terça-feira, 8 de maio de 2012

Sete mentiras da Veja - #CivitanaCPI


Em nossa cultura cada número tem um significado, são ditos populares que expressam características de uma pessoa ou uma superstição, no caso da revista Veja o número 7 – número do mentiroso – é o que melhor lhe cabe.


O portal da UJS levantou sete casos em que a revista Veja inventou fatos e forjou provas, sempre com o intuito de prejudicar algum desafeto, mas, jamais com intuito de fazer aquilo que o bom jornalismo prega, investigar, informar e garantir o direito ao contraditório em suas matérias.


1. "Escola dos Horrores"



Em 1994 Veja publica matéria em que acusa donos de uma escola no bairro da Aclimação de praticar abusos sexuais contra crianças, o caso ficou famoso em todo o país, a escola foi depredada e fechada, algum tempo depois se provou que as acusações feitas pela revista eram infundadas, o Estado foi obrigado a pagar uma indenização, mas a imprensa fez-se de desentendida e nem sequer uma autocrítica publicou;

2. “Tentáculos das Farc no Brasil”


Em março de 2005 a matéria de Veja tenta provar suposta relação do movimento guerrilheiro colombiano com o comando da campanha do ex-presidente Lula e vai além, a revista afirma ter acessos a documentos secretos – desta maneira não apresenta nenhuma prova, pois são documentos “secretos” – de que as Farc teriam feito uma doação de US$ 5 milhões para a campanha presidencial de Lula. O ministério público fez investigação e nada foi provado. Como é de costume da revista, esta matéria seria mais uma tentativa de prejudicar o então candidato Lula, desafeto de longa data de Roberto Civita, dono da revista;



3. “Os dólares de Cuba para a campanha de Lula”


Esta matéria foi publicada em 2005 durante a campanha presidencial. Sem nenhuma prova concreta ou algo que o valha, Veja afirma com todas as letras: “Entre agosto e setembro de 2002, o comitê eleitoral de Lula recebeu US$ 3 milhões vindos de Cuba. Ao chegar a Brasília, por meios que Veja não conseguiu identificar”. Sempre de maneira dissimulada, sem apresentar nenhuma prova e mesmo admitindo não saber de todos os fatos, publica-se matéria de capa com acusações estapafúrdias que até hoje não foram comprovadas;



4. “Parece Milagre”


Em setembro de 2011 Veja publica matéria de sete páginas (o número da mentira) para falar de um remédio para emagrecimento, na matéria a revista faz elogios ao remédio e cita o nome do emagrecedor como que fazendo uma propaganda do produto, entretanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) havia limitado o uso do remédio, a agência diz expressamente em um dos seus relatórios que “o uso do produto (...) caracteriza elevado risco sanitário para a saúde da população”. De maneira irresponsável Veja colocou em risco a vida de seus leitores com o objetivo único de se beneficiar;


5. José Dirceu mostra que ainda manda em Brasília



Em agosto de 2011 Veja publica matéria conseguida de maneira pitoresca, tentando provar que o ex-ministro José Dirceu ainda tem poderes no governo e no Partido dos Trabalhadores – que até então nada tem de ilegal. Um jornalista invade o hotel onde o ex-ministro se hospedara e fazia reuniões com correligionários, na invasão o jornalista tenta violar o quarto do ex-ministro no intuito de forjar provas, não tendo sucesso o mesmo roubou imagens do circuito interno de TV do hotel. O responsável pela segurança do hotel registrou ocorrência em uma delegacia de Brasília e até hoje nada foi feito para que se punisse a atitude criminosa da revista e de seu jornalista;


6. “Militante do PCdoB acusa Orlando Silva de montar esquema de corrupção”


Na reportagem de 15 de outubro de 2011 Veja acusa o ex-ministro do Esporte Orlando Silva de montar um grande esquema de corrupção. A revista utiliza como fonte um policial militar do Distrito Federal que dirigia uma ONG e havia sido condenado pelo ministério e pelo Tribunal de Contas da União a devolver recursos ao próprio ministério do Esporte por falta de prestação de contas. A tal fonte não podia mesmo ser de todo confiável, pois, estava em litígio com o ministério e apresentava patrimônio muito acima de seus rendimentos. O policial João Dias, com ajuda da revista Veja, afirmou que o ministro recebera dinheiro na garagem do ministério e que tinha provas, entretanto, as provas nunca foram apresentadas, o policial encontra-se preso e a revista fez-se de desentendida;

