quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Ler devia ser proibido

Hitler manda censura Privataria Tucana, assista o vídeo

Amaury Ribeiro recorrerá à exceção da verdade para provar que tudo o que diz é real


por Conceição Lemes
Para desgosto de José Serra e desconforto da mídia corporativa, que o blinda, o livro Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., é fenômeno de vendas.
A primeira edição, 15 mil exemplares, esgotou-se no dia do lançamento, 9 dezembro. Na segunda-feira, 12, a Geração Editorial decidiu reimprimir 30 mil. Na terça,  subiu para 50 mil. “Mas já aumentamos para 80 mil cópias”, contou-me há pouco Luiz Fernando Emediato, da Geração Editorial. “Elas chegarão às livrarias nesta sexta-feira.”
Tudo isso graças principalmente à divulgação na internet e nas redes sociais, já que a grande imprensa com raras exceções ainda tem feito de conta que o livro não existe.
Aliás, especulou-se muito na terça-feira que a Folha de S. Paulo publicaria, finalmente, publicaria nesta quarta uma matéria sobre o livro. Circulou também a informação de que, Serra, quando soube da matéria, teria ligado enfurecido para a direção do jornal, cobrando a não publicação.
O fato é que hoje, quarta, a Folha não veio com matéria sobre A Privataria Tucana. Será que Serra conseguiu  “sensibilizar” a Folha com seus argumentos? Ou será que a matéria virá na edição desta quinta-feira?
Curiosamente, nesta quarta, a Folha ressuscitou ao “seu estilo” o  chamado “mensalão”, talvez  para tentar jogar no ventilador petista o que sobrando em abundância no poleiro tucano.
Conversei rapidamente por telefone com Amaury ontem e hoje. Está bem mais calmo do que dia do lançamento de A Privataria Tucana, quando o conheci.
Viomundo – Só boas notícias?
Amaury Ribeiro Jr. – Por enquanto (risos), sim. Muita gente tem ligado pra dizer, que começa a ler e não parar mais. Isso me deixa muito feliz, porque lavagem de dinheiro é um assunto muito difícil, complexo.
O pessoal da área editorial está espantado com o sucesso vendas do Privataria, já que não teve divulgação na grande imprensa, exceto a CartaCapital, Record News e TV Record. É um fenômeno, um fato histórico. Tudo isso graças à internet, à blogosfera, às redes sociais, que mostraram um poder de fogo, que eu não imaginava que fosse tão grande.
Viomundo – E a reação dos tucanos como tem sido?
Amaury Ribeiro Jr. — Engraçado que Álvaro Dias e outros tucanos de alto poleiro, que estão sempre na mídia cobrando ética, lisura dos outros partidos, estão mudos.
O Serra disse ontem que o meu livro “é um lixo”.  Os  que eles, tucanos, fizeram nas privatizações é que pode ser considerado um lixo, isso sim.
Essa paulicéia desvairada, que se acha mais culta e melhor do que todo mundo, de repente, ficou nua, com as vísceras expostas.
Viomundo – Já recebeu algum telefonema ou e-mail desaforado, ameaçador ou malcriado?
Amaury Ribeiro Jr. – Ainda não. Só reações positivas. Mas não sou bobo. Devem estar preparando um troco para o próximo final de semana.
Viomundo – E, aí?
Amaury Ribeiro Jr. — Estou preparado, tranqüilo, pois tudo o que eu disse tenho como provar.
Viomundo – Grande parte do material que embasou o teu livro foi obtida em decorrência do processo movido contra você por Ricardo Sérgio de Oliveira, que foi presidente da área internacional do Banco do Brasil na gestão FHC. Para provar que estava dizendo a verdade, você recorreu a um procedimento chamado exceção da verdade. Amaury, por favor, explique para os leitores do Viomundo o que é a exceção da verdade.
Amaury Ribeiro Jr. –  É o seguinte. Quando se é processado, você tem o direito de provar que o que  está dizendo é verdadeiro. A esse processo se dá o nome de exceção da verdade. Foi o que eu diz quando o Ricardo Sérgio de Oliveira entrou com processo de danos morais contra mim em função de denúncias referentes ao Banestado. Em função disso, tive acesso a todos os documentos da CPI do Banestado que envolviam o Ricardo Sérgio. Eu ganhei esse processo e  parte do material, que eu tive acesso devido ao pedido de exceção da verdade, embasa o meu livro.
Viomundo — Você recorreria novamente a exceção da verdade, para provar que tudo o que está em A Privataria tucana é verdade?
Amaury Ribeiro Jr. – Com certeza! É só me questionarem.

