segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Ofensor pede desculpas a Chico: a hipocrisia é o tributo do vício à virtude

roche

Por · 

François de La Rochefoucauld, o célebre frasista francês, tinha toda a razão quando, há quase 400 anos,  disse que a hipocrisia é uma homenagem que o vício presta à virtude.
Neste caso, como em quase tudo, movida à única coisa que toca o coração de gente bruta e vil: o dinheiro.

Diante da implacável conclusão de que, com a reação de Chico Buarque aos seus coices, o dublê de decorador e “jornalista ” João Pedrosa, que entrou no Instagram da filha de Chico Buarque para ofender a família do poeta, aguardava-o uma condenação à indenização por dano moral,  divulgou, via Folha, uma carta de desculpas.

Desculpas esfarrapadíssimas porque, se admite que foi um “erro” estender a Chico o seu ódio político, só o reafirma, em geral.

É uma tolice achar que Chico está movendo a ação para tomar o patrimônio de Pedrosa.
O que Chico quer tirar de Pedrosa é a empáfia, e já um naco dela a tirou.
Não é o bastante e espero que o grande poeta controle seus ímpetos de generosidade e mantenha a ação.

Primeiro, porque desculpas são arrependimento, não mimimi  cheio de “justificativas para o “erro”, que ocupam quase 90% do texto.

Segundo, porque, como dizem no futebol, parar por aí seria “beneficiar o infrator”, porque João Pedrosa é um “famous who”, que só se projetou – e ele vive num meio onde os “flashes” são o valor do ser humano  – com o episódio.

Chico pode até emendar o pedido de indenização para R$ 1. Em benefício de que se usem os recursos que se dispensou para a publicação de um pedido de desculpas satisfatório publicado  nos jornais.

Afinal, já dizia o latinista Michel Temer: verba volant, scripta manent.

As palavras voam, os escritos permanecem.

A carta do medroso Pedrosa, para escapar do processo:

“Carta a Chico Buarque e família,

Estou escrevendo essa carta para me desculpar, se isso for possível. Eu errei e me excedi ao insultar a sua família. Infelizmente a política brasileira nos colocou em campos opostos, assim como acontece com toda a nação.

Quero crer que nós queremos a mesma coisa para os brasileiros por vias opostas, uma vida digna e próspera. A sua via é o socialismo, e a minha, o capitalismo. Desde a eleição da presidente, o Brasil entrou numa espiral negativa de ódio de classes, racial e política, que mergulhou o Brasil num caminho de decadência econômica, moral e social inegáveis, que eu acredito tragicamente irreversíveis, foi isso que motivou o meu ódio, e o meu comentário errado e infeliz.

O meu insulto foi motivado por sua associação ao PT e ao MST, são eles que eu considero ameaça à nossa dignidade e nossa democracia. Fui motivado pelas mulheres que estão dando à luz nas calçadas, aos velhos sem atendimento nos chãos dos hospitais, e principalmente, aos milhões de pais de famílias impedidos de darem pão e dignidade às suas famílias e vidas, enquanto os políticos patrocinam copas e olimpíadas, e o enriquecimento, e poder pessoal deles.

Espero que acredite que o meu arrependimento é sincero, e eu afirmo que é, mas também são extremos a minha revolta e indignação com o nosso momento atual, foi isso que motivou o meu erro. Sem mais, sinceramente,

João Pedrosa”

Universal pede dinheiro a fiéis para lotar cinemas de Os Dez Mandamentos

Culto da Universal na avenida João Dias, onde se pede dinheiro para comprar ingressos - Divulgação/IURD

Culto da Universal na avenida João Dias, onde se pede dinheiro para comprar ingressos
REDAÇÃO - Publicado em 18/01/2016, às 05h22
Em um esforço quase bíblico para lotar os cinemas de espectadores do filme Os Dez Mandamentos, a Igreja Unviersal do Reino de Deus está pedindo dinheiro aos fiéis mais abonados para supostamente comprar ingressos para pessoas carentes. Os pastores da igreja também estão incentivando os frequentadores de cultos a adquirirem ingressos antecipadamente e, assim, transformar o longa derivado da novela na maior na maior bilheteria do cinema nacional. Na periferia, pastores interrompem as reuniões (como agora são chamadas os cultos da igreja) para exibir trailers do filme.

A reportagem do Notícias da TV presenciou um pedido de "oferta" para a compra de ingressos no templo da avenida João Dias, em Santo Amaro (zona Sul de São Paulo), na última terça-feira (12). Durante o culto, os obreiros (ajudantes) entregavam um envelope com o logotipo de Os Dez Mandamentos, enquanto os pastores pediam para os fiéis depositarem a quantia que pudessem para ajudar na "causa". O envelope com o dinheiro podia ser devolvido no mesmo dia ou na próxima reunião.

O encontro, que começou às 20h, foi liderado pelo bispo Nilton Patrício, o mesmo que comanda alguns dos programas da Universal na TV. Ele foi auxiliado no púlpito por alguns pastores, todos vestidos de branco. Em pouco mais de uma hora e meia de culto, o bispo falou sete vezes de Os Dez Mandamentos - O Filme.

Patrício lembrava aos presentes da data de estreia (28 de janeiro) e dizia que a produção havia mudado a vida de um pai de santo. "Depois que viu Os Dez Mandamentos, ele deixou de ser pai de santo, perdão, deixou de ser pai de encosto. É verdade. A palavra [de Deus] muda. Você vai receber o envelope, colocar a quantia que quiser e devolver na próxima reunião da cura", repetia.

O ritual de Os Dez Mandamentos 

Antes da entrega do envelope, porém, todo um ritual foi seguido. O tema do dia era a cura. Após uma rápida leitura de trechos da Bíblia, foram entregues vários objetos aos presentes: um pano vermelho, um pequeno frasco com óleo e correntinhas. Em seguida, começou a "sessão do descarrego".

Fiéis surgiram em um estado de transe, como se estivessem possuídos por espíritos malignos. No final da cerimônia, os espíritos foram "expulsos" pelas orações. Nesse momento, o bispo Patrício pediu dinheiro pela primeira vez _para a igreja, não para o filme.

"Está feliz, está curado? Você crê? Então pega esse envelope e faz a sua oferta. Podem ser mil reais, 500 reais, duzentos, cem, vinte, uma moeda. Doe o melhor que você tiver", disse o bispo. Quase todos os 4.000 presentes colaboraram.

reprodução/record


Guilherme Winter no apíce da novela Os Dez Mandamentos: a abertura do Mar Vermelho
Em seguida, Patrício falou da importância do dízimo, dos 10% do salário que todo fiel deve doar à igreja _além das "ofertas" extras. Após um rápido sermão, o bispo, enfim, pediu a doação para Os Dez Mandamentos. Muitos fiéis atenderam.

"A gente coloca [no envelope] qualquer quantia para a igreja poder comprar ingressos para os carentes. Tem gente que quer ir e não tem dinheiro. Eu já comprei os meus", explicou uma jovem senhora que estava com os dois filhos, a irmã e o marido.