7. “Só nos sobrou o Supremo”



Em 8 de junho de 2011 Veja entrevista o senador Demóstenes Torres e o apresenta como um parlamentar combativo e honesto. A entrevista revelou-se recentemente como uma manobra de Veja para ajudar o senador em sua empreitada de estabelecer uma boa imagem de sua figura como um dos últimos homens honestos no Senado federal. Recentemente a prisão do contraventor Carlinhos Cachoeira mostrou uma relação íntima do senador com o bicheiro, jogando por terra a imagem de homem probo, entretanto, gravações da Polícia Federal revelaram que a revista Veja também tinha relações íntimas com o bicheiro e sabia das relações do próprio parlamentar com o bando criminoso de Carlinhos Cachoeira. Ora, se a revista sabia da relação do parlamentar com um grupo criminoso e também se relacionava com os contraventores, como pode levar seus leitores ao engano produzindo uma entrevista que ajudava um criminoso a se beneficiar eleitoralmente? São questões que precisam ser esclarecidas.

UJS realiza ato nesta terça-feira para exigir #CivitanaCPI



Nesta terça-feira dia 8 de maio a União da Juventude socialista realizará um ato político na porta da editora Abril para denunciar os crimes cometidos pela revista Veja e seu proprietário, o empresário Roberto Civita.

O ato ocorrerá as 15h00 na Rua Sumidouro 747 no Bairro de Pinheiros, onde fica a sede da Editora Abril. Ao mesmo tempo será realizado um tuitaço com a hashtag #CivitanaCPI, para mobilizar também as redes sociais a denunciar as práticas criminosas da revista.

Fonte:Portal Vermelho

Sob o Domínio do Medo


Eles sentiram o golpe. Repare só na imagem abaixo:

Vemos no destaque (primeira manchete na coluna da direita) o patrão, dono da editora e da revista e, ao lado dele, uma chamada forte: Civita não é Murdoch. Quando o leitor curioso clica no link, ao invés de encontrar um texto editado pela própria Veja, é levado direto para o editorial dO Globo de hoje. Só um gesto de desespero levaria a maior revista semanal do país a se apegar a conteúdo de um jornal cada vez mais provinciano, editado no Rio de Janeiro.

Mas a sutileza vai além do que os olhos alcançam à primeira vista. Civita mostra assim que não está sozinho. Tem atrás dele as Organizações Globo, maior conglomerado de mídia da América do Sul e um dos maiores do mundo. Trata-se de um recado do tipo: - Não mexam conosco!

Temo em dizer que agora é tarde. O escândalo Veja-Demóstenes-Cachoeira já chegou à opinião pública, por um caminho até ontem impensável. Começou uma semana antes na blogosfera. Sábado último foi parar na capa da revista Carta Capital, de tiragem modesta, se comparada à Veja, e no Domingo Espetacular da Rede Record, no dia seguinte.

Aí a coisa apertou. A Record está em mais de 120 países e a reportagem deu uma audiência de 14 pontos no Ibope (se bem que eu preferia outro instituto mais confiável para fazer a medição). Se cada ponto equivale a algo em torno de 60 mil aparelhos ligados e se cada aparelho tem, em média, três pessoas acompanhando a programação, estamos falando para 60.000x14x3, só em São Paulo.

São 2,5 milhões de paulistanos! Se formos extrapolar esse número grosseiramente para todo o país estamos falando em algo como 40 milhões de pessoas. Significa que de cada cinco brasileiros, um teve conhecimento do caso. Sem contar o efeito reverberador depois na internet, nas redes sociais e outros caminhos.


