sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Após aderir ao Refis, Globo pagou R$ 1 bi em impostos atrasados



O mundo definitivamente é outro. A velha mídia familiar já não fala mais sozinha. Com o advento da internet a transparência se impôs. Não dá mais para esconder mentiras e meias verdades nesse imenso Big Brother mundial. As organizações globo que elegiam e derrubavam presidentes com achaques e leviandades manipulando informações de acordo com seus interesses escusos agora se veem obrigadas a prestar contas de seus atos. 

Esse imenso império de comunicação que foi erguido as custas do dinheiro público, de juros subsidiados, de empréstimos a fundo perdido, ao arrepio da lei, em apoio a ditadura, passou pelo constrangimento de ter sido denunciado por um blogueiro que mostrou por meio de documentos oficiais o descaramento, a desfaçatez de seu falso moralismo, a velha e surrada cantilena do discurso da ética que só serve para os outros ao fazer uso de expedientes criminosos para maquiar receitas e esconder do fisco recursos que não foram declarados oficialmente e assim sonegar milhões do dinheiro público que deixaram de ser aplicados na Saúde, Educação, Segurança e em outras áreas essenciais do Estado trazendo à sua imagem um desgaste monumental que a obrigou a quitar suas dívidas com o fisco, não antes de se aproveitar de uma legislação leniente com a sonegação que deveria aplicar-se somente para quem não tem recursos comprovados, ademais de uma família que segundo a Forbes amealhou uma fortuna que ultrapassa a casa do bilhão apenas no ano passado. 

Não fosse a Web esse crime de sonegação teria passado em brancas nuvens. Pega com as mãos na botija as Organizações Globo se sentiram acuadas, desgastadas perante a opinião pública e foram forçadas a resolverem sua situação fiscal com a receita. O blogueiro Miguel do Rosário é o grande responsável pelo desembolso de mais de 1 bi das Organizações Globo para o fisco. Em outros tempos isso teria caído no esquecimento e a dívida jamais saudada. Brindemos ao admirável Novo Mundo da transparência onde todos fiscalizam todos e ninguém mais fala sozinho.

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O que fica do debate? O adeus de Marina.