Estratégia de marketing

Uma jornalista frequentadora de vários grupos da Igreja Universal confirmou ao Notícias da TV que desde o início do ano os pastores têm pedido dinheiro para comprar bilhetes para o filme. Ela pertence a uma unidade do ABC.

"Os ingressos que a igreja compra estão sendo distribuídos em bairros carentes. Há muita gente que não tem condições de pagar R$ 25 para ir ao cinema. A ideia também é lotar as sessões de cinema nos quatro primeiros dias. A Universal quer bater o recorde de bilheteria. Trata-se também de estratégia de marketing, mas doa quem quer e quanto puder. Não é o dízimo, é uma oferta. O dízimo é 10% do seu salário e também não é obrigatório", contou ela, que preferiu não se identificar.

O culto ao qual o Notícias da TV testemunhou foi filmado para passar na TV _a igreja ocupa as madrugadas da Record e arrenda canais como o 21, da Band, e a rede CNT. Na TV, no entanto, não é mostrado o momento em que Nilton Patrício pede dinheiro para comprar ingressos.

Na semana passada, os templos da Universal também exibiram, entre um culto e outro, uma reportagem do Domingo Espetacular sobre o sucesso da venda antecipada dos ingressos de Os Dez Mandamentos _já foram vendidos mais de 1,5 milhão de tíquetes. Fiéis também relatam que trailers do longa foram apresentados durante cultos em igrejas de Taboão da Serra e Diadema, cidades da Grande São Paulo. 

Cerveró: ah, foi Manoel quem me falou...

                                                     É uma completa esculhambação!


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De Dona Mancha
De Fernando Brito, no Tijolaço:

Ainda não deu vergonha em publicar delação de Cerveró?

O Valor publica e a Folha reproduz mais uma “delação” de Cerveró,  daquelas  que mudam a toda hora.

Agora – não se sabe se no “rascunho” ou no “passado a limpo” – Cerveró diz que a campanha de Lula recebeu “até” R$ 50 milhões por uma negociação de áreas petrolíferas em Angola.

Como eram negócios da área internacional da Petrobras, era de se esperar que Cerveró tivesse falado em detalhes das negociações, dos pagamentos, de transferências a terceiros, sobrepreços que tivesse sido encarregado de providenciar.

Mas não, ele diz que o negócio foi condizido de governo a governo e ele não ficou sabendo de nada.



Quer dizer, ficou, porque o vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, então dirigente da petroleira local, a Sonangol, seria seu amigo e teria dito que mandara “R$ 4o a 50 milhões” para a campanha lulista.

Cerveró acrescenta que tudo o que sabe foi por este meio, a suposta declaração de Vicente.

Agora, caro leitor e e estimada leitora, imagine se um dirigente de empresa pública, com carreira política – tanto que é vice-presidente – vai chegar assim, do nada, e dizer:

 – Ó pá, sabes aqueles blocos de petróleo que tua empresa comprou? Pois não é de dali demos de quarenta a cinquenta milhões de reais pra a campanha do Lulinha? Somos homens de partido!

A troco de que se ele, Cerveró, não tinha participado dos entendimentos, feito nada e nada teria que fazer? Para ver se Cerveró lhe falaria, sabendo de tantos milhões, “pô, aê, Mané, se tu arrumô cinquentinha para o Lula, arruma aí unziho para mim também”?

Ridículo, inverossímil e sem absolutamente nada, absolutamente nada a sustentar a história: é só mais um “eu digo que ele disse que teria feito”.

A menos, claro, que o Dr. Moro fosse mandar o japonês prender um vice-presidente estrangeiro e mantê-lo encarcerado por meses, até queele dissesse: “ai, Dotoire, m’solta-me que eu digo o que o Dotoire quiser qeu diga”

É por isso que está no rascunho, como todos os ensaios que Cerveró fez para entrar no “Feirão da Delação” das “Lojas Moro”, onde seu “desconto” ficou “só” em 90% da pena – de 17 anos e 3 meses vai cumprir um ano e meio –  e ele está tentando chegar ao máximo, para já dar por pagos os seus pecados e sair livre.

Cerveró está na dele, jogando o jogo como lhe ofereceram e, deixando, denuncia até a Brigitte Bardot.

Agora, o bandido vazador e os jornais que publicam este tipo de lixo sem qualquer indício minimamente concreto, sem um documento senão o que um desesperado que faz qualquer coisa para atender seus carcereiros e sair da cadeia não tem explicação senão irresponsabilidade.

Como, porém, cometer crime de violação de sigilo funcional e ataque à  honra alheia – desde que o “alheio” – seja o Lula, não “dá” nada, vamos que vamos…

Se nem colocar escuta clandestina dentro da sede da PF em Curitiba é problema, que dirá vazar uma sujeira destas, que nem para a delação foi, de tão inservível?
 
http://www.conversaafiada.com.br/brasil/cervero-ah-foi-manoel-quem-me-falou

Macri exibe cachorro na cadeira presidencial. É caso para psicanalista?

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Causou furor na Argentina a postagem feita pelo presidente Maurício Macri de seu cachorro Balcarce  sentado no “sillón de Rivadávia”, móvel de dois séculos que é a cadeira histórica da Presidência argentina.

Cachorros e outros animais metidos na política e nas rotinas presidenciais não chegam a ser novidade. Obama, Dilma e a própria ex-presidenta portenha, Cristina Kirchner, já se deixaram fotografar com seus mascotes, como aliás muitos de nós já o fizemos.

Jamais, porém, nada parecido com isso. Para avaliar, basta que se imagine os “toscos” Nicolas Maduro ou Evo Morales sentando seus cachorros na cadeira presidencial, fazendo-os fotografar e espalhando no facebook? Não faltaria na imprensa quem pedisse até a interdição deles, não é?
Macri, porém, pode e até há quem aplauda um gesto que nada tem a ver com amor pelos animais, mas pela sua própria projeção política.

Ele já vinha ensaiando uma utilização mais que grosseira do cão  como ferramenta de marketing, que o levou a “adotá-lo” no início da campanha presidencial.

Batizou o animalzinho de Balcarce, que é a rua onde fica a sede do governo argentino e, ainda filhote, exibiu-o dentro de uma “Casa Rosada” de brinquedo para assinalar onde ele passaria a morar.
A foto é acompanhada de uma legenda jocosa: “é o primeiro cão a chegar a este lugar na história argentina”.

Justifica que a foto do cachorro na cadeira presidencial é uma forma de mostrar “respeito pelos animais”.

subasta

É uma nova faceta do Sr. Macri, que até alguns anos enfrentava protestos dos defensores dos animais por prorrogar e depois renovar a concessão do Zoológico de Palermo, cheio de irregularidades e numa disputa que desconsiderou, segundo seus opositores, ” a melhor forma científica, educacional e modernização proposta para o jardim zoológico”.

A todo aí do lado é de uma delas, em outubro de 2012, quando foi feita a renovação da concessão do zoo, danificado pelo administrador privado, aliás o grupo do megabilionário Carlos Slim.
A classe média “chique” de Buenos Aires amou o gesto presidencial. O que são crianças miseráveis perto de um simpático cãozinho, não é? E o que é a história, o que são os fundadores da nação? Uma babaquice, não é?

