sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Funai investiga se criança indígena foi queimada viva por madeireiros




JEAN-PHILIP STRUCK
DE SÃO PAULO

A Funai (Fundação Nacional do Índio) investiga uma denúncia de que uma criança da etnia awá-guajá foi queimada por madeireiros na terra indígena Arariboia, no município maranhense de Arame (350 km de São Luís).

Segundo a Coordenação Regional da Funai em Imperatriz, uma equipe foi deslocada para a região onde teria ocorrido o crime. A fundação afirma que só irá se pronunciar oficialmente sobre o caso na semana que vem, depois de concluir as investigações.

De acordo com o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), o crime ocorreu entre setembro e outubro do ano passado. Em outubro, um índio da etnia guajajara, também conhecida como tenetehara, encontrou o corpo da criança carbonizado em meio a um acampamento abandonado pelos Awás, a 20 km da aldeia.

Ainda segundo o Cimi, os guajajaras suspeitam que madeireiros que atuam na região tenham atacado os índios e ateado fogo na criança.

O Cimi também afirma que os awá-guajá que ocupavam esse acampamento vivem isolados, e não foram mais vistos depois do suposto ataque.

"Eram muitos. Agora desapareceram. Nesse período, os madeireiros estavam lá. Até para nós é perigoso andar, imagine para os isolados", disse Luís Carlos Tenetehara, da aldeia Patizal.

Em 2008, uma menina de sete anos da etnia guajajara foi morta por um tiro também em Arame. Quando foi atingida, ela estava numa aldeia que ficava nas margens da rodovia MA-006.

Segundo os índios, o disparo foi efetuado por um homem que estava na garupa de uma moto, e que atirou aleatoriamente contra os índios. Um ano depois, um suspeito foi preso pela Polícia Federal.

Estima-se que existam três grupos isolados na Terra Indígena Arariboia, num total de 60 índios. Os Tenetehara conservam relação amistosa e afastada com os isolados, pois dividem o mesmo território.

'Pregão do crack' atrai cerca de 300 usuários no centro de SP


LAURA CAPRIGLIONE
MARLENE BERGAMO
DE SÃO PAULO

"Olha a pedra, olha a pedra de 5! Pedra de 5!" Eram 20h30 de ontem, quando, na esquina da avenida Rio Branco com a rua dos Gusmões, centro de São Paulo, abriu-se o feirão de crack, vendido aos gritos, como se fosse produto legal. Cerca de 300 usuários da droga arremataram suas pedras.

A quatro quadras dali, do outro lado da avenida Rio Branco, pelo menos 30 carros de polícia com os giroflex vermelhos ligados anunciavam a ocupação do território da cracolândia pelas forças da ordem. Ruas tranquilas, poucas pessoas nas calçadas. Uma cidade normal?
"Você prefere tratar um câncer localizado? Ou com ele espalhado por todo o corpo? É isso o que estamos fazendo: espalhando o câncer."

A frase expressa o desalento de um dos cerca de 70 policiais ontem na operação. "E enquanto a gente está aqui, eles estão logo ali", emendou o parceiro, um soldado da PM, apontando.

Bastava atravessar a avenida, para constatar que o inferno apenas tinha mudado de endereço.

Um homem lutava para se livrar do cerco de três jovens alucinados que tentavam roubá-lo (levaram-lhe guarda-chuva, blusa e celular). Outro usuário trazia debaixo do braço um cinzeiro, desses de portaria de hotel. Um idoso levava um carrinho de supermercado com uma geladeira de isopor, tênis velhos e uma caixa com embalagens cheias de cola branca. Tudo para vender ou trocar pela droga.

Alessandro Shinoda - 4.jan.12/Folhapress
Prédios que eram usados por dependentes na cracolândia ficam vazios; bairros vizinhos temem migração
Prédios que eram usados por dependentes na cracolândia ficam vazios; bairros vizinhos temem migração

Ontem, terceiro dia do cerco à cracolândia, continuou a estranha dança entre polícia e usuários de crack.

Os homens da Força Tática --armados com fuzis e espingardas de balas de borracha-- tangiam os esquálidos zumbis para fora de seus esconderijos, prédios em ruínas.

Minutos depois de dispersos, os usuários voltavam a se concentrar. Estavam exaustos. O dia todo andando --se sentassem ou deitassem na calçada, já um PM aparecia para tocá-los dali.

