quinta-feira, 22 de maio de 2014

A alienação proposta pela direita tem um só objetivo: soterrar a alma nacional

A ALIENAÇÃO CONSERVADORA



Por Roberto Amaral

A destruição do orgulho de ser, da satisfação do pertencimento e do amor-próprio é a forma mais eficaz de minar uma nação. Em seu lugar se instala a idealização do outro, superior, mais culto, mais forte

Vivemos, vive a Humanidade, sob o avanço do pensamento conservador,produto de visões de mundo que remontam ao mais puro fascismo. Um só exemplo é a onda de racismo e xenofobia que domina a Europa.
Da Europa, “este nobre continente” que, após séculos de colonialismo predador e genocida nos deu o fascismo, o nazismo e o stalinismo e duas guerras mundiais, sopram os ventos do mais tacanho ideário conservador, de par com o recuo ideológico e político da esquerda, sob todos os seus matizes, ou seja, englobando desde os comunistas às organizações socialdemocratas.
Os mais velhos dirão: ‘eu já vi este filme’.
A crise financeira mundial em que vivemos desde 2008 – produto da alucinada desregulamentação do mercado imposta pela ideologia do neoliberalismo –, não foi o gatilho detonador desse recuo, pois o fenômeno vem de décadas, remontando, para fixarmos um momento histórico,  à ‘queda do muro de Berlim’ e ao desmantelamento da URSS, com todos os seus significados e consequências geoestratégicas, políticas, econômicas e militares. Alguns poucos indicadores: o fim do Pacto de Varsóvia e a   expansão da Otan para além do Atlântico Norte, a desagregação do ‘Leste Europeu’ e a incorporação pela União Europeia (um moloch que jamais se sacia) dos antigos países ‘comunistas’ europeus, o consenso de Washington, a onda neoliberal e a ditadura intelectual do pensamento único.
Nessa mesma Europa e nessa mesma ‘onda’ desaparecem – com algumas exceções, como a portuguesa e a grega – os  Partidos Comunistas ocidentais, e a tragédia mais notável foi a do justamente festejado Partido Comunista Italiano (PCI), conhecido pelas suas ideias renovadoras e pujança organizacional. Seu féretro levou consigo o eurocomunismo que chegou a entusiasmar alguns intelectuais brasileiros.
Cheia de si, a direita chegou a proclamar ‘o fim da História’ e o fenecimento do marxismo e das ideias socialistas. Uma versão dessa tolice é o anunciado fim da disjuntiva esquerda-direita, de livre curso ente nós. É um dos discursos da ‘pós-modernidade’.
Hoje, antigos partidos socialistas, como o português e o francês, no governo, optam por políticas reacionárias. Na França, a ‘novidade’ é a ascensão de François Hollande, lamentável contrafação de François Mitterrand. Portanto, não se pode considerar extemporâneo o crescimento da ultradireitista Marine Le Pen e de sua Frente Nacional, caminhando para tornar-se o maior partido da França. Organizações outrora de esquerda, como o Partido Trabalhista inglês (LP) de Harold Laski, se confundem com os partidos conservadores. Na Alemanha, a Social Democracia (SPD) é sócia menor dos conservadores (CDU) de Merkel. A Itália, até recentemente comandada pela direita grotesca de Berlusconi, é hoje governada pela direita pré-fascista de Matteo Renzi. É consenso entre os analistas que as eleições europeias de final deste maio trarão o aumento significativo de votos da extrema-direita. Concluamos: nos EUA a ‘esquerda’ é representada pelo Partido Democrata de Barack Obama... A China (em conflito com o Vietnã) cuida de seu capitalismo de Estado.
No mundo e no Brasil – para o bem e para o mal não somos uma ilha – o avanço do cardápio conservador tem as características de uma hegemonia ideológica: faz parecer que os interesses de uma classe – a classe dominante – coincidem com os interesses da maioria, ou seja, dos pobres. Assim é que vemos desqualificar a política quem mais precisa dela, combater o Estado quem mais depende dele, criticar a presença do governo quem mais precisa dela. É a vitória da manipulação ideológica.
Os jornalões festejam nas recentes pesquisas de opinião os altos índices de eleitores que nas eleições presidenciais deste ano integram o grupo dos indecisos e dos que se propõem a votar nulo ou em branco, enquanto outros muitos dizem rejeitar os partidos políticos e reduzir a política à corrupção, sempre enfocada pelos meios de comunicação pelo lado do corrupto, para que se demonstre a ineficiência do Estado, esquecendo-se do corruptor, um agente do mercado, pois é ele quem de fato maneja o Estado.
Para essa alienação trabalham diuturnamente os aparelhos ideológicos da classe dominante, à frente de todos e o mais eficiente de todos, os grandes meios de comunicação, com o propósito de desqualificar a política e de desconstituir o Estado, para promover o neoliberalismo e o mercado, impor a verdade única. A ação desses meios promove uma verdadeira guerra ideológica, visando à alienação, ao desenraizamento, ao desânimo, à impotência cujo fim é convencer o povo de que as coisas são assim porque assim devem ser, e nada há por fazer, senão conformar-se.