Com o devido respeito ao Balcarce, que não tem nada com isso e está sendo usado como um objeto promocional, o arroubo marqueteiro de Macri,  bem merecia a análise de um psicanalista, pelo que ele pode contar da personalidade presidencial.

Ou, pelos primeiros dias de seu mandato, atropelando o parlamento, nomeando juízes por decreto, fazendo a festa do mercado financeiro e revogando à força leis como a de medios, como tema para iniciar a discussão sobre quem deverá trazer a pazinha e o saquinho para sanear suas decisões.
E depois, “populista” é a esquerda, não é?

http://tijolaco.com.br/blog/macri-exibe-cachorro-na-cadeira-presidencial-e-caso-para-psicanalista/

Marcelo Auler, exclusivo: Chico processará também fazendeiro que o insultou

Guilherme
“Dinheiro não lhe emprestei/Favores nunca lhe fiz/Não alimentei o seu gênio ruim/Você nada está me devendo/Por isso, meu bem, não entendo/Porque anda agora falando de mim.”

É assim, com os versos do samba “Injuriado” que o advogado João Tancredo inicia as duas ações que está promovendo em nome de Chico Buarque de Hollanda. Porque são duas: além do  colecionador e “jornalista” João Pedrosa, que foi fazer ofensas no Instagram da  filha do cantor, Silvia Buarque, o outro alvo de processo judicial será  fazendeiro paulista Guilherme Gaion Junqueira Motta Luiz, um dos que estiveram metidos naquela provocação feita ao canto no Leblon vai ser acionado por publicações ofensivas no Facebook.

A notícia, exclusiva, está no blog de Marcelo Auler, que mostra que o rapaz  – que “acusa” Chico de receber benefícios da Lei Rouanet, de incentivo à cultura – é herdeiro de uma fazenda e usina de açúcar que, além de empréstimos concedidos durante a ditadura também recebeu, em pleno Governo Lula (2009) financiamentos do BNDES.

Leia no blog do Marcelo Auler toda a história e declarações exclusivas do advogado do Chico, João Tancredo, que protocola as ações na quinta feira, com o fim do recesso do judiciário.

http://tijolaco.com.br/blog/auler-exclusivo-chico-processara-tambem-fazendeiro-que-o-insultou/

A opção da Folha pela obtusidade. Xico Sá, fora; Kim, dentro

kimfolha

A Folha anuncia, com destaque, a entrada em seu “time de colunistas” do patético Kim Kataguiri, um personagem que não tem nada a dizer senão repetir os chavões odiosos que a gente passou a ter de ler, desde que foi promovido a “estrela”  do coxismo, em substituição a Rogério Chequer, ex-operador de capitais nos Estados Unidos.

Para quem achava que a entrada de Reinaldo Azevedo, é a prova de que sempre se pode piorar.
É obvio que haverá um redator contratado, sabe-se lá por quem, para escrever pelo rapaz.

Não há problema algum em que ele, pelos 19 anos e por não ter feito nada na vida senão virar estrela do golpismo, tenha pouco conhecimento para produzir ideias originais.

O problema está no fato de ele não querer produzir senão ideias de jerico, como as de privatizar totalmente a educação e a saúde, no máximo distribuindo “umas carteirinhas” para os que não puderem pagar.

Reproduzo, abaixo, um pequeno exemplo do cabedal que Kataguiri tem para partilhar com os leitores da Folha, agora que o jornal resolve elevá-lo ao status de jovem intelectual.

É de doer, mesmo nestes tempos de zika virus.

E pensar que o jornal excluiu um jornalista como Xico Sá por razões políticas transforma em oráculo alguém deplorável assim.

Depois não sabe porque perde leitores e respeito.

http://tijolaco.com.br/blog/a-opcao-da-folha-pela-obtusidade/

O que significa Kim Kataguiri na Folha.

 
Agora na Folha: Kim Kataguiri

Agora na Folha: Kim Kataguiri

E então a Folha anuncia a contratação de Kim Kataguiri como colunista semanal de seu site.
Como se o site do grupo – UOL mais Folha — estivesse desguarnecido de antipetistas. Você tem Josias de Souza, por exemplo. Ou Leandro Mazzini, que noticiou há mais de um ano um novo câncer em Lula que, se fosse verdadeiro, já o teria matado faz tempo. (Era no pâncreas, o mais rapidamente letal dos cânceres. Previsivelmente, nada aconteceu com Mazzini em relação a seu emprego no UOL, e ele sequer se desculpou pela espetacular barrigada.)

Bem, Kataguiri vem se juntar à Folha. Ele é tão sem noção que afirmou que sua contratação é um esforço da Folha para parecer “mais idônea”.

É uma oportunidade para refletir sobre o nível da direita no Brasil.

Kataguiri está escrevendo também para o site HuffPost Brasil, do qual a Abril é um dos sócios.
Li o artigo de estreia dele no HP. Ali ele diz bobagens e mentiras que são a marca da direita brasileira, cujos propagandistas no passado eram gente da estatura intelectual de Roberto Campos e Mario Henrique Simonsen.

Kataguiri diz que o pai de Lênin era um “poderoso funcionário” do czar.
Ora, ora, ora.

De onde ele tirou essa estupidez? O pai de Lênin era um simples diretor de universidade, e não mais que isso. Tivesse algum poder e ele não teria enfrentado a tragédia de ver o filho Alexandre, irmão mais velho de Lênin, ser executado pelo governo czarista. (Foi um episódio vital na trajetória de Lênin.)

Kataguiri e outros do gênero repetem constantemente outra falácia sobre Lênin, uma segundo a qual ele teria instruído seus seguidores a fazerem aquilo que acusam os inimigos de fazer.
Você pode achar Lênin um monstro moral, mas ele era um intelectual brilhante e jamais diria uma coisa tão rasa e idiota como aquela.

Este tipo de coisa é frequente entre os conservadores brasileiros: a falta de compromisso com os fatos, algo decorrente da pouca leitura que os marca.

No obituário que escreveu sobre Margareth Thatcher, Reinaldo Azevedo afirmou que ela morreu “pobre”.

Não sei qual é o conceito de pobreza de Azevedo, mas Thatcher tinha ao morrer, entre outros bens, uma casa na região mais cara de Londres, Mayfair, avaliada em 40 milhões de reais.
A imprensa brasileira vem abrigando direitistas desse quilate em seus quadros. Não surpreende que a mídia venha perdendo eleições há tanto tempo.

Como influenciar as pessoas com um nível tão baixo de propagandistas?
Kim Kataguiri na Folha é mais numa longa lista de nulidades.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
 
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-que-significa-kim-kataguiri-na-folha-por-paulo-nogueira/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=o-que-significa-kim-kataguiri-na-folha-por-paulo-nogueira

Brito: lojas Moro dão 97,5% de desconto

                               
a fonte do vazamento
Ubiratã Cerqueira no Facebook do C Af


                              Delata e fala o que as autoridades queiram que delate e fale


                    O Conversa Afiada reproduz artigo de Fernando Brito, extraído do Tijolaço:


Aproveite a oferta: roube e delate. ‘Lojas Moro’ dão 97,5% de desconto na cadeia

A contabilidade apresentada hoje pela Folha é de cair o queixo.

