terça-feira, 18 de outubro de 2011

PM se diz ameaçado de morte e promete provas



PM se diz ameaçado de morte e promete provasFoto: Andre Dusek/Agência Estado

EM SUA PASSAGEM PELO CONGRESSO NACIONAL, POLICIAL MILITAR JOÃO DIAS SE REÚNE COM OPOSIÇÃO E PROMETE APRESENTAR DOCUMENTOS QUE COMPROVAM ESQUEMA DE CORRUPÇÃO À PF NA PRÓXIMA QUINTA-FEIRA

18 de Outubro de 2011 às 19:32
Evam Sena_247, em Brasília – Sem apresentar provas ou novidades, o delator do suposto esquema de corrupção no Ministério dos Esportes, o soldado da Polícia Militar do DF João Dias Ferreira, conversou com deputados e senadores da oposição na liderança do PSDB no Senado hoje. O policial, que presidiu duas ONGs conveniadas com o ministério no programa Segundo Tempo, diz que veio ao Congresso pedir proteção e que tem sofrido ameaças.
João Dias afirmou aos jornalistas que tem recebido ameaças de morte há mais de dois anos, mas que tem sido mais freqüentes ultimamente, incluindo bilhetes deixados no pára-brisas de seu carro. A pedido do delator, o PSDB enviou um ofício ao Ministério da Justiça pedindo proteção.
O policial não trouxe nenhuma das provas que disse ter em mãos, como um áudio de uma reunião que ele afirma ter acontecido em abril de 2008, no Ministério dos Esportes, no escritório do secretário executivo, Watson Ribeiro, para avaliar a prestação de contas sobre o programa Segundo Tempo. Ele justificou a demora em apresentar as provas com “trâmite judiciais” que ele precisa “resguardar”, e disse que vai apresentar documentos à Polícia Federal na próxima quinta-feira.
“Eu estou tranquilo. É natural que eu tenha certa dificuldade [para apresentar provas], se comparar com a estrutura do ministro. Em breve, vocês vão ter acesso a novidades”, disse João Dias. Em sua entrevista, o delator fala com tranqüilidade, embora se esquive ou se negue a responder algumas perguntas, como seu suas ONGs participaram do suposto esquema fraudulento.
Embora diga que não veio ao Congresso para “confrontar” ou “constranger” o ministro dos Esportes, Orlando Silva, em alguns momentos, João Dias usa tom ameaçador. O ministro ontem o classificou como “bandido” e “delinquente”. “Ministro, sou pai de família, sou policial da ativa, sou cidadão brasileiro, não sou bandido e criminoso. Em pouco tempo, nós vamos saber distinguir quem é quem”, disse.
João Dias reafirmou suas denúncias de que dirigente do PCdoB, partido do ministro, cobram propina de ONGs para serem contratadas para o programa Segundo Tempo, e também criam empresas de fachada para receberem verbas públicas sem aplicá-las. “As entidades das quais fui presidente são somente a primeira peça do dominó. Raramente, um projeto vai ter sua prestação de contas aprovada”, disse, sem saber citar casos inéditos.
O policial se dirigiu à ONGs que têm contrato com o ministério e pediu que denunciem ao Ministério Público e à imprensa.
Os líderes dos partidos da oposição saíram da reunião com João Dias direto para a audiência conjunta de duas comissões da Câmara dos Deputados com Orlando Silva. O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), afirmou, depois do encontro com o policial, acreditar que há elementos suficientes para instauração de um inquérito judicial.
A oposição já pediu investigação sobre o caso pela Procuradoria-Geral da República, Polícia Federal e Controladoria-Geral da União. Nesta terça, o PSDB pediu na Comissão de Ética da Presidência da República o afastamento de Orlando.

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