Sejam quais forem as razões explicativas, o fato objetivo é que vivemos um repouso intelectual-ideológico, com a ausência do debate, o silêncio da Academia, os pleitos corporativistas do mundo sindical sem vida, a paz de um movimento estudantil preocupantemente bem-comportado. Não há teses por defender, não há bandeiras por levantar. Os idos de junho de 2013 – eloquente sinal de insatisfação – não deixaram legado político. Talvez em face de sua essência anarquista, terminaram diluídos na anti-política, na anti-organização, contra os partidos e os sindicatos. É verdade que acicataram a sociedade, assustaram governo e a vida política, mas, passados os eventos, tendem deixar atrás de si o silêncio, como o Occupy Wall Street. Sua força – a não-organização, o voluntarismo – é igualmente sua limitação. Ficou, porém, uma advertência: o larvar descontentamento de nosso povo, insatisfeito com sua qualidade de vida, insatisfeito com a escola que lhe oferecem, com o transporte que lhe oferecem, com a moradia que lhe oferecem, com a saúde que lhe negam. Uma irritação generalizada que ainda não encontrou seu alvo. Por enquanto é um denúncia de decepção, consciência do malogro e muito desassossego.
A hegemonia conservadora que pervade os partidos de esquerda – que não souberam administrar nem a relação partido-governo e nem muito menos as relações partidos-movimento social – contamina o modo como tendemos avaliar a inserção internacional do Brasil. Dispensando a análise empírica – estamos nos habituando a muita opinião e pouca informação e nenhuma reflexão – somos levados a crer que o melhor para nosso povo é atrelar o desenvolvimento brasileiro ao da Europa e dos EUA – que continuam sendo nossas matrizes civilizacionais – e de embalo atrelar nossa visão de mundo à visão de mundo deles, nossos valores aos valores deles, nossa cultura à cultura deles. Embora saibam todos – e saiba mais do que todos a classe dominante colonizada – que nem UE nem EUA estão – porque jamais estiveram – propensos a fazer as concessões que nos interessam em nossas relações comerciais. Igualmente, não estão interessados no desenvolvimento tecnológico brasileiro, pois bloqueiam nosso programa espacial, nosso programa nuclear, nosso desenvolvimento em cibernética e nanotecnologia. O Fed, Banco Central dos EUA, aliás, voltemos à economia, não costuma pensar no Brasil ou na Argentina quando decide cortar juros para estimular o aquecimento da economia dos EUA. Nem muito menos nos considera para alguma coisa o Banco Central Europeu, cuja política cambial visa a facilitar suas exportações para nossos países (e fortalecer seus produtos nos nossos mercados internos) e dificultar as importações de nossos poucos produtos exportáveis, commodities inclusive.
Mas, que esperar, seriamente, de concessões de uma Europa às voltas com o Pacto de Estabilidade imposto por Bruxelas e suas políticas de cortes e demissões, crescendo a 0,2%? Nessa Europa existem hoje 36 milhões de desempregados. Apesar de tanta obviedade, a classe-média, marioneta nas mãos da classe-dominante, alienada, faz cara feia toda vez que se defende nossa abertura ao comércio com o maior número de países, e especialmente com a América do Sul, a África e a Ásia. Apesar de o caminho da diversificação das parcerias haver-se revelado tão importante quando do nosso enfrentamento da crise de 2008. Para essa gente – e dela é porta-voz o candidato tucano – o único caminho é fechar as portas do Mercosul, entregar-se à UE e retomar a Alca. Assim, ao final, seremos um grande Porto Rico.
Outro instrumento dessa perversa busca da alienação – utilizado à saciedade pelos meios de comunicação e os intelectuais da classe dominante –, é a técnica do despistamento que visa a trazer para a cena política temas irrelevantes ou periféricos, à custa do esquecimento das questões estruturais que afetam o país, a democracia e a qualidade de vida de nossas populações. Enquanto a pauta da grande imprensa traz ao debate questões vencidas nas eleições de 2010 e que foram o cavalo-de batalha do candidato da direita, como aborto, homossexualismo e liberdade religiosa, importantes mas marginais diante do vulto de nossos problemas sociais e econômicos, em xeque, são postos de lado os temas de interesse concreto para a vida das pessoas, como a brutal, crescente e injusta concentração de renda: aqui (dados de 2012), os 10% mais ricos detêm 42% da renda e 40% dos brasileiros, os mais pobres, respondem por apenas 13% da renda nacional; a renda real do trabalho do 1% de mais ricos é 87 vezes superior à dos 10% dos mais pobres. Como na matriz, é alta a desigualdade – nada obstante os esforços de inclusão social levados a cabo nos últimos 12 anos – e baixa a taxa de crescimento econômico, a qual, mantida, nos assegurará a pobreza por mais 50 anos.
Assim, nada discutindo ou discutindo o supérfluo, evitamos o debate em torno de questões cruciais para a vida das pessoas como a expansão do mercado interno, a política de distribuição de renda e aumento do poder de compra dos trabalhadores. E o crescimento, se possível sem inflação.
Por essas e outras trampas, nosso povo, que até pouco tanto se orgulhava de seu país, volta a deixar-se dominar pelo derrotista sentimento de inferioridade que o faz descrer até de si mesmo. A destruição do orgulho de ser, da satisfação do pertencimento e do amor-próprio é a forma mais eficaz de minar uma nação. Em seu lugar se instala a idealização do outro, superior, mais culto, mais forte, destinado à vitória e ao sucesso, cujo reverso é o autodestruidor ‘complexo de vira-lata’.
A alienação proposta pela direita tem um só objetivo: soterrar a alma nacional
http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/140706/A-aliena%C3%A7%C3%A3o-conservadora.htm