Os ladrões do dinheiro público incriminados na Lava Jato receberam um “descontão” nas penas graças ao apetite dos procuradores da República e o juiz Sérgio Moro de obter delações premiadas cada vez mais suculentas e que construam o caminho para chegar aonde desejam chegar.

As condenações de 13 delatores, que somavam 283 anos e 9 meses baixaram a meros 6 anos e 11 meses.

E, assim mesmo, para alguns “privilegiados”: Alberto Youssef, com 3 anos, Fernando Baiano Soares, um e Nestor Cerveró – que ainda está negociando melhores condições, um ano e meio. Os três ficaram com 80% das penas de reclusão em regime fechado que sobraram depois da “grande liquidação” das “Lojas Moro”.

É tão chocante que reproduzo aí ao lado o recorte do jornal, para que não se ache que o louco é este blogueiro aqui.

Inaugurou-se um precedente terrível.

O advogado –  e jurista respeitadíssimo – Antonio Carlos Mariz de Oliveira resume a indignação de pessoas de bem com o que está acontecendo:

“Dá-se uma credibilidade absoluta à palavra do delator, que na verdade está delatando pura e simplesmente para se ver livre de prisões”. “[O delator] Delata e fala o que as autoridades queiram que ele delate e fale”, afirma Mariz.

Pior é que, a prevalecer este absurdo, estará inaugurada uma nova forma de roubar o Estado e sair, praticamente impune: delate seu cúmplice ou algum outro dirigente público ou político que desagrade e sobre quem você possa colocar suspeitas ao gosto da mídia.

E sair livre, só com uma pulserinha no tornozelo, para gozar as mansões, lanchas e outros apetrechos que lhe sobraram, depois que você devolveu parte do roubo.

Aproveite, é por pouco tempo, porque alguém vai acabar acordando para isso e os tribunais, amedrontados pela ditadura pró-Moro que impera na mídia e vai por fim a esta festa imoral.

http://www.conversaafiada.com.br/brasil/brito-lojas-moro-dao-97-5-de-desconto

O ESTADO DE DIREITO E O ESTADO DE DIREITA



É curiosa a situação que vive hoje o Brasil.
Estamos em plena vigência de um Estado de Direito?
Ou de um “estado” de direita, que está nos levando, na prática, a um estado de exceção?
Afinal, no Estado de Direito, você tem o direito de ir e vir, de freqüentar um bar ou um restaurante, ou desembarcar sem ser incomodado em um aeroporto, independente de sua opinião.
No estado de direita, você pode ser reconhecido, insultado e eventualmente agredido, por um bando de imbecis, na saída do estabelecimento ou do avião.
No Estado de Direito, você pode cumprimentar com educação o seu vizinho no elevador, desejando-lhe um Feliz Ano Novo.
No estado de direita, você tem grande chance de ouvir como resposta: “tomara que em 2016 essa vaca saia da Presidência da República, ou alguma coisa aconteça com essa cadela, em nome do Senhor.”
No Estado de Direito, você pode mandar “limpar” o seu computador com antivírus quando quiser.
No estado de direita, você pode ficar preso indefinidamente por isso, até que eventualmente confesse ou invente alguma coisa que atraía o interesse do inquisidor.
No Estado de Direito, você tem direito a ampla defesa, e o trabalho dos advogados não é cerceado.
No estado de direita,    quebra-se o sigilo de advogados na relação com seus clientes.
No Estado de Direito, a Lei é feita e alterada por quem foi votado para fazer isto pela população.
No “estado” de direita, instituições do setor público se lançam a promover uma campanha claramente política – já imaginaram a Presidência da República colhendo assinaturas na rua para aumentar os seus próprios poderes? – voltada para a aprovação de um conjunto de leis que diminui – em um país em que 40% dos presos está encarcerado sem julgamento -  ainda mais as prerrogativas de defesa dos cidadãos.
No Estado de Direito, você é protegido da prisão pela presunção de inocência.
No estado de direita, inexistem, na prática, os pressupostos da prisão legal e você pode ser detido com base no “disse me disse” de terceiros; em frágeis ilações; do que “poderá” ou “poderia”, teoricamente, fazer, caso continuasse em liberdade; ou subjetivas interpretações de qualquer coisa que diga ao telefone ou escreva em um pedaço de papel - tendo tudo isso amplamente vazado, sem restrição para a “imprensa”, como forma de manipulação da opinião pública e de chantagem e de pressão.  
No Estado de Direito, você pode expressar, em público, sua opinião.
No estado de direita, você tem que se preocupar se alguém está ouvindo, para não ter que matar um energúmeno em legítima defesa, ou “sair na mão”.
No Estado de Direito, os advogados se organizam, e são a vanguarda da defesa da Lei e da Constituição.
No estado de direita, eles deixam agir livremente – sem sequer interpelar judicialmente - aqueles que ameaçam a Liberdade, a República e os cidadãos.
No Estado de Direito, membros do Ministério Público e da Magistratura  investigam e julgam com recato, equilíbrio, isenção e discrição.
No estado de direita, eles buscam a luz dos holofotes, aceitam prêmios e homenagens de países estrangeiros ou de empresas particulares, e recebem salários que extrapolam o limite legal permitido, percebendo quase cem vezes o que ganha um cidadão comum.
No Estado de Direito, punem-se os corruptos, não empresas que geram riquezas, tecnologia, conhecimento e postos de trabalho para a Nação.
No estado de direita, “matam-se” as empresas, paralisam-se suas obras e projetos, estrangula-se indiretamente seu crédito, se corrói até o limite o seu valor, e milhares de trabalhadores vão para o olho da rua, porque a intenção não parece ser punir o crime, mas sabotar o governo e destruir a Nação.
No Estado de Direito, é possível fazer acordos de leniência, para que companhias possam continuar trabalhando, enquanto se encontram sob investigação.
No estado de direita, isso é considerado “imoral”.
Não se pode ser leniente com empresas que pagam bilhões em impostos e empregam milhares de pessoas, mas, sim, ser mais do que leniente com bandidos contumazes e notórios, com os quais se fecha “acordos” de “delação premiada”, mesmo que eles já tenham descumprido descaradamente compromissos semelhantes feitos no passado com os mesmos personagens que conduzem a atual investigação.      
No Estado de Direito, existe liberdade e diversidade de opinião e de informação.
No estado de direita, as manchetes e as capas de revista são sempre as mesmas, os temas são sempre os mesmos, a abordagem é quase sempre a mesma, o lado é sempre o mesmo, os donos são sempre os mesmos, as informações e o discurso são sempre os mesmos, assim como é sempre a mesma a parcialidade e a manipulação.
No Estado de Direito você pode ensinar história na escola do jeito que a história ocorreu.
No estado de direita, você pode ser acusado de comunista e perder o seu emprego pela terceira ou quarta vez.
No Estado de Direito você pode comemorar o fato de seu país ter as oitavas maiores reservas internacionais do planeta, e uma dívida pública que é muito menor que a dos países mais desenvolvidos do mundo.
No estado de direita você tem que dizer que o seu país está quebrado para não ser chamado de bandido ou de ladrão.
No Estado de Direito, você pode se orgulhar de que empresas nacionais conquistem obras em todos os continentes e em alguns dos maiores países do mundo, graças ao seu know-how e capacidade de realização.
No estado de direita, você deve acreditar que é preciso quebrar e destruir todas as grandes empresas de engenharia nacionais, porque as empresas estrangeiras – mesmo quando multadas e processadas por tráfico de influência e pagamento de propinas em outros países – “não praticam corrupção.” 
No Estado de Direito você pode defender    que os recursos naturais de seu país fiquem em mãos nacionais para financiar e promover o desenvolvimento, a prosperidade e a dignidade da população.
No estado de direita você tem que dizer que tudo tem que ser privatizado e entregue aos gringos se não quiser arrumar confusão.
No Estado de Direito, você pode defender abertamente o desenvolvimento de novos armamentos e de tecnologia para a defesa da Nação.
No estado de direita, você vai ouvir que isso é um desperdício, que o país “não tem inimigos”, que as forças armadas são “bolivarianas”, que o Brasil nunca vai ter condições de enfrentar nenhum país poderoso, que os EUA, se quiserem, invadem e ocupam isso aqui em 5 minutos, que o governo tem que investir é em saúde e educação.      
No Estado de Direito, é crime insultar ou ameaçar, ou acusar, sem provas, autoridades do Estado e o Presidente da República.
No estado de direita, quem está no poder aceita, mansamente, cotidianamente, os piores insultos, adjetivos, acusações, insinuações e mentiras, esquecendo-se que tem o dever de defender a Democracia, a liturgia do cargo, aqueles que o escolheram, a Nação que representam e teoricamente, comandam, e a Lei e a Constituição.   
No Estado de Direito, você pode interpelar judicialmente quem te ameaça pela internet de morte e de tortura ou faz apologia de massacre e genocídio ou da quebra da ordem institucional e da hierarquia e da desobediência à Constituição.
No estado de direita, muita gente acha que “não vale a pena ficar debatendo com fascistas” enquanto eles acreditam, fanaticamente, que representam a maioria e continuam, dia a dia, disseminando inverdades e hipocrisia e formando opinião.
No Estado de Direito você poderia estar lendo este texto como um jogo de palavras ou uma simples digressão.

