terça-feira, 18 de outubro de 2011

Copa de 2014 no Brasil já virou caso de polícia




NÃO BASTASSE O ATRASO NAS OBRAS DE PREPARAÇÃO, DOIS DE SEUS PRINCIPAIS ORGANIZADORES ESTÃO ENCRENCADOS: O MINISTRO ORLANDO SILVA BALANÇA E O PRESIDENTE DA CBF, RICARDO TEIXEIRA, TERÁ DE SE EXPLICAR À POLÍCIA. DESSE JEITO, SERÁ QUE A COPA SAI?

19 de Outubro de 2011 às 00:08
247 – Em vias de conhecer o calendário exato da Copa do Mundo de 2014, a organização do maior evento esportivo que o Brasil vai receber nos últimos 60 anos se encontra enrolada por todos os lados. As obras de mobilidade urbana não andam, os operários de dois dos maiores estádios do evento – Maracanã e Mineirão – revezam paralisações por melhores condições de trabalho, e aquele que deve ser o palco da abertura da Copa ainda nem saiu do papel. Isso sem falar nos aeroportos, cuja maioria das reformas, o Ipea já avisou, não deve sair a tempo de receber os milhares de turistas que tentarão chegar ao país para atender ao evento.
Não bastasse a desorganização e o despreparo, os principais envolvidos na organização dos jogos não inspiram muita confiança. O ministro do Esporte, Orlando Silva, designado pelo governo federal para tocar a Copa, se vê envolvido em denúncias de participação em esquema de corrupção. O ministro foi à Câmara nesta terça-feira para prestar esclarecimentos sobre a denúncia de que recebeu propina na garagem do Ministério do Esporte, feita à revista Veja pelo policial militar e ex-militante do PCdoB João Dias Ferreira, e Orlando Silva promete ir ao Senado nesta quarta para continuar as explicações.
Contudo, João Dias, que também compareceu ao Congresso Nacional nesta terça para fazer marcação homem a homem no ministro, sustenta suas denúncias e promete apresentar até quinta-feira à Polícia Federal provas de que Orlando Silva participou de esquema de desvio de R$ 40 milhões. A confusão surge coincidentemente no momento em que o Brasil de Dilma Rousseff e a Fifa de Joseph Blatter disputam cabo-de-guerra para ver quem consegue se impor na composição da Lei Geral da Copa.
Diante da situação, executivos da Fifa já insinuaram a intenção de aproveitar o enfraquecimento momentâneo do governo brasileiro para impor demandas como a inexistência de meia-entrada para os jogos da Copa e até o afrouxamento das regras para a concessão de vistos do país para os espectadores dos jogos. A Lei Geral da Copa, que também prevê a instituição de tribunais de exceção durante os jogos – algo que motivou muita controvérsia na África do Sul –, começou a ser discutida na semana passada pelo Congresso Nacional.
Se o governo está enrolado, o que dizer do presidente da CBF, Ricardo Teixeira? O cartola será intimado junto com seu irmão, Guilherme Teixeira, pela Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros (Delefin) da Polícia Federal do Rio de Janeiro para explicar práticas relacionadas a evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A intimação, segundo o delegado Vitor Hugo Poubel, será feita quando o presidente da CBF retornar da Suíça, onde está para acompanhar a divulgação do calendário oficial da Copa do Mundo de 2014. Diante de tanta desorganização e suspeitas, será que essa Copa do Mundo sai?

Gerdau, gestor do Brasil, mal cuida de seus peões




Gerdau, gestor do Brasil, mal cuida de seus peõesFoto: ANDRE DUSEK/AGÊNCIA ESTADO

TREZENTOS TRABALHADORES SE DEMITIRAM DE CANTEIRO DE OBRAS DA FÁBRICA DA GERDAU, EM MINAS; MEDO DE CONTRAIR MENINGITE C CAUSOU REVOLTA; NA SEXTA, UM OPERÁRIO MORREU; EM NOTA, A GERDAU DIZ QUE TRABALHADORES "ESTÃO TRANQUILOS"

