quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A neblina é densa no horizonte de Serra



Desgastado internamente por decisões de campanha e pela segunda derrota para o PT na disputa presidencial, José Serra fracassou ao tentar retomar áreas de influência no PSDB nacional. O ex-governador não tem mais espaço nacional no PSDB. E o seu "Plano B", o PSD do prefeito Gilberto Kassab, alçou voos próprios que não credenciam seu criador a ir além da capital paulista no apoio a Serra. O artigo é de Maria Inês Nassif.

Candidato derrotado do PSDB à Presidência da República no ano passado, José Serra hoje é um tucano sem poleiro. Desgastado internamente por decisões de campanha e pela segunda derrota para o PT na disputa presidencial, fracassou ao tentar retomar áreas de influência no PSDB nacional. Os cardeais do partido - Serra excluído do concílio - preferiram manter no comando nacional o inexpressivo Sérgio Guerra a arriscar abrir espaço de poder para o ex-governador, um político que levou ao limite, nas eleições passadas, sua vocação desagregadora.

O ex-governador não tem mais espaço nacional no PSDB. E o seu "Plano B", o PSD do prefeito Gilberto Kassab, alçou voos próprios que não credenciam seu criador a ir além da capital paulista no apoio a Serra. Integrantes do novo partido consideram que o prefeito pode cumprir seus compromissos passados com o ex-governador se ele decidir disputar as eleições para prefeito. Para aí. A vocação governista com que nasce o PSD não aconselhariam a apoiar Serra contra o governador Geraldo Alckmin, numa disputa pelo governo do Estado, ou ir na direção contrária a da presidenta Dilma Rousseff, na disputa pela reeleição.

No PSDB paulista, Serra perdeu terreno na capital, onde tinha mais influência que Alckmin, e não expandiu seus domínios para o interior, reduto alckmista. A avaliação no núcleo tucano paulistano é que o PSDB não pode recusar a Serra a legenda para a prefeitura, se ele quiser, mas nem o partido gostaria que isso acontecesse, dado o alto grau de rejeição ao seu nome acusado por pesquisa do instituto DataFolha há duas semanas, nem o próprio ex-governador parece disposto a correr o risco de uma derrota municipal num momento em que está particularmente fraco. Isso inviabilizaria por completo qualquer tentativa futura de retomar uma carreira política nacional.

A estratégia de fazer o PSDB paulistano engolir um dos poucos serristas que restaram, o senador Aloysio Nunes, como candidato à prefeitura, caiu pela total falta de interesse do próprio senador. O espaço está aberto para a disputa entre dois nomes da órbita de influência de Alckmin, seus secretários José Anibal e Bruno Covas, na disputa pela legenda do partido à prefeitura.

Os destinos de Serra e do PSD dificilmente se encontrarão no âmbito nacional porque, afirma um dos seus articuladores, "o partido nasce com uma grande vocação governista". Em São Paulo, para cumprir a sua vocação, tem que ser Dilma Rousseff - não existe possibilidade de acordo com o governador tucano, com quem Kassab disputou a prefeitura, com o apoio de Serra, em 2008. O único caminho para acordo seriam ambos se unirem em torno de uma candidatura Serra, o que é altamente improvável. Sem essa alternativa, o PSD deve caminhar em faixa própria lançando um candidato.

No resto do país, o partido já exerce sua vocação governista de maneira plena. Nos redutos dos governadores de partidos da base de apoio de Dilma, o PSD, na grande maioria, conseguiu unir, de forma conveniente, dois governismos, o estadual e o federal. O governador Jaques Wagner (PT) ajudou a formação do partido na Bahia; Marcelo Déda (PT), em Sergipe; Eduardo Campos (PSB), em Pernambuco e Cid Gomes (PSB) no Ceará. No Rio, o partido foi montado com a ajuda de um governador e um prefeito governistas no plano federal, Sérgio Cabral (PMDB) e Eduardo Paes (PMDB). No Maranhão, foi constituído na órbita de influência da governadora Roseana Sarney (PMDB). No Piauí, está ligado ao governador Wilson Martins (PSB); na Paraíba, ao governador Ricardo Coutinho (PSB).