No estado de direita, no lugar de estar  aqui você deveria estar defendendo o futuro da Liberdade e dos seus filhos,   enfrentando, com coragem e informação, pelo menos um canalha por dia no espaço de comentários – onde a Democracia está perdendo a batalha - do IG, do Terra, do MSN, do G1 ou do UOL.
 
http://www.maurosantayana.com/2016/01/o-estado-de-direito-e-o-estado-de.html

Macri, outro balão inflado do neoliberalismo

Os decretos Macristas são típicos de uma ditadura militar, como a nomeação de dois juízes da Corte Suprema sem a aprovação do Senado.



Ángel Guerra Cabrera
 
Casa Rosada
Macri é a nova estrela da direita regional. Homem de pelo no peito e mentiroso, não tardou em se desfazer dos modos republicanos que prometeu na campanha. Agora, se desfaz sistematicamente da Constituição e das leis, impunemente. Fere obsessivamente o Estado de direito, supostamente tão importante para os seus patronos dos Estados Unidos e de Israel, do grupo midiático Clarín e seu cúmplice La Nación, do capital financeiro, incluindo os democráticos fundos abutres, com os quais ele já vem colaborando.

O ex-prefeito de Buenos Aires assinou mais Decretos de Necessidade e Urgência (DNU) em pouco mais de um mês que todos os emitidos por Cristina Kirchner em dois mandatos presidenciais. Nenhum deles atende a circunstâncias excepcionais como as que exige o texto constitucional, pois se tratam de temas que podiam esperar o reinício das sessões do Congresso.

Os DNU´s macristas são típicos de uma ditadura militar, como a nomeação de dois juízes da Corte Suprema sem a aprovação do Senado pela primeira vez na história argentina, a derrogação da Lei de Meios e a intervenção ilegal do órgão que a tutela e o desmantelamento do sistema de meios de comunicação públicos. A nomeação dos juízes provocou tanto escândalo que ele teve que retroceder, pressionado também pela decisão de um juiz federal contra a medida. Entretanto, no caso da Lei de Meios, Macri vem se omitindo diante de outra decisão semelhante contra seus desígnios.

Sua ofensiva contra os trabalhadores de estatais e funcionários públicos não deixa nada a desejar aos governos neoliberais ortodoxos, como o de Menem e os mexicanos. Não me refiro só aos 18 mil empregados que ele mandou para a rua, acusando-os de serem funcionários fantasmas, e à repressão policial contra os protestos. Falo também das centenas de milhões de dólares que ele transferiu ao capital financeiro e ao agronegócio, em tão pouco tempo, através de medidas como a desvalorização, a liberalização dos preços e a isenção de impostos aos exportadores rurais.



A Argentina de Macri vive capítulos tão tipicamente ditatoriais, como a demissão do prestigioso jornalista Víctor Hugo Morales da Rádio Continental, após pressão do governo para liberar publicidade estatal apenas se ele deixasse a emissora. Morales recebeu apoio 48 horas depois, num ato realizado na Praça de Maio, no qual ele convocou o público a se rebelar contra os atropelos macristas. O programa de Víctor Hugo era um dos poucos espaços críticos que restavam depois do fechamento dos meios públicos.

O novo homem forte da Argentina, claro, conta com o silêncio cúmplice dos meios de comunicação hegemônicos argentinos, latino-americanos e internacionais, como CNN En Español. Também do tal senhor Luis Almagro, o novo secretário-geral da pestilente OEA (Organização dos Estados Americanos), réptil de aluguel de Washington.

Isso sim, esses mesmos meios não deixam de apontar suas metralhadoras comunicacionais contra a Venezuela bolivariana da maneira mais burlesca e grosseira, assim como Almagro, que num ato vulgar de ingerência, se revelou como um dos porta-vozes regionais da contrarrevolução venezuelana.

Na Venezuela, a já está instalada liderança contrarrevolucionária na Assembleia Nacional teve que retroceder em sua tentativa de desacatar o Tribunal Supremo, após uma firme e serena atitude da minoritária bancada chavista e o repúdio popular, incentivado pela forma como se tratou as imagens de Bolívar e Chávez como lixo – o novo presidente da Assembleia Nacional mandou retirar os quadros das duas figuras históricas venezuelanas do prédio sede do Legislativo –, atitude que também foi condenada energicamente pelo alto comando militar, encabeçado pelo general Vladimir Padrino, e até mesmo por alguns setores da oposição.