Gurgel está preocupado com o Agnelo. E o Cerra, brindeiro ?



O Sol do PiG (*), o jornal nacional do Ali Kamel, informou que o brindeiro Gurgel manifestou-se rapidamente sobre as denúncias do PSDB contra o governador do Distrito Federal.

Este ansioso blogueiro, colega da Magic Paula, que trabalhou com o Agnelo no Ministerio do Esporte,  não dá dez mil réis de mel coado por esse governador.

O Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo, ignora os Privatas do Caribe.

Faz de conta que não existem.

Mas , o Agnelo …

O Agnelo …

Aí, antes que a reportagem do jn saísse do ar, lá estava, firme e forte, como se fosse um comentarista da GloboNews, o brindeiro Gurgel para informar que o Ministerio Público Federal está de olho no Agnelo. 

Dr. Gurgel, Dr. Gurgel  …

E o livro do Amaury, dr. Gurgel …

E o recurso ao STF para reavivar a Satiagraha e a Castelo de Areia ?, dr Gurgel …

O senhor não vai se tocar ?

E os generais, dr. Gurgel, eles tem direito a foro privilegiado ?

O brindeiro Gurgel vai para cima do Agnelo, porque o Agnelo é a Bolívia.

Agora, ir para cima do Dantas,  do Cerra, aí, não !

Eles são os Estados Unidos.

Paulo Henrique Amorim

Resposta de Reinaldo Azevedo sobre Privataria Tucana, tire suas conclusões


A QUADRILHA EM DOIS TEMPOS: À MARGEM DO ESTADO E DENTRO DELE



Só um recadinho aos tolos: se e quando eu quiser, comento atos praticados por criminosos que, em países com uma Polícia Federal e um Judiciário um pouquinho mais ágeis, já estariam curtindo uma temporada na cadeia. 

Não costumo dar bola para o subjornalismo pendurado nas tetas do governo federal e das estatais.

Conheço bem os métodos da canalha.

Tirem deles o dinheiro oficial para ver se conseguem se sustentar… 


Essa escória é um tipo relativamente novo, que surge junto com a chegada do petismo ao poder. 

De modo mais agressivo e organizado, passou a atuar depois do mensalão.

Inventou-se a tese do “golpe da mídia”. 
Era a senha para justificar a formação de um eixo criminoso, composto por ex-jornalistas convertidos em lobistas, negociantes e esbirros de políticos enrolados com a Justiça.

O dinheiro que os sustenta, reitero, é público.

Quem viu a imprensa séria dar bola para o Dossiê Cayman, uma fraude fabulosa, viu coisa pior do que isso que está em curso agora.
Com a Inernet ainda nos seus primórdios, a calúnia se espalhava mais lentamente.

Também naquele caso, o material criminoso estava recheado de supostos “documentos”. Essa gente conta com a militância dos bucéfalos, como sempre, e com a ignorância dos crédulos. 


Qual é o jogo da canalha?

Amontoar uma batelada de acusações sem fundamento e depois sair cacarejando: “Por que não responde? Por que não responde?”

Quem cai na sua conversa acaba refém de seus métodos. É como se Marcola ou Fernandinho Beira-Mar resolvessem fazer um dossiê contra as ações da polícia. 
ATENÇÃO!
- AS PRIVATIZAÇÕES FORAM VIRADAS DO AVESSO, INCLUSIVE PELOS PETISTAS!