TSE, PODER BURGUÊS E A CENSURA À PROPAGANDA DO PT



Pela segunda vez um juiz do TSE, neste caso juíza, censura a propaganda política do PT. Mais uma vez uma autoridade nomeada e pertencente à burocracia estatal interfere, indevidamente, no processo político e eleitoral brasileiros. Deve ser, creio eu, a vontade de governar e dar ordens àqueles que tais burocratas não convergem no que tange ao pensamento político e ideológico de um partido como o PT. A agremiação política que nasceu em berço popular, bem como realiza uma revolução silenciosa e democrática, no que diz respeito à distribuição de renda e de riqueza. Processo de inclusão social espetacular, que fez com que 36 milhões de pessoas se livrassem da extrema pobreza, além de permitir que 42 milhões de brasileiros ascendessem socialmente e se transformassem em consumidores e cidadãos reivindicadores.
Estou cansado de afirmar que grande parte dos juízes que exercem suas funções e seus cargos em todas as instâncias e em diferentes tribunais são pessoas filhas das classes médias altas e ricas, e por isso não conhecem as realidades sociais e muito menos se importam com as necessidades e as dores alheias. São técnicos que se formaram em Direito, prestaram concursos ou foram nomeados e receberam a carteira de juízes, desembargadores e ministros, mas não se importam em sair de suas redomas de cristais e verificar a situação da maioria do povo brasileiro. Faltam a eles sensibilidade e conhecimento sobre as questões da sociedade e de tudo o que advém dela.
Ao contrário, esses juízes, principalmente os de tribunais superiores, unem-se aos interesses da Casa Grande, porque também são inquilinos dela, e, consequentemente, atuam e agem politicamente quando percebem que a luta de classe, que nunca vai terminar enquanto existir exploração e privilégios, pode prejudicar os interesses mais urgentes e caros à burguesia, que não apenas detesta dividir "seus" espaços, mas, sobretudo, não aceita que o estado nacional seja administrado por um partido popular e de esquerda — a exemplo do PT. Por isso, as classes "dominantes" sabotam e boicotam quaisquer programas e projetos que têm por finalidade diminuir as desigualdades regionais e sociais. Para isso, contam, impreterivelmente, com a máquina judiciária, que no Brasil, juntamente com a imprensa de mercado e familiar e os partidos de direita, atua como ponta de lança dos interesses dos setores sociais hegemonicamente econômicos.
É dessa forma que a burguesia brasileira funciona e sempre vai funcionar, como já afirmei antes, pois herdeira da escravidão, a mais longa da história e a última a terminar oficialmente no planeta, em 1888, às portas do século XX. Trata-se da Casa Grande, que até hoje odeia, literalmente, as leis trabalhistas implementadas por Getúlio Vargas, bem como detesta, sem disfarçar, que os pobres, negros e mestiços freqüentem o que se convencionou a considerar "seus" espaços públicos exemplificados em aeroportos, shoppings, restaurantes, cinemas e universidades federais, estaduais etc. Até janeiro de 2003, ano que o tenebroso e elitista Governo de FHC chegou ao fim, apenas as classes médias tradicional, alta e, evidentemente, os ricos freqüentavam esses espaços, concedidos pelos os que controlam o establishment, ou seja, os que têm os meios de produção e o mercado financeiro nas mãos.
Espaços públicos que foram equivocadamente e arbitrariamente "concedidos" pelo establishment à classe média tradicional como se fosse "reconhecimento" e "agradecimento", porque é tal classe quem apoia o sistema de poder estratificado e imposto pela Casa Grande à maioria da população, pois, equivocadamente, considera-se a detentora dos princípios e dos valores das classes abastadas. A classe média reacionária e preconceituosa e que se dispõe a repercutir a ideologia de dominância dos ricos e dos muito ricos, a exemplo dos magnatas bilionários de todas a mídias, que há décadas, por intermédio de seus meios de comunicação, formulam suas ideologias e propósitos, pois a finalidade é dominar, fazer a cabeça da sociedade, que não freqüenta as altas rodas e não recebe os benefícios da classe alta, mas que "aceita" ou se "resigna" a receber o que lhe é concedido, como se fosse um prêmio viver a vida, de forma virtual, por meio dos inúmeros e diferentes programas televisivos, como, por exemplo, as novelas e o jornalismo.
É duro reconhecer que grande parte da classe média, de formação universitária, não consegue enxergar o "óbvio ululante", como dizia o escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues. Certa vez um professor da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ me disse: "O gênio é aquele que enxerga e explica o óbvio, desde fenômenos da natureza até as questões sociais". É verdade. Porém, a classe média tradicional é raivosa, preconceituosa, mal-humorada, sectária e violenta. Apesar de ser detentora de canudos de cursos superiores, não consegue perceber a obviedade dos fatos, das realidades, que a inclusão social e econômica, por exemplo, tem de ser realizada e concretizada, pois, do contrário, tornar-se-á muito difícil para os brasileiros edificarem uma sociedade democrática, justa e disposta a conviver com tolerância para ter compreensão em relação ao semelhante. Sem justiça social não há paz. Ponto.
Entretanto, o TSE, em particular a juíza Laurita Vaz, resolveu suspender a propaganda política do PT. Ou seja, a juíza censurou a veiculação do filme do Partido dos Trabalhadores, que faz alusão ao passado. Terríveis tempos, para o bem da verdade, porque nos governos anteriores aos do PT nem direito ao emprego os brasileiros tinham, pois o desemprego era enorme, a inflação também e os mercados de consumo e de trabalho não atendiam às demandas da população, dos trabalhadores brasileiros. Esses fatos são inquestionáveis. E aí vem uma juíza, funcionária pública concursada e depois nomeada ministra do TSE, fazer política. Ela, sim, indevidamente, porque impede que um partido faça críticas a outros partidos e governos. É uma decisão arbitrária, autoritária, casuística e que demonstra, indubitavelmente, que juizes estão a serviço do establishment, do status quo e se aliam, sem quaisquer pesos em suas consciências, com os grupos que detêm o poder político conservador e, evidentemente, o poder econômico.