O que esses senhores de engenho precisam entender, de uma vez por toda, e isso vale para Marinhos, Civitas, Mesquitas, Frias e Sirotskys é que a sociedade brasileira mudou, está mudando e não vai parar de mudar. Não adianta bater o pé. Vamos até o fim. Portanto, dominem o medo que está tomando conta de vocês, para que não fiquem imobilizados diante da nova engrenagem do Brasil, que vem com a força de uma moenda de cana, igualzinha aquelas que vosmicê tinham lá na fazenda.

http://maureliomello.blogspot.com.br/2012/05/sob-o-dominio-do-medo.html

Conselho de Ética do Senado abre processo contra Demóstenes


GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

O Conselho de Ética do Senado abriu nesta terça-feira processo disciplinar contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), o que pode levar o parlamentar a perder o mandato. Com o início do processo, o conselho passa a investigar formalmente a ligação do senador com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Por unanimidade dos 16 membros, os integrantes do conselho acataram relatório do senador Humberto Costa (PT-PE) que pede a abertura do processo. O único a não votar foi o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), que só opina em caso de desempate.

Costa argumenta que Demóstenes faltou com a verdade no plenário da Casa quando negou conhecer as atividades ilícitas de Carlinhos Cachoeira e recebeu "vantagem indevida" ao ganhar bens materiais do empresário.

Além disso, o relator diz que o colega usou o mandato para atuar em favor dos interesses do empresário. Demóstenes teria repassado informações privilegiadas a Cachoeira, além de ter defendido durante o seu mandato a legalização de jogos no país --ao contrário do que diz em sua defesa encaminhada ao conselho.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), autor da representação que resultou na abertura do processo, disse ser "patente" a participação de Demóstenes "em conluio com a organização criminosa chefiada pelo senhor Cachoeira".

"É lógico que tem que ser garantido nesse espaço o princípio constitucional do amplo direito de defesa ao representado. Mas não dosemos a pílula, vamos direto ao cerne da questão."

Para o senador Pedro Taques (PDT-MT), o conselho tem que investigar o parlamentar precisa investigar Demóstenes. "Aqui existem argumentos que fundamentam aqueles fatos. O relatório [de Costa] é absolutamente perfeito."

Grampos da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, mostram intensa troca de telefonemas entre o senador e Cachoeira, acusado de corrupção e de comandar exploração de jogos ilegais.

PROCESSO
 
Com a abertura do processo, o conselho passa a ouvir testemunhas e o próprio Demóstenes (que pode ser representado por advogados), antes da apresentação do relatório final de Humberto Costa --onde o relator vai dizer que sanção deve ser aplicada ao parlamentar.

Os primeiros a serem ouvidos, segundo Costa, serão Demóstenes e nomes sugeridos pela defesa, entre eles Carlos Cachoeira e o advogado Ruy Cruvinel.

Demóstenes havia prometido comparecer pessoalmente para apresentar sua defesa aos colegas, mas hoje não apareceu na reunião do conselho. Ele foi representado pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. O conselho negou pedido da defesa para conceder mais de 10 dias de prazo para o senador se defender do relatório preliminar de Costa.

Se o Costa sugerir no relatório final a perda do mandato, e o conselho aprová-lo, o texto segue para a Comissão de Constituição e Justiça e, depois, vai para o plenário. A votação é secreta e a cassação só ocorre com 41 dos 81 votos dos senadores.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/1087115-conselho-de-etica-do-senado-abre-processo-contra-demostenes.shtml

Em editorial globo defende o nosso Murdoch, Roberto Civita.


As Organizações Globo não demoraram a responder às duas reportagens contundentes da TV Record e de CartaCapital que mostraram as ligações perigosas entre a revista Veja e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, alvo de uma CPMI no Congresso Nacional.

Em editorial publicado hoje em O Globo (o órgão-pai das Organizações), partiram para o ataque, curiosamente utilizando a mesma linguagem do semanário de Civita:

"Blogs e veículos de imprensa chapa branca que atuam como linha auxiliar de setores radicais do PT desfecharam uma campanha organizada contra a revista "Veja", na esteira do escândalo Cachoeira/Demóstenes/Delta" - começa o editorial.

E segue repetindo a mesma ladainha de Veja, de que as relações entre repórter e fonte (que se arrastam há pelo menos cinco anos) são apenas isso, jornalismo, e não há nada de reprovável nelas.

Já escrevi aqui que Jornalistas que defendem Policarpo-Veja podem acabar como senadores que defenderam Demóstenes, dando com burros na Cachoeira. Agora, as Organizações Globo se juntam ao coro.

Isso deve animar ainda mais a mídia corporativa. Folha e Estadão devem ter entendido o recado e podem partir para ataque similar logo, logo.