Por Agência Estado
18 de Outubro de 2011 às 22:02Agência Estado
247 – Aclamado como exemplo de empresário e chamado ao governo Dilma Rousseff para dar um choque de gestão na administração pública, Jorge Gerdau Johanpeter está cuidando mal de seu próprio quintal. Na terça-feira, no interior de Minas Gerais, todos os 300 operários que trabalhavam numa obra em torno de uma das fábricas do grupo pediram demissão coletiva. Motivo: medo de morrer. Na sexta-feira, um de seus colegas, de 19 anos, foi a óbito vítima de meningite tipo C, a mais grave. Outro trabalhador tem o mesmo diagnóstico do vírus. Terceirizados, sem vínculo formal com a Gerdau, da qual Johanpeter é presidente do Conselho de Administração, eles preferiram ir embora, certos que, ali, assistência seria exatamente o que lhes faltaria.
Abaixo, notícia a respeito divulgada pela Agência Estado:
Agência Estado - O medo de um surto de meningite tipo C, o mais perigoso deles, levou 300 funcionários terceirizados que trabalhavam em uma obra da Gerdau Açominas em Ouro Branco (MG) a pedirem demissão. Dois operários já tiveram a doença confirmada, sendo que um deles, de 19 anos, morreu na última sexta-feira, 14. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, pelo menos outros 17 trabalhadores estão internados com sintomas da doença, todos isolados. Um deles chegou a ser levado para o Centro de Terapia Intensiva (CTI), mas já voltou para o quarto.
Até a tarde de hoje, ainda não havia sido divulgado o resultado dos exames realizados pela Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte, nos outros operários que estão internados. Em agosto, duas pessoas já haviam morrido vítimas da doença na cidade. No Estado, desde o início do ano, já foram notificados 792 casos de meningite, com 117 mortes.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Conselheiro Lafaiete, Congonhas e Ouro Branco, 1,2 mil trabalhadores, a maioria recrutada em Estados do Nordeste, dormiam nos alojamentos junto com os operários que tiveram a doença confirmada ou apresentaram sintomas. Eles foram contratados pela Paranasa Engenharia e Comércio para trabalhar na expansão de uma usina da Gerdau no município.
O sindicato estima que pelo menos outros 200 trabalhadores, que têm salário de cerca de R$ 1 mil, devem pedir demissão por medo da doença. Todos os casos confirmados e suspeitos estavam no mesmo alojamento. "Essas ocorrências começaram na sexta-feira. Foram 12 casos na sexta-feira, cinco casos no sábado, dois casos no domingo e dois casos na segunda-feira. A gente analisou e investigou 19 casos. Desses, dois casos foram confirmados até o momento", afirmou o secretário municipal de Saúde de Ouro Branco Hideraldo Belini.
Em nota, a Paranasa informou que forneceu preventivamente medicamentos a todos os operários da obra e que vem trabalhando junto com as autoridades sanitárias do município para evitar a propagação da meningite. A empresa afirmou também que os alojamentos estão dentro das normas sanitárias exigidas pela lei. Informou ainda que está fazendo o acerto rescisório com todos os trabalhadores que querem deixar a obra e vai disponibilizar alimentação e transporte para suas cidades de origem.
Belini disse que, além dos operários da Paranasa, o município e as empresas decidiram também fornecer medicamentos a todos os prestadores de serviço que tiveram contato com os alojamentos, como funcionários de limpeza, os que forneciam alimentação e aqueles responsáveis por troca das roupas de cama, por exemplo. "Estavam trabalhando no ambiente. Os que tiveram contato mais próximo tomaram um antibiótico mais forte e os que tiveram contato menor tomaram antibiótico que a gente chama de segundo nível", salientou o secretário. "A tomada de ação foi muito rápida. Foi o que inibiu que a gente tivesse uma situação de maior gravidade. Aí os casos foram reduzindo. O quadro no momento é de extrema tranquilidade", acrescentou.
Também em nota, a Gerdau lamentou a morte do trabalhador na última sexta-feira e afirmou que está trabalhando junto com as autoridades sanitárias de Minas para dar assistência aos dois operários que tiveram a doença confirmada, bem como para evitar a propagação da meningite. A empresa afirmou ainda que as operações da empresa não foram afetadas e que os trabalhadores estão sendo informados "com clareza sobre todas as medidas" adotadas para impedir novos casos e que estão "tranquilos". Segundo a assessoria da empresa, a produção ainda não foi afetada.
A meningite meningocócica é uma infecção bacteriana das meninges membranas do sistema nervoso central. Os principais sintomas da doença meningocócica são febre, mal estar, desânimo, dores de cabeça fortes e frio nas extremidades do corpo como mãos e pés, mas os pacientes também podem ter sintomas mais graves como convulsões, bolhas na pele e hemorragias.