É visível essa situação que atenta contra a democracia. Até um recém-nascido perceberia que os tribunais, e em especial os superiores, são casamatas da burguesia, porque sempre atuaram e agiram em prol dos mais fortes e dos que negam, não aceitam, terminantemente, que todos os cidadãos brasileiros, segundo a Constituição são iguais perante as leis, bem como o são sujeitos aos direitos e deveres de cidadania. Então quer dizer que o PT está impedido de debater o processo político e eleitoral. E muito menos o partido tem o direito de tecer críticas a quem o critica duramente e muitas vezes desrespeitosamente de forma diuturna, incessante e sistemática, no decorrer de mais de uma década.
Críticas e acusações, muitas delas levianas, além de denúncias vazias como se comprovou diversas vezes no passar desses anos. Críticas realizadas livremente e abertamente em programas eleitorais e por intermédio dos jornais televisivos, como o Jornal Nacional, o Bom Dia Brasil, o Jornal da Band, a Globo News, além dos jornalões impressos e em online, as revistas semanais, à frente a Veja — a Última Flor do Fáscio, a citar ainda as rádios CBN e Jovem Pan, dentre muitos outros veículos de comunicação, a serviço constante em favor dos partidos de direita e dos interesses da burguesia nacional e internacional.
Agora, novamente, tal juíza interfere no processo político, pois a intenção é não dar voz ao PT, ao Governo Trabalhista, que há anos enfrenta uma oposição midiática e partidária de caráter fascista, que visa, sobretudo, desqualificar e desconstruir as lideranças petistas e esquerdistas, além de macular a imagem do PT e do Governo. São verdadeiros acintes e despropósitos as ações da juíza que age como política, magistrada Laurita Vaz. Realidades que me levam a concluir que o TSE e o STF têm lado, partido, cor ideológica e atuam como caixa de ressonância política, porém, com o poder de censurar e impedir que um programa político que contesta e questiona seus adversários possa ir ao ar. Seria cômico se não fosse trágico e preocupante para as liberdades democráticas e de expressão tão valorizadas, cinicamente e falsamente, pela direita brasileira, aquela mesmo que ficou 21 anos no poder por intermédio de um golpe de estado e não pelas urnas.
Mas quais são os motivos que movem juízes a proceder dessa forma autoritária e que faz com que setores da sociedade civil desconfiem de "suas boas intenções"? Afirmo-lhes: o controle do estado nacional por parte da Casa Grande, e a tentativa de continuar a privatização dos espaços públicos. A lógica insana e perversa dos neoliberais. A ideologia dos fanáticos do sistema de mercados tão fundamentalistas e perniciosos quanto os fanáticos religiosos. Ainda pior, porque os dinheiros estão guardados dentro dos bolsos deles em escala mundial.
Laurita Vaz é a Sandra Cureau ou a Sandra Cureau é a Laurita Vaz? Porque sai uma e entra a outra e a conduta autoritária e sectária é a mesma. A juíza em questão entendeu que houve propaganda negativa contra os opositores do PT. O PSDB, do tucano e candidato a presidente Aécio Neves conseguiu há uma semana suspender a propaganda eleitoral do PT antes de ir ao ar. Incríveis, e absurdamente inconvenientes, as decisões de juízes que interferem e prejudicam o processo político, porque, neste caso, consideram que o PT não pode criticar seus adversários, os mesmos que o criticam diuturnamente e duramente há 12 anos em seus programas eleitorais e, evidentemente, nos meios de comunicação privados, corporações poderosas controladas por empresários bilionários cujas pautas são elaboradas para combater o Governo Trabalhista e suas lideranças. Ou a juíza Laurita Vaz, talvez por causa de sua ingenuidade, até hoje não sabe disso?
O PSDB judicializa a política e as eleições. Tal partido entreguista, elitista e que professa a perversa lógica neoliberal no que diz respeito ao seu olhar social, não tem programas de governo e projeto de País para apresentar ao eleitor brasileiro. É um partido vazio, de viés neoliberal, que fracassou de forma retumbante principalmente a partir de 2008 quando a crise mundial varreu a economia de países médios e poderosos e que até hoje lutam para retomar a força de suas economias. Mesmo com o retumbante fracasso, os tucanos e setores empresariais da direita brasileira insistem e justificar o injustificável, defender o indefensável e pregar o que não se apregoa, retratados em arrocho salarial, diminuição do estado, menos investimentos, aumento do desemprego e retração do consumo.
A resumir: recessão em nome do suposto combate á inflação, sempre a desculpa esfarrapada da direita, que no poder não quer servir ao povo e, sim, ser servida por ele, como fizeram os conservadores em recente passado, bem como no período longo da escravidão que envergonha a história do Brasil. Essa gente também chama esse modelo de espoliação do País e de seu povo de choque de gestão. Nada mais parecido com a cara do FMI.
Os poderosos grupos nacionais e transnacionais devem lamentar profundamente o dia que o PT, os trabalhistas e os socialistas conquistaram o poder no Brasil. Fico a imaginar o quanto de recursos financeiros esses caras pararam de receber. Ainda o recebem muito, mas o pouco que perdem causa-lhes inconformismo e a tentar golpes e trapaças de toda natureza. Imagino a reunião dos megacapitalistas quando souberam da aprovação do novo modelo para o Pré-sal, que é de partilha e não de concessão, como os antigos contratos.
Além de muitas outras coisas, situações e processos que aconteceram no Brasil nos últimos 12 anos administrados pelos trabalhistas. É de revoltar os coxinhas e os coxões — o establishment. O PT tem de recorrer, abrir a boca e denunciar a parcialidade do TSE e da juíza Laurita Vaz, a nova Sandra Cureau. O Partido dos Trabalhadores tem o direito de debater sobre o País e de criticar seus adversários, mesmo de maneira dura, assim como também seus adversários tem o direito de combater o PT. Trata-se do jogo político. Entretanto, observo que juízes burocratas e elitistas não o compreendem. E, se o compreendem, engessam a propaganda partidária, escolhem lado, partido e cor ideológica. É isso aí.
http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/140800/TSE-poder-burgu%C3%AAs-e-a-censura-%C3%A0-propaganda-do-PT.htm