Existe uma maioria opositora na Assembleia Nacional, mas ela não expressa realmente a correlação de forças na sociedade venezuelana, pois grande parte do povo é bolivariano e chavista, mesmo os que votaram contra o governo, ou os muitos chavistas que se abstiveram, em ambos os casos, pessoas insatisfeitas pela escassez de produtos e pela burocracia das políticas dos últimos anos, e indignados pelos casos de corrupção sem castigo. Além disso, cabe destacar que a Força Armada Nacional Bolivariana é leal à Constituição e de vocação anti imperialista e socialista.

Isso não muda o fato de que o projeto de governo chavista enfrenta o momento de maior perigo para a revolução, justo quando sofre a ausência do gênio político de Chávez. A contraofensiva, até agora, tem sido inteligente, e supomos que deverá fazer uma profunda autocrítica, ter paciência, voltar a fortalecer as estruturas coletivas, insistir no processo de transferência de poder ao povo e, finalmente, convocar esse povo para o embate com a oposição nas ruas, onde o chavismo é invencível.

Quanto a Macri, não tardará em se desinflar, e se continuar assim poderia até mesmo ser derrubado pela insatisfação popular, como sugeriu Atilio Boron.

Tradução: Victor Farinelli

http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Macri-outro-balao-inflado-do-neoliberalismo/6/35329

Travaram a Zelotes e o HSBC para não atrapalhar aliança entre a PF, o MPF e a mídia; grandes anunciantes são poupados


Em 29 de dezembro de 2015, portanto há 19 dias, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), relator da subcomissão da Câmara que acompanha a Operação Zelotes, reuniu-se com o delegado Rogério Galloro, diretor-geral substituto da Polícia Federal, e fez vários questionamentos, entre os quais:
  • Por que estão paradas as investigações que apuravam desvios de R$ 20 bilhões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) da Receita Federal? As investigações apontaram que os conselheiros do Carf recebiam propina para anular multas de grandes empresas com a Receita Federal.
  • Por que denúncias contra grandes sonegadores envolvidos no escândalo do Carf, como Bradesco, Santander, Mitsubishi, Gerdau, Grupo RBS, que eram o objetivo inicial da Operação Zelotes, nunca apareceram?
  • Por que a Polícia Federal mudou o foco da Lava Jato e abriu uma investigação paralela para apurar a compra de medidas provisórias no governo federal?
Agora, Paulo Pimenta pretende fazer esses mesmos questionamentos ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em encontro que deve acontecer nos próximos dias.

“Eu quero falar com o ministro sobre vários assuntos”, antecipa o deputado. Um deles, claro, é a Operação Zelotes. Outro, a lista dos brasileiros que tinham contas secretas  no HSBC da Suíça. Quero saber como evoluiu a investigação.”

A partir daí seguiu a entrevista exclusiva do deputado Paulo Pimenta ao Viomundo.

As investigações da Operação Zelotes estão paradas mesmo?

Eu não tenho a menor dúvida que sim. Até junho do ano passado, ela vinha avançando de uma maneira. A partir de lá, tenho a nítida impressão de que houve desaceleração de diligências, de encaminhamentos…

Considero a Zelotes o maior escândalo de corrupção que se tem notícia na história recente do País. Foram identificados indícios de venda de sentenças em 74 decisões do Carf. Envolve quase R$ 21 bilhões.

Esses R$ 21 bilhões são de casos julgados. E não julgados?

Hoje nós temos no Carf mais de R$ 500 bilhões em julgamentos a serem realizados. Portanto, um tema de enorme relevância. Eu acho que deva ser dada prioridade a essa investigação dos grandes sonegadores, do esquema criminoso que se montou e envolveu setores da burocracia do Estado, especialmente ex-auditores da Receita Federal, com empresas de consultoria e escritórios de advocacia.

Mas a Zelotes pegou outro caminho, a da venda de medidas provisórias, que visa atingir o filho do ex-presidente Lula e o próprio Lula. Por que essa mudança de direção?

Há uma visão teórica que capturou setores da burocracia de Estado, que envolve Polícia Federal, Receita Federal, setores do Ministério Público Federal e do próprio Judiciário, que definiram a estratégia  de que,  nesse período do nosso país, você precisa ter apoio da opinião pública, especialmente da grande mídia, para que as ações desenvolvidas por esses setores tenham êxito.

Não tenho nenhuma dúvida de que esse é o elemento central  da Zelotes. Havia uma investigação principal da Zelotes que era sobre os esquemas de venda de sentença dentro do Carf.

A partir de um determinado, foi aberta uma segunda linha de investigação que era a possibilidade de venda de medidas provisórias.

E partir dessa segunda linha de  foi aberta uma terceira: empresas que têm contratos com empresas envolvidas na investigação sobre venda de medidas provisórias.  Ela é uma derivação da segunda linha de investigação, sendo que a principal simplesmente foi colocada num segundo plano.

Por quê?

Porque as empresas envolvidas na Zelotes são os principais anunciantes mídia brasileira hoje em dia. Você tem os principais bancos , as principais indústrias de cerveja, companhias telefônicas e a imprensa propriamente dita.

Então, dentro dessa lógica, que foi absorvida por setores da burocracia do Estado, é um tema que não interessa, pois não terá respaldo da mídia, consequentemente não terá o respaldo da opinião pública.

O que vai ao reivindicar ao ministro?

Estou fazendo esforço para que seja retomado o foco da investigação. Querem investigar outras coisas? Ok. Não sou contra. Investiguem.

Mas existe uma organização criminosa que está instalada dentro do Carf, que é um dos principais órgãos da Receita Federal. O esquema conta também com a participação de ex-auditores da Receita, escritórios de advocacia,  que juntos permitiram a sonegação de R$ 21 bilhões.

Portanto, isso não pode ser considerado como algo de menor relevância simplesmente porque a mídia não gosta do assunto, porque nos intervalos do Jornal Nacional aparecem propaganda desses denunciados, porque a RBS, parceira da Globo no Sul do Brasil, é uma das empresas acusadas da fraude.

Sabe como está a investigação do caso HSBC? A impressão que se tem é que está parada.

No caso da investigação do HSBC, em determinado momento, o Ministério da Justiça assumiu este tema junto com a Procuradoria Geral da República (PGR). Eu não sei como ela evoluiu. Eu pretendo pedir ao ministro informação sobre em que pé ela se encontra agora.

De qualquer forma, como o tema HSBC revelou que praticamente toda a grande mídia brasileira e o sistema financeiro estão envolvidos, o tema não “ interessa” para aqueles setores do Estado que deveriam fazer a investigação.

A atuação da CPI do HSBC até agora foi pífia. O que se percebeu é que várias pessoas que deveriam depor foram deixadas de lado, acobertadas…

Com certeza.

Na semana passada, o governo francês decidiu enviar à CPI a lista dos brasileiros que tinham conta no HSBC na Suíça. Se isso se confirmar, pode provocar um terremoto?

A revelação e a investigação sobre as contas do HSBC vão nos permitir saber não só quem são os donos mas entender qual origem deste dinheiro depositado no exterior. Qual o evento que proporcionou este capital escondido na Suíça. Ele será revelador de um  período nebuloso da nossa história. As grandes privatizações da FHC serão melhor compreendidas.

