terça-feira, 31 de agosto de 2010

O antijornalismo de Veja

A obsessão da revista: derrubar Lula



Por Juliana Sada



Criada em setembro de 1968, a revista “Veja” é a publicação semanal brasileira de maior tiragem, teoricamente com cerca de um milhão e duzentos mil exemplares. Criada por Mino Carta, atualmente diretor de redação da Carta Capital, e Victor Civita – estadunidense filho de italianos, fundador do Grupo Abril – a revista foi por um longo período paradigma para o jornalismo brasileiro. Por sua redação, passaram nomes importantes da profissão; e, por suas páginas, grandes personagens da história – entre seus entrevistados estão Vinícius de Moraes, Yasser Arafat, Salvador Dalí, Tarsila do Amaral e Sérgio Buarque de Holanda.



Mas, em anos recentes, a revista tornou-se alvo de intensas críticas. Na internet, disseminam-se pequenas e grandes iniciativas de informação e contraponto ao tipo de jornalismo feito por lá. Esse mesmo Escrevinhador denunciou a entrevista que nunca existiu, mas que a revista publicou; e mostrou a história do professor que foi alvo de manipulação pelo veículo, além dapeculiar análise do semanário sobre a Bolívia .



O jornalista Fábio Jammal Makhoul decidiu debruçar-se sobre a revista Veja para formular sua tese de mestrado em Ciência Política para a PUC de São Paulo. A dissertação analisou a publicação durante o primeiro mandato de Lula , de janeiro de 2003 a dezembro de 2006. Fábio constatou que houve, de modo deliberado, uma cobertura tendenciosa com o objetivo de desestabilizar o governo. Os números são impressionantes: “40,6% da cobertura de Veja sobre o primeiro governo petista noticiou os escândalos do Planalto e, conseqüentemente, Lula e o PT de forma negativa”. O governo ocupou “54 capas de Veja, das 206 publicadas no período”, destas “32 tratavam de escândalos, segundo classificação da própria Veja, ou seja, 59,3% do total”.



Segundo Fábio, esse sistemático ataque levou ao surgimento de inúmeras críticas que “abalaram a própria revista, que se sentiu na obrigação de reafirmar sua ‘imparcialidade e independência’ a todo o tempo em 2005 e 2006”.



O Escrevinhador entrevistou Fábio Jammal Makhoul para expor e debater seu estudo e o papel desempenhado pela revista. Confira a seguir.



Como surgiu a ideia de estudar a revista Veja?

O principal motivo que me levou a pesquisar a revista Veja é jornalístico. A degradação do jornalismo da revista nos últimos anos foi assustadora. Veja é a maior revista semanal de informação do Brasil, com tiragem superior a 1,2 milhão de exemplares. Um número muito maior que o das demais publicações do segmento. Veja é a quarta maior revista de informação do mundo e seu jornalismo já foi referência para toda mídia impressa brasileira. Mas, nos últimos anos, o semanário também se transformou no maior fenômeno de anti-jornalismo do país.



De 2005 para cá, a revista se perdeu completamente em reportagens baseadas em ilações e xingamentos, que ignoraram as regras mais básicas do jornalismo e rasgaram todos os códigos de ética da profissão. Virou um verdadeiro pasquim, com matérias que se revelaram fantasiosas e recheadas de ataques e manipulações da informação. Isso não quer dizer que o PT e o governo Lula sejam os bonzinhos da história e nem as vítimas da grande imprensa. Pelo contrário, houve erros gravíssimos na administração federal, que precisavam ser apurados e divulgados pela mídia.



Entretanto, o jornalismo da grande imprensa conseguiu ser mais antiético que os próprios políticos que eram acusados, com erros grosseiros que comprometeram a imagem desses veículos, principalmente a da revista Veja, que foi a mais engajada na tentativa frustrada de derrubar o presidente da República em 2005 e 2006.







Muito se fala sobre cobertura parcial da Veja. Por meio da sua pesquisa, foi possível constatar a veracidade dessas observações?