"Roberto Carlos será o último censor do Brasil", diz biógrafo processado

  • Bruno Poletti/folhapress
    2.nov.2013 - Paulo Cesar de Araújo, historiador e escritor de biografias, no auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina, em São Paulo (SP)
    2.nov.2013 - Paulo Cesar de Araújo, historiador e escritor de biografias, no auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina, em São Paulo (SP)
Responsável pela biografia mais polêmica dos últimos anos, Paulo Cesar de Araújo viu, em 2007, sua obra "Roberto Carlos em Detalhes", fruto de 15 anos de pesquisa, ser banida das livrarias pelo ídolo da infância. Roberto Carlos defendeu sua história como patrimônio e pediu a prisão do autor. Sete anos depois, o fato volta à tona --mais uma vez em detalhes-- no livro "O Réu e o Rei". "Ao proibir aquele livro, Roberto Carlos me deu ideia para outro livro", disse Paulo Cesar ao UOL.

O escritor lançou o livro na terça-feira (20), sem qualquer alarde, como estratégia da editora Companhia das Letras. Paulo, que enfrentou a fúria do cantor e viu sua história se tornar agente principal na discussão entre liberdade de imprensa versus direito à privacidade, disse que está "tranquilíssimo". "Essa é a minha história, ninguém pode tirá-la de mim", disse ao editor Luiz Schwarcz, quando teve a ideia. "Claro que o Roberto pode tentar alguma coisa. Depois da Friboi, não duvido mais de nada", ironiza. "É diferente [da biografia]. Ele está contando uma história que lhe pertence", afirma Schwarcz.
"O Réu e o Rei" é um relato pessoal de Paulo Cesar desde quando tinha 4 anos e ouviu pela primeira vez "Quero Que Tudo Mais Vá Pro Inferno". A relação emocional com o Rei é reconstruída em uma análise musical profunda da obra e da trajetória do menino pobre de Cachoeiro de Itapemirim (ES). No esforço em reconstruir as armadilhas do processo jurídico que enfrentou, volta a pincelar fatos polêmicos na vida do cantor, como o acidente que o deixou sem uma perna e casos amorosos com Sonia Braga e Maysa.

Os advogados de Roberto já foram acionados para dar um parecer jurídico a respeito do novo livro, mas Paulo acredita que após a discussão midiática sobre o tema no ano passado e a aprovação pela Câmara do projeto de Lei que garante a publicação de biografias sem autorização prévia, o momento é outro. Assim que sancionada a lei, ele quer recolocar a biografia nas prateleiras. "Meu livro será o último livro proibido no Brasil e Roberto será o último censor do Brasil. É um título que ele não merece".
DivulgaçãoDepois de Roberto Carlos lhe sussurrar algo ao pé do ouvido, o advogado Alvaro Bogerth disse que queria mudar um trecho do documento (...). Ele tem implicância com determinadas palavras e não queria que uma delas constasse no texto do acordo. Não seria eu a esclarecer isso, pois desejava mesmo que eles continuassem não se entendendo. Foi quando Borgeth resolveu ser mais claro e incisivo, e quase batendo na mesa afirmou: "O problema é que o artista não quer usar a palavra 'renúncia' no documento, entenderam? Ele não quer essa palavra! Pode usar qualquer outra, por exemplo, desistência, menos 'renúncia' (...) E em vez de renúncia, no texto ficou que Roberto Carlos "manifesta expressa desistência da ação civil", Trecho de "O Réu e o Rei" sobre a desistência de Roberto Carlos em cobrar multa e processar a editora em troca de recolher o estoque do livro
UOL - Quando a editora te convidou para escrever um livro, você quis voltar à história do Roberto Carlos por outro prisma. Você diz: "Essa é a minha história, ninguém pode tirá-la de mim".
Paulo Cesar de Araújo - Foi a história que eu vivi. Se eu soubesse dessa história como eu sei, teria vontade de contar, mesmo que eu tivesse longe dela. A história de um menino do interior da Bahia com o sonho de comprar o disco de seu ídolo. Tem a história de outro menino, que queria vender 1 milhão de discos. Trinta anos depois, esse menino já adulto publica um livro sobre seu ídolo. Todo mundo elogia o livro, menos o ídolo, que parte para cima e pede sua prisão e proibição. É minha versão sobre essa história. Nesse sentido, sou o narrador e o personagem.

Mas, indiretamente, você volta a falar da vida de Roberto Carlos.
Claro, este livro é outra obra. Minha pesquisa foi de 15 anos, eu tenho material para muitas coisas. Estou usando parte na biografia ["Roberto Carlos em Detalhes"] e outra parte nessa. Se eu fosse usar tudo, seria uma enciclopédia. Tem muita análise e informação.

O capítulo de seu encontro com Roberto Carlos no fórum é tenso e dramático. É o seu ídolo de infância pedindo sua prisão, logo no primeiro encontro...
É o capítulo mais dramático. Estar frente a frente com ele, naquele radicalismo dele em caçar palavras, apreender o livro...

Serviu para superar o caso?
Não é superar, não tenho essa coisa de raiva e ressentimento. É um ato de resistência. Quando o Roberto tentou me impedir de falar sobre o livro, eu levantei e fiz meu próprio advogado. Não tem como me proibir falar de Juscelino Kubitschek, como cidadão, professor e historiador, por exemplo. Todo o processo foi radical, mas aquilo extrapolou tudo. Ao proibir o livro, Roberto me deu tema para outro livro. É uma questão de dialética, o germe da sua própria destruição. Nesse sentido, é um ato político, diante do cenário brasileiro. Estamos em um estado democrático direito com uma aberrante legislação que permite que livros sejam proibidos no país.

Além de ser um relato pessoal, o livro parece ser sua defesa definitiva em relação ao caso. Você acredita que não teve um julgamento decente e neutro?
Óbvio que não. Se tivesse, o livro estaria livre. Na audiência no fórum criminal me faltaram duas condições: eu precisava ser assistido por um advogado e contar como a neutralidade de um juiz. Eu estava com advogados da editora, mas me senti abandonado. O juiz, que estaria lá para ponderar, tomou posição favorável a Roberto Carlos. Ele ameaçou o fechamento da editora por duas vezes. A Planeta, assustada, fez o acordo. Isso foi o fato determinante. O fato de o juiz ter tirado foto com Roberto e ter dado um CD a ele é secundário.