Pelo que o senhor disse um pouco atrás,  as investigações da  Zelotes original e do HSBC estão devagar porque os responsáveis pelo andamento delas — Polícia Federal, Ministério Público Federal,  Judiciário e  Receita Federal — acreditam que não terão apoio da grande. Será que essas investigações também não avançam porque setores desses órgãos compartilham das mesmas posições políticas dos denunciados, ao mesmo tempo que todos são contra o governo Dilma e o PT?

Com certeza. Setores da burocracia de Estado foram capturados por um projeto de poder que visa destruir o nosso projeto, o nosso legado. Esses setores capturaram a burocracia de Estado claramente com o objetivo de alcançar interesses políticos, partidários, corporativos, particulares. Eles se sobrepuseram ao interesse público obrigatório nas carreiras de Estado como essas que nós estamos mencionando. Estão violando o interesse público.

Nós temos hoje segmentos que trabalham de maneira articulada contra um projeto político-majoritário que foi vencedor da eleição. Nós temos de denunciar essa ideia na sociedade. Eu quero conversar com o ministro também sobre isso. São coisas muito graves que estão acontecendo.

E o vazamento seletivo de depoimentos confidenciais e investigações de maneira seletiva?

É um atentado ao estado democrático de direito. O presidente Lula foi chamado para dar depoimento na condição de informante numa investigação na Polícia Federal. Isso aconteceu numa terça-feira. Na quinta-feira, o Jornal Nacional divulgou o depoimento na íntegra.

A cópia que o presidente Lula e os seus advogados receberam tinha marca d’ água. Ou seja, a reprodução seria identificável.  Existia só uma segunda cópia que estava de posse da Polícia Federal. Se não foi o presidente Lula que entregou o seu depoimento para o Jornal Nacional, quem entregou?

O vazamento criminoso de documentos sigilosos de posse da Polícia Federal,  Ministério Público Federal, Supremo Tribunal Federal, com o objetivo claro de direcionar de maneira seletiva uma investigação ou uma suspeição de uma pessoa não pode ser tratado como algo natural.

Isso tem que ser criticado. Nós não podemos imaginar aquela visão romântica que muitas vezes as pessoas têm da Receita Federal, PF, MPF, do próprio Judiciário, de que todos são isentos, imparciais… Só que essa não é a realidade.

Alguns delegados, auditores, juízes têm postado nas redes sociais algumas coisas que, do meu ponto de vista, estão completamente em desacordo com as suas prerrogativas funcionais.

Alguns exemplos. Delegado da Polícia Federal postar charge do ministro Cardozo na forma de cachorro. Ou na coleira como se fosse a presidência da República. Montagem do presidente Lula algemado. Da presidenta Dilma vestida da palhaça. Ou uma foto de treinamento de tiro ao alvo em que a foto da Dilma é o alvo.

Se agir assim está dentro das prerrogativas funcionais e essas pessoas conduzem as investigações, ok. Então, eu me reservo o direito de condenar. Mas eu quero que o ministro Cardozo me diga que isso está dentro das prerrogativas funcionais dos agentes públicos.

No caso da Zelotes, ao deixar de investigar a linha principal, os agentes públicos – no caso, aqui a Receita Federal – não estariam prevaricando?

Vamos ver o ministro tem a dizer. Uma coisa é certa: a gente não pode aceitar  que existam investigações que interessam e investigações que não interessam pelo fato de não ter cobertura da grande mídia.

Conceição Lemes
No Viomundo

http://www.contextolivre.com.br/2016/01/travaram-zelotes-e-o-hsbc-para-nao.html

Por que "O Regresso" é o favorito ao Oscar?


Com doze indicações para o Oscar 2016 com o filme “O Regresso”, mais uma vez o diretor Alejandro Iñarritu está no centro das atenções: se no ano passado com o premiado “Birdman” homenageou o verniz artístico de Hollywood (a Broadway), agora é a vez do diretor fazer um tributo aos elementos mais caros da propaganda da política externa dos EUA: o sobrevivencialismo como nova tradução do individualismo e o temor das investidas dos inimigos interno (o traidor) e externo (malditos franceses!). Mas em “O Regresso” esses elementos foram imersos em camadas de simbolismos místicos, xamânicos e religiosos que transformaram DiCaprio em um santo medieval atormentado por visões. Iñarritu prova ser um “insider” – parece saber como ninguém atingir os corações da Academia de Cinema.

Tudo é primal em O Regresso: a selvageria do homem contra o homem, o persistente desejo de vingança, a força letal de um urso, as forças brutais da natureza em uma terra que parece que foi esquecida por Deus. Ou será que o homem foi esquecido por Deus?


O Regresso é um “western thriller” sobre violência, vingança e honra em uma gelada terra de fronteiras no alto do Rio Missouri.

Filmes desse gênero apresentam na história do cinema em geral três abordagens distintas: primeiro é o maniqueísmo clássico do homem branco civilizado contra os indígenas selvagens; o segundo é o western psicológico onde ressalta-se o “demasiado humano” como no filme Matar ou Morrer (High Noon, 1952) com Gary Cooper; e o terceiro é o western gnóstico onde o herói trágico esquecido por Deus luta contra o seu destino em terras desoladas – Onde os Fracos não Tem Vez (2007), Child of God (2013) ou até mesmo releituras do gênero como Dead Man - 1995.

A crítica especializada em uníssono vem destacando a experiência imersiva que a câmera de Iñarritu proporciona ao espectador como se estivéssemos dentro das sequências pelo ponto de vista de diversos personagens (longos planos sequências, câmera girando em 360 graus, principalmente nas violentas cenas de ação e ataque), o trabalho de fotografia (no ataque do urso podemos sentir cada pelo do animal sobre DiCaprio) e a dolorosa jornada de agonia, dor e privações do protagonista em 152 minutos.


Outros chamam a atenção para diversas alusões esotéricas e religiosas ao longo do filme – a espiral desenhada no cantil de Hugh Glass, a sequência nas ruínas de uma igreja onde fundem-se experiências místicas e religiosas etc.

Politicamente correto


O Regresso é politicamente correto: os nativos são apresentados de forma digna, com uma cultura dotada de grande sabedoria, fugindo do maniqueísmo do western clássico. Ambição, poder e vingança são as motivações que impulsionam os personagens brancos, o que leva a crer que a adaptação de Iñarritu  focou  no “demasiado humano”.

Mas O Regresso lidera o Oscar desse ano com 12 nomeações. Como vimos em postagem anterior, desde 2010 a Academia vem privilegiando filmes “históricos” e filmes metalinguísticos sobre Hollywood e a indústria do entretenimento: Birdman, 12 Anos de Escravidão, Argo, Lincoln, O Discurso do Rei. E como todo filme “histórico” feito por Hollywood, o maniqueísmo puro e sem matizações predominam – sobre isso clique aqui.

O maniqueísmo em O Regresso é mais contido e sutil, mas também está presente sob camadas de simbolismo religiosos e místicos. O que acaba criando condições ideológicas para o filme tornar-se um forte candidato ao Oscar no próximo mês. Assim como se confirmou Birdman, uma autoindulgente homenagem do mexicano Iñarritu à Broadway, verniz artístico de Hollywood.