A mídia corporativa, como era de se esperar, se junta - ainda que seja um abraço de afogado. Ao sair em defesa de Veja, as Organizações Globo se arriscam a descer correnteza abaixo, assim que vierem a público as ligações entre o diretor de Veja Policarpo Junior e o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

http://blogdomello.blogspot.com.br/2012/05/globo-responde-record-e-cartacapital-e.html

Bob Fernandes: O Brasil vai ou não vai investigar a sua mídia?

Por Bob Fernandes, no Terra Magazine


Rupert Murdoch é dono de um dos maiores impérios de mídia do mundo. Ele tem centenas de empresas que faturam perto de US$ 30 bilhões/ano. Mesmo com tudo isso, o relatório de uma CPI em andamento na Inglaterra acusa Murdoch de “enganar o Parlamento”.

A CPI britânica concluiu que Murdoch e seu filho, James, fecharam os olhos para crimes cometidos por suas empresas. Entre outros crimes, um dos jornais de Murdoch grampeou os príncipes Harry e William, herdeiros da coroa.

O Brasil começa a viver a CPI do Cachoeira. Não é segredo que a mídia também está no olho do furacão. E que parlamentares querem investigar as relações entre o bicheiro Cachoeira, o senador Demóstenes Torres e a revista Veja. O ex-presidente Lula também acha que se deve investigar essas relações.
Na internet, que no Brasil tem algo como 80 milhões de usuários – estima-se que 48 milhões de usuários diários – o julgamento já começou.

O julgamento na internet dispensa provas. Cada um condena e absolve quem quiser. Bastam a opinião e o desejo de cada um. Como, aliás, tem sido cada vez mais em quase toda a mídia. Já uma CPI tem que investigar, de verdade, e provar. Até para inocentar.

No caso em questão, à parte os fatos que ainda não foram devidamente investigados, algo chama a atenção de parlamentares: como, em anos e anos de relação e de escândalos publicados, não se percebeu que Cachoeira era quem era? E isso, com Cachoeira tendo sido personagem do “Caso Waldomiro”, que anos antes foi noticiado também na mesma revista Veja.

Na mídia, uma reportagem é fruto de decisões coletivas. A cultura é de construções e procedimentos hierarquizados. Portanto, a escolha de bode expiatório é um erro e é injusto. Mas, assim como o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, a mídia pode cometer erros, e comete. E, como ensina agora a Inglaterra, não há porque não examiná-los.

Há outro caso. Talvez até mais grave do que este porque levou a um choque entre poderes. Em 2008, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, foi ao Palácio e interpelou ninguém menos do que o Presidente da República. Mendes chamou Lula “às falas”, segundo suas próprias palavras então.

Gilmar Mendes e Demóstenes Torres se disseram vítimas de um grampo da Abin, conforme capa da mesma revista Veja. A Polícia Federal investigou e não achou vestígio de grampo algum.

Mas, por conta desse grampo que ninguém ouviu, Paulo Lacerda, então diretor da Abin, foi demitido e “exilado” em Portugal. E com o grampo que ninguém sabe e ninguém ouviu, começou-se a enterrar a Operação Satiagraha. Aquela que prendeu o Banqueiro Daniel Dantas.

Policarpo já defendeu Cachoeira no Congresso Nacional, por Brasil 247



Foi no dia 22 de fevereiro de 2005, durante o processo de cassação do então deputado André Luiz; o jornalista da Veja prestou depoimento no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado, que era acusado, em reportagem assinada pelo próprio Policarpo, de tentar extorquir o então “empresário do jogo” Carlos Cachoeira

247 – A possibilidade da convocação de representantes da revista Veja para depor na CPI do Cachoeira tem esbarrado, entre outras coisas, no argumento de que o jornalista tem, por ofício, de manter o sigilo. Mas isso não impediu o hoje diretor da sucursal de Veja em Brasília, Policarpo Júnior, de depor em favor de Carlinhos Cachoeira no dia 22 de fevereiro de 2005, durante audiência do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

Na época, a Câmara avaliava a cassação do deputado André Luiz (então do PMDB-RJ), acusado de extorquir Cachoeira durante a CPI da Loterj, da Assembleia Legislativa do Rio de janeiro. Em reportagem publicada pela Veja e assinada pelo então repórter Policarpo Júnior, André Luiz – que acabaria cassado – é acusado de pedir R$ 4 milhões a Cachoeira para excluir seu nome do relatório final da CPI.