Você demonstra ter ficado um pouco decepcionado com a maneira como a editora levou o caso adiante em 2007. O novo livro chega às livrarias com algum resguardo contra um novo processo?
Não estou preocupado assim. Acho que avançamos muito nessa questão por conta do debate. Os juízes de Primeira Instância estão mais esclarecidos que em 2007. A posição da Câmara, que o Senado certamente vai confirmar e o STF [Supremo Tribunal Federal], não deixa espaço para a censura no Brasil. Estamos na era da Comissão da Verdade. Alguns livros que tentaram proibir, não conseguiram. João Gilberto tentou proibir um livro, o juiz indeferiu. Há um maior consenso, uma maior clareza que é incompatível proibir livros em um estado democrático de direito. Estou tranquilo, tranquilíssimo. Claro que o Roberto pode tentar alguma coisa. Depois da Friboi, não duvido mais de nada.

Você não esperava que ele se tornaria garoto-propaganda de um comercial de carne?
Se tivesse feito uma aposta, 'Roberto vai fazer comercial de carne', eu daria R$ 1 milhão. E perderia. Depois desse episódio, tudo é possível. O empresário dele já andou falando que o livro é oportunista. Ele pode entrar com uma ação, mas que ele vai ter um resultado prático de tudo isso, isso não acredito mais. Dessa vez, ele não encontrará respaldo.
Visivelmente irritado - em contraste com a imagem do homem calmo que costumamos ver na televisão -, [Roberto Carlos] desabafou: "Vocês pensaram que podiam mesmo publicar essa biografia sem a minha autorização?! Com eu aqui vivo?", disse, de pé, batendo a mão direita sobre o peito. "Não! Jamais eu iria aceitar uma coisa dessas. Depois que eu me for, os meus herdeiros que decidam o que fazer, mas com eu aqui vivo, não! A minha história é patrimônio meu"
XA restrição a comentários meus "no respeitante à vida íntima de Roberto Carlos" ficou no texto do acordo. (...) Essa foi, de fato, a intenção de Roberto Carlos. Em conversa com seus advogados, ele assim se justificou, apontando em minha direção: "É que eu não quero mais ter problemas com ele, não quero mais ter que discutir se ele está invadindo ou não a minha privacidade". Com essa frase, o autor de "Jesus Cristo" manifestou sua vontade de se livrar definitivamente de mim. Isso me incomodou muito na hora, e reagi
Você tem esperança de relançar a biografia?
Vai acontecer. Mudando a lei, vou entrar com recurso. Seria melhor para todos que o próprio Roberto tomasse essa iniciativa. Se tivesse um amigo, um conselheiro para dizer 'Roberto, não seja o último censor do Brasil'... Meu livro será o último livro proibido no Brasil e Roberto será o último censor do Brasil. É um título que ele não merece.

Conhecendo o Roberto tão bem, acha que ele vai ficar irritado e magoado mais uma vez?
A questão da mágoa dele é pelo fato de o livro não ter autorização. Aquela coisa da obsessão compulsiva de controlar tudo. A luta dele contra a biografia é um exemplo disso. Como historiador, minha preocupação não é o Roberto Carlos. Eu identifico lacunas nas biografias e temas necessários. Quem tem que ficar preocupado com isso são os assessores do Roberto.

Você falou sobre o comercial de carne. O público também ficou indignado, dizendo que ele era vegetariano...
A questão não é essa. Ele nunca foi vegetariano. Roberto sempre comeu bacalhau, frango, peixe. Posso falar porque eu sou vegetariano. O Roberto tinha uma restrição alimentar, ele não come carne vermelha, e sempre foi sensível à causa animal. Ele escreveu "As Baleias", "O Ano Passado", em 1970 ele protestou contra matança de pombos, protestou contra touradas. Ele sempre foi um artista que se revelou sensível à causa animal. Como uma pessoa assim vai fazer propaganda de consumo de carne de boi, feito em escala animal, com matança?

Por que você acha que ele topou?
Por causa do dinheiro. Mais que um cantor, ele é um empresário. É uma pena que aos 73 anos de idade ele vai priorizar o dinheiro. Utilizar a música "O Portão", aquela música clássica... Ouço "O Portão" agora e me vem carne de boi na cabeça. Ele está estragando a própria obra. Que dinheiro vai pagar isso? Ele tem uma empresa chamada "Emoções Agronegócios". Por isso ele não lança disco todo o ano, os shows são os mesmos. Ele sempre foi um empresário, já tinha postos de combustível, restaurantes, mas era secundário.
Acredita que ele vai ler esse livro?
Acho que é um livro que ele precisa ler. Se ele se permitisse ler o livro, ele ia aprender que não dá para dizer que a história é patrimônio apenas dele. É a história de todo o povo brasileiro.
http://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2014/05/22/roberto-carlos-sera-o-ultimo-censor-do-brasil-diz-biografo-processado.htm

CNBB diz que decisões de Barbosa insuflam espírito de vingança




publicado em 22 de maio de 2014 às 14:52


Nota da Comissão Brasileira Justiça e Paz sobre a execução da Ação Penal 470

Misericórdia e fidelidade se encontram, justiça e paz se abraçam.( Sl 85,11)

As decisões proferidas pela Presidência do Supremo Tribunal Federal sobre a execução da Ação Penal 470 (mensalão) que têm suscitado críticas e preocupações na sociedade civil em geral e na comunidade jurídica em particular, exigem o inadiável debate a cerca das situações precárias, desumanas e profundamente injustas do sistema prisional brasileiro.