3 de outubro de 2014 | 09:07 Autor: Fernando Brito
farewell
O debate de ontem, na Globo,  não  mediu menos  idéias do que comportamentos.
Infelizmente, o povo brasileiro está submetido à ditadura da mediocridade, porque quem o assistiu não ficou sabendo coisa alguma sobre o rumo que este país deve ter e terá.
É irônico, aliás, que ele tenha começado com a já enfadonha questão sexista, com as “cascas” que se quis tirar por conta do energúmeno Levy Fidélix, um cidadão cuja profissão é ser candidato e que arranjou nas provocações aos homossexuais uma alternativa mais imbecil do que a história do aerotrem.
Porque o que se viu, durante duas horas,  foi um desfile de “estranhos casais” – com o perdão dos clássicos Jack Lemmon e Walter Mathau  -  formados para atacar Dilma Rousseff. Aliás, um triângulo amoroso:  Levy e Everaldo, Everaldo e Aécio, Aécio e Levy.
Um mimo.
Todos os telespectadores puderam ver que, no restante, eram todos “combinadinhos” contra Dilma, que se saiu bem.
Afora isso e a repetição nauseante das “pautas pautadas” pela grande mídia – Petrobras, Correios e – como o papagaio, “corrupção, corrupção, corrupção”  - o resto do debate se mede mais por desempenho pessoal do que por ideias.
E nisso, o que se viu foi uma Marina Silva completamente atarantada, sem estatura para reagir ao “baixo astral” da queda de uma candidatura que só tinha de sólido a onda de  um favoritismo construído à base do “conto de fadas” devidamente desmontado pelas idas, vindas e companhias da ex-senadora.
Marina apanhou de Dilma, de Aécio e de Luciana Genro.  Mostrou – se quisermos fazer a gentileza de aceitar sua monótona argumentação de que “tem programa” – não tem recursos mentais para defender o que nele está escrito, embora com uma infinidade de rasuras e emendas.
Perdeu o prumo com a história do Banco Central, com o auxiliar envolvido em corrupção e foi amparar sua opção preferencial pela direita na barra da saia de Luciana Genro, ao dizer que suas propostas eram “parecidas com as dela”.
Reduziu-se ao que é: nada.
Na minha opinião, deu adeus ao segundo turno das eleições.
Como estamos falando apenas  de comportamento no confronto, palmas para Luciana Genro, que usou e abusou lindamente das gauchadas, sobretudo a de mandar Aécio Neves abaixar o dedo na hora em que lhe respondia e  ao por o dedo na ferida de um candidato que fala todo o tempo em corrupção e, além de estar sustentado pelas forças da privataria, ainda teve a história do aeroporto “privé”.
“Aécio, tu é tão fanático das privatizações, e da corrupção, que tu chegou ao ponto de fazer um aeroporto com o dinheiro público e entregar a chave para teu tio, e isso tu ainda não explicou devidamente para o povo brasileiro.”
O tucano tremeu na base, se descontrolou, apontou o dedinho e levou o “fora” que marcou o debate.
Mas como Luciana é uma “franco-atiradora”, que terá uma vitória imensa chegando a 1 ou 2% no domingo, o que vale são os enfrentamentos entre os candidatos que estão no jogo: Dilma, Aécio e Marina, de quem, a esta altura, quase já se pode dizer que “estava no jogo”.
E Dilma se saiu bem, adotando uma postura combativa ainda pouco ousada,  própria de quem chega ao último (ou penúltimo) roundganhando a luta por pontos.
Compreende-se que não quisesse ousar mais para não abrir a própria guarda para um imprevisto.
Do ponto de vista eleitoral, o debate fez pouco.
Aliás, parece que o voto dos cidadãos é menos importante até que o combalido Campeonato Brasileiro de Futebol, cujos jogos a Globo empurra para as dez da noite, enquanto o destino do país pega da faixa das 23 horas.
Do ponto de vista da politização e do esclarecimento cívico dos brasileiros, porém, fez ainda menos.
Há um cenário de inegável mediocridade na vida política brasileira e a falta de densidade e brilho nos debates eleitorais é um retrato disso.
E este é um problema que, inevitavelmente, o segundo mandato de Dilma e Lula, como seu avalista, terão de tratar.
O povo brasileiro está indo ao extremo em seu maravilhoso instinto de nação que quer e vai se afirmar, definindo seu voto contra uma imensa e quase monolítica máquina de mentiras e manipulações.
Mas se isso não foi discutido e demonstrado claramente como uma forma de nos escravizar, não reconstruiremos uma organização política capaz de enfrentá-la.
E a política, tal como a temos hoje, será esta superficialidade e esta hipocrisia que, como sustenta este blog todo o tempo, acaba por torná-la a arma das elites.
Que, para a sorte do povo brasileiro, conseguem perder até quando têm a faca, o queijo e a marmelada nas mãos.
http://tijolaco.com.br/blog/?p=21735

Debate na Globo: confira o consolidado e a linha do tempo de memes! #Dilma13MudaMais