Edilaine, 18, apenas um dente na boca, cogitava voltar para a família, no Itaim Paulista, extremo leste da cidade. "A gente não pode fumar, não pode dormir e nem descansar. Está difícil."
Eduardo Anizelli/Folhapress
Missionários da comunidade Missão Belém da Igreja Católica, que faz romaria para tentar acolher viciados em SP
Missionários da comunidade Missão Belém da Igreja Católica, que faz romaria para tentar acolher viciados em SP

Nem as irmãs e os frades da Missão Belém, católica, que atuam na recuperação de dependentes químicos escaparam. À noite, na praça Princesa Isabel, vizinha dali, três grupos de moradores de rua e de usuários de crack estavam sentados no chão, rezando e cantando com os missionários, quando chegou a PM.

"Mãos na cabeça" e todos foram revistados.

Sobre a tática anunciada pela prefeitura, de "dor e sofrimento" para obrigar os usuários de crack a pedir ajuda para sair da dependência, o padre Julio Lancelotti, 63, vigário episcopal para a população de rua, disse: "Isso é tortura. Dor e sofrimento levam ao desespero. Só a alegria e esperança podem provocar a mudança".

Cracolândia entre o populismo e a incompetência



Ao tempo da Liga das Nações tivemos uma conferência (1909) e três convenções sobre “drogas nocivas”, com foco especial no ópio, gerador de duas guerras diante do interesse monopolístico e da indústria farmacêutica. As duas guerras do ópio envolveram China e Grã-Bretanha (1839-42 e 1856-60). A ganhadora foi a Grã-Bretanha.
Na Organização das Nações Unidas (ONU), a principal convenção em face do fenômeno transnacional das drogas foi a de Nova York, em1961. Essa Convenção entrou em vigor em 1964. Na Convenção de 1988, realizada em Viena, comprovou-se que o sistema bancário e o financeiro internacional estavam sendo empregados para circulação e lavagem de dinheiro das drogas ilícitas da criminalidade organizada sem fronteiras.
A esse quadro deve-se acrescentar que nos últimos 25 anos a “guerra às drogas” implicou gastos estimados em US$ 25 bilhões. Mais ainda, nos últimos 20 anos, como comprovam fotografias aéreas e por satélites, nos países dos Andes, a área de cultivo da folha de coca, que representa a matéria-prima para a elaboração do cloridrato de cocaína (pó), continua com a mesma extensão de 200 mil hectares: os plantios andinos migram, mas continuam a atender a indústria da cocaína. Parêntese: a folha de coca é andina.
O panorama acima mostra, pelos múltiplos interesses e sem esquecer que insumos químicos necessários ao refino não são controlados, tratar-se de um fenômeno complexo. E se torna de difícil solução quando envolve a redução da demanda e as políticas sociossanitárias decorrentes do consumo e da dependência química e psicológica.
A situação criada pela aglomeração de dependentes químicos em centros urbanos, com todos os graves problemas decorrentes (crimes, violência, degradação humana etc), levou diferentes países a busca de soluções que atendessem as metas constitucionais de respeito à dignidade humana e aos compromissos internacionais.
As primeiras medidas inovadoras e progressistas vieram da Confederação Helvética. A primeira delas, liberação de parques para consumo, restou em absoluto insucesso. As áreas livres de consumo foram ocupadas por gente vinda de outros países e fez-se a alegria dos traficantes, ou melhor, de operadores de redes de abastecimento que colocam traficantes nos denominados “nós da rede para ofertas”.
Dos ambientes abertos, a Suíça passou aos fechados. Os dependentes residentes passaram a receber a chamada “dose-oficial” em locais com assistência médica, primeiro passo tendente a cortar o cordão de ligação umbilical com os nacotraficantes.
No ano de 1994, chamou a atenção da comunidade acadêmica internacional o programa sociossanitário implementado em Frankfurt, a quinta maior cidade da Alemanha. As narcossalas, com ações sociais, deram tratamento digno aos dependentes e, logo no segundo ano de implantação, o consumo de drogas pesadas caiu pela metade.
O discurso conservador de que as narcossalas  levariam ao aumento do consumo foi desmentido pelas pesquisas realizadas pelas universidades, governo e organismos internacionais de saúde pública. As confederações do comércio e da indústria, na Alemanha,  participam do programa de narcossalas e investem milhões de euros todos os anos.
A vencedora do Nobel de Medicina, Françoise Barre Sinoussi, acompanhou e recomendou a implantação das denominadas “salas seguras para uso” (narcossalas) na França.
Num caso de overdose, segundo cálculo das autoridades sanitárias de Frankfurt, os custos médico-hospitalares para cada usuário foi, quando da implantação das salas seguras de consumo, estimado em 350 euros. Com a queda de consumo, contatou-se economia e um grande avanço no trato humano para a questão da toxicodependência.