- SE HAVIA IRREGULARIDADES, POR QUE O SENHOR LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA NÃO ACIONOU A POLÍCIA FEDERAL? POR QUE NÃO TORNOU PÚBLICAS AS SUPOSTAS FRAUDES?

- SE HAVIA, COMO DIZEM, EVIDÊNCIAS CONTRA TUCANOS, POR QUE NÃO AS TROUXERAM A PÚBLICO OFICIALMENTE?

A resposta é simples: porque não havia nada! 


Não por acaso, as campanhas eleitorais do PT nunca se concentraram nas supostas fraudes. Preferiram o embate ideológico.

As estatais, passaram a dizer, foram vendidas “a preço de banana”, outra estupidez.

Segundo o TCU, “preço de banana” era o das concessões de aeroportos definidos pelos petistas.

Foi necessário elevar o preço mínimo, em um dos casos, em quase MIL POR CENTO!!!

Sai, canalha!

Essa gente acha que caio no truque.

Há vagabundos que, num comentário, falam a linguagem de sempre dos jumentos.

No seguinte, com o mesmo IP, chegam mansinhos: “Pô, Rei, você deveria comentar tal coisa; afinal, os petralhas estão…”

Vão pastar! 


Acompanhei no detalhe o massacre a que foi submetido o então secretário-geral da Presidência do governo FHC, Eduardo Jorge Caldas Pereira.

No caso, os petistas ainda estavam na oposição e contavam com o auxílio da facção petista do Ministério Público.

Passados alguns anos, constatou-se que não havia uma só prova contra ele, um só indício, nada! Tudo era apenas parte de um projeto de poder.

Tratava-se apenas de uma “conspiração dos éticos”, como aqueles que estão na capa da VEJA desta semana, tramando, por telefone, recibos falsos para incriminar inocentes.

A canalha petralha chamaria àquilo tudo “prova”. 


Se e quando quiser, falo do que eu quiser, ficou claro?

Eu não preciso recorrer ao mundo do crime para “bombar” o meu blog.

Os meus leitores decentes me bastam.

Os indecentes que passam por aqui o fazem porque querem e contra a minha vontade.

E o favor que sempre podem me fazer é ficar longe.

Falta de chute no traseiro é que não é.

Houvesse um mata-burros eletrônico, eu o adotaria.


Havendo algum leitor eventualmente desconfiado, que não tem muita certeza se aquela gente é criminosa ou não, se está a serviço do poder de turno ou não, uma dica prática: vejam quem lhes paga o salário, verifiquem se conseguiriam manter suas revistinhas ridículas e seus blogs e sites bisonhos SEM O DINHEIRO DAS ESTATAIS.

Se a resposta for “não”, vocês terão chegado a uma conclusão.
 

- já houve a escuta que resultou nas acusações fantasiosas sobre as privatizações;
- já houve o Dossiê Cayman;
- já houve o falso dossiê contra Eduardo Jorge;
- já houve o caso dos aloprados:
- já houve o dossiê contra FHC e Ruth Cardoso (calculem!), feito na Casa Civil;
- já houve o arapongagem da pré-campanha de 2010 por aquela turma chefiada, então, pelo “consultor” Fernando Pimentel;
- já houve a invasão do sigilo fiscal de tucanos e de familiares do candidato do PSDB à Presidência;
- há agora a retomada das acusações sobre as privatizações, tão falsas e estúpidas quanto aquelas feitas há mais de 10 anos. 


Antes, tratava-se de uma quadrilha que operava à margem do estado.

Hoje, trata-se de uma quadrilha que se aproveita das benesses do estado.

Quando FHC estava no poder, o governo se esforçava para vencer a oposição.

Os lugares se inverteram, e o PT se organiza para eliminar a oposição.

Não por acaso, há eleições no ano que vem.

Nomes de quadrilheiros e das obras saídas de suas entranhas continuam vetados.

Se e quando eu decidir citá-los, então cito.

Quanto à imprensa, é bom lembrar que, não faz tempo, uma súcia tentou meter jornalistas na cadeia simplesmente porque faziam o seu trabalho.
 