No último debate do primeiro turno, realizado pela Globo, a presidenta Dilma Rousseff debateu sobre temas como educação, corrupção, Petrobras, papel das estatais e programas sociais. 
No primeiro bloco, Dilma declarou que sempre sugeriu medidas concretas contra a corrupção, e que todas têm o objetivo prático de acabar com a impunidade. “No caso da petrobras, eu demiti o diretor que está envolvido na questão, e autorizei ampla e total abertura às investigações.” Dilma lembrou ainda que Paulo Roberto Costa entrou na empresa pelas mãos de FHC e agora se sabe que esteve envolvido em escândalos de corrupção. Destacou também o desejo de que as investigações sejam virtuosas, pois esse é o caminho para inibir a corrupção. Dilma sublinhou ainda que não são as alianças que definem os corruptos, pois eles existem em todos os lugares. “Não acredito que haja alguém livre de corrupção. As instituições é que devem ser fortes e estar acima da corrupção.” Dilma ressaltou também que propôs medidas concretas contra a corrupção.
No segundo bloco, os temas para perguntas foram sorteados. Com o tema "Papel das Estatais", Dilma Rousseff perguntou para Aécio Neves e observou que acha estranho ele tratar com tanta leveza o tema das privatizações. "Foi no governo do senhor que um alto funcionário do governo disse: 'estão tratando a privatização no limite da responsabilidade'", lembrou. A candidata observou ainda que o governo do tucano FHC praticamente entregou a Caixa e o Banco do Brasil num estado precário. Afinal, a política neoliberal estava no rumo de desmonte das empresas públicas para a privatização. Hoje, Banco do Brasil e Caixa são bancos sólidos e que garantem a operacionalidade dos programas sociais do governo federal. Para deixar claro o que houve na demissão do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, leu o depoimento dele quando relatou sobre sua demissão na CPI, que foi informada pelo ministro. Ou seja, ele foi demitido. “Isso é fato. Insistem em negá-lo. É má-fé. Até porque é sabido que se dá sempre no serviço público o direito de pedir demissão”, destacou.
O tema sorteado para Dilma perguntar a Marina Silva foi o Papel do Banco Central. Dilma aproveitou a oportunidade para explicar que Marina confunde deliberadamente autonomia e independência. “Independentes são os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Dar independência ao BC é criar um 4opoder. O que eu defendo é autonomia do BC. Eu sugiro que a senhora [Marina] leia o que escreveram no seu programa, porque a senhora está deliberadamente querendo confundir autonomia com independência. Quando se escolhe um presidente se escolhe uma política econômica. Não é possível dar essa escolha aos bancos”, explicou Dilma.
A presidenta também defendeu sua posição à frente do Governo Federal, frente a provocação de Marina Silva: “Falar em inexperiência política é interessante vindo de alguém que defende a "nova política". Uma pessoa que não fez a carreira de vereadora, deputada e senadora não pode ter o direito de ser presidente? Onde está escrito isso? Na nossa Constituição não é. Eu tenho convicção de que qualquer brasileiro tem o direito de ser eleito”. E os números e resultados positivos do primeiro mandato de Dilma mostram que ela tem razão e que sua qualidade como gestora a faz merecedora de um segundo mandato.
No terceiro bloco do debate na Globo, Dilma Rousseff lembrou que depois de décadas sem que o Brasil investisse em habitação popular, os governos Lula e Dilma fizeram o Minha Casa Minha Vida, um programa centrado no subsídio maior para quem ganha R$ 1.600. Ao ouvir do tucano Aécio que ele daria continuidade ao programa caso fosse eleito, observou: "Aécio, talvez seja difícil vc dar continuidade ao Minha Casa Minha Vida, já que você não o conhece".
Dilma lembrou ainda que foi bem sucedida no controle da inflação, quando se compara com o que aconteceu no governo do presidente tucano, FHC. E, se dirigindo a Aécio Neves, falou: “Tem alguns momentos que eu acredito que o senhor nega a realidade do que aconteceu no Brasil no período que vocês foram governo. E a realidade é que vocês desempregaram e tiveram uma taxa de juros que bateu todos os recordes (45%), tiveram a capacidade de colocar o Brasil de joelhos diante do Fundo Monetário Internacional”.
A presidenta sugeriu ainda que Aécio Neves olhe com mais detalhe algumas propostas que faz: “A última que o senhor fez, de fornecer remédios gratuitos para aposentados, eu queria avisar que está em vigência. Veja o senhor que isso é compromisso com a saúde do povo, com o interesse público. Interesse público para nós é fazer do orçamento público orçamento dos pobres”.
No último bloco, na temática do meio ambiente, Dilma lembrou que o Brasil assumiu de forma voluntária a redução dos gases de efeito estufa e que o desmatamento tem sido reduzido sistematicamente. Além disso, destacou que hoje 79% da matriz elétrica do Brasil é ambientalmente correta e sustentável. “O brasil hoje reduz por ano mais de 600 toneladas de dióxido de carbono”, ressaltou.
Nas suas considerações finais, Dilma lembrou que a eleição é um momento em que se pode refletir sobre o futuro do Brasil e sugeriu que o telespectador se pergunte quem tem mais condições de presidir o país pelos próximos quatro anos: “Quem tem apoio e força política para fazer no Congresso as reformas que o Brasil tanto precisa? Quem tem condições de tornar o Brasil ainda mais moderno e mais inclusivo? Quem tem firmeza para projetar o Brasil no mercado internacional?” Dilma pediu que no domingo, quando o eleitor se dirigir à urna, vote com consciência, paz e amor. E pediu humildemente o voto de cada um.
Dia 5, é Dilma 13!
http://www.mudamais.com/daqui-pra-melhor/debate-na-globo-confira-o-consolidado-e-linha-do-tempo-de-memes-dilma13mudamais