A revelação da tentativa de extorção levou à abertura de um processo de cassação de André Luiz, conduzido pelo Conselho de Ética da Câmara. No qual Policarpo depôs contra o deputado e, portanto, em favor de Cachoeira – o bicheiro, coincidentemente, acabou se livrando dos efeitos da CPI, que havia pedido sua prisão, mas acabou desmoralizada com a revelação da tentativa de extorsão.

Reportagem da TV Câmara (va.mu/VE8R) sobre a audiência do Conselho de Ética registrou à época: “O jornalista Policarpo Júnior, da revista Veja, que também prestou depoimento nesta terça-feira, confirmou que existem outras gravações que desmentem a versão do deputado André Luiz”, e que, portanto, favoreceram Cachoeira.

O dia em que Policarpo salvou Cachoeira



Por Daniel VM e José Carlos Lima
Mais uma matéria do depoimento de 2005 na CPI, quando ajudou Cachoeira a derrubar andré luiz
http://direito2.com/acam/2005/fev/22/jornalista-diz-ter-gravacoes-de-con...
Jornalista diz ter gravações de conversas de André Luiz
Começou há pouco reunião do Conselho de Ética da Câmara, que investiga a acusação de extorsão feita pelo empresário de jogos Carlos Cachoeira contra o deputado André Luiz (sem partido-RJ). Neste momento, presta depoimento o editor especial da revista Veja Policarpo Júnior, que afirmou possuir um CD com cerca de cinco horas de gravação de conversas de André Luiz com emissários de Cachoeira. Em uma das conversas, o deputado teria pedido a Cachoeira R$ 4 milhões para evitar a inclusão de seu nome no relatório da CPI da Loterj, da Assembléia Legislativa do Rio.
Policarpo afirmou também que, antes de publicar as gravações, a revista submeteu a fita ao perito Ricardo Molina, da Unicamp, que atestou sua autenticidade. Daqui a pouco, o próprio Molina vai prestar depoimento.
Seguem matéria sobre o caso. No video aparecem Policarpo e Molina depondo no Congresso. Ambos em favor de Cachoeira. Policarpo diz no congresso que tem cd com 5 horas de gravaçoes contra andré luiz mas nao diz provavelmente que quem deu os grampos a ele foi o proprio cachoeira. 
Por José Carlos Lima
No dia 22 de fevereiro de 2005, Policarpo Jr. depôs contra André Luiz, portanto, a favor de Carlos Cachoeira, e não arguiu nem pretextou sigilo, apesar das ligações ocultas que mantinha com o polvo do Centro-Oeste.
É o crime organizado mandando ver. Bando de safados. Alguém tem o vídeo do Policarcarpo Jr prestando depoimento na CPI da Loterj. Quer dizer que naquela época o mundo não caiu por causa da sua ida à CPI, agora não pode né. Com uma rápida busca no Google achei isso sobre a ida de Policarpo à CPI da Loterj para livrar o Cachoeira do xilidró. Como se sabe, a CPI já havia sido encerrada, a prisão de Cachoeria havia sido decretada mas a matéria falsa da Veja, com a mãozinha de PJ, livrou o contraventor da prisão:
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MARCOS ABRAHÃO E POLICARPO JUNIOR VÃO DEPOR NO CASO CALAZANS
MARCOS ABRAHÃO E POLICARPO JUNIOR SÃO OS PRÓXIMOS A DEPOR NO CASO CALAZANS A Comissão de Constituição e Justiça da Alerj ouviu, nesta quarta-feira (02/03), o depoimento do ex-presidente da Loterj e atual secretário estadual de Administração, Rogério Vargas, para a investigação de quebra de decoro parlamentar do deputado Alessandro Calazans (sem partido). A reunião também definiu os próximos depoentes. A pedido da defesa de Calazans, o deputado Marcos Abrahão (sem partido) falará à Comissão na próxima terça-feira (08/03). E a pedido do relator, deputado Noel de Carvalho (PMDB), será agendado o testemunho do jornalista Policarpo Júnior, da revista Veja, autor do texto que deu início às denúncias de irregularidades na CPI da Loterj. O depoimento de Rogério Vargas não acrescentou novidades à investigação. Apesar de afirmar conhecer Alessandro Calazans (sem partido) há aproximadamente 10 anos, o secretário disse não ter relações pessoais com o deputado. Vargas também afirmou não conhecer Jairo Martins, assessor do deputado federal Carlos Rodrigues (PL) que foi gravado, em conversa com Calazans, supostamente negociando a retirada do nome de Carlos Augusto Ramos do relatório final da CPI. "Nunca encontrei com ele. Sequer sabia que era assessor do parlamentar", afirmou. Rogério também desconhecia que seu nome havia sido citado no relatório da CPI e, posteriormente, retirado a pedido de Calazans, então presidente da comissão. No fim dos trabalhos, Calazans, através de seu advogado, pediu que fosse arrolado, como testemunha, o deputado Marcos Abrahão, alegando que o parlamentar tem dados a acrescentar à investigação. Os deputados aceitaram o pedido por 5 votos a 1. Durante a reunião, o relator da Comissão pediu que também fosse chamado para depor o jornalista Policarpo Júnior. Segundo Noel, o repórter tem muito a dizer. "Conversei com o Policarpo e ele disse que tem cinco horas de gravação, sendo que uma hora é inédita e ainda vai ser objeto de matéria da revista. Com certeza ele tem histórias interessantes para contar, que podem ser esclarecedoras para nós", afirmou o deputado. Também foi discutida uma nota, apresentada pela bancada do PT, com quatro considerações sobre o processo. Dois pontos foram acatados pelo presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB): a remessa, para a Comissão, da relação de viagens do deputado Alessandro Calazans no ano de 2004 e o registro de entrada nos prédios da Alerj no dia 17 de agosto, para averiguar se Jairo Martins, que supostamente teria conversado com Calazans em seu gabinete, esteve na Casa. Foram negados pela CCJ os pedidos de que não haja uma nova perícia na fita com a denúncia, e que as testemunhas Alexandre Chaves Ribeiro e Jairo Martins de Souza sejam ouvidas em seus domicílios. Segundo Noel, o processo não ficará falho sem os depoimentos. "Pediremos provas emprestadas ao Conselho de Ética da Câmara Federal", afirmou.
http://www.alerj.rj.gov.br/common/noticia_corpo.asp?num=11015
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-dia-em-que-policarpo-salvou-cachoeira