O Regresso apresenta sutis elementos do maniqueísmo da atual propaganda anti-terror da política externa dos EUA: o inimigo externo, o inimigo interno e o sobrevivencialismo como a nova roupagem do individualismo moderno.

O Filme


O Regresso foi baseado em parte no livro de Michael Punke e no caso do verdadeiro de Hugh Glass, um montanhista do Wyoming que em 1823 sobreviveu ao ataque de um urso e viveu uma inacreditável odisseia para buscar vingança contra dois homens que o deixaram para trás para morrer.

No filme, Glass é um guia que serve a um grupo de corsários civis envolvidos em uma expedição militar dos EUA ao longo do Rio Missouri liderado por Andrew Henry (Domhnall Gleeson) para estabelecer uma base para o lucrativo negócio de caça de animais para comercialização de peles. Glass e o grupo são atacados por uma tribo guerreira em uma sequência inicial eletrizante e brutal, onde gritos de alerta são silenciados por sibilantes flechas que atravessam gargantas.

Rastreador experiente, Glass orienta os aterrorizados sobreviventes a abandonarem seu barco e carregar suas preciosas peles floresta adentro, pegando o caminho das montanhas até chegar ao Forte Kaowa onde a companhia pagará o carregamento.

No caminho de fuga, Glass é atacado brutalmente por um urso. Seriamente ferido, ele é deixado sob o cuidado do malevolente e truculento Fitzgerald (Tom Hardy) sob a promessa de pagamento extra enquanto o restante retorna ao forte. Uma vez deixado sozinho com sua carga, Fitzgerald abandona Glass agonizante pensando em receber pela sua carga de peles e a remuneração extra o mais rápido possível.


Só que Fitzgerald não contará com a determinação por sobreviver de Hugh Glass, que tentará suplantar todas as adversidades (o frio penetrante e doloroso, os persistentes indígenas, a perna quebrada e os ferimentos profundos) em busca de vingança.

Atormentado por visões


Iñarritu sabe que essa história de alguém perdido ou deixado para trás que luta pela sobrevivência já foi contada inúmeras vezes por Hollywood.

Por isso, O Regresso tenta imprimir um tom transcendente, místico ou religioso à peregrinação de Glass. Há algo de alucinatório na narrativa que transforma Glass numa espécie de santo medieval atormentado por visões: as aparições da sua falecida esposa nativa; também quando de repente se depara com uma vasta planície cheia de bisões; a aparição do filho brutalmente assassinado por Fitzgerald nas ruínas de uma igreja com direitos a closes em um afresco – a cena decompõe a Igreja em imaginária, real e no final a dúvida se realmente aquela experiência aconteceu.


Ainda ao longo da narrativa Iñarritu espalha simbologias: a xamânica no cantil de Glass (a espiral, no caso, símbolo xamânico indígena de passagem para o mundo espiritual) ou as duas sequências cruciais do filme que envolvem simbologias de purificação e renascimento – quando é levado pelas águas geladas do rio para depois alcançar a margem e se desfazer das pesadas peles encharcadas; e quando retira todas as vísceras de um cavalo morto para, passar à noite nu dentro da carcaça do animal para proteger-se do frio e “renascer” no dia seguinte em uma sugestiva cena de “parto” e “purificação”.

Individualismo e sobrevivencialismo


Mas essas sequências místico-xamânico-religiosas encobrem uma outra simbologia bem menos transcendente que, na opinião desse humilde blogueiro, torna O Regresso um favorito ao Oscar desse ano: a político-ideológica.

 Iñarritu sabe que Hollywood não digere bem filmes onde a determinação heroica é coletiva – soa “socialista” demais para a indústria do cinema. O herói solitário ou histórias onde a determinação individual salva o dia são bem mais icônicas. O herói, seja na roupagem do galã aos anti-heróis como Rambo, sempre foi dominante no imaginário cinematográfico.

A novidade é que desde o final do século passado temos a recorrência de um novo tipo de herói: o sobrevivente, em diversos gêneros desde os filmes de Bruce Willys até produções como O Náufrago, 127 Horas etc. O homem solitário que deve enfrentar a Natureza e os próprios limites.


O sobrevivencialismo é a nova roupagem do individualismo: em um mundo de crises sucessivas (econômicas, climáticas, existenciais etc.) todos se veem como sobreviventes – no trabalho, no casamento, nos negócios. É a nova ética: a do sobrevivente que sente a necessidade de matar um leão por dia e compara as adversidades da sociedade a fenômenos brutais da natureza. Não é à toa que tornam-se fascinantes os esportes dos “testes de limites” como maratonas, triátlons do gênero Iron Man, alpinismo e esportes radicais – não são mais esportistas coletivos, mas sobreviventes de si mesmos.

Malditos franceses!


E por último, e não menos importante, O Regresso dá aos eleitores da Academia de Hollywood uma narrativa com representação do temor dos supostos inimigos externos e internos dos EUA. Aquilo que Hollywood vem fazendo desde os atentados de 2001, tornando-se um instrumento importante na máquina de propaganda da política externa norte-americana: 

Os índios e “peles vermelhas” não são mais os vilões em westerns – seria muito incorreto. Agora, como no caso de O Regresso, são os franceses em uma região de fronteira com o Canadá. Fronteiras, franceses e canadenses são a soma dos medos nacionalistas norte-americanos – muito bem ironizados no filme Mera Coincidência (Wag The Dog, 1998) onde só se pode imaginar terroristas entrando nos EUA através da terra dos pouco confiáveis canadenses.


Franceses são sujos (traem os índios), indecentes (estupram indígenas) e roubam as peles dos americanos. O indígenas são puros e dotados de grande sabedoria. Mas são corrompidos pelos franceses.

Mas os americanos também traficam peles na fronteira e matam os animais nas terras indígenas. Porém, há uma companhia por trás, apoiada pelo exército americano com um comandante civilizador e que pretende colocar ordem moral e jurídica no Forte Kaowa. Há o empreendedorismo liberal que, por si, é considerado moralmente bom. Não importa se o objetivo final seja o mesmo dos franceses sujos e traiçoeiros.

 Mas assim como os indígenas puros foram corrompidos pelo inimigo externo francês, também pode acontecer o mesmo com o empreendedorismo liberal: Fitzgerald é o inimigo interno, traidor e cruel. Além de deixar o herói americano Glass para morrer ainda tenta saquear o cofre da companhia que paga o salário de todos!

O diretor Alejandro Iñarritu é realmente um “insider” e sabe como atingir o coração da Academia de Cinema. Com Birdman no ano passado homenageou o verniz artístico de Hollywood; agora, faz renovadas homenagens à máquina de propaganda política hollywoodiana.
 
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Ficha Técnica

Título: O Regresso
Diretor: Alejandro Gonzales Iñarritu
Roteiro: Mark L. Smith, Alejandro Iñarritu
Elenco:  Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Will Poulter, Domhnall Gleeson, Forrest Goodluck
Produção: New Regency Pictures,
Distribuição: 20th Century Fox
Ano: 2015
País: EUA