma nova CPI, que está sendo pedida pelos deputados Protógenes Queiroz [PCdoB-SP] e Brizola Neto [PDT-RJ]. E voltam a tentar uma negociação, a dizer que não tem foco. Como não tem foco? Os documentos estão aí. Eu só peguei uma parte. Precisa haver, sim, uma investigação a chegar a todo o resto. Até para dizer de fato se eu estou ou não falando a verdade.

Há, sem dúvida, uma farta documentação reproduzida no livro, no que se refere à movimentação de dinheiro em paraísos fiscais, especialmente nas Ilhas Virgens Britânicas, de personagens ligados ao PSDB e ligados ao processo de privatização. Ricardo Sérgio, Verônica Serra, etc. Mas tem sido feita uma crítica de que essa documentação não é capaz de fazer uma conexão direta das movimentações com o processo de privatização …Como não há conexão? O Carlos Jereissati faz parte de um consórcio que ganha uma fatia da privatização e faz, depois, um depósito numa conta do Ricardo Sérgio. O [Gregório Marín] Preciado, primo do Serra, leva a privatização da Coelba [Companhia de Eletricidade da Bahia – segundo o livro, Preciado representava no processo da privatização a empresa espanhola Iberdrola] e paga também. Isso não é conexão? Nós temos que lembrar que Ricardo Sérgio era um cara totalmente ligado àquele processo. O cara que tinha o domínio da Previ e do Banco do Brasil, que ajudou a formar os consórcios. Parece haver uma grande má vontade de quem faz essas considerações. O Palocci enriqueceu quando era o coordenador da campanha da Dilma. Alguém se levantou para dizer que não havia conexão direta entre o trabalho do Palocci na campanha e os contratos da empresa dele? O que apareceu ali foram indícios, mas que foram suficientes para derrubá-lo como ministro da Casa Civil. Agora, aparecem mais de mil páginas de documentos e não há conexão? O consórcio do cara ganha o processo e ele paga para quem faz a privatização. O que é preciso discutir? O que se queria: uma guia de depósito que dissesse “pagamento de propina feita pela vitória na privatização”?

Quantos documentos você reuniu? Quantas páginas de documentos você calcula possuir referentes ao processo de privatização e à lavagem de dinheiro?Mais de mil. E há mais coisas, de outros assuntos, que não foram usados no livro, porque ainda precisam de mais apuração, de mais investigação. E eu diria que algumas até mais violentas.

A descrição feita no livro sobre o processo de privatização mostra que o governo Fernando Henrique, à época, dividiu-se entre aqueles que trabalhavam por vitórias do grupo ligado a Carlos Jereissati e os que trabalhavam pelo grupo liderado por Daniel Dantas. Mas, depois, nas movimentações feitas nos paraísos fiscais, esses grupos muitas vezes se encontram nas mesmas lavanderias de dinheiro. Como se dá isso?Porque há um personagem principal nisso tudo, que é o Ricardo Sérgio. Tanto os grupos que perderam quanto os que ganharam no processo de privatização da Telemar não tinham inicialmente o dinheiro necessário para concorrer. Eles precisavam do apoio da Previ. E quem controlava a Previ? O Ricardo Sérgio, através do João Bosco Madeiro da Costa. E ambos usavam o mesmo caminho de internação do dinheiro vindo do exterior no Brasil. No final, todo mundo se acertou, e eles receberam dinheiro de todos. A documentação deixa isso bem claro.

Então, Ricardo Sérgio operava para os dois grupos?Essa não é uma tese nem minha. É uma tese que está em um processo de improbidade movido pelo Ministério Público. O que os procuradores dizem é que os grupos que se habilitaram para concorrer na privatização das empresas de telecomunicação não tinham o dinheiro necessário para concorrer. Os grupos entraram, então, com cartas de fiança dadas pelo Banco do Brasil. Por quem? Por Ricardo Sérgio. E dependiam, depois, para compor os grupos que formavam, da Previ, que era um fundo milionário, que ficou com a maior parte das empresas que se formaram ao final do processo de privatização. E o Ricardo Sérgio controlava a Previ, através do João Bosco Madeiro da Costa.

E José Serra e Verônica Serra, como você resumiria o papel deles nesse processo todo?Ficava mapeada uma ligação direta, bem logo após a privatização, com o grupo Opportunity, que ganhou com um dos consórcios uma fatia da privatização. Verônica Serra monta uma sociedade com a irmã de Daniel Dantas, Verônica Dantas Rodenburg. Verônica Serra diz que o negócio acabou, foi fechado,não existe mais. Os documentos contidos no livro mostram que o negócio não acabou, não foi fechado. Está lá a movimentação, a partir da Citco [Building, off-shore], nas Ilhas Virgens Britânicas. Uma manobra para internação de dinheiro, do mesmo tipo da que é usada, a partir dessa mesma off-shore, a Citco, por outros personagens, de Ricardo Teixeira a Fernandinho Beira-Mar.