No Rio Grande do Norte, que tem a única governadora do DEM, Rosalba Ciarlini, e no Pará, com o tucano Simão Jatene, ambos de oposição ao governo federal, o PSD nasce apoiando o governo do Estado e o governo federal, ao mesmo tempo. Em Santa Catarina, o próprio governador, Raimundo Colombo, aderiu ao novo partido. Segundo um dos organizadores da nova legenda, o PSD apenas sera oposição estadual, de fato, no Acre e no Amapá.

Os interesses nacionais do PSD, portanto, não credenciam Kassab a se comprometer com Serra além das fronteiras da capital paulista. Os interesses nacionais do PSDB não convergem para Serra. Este é o horizonte do adversário de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais do ano passado. 

A Gente se Liga em Você



Tenho dito que existe um movimento interno no jornalismo da TV Globo para resgatar sua credibilidade. Primeiro, porque sem que as pessoas confiem no noticiário o negócio deixa de prosperar. Segundo, porque a derrota na campanha eleitoral de 2010 teve um gosto amargo para a emissora do Jardim Botânico. A "bolinha de papel" foi o ápice de um processo de radicalização interna (que começou em 2003), e que virou um dos casos mais escandalosos da história da televisão brasileira, caso que só encontra paralelo com a tentativa de fraude nas eleições ao governo do Rio, em 1982, e com a manipulação do debate na Campanha Eleitoral de 1989. Portanto, é natural que alguma intervenção fosse feita.


Ela começou com uma "dança das cadeiras" discreta, como sempre foi, desde os tempos do "bom velhinho""Ali Kamel" foi encostado e Carlos Henrique Schroder reassumiu os cordéis das marionetes. O primeiro passo foi criar instâncias intermediárias entre a redação e o ex-todo-poderoso, isolando-o. Em seguida, as trocas. Na Globo News, no Bom Dia Brasil e nos telejornais locais. Dizem que outras novidades estão em gestação.


Agora chegou a vez do esporte. Luiz Fernando Lima, o chefão do departamento, respirava por aparelhos, desde que subestimou o interesse da Record pelo direitos do Pan e das Olimpíadas de Londres em 2012. A derrota foi seu fim. Contribuiu para o desgaste a fragilidade que o departamento mostrou nas discussões sobre os direitos do "Brasileirão". A sorte foi aparecer o Tiago Leifert pelas mãos, pasmem, do Boni. Senão a crise seria bem mais grave.




Mas a sangria de Luiz Fernando será um processo lento, quase indolor. A idéia de Schroder é trocá-lo mais adiante, mas é preciso calma. A primeira baixa de sua equipe é a queda para cima de seu fiel escudeiro em São Paulo, Marco Mora (parece que sua saúde debilitada também contribuiu). O Plano é que Marquinho cuide apenas de eventos. E não são poucos (F-1, maratonas, ligas, etc...) Talvez assim, sem tanta pressão, não precise mais gritar e maltratar tanto os colegas. Para seu lugar agora está designado César Seabra.


Seabra tem prestígio. Toca de primeira. É muito ligado a Schroder e terá o papel de reestruturar o departamento em São Paulo e evitar as consêquencias da dilapidação sofrida, depois de perder profissionais importantes para a Record. Afinal, há dois eventos em que a Globo não poderá fracassar por falta de quadros e know-how: a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, e as Olimpiadas de 2016, também aqui.


A tendência é que São Paulo sirva como um laboratório, para preparar Seabra a assumir o lugar de Luiz Fernando mais adiante. Como todos bem sabemos, a Globo não abre mão de pessoas que alcançaram postos-chaves, a não ser que elas decidam deixar a empresa por livre e espontânea vontade. São profissionais que conhecem os tapetes e tudo o que há por baixo deles.