Bob Fernandes: E quando vão pedir desculpas a Paulo Lacerda?




Delegado Paulo Lacerda espera pedido de desculpas de Gilmar Mendes e Demóstenes


O delegado Paulo Lacerda, que por seis anos e meio dirigiu a Polícia Federal e a Abin durante os governos Lula, aguarda um pedido de desculpas. Ele espera (talvez sentado) que Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e o senador Demóstenes Torres reconheçam as respectivas responsabilidades nos seus dois anos e meio de exílio.

Início da tarde de 9 de setembro de 2008. A sessão vai começar em instantes. O delegado Paulo Lacerda, diretor da Abin, está na ante-sala da Comissão Mista das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional. Uma dezena de parlamentares na sala. Sorrateiro, quase sem ser notado, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), ex-secretário de Segurança Pública de Goiás, aproxima-se de Paulo Lacerda e diz:

– Eu o conheço. Sei que o senhor é um homem sério e, com certeza, não está envolvido com estes fatos, com grampos. Estou aqui pessoalmente para lhe prestar minha solidariedade e demonstrar o meu apreço…

Exatos dois meses antes, a Polícia Federal havia prendido o banqueiro Daniel Dantas na Operação Satiagraha, comandada pelo delegado Protógenes Queiroz, hoje deputado federal do PCdoB (SP).

No rastro da operação, e tornados personagens de reportagem da Revista Veja de 3 de setembro, o senador Demóstenes Torres e Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), denunciaram: tinham sido grampeados pela Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, dirigida por Paulo Lacerda.

O juiz Mendes, em companhia de outros ministros do STF, fora ao Palácio do Planalto “chamar o presidente Lula às falas”. Paulo Lacerda seria temporariamente suspenso de suas funções; depois, sob intensa pressão política, seguiu para o exílio. Por quase dois anos e meio, com a família junto, Paulo Lacerda foi Adido Policial na embaixada do Brasil em Portugal.