Esse é outro aspecto que chama a atenção no livro, além do que se relaciona diretamente ao processo de privatização. Os mais variados personagens da política, do governo, da oposição, do narcotráfico, do futebol, usam as mesmas lavanderias …O mais importante que há neste livro, na minha opinião, é explicar os processos de lavagem de dinheiro. As falhas da legislação, os mecanismos de legalização de dinheiro obtido no crime, na corrupção, de maneira ilegal.

Voltemos, então, à primeira questão posta na entrevista. Talvez seja por isso – porque grupos diversos estejam envolvidos nos mesmos desvios, nos mesmos caminhos, nos mesmos processos – que as investigações  acabem não seguindo, acabem empacando em acordões?Só pode ser isso, né? Veja agora: se o Protógenes e o Brizola Neto disseram que conseguiram as assinaturas para instalar uma CPI da Privatização, por que o PT não assina? É por que quer negociar alguma coisa? Vai ficar muito feio se o PT não assinar esse pedido de CPI e se, com a maioria que o governo tem, não instalar essa investigação. Que leitura vai ser feita disso? Hoje, há um mundo novo fora dos meios tradicionais de comunicação, na internet, que cobra, que vigia. Com uma força surpreendente. Veja que nenhum jornal, nenhuma revista, falava do meu livro e ele já estava com a primeira edição completamente esgotada e se esgotando a segunda. Eu percebo que o livro virou uma bandeira para alguns ligados ao governo e ao PT. Como é que fica isso? Vai ficar muito feio.

Antes do livro sair, você acabou se tornando personagem do noticiário, na confusão havida no comitê de campanha da então candidata à Presidência, Dilma Rousseff. No curso do que surgiu na época, se disse que alguns dos documentos que hoje estão no livro foram obtidos de forma ilícita. Como você responde a essas acusações?Eu respondo com documentos. As pessoas que me acusam de ter quebrado o sigilo já estavam com o sigilo quebrado. Dizem que eu fui indiciado, mas ninguém diz que isso não virou nem denúncia contra mim. Me acusam como se eu fosse condenado por quebra de sigilo, e não houve nem denúncia. Eu estou me defendendo. Isso ainda vai dar outro livro. Porque eu vou mostrar que o que saiu contra mim nos jornais foi outro caso da Escola Base. Agora, a Verônica Serra é ré num processo por quebra de sigilo bancário.

Por conta desse episódio no comitê de Dilma, o final do livro não se refere nem a privatização nem a lavagem de dinheiro. Narra uma violenta troca de fogo amigo dentro do próprio PT na campanha, contrapondo, de um lado, um grupo ligado ao hoje presidente do PT, Rui Falcão, e de outro, um grupo ligado ao atual ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. Te impressionou a virulência dessa briga? Porque ela poderia ter mesmo prejudicado a campanha de Dilma, não?Me impressionou muito. Me deu até medo. Eu fui para lá achando que iria investigar uma infiltração de alguém ligado ao candidato do grupo oposto, José Serra, na campanha. E, no final, era o PT contra o PT. Fogo amigo pesado. O que ficou claro para mim é o que os interesses em jogo – sejam por dinheiro, sejam por poder – estão muito além do esforço para eleger o candidato. Os caras começam a se matar antes mesmo de ganhar a eleição, de nomear os ministros, nem ganharam e já estão brigando pelos cargos. Isso parece inacreditável. Mas aconteceu.

Aécio diz que levará PT a fazer "estágio na oposição"



Aécio diz que levará PT a fazer Foto: VALTER CAMPANATO/ABR

FALANDO COMO CANDIDATO A PRESIDENTE, EX-GOVERNADOR DE MINAS ELEVA O TOM NO PARANÁ; “O PT PRECISA SE REENCONTRAR COM OS VALORES E IDEIAS QUE ABDICOU”; PARA ELE, MANDO POLÍTICO TEM “NUANCES QUASE IMPERIAIS”; GANHOU MEDALHA DO GOVERNADOR 