Senador irrita estados produtores com proposta sobre royalties



Senador irrita estados produtores com proposta sobre royaltiesFoto: BETO BARATA/AGÊNCIA ESTADO

O RELATÓRIO DO SENADOR VITAL DO RÊGO (PMDB-PB) PROPÕE O AUMENTO DOS PERCENTUAIS DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS NÃO PRODUTORES E DIMINUI OS PERCENTUAIS DA UNIÃO E DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS PRODUTORES

18 de Outubro de 2011 às 21:50
Evam Sena_247, em Brasília – O plenário do Senado discute na noite desta terça-feira o projeto de lei que altera as regras de divisão dos royalties e participação especial da exploração do petróleo no pré-sal entre estados, municípios e DF. 
O relatório do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) propõe o aumento dos percentuais dos estados e municípios não produtores e diminui os percentuais dos estados e municípios produtores e para a União. Embora o relator garanta que ninguém perderá receita, os senadores dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo se irritaram com a proposta. 
O relatório de Vital do Rêgo mexe na distribuição de compensações nos dois modelos de exploração do petróleo existente no Brasil: concessão e partilha. Na concessão, a empresa exploradora é dona do petróleo e paga ao poder público com royalties e participação especial. Estão sob o modelo de concessão: poços de petróleo em terra, no pós-sal (mar) e 1/3 do pré-sal, que já foi licitado. 
No regime de partilha, a União poderá ser dona de até 40% do petróleo e lucrar com a venda da matéria-prima. Dois terços do pré-sal, ainda não licitados, e qualquer poço que o governo considerar de alta rentabilidade, em terra ou em mar, serão licitados sob o modelo da partilha. 
No regime de concessão, os royalties correspondem a 10% do total de óleo extraído e a participação especial é uma parcela variável para poços com grande quantidade da matéria-prima. O relatório de Vital do Rêgo propõe que, no regime de partilha, os royalties serão 15% do total extraído. Não há participação especial no modelo da partilha. 
O relator propõe mudanças graduais nos percentuais que irão para cada ente federativo, de modo que, segundo ele, com o aumento da arrecadação, ninguém perca receita. Entenda as mudanças: 
Nos poços sob regime de concessão, a União, que recebe hoje 30% dos royalties, passará a receber 20% a partir de 2012. Os estados produtores passarão de 28,25% para 20%. Os municípios produtores, que recebem 26,5% atualmente, receberão 17% a partir de 2012, chegando a 4% em 2020. Os municípios afetados por embarque e desembarque de petróleo deixarão de receber 8,75% para 3% a partir de 2012, chegando a 2% a partir de 2017. Os estados e municípios não produtores passarão de 8,75% para 40% a partir de 2012, chegando a 54% em 2020. 
Vital do Rêgo mexeu na distribuição da participação especial. A União, que hoje recebe 50%, passará a receber 42% a partir de 2012, chegando a 46% em 2020. Os estados produtores passarão de 40% (hoje) para 34% a partir de 2012, chegando a 20% em 2020. Os municípios produtores, que recebem 10% atualmente, receberão 5% a partir de 2012 e 4% a partir de 2017. Os estados e municípios não produtores, que não ganham nada de participação especial, passarão para 19% a partir de 2012, chegando a 30% em 2020. 
Nos poços marítimos sob regime de partilha, a União receberá 20% dos royalties; estados produtores, 22%; municípios produtores, 5%; municípios afetados por embarque e desembarque, 2%; estados e municípios não produtres, 51%. Não havia regra para distribuição de royalties nesse modelo. 
Em todos os casos, as compensações para os não produtores serão distribuídos de acordo com os fundos de participação dos Estados (FPE) e Municípios (FPM), que levam em conta o tamanho da população e a renda per capita. O relatório será votado nesta quarta-feira.
“Os porcentuais foram escolhidos de forma a lhes garantir uma receita de R$ 11,1 bilhões em 2012. Em 2020, os entes produtores receberão nada menos do que R$ 19,8 bilhões, supondo uma arrecadação total de quase R$ 80 bilhões", explica Vital do Rêgo. 
Para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) a proposta é “devastadora” para o Rio de Janeiro. Apesar de ser do partido da presidente da República, Dilma Rousseff, ele defende que a União banque o ganho dos estados e municípios não produtores. “O que a União aceita contribuir representa 0,15% da sua arrecadação. É uma parcela muito pequena. Quando se discute participação especial, quando ele [Vital] fala com a União, ele reduz de 50 para 46. Na hora de discutir com os Estados confrontantes, ele fala de redução de 40 para 20”, disse o senador da bancada fluminense.