Vitória de Jader fortalece PMDB na briga com o PT




Vitória de Jader fortalece PMDB na briga com o PTFoto: Divulgação

PEEMEDEBISTAS CONSEGUEM ANULAR NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL TÁTICA PETISTA QUE PRETENDIA LEVAR PAULO ROCHA (À DIR.) AO SENADO NO LUGAR DE BARBALHO; É MAIS UM CAPÍTULO NA DISPUTA ENTRE DOIS PARTIDOS QUE NÃO PARECEM DISPOSTOS A DIVIDIR O PODER

14 de Dezembro de 2011 às 19:09
247 – A disputa entre os aliados PT e PMDB ganhou novo capítulo nesta quarta-feira. E a favor do partido do vice-presidente Michel Temer. O PMDB conseguiu emplacar o julgamento do ex-deputado e ex-senador Jader Barbalho (PA) na frente de Paulo Rocha (PT-PA), que também pleiteava o cargo ocupado até então por Marinor Brito (Psol-PA). O partido conseguiu convencer o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, a concluir o pedido de Jader antes do julgamento de pedido semelhante Paulo Rocha.
Não bastasse, Peluso ainda votou uma segunda vez no julgamento, para desempatá-lo, já que a nova ministra do STF, Rosa Weber, ainda não tomou posse. O julgamento do caso de Jader Barbalho antes da chegada de Rosa Weber era essencial para a vitória de Jader, pois era esperado que a ministra fechasse a porta para o peemedebista, abrindo passagem para o petista Paulo Rocha, que, agora, sai definitivamente do páreo. O PT vinha tentando apressar o processo de Rocha para passar na frente de Jader.
Ponto para o PMDB, que também vem se desentendendo com o PT na Caixa Econômica Federal, como o 247 tem registrado em matérias sobre a migração de contas dos servidores da Bahia do Banco do Brasil para a Caixa Econômica Federal (CEF) (aqui e aqui). Os desentendimentos entre os dois partidos levaram a bancada do PMDB no Congresso Nacional a ameaçar uma rebelião para 2012. Os peemedebistas se dizem insatisfeitos com o espaço do partido no governo.
O PMDB perdeu ministérios importantes entre o governo Lula e o governo Dilma, como a pasta da Saúde. E não se sente convidado a participar das decisões mais importantes do governo. “Nossos ministérios (Agricultura, Turismo, Minas e Energia, Previdência e Secretaria de Assuntos Estratégicos) não estão no centro deste governo, não participam da elaboração das políticas econômica e social”, reclamou o deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS) recentemente. Os dois partidos também disputam espaço na Câmara, onde o PT considera quebrar o acordo feito com o PMDB para se revezar a presidência da Casa.

Marinor Brito acusa presidente do STF de ceder a PMDB



Marinor Brito acusa presidente do STF de ceder a PMDBFoto: FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ Agência Brasil

SENADORA QUE VAI PERDER O CARGO PARA JADER BARBALHO PROMETEU ENTRAR COM RECURSO NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA TENRAR IMPEDIR POSSE DEFINIDA NESTA QUARTA-FEIRA POR CEZAR PELUSO