Nosso colunista pede desculpa a Luciana Genro por não votar nela


Postado em 02 out 2014
LG
LG

CARTA ABERTA A LUCIANA GENRO
Prezada Luciana,
Meu voto era seu até semana passada.
Mudei de ideia, porém, isso nada tem a ver com a senhora.
Continuo com a certeza de que tu és a melhor candidata.
Com seu jeito gaúcho de chamar as coisas pelo nome, o apoio a todas as causas progressistas, que só permanecem polêmicas em países atrasados. A defesa do imposto sobre grandes fortunas, do fim do fator previdenciário, por dizer não à independência do Banco Central.
Por impedir que empreiteiras, bancos e multinacionais participem de sua campanha.
Por ter como principal compromisso o combate à desigualdade e por apresentar propostas radicais para combatê-la.
Radicais por atingirem a raiz do problema.
Nesse sentido, és radical, mas não extremista, ou mesmo comunista. E nisso acredito que te diferencias dos outros candidatos à esquerda do PT que sonham em acabar com o capitalismo e não em transformá-lo.
Mas estás além dos rótulos, por representares algo novo.
Socialismo e liberdade, afirma o teu partido logo no próprio nome, e assim se distancia das experiências totalitárias que deturparam o pensamento marxista no século XX.
E em ti eu acredito.
Chego a vibrar muitas vezes, muito mais do que com qualquer outro candidato.
Sua enquadrada em Aécio Neves no debate em que o tucano falava sobre corrupção, falta de ética, e esquecia que o PSDB comprou a reeleição de Fernando Henrique, foi espetacular. Sugerir ao Danilo Gentili que ele volte aos estudos também.
Por tudo isso, o meu voto seria seu, não fosse um único ponto em que discordamos e a força das circunstâncias.
Não acho que Dilma, Marina e Aécio são iguais.
Podem estar muito mais próximos entre eles do que em relação a sua candidatura. Mas Marina e Aécio estão mais distantes.
São candidatos neoliberais e de direita.
E nisso concordo com Rodrigo Constantino, aquele colunista que disse esses dias que qualquer pessoa que vote em ti é idiota. A direita devia se assumir como direita e parar de tentar fingir ser o que não é para agradar aqueles que Rodrigo chama de “esquerda caviar”.
Segundo o colunista, a direita pode sim ter força para eleger um presidente, desde que se assuma como direita.
E isso pode acontecer com Marina ou Aécio, nunca com Dilma.
E acredito que muito graças a sua candidatura e a tudo o que disseste para demonstrar que na verdade és tu quem representa a mudança, as Jornadas de Junho, a nova política, e não Marina, Dilma pode ganhar no primeiro turno.
Peço então que me entendas, que não fique magoada caso as urnas não lhe tragam tantos votos quanto tu mereces.
Deve demorar um pouco para o Brasil ter uma presidente como tu. Mas estamos ainda sob risco de colocar a direita no poder, ou uma incógnita que pode ou não ser de direita.
Voto então em Dilma porque, infelizmente, ela é a única candidata que pode evitar que isso aconteça já nesse domingo e, admito, tenho pressa.
Porque talvez, depois dessa campanha e inspirada por ti, Dilma tenha a coragem que lhe faltou no primeiro mandato para ir além, para aprofundar o combate à desigualdade, para garantir os direitos humanos, o estado laico e a liberdade.
Todas as propostas que tu defendeste tão bem e que Dilma parece muito mais disposta a abraçar do que Marina ou Aécio.
Voto então em Dilma porque queria que tu fosses eleita, mas, infelizmente, ainda não é possível. Porque votar em ti ajuda a direita a chegar ao segundo turno.
Porque Dilma, no atual sistema, com a Câmara e o Senado que devem se formar, continua a ser o que tem para hoje.
Por tudo isso, meu voto é dela, mas meu coração é seu.
E que o futuro nos reserve dias melhores. Circunstâncias melhores para votar em ti e para que possas governar como pretendes.
Espero que me entendas.
Com pesar e gratidão,
Leonardo Mendes.
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Sobre o Autor
Leonardo é catarinense, jornalista e escreve no blog Van Filosofia. http://filosofiavan.wordpress.com

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/nosso-colunista-pede-desculpa-a-luciana-genro-por-nao-votar-nela/

Os debates consagraram a dupla mais abjeta da TV brasileira: Aécio e Everaldo

Postado em 03 out 2014
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Didi e Zacarias