A Pastoral Carcerária, em recente nota, referiu-se à Justiça Criminal como um “moinho de gastar gente” por causa de decisões judiciais que levam a “condenações sem provas” e “negam a letra da lei” com “interpretações jurídicas absurdas”. Inseriu, neste contexto, a situação dos presos da Ação Penal 470 ao denunciar o conjunto do sistema penitenciário, violento e perverso, que priva os apenados “dos cuidados de saúde e de higiene mais básicos” e carece de políticas públicas para sua inserção no mercado de trabalho.
A Comissão Brasileira Justiça e Paz, organismo vinculado à CNBB, soma-se à Pastoral Carcerária e “repudia” o conteúdo destas decisões, bem como a política de encarceramento em massa, que penaliza especialmente negros e pobres, com inúmeras práticas cruéis, estendidas aos familiares e amigos dos presos, como a “revista vexatória”, atentado direto à dignidade humana.

A independência do Poder Judiciário somente realiza a necessária segurança jurídica em sua plenitude, quando viabiliza sem obstáculos o amplo direito de defesa e a completa isenção na análise objetiva das provas. Ela é imprescindível na relação do Judiciário com os meios de comunicação, não se podendo confundir transparência nos julgamentos com exposição e execração pública dos réus.

CBJP tem a firme convicção de que as instituições não podem ser dependentes de virtudes ou temperamentos individuais. Não é lícito que atos políticos, administrativos e jurídicos levem a insuflar na sociedade o espírito de vingança e de “justiçamento”. Os fatos aqui examinados revelam a urgência de um diálogo transparente sobre a necessária reforma do Judiciário e o saneamento de todo o sistema prisional brasileiro.

Brasília, 22 de maio de 2014

Pedro Gontijo

Secretário Executivo da Comissão Brasileira Justiça da CNBB

http://www.viomundo.com.br/denuncias/cnbb-diz-que-decisoes-de-barbosa-insuflam-espirito-de-vinganca.html

Deputado do PSB cita filme polêmico para ofender apresentadora Xuxa


Bate-boca referiu-se a um filme de 1982, classificado de erótico. Pastor Eurico foi destituído da CCJ e Xuxa recebeu solidariedade de deputados

Durante uma acirrada discussão, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, sobre o projeto de lei que pune agressões violentas a crianças cometidas no ambiente familiar, o deputado Pastor Eurico (PSB-PE) acabou ofendendo ontem a apresentadora de televisão Xuxa Meneghel ao dizer que ela provocou uma agressão às crianças quando “protagonizou um filme pornô”. 
Xuxa, que estava sentada à mesa da comissão, não pode responder ao deputado, mas fez um gesto de coração com as mãos. Apenas os integrantes da comissão tem direito à fala durante as reuniões ordinárias. O líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), acabou destituindo o deputado Pastor Eurico da CCJ após ele criticar Xuxa.

Pastor Eurico se referiu ao filme paulista, considerado erótico, Amor estranho amor, dirigido por Walter Hugo Khoury, em 1982, em que Xuxa contracena com um garoto de 12 anos. Durante a sua fala, o deputado reclamou da alcunha imposta à legislação, que ficou intitulada como Lei da Palmada: “Eu nem falo sobre a violência que passa na tevê todos os dias. A conhecida rainha dos baixinhos protagonizou em 1982 a maior violência contra as crianças quando fez um filme pornô”, afirmou.

A apresentadora foi convidada para participar da sessão da CCJ que votaria a redação final do projeto de lei. Ele já foi aprovado em uma comissão especial há dois anos e precisa somente da chancela da CCJ para ser enviado para análise do Senado. Depois de ser hostilizada, Xuxa recebeu o apoio dos demais parlamentares presentes. Também integrante da bancada evangélica, o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) fez uma ressalva: “Gostaria de deixar claro que essa é a opinião dele (Pastor Eurico). Não é posição da bancada evangélica”, disse.

A deputado Sandra Rosado (PSB-RN) também pediu respeito à apresentadora: “Cada um tem seu papel relevante na sociedade, seja como parlamentar, seja como artista”.
 
CCJ aprova
Depois de três horas de discussões, a CCJ aprovou o projeto de lei que pune castigos que resultem em sofrimento físico a crianças. O texto segue para análise do Senado. A proposta aguardava a análise do colegiado há dois anos. Mas, questionamentos levantados pela bancada evangélica impediam sua votação. Em julho do ano passado, a comissão tentou votar a redação final da proposta após um lobby feito por Xuxa, que ligou para os integrantes da comissão. O projeto garante o direito à educação sem “o uso do castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto”. (da agência Folhapress)

Saiba mais

O projeto prevê punições a pais que batem nos filhos, que ficariam sujeitos a penas socioeducativos e até ao afastamento dos filhos. O projeto, aprovado por unanimidade pela Comissão Especial da Câmara, especifica que crianças e adolescentes devem ser protegidos do castigo físico, "em que há o uso da força e resulte em sofrimento e lesão". A lei faz emendas ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), de 1990, que não define os "maus-tratos".

 http://www.opovo.com.br/app/opovo/brasil/2014/05/22/noticiasjornalbrasil,3254566/deputado-do-psb-cita-filme-polemico-para-ofender-apresentadora-xuxa.shtml