14 de Dezembro de 2011 às 21:04
Agência Brasil - A senadora Marinor Brito (PSOL-PA) prometeu entrar com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir a posse de Jader Barbalho (PMDB-PA) no Senado. Ela estranhou o fato de a decisão em favor de Jader Barbalho ter sido tomada por apenas um ministro, o presidente do Supremo, Cezar Peluso, mesmo sem o processo estar na pauta do dia na Corte. Marinor acusou o presidente do STF de ter cedido a pressões do PMDB.
“Enquanto não houver conclusão do processo, enquanto ainda houver possibilidade de recurso, eu tenho o direito de permanecer no Senado Federal e vou lutar até quando as pernas aguentarem para manter aqui uma representante do povo, de mãos limpas”, disse a senadora, fazendo referência à lei que barrou a posse de Jader Barbalho, candidato ao Senado mais votado no Pará nas últimas eleições legislativas.
O segundo mais votado, Paulo Rocha, também foi impedido de assumir o cargo pela mesma lei e Marinor Brito, terceira colocada no pleito, acabou herdando a vaga. Com a decisão do STF de que a Lei da Ficha Limpa não poderia ser aplicada aos candidatos que disputaram as últimas eleições, Jader entrou com pedido para assumir a vaga de senador e foi atendido, hoje (14), por Peluso.
“É um golpe antecipado na [Lei da] Ficha Limpa e a responsabilidade desse golpe é do ministro Peluso, do presidente da Suprema Corte do país, que passou por cima de uma decisão anunciada por ele mesmo, que passou por cima de uma longa discussão que esse debate teve no Senado Federal. Ele sabe que a Suprema Corte do país está dividida e tomou uma decisão unilateral, para privilegiar interesses das pressões feitas pelo PMDB”, disse Marinor Brito.
A decisão favorável a Jader Barbalho vinha sendo cobrada pelas lideranças do PMDB no Senado porque dois senadores barrados pela Lei da Ficha Limpa, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e João Capiberibe (PSB-AP), já tomaram posse no Senado.
Apesar da decisão do STF, Jader Barbalho ainda terá que esperar mais algum tempo para assumir a cadeira no Senado. Se o Supremo não acatar os recursos de Marinor Brito, um novo processo precisará ser aberto na Mesa Diretora do Senado para que Jader possa pedir a vaga. Nesse processo, a senadora também terá o direito de ser ouvida.

Maestream midiático silencia sobre livro de Amaury



O silêncio ensurdecedor

Por Washington Araújo, no Observatório da Imprensa

A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr. e editado pelo selo Geração Editorial, reúne escândalos para todos os gostos e, dentre estes, alguns mais suculentos que outros, mas sempre um prato cheio para todos os que conseguem ver o mundo da política apenas em preto e branco, colocando em preto todos os bandidos, mortos ou vivos e, em branco, todos os que se encontram em franco processo de beatificação.

Ribeiro Jr. se veste como Sherlock Holmes e investe pesado no ativo humano mais valioso desde que o mundo é mundo: o tempo. E foram 12 anos de investigações para preencher suas 334 páginas. Os ingredientes básicos, porque ainda não consegui receber um exemplar do livro – em Brasília encontra-se esgotado antes mesmo de ser lançado (!) –, são esses:

** Negociatas na venda de empresas estatais de grande e médio portes ao longo de dois mandatos presidenciais;
** Envolvimento de familiares de um ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e de um por duas vezes candidato à Presidência da República, José Serra, em negócios mal contados e em que é lapidado o patrimônio público;

** A paradisíaca Ilhas Virgens Britânicas em sua face mais frequentada de paraíso fiscal de fortunas sem origem explicada;

** Um banqueiro onipresente e sempre assíduo em noticiários que envolvem escândalos financeiros – Daniel Dantas;

Mercado informal

Apenas com esses quatro ingredientes, o que está escrito nas 334 páginas do livro já assegurariam alguma mínima mobilização na grande imprensa. E já teria tempero suficiente para escalar as manchetes dos telejornais da TV Globo, as páginas amarelecidas da revista Veja, a cadeira do Jô Soares, o lugar da baleia branca e do mico leão dourado no Globo Repórter, o rosto indignado e algo fake do âncora Boris Casoy em seu jornal na Band, os comentários dramáticos de Lúcia Hippolito e Merval Pereira em clima de “o mundo, caro ouvinte, se não fechar para balanço hoje, acaba, no máximo, até segunda-feira”, e completa ausência de seus fragmentos nas colunas de Janio de Freitas e Clóvis Rossi, para citar apenas os mais importantes colunistas de política do jornalismo impresso brasileiro.

Mas nada disso aconteceu. Por que será? E aquele compromisso de empresa de comunicações dizendo do respeito à pluralidade de opiniões, de não se submeter a qualquer interesse político-partidário e de total busca da verdade?