William Bonner abriu o papel em que estava escrito o tema a ser discutido. “Previdência”, é o que se lia.
O Pastor Everaldo, à frente do palco, convocou Aécio Neves. “Meu querido senador”, ronronou, a voz melíflua. Entrou a falar sobre o PAC. Bonner, como um bedel, pediu que os dois se concentrassem no assunto determinado.
Everaldo deu um sorriso cínico, descarado, sabujo e mandou bala: “O que o senhor tem a me dizer sobre a Previdência no Brasil?”
A dupla mais abjeta da televisão brasileira depois de Danilo Gentili e Roger do Ultraje é formada por Aécio e Everaldo. A sorte é que foi a última vez, na temporada, em que ela aparece. Mas deve ter futuro na política.
Desde os primeiro debate, os dois interpretam um casal 20 de fundo de quintal em que o candidato do PSC se deixa subjugar pelo do PSDB. Se você tem alguma dúvida, é bom que saiba: é tudo combinado.
Everaldo, com sua pinta de vendedor de cinto de couro de cobra, sua mania de declarar que inventou o Bolsa Família, a falta completa de ideias e coragem, assumiu nos encontros a função de escada para o novo patrão.
Era mais ou menos previsível que procurasse algo ou alguém para onde correr. Sua candidatura se transformou num traque. O restolho de voto evangélico que tinha migrou para Marina Silva. Não resistiu a 15 minutos de Jornal Nacional. Silas Malafaia, que o apoiava quando não estava ocupado detonando homossexuais, trocou-o por Marina.
Everaldo chegou a ser saudado como uma “grata surpresa” por Rodrigo Constantino, o que deveria ser interpretado como um sinal. Uma esperança para a direita, no desespero da direita em achar alguém assumidamente de direita. Revelou-se um conservador meia boca de fala mole.
Um nanico entre os nanicos. Luciana Genro e Eduardo Jorge mostraram brilho próprio. Levy Fidelix, em sua imensa, pantagruélica estupidez, acabou ganhando muito mais visibilidade, embora por vias transversas.
O pastor havia terminado um dos debates com uma bênção evangélica. Na Globo, pediu a bênção a seu padrinho Aécio Neves, trocando afagos e beijando a mão do patrãozinho, que olhava o servo com desdém enquanto lhe trepava nas costas para vender seu peixe.
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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

FHC de helicóptero, Eduardo Jorge de mochila, Levy suado: os bastidores do debate na Globo

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O DCM acompanhou o último debate do primeiro turno das eleições de 2014 para presidente da República. Fizemos nosso blog ao vivo, contando os principais lances. Além do que você viu na televisão, houve cenas que presenciei e conto aqui.
Chegamos às 17h40 à central de produção da TV Globo em Jacarepaguá, zona norte do Rio de Janeiro. Aguardamos até 20h30 para entrar. Alguns jornalistas entraram junto com assessores dos políticos. Ficamos no andar de baixo. O jantar servido era arroz acompanhado por tomate seco e carne, além de uma massa. Sem contar o finger food de salgadinhos e frios. Para beber, refrigerante gelado e suco. O debate começou pontualmente às 22h55.
Cada candidato adentrou as dependências da Globo à sua maneira: o Pastor Everaldo estava estático, sorrindo só para fotos, enquanto revia alguns pontos com o assessor. Recusou-se a responder às perguntas do DCM sobre Levy Fidelix.
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Eduardo Jorge chegou muito tranquilo, de mochila, sorriso sincero, suave na nave. Muitos jornalistas riam de suas falas, sobretudo nas pausas e quando reclamava de projetos que supostamente ele fez.
Levy Fidelix estava visivelmente abatido, suado e cabisbaixo. Cumprimentou Eduardo Jorge assim que chegou. Mal saberia ele que, pouco depois, protagonizaria uma discussão calorosa com o candidato do PV em que seria basicamente destruído.
Luciana Genro era a candidata mais animada e a que permaneceu mais tempo em pé conversando com assessores e posando para fotógrafos. Veio acompanhada do candidato do PSOL ao governo do Rio de Janeiro, Tarcísio Motta. Sua animação se traduziu em críticas diretas a Levy, a Dilma, a Marina e ao tucano Aécio Neves, que encarou quando ele lhe apontou o dedo.
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Aécio Neves entrou no estúdio com ares de rock star. Aplaudido efusivamente pelos tucanos, veio acompanhado por Fernando Henrique Cardoso, que puxou mais palmas. No entanto, nenhum sinal de Geraldo Alckmin ou José Serra. Forçava um sorriso até quando não era fotografado. Falava em voz alta com apoiadores, incluindo o jogador Ronaldo, José Júnior do AfroReggae e Paulinho da Força Sindical. Tentou intimidar com uma claque que interrompia o debate, deixando William Bonner nervoso. Animadão, estourou o tempo pelo menos três vezes.
Dilma Rousseff não foi aplaudida quando chegou ao palco, mas foi fotografada maciçamente pelos repórteres de agências internacionais, como Reuters, EFE e AP. Estava de vestido creme, combinando com o terninho de Luciana. Parecia mais calma do que no debate da Record. Parecia. O diálogo ríspido com Marina por pouco não termina em luta livre no gel.
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“Cadê Marina Silva?”, perguntava a produção da TV Globo. Marina chegou por último ao palco. A assessoria trabalhou para tratar sua aparência. Muita maquiagem e relaxamento deram um jeito na tensão.
Após o debate, Marina Silva, Luciana Genro, Aécio Neves, Dilma Rousseff, Eduardo Jorge e Pastor Everaldo desceram nesta ordem para uma coletiva de imprensa caótica no subsolo.
Fernando Henrique foi embora de helicóptero. Saiu apressado e não chegou a se despedir de ninguém. Nem a Aécio para agradecer a menção carinhosa que o candidato lhe fez no debate.
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Pedro Zambarda de Araujo
Sobre o Autor
Escritor, jornalista e blogueiro. Atualmente escreve sobre tecnologia e games no site TechTudo. Teve passagem pelo site da revista EXAME. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, estuda filosofia na FFLCH-USP.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/cenas-dos-bastidores-do-debate-na-globo-segundo-nosso-enviado-a-jacarepagua/