Nos EUA, apesar do desagrado do então presidente George W.Bush, continuaram a funcionar, com destaque para Nova York, os centros para emprego de metadona, droga substitutiva e indicada para controlar situação de abstinência por dependentes de heroína.
Em outubro de 2011, a Suprema Corte do Canadá entendeu legítimas (constitucionalmente permitido) as políticas sociossanitárias voltadas a restabelecer a dignidade do dependente com a recuperação. Em outras palavras, liberou as narcossalas.
Na Espanha, depois da publicação no jornal de maior circulação do país de uma foto de um drogado, com agulha espetada no pescoço e seringa pendente, chegou-se à decisão de implantar as narcossalas, com resultados marcados por êxitos.
Uma outra vertente consistiu em aberturas de comunidades terapêuticas ou centros modelares para tratamento. Um exemplo. Na cidade italiana de Rimini, com o maior porcentual de sucesso em tratamentos no mundo, funciona a comunidade terapêutica de San Patrignano: num grupo de 10 jovens, 7mabandonam as drogas com o tratamento.  http://www.sanpatrignano.org/?q=it/ricerca_scientifica_oltre
Com o silêncio do governo federal que possui uma Secretaria Nacional de Direitos Humanos, o prefeito Gilberto Kassab e o governador Geraldo Alckmin, deram sinal verde e teve início, na quarta-feira 4, o Plano de Ação Integrada Centro Legal, com a ocupação pela Polícia Militar da região conhecida desde o início dos anos 90 por Cracolândia.
Conforme escrevi na revista CartaCapital, o tal plano, sintetizado pela Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania de São Paulo e pela Coordenação de Políticas sobre Drogas, está baseado “na dor e no sofrimento” dos dependentes de crack. Dependentes que ocupam a chamada região da Cracolândia em fase de reurbanização e objeto de especulação imobiliária, com incentivos fiscais aos interessados em investimentos.
A polícia militar, já nas ruas, terá a tarefa de evitar a oferta do crack ao dependente e, caso escape o controle, não permitirá o uso no território da Cracolândia.
Com os usuários sem acesso ao crack, entrarão na fase conhecida no campo médico por abstinência, produtora de sofrimentos e perturbações mentais. Aí, buscarão, na visão distorcida dos governos municipal e estadual, a rede de saúde para tratamento.
Em outras palavras, busca-se, pela tortura, uma eventual corrida do dependente às autoridades sanitárias, que ainda não possuem um posto no território da Cracolândia.
Com a sutileza de um “bulldozer”, a dupla Alckmin-Kassab substituiu a “tortura da roda” da Idade Média ou a tortura pelo silício, usada ainda por ordens religiosas, pela abstinência forçada e geradora de desumano padecimento.
Esqueceu-se que o Brasil aderiu à Declaração Universal de Direitos Humanos que proíbe a tortura e condena ações cruéis e castigos desumanos e degradantes.
A Secretaria Estadual de Direitos Humanos do Estado e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos não se opuseram às ações voltadas à imposição de sofrimentos e às ações policialescas contidas no Plano, que resultam em migração de dependentes para outros bairros e reações violentas por parte desses toxicodependentes.
Já é a segunda vez que Kassab fere elementares princípios de direitos humanos. Na primeira vez  conduziu à força usuários para desintoxicação em centros de saúde. Depois de desintoxicados estavam livres para voltar à Cracolândia.
Agora, e em dupla com o governador do Estado, usa a tortura indireta. Mas, como alerta o especialista  Marcelo Ribeiro, “a estratégia não tem lógica. A sensação de fissura provocada pela abstinência impede que o usuário tenha consciência de que precisa de ajuda. Ela causa outras reações, como violência. Além disso, nenhum lugar do mundo está livre das drogas”.
O delegado Sérgio Paranhos Fleury e os comandantes do DOI-Codi eram menos sutis que Alckmin-Kassab, pois usavam direto o pau de arara, o trono do dragão e o capacete de choque elétrico. O método, no entanto, era igual ao do plano Alckmin-Kassab: torturar e, pelo sofrimento incontido, obter o resultado desejado.
Em resumo, Kassab começou com a internação compulsória e migrou para a tortura disfarçada. Alckmin e o Tribunal de Justiça, por meio do desembargador destacado para a área de Crianças e Adolescentes, embarcaram na onda do sofrimento.
Num pano rápido. A dupla Kassab-Alckmin executa um plano desumano e com a mais rudimentar das técnicas policiais, ou seja, impedir a oferta de crack acompanhando a movimentação dos consumidores. Enquanto isso, a ministra Maria do Rosário encolhe-se e mergulha no silêncio da conivência.
Wálter Fanganiello Maierovitch