Sim, e nem precisava de uma pesquisa acadêmica ou mais aprofundada. Basta uma leitura simples da revista para constatar que Veja tem um lado quando o assunto é política. Hoje temos uma bipolarização partidária no Brasil, com PT e PSDB monopolizando a disputa eleitoral. E a revista Veja está claramente do lado do PSDB e completamente contra o PT. Se você pesquisar a revista desde o início dos anos de 1980 vai constatar que o Partido dos Trabalhadores e o próprio Lula nunca tiveram um tratamento positivo nas páginas de Veja.



Essa história de imparcialidade da imprensa não existe. Os veículos de comunicação são empresas e têm seus interesses e preferências políticas. O jornal O Estado de S. Paulo, por exemplo, sempre foi conservador e nunca escondeu isso. Assumir uma posição ideológica ou política não é ruim. É até saudável e democrático, os grandes jornais da Europa e dos Estados Unidos fazem isso. Pelo menos, o leitor sabe claramente qual é a orientação editorial da publicação. O problema é quando se abandona o jornalismo para se transformar num panfleto político-partidário. E foi o que aconteceu com Veja de 2005 para cá.



Nos dois primeiros anos do primeiro mandato de Lula, o semanário ainda fez jornalismo, mas, ao apostar que poderia derrubar o presidente da República em 2005, perdeu a aposta e a credibilidade. Com o escândalo do “mensalão”, Veja captou o antilulismo e o antipetismo da chamada classe média que lê a revista e iniciou sua campanha pelo impeachment do presidente. Só que a questão política serviu para que Veja se sentisse à vontade para cometer os abusos que quisesse. Uma coisa é a crítica política que se viu no Estadão e n’ O Globo, por exemplo. Outra coisa é partir para o xingamento, como fez Veja.







Você poderia citar capas e matérias que seguramente continham distorções, inverdades, ataques ou parcialidade?

Há muitos exemplos, principalmente em 2005 e 2006. Uma das capas que mais me chamou a atenção foi a da edição de 16 de março de 2005. A revista tentou fabricar uma crise para os petistas, com uma reportagem que prometia ser “bombástica”. A manchete da capa era: “Tentáculos das Farc no Brasil”. Em letras menores, a revista diz que “espiões da Abin gravaram representantes da narcoguerrilha colombiana anunciando doação de 5 milhões de dólares para candidatos petistas na campanha de 2002”.



A capa é chamativa, cheia de dólares ao fundo e uma foto do militante petista que teria recebido dinheiro das Farc. Embora a revista tenha considerado a reportagem forte o suficiente para ser a capa da edição, no corpo da matéria há três ressalvas de que o semanário não tinha como comprovar as acusações. O tema foi repercutido por um mês até sumir das páginas deVeja. O Ministério Público e o Congresso Nacional investigaram e não acharam nada e a revista sequer se desmentiu o publicou o final da história. Capa parecida foi a de 2 de novembro de 2005, que dizia que a campanha de Lula recebeu dólares de Cuba. A matéria é toda fantasiosa e com denúncias em off que nunca se confirmaram.





Levantamento e classificação das capas. Clique na imagem para vê-la maior.



Uma das partes da sua dissertação se intitula “O discurso político das capas”. Você poderia explicitar qual é este discurso?

Nos quatro anos do primeiro mandato de Lula, o governo e o PT foram os principais temas da capa de Veja, ocupando mais de um quarto das manchetes do período. Com 49 capas negativas, a revista lançou mão de uma estratégia discursiva que visava claramente dar a Lula o mesmo destino de Collor: o impeachment. Sem sucesso neste intento, o semanário passou a trabalhar para evitar a reeleição do petista. A revista não foinada sutil em sua estratégia, pelo contrário, foi arrogante, agressiva, preconceituosa. O preconceito, aliás, foi uma das modalizações discursivas contra o governo mais utilizadas pela publicação, principalmente na capa. Desde o primeiro ano do mandato, em 2003, a revista procurou tematizar sobre a ética no PT. O enunciador sempre deixou claro que ela não passava de discurso para chegar ao poder, mas, assim que os escândalos começaram, Veja tratou de provar que o PT era pior que os demais partidos neste quesito. Entre os muitos preconceitos despejados pelo enunciador na capa está a associação entre o PT e bandidos; de traficantes a assassinos.