Na Globo News, de onde saiu, Seabra deixou a marca da renovação. O canal tem servido, inclusive, para a emissora ousar a exercitar o debate, tão cerceado nos últimos tempos. Posso dar dois exemplos. O programa "Entre Aspas", que em outubro de 2010 trouxe para o estudio o ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, que desmascarou a tese da própria emissora, que acusava a Petrobras e o Governo de manobra contábil.


O mais recente foi o episódio de ontem, que teve como convidado o jornalista "Caco Barcellos". Assunto que desenvolvo com mais calma, em outro post.

http://maureliomello.blogspot.com/2011/09/gente-se-liga-em-voce.html

Caixa faz autocrítica. E Machado era negro



Caixa faz autocrítica. E Machado era negroFoto: REPRODUÇÃO

INSTITUIÇÃO TIROU COMERCIAL DE TEVÊ DO AR; EM NOTA, BANCO PEDE “DESCULPAS A TODA A POPULAÇÃO E, EM ESPECIAL, AOS MOVIMENTOS LIGADOS ÀS CAUSAS RACIAIS”; PROPAGANDA MOSTROU O "BRUXO DO COSMO VELHO" COMO BRANCO; CONFIRA O VÍDEO

21 de Setembro de 2011 às 17:15
Agência Brasil - A Caixa Econômica Federal informou que suspendeu a veiculação de peça publicitária em que um ator branco interpretava o escritor Machado de Assis. Em nota, assinada pelo presidente do banco, Jorge Hereda, a Caixa “pede desculpas a toda a população e, em especial, aos movimentos ligados às causas raciais, por não ter caracterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com a sua origem racial”.
A propaganda fazia parte da campanha em comemoração aos 150 anos do banco. Na nota, “a Caixa reafirma que, nos seus 150 anos de existência, sempre buscou retratar, em suas peças publicitárias, toda a diversidade racial que caracteriza o nosso país. Esta política pode ser reconhecida em muitas das ações de comunicação, algumas realizadas em parceria e com o apoio dos movimentos sociais e da Secretaria de Política e Promoção da Igualdade Racial (Seppir) do Governo Federal”.
“A Caixa nasceu com a missão de ser o banco de todos, e jamais fez distinção entre pobres, ricos, brancos, negros, índios, homens, mulheres, jovens, idosos ou qualquer outra diferença social ou racial”, acrescentou.
No último dia 19, a Seppir também divulgou nota sobre a campanha da Caixa, lamentando que Machado de Assis tenha sido representado por ator branco. “Uma solução publicitária de todo inadequada por contribuir para a invisibilização dos afro-brasileiros, distorcendo evidências pessoais e coletivas relevantes para a compreensão da personalidade literária de Machado de Assis, de sua obra e seu contexto histórico”, diz a secretaria.
Segundo a Seppir, o episódio ocorreu no momento em que a Seppir e a Caixa se uniram para elaborar “um termo de cooperação que envolve, entre outros, aspectos relacionados à representação de pessoas negras nas ações de comunicação”.
A Seppir informou que recebeu por meio da Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial denúncia sobre a peça publicitária. Foram, então, encaminhados pedidos de providências para a presidência e ouvidoria da Caixa, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e o Ministério Público Federal.
Nessa nota, a Seppir pediu a correção da produção do vídeo, como forma de a Caixa reconhecer "o equívoco" e considerar "o diálogo que vem mantendo com a sociedade ao longo da sua trajetória institucional”.
Leia aqui artigo de  

Grupo da ONU pede que Obama impeça execução na Georgia




Grupo da ONU pede que Obama impeça execução na GeorgiaFoto: Divulgação

TROY DAVIS DEVE CUMPRIR SENTENÇA DE MORTE NAS PRÓXIMAS HORAS PELO ASSASSINATO DE POLICIAL EM 1989; SÓ PRESIDENTE PODE SALVÁ-LO