Pra refletir



Roseana decide estatizar fundação do papai Sarney




Roseana decide estatizar fundação do papai SarneyFoto: Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL

GOVERNADORA DO MARANHÃO ENVIA PROJETO COM URGÊNCIA PARA QUE TODAS AS DESPESAS DA FUNDAÇÃO CONVENTO DAS MERCÊS, QUE CULTUA A PERSONALIDADE DO EX-PRESIDENTE, SEJAM ASSUMIDAS PELO PODER PÚBLICO; OPOSIÇÃO PROTESTA E OAB PODE IR À JUSTIÇA

Por Agência Estado
18 de Outubro de 2011 às 21:18Agência Estado
Sem alarde e com urgência. Foi assim que a governadora Roseana Sarney (PMDB) enviou, para apreciação na sessão de hoje da Assembleia Legislativa, o projeto de lei que prevê a estatização da Fundação José Sarney, responsável pela administração do Convento das Mercês.
O Projeto de Lei Nº 259/11 estabelece a criação da Fundação da Memória Republicana Brasileira, de "direito público e duração ilimitada", vinculada à Secretaria de Educação, cujo patrono seria o Presidente do Senado, José Sarney. A controversa lei ainda inclui no orçamento do governo do estado as despesas da Fundação.
O deputado Marcelo Tavares (PSB), líder da oposição na Casa, criticou, em plenário, a medida da governadora: "Será o povo do Maranhão que pagará todos os custos deste culto a personalidade de um cidadão maranhense que se por um lado teve enorme sucesso na vida, deixou o estado do Maranhão como um dos piores Estados da Federação".
Tavares disse que, caso o projeto de lei seja aprovado, a oposição vai solicitar à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que entre com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Para o deputado Rubens Júnior (PC do B), não há justificativas para a urgência no trâmite da matéria, porque, no corpo do projeto de lei, o governo do estado define o prazo de 45 dias, descrito pelo artigo 46 da Constituição Estadual. "O projeto de lei prevê, em algumas passagens, algo não visto sequer no período da Monarquia. A indicação ficará ao cargo do patrono ou dos seus herdeiros, aí é uma verdadeira capitania hereditária no estado do Maranhão", acrescentou o comunista.
O governista Magno Bacelar (PV), conhecido por reagir com frases de efeito aos ataques da oposição, aproveitou a ocasião para render homenagens ao Presidente do Senado e fustigar professores presentes nas galerias. "Para nós, maranhenses, é um orgulho ter Sarney, que já foi presidente da República, o presidente de todos nós, dos brasileiros e das brasileiras, o presidente dos mal-educados professores que devem respeitar a tribuna, aqueles professores que não querem trabalhar", ironizou Bacelar.
Perguntado O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), se limitou a informar que o projeto está na comissão de constituição e justiça e que deverá ser votado hoje após apreciação.

Procuradoria vai investigar acusações contra Orlando Silva



O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta terça-feira (18) que irá investigar as acusações feitas pelo policial militar João Dias Ferreiras sobre suposta participação do ministro Orlando Silva (Esporte) em esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, na qual teria, inclusive, recebido propina nas dependências do ministério.

Segundo Gurgel, as acusações de Dias correspondem "sem dúvida nenhuma à prática de crime". "O que se alega, naquela pessoa que prestou as informações, teríamos, sem dúvida nenhuma, a prática de crime. Agora é preciso verificar se isso é verdade ou não, se procede ou não. O ministro nega peremptoriamente, mas os fatos, em tese, constituem, sim, crime", disse.


Ele afirmou que a investigação levará em conta o pedido do próprio Orlando Silva, assim como as duas representações enviadas por partidos de oposição contra ele.

Roberto Gurgel também disse que as investigações serão conduzidas com "o cuidado devido". "O tempo do Ministério Público e do Judiciário, pelas cautelas que deve envolver uma investigação, é mais dilatado que o tempo da imprensa. Ele não tem a rapidez que talvez fosse desejada por outros setores, mas temos que fazer as investigações com o cuidado devido."

João Dias disse à revista "Veja" que o esquema pode ter desviado mais de R$ 40 milhões nos últimos oito anos. O dinheiro deveria ser usado para comprar material esportivo e alimentar crianças carentes, mas teria sido desviado para o caixa eleitoral do PC do B, partido do ministro.