A suposta falta de escolaridade e de atenção dos petistas com a educação também foram bastante exploradas, sendo que o enunciador não se intimidou para fazer alusão ao animal burro em diversas ocasiões. O esquerdismo do PT também foi apresentado negativamente e de forma preconceituosa. Veja mostrou aos leitores que a máquina pública foi tomada pelos petistas, que aparelharam o Estado como fizeram os soviéticos. Aliás, autoritarismo foi outro tema explorado, que procurou mostrar um PT stalinista e ditador.



A corrupção, entretanto, foi o tema mais explorado nas capas que retrataram o PT e o governo Lula. Com uma série de escândalos em pauta, a revista usou uma das estratégias mais controversas e criticáveis: a comparação entre Lula e Collor. Comparações são sempre complicadas, mas o enunciador de Veja, posicionado e ideológico, relacionou os dois presidentes de forma simplista e forçada.



Com esta modalização discursiva, Veja pôde finalmente trabalhar pelo impeachment de um Lula sem moral, sem ética, corrupto, chefe de quadrilha, despreparado e que fez um primeiro mandato pífio, segundo as capas do semanário. Assim, a revista ousou também decretar o fim do PT. Errou em todas as apostas. Para justificar suas derrotas, Veja encontrou uma explicação baseada e mais preconceitos. Na edição de 16 de agosto de 2006, quando as pesquisas apontavam vitória fácil de Lula na disputa pela reeleição, Veja veiculou uma capa com a foto de uma jovem negra segurando o título de eleitor. A manchete era: “Ela pode decidir a eleição”. O subtítulo explica quem é ela: “nordestina, 27 anos, educação média, 450 reais por mês, Gilmara Cerqueira retrata o eleitor que será o fiel da balança em outubro”. Ou seja, ela é o retrato do Brasil e não dos leitores da revista, que são das classes A e B. Para esses, que o enunciador deVeja aposta que sabem votar, resta a resignação, já que os negros, pobres, analfabetos e nordestinos vão decidir as eleições.



Na introdução do seu trabalho, você apresenta a revista Veja como protagonista de escândalos. Ao que você se refere ao chamar a Veja de protagonista?

Podemos dizer que praticamente toda a chamada grande imprensa aproveitou os erros e desmandos do PT na primeira gestão do Lula para denegrir a imagem do partido e impedir a reeleição do presidente. Mas a revista Veja foi protagonista porque foi a mais enfática na campanha contra os petista e a que mais cometeu erros do ponto de vista jornalístico. Além disso, suas reportagens serviram tanto para iniciar um escândalo como para mantê-lo na pauta da mídia. Em muitos momentos, principalmente durante o escândalo “mensalão”, as reportagens de Veja alimentaram os jornais diários e a própria TV.



Você afirma que “ao todo, Veja publicou 206 edições entre 1° de janeiro de 2003 e o dia 31 de dezembro de 2006. Neste período, a revista produziu 621 reportagens sobre o primeiro governo do PT. Dessas, 252 trataram dos escândalos.” Isso quer dizer que, na média, havia três matérias sobre o governo por edição e sempre uma sobre algum escândalo?

Sim, e mesmo quando a matéria não era sobre escândalos, o enfoque que era dado ao Lula e ao PT era negativo. No meu trabalho deixo claro que o Partido dos Trabalhadores, uma vez no poder, cometeu uma série de irregularidades que deveria sim ser apurada e noticiada. Mas a forma com que a grande imprensa fez a cobertura, principalmente a Veja, visava apenas derrubar o PT do poder e não denunciar as mazelas do nosso sistemas político e eleitoral brasileiro, que estão no cerne do “mensalão” e de vários outros escândalos e que continuaram intactos. Muitos desses problemas que geram toda sorte de abuso de poder são antigos e foram mostrados por diversos autores.