Por Agência Estado
21 de Setembro de 2011 às 17:35Agência Estado
Três especialistas em direitos humanos da Organização das Nações Unidas pediram ao governo do presidente Barack Obama que impeça a execução de Troy Davis, condenado à morte pela morte de um policial em 1989. Davis deve ser executado nas próximas horas.
Os três especialistas independentes disseram em comunicado, divulgado nesta quarta-feira, que a pena de morte só pode ser imposta quando uma pessoa é culpada com base em provas claras e convincentes "sem deixar espaço para uma explicação alternativa dos fatos".
Segundo Christof Heyns, Gabriela Knau e Juan Mendez, a condenação de Davis se baseia em testemunhos "que contém várias inconsistências". O grupo afirma que as autoridades deveriam considerar a comutação da sentença da Davis.

Sai o velho e entra o novo na sucessão de São Paulo



Sai o velho e entra o novo na sucessão de São PauloFoto: SEBASTIÃO MOREIRA/Agência Estado

DEPOIS DE DÉCADAS DE EMBATES ENTRE GERALDO ALCKMIN OU JOSÉ SERRA PELO PSDB E MARTA SUPLICY OU ALOIZIO MERCADANTE PELO PT, DESPONTAM OS NOMES DE HADDAD, BRUNO COVAS E CHALITA COMO ALTERNATIVAS PARA A PREFEITURA DA CAPITAL PAULISTA

21 de Setembro de 2011 às 19:45
Rodolfo Borges_247 – O PT parece ter feito definitivamente sua opção pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, para disputar as eleições municipais na capital paulista em 2012. A mensagem foi dada pela maior ala do partido, Construindo um Novo Brasil, que aderiu à campanha do candidato preferido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como a corrente controla 60% do Diretório Nacional e 30% do Diretório Municipal do PT, a possibilidade de prévias também diminui muito. Depois do PT, foi a vez do PSDB insinuar que as eleições de 2012 devem mesmo marcar o fim de uma série de campanhas que giravam em torno de José Serra ou Geraldo Alckmin pelo lado tucano e Marta Suplicy ou Aloizio Mercadante do lado petista.
No caso do PSDB, o novo nome é Bruno Covas, atual secretário estadual de Meio Ambiente. Bruno enfim tomou a decisão esperada pelo governador Geraldo Alckmin e, ao anunciar que vai transferir seu título eleitoral de Santos para São Paulo, credita-se como o candidato favorito (pelo menos por Alckmin) para disputar a Prefeitura da capital paulista pelo PSDB. O secretário surge como opção para concorrer não apenas com Haddad, mas com outro novato, o deputado federal Gabriel Chalita, que desponta como candidato pelo PMDB.
Ao contrário do que ocorre no PT, que vê o nome de Haddad imposto por Lula, a possibilidade de Bruno disputar as eleições só surgiu depois que Serra e o senador Aloysio Nunes, candidatos mais bem avaliados pelo eleitorado, negaram interesse em disputar a vaga. A realização de prévias é outra diferença na renovação por que os partidos devem passar na próxima eleição. Enquanto o PT deve pular a consulta às bases, o PSDB continua com o discurso de que vai submeter a escolha do candidato aos diretórios.
Se esse quadro de fato se confirmar, Bruno Covas terá de correr atrás do tempo que perdeu enquanto estudava a candidatura. O deputado federal Ricardo Tripoli vem percorrendo os diretórios do partido na capital há semanas, para cimentar sua campanha, e acredita que se as prévias fossem realizadas neste momento, não seria vencido por nenhum dos concorrentes – além de Bruno Covas, estão no páreo os secretários estaduais de Energia, José Aníbal, e de Cultura, Andrea Matarazzo.