Luciana Genro mais uma vez deu um show no debate da Globo

Postado em 03 out 2014
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Mais uma vez, os melhores momentos couberam a Luciana Genro no debate da Globo, o último antes das eleições.
Foi brilhante sua reação a uma deselegância de Aécio quando ela o questionou sobre o aeroporto que ele mandou construir em terras da família com dinheiro público.
Desnorteado, sem encontrar palavras que expliquem o aeroporto, ele esticou o dedo para Luciana Genro. Imediatamente ela ordenou que ele baixasse o dedo.
E ele baixou, depois da bofetada moral que levou.
Logo no começo, ela aproveitou para falar o que pensava da Globo em plena Globo. Não poderia perder a oportunidade, e não perdeu.
Luciana Genro disse também certas verdades inconvenientes a Marina, e arrancou dela uma declaração vital. Num tributo involuntário a Luciana Genro, Marina disse que seu programa é parecido com o dela, Luciana, e não com o de Aécio.
Marina completou ali o giro total que ela deu nas suas propostas. Premida pela queda nas intenções de voto, ela acabou indo para a esquerda, depois de começar com um discurso de centro direita, parecido com o de Aécio.
Flexibilizar as leis trabalhistas se transformou em estendê-las para empregados que não estão protegidos pela CLT. Até para o Bolsa Família ela anunciou uma novidade: um 13.o.
É presumível que seu guru econômico, o ortodoxo Eduardo Giannetti, tenha engasgado diante da nova Marina, tão identificada com Luciana Genro que chegou a usar o pronome “tu” em certo momento.
Giannetti dissera, antes da transformação, que os compromissos sociais só seriam cumpridos se e quando o orçamento permitisse.
Marina está dizendo o oposto, e há aí uma dissonância cognitiva que deve redundar numa crise na equipe de Marina. Informalmente, é como se ela tivesse despedido Giannetti e companheiros de ortodoxia.
Luciana Genro foi aguda, também, ao perguntar a Dilma o que pensa da taxação das grandes fortunas. É uma pena que Dilma não tenha respondido. No encontro com blogueiros, diante de outro ponto vital para o avanço da sociedade, a regulação da mídia, ela respondeu com firmeza e clareza.
Foi ainda Luciana Genro quem trouxe a criminalização da homofobia para o centro do debate nacional ao perguntar, no debate anterior, a Levy Fidelix o que pensava do assunto.
Disse, em outro artigo, e repito aqui: Luciana Genro não vai ganhar, e nem passará para o segundo turno.
Mas, e isto ninguém lhe tira, ela dinamizou o debate político nestas semanas de campanha com sua verve, com sua inteligência, com sua coragem e com sua sinceridade. A expressão “nova política” acabou se tornando uma piada, no decorrer das últimas semanas.
Mas, se alguém emergiu desta campanha com ideias que merecem ser chamadas de novas, é essa gaúcha ousada e intrépida que, cachos ao vento, capturou o Zeitgeist, o espírito do tempo – aquele sentimento que comandou as Jornadas de Junho, nas quais a voz rouca das ruas disse não à política que está aí.
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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/luciana-genro-mais-uma-vez-deu-um-show-no-debate-da-globo/