Talvez o melhor lugar para se buscar conhecimento sobre o funcionamento da política seja na obra de Nicolau Maquiavel. Não é à toa que sua bibliografia é chamada de realismo político. Lá se encontra a pura realidade sobre a política. Para divagar um pouco, me arrisco a fazer um paralelo entre Maquiavel e o governo Lula. O PT sempre empunhou a bandeira da ética e bradou que é possível ter “pureza” dentro do jogo político e eleitoral brasileiro. Mas, para chegar ao poder, teve de lançar mão das mesmas práticas que condenava em outros partidos, assim como fez para governar o país. Um jornalismo investigativo sério e isento poderia constatar isso e denunciar de forma séria e isenta. Assim, o PT mostraria o realismo político, que desnudaria os problemas que assolam nossos sistemas político e eleitoral.



Uma cobertura sóbria, que não fosse tendenciosa ao ponto de mostrar que o governo do PSDB sim foi puro, poderia causar uma indignação suficiente para que o Brasil finalmente fizesse uma reforma que melhorasse efetivamente os nossos sistemas político e eleitoral. Mas, ao fazer uma cobertura parcial e tendenciosa, o jornalismo chamou mais a atenção do que os escândalos que noticiava, não contribuindo em nada com o país.







As capas analisadas, de 2003 a 2006, seguiram sempre o mesmo tom ao tratar do PT? É possível delimitar períodos de maiores ofensivas ou recuos?

Veja só se manteve recuada nos ataques no primeiro ano do mandato de Lula, 2003. Em 2004, começou sua ofensiva, embora de forma meio tímida. Mas em 2005 e 2006, Lula e o PT foram os principais temas da capa. Em 2005, das 52 edições, Lula e o PT aparecem de forma negativa em 24 capas, sendo 18 delas classificadas pela própria Veja no tema escândalo. Ou seja, quase a metade das edições abordaram o presidente negativamente. Em 2006, último ano de governo,Veja publicou 15 capas sobre Lula e o PT, todas desfavoráveis em pleno ano eleitoral.



Nos quatro anos do primeiro mandato de Lula, o governo e o PT foram os principais temas da capa de Veja, ocupando mais de um quarto das manchetes do período. Foram 49 capas negativas, sendo 39 só em 2005 e 2006. Comparativamente à atuação de governos passados, o tratamento da imprensa e de Veja à gestão Lula foi muito desigual. Durante a era tucana, por exemplo, as denúncias contra o governo federal não tiveram muito destaque. Em 1997, o presidente Fernando Henrique Cardoso foi acusado de comprar votos para a aprovação da emenda que permitiu sua reeleição, havia denúncias sobre as privatizações e corrupção em vários órgãos ligados ao governo federal, como a Sudam e a Sudene. Naquele ano, apenas uma capa foi feita sobre as acusações, com a foto de Sérgio Motta, então ministro-chefe da Casa Civil, e a chamada da capa era: “Reeleição”.



Já em 2005, com Lula na presidência, forma dezoito capas sequenciais durante quatro meses de puro bombardeio. Veja chegou a defender o fim do PT e que isso seria benéfico para a política brasileira, já que até na oposição sua atuação foi prejudicial para o país. Veja nunca havia defendido o fim de nenhum partido e nem usado tantos adjetivos negativos como usou para falar sobre os petistas.



Em 2006, em pleno período eleitoral, a revista veiculou cinco capas negativas para o governo, entre 23 de agosto e 25 de outubro. Isto quer dizer que as capas de metade das edições de Veja que circularam enquanto as eleições se definiam eram ruins para Lula. Enquanto isso, Geraldo Alckmin (PSDB), seu principal adversário, não apareceu negativamente em nenhuma capa de Veja neste período. Pelo contrário, neste período o candidato do PSDB era mostrado de maneira positiva. Só no período do segundo turno das eleições, Lula foi alvo de quatro reportagens de Veja e em todas elas ele aparece de forma negativa. Já Geraldo Alckmin aparece em duas matérias neste período. Ambas com abordagens positivas para o tucano.







As manchetes veiculadas nas capas estavam de acordo com a reportagem produzida ou havia discrepâncias com o intuito de chamar a atenção do leitor?