Em entrevista à Folha, Dias também afirmou que Orlando Silva teria proposto um acordo, em março de 2008, para que não levasse a órgãos de controle e à imprensa denúncia sobre as irregularidades. O ministro, porém, nega as acusações contra ele.

ENTENDA O CASO


Dois integrantes de um suposto esquema de desvio de recursos do Ministério do Esporte acusam Silva de participação direta nas fraudes, segundo reportagem publicada pela revista "Veja".

O soldado da Polícia Militar do Distrito Federal João Dias Ferreira e seu funcionário Célio Soares Pereira disseram à revista que o ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.

Localizado anteontem pela Folha, Pereira confirmou a acusação contra o ministro. Orlando Silva afirmou que já acionou o ministro da Justiça para que a Polícia Federal investigue o esquema relatado.

O ministro disse ainda que as acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o TCU investigue os convênios do ministério com a ONG que pertence ao policial autor das denúncias.

Em nota divulgada anteontem, o Ministério do Esporte disse que João Dias firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006, que não foram executados. O ministério pede a devolução de R$ 3,16 milhões dos convênios.

De acordo com o ministro, desde que o TCU foi acionado, integrantes de sua equipe vêm recebendo ameaças.

Telefônica só aguarda autorização da Anatel para assumir TVA




Telefônica só aguarda autorização da Anatel para assumir TVAFoto: Divulgação

COMPANHIA FICARÁ COM 100% AO COMPRAR OS 51% PERTENCENTES À EDITORA ABRIL

Por Agência Estado
18 de Outubro de 2011 às 19:24Agência Estado
A Telefônica confirmou estar em processo de obtenção de autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para assumir 100% da TVA. Hoje, a espanhola detém 49% da TVA, nas cidades em que opera, e os outros 51% permanecem nas mãos da família Civita, do Grupo Abril.
A operadora tem a opção de compra do restante dos ativos desde outubro de 2006, quando assinou acordo com o Grupo Abril para adquirir parte da empresa de TV por assinatura. A transferência do restante das ações estaria condicionada a mudanças na lei, que aconteceram finalmente neste ano.
Em junho, a Anatel reformou seu entendimento em relação às restrições previstas na Lei Geral de Telecomunicações, permitindo que as concessionárias aumentassem suas participações em operações de TV por assinatura em suas regiões.
Em setembro, foi aprovada a Lei 12.485/2011, que criou novas regras para o mercado de TV por assinatura e acabou com as limitações às teles e a empresas de capital estrangeiro no mercado de cabo.
Após as mudanças, a Telefônica aumentou de 19,9% para 49% sua participação na Lemontree, controladora da TVA São Paulo. Até junho, valia o entendimento de que as teles não poderiam ter mais de 20% em empresas de TV a cabo dentro de suas áreas de telefonia fixa. No Paraná, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina a empresa já detinha 49% de participação.
Agora, a espanhola aguarda a autorização da Anatel ao Grupo Abril, antes de encerrar o processo, o que não tem data marcada para acontecer. Os valores da operação não foram revelados, mas seguem o acordo firmado em 2006. Depois disso, a Abril deixará o negócio de TV paga.
Assim como o grupo Abril, as Organizações Globo também aguardam autorização da Anatel para transferir o controle da NET Serviços ao grupo mexicano Telmex, permanecendo, no entanto, com participação minoritária na empresa. A Anatel
confirma que está em análise por sua área técnica um pedido de anuência prévia da NET. Consultada, a operadora de TV a cabo não comenta o assunto.

PM se diz ameaçado de morte e promete provas



PM se diz ameaçado de morte e promete provasFoto: Andre Dusek/Agência Estado

EM SUA PASSAGEM PELO CONGRESSO NACIONAL, POLICIAL MILITAR JOÃO DIAS SE REÚNE COM OPOSIÇÃO E PROMETE APRESENTAR DOCUMENTOS QUE COMPROVAM ESQUEMA DE CORRUPÇÃO À PF NA PRÓXIMA QUINTA-FEIRA