Nessa tarde de 9 de setembro de 2008, Lacerda ouve, perplexo, a manifestação de solidariedade sussurrada por Demóstenes, justamente um dos homens que o acusam de ter comandado grampos durante a Satiagraha. Acusam-no de ter ordenado, ou permitido, escuta ilegal contra um senador da República e um ministro do Supremo Tribunal Federal.

Recuperado da surpresa, percebendo a pressa de Demóstenes, prestes a deixar a sala, Paulo Lacerda responde ao senador:

– Que bom que o senhor pensa assim, que vê as coisas desse modo.  A sessão já vai começar e aí o senhor terá a oportunidade de dizer isso, de dizer a verdade, e esclarecer as coisas…

– Tenho um compromisso, vou dar uma saidinha, mas voltarei a tempo – promete o senador Demóstenes Torres.
A sessão arrastou-se por horas. O senador Demóstenes, o acusador, não voltou.

Naquela tarde, o delegado Lacerda foi duramente questionado. E acusado de ter montado um esquema de grampos ilegais na Abin. Em vão, ele repetia:

– Não comandei, não participei, não compactuei, nem tomei conhecimento de qualquer ilegalidade no procedimento da Abin…

Naquele dia, a estrela da comissão foi o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM). Às 16h53, Virgílio perguntou a Paulo Lacerda se o ministro da Defesa, Nelson Jobim, tinha mentido ao dizer que a Abin possuía “equipamento de escutas”. Lacerda pediu ao senador para “fazer a pergunta a Jobim”.

Levemente exaltado, com um tom avermelhado na pele, o político amazonense bradou: disse não ser um “preso”, nem estar “pendurado” num pau-de-arara. E que Paulo Lacerda não estava “numa delegacia” e, sim, numa sessão do Congresso. Como acusado.

Fim da sessão. O senador Arthur Virgílio se aproxima de Paulo Lacerda e discorre sobre o que é a política:
– O senhor entende… eu sou da oposição, temos que ser duros…

Paulo Lacerda é o delegado que comandou a prisão de PC Farias e a investigação do chamado “Caso Collor”, quando mais de 400 empresas e 100 grandes empresários foram indiciados num inquérito de 100 mil páginas. Tudo, claro, dormitou nas gavetas do Judiciário, ninguém acompanhou nada e tudo prescreveu.

Anos depois, no governo Lula e com o Ministério da Justiça sob direção de Márcio Thomaz Bastos, por quase cinco anos Paulo Lacerda dirigiu – e refundou – a Polícia Federal. A PF teve, então, orçamento que jamais teve ou voltaria a ter.

Mais de 5 mil operações foram realizadas, centenas de criminosos de “colarinho branco” foram presos, o PCC foi atacado em seu coração financeiro. Na Satiagraha, a PF, já sob direção de Luis Fernando Correa, dividiu-se. Uma banda trabalhou para prender Daniel Dantas e os seus. Outra banda trabalhou contra a Operação; com a estreita colaboração, digamos assim, de jornalistas e colunistas que seguem por aí.

Paulo Lacerda, no comando da Abin, foi acusado por um grampo que nunca ninguém ouviu, que, pelo até hoje se sabe, nunca existiu. Demóstenes e Gilmar Mendes, por exemplo, nunca ouviram o suposto grampo; souberam por uma transcrição.

De resto, aquele teria sido um grampo inédito na história da espionagem. Não flagrou nenhum conversa imprópria. Um grampo a favor.

A Polícia Federal, ao investigar o caso, não encontrou vestígio algum de grampo feito pela Abin. Mas, claro, a notícia de inexistência do grampo saiu em poucas linhas, escondida, aqui e ali.

Quase quatro anos depois, caiu a máscara de Demóstenes Torres, o homem de muitas faces. Uma delas abrigava em seu gabinete uma enteada do amigo, o ministro Gilmar Mendes.

Paulo Lacerda voltou do exílio. Toca sua vida. E aguarda que Demóstenes Torres e Gilmar Mendes, entre tantos outros, lhe peçam desculpas.