Pela primeira vez no Brasil vemos o mundo real se recusar a ser puxado pelo mundo virtual: nas redes sociais, nos blogues ditos sujos e às vezes limpos, e nos milhares de comentários colocados ao final da menção do livro do Amaury Ribeiro por qualquer sítio independente, o assunto é um só: o livro de Amaury.

Para que o tema não passasse em brancas nuvens, a edição da Folha de S.Paulo de segunda-feira (12/12) não se furtou a tratar de escândalos políticos, mas não tão recentes assim. Na página A8 do caderno “Poder” temos, abrindo o noticiário, “Livro de Dilma liga Serra a ataques anônimos em 2010”, como o subtítulo “Obra associa tucano a e-mails sobre aborto; ele diz que acusação é falsa”. Não fica por aí e, então, temos uma lição viva sobre a arte de requentar escândalos na página A9 do mesmo caderno, toda esta dedicada ao assunto de seu único e principal título: “Collor recebeu dossiê Cayman, afirma PF”, como o subtítulo “Inquérito diz que papeis forjados em 1998 contra tucanos foram entregues nas mãos do ex-presidente em Maceió”.

O caso Cayman, na Folha, teve direito a foto de Collor e a retrancas didáticas como “O que foi o dossiê”, “Negociações”, “Prisão”, “Acervo”, “Quem foi citado” e “Outro lado”. Sobre o livro do Amaury Ribeiro Jr. nenhuma linha e, a continuar nesse passo, logo teremos uma manchete bradando que “Gregório Fortunato é o verdadeiro autor do atentado da Toneleros”.

No mundo real, uma primeira edição de nada desprezível tiragem de 15 mil exemplares do livro simplesmente sumiu das vitrines e das prateleiras da mais importante livraria do país. E em não mais que 24 horas.
A Privataria Tucana é a versão literária do filme Tropa de Elite, ao menos quanto à sua forma de recepção: o filme de 2007, dirigido por José Padilha, primeiro virou sucesso de público e logo depois, de crítica, após vazar inicialmente no mercado informal da privataria, ops!, digo, da pirataria digital. E chegou a ser uma das maiores bilheterias do cinema brasileiro de todos os tempos. O subtítulo no cartaz do filme de Padilha: “Missão dada é missão cumprida”.

Omissão da imprensa

Mas as comparações param por aqui. O filme tem o capitão Nascimento usando de todas as armas – literalmente – para combater o tráfico de drogas nos morros cariocas e também dentro da hierarquia das forças de segurança pública no estado do Rio de Janeiro.

O livro tem o jornalista Amaury Ribeiro Jr. dedicando 12 anos de sua vida para esmiuçar segredos muito comentados da República, mas sempre interditados na grande imprensa – que, rasgando todos os princípios que devem nortear o bom jornalismo, resolve ter uma crise de sua já detectada bipolaridade: por um lado ignora de forma sumária o livro e, por outro, investe contra o autor, desqualificando-o como profissional e também como cidadão (ver, neste Observatório, “A natureza bipolar da imprensa“).

O filme teve uma continuação, o Tropa de Elite 2, mas o livro fica a dever sua continuação ou… enfeixará na forma de livro os melhores textos que transitam no mundo virtual tratando principalmente da omissão da imprensa ao conteúdo do livro. Daí poderá surgir A Privataria Tucana – Quando a imprensa se faz passar por túmulo, tendo como subtítulo “O barulhento silêncio da mídia”.

Líder do PT quer a PF em cima do Cerra


Humberto Costa põe o PT para trabalhar !

Conversa Afiada recebeu esta notícia do gabinete do líder do PT no Senado, Humberto Costa, de Pernambuco.

(Talvez Humberto Costa não saiba como os amigos do Dantas se referem ao chefe da Polícia Federal, o Ministro Zé – clique aqui para ler – Eduardo Cardozo. Vamos ver se o Costa lidera o Zé …)

Humberto Costa quer apuração sobre denúncias do livro “A privataria tucana”

O líder do PT, Humberto Costa (PE), defendeu nesta quarta-feira (14/12) que o Ministério Público, a Polícia Federal e Receita Federal reabram as investigações sobre o processo de privatização das teles ocorrido no governo FHC. A declaração foi dada aos jornalistas logo após discurso no plenário do Senado, quando o parlamentar chamou a atenção para a importância do livro “A privataria tucana”, que traz documentos oficiais reforçando as suspeitas de fraudes contra o patrimônio público ocorridas no processo das privatizações no setor de telecomunicações.