Ibope e Datafolha refletem musculatura eleitoral de Lula


Por certo foi uma ducha de água fria na oposição e na mídia a pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (22) pela Folha de São Paulo, que, entre outras revelações importantes, mostrou que a maioria dos brasileiros concorda com Lula quando ele diz que é “babaquice” construir estações de metrô dentro de estádios de futebol só para atender a turistas.
A mídia distorceu a fala de Lula com manchetes que induziam a crer que ele teria dito que o povo não merece tal conforto. Justo Lula, quem, quando foram reclamar para ele que o povo estava comprando muito carro e aumentando congestionamentos, sugeriu que prefeitos alargassem as ruas pois a inclusão no mercado de consumo chegara para ficar.
Segundo a pesquisa, 50% concordam que é mesmo babaquice inventar estações de metrô dentro de estádios só para atender a turistas e 47% discordam. A concordância majoritária se deve ao fato de que depois que os turistas fossem embora os estádios de futebol com estações de metrô dentro se tornariam praticamente inúteis, sobretudo porque há lugares mais propícios para construí-las, como em hospitais, aeroportos etc.
Aliás, se todos os pesquisados tivessem ouvido a fala de Lula provavelmente o índice de concordância seria maior, porque não chegou à população o verdadeiro sentido de suas palavras, distorcido pelas manchetes. Mas como a maioria só lê manchetes, nunca as matérias a que remetem, há gente achando que vale a pena construir estações de metrô dentro de estádios para turistas usarem durante a Copa.
Ironicamente, apesar da manchete distorcendo os fatos, matéria do portal G1 publicada na internet poucas horas depois da fala de Lula no dia 16 já mostrava o que ele de fato dissera. Abaixo, trecho da matéria.
Além disso, a pesquisa Datafolha mostra que a maioria esmagadora (63%) repudia protestos contra a Copa, ainda que o país esteja dividido entre os que apoiam ou não a realização do evento no país.
Mas a melhor notícia para os petistas é a pesquisa Ibope sobre a sucessão presidencial recém-divulgada, que mostra que Dilma não apenas parou de cair nas pesquisas como também ganhou pontos – se as eleições fossem hoje, ela seria reeleita em primeiro turno com 40% dos votos, contra 37% de seus adversários somados.
Há boatos, inclusive, de que a pesquisa Vox Populi a ser divulgada nos próximos dias mostrará Dilma com intenções de votos ainda maiores – 43%
Mas ficando com os números que já se tem, eles são muito bons para os petistas. Sobretudo porque mostram a força eleitoral do ex-presidente, o que deve ter surpreendido os que chegaram a orgasmos políticos com a manchete vergonhosa da Folha sobre a fala dele.
Nesse aspecto, vale assistir ao uso vergonhoso de uma tevê pública pelos tucanos para tentarem extrair dividendos políticos do episódio da “babaquice”. A matéria abaixo foi veiculada na TV Cultura e trata o episódio com uma parcialidade literalmente ilegal e que poderia até ser objeto de questionamento junto ao TSE.


É ou não escandalosa a dobradinha entre a tevê pública e Aécio Neves? Imagine, leitor, se a TV Brasil fizesse uma coisas dessas a favor de Dilma, por exemplo exibindo a fala de Aécio Neves sobre medidas amargas que afirma que irá impor ao país se for eleito e, em seguida, colocando a presidente para comentar…
Alguns dirão que o que as pesquisas Ibope e Datafolha revelam era previsível devido à propaganda do PT na televisão. É possível que tenha havido alguma influência, mas o forte apoio à frase de Lula sobre a “babaquice” de quererem construir estações de metrô dentro de estádios de futebol sugere que a volta do ex-presidente ao cenário político reavivou algo no coração da sociedade.
A partir do mês passado, Lula converteu-se em um furacão. Em poucas semanas, disse tudo que deveria ter sido dito ao longo dos últimos três anos – e não foi. A mídia e a oposição, acreditando-se mais forte do que são e imaginando Lula menos forte do que é, desdenharam da volta dele ao cenário político. E quebraram a cara.
http://www.blogdacidadania.com.br/2014/05/ibope-e-datafolha-refletem-musculatura-eleitoral-de-lula/

Repórter da Globo ao tentar fazer entrevista tendenciosa se dá mal



Jornalista de O Globo leva três tocos durante entrevista com o ex-chanceler mexicano Jorge Castañeda

22/05/2014 - A jornalista de O Globo, Tatiana Farah, entrevistou o ex-chanceler mexicano Jorge Castañeda. Ou ela é mal informada ou jogou cascas de banana em três perguntas, mas levou 3 tocos como resposta.

Vergonha alheia. Veja abaixo as perguntas e as respostas:

Jornalista: “O Brasil estagnou em seus anseios econômicos e se encolheu no que diz respeito à projeção internacional?”

Chanceler: “O Brasil tem um papel econômico internacional muito importante. É uma voz que se escuta. “

Jornalista: “Os países da Aliança do Pacífico têm crescido mais que os do Mercosul? Por quê?”

Chanceler: “Isso é falso. O Brasil cresce mais que o México. E “países do Pacífico” não existem. Há um país grande, que é o México, há um país mediano, que é a Colômbia, e dois países pequenos, que são Peru e Chile. Não é certo que os do Pacífico cresceram mais. Essa é uma ficção criada pelos mercados na mídia internacional. O que se sucede é que as expectativas sobre o Brasil foram muito elevadas. Afirma-se que o México cresce mais que o Brasil, mas, no ano passado, o Brasil cresceu mais. E este ano o Brasil vai crescer mais que o México.”

 “Jornalista: Como avalia o governo do presidente do México, Enrique Peña Nieto?”

Chanceler: “É um governo que teve muitas boas ideias, boas intenções, algumas realizações, mas os resultados ainda não vemos. Há por um lado impaciência e , por outro, ceticismo.As pessoas estão impacientes e céticas. É possível que haja resultados. Mas é uma incógnita.
Quando a economia brasileira começou a estagnar, a imprensa internacional passou a dizer que a nova potência da América Latina seria o México.

Isso é um pouco falso. O Brasil continua recebendo muito mais investimento estrangeiro que o México. A mídia brasileira é ruim, a mexicana é muito ruim e a mídia internacional, quando fala de Brasil e do México, é péssima. É muito mau conselho escutar o que diz a mídia internacional tanto sobre Brasil quanto sobre o México, porque ela sempre se equivoca.”

Stanley Burburinho, ContextoLivre

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/05/reporter-da-globo-se-da-mal-ao-tentar-fazer-entrevista-tendenciosa.html