O boquirrôto volta a falar


Gilmar Mendes critica 'supersalários' do Legislativo

Gilmar Mendes critica 'supersalários' do LegislativoFoto: Renato Araujo/ABr

O MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL REUNIU-SE COM O PRESIDENTE DO SENADO, JOSÉ SARNEY, E RETOMOU A POLÊMICA SOBRE O REAJUSTE DOS SERVIDORES DO JUDICIÁRIO

Por Agência Estado
21 de Setembro de 2011 às 19:45Agência Estado
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes reuniu-se hoje com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) e retomou a polêmica sobre o reajuste dos servidores do Judiciário, inclusive dos ministros da Corte, ao criticar o supersalários do Legislativo.
"Precisamos colocar ordem nesse caos que está imperando na área de recursos humanos", disse o ex-presidente do STF. "Se são tantos os servidores (do Legislativo) que estão ultrapassando o teto (do funcionalismo), há algo de errado nesse contexto", criticou. Mendes referia-se aos "supersalários" do Legislativo, que estão sendo questionados nos tribunais, porque excedem o teto salarial previsto na Constituição equivalente aos salários dos ministros do STF, atualmente no valor de R$ 26,7 mil.
Mendes defendeu a retomada do diálogo com o Executivo e o Legislativo para que seja buscada uma alternativa para uma "equalização salarial" entre as carreiras dos três poderes. As negociações foram esvaziadas pelo Planalto, que não garantiu, por parte do Executivo, a inclusão do reajuste do Judiciário no Orçamento de 2012, deixando a decisão para o Congresso. "Não é possível encerrar o diálogo", disse o ministro.
Royalties
O ministro do Supremo Tribunal Federal fez um alerta: as negociações que estão sendo realizadas sobre divisão dos royalties do pré-sal baseiam-se no Fundo de Participação dos Estados (FPE), que o Supremo declarou ser inconstitucional.
No encontro com Sarney, o ministro sugeriu ao presidente do Senado a criação de uma comissão especial, formada por políticos e especialistas, de caráter apartidário, para discutir o modelo de um novo Fundo de Participação dos Estados. O novo FPE tem de ser aprovado pelas duas Casas legislativas até dezembro de 2012, porque o formato em vigor foi declarado inconstitucional. Para Gilmar Mendes, o debate sobre os royalties do pré-sal deve abrir as portas para a discussão sobre o novo FPE. "O Congresso precisa deliberar sobre isso", afirmou.
Mendes alertou que as negociações entre Legislativo e Executivo visando à nova fórmula de distribuição dos royalties do petróleo do pré-sal baseiam-se, em geral, nos critérios de divisão do FPE. "É necessário tentar soluções para esse problema, que vai criando uma tensão federativa muito grande", disse Mendes. "É preciso construir uma ponte para o novo federalismo", concluiu.

Lula reúne líderes para acordo da reforma política



Lula reúne líderes para acordo da reforma políticaFoto: CELSO JUNIOR/Agência Estado

EX-PRESIDENTE TRABALHA PELA APROVAÇÃO DO FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHA, LISTA DE VOTAÇÃO PREORDENADA E FIM DAS COLIGAÇÕES PROPORCIONAIS