PS do Viomundo: O caso do grampo sem áudio e o exílio de Paulo Lacerda são dois dos episódios mais grotescos da história recente do Brasil. Sabemos hoje que Jairo Martins, o que grampeava, serviu ao mesmo tempo a Cachoeira (ou seja, a Demóstenes) e foi “personal araponga” de Gilmar, segundo o Estadão, citado no relatório da Procuradoria-Geral da República sobre a operação Monte Carlo. Jairo poderia, em tese, ter gravado o diálogo espírita entre Demóstenes e Gilmar, reproduzido por Veja para comprometer a Satiagraha — livrando o banqueiro Daniel Dantas — e Paulo Lacerda. Felizmente, Jairo poderá esclarecer o episódio quando for chamado a depor. Quanto aos jornalistas e colunistas que, segundo Bob Fernandes, “seguem por aí”, são aqueles que propagaram as versões condenatórias de Paulo Lacerda de forma acrítica e sem ouvir o outro lado, que tanto dizem respeitar. Basta consultar os arquivos.

Dá dó!




A oposição está atordoada. Alguns de seus líderes ensaiaram críticas às mudanças feitas pela presidente Dilma Rousseff na remuneração da caderneta de poupança. Saíram dizendo que ela deveria ter reduzido os impostos sobre aplicações financeiras, como fundos de investimentos, em vez de mudar o cálculo do rendimento da caderneta, a mais tradicional forma utilizada pelo brasileiro para poupar seu dinheirinho no final do mês.

Faltou quem orientasse esses líderes da oposição. Em resumo, eles defenderam que o governo melhorasse a vida dos rentistas, aumentando o lucro daqueles que aplicam, por exemplo, em títulos do Tesouro Nacional, em vez de mexer na poupança, o que irá permitir que o Banco Central reduza ainda mais a taxa de juros do país. Traduzindo, querem beneficiar um grupo restrito de pessoas em vez de adotar uma medida que tem potencial para melhorar a vida de empresários e trabalhadores com a redução do custo financeiro do país.

Mal comparando, a oposição ensaiou entrar no mesmo caminho dos petistas quando do lançamento do Plano Real. Luiz Inácio Lula da Silva, que veio a se tornar presidente do Brasil, não poupou críticas ao plano elaborado pelo tucano Fernando Henrique Cardoso no governo Itamar Franco. Mais tarde, admitiu o erro, responsável por sua derrota na eleição de 1994.

Agora, se tudo der certo na estratégia dilmista, o Brasil pode caminhar para ter juros civilizados -estratégia que a equipe da presidente classifica de o Plano Real da Dilma. Se a oposição insistir nas críticas fáceis à mexida na poupança, corre o risco de ter de reconhecer, daqui alguns anos, o erro de avaliação. Infelizmente, a oposição brasileira minguou e não se mostra capaz de lançar uma agenda propositiva.

O fato é que, tirando as preferências partidárias, a mudança na caderneta de poupança é uma medida que veio tarde. Dilma, ao contrário de seus antecessores, teve disposição e coragem de enfrentar o tema, tido como impopular por conta do histórico recente de confisco da poupança patrocinado pelo governo de Collor.

A remuneração fixa da caderneta de poupança, na casa dos 7%, havia criado um piso para a taxa de juros. Ela não podia cair para 8,5% sem provocar distorções no mercado financeiro e no financiamento da dívida pública.

Como as aplicações financeiras pagam taxa de administração e Imposto de Renda, um juro de 8,5% pago pelos títulos públicos, que compõem as carteiras de fundos de investimento, acaba equivalendo a algo na casa de 7%. Resultado: os rentistas tenderiam a tirar seu dinheiro dos fundos e passar para a poupança, que ficaria mais rentável. Agora, esse risco deixa de existir. E o Banco Central fica livre para reduzir os juros, caso, claro, avalie que o cenário econômico permite tal movimento.

No Palácio do Planalto, a expectativa é que os juros, hoje em 9% ao ano, caiam para pelo menos 8% no final de 2012. Há quem aposte que pode ficar até abaixo deste percentual. A conferir.
Valdo Cruz
Valdo Cruz é repórter especial da Folha e colunista da Folha.com. Cobre os bastidores do mundo da política e da economia em Brasília. Escreve às terças-feiras.