Por Agência Estado
19 de Dezembro de 2011 às 16:51Agência Estado
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse, em entrevista coletiva hoje em Curitiba, que o PSDB tem a oportunidade de prestar "um favor ao PT" nas próximas eleições presidenciais. "É importante o Brasil ter um partido de massas, e quem sabe nós vamos permitir que o PT faça um estágio na oposição a partir de 2014, até para que ele possa reencontrar-se com seus valores e com as ideias que ele abdicou, que ele esqueceu depois que chegou ao governo", afirmou.
Pouco antes, Aécio tinha recebido a Ordem Estadual do Pinheiro, maior honraria do governo do Paraná. Falando em nome dos homenageados, ele teceu críticas ao governo federal, em discurso apropriado para a campanha eleitoral oposicionista. Também escolhidos por uma comissão formada por secretários estaduais, os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e das Comunicações, Paulo Bernardo, não compareceram. Entre os 47 homenageados estavam os ex-governadores Paulo Pimentel, Emílio Gomes, Jayme Canet Jr e Jaime Lerner.
O senador disse que a construção da sociedade brasileira é um trabalho contínuo de várias pessoas, "apesar das tentativas reiteradas de nos venderem a ideia de um novo país e de uma nova história construída apenas por alguns". "Não seremos o país de todos enquanto houver milhões na miséria e outros milhões dependentes da exclusiva benemerência do Estado nacional. Não seremos o país de todos com uma educação que deixa pelo caminho uma parte extremamente importante de nossos jovens", criticou.
Aécio também reforçou o discurso sobre o pacto federativo. "Vivemos hoje a maior concentração de tributos e recursos na esfera do governo central de toda nossa história republicana", afirmou. "Esta grave distorção estrutural também se traduz de outras formas, como a da instituição de um mando político com nuances quase imperiais e imposição de uma única visão nacional."
Prévias
Na entrevista, ele reforçou as críticas quando perguntado sobre a decisão da juventude tucana de abraçar sua proposta de prévias. Segundo ele, o PSDB tem, antes de escolher o candidato, o dever de apresentar um "projeto novo e ousado" para o País. "Um projeto que cria um contraponto com esse absurdo e perverso aparelhamento da máquina pública que estamos assistindo no Brasil, com os consequentes desvios e ineficiência", disse. Para ele, o PT tem apenas "agenda de poder". "A manutenção do poder é a prioridade absoluta do PT, a agenda que está em curso hoje é uma agenda de 20 anos atrás proposta por nós e nós temos que novamente apresentar uma agenda para os próximos 20 anos", afirmou.
O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), disse que a adoção das prévias pode ser um caminho ao partido. "Pelo menos o debate será muito salutar para encontrarmos a melhor opção para fortalecimento e consolidação da democracia interna partidária", disse. Mas ele negou que a honraria a Aécio seja um sinal de apoio a possível candidatura do senador à Presidência da República. "Tenho grande apreço pelo Aécio e aqui é apenas uma homenagem do Paraná a este grande político", reforçou.

Assista a entrevista ao vivo de João Pedro Stedile



Globo se converte e aposta em evangélicos



Globo se converte e aposta em evangélicosFoto: DIVULGAÇÃO

FESTIVAL PROMESSAS, TRANSMITIDO NESTE DOMINGO PELA EMISSORA CARIOCA, BUSCA ATRAIR PÚBLICO-ALVO DA SUA MAIOR RIVAL - A RECORD, QUE PERTENCE À IGREJA UNIVERSAL, DO BISPO EDIR MACEDO; PROGRAMAÇÃO GLOBAL RESERVOU ESPAÇO PARA MÚSICA GOSPEL E ATÉ PREGAÇÃO; HOJE, CERCA DE 20% DOS BRASILEIROS SÃO EVANGÉLICOS

19 de Dezembro de 2011 às 05:30
Lucas Reginato _247 - Quem ligou a Globo às 13 horas deste domingo e esperava ver a série Os Caras de Pau se surpreendeu. Talvez tenha achado que estava na Record por engano. Ou talvez tenha pensado que a antena estava mal posicionada... Mas o logotipo da Rede Globo no canto inferior direito não mentia: era mesmo na emissora carioca que estavam desfilando estrelas da música gospel brasileira. Os evangélicos, cada vez mais representativos na população brasileira, foram atraídos pela Vênus Platinada por uma novidade que almejou cativar aquele que é o principal filão da sua maior rival.
Foi o inédito Festival Promessas, que estreou e fez barulho pelas redes sociais. Durante a atração inesperada no canal da família Marinho, foram ao ar imagens de um show realizado no dia 10 de dezembro, no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Mais de 20 mil pessoas assistiram a astros da música evangélica como Diante do Trono, Pregador Luo, Ludmila Ferber e Fernandinho – todos comandados por Ana Paula Valadão, que nos intervalos também pregou palavras de ordem e trechos da Bíblia.
Um dos idealizadores do evento foi o pastor Silas Malafaia, que já apresenta programas para evangélicos na Band e na RedeTV!. O poderoso Malafaia teria se reunido com João Roberto Marinho para sugerir o festival. Outro incentivo para o projeto foi a Som Livre, gravadora global, que começou recentemente a encaixar cantores evangélicos em seu plantel. O estilo é uma das grandes potências comerciais na música brasileira hoje - isso porque cada vez mais pessoas se convertem. Estima-se que atualmente 20% dos brasileiros sejam evangélicos.
“Não consigo parar d chorar e d glorificar meu amado Salvador! Mal posso acreditar q editaram p usar meus "espontâneos" e até Jo3:16 ficou!”, disse Ana Paula Valadão em seu perfil oficial do Twitter. “Era o momento certo, Deus não chega atrasado”, afirmou a cantora gospel Damares à Folha de São Paulo sobre o início de transmissões de shows evangélicos na Globo.
Já Fernandinho, rapper da Igreja Bíblica da Paz, rebateu as críticas sobre o festival: “Eu sei que, a princípio, todo mundo pensa em grana, em ‘business’. É claro que isso existe, nós somos de carne e osso, mas acima disso está o propósito de Deus para esta nação”. Pelo Twitter, muita gente se divertiu com a hashtag #oscrenteinvadiuaglobo que, para muitos evangélicos, soou desrespeitosa.