Por Agência Estado
21 de Setembro de 2011 às 20:29Agência Estado
Em reunião realizada nesta quarta-feira com líderes de partidos governistas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, se não houver acordo para votar a reforma política no Congresso, a base aliada deve se empenhar pela convocação de uma Assembleia Constituinte para mudar o sistema eleitoral. Lula trabalha pela aprovação do financiamento público de campanha, lista de votação preordenada e fim das coligações proporcionais. 
Diante do vice-presidente Michel Temer e de parlamentares e dirigentes do PMDB, PT, PSB, PDT e PC do B, Lula disse, durante o encontro no Palácio do Jaburu, que a corrupção "diminui bastante" com o financiamento público, mas admitiu haver dificuldades para a aprovação da proposta.
O deputado Henrique Fontana (PT-RS), relator da reforma política admitiu que não há consenso entre os partidos políticos, principalmente sobre o novo modelo de votação. Contudo, tanto Fontana quanto o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), afirmaram que houve avanços nas negociações para que seja aprovado o financiamento público de campanha, principal bandeira do PT. 
Raupp declarou que o PMDB aceita o financiamento público, principalmente se a reforma contemplar o fim das coligações nas eleições proporcionais, mas admitindo as federações de partidos. Contudo, ele advertiu: "o PMDB não aceita o voto em lista defendido pelo PT". 
No entanto, o modelo que Fontana defenderá em seu relatório é o voto proporcional misto, em que o eleitor escolherá um deputado pelo voto em lista partidária fechada, e o outro, pelo modelo atual, em lista aberta. 
Participaram da reunião na residência oficial da vice-presidência da República, além de Lula, o presidente em exercício Michel Temer (PMDB), os presidentes do PDT, ministro Carlos Lupi, do PSB, governador Eduardo Campos, líder do PCdoB no Senado, Inácio Arruda (CE), líderes do PMDB na Câmara, Henrique Alves, e no Senado, Renan Calheiros.

Em reunião, Obama reitera a Abbas que EUA vetarão plano palestino


Em reunião na noite desta quarta-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, reiterou a Mahmoud Abbas, líder da ANP (Autoridade Nacional Palestina), que Washington vetará no Conselho de Segurança da ONU o pedido de adesão dos palestinos às Nações Unidas como Estado-membro.
"Nós teríamos quer nos opor a qualquer ação no Conselho de Segurança da ONU, incluindo, se necessário, o veto", afirmou o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca, Ben Rhodes, aos repórteres após a reunião entre os dois líderes.
Obama reiterou a Abbas seu apoio ao estabelecimento de um Estado palestino que "deve surgir de conversas diretas com Israel e não através de iniciativas unilaterais nas Nações Unidas", acrescentou Rhodes.
Mandel Ngan/France Presse
Obama reiterou durante reunião com Abbas que os EUA vetarão o plano palestinos de adesão às Nações Unidas
Obama reiterou durante reunião com Abbas que os EUA vetarão o plano palestinos de adesão às Nações Unidas
As primeiras informações divulgadas sobre a reunião vão na mesma direção do discurso de Obama na abertura da 66ª Assembleia Geral da ONU, mais cedo, quando o americano disse que "não há atalhos para a paz no Oriente Médio" ao argumentar contra o plano palestino de integrar as Nações Unidas como Estado-membro.
"Estou convencido de que não há atalho para encerrar um conflito que dura décadas. A paz não virá por meio de resoluções na ONU. Se fosse fácil assim, já teria ocorrido", disse Obama diante dos membros das Nações Unidas, reforçando que entende que muitos estão frustrados com a aparente falta de progresso sobre o impasse.
"Paz é trabalho duro", afirmou. "No final das contas, são os israelenses e palestinos --não nós-- que precisam chegar a um acordo sobre as questões que os dividem: sobre fronteiras e segurança; sobre refugiados e Jerusalém".
Como exemplo de negociações bem sucedidas, o presidente americano citou o caso do Sudão, onde, segundo ele, o diálogo levou a um novo Estado independente. O Sudão do Sul estreou como Estado pleno da ONU nesta quarta-feira, após ter sua independência oficializada.
Spencer Platt/France Presse
Presidente americano, Barack Obama, discursa durante abertura da Assembleia Geral da ONU
Presidente americano, Barack Obama, discursa durante abertura da Assembleia Geral da ONU
Segundo o presidente, é por acreditar tanto no direito do povo palestino em ter um Estado próprio que os EUA dedicaram tanto tempo à resolução do impasse na região. Obama defendeu também que os apoiadores da causa palestina não contribuem ao ignorar as circunstâncias que levou o povo judeu a chegar a Israel.
"Só teremos sucesso nesse esforço [pela paz] se conseguirmos que os dois lados sentem e ouçam seus medos e seus desejos", disse Obama.