Apoiado por filha de Lula, Chalita larga na frente



Apoiado por filha de Lula, Chalita larga na frenteFoto: Reprodução

PRÉ-CANDIDATO DO PMDB À PREFEITURA DE SÃO PAULO, DEPUTADO FEDERAL GABRIEL CHALITA CUMPRE AGENDA INTENSA NO INÍCIO DE 2012, SEMPRE ACOMPANHADO PELA ASSESSORA LURIAN CORDEIRO LULA DA SILVA, FILHA DO EX-PRESIDENTE LULA

Por Agência Estado
06 de Janeiro de 2012 às 17:44Agência Estado
247 com Agência Estado - Se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de fato fizer campanha para o candidato do PT, Fernando Haddad, o pré-candidato do PMDB, Gabriel Chalita, poderá lhe recitar Chico Buarque ao longo da campanha: "Você não gosta de mim, mas sua filha gosta". Com o apoio da filha de Lula, Lurian Cordeiro Lula da Silva, o deputado federal saiu na frente dos concorrentes na campanha deste ano.
Enquanto o PSDB ainda discute quem será seu candidato à Prefeitura de São Paulo e o petista Fernando Haddad desfruta suas férias antes de deixar o Ministério da Educação, o pré-candidato do PMDB à sucessão municipal não perde tempo. Desde o primeiro dia útil de 2012, Chalita vem mantendo uma agenda ativa, que vai desde eventos oficiais até visita à favela incendiada na região central da cidade. A situação dos moradores da Favela do Moinho impressionou o deputado federal e sua assessora Lurian Cordeiro Lula da Silva, que recorreu nesta sexta-feira à intervenção do pai, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A visita do deputado federal à favela aconteceu ontem (5) e foi divulgada pelo parlamentar em sua página na rede de microblogs Twitter. "Voltei da Favela do Moinho. Quanta tristeza. Quanto abandono. É impressionante a ausência do poder público", escreveu. O pré-candidato do PMDB contou que costumava visitar a favela no período em que foi vereador.
Influenciada por Chalita, que se colocou à disposição dos moradores para pedir ajuda ao governo federal, Lurian ligou para Lula enquanto ele era submetido à sua terceira sessão de radioterapia, no Hospital Sírio-Libanês, e conversava com o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), ex-secretário da Habitação na gestão Marta Suplicy. Lula foi então informado pelo petista que há a possibilidade de o governo federal ajudar os moradores e que Teixeira pretende voltar à favela nos próximos dias com Chalita.
O deputado do PMDB já havia visitado a favela logo após o incêndio do último dia 22, quando 368 barracos pegaram fogo, deixando dois mortos e 1.500 pessoas desabrigadas. Ele nega interesse eleitoral nas recentes visitas. "Não quero usar isso politicamente. Fui lá e não falei para ninguém", rebateu. Chalita aproveitou para criticar a "distância" do prefeito Gilberto Kassab (PSD) - seu desafeto político - em relação ao problema vivido pelos moradores da favela. "O Kassab foi perto, mas não chegou a entrar. Não tem que ter medo deles", alfinetou. "Acho que a Prefeitura tinha de fazer um mutirão ali", emendou.
A agenda do peemedebista começou "firme" na segunda-feira (2), com sua presença na posse do desembargador Ivan Sartori como novo presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo. O deputado dividiu a mesa de autoridades com Kassab."Sou amigo do presidente (Ivan Sartori) e fui prestigiá-lo", justificou. No dia seguinte, Chalita teve um encontro informal com intelectuais para "pensar um projeto cultural para a cidade". Na quarta (4), discutiu com médicos propostas para a saúde e teve sua primeira reunião do ano com o presidente estadual do partido, deputado estadual Baleia Rossi. Ontem, além de visitar a favela, esteve de novo no Tribunal de Justiça de São Paulo para conversar sobre a situação de adolescentes em conflito com a lei. "Todos os dias têm várias atividades", revelou.
Outra preocupação do pré-candidato é a cracolândia, foco de ação policial nesta semana para combater o tráfico de drogas. Acompanhado do padre Júlio Lancelotti, Chalita pretende visitar a região, conhecida pelo predomínio de usuários de crack, para se "aprofundar" no tema. "Ali precisa de um projeto real, precisa de uma comunidade terapêutica onde a pessoa ficasse internada por meses para se recuperar e voltar para a sociedade. Senão é ação só midiática", analisou.
Mas antes de visitar a cracolândia, Chalita pretende se dedicar às costuras políticas. Amanhã, sua agenda já está comprometida com o aniversário do presidente estadual do DEM, o deputado federal Jorge Tadeu Mudalen.
Relembre vídeo em que a filha de Lula manifestou seu apoio a Chalita nas eleições de 2010, em que ele foi eleito deputado:

Gleisi vai com tudo contra Fernando Bezerra



Gleisi vai com tudo contra Fernando BezerraFoto: Divulgação

MINISTRA, QUE COMANDA INTERVENÇÃO BRANCA NA INTEGRAÇÃO NACIONAL, NOMEIA NOVO PRESIDENTE DA CODEVASF PARA LUGAR QUE VINHA SENDO OCUPADO POR CLEMENTINO COELHO, UM DOS IRMÃOS DO MINISTRO; O OUTRO FOI ACUSADO DE RECEBER VERBAS DA ESTATAL

06 de Janeiro de 2012 às 20:00
A Casa Civil da Presidência da República emitiu hoje nota sobre mudanças na cúpula da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), confirmando a indicação de Guilherme Almeida para a presidência da entidade. Atualmente, Clementino de Souza Coelho - irmão do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho - ocupa interinamente a presidência da Codevasf. Com a mudança, Coelho voltará à diretoria da companhia. Foi a primeira decisão importante da ministra Gleisi Hoffmann, incumbida pela presidente Dilma Rousseff de comandar uma intervenção branca na Integração Nacional. E um revés importante sofrido pelo ministro Bezerra.
Coelho vinha sendo acusado de direcionar verbas da Codevasf para a cidade de Petrolina, sua base eleitoral. O município foi escolhido para receber a maior quantidade de cisternas de plástico compradas pelo ministério, dentre as regiões do Nordeste que serão contempladas com os equipamentos. O edital do pregão que resultou na contratação da empresa que vai fabricar as 60 mil cisternas, a um custo de R$ 210,6 milhões foi assinado por Clementino de Souza Coelho, irmão do ministro. A Codevasf é uma estatal vinculada ao Ministério da Integração Nacional.
Das 60 mil cisternas, 22.799 (38%) precisam ser entregues na unidade da Codevasf em Petrolina, conforme o edital. Das sete cidades nordestinas previstas no programa para a entrega dos equipamentos, Petrolina — onde Fernando Bezerra já foi prefeito por três vezes — é a que receberá a maior quantidade de cisternas, seguida de Bom Jesus da Lapa e Juazeiro (BA), com 11 mil; Penedo (AL), com 7.429; e Montes Claros (MG), com 7.391 cisternas. Nas eleições de 2012, Fernando Bezerra pode vir a ser candidato a prefeito de Recife, enquanto o irmão Clementino disputaria a de Petrolina.
Denúncia contra outro irmão
Nesta sexta-feira, o Correio Braziliense também publicou reportagem sobre os negócios de Caio Coelho, outro irmão do ministro Fernando Bezerra Coelho, que estaria sendo favorecido por verbas da Codevasf. Leia abaixo:
Empresas do ministro da Integração, Fernando Bezerra, e do irmão Caio Coelho são beneficiadas por projeto de irrigação da pasta. Do lado pernambucano do Perímetro Irrigado Senador Nilo Coelho, em Petrolina, a Manoa Empreendimentos e Serviços foi autorizada pela Resolução nº 567, de 2004, da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), empresa de economia mista ligada ao Ministério da Integração Nacional, a receber fornecimento de água, com vazão de 150 metros cúbicos, para irrigar 33,9 hectares.
À época, o irmão do ministro, Clementino Coelho, era diretor de engenharia da Codevasf, cuidando da área de Desenvolvimento Integrado e Infraestrutura e Empreendimentos de Irrigação. Atualmente, Clementino Coelho é o presidente da Codevasf. Dados da Junta Comercial de Pernambuco de ontem mostram que a Manoa apresenta registro ativo e está em nome do ministro e da mulher, Adriana de Souza Leão Coelho. A assessoria do ministério, no entanto, encaminhou ao Correio documento de venda da Manoa, datado de outubro de 2005.
Às margens do Rio São Francisco, Caio Coelho desponta como exportador de frutas, principalmente manga. O irmão do ministro representa a Umbuzeiro Produções Agrícolas, que fica em Casa Nova, lado baiano do projeto de irrigação Senador Nilo Coelho. Moradores de Petrolina ouvidos pelo Correio informaram que o lado baiano tornou-se mais cobiçado após o solo da área de irrigação de Petrolina ter se “esgotado”. A área é considerada um oásis e desperta interesses de investidores. Além da ligação familiar, Caio e Fernando Bezerra foram sócios em outra empresa, a Transvale, no distrito industrial de Petrolina.
A Codevasf, que teve orçamento de R$ 1,1 bilhão em 2011, é responsável por fornecer estrutura e assessoria técnica aos perímetros. De acordo com informações publicadas no portal da companhia, existem no país 23 perímetros irrigados em produção, no país, desses, dois deles estão em Pernambuco, o distrito de Senador Nilo Coelho e Bebedouro. Em 2011, o Ministério da Integração e a Codevasf anunciaram pacote de investimentos para o Distrito de Irrigação do Perímetro Senador Nilo Coelho. Foi indicada meta de aplicação de R$ 64 milhões no perímetro até 2014, com investimento inicial de R$ 10 milhões, já reservado em abertura de licitações iniciadas no ano passado. O sistema de bombeamento das águas do Rio São Francisco que irrigam os lotes também será renovado.
Em resposta ao Correio, a assessoria do ministério divulgou nota afirmando que “o ministro não detém nenhum vínculo societário com o irmão Caio Coelho, e com as empresas correlatas, Transvale e UPA Umbuzeiro, desde a partilha dos bens da família em 1990, também devidamente registrados na Junta Comercial.” O ministério também informa que as áreas irrigadas em que o irmão do ministro tem propriedade foram “adquiridas em 18 de maio de 1984, por seu pai, há mais de 25 anos por meio de Cessão Onerosa de Uso”.
Sobre o exercício da presidência da Codevasf por Clementino Coelho, a assessoria do ministro afirma que o irmão de Fernando Bezerra ocupa a função “tão somente por força do estatuto”, pois em 3 de janeiro de 2011 colocou seu cargo à disposição, por meio de pedido encaminhado à pasta, e a empresa aguarda nomeação do presidente efetivo. “Não houve indicação de Clementino Coelho para presidência da Codevasf pelo ministro Fernando Bezerra Coelho. O Estatuto Social da Codevasf, que é fruto do Decreto Federal nº 3.604 (de 20/12/2000), determina que o diretor mais antigo na função assuma interinamente a presidência em caso de vacância.” Ainda de acordo com a assessoria, “não incorre em nepotismo a pessoa lotada em cargo inferior no mesmo órgão ou entidade que já exercia antes do início do vínculo familiar com o agente público”.

A falta que mortes em massa faz para o lucrativo filão do noticiário de catástrofes



Há um ano atrás, na região serrana do estado do Rio de Janeiro morreram perto de 1.000 pessoas vítimas das chuvas.

O noticiário em plantão permanente dava boletins dramáticos toda hora com a contagem recorde de mortos. "Especialistas" e urubólogos ouvidos nos canais de notícias afirmavam categoricamente que faltava investimentos em radares meteorológicos, pluviômetros,  sistemas de alarmes, etc, etc ... pois quando a população é avisada e evacuada da área de risco com antecedência, os desastres materiais acontecem com a perda de casas e móveis, mas as vidas se salvam. Tudo isso é verdade, só esquecerem de dizer que o governo demo-tucano não só deixou de investir no setor, como sucateou os órgãos do estado, deixando para o governo Lula e Dilma o trabalho de recuperar a capacidade funcional destes órgãos, inclusive com abertura de concursos, combatidos pelos neoliberais da oposição partidária e midiática.

Pois bem, o Ministério da Ciência e Tecnologia trabalhou duro durante o ano para tirar do papel o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), criado para emitir alertas em áreas de risco de inundações, funcionando 24 horas por dia.

O ministro Aloizio Mercadante disse que o monitoramento sobre as chuvas está funcionando e que a Defesa Civil tem sido alertada: "... O CEMADEN tem feito todos os alertas, tem acertado com precisão”, garantiu.

Os alertas tem permitido à defesa civil das cidades e estados evacuarem as áreas de risco, quando necessário, salvando vidas.

A pergunta que fica no ar é: por que não vemos notícias sobre os sistemas de alertas e planos de contingência? E por que os meios de comunicação não ajuda a divulgá-los?

Não me refiro à alarmismo nacional que, em vez de ajudar, poderia atrapalhar, pois cada cidade tem sua realidade e incidência de chuva diferente, mas pelo menos os noticiários nacionais deveriam informar à população a ficarem em alerta para prestarem atenção nos avisos que devem acompanhar, e até a cobrarem de seus prefeitos repasse de informações do CEMADEN.

Parece que notícias para salvar vidas dá menos ibope do que recordes de mortes em catástrofes. E menos ibope, significa menos lucros.

Talvez isso explique o mau humor do telejornalismo trapaceiro que, em vez de fazer uma bela reportagem sobre o CEMADEN, em Cachoeira Paulista (SP), e o trabalho dos bombeiros e da defesa civil no noticiário local, prefere procurar aquela ONG Contas Abertas, que tortura os números até que eles confessem o "teste de hipótese" que o telejornal deseja pautar para derrubar ministro.

Vidas Salvas que foram para o limbo do noticiário

Em Santa Catarina, em setembro, o governo emitiu alertas de chuvas fortes e 200 mil pessoas foram retiradas de áreas críticas. O Rio Itajaí chegou a subir 13 metros e nenhuma pessoa morreu por causa da inundação. Em 2008 morreram mais de 160.

O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, foi avisado com 20 dias de antecedência sobre a possibilidade de chuva intensa, na Grande Belo Horizonte, o que está ocorrendo agora.

Nem todo o crédito deve-se ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Vários estados e municípios estão melhor preparados este ano. Com a experiência das ocorrências no passado não estão mais sendo pegos de surpresa. Muitos se prepararam com planos de contingência e evacuação.

A previsão de chuvas intensas e alertas do CEMADEN é parte de um sistema. Depende do planos de evacuação feitos pela defesa civil dos estados e prefeituras, do próprio treinamento da população, e da mobilização social.

Outra parte do trabalho é o levantamento geotécnico, que detalha o encharcamento do solo que pode causar deslizamento em um determinado local. Segundo o MCT, 51 cidades mais expostas a riscos com as chuvas já contam com esse levantamento. Até 2014 a meta é mapear os 251 municípios que têm áreas de risco elevado de desastres. (Com informações da Agência Brasil, aqui e aqui)
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2012/01/falta-que-mortes-em-massa-faz-para-o.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+blogspot%2FEemp+%28Os+Amigos+do+Presidente+Lula%29

Debate lança “A Privataria Tucana” no Paraná



Com antecedência, para todo mundo poder divulgar e se planejar: dia 19, uma quinta-feira, Amaury Ribeiro Júnior lança o seu “A Privataria Tucana” no Paraná. E, como desde o início aconteceu, com o suporte da blogosfera. Organizado pelos blogueiros Cleverson Lima, Sergio Bertoni, Walter Koscianski, Mario Cândido e Ivo Pugnaloni, através do site coletivo ParanaBlogs, ele vai acontecer no auditório do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba, cujo endereço está aí no cartaz que a gente reproduz no post.
Quem puder  divulgar para os amigos paranaenses e colocar nos seus sites estará prestando um serviço ao Brasil.
A imagem é ampliável, basta clicar nela,  para poder ser impressa por quem quiser divulgar.

Carnaval 2012: Venha Desfilar com Lula e os Gaviões da Fiel Torcida Corinthiana




O enredo “Verás que um filho fiel não foge à luta. Lula, retrato de uma nação” homenageia o presidente Lula e agradece aos nobres edis paulistanos que, afinal, depois de um século, nos deram nosso merecido estádio.


camisa 2012 (o Gavião com a faixa presidencial) estará à venda a partir de 8/1/2012  e nas lojas credenciadas.

O samba-enredo pode ser ouvido aqui e na página inicial do sítio da Gaviões da Fiel  


“Verás que um filho fiel não foge à luta – Lula, o retrato de uma nação”

“Vai meu gavião…
Cantando a saga do menino sonhador
Um filho do sertão, cabra da peste… Irmão
Que deus pai iluminou!
Trouxe no sangue a coragem, a fé
O poder regendo seu destino!
Na cidade grande a esperança… O futuro promissor!
Traçou seu o caminho
Cresceu foi à luta… Pra vencer
E o sonho se torna real
Luiz Inácio o operário nacional!
Companheiro fiel… Por liberdade
Na corrente do bem… Contra a maldade!
Elo forte da democracia
A luz da nossa estrela guia!
Viu… No coração do Brasil
Tanta desigualdade
O retrato da realidade
A utopia buscando a dignidade!
Solta o grito da garganta e vem comemorar
A soberania popular
Felicidade…
O povo unido venceu
A cidadania resplandeceu
Uma nova era aconteceu!
Sou da nação, sou valente e festeiro
Corinthiano loucamente apaixonado!
Em oração a São Jorge guerreiro
Peço que o brasileiro seja sempre abençoado!”

Dia 6/1/2012, 6ª-feira, a partir de 22h, em nossa sede, o primeiro ensaio do ano.

End.: Rua Cristina Tomaz, 183 - Bom Retiro, Capital 
CEP: 01129-020 - SP - Brasil

Ensaios técnicos:
14/01 – 23h – Sábado
28/01 – 23h – Sábado
05/02 – 22h – Domingo



Enviado pelo pessoal da Vila Vudu

Rosinha, prefeita de Campos, foi alertada sobre risco



Rosinha, prefeita de Campos, foi alertada sobre riscoFoto: Thiago Guimarães/Secom

PESQUISADOR ARTHUR SOFFIATI DISSE TER SUGERIDO AO MINISTÉRIO PÚBLICO E À PREFEITURA A TRANSFERÊNCIA DE TODOS OS MORADORES DA LOCALIDADE DE TRÊS VENDAS POR CAUSA DAS INUNDAÇÕES RECORRENTES

Por Agência Estado
06 de Janeiro de 2012 às 07:01Agência Estado
247 com Agência Estado - O pesquisador Arthur Soffiati, do Núcleo de Estudos Socioambientais da Universidade Federal Fluminense (UFF), disse hoje que propôs ao Ministério Público e à prefeita da cidade fluminense de Campos, Rosinha Garotinho (PR), em janeiro de 2009 a transferência de todos os moradores da localidade de Três Vendas para um trecho mais alto conhecido como Colina, que fica a 500 metros de distância, por causa das inundações recorrentes.
"Estão fazendo agora provisoriamente o que eu propus como solução permanente", comentou Soffiati sobre a retirada às pressas de 700 famílias que vivem na comunidade, por causa da iminência de inundação da área urbana. O pesquisador disse que foi chamado pelo MP para preparar um relatório após o rompimento do dique do Rio Muriaé ocorrido em dezembro de 2008. "Fui a uma audiência pública e quase apanhei", contou o professor. "Tentei argumentar que muitos moradores perdiam tudo todo ano e que o objetivo era evitar isso. A proposta foi corroborada pelo órgão técnico do MP, mas acabou sendo rejeitada".
Soffiati propôs que a mesma solução fosse adotada progressivamente no município de Cardoso Moreira, que tem 12 mil habitantes. "Pelo menos 80% da cidade, que também fica no leito do Rio Muriaé, costuma ficar embaixo d'água. Seria um plano de longo prazo." Para o professor, a recorrente destruição e ocupação de áreas de várzea pela água indica que a BR-356 foi construída de maneira inadequada.
"As inundações na região do Rio Muriaé são recorrentes e a estrada deveria ter sido projetada para que não sofra rompimento. A culpa não é de São Pedro", acrescentou o engenheiro geotécnico Alberto Sayão, professor da PUC-Rio e ex-presidente da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos (ABMS), lembrando que o rompimento de 2008 deveria ter servido de alerta. "A estrada não está preparada para cheias e é possível que vá romper em outros trechos. Deve ser feita uma avaliação para que seja refeita em condições adequadas".
Hoje, as cerca de 4 mil pessoas que vivem na localidade de Três Vendas precisaram abandonar suas casas às pressas para fugir de uma inundação causada pela água do rio Muriaé. Para chegar à comunidade, a água destruiu um trecho de 30 metros da rodovia BR-356, que fica a cerca de 600 metros das casas. A estrada funcionava como uma dique para represar o rio, embora, segundo o órgão que a administra, não tenha sido projetada nem adaptada para exercer essa função.