18 de Outubro de 2011 às 19:32
Evam Sena_247, em Brasília – Sem apresentar provas ou novidades, o delator do suposto esquema de corrupção no Ministério dos Esportes, o soldado da Polícia Militar do DF João Dias Ferreira, conversou com deputados e senadores da oposição na liderança do PSDB no Senado hoje. O policial, que presidiu duas ONGs conveniadas com o ministério no programa Segundo Tempo, diz que veio ao Congresso pedir proteção e que tem sofrido ameaças.
João Dias afirmou aos jornalistas que tem recebido ameaças de morte há mais de dois anos, mas que tem sido mais freqüentes ultimamente, incluindo bilhetes deixados no pára-brisas de seu carro. A pedido do delator, o PSDB enviou um ofício ao Ministério da Justiça pedindo proteção.
O policial não trouxe nenhuma das provas que disse ter em mãos, como um áudio de uma reunião que ele afirma ter acontecido em abril de 2008, no Ministério dos Esportes, no escritório do secretário executivo, Watson Ribeiro, para avaliar a prestação de contas sobre o programa Segundo Tempo. Ele justificou a demora em apresentar as provas com “trâmite judiciais” que ele precisa “resguardar”, e disse que vai apresentar documentos à Polícia Federal na próxima quinta-feira.
“Eu estou tranquilo. É natural que eu tenha certa dificuldade [para apresentar provas], se comparar com a estrutura do ministro. Em breve, vocês vão ter acesso a novidades”, disse João Dias. Em sua entrevista, o delator fala com tranqüilidade, embora se esquive ou se negue a responder algumas perguntas, como seu suas ONGs participaram do suposto esquema fraudulento.
Embora diga que não veio ao Congresso para “confrontar” ou “constranger” o ministro dos Esportes, Orlando Silva, em alguns momentos, João Dias usa tom ameaçador. O ministro ontem o classificou como “bandido” e “delinquente”. “Ministro, sou pai de família, sou policial da ativa, sou cidadão brasileiro, não sou bandido e criminoso. Em pouco tempo, nós vamos saber distinguir quem é quem”, disse.
João Dias reafirmou suas denúncias de que dirigente do PCdoB, partido do ministro, cobram propina de ONGs para serem contratadas para o programa Segundo Tempo, e também criam empresas de fachada para receberem verbas públicas sem aplicá-las. “As entidades das quais fui presidente são somente a primeira peça do dominó. Raramente, um projeto vai ter sua prestação de contas aprovada”, disse, sem saber citar casos inéditos.
O policial se dirigiu à ONGs que têm contrato com o ministério e pediu que denunciem ao Ministério Público e à imprensa.
Os líderes dos partidos da oposição saíram da reunião com João Dias direto para a audiência conjunta de duas comissões da Câmara dos Deputados com Orlando Silva. O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), afirmou, depois do encontro com o policial, acreditar que há elementos suficientes para instauração de um inquérito judicial.
A oposição já pediu investigação sobre o caso pela Procuradoria-Geral da República, Polícia Federal e Controladoria-Geral da União. Nesta terça, o PSDB pediu na Comissão de Ética da Presidência da República o afastamento de Orlando.

Orlando Silva sobre seu terreno: "foi economia de toda a vida"



Orlando Silva sobre seu terreno: Foto: Divulgação

MINISTRO DO ESPORTE COMPROU À VISTA R$ 370 MIL O TERRENO, EM AGOSTO DO ANO PASSADO; HÁ UM DUTO DA PETROBRAS EM PARTE DO LOTE

Por Agência Estado
18 de Outubro de 2011 às 19:51Agência Estado
O ministro do Esporte, Orlando Silva, afirmou hoje ter usado a "economia de toda a vida" para comprar um terreno no distrito de Sousas, em Campinas (SP). Ele pagou à vista R$ 370 mil no terreno em agosto do ano passado. Há um duto da Petrobras em parte do lote e poderá haver desapropriação da área pagando um preço maior aos proprietários, segundo reportagem veiculada pelo UOL.
Em entrevista após participar de uma audiência de quase quatro horas em duas comissões da Câmara, o ministro afirmou que o bem é o único que possui. Disse que sabia da existência de dutos, mas negou ter qualquer informação sobre a possível remoção deles e uma consequente indenização. Observou que o terreno tem um valor menor do que o de vizinhos devido a sua configuração. "Isso está registrado na minha declaração de bens. Foi uma compra regular".
O ministro evitou responder sobre que tipo de pedido o seu antecessor e atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, teria feito para que fosse firmado o convênio com as entidades de João Dias Ferreira, o policial militar que agora acusa Orlando de corrupção. "Seria conveniente que vocês conversassem com o Agnelo sobre as relações políticas que ele possui em Brasília. Trabalhei com o Agnelo e sei que é serio, honesto e trabalhador".