Dilma abre Assembleia da ONU sob aplausos




Dilma abre Assembleia da ONU sob aplausosFoto: Shannon Stapleton/REUTERS

PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF FEZ DISCURSO DE ABERTURA DA ASSEMBLEIA GERAL DA ONU; BARACK OBAMA É O SEGUNDO A FALAR; ACOMPANHE AO VIVO PELO SITE DA ONU

Por Agência Estado
21 de Setembro de 2011 às 11:53Agência Estado
Primeira mulher a discursar na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), a presidente Dilma Rousseff lembrou hoje o fato e se disse orgulhosa. "É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nessa tribuna, que tem compromisso de ser a mais representativa do mundo." E destacou: "Vivo este momento histórico com orgulho de mulher. Tenho certeza que este será o século da mulher."
Segundo Dilma, o mundo vive um momento delicado, mas de grande oportunidade história. Ela afirmou que, se a crise econômica global não for debelada, pode se transformar em uma ruptura "sem precedentes", capaz de provocar sérios desequilíbrios entre as pessoas e as nações. "Ou nos unimos todos e saímos vencedores, ou sairemos todos derrotados." Menos importante é saber quem foram os causadores dessa situação, de acordo com ela.
"Importa sim, encontrarmos soluções coletivas, rápidas e verdadeiras. Essa crise é séria demais para que seja administrada por uns poucos países. Seus governos e bancos centrais continuam na responsabilidade da condução do processo, mas sofrem as consequências da crise, todos os países. Portanto, têm direito de participar das soluções."
Ao participar ontem (20) do encontro denominado Governo Aberto – que reúne 60 países que se comprometem a discutir e a executar políticas públicas transparentes -, a presidenta defendeu a importância do acesso à internet e das redes sociais para a promoção de governos mais transparentes.
“A internet e as redes sociais vêm desempenhando papel cada vez mais importante para a mobilização cívica na vida política. Vimos o poder dessas ferramentas no despertar democrático dos países do Norte da África e do Oriente Médio sacudidos pela Primavera Árabe”, disse Dilma, referindo-se aos conflitos nos países muçulmanos que eclodiram com manifestações populares, algumas utilizando a internet, em defesa da democracia e da preservação dos direitos fundamentais.
Na presença de presidentes e primeiros-ministros, Dilma mencionou algumas experiências brasileiras no esforço de garantir o acesso às informações do governo. Ela citou o Portal da Transparência - que publica na internet os gastos do governo - e o trabalho da Controladoria-Geral da União (CGU) no combate à corrupção.
Dilma chegou no último domingo (18) a Nova York, onde fica até amanhã (22) à noite. Antes do retorno ao Brasil, a presidenta se reúne com os líderes mundiais para conversar sobre uma das principais preocupações da comunidade internacional: a segurança nuclear.
As atenções do mundo foram redobradas depois dos acidentes radioativos na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Nordeste do Japão, em março deste ano, decorrentes do terremoto seguido por tsunami. As cidades em volta da usina foram esvaziadas, vegetais e carne produzidos na região estão proibidos e o governo monitora os moradores com receio da elevação do nível de contaminação.
Também amanhã, Dilma participará de reuniões que se referem à necessidade de os líderes mundiais se comunicarem antes de partir para a chamada ação – é a denominada diplomacia preventiva, uma tradição da diplomacia brasileira.
Abaixo, noticiário de 247 sobre premiação a Dilma em Nova York:
Agência Brasil – A presidenta Dilma Rousseff será homenageada hoje (20) em Nova York. Ela receberá o prêmio na categoria Serviço Público, concedido pelo Instituto Woodrow Wilson International Center for Scholars. O órgão premia as personalidades que colaboram para os avanços intelectuais e científicos no mundo.
O prêmio – nas categorias Serviço Público e Cidadania Corporativa – é concedido a políticos, empresários, líderes de organizações cívicas, artistas e pesquisadores que atuam para melhorar o mundo. A inspiração para a homenagem são as orientações pregadas pelo ex-presidente norte-americano Woodrow Wilson (1913 -1921), que recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
Desde anteontem (18) Dilma está em Nova York, onde abrirá amanhã (21) a 66ª Assembleira Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Hoje, ao longo do dia, ela se reúne com os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e do México, Felipe Calderón. Em pauta os impactos da crise econômica mundial.
Ontem (19), Dilma participou de dois grandes eventos – um destinado à discussão sobre doenças crônicas não transmissíveis e outro sobre a presença das mulheres em discussões políticas. Bem-humorada, a presidenta confessou que “dá um frio na barriga” fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU.
“Sempre dá um frio na barriga. Qualquer um que vai falar para um público de pouco mais de algumas pessoas fica emocionado. Esse é o momento em que você tem de representar o que está fazendo. Tenho de representar o Brasil. Então, é uma emoção muito grande”, disse ela.
À tarde, informa a Agência Estado, a presidente cumpre uma agenda de encontros bilaterais. Às 14h45, reúne-se com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron. Em seguida, o encontro é com o presidente da França, Nicolas Sarkozy. Às 16h45, Dilma reúne-se com o presidente do Peru, Ollanta Humala, e, às 17h30, como o presidente da Colômbia Juan Manuel Santos. Às 20h, Dilma terá um jantar em sua homenagem oferecido pela representante permanente do Brasil junto à ONU, embaixadora Maria Luíza Ribeiro.
Clique aqui e assista ao vivo pelo site da ONU.

Discurso de Dilma pode ser classificado como “duro”


Discurso de Dilma pode ser classificado como “duro”
Foto: Shannon Stapleton/REUTERS

PRESIDENTE TOCA EM TEMAS POLÊMICOS, CRITICA POSTURA DE PAÍSES RICOS FRENTE A CRISE E DEFENDE A PALESTINA

Por Agência Estado
21 de Setembro de 2011 às 12:10Agência Estado
247 – Em português claro, pode-se dizer que a presidente Dilma Rousseff abriu a 66ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, com um discurso duro, sem medo de desagradar os chamados países ricos. Ela foi clara em relação ao pleito brasileiro de ter assento permanente no Conselho de Segurança -- “uma reforma que é debatida, sem que nada aconteça, há 18 anos”. Também não deixou dúvidas sobre a posição do País em relação ao reconhecimento da Palestina. Ao tocar na questão da crise econômica mundial, a presidente disse que a falta de solução não se dá por falta de recursos. "É por falta de recursos políticos e clareza de ideias", destacou. Na sua avaliação, uma parte do mundo não encontrou equilíbrio entre ajuste fiscal apropriado para demanda e crescimento. "E ficam presos na armadilha que não separa interesse partidário dos interesses legítimos da sociedade". 
Em seu discurso, narra a Agência Estado, a presidente do Brasil disse que o desafio colocado nessa crise é substituir teorias defasadas do mundo velho por novas formulações de um mundo novo. "A face mais amarga da crise é que o desemprego se amplia. É vital combater essa praga para ela não se alastrar. Nós, mulheres, sabemos, mais do que ninguém, que desemprego não é estatística, pois nos tira esperança e deixa a violência e a dor." 
Dilma reiterou que é significativo que seja a presidente de um país emergente que fale hoje dessa tragédia que assola os países mais desenvolvidos. "O Brasil tem sido menos afetado pela crise mundial, mas sabemos que nossa capacidade de resistência não é ilimitada. Queremos poder ajudar os países onde crise é aguda. A cooperação é uma oportunidade histórica."