As manchetes eram mais sensacionalistas, mas as reportagens também seguiam a mesma linha. Ainda assim, é possível perceber muitas discrepâncias, como aquela capa das Farc que eu já citei. Na capa, Veja afirma que o PT recebeu dinheiro das Farc e na matéria há três ressalvas de que o repórter não conseguiu nenhuma prova. Outra capa que chama a atenção é aquela que eu também citei sobre a nordestina, negra e pobre que iria decidir a eleição em favor de Lula. O subtítulo diz que Gilmara Cerqueira tinha 27 anos. Mas na foto é possível observar a data de seu nascimento no título de eleitor e pode-se ver que ela tinha 30 anos na época e não 27 como rebaixou Veja para enquadrá-la ao perfil do eleitor médio. Ou seja, vale até mentir a idade da moça para montar um perfil da qual ela não se enquadra totalmente.



Além das capas, você analisou também os editorais da Veja. Foi possível encontrar correspondência entre a posição oficial da revista e o conteúdo por ela produzido, que em tese é independente?

As críticas que a revista Veja recebeu durante o primeiro governo Lula, principalmente nos dois últimos anos, abalaram a própria revista, que se sentiu na obrigação de reafirmar sua “imparcialidade e independência” a todo o tempo em 2005 e 2006. Durante a crise do “mensalão”, Veja usou a maior parte dos editoriais de junho a dezembro de 2005 para justificar a matéria da semana anterior e ratificar seu compromisso com um jornalismo sério. Logo no primeiro editorial do início da crise do mensalão, em 1º de junho de 2005, Veja garante que “não escolhe suas reportagens investigativas com base em preferências partidárias ou ideológicas”. E o curioso é que todos os editoriais das edições seguintes eram para justificar suas reportagens, sempre reafirmando uma imparcialidade que não se via nas reportagens.



Você discute o paradigma da imparcialidade e neutralidade no qual é baseado o discurso dos meios de comunicação entretanto você apresenta argumentos sobre a inviabilidade destes paradigmas se concretizarem. A partir da sua pesquisa, é possível concluir se a parcialidade da revista Veja é fruto de uma política deliberada ou consequência da inviabilidade de se fazer um jornalismo imparcial?

É fruto de uma politica deliberada. É claro que é quase impossível fazer um jornalismo totalmente isento. Mas você pode pelo menos buscar a isenção, ouvindo os dois lados, dando o mesmo peso para as diferentes versões e não utilizando adjetivos, por exemplo. Veja nem tentou ser imparcial, pelo contrário. Ela tinha uma estratégia discursiva e a seguiu até o fim com um objetivo bem claro: derrubar Lula da presidência.



Ao se contrapor ao governo Lula e ao PT, a revista Veja apresentava qual projeto para o Brasil apoiava ou qual setor o representava?

A primeira edição após a reeleição de Lula, publicada em 8 de novembro de 2006, é a que mostra mais claramente a posição da revista. A matéria de capa defende que é preciso deixar para trás a “visão tacanha” de que a miséria pode ser superada pelo “princípio bolchevique” de tirar dos ricos e dar aos pobres.



Para Veja, a miséria só será superada pela produção de riqueza e para isso “o gênio humano não concebeu nada mais eficiente do que o velho e bom capitalismo, com seus mercados livres, empreendedores ambiciosos e empresas inovadoras”. Veja aconselha Lula a “aposentar para sempre a ideia de palanque de que o Brasil é como um sobrado – em que só há andar de cima e andar de baixo e, portanto, o único trabalho é fazer com que todos passem a habitar o pedaço de cima. Isso é uma interpretação tão tosca da sociedade brasileira que, na sua estupidez simplificadora, neutraliza o papel crucial e dinamizador exercido pela classe média”.



Veja diz que falta ao presidente maior clareza sobre como promover de maneira mais vigorosa as condições para que a iniciativa privada produza mais conhecimento tecnológico de ponta, inove mais e multiplique seus índices de produtividade. E acrescenta: “Para fazer o país avançar, produzir riqueza e gerar justiça, o presidente Lula tem muitos desafios para superar – e um deles começa em casa. O Partido dos Trabalhadores, que se transformou numa usina de escândalos, divulgou uma nota oficial cobrando que no novo mandato Lula faça um ‘governo de esquerda’