O senador pernambucano destacou a contundência do material publicado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr, que traz 112 páginas de documentos oficiais obtidos legalmente durante a investigação.


“Os documentos são contundentes e mostram como essas pessoas conseguiram lavar bilhões de dólares em operações engenhosas e interná-los novamente no Brasil, em negócios de aparência legal. Os documentos são claros e não deixam sombras de dúvidas quanto à participação de dirigentes tucanos e familiares do ex-governador José Serra em negócios escusos, com dinheiro sujo desviado da venda das estatais de telefonia nos anos 90 pelo governo Fernando Henrique Cardoso”.


Segundo Humberto Costa, os documentos falam por si só ao tornar público esquema de lavagem de dinheiro com a participação de líderes do PSDB e pessoas próximas do ex-governador José Serra que “conseguiram mandar para fora do país e trazer para o Brasil dinheiro supostamente proveniente de propinas”, disse. “O livro vale a leitura e, imagino, será objeto de algumas providências legais a serem tomadas por procuradores da República. Até porque muitos dos crimes descritos no livro não prescreveram”, disse ao destacar as


Para ele, o PSDB precisa entrar no debate em benefício da sociedade. “Quero dizer que aguardo a oportunidade de debater as denúncias trazidas em “A Privataria Tucana” com os nobres colegas do PSDB. Esse vai ser um debate importante a ser feito em benefício da sociedade brasileira e mostrar a verdadeira natureza das privatizações realizadas pelo Brasil no final dos anos 90. É chegada a hora de o Congresso Nacional discutir a fundo uma legislação mais eficaz contra a lavagem de dinheiro”, afirmou


Diante do sucesso de vendas – as duas edições esgotaram e há uma lista de encomendas nas livrarias brasileiras -, na avaliação de Humberto Costa, não restará à mídia imagino que nesses próximos dias, jornais e revistas devem dedicar algumas páginas ao livro “A Privataria Tucana”. Até porque, lembrou o parlamentar, as primeiras denúncias sobre os bastidores das privatizações surgiram em reportagens da revista Veja e da Folha de S.Paulo.


Liderança do PT no Senado


Confira a íntegra do discurso de Humberto Costa:

Humberto Costa quer apuração sobre denúncias do livro “A Privataria Tucana”


Senhor presidente, senhoras senadoras, senhores senadores,


Caros ouvintes da Rádio Senado e telespectadores da Tevê Senado,


O Brasil tem uma oportunidade de revisitar, por esses dias, um dos mais tristes capítulos de sua história política e econômica: a entrega do patrimônio público durante o processo de privatização de empresas estatais conduzida pelo governo Fernando Henrique Cardoso.


Na última sexta-feira, saiu no mercado editorial nacional o livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, premiado repórter investigativo, dono de trinta prêmios nacionais de jornalismo com passagens por jornais importantes como O Globo, Correio Braziliense, Jornal do Brasil, Estado de Minas e pela revista Isto É.


Sei que alguns dos senadores não tiveram a oportunidade ainda de lê-lo. É que o livro está esgotado. Em 48 horas, vendeu nada menos do que 30 mil exemplares. Uma nova tiragem chega às livrarias do país até o final desta semana, de acordo com informações do editor Luiz Fernando Emediato, da Geração Editorial, que ajudou Amaury a trazer à tona os bastidores da era das privatizações conduzidas pelo governo Fernando Henrique. O livro também já está sendo editado em formato eletrônico e pode ser comprado em alguns sites de livrarias digitais.


O livro, senhoras senadoras e senhores senadores, traz 112 páginas de documentos oficiais, a maioria inédita. São documentos obtidos de forma legal por Amaury Ribeiro Júnior em cartórios, juntas comerciais, na Justiça Federal e paulista, registros nos Estados Unidos e parte de alguns documentos inclusive da CPI do Banestado, aberta em 2002 aqui no Senado Federal.


Os documentos falam por si só. Mostram como alguns dos mais proeminentes líderes do PSDB, e pessoas próximas do ex-governador José Serra, conseguiram mandar para fora do país e trazer para o Brasil dinheiro supostamente proveniente de propinas. São bilhões de dólares. Eu disse isso mesmo: bilhões de dólares. Isso foi feito de maneira a escapar do Fisco e legalizar dinheiro de origem ilegal, unicamente com o propósito de enganar as autoridades brasileiras.


E quem são essas pessoas próximas de tucanos? Alguns são personagens conhecidos. É o caso do ex-tesoureiro de campanha de José Serra e do presidente Fernando Henrique Cardoso, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-diretor internacional do Banco do Brasil, na época das privatizações, ele foi responsável pela engenharia e montagem do esquema que operou bilhões de dólares durante as privatizações. Os outros personagens listados no livro “A Privataria Tucana” são Verônica Allende Serra, filha do ex-governador de São Paulo, o marido dela, Alexandre Burgeois, e Gregório Marin Preciado, casado com uma prima de Serra e sócio dele.


Amaury Ribeiro Júnior traz no livro as provas das fraudes e falcatruas ocorridas nas privatizações. Os documentos são contundentes e mostram como essas pessoas conseguiram lavar bilhões de dólares em operações engenhosas e interná-los novamente no Brasil, em negócios de aparência legal. Os documentos são claros e não deixam sombras de dúvidas quanto à participação de dirigentes tucanos e familiares do ex-governador José Serra em negócios escusos, com dinheiro sujo desviado da venda das estatais de telefonia nos anos 90 pelo governo Fernando Henrique Cardoso.


Vale lembrar que a CPI do Banestado só foi aberta por conta da publicação de uma reportagem de autoria de Amaury Ribeiro Júnior e Sônia Filgueiras, publicada pela revista IstoÉ em 2002, mostrando como a corrupção, o narcotráfico e o crime organizado estavam mandando dinheiro por intermédio do Banestado para fora do Brasil.


O livro vale a leitura e, imagino, será objeto de algumas providências legais a serem tomadas por procuradores da República. Até porque muitos dos crimes descritos no livro não prescreveram. E essa será uma oportunidade para mergulharmos neste submundo da privataria das nossas telefônicas, um termo cunhado pelo jornalista Elio Gaspari, influente colunista dos jornais O Globo e Folha de S.Paulo.


O livro mereceu pouca atenção da mídia, à exceção da revista Carta Capital, que deu capa esta semana para o lançamento da obra de Amaury Ribeiro Júnior. A reportagem “O escândalo Serra”, de autoria de Leandro Fortes, traz inclusive alguns trechos do livro.


Como já entrou na lista dos mais vendidos, imagino que nesses próximos dias, jornais e revistas devem dedicar algumas páginas ao livro “A Privataria Tucana”. Até porque muitas das primeiras denúncias sobre os bastidores das privatizações, e o livro de Amaury Ribeiro Júnior faz o registro, surgiram em reportagens da revista Veja e da Folha de S.Paulo.


Antes de encerrar, senhor presidente, quero parabenizar o jornalista Amaury Ribeiro Júnior e o editor Luiz Fernando Emediato, pelo belo trabalho realizado, sem dúvida a mais importante reportagem investigativa deste século 21 no Brasil.


Quero dizer que aguardo a oportunidade de debater as denúncias trazidas em “A Privataria Tucana” com os nobres colegas do PSDB. Esse vai ser um debate importante a ser feito em benefício da sociedade brasileira e mostrar a verdadeira natureza das privatizações realizadas pelo Brasil no final dos anos 90. É chegada a hora de o Congresso Nacional discutir a fundo uma legislação mais eficaz contra a lavagem de dinheiro.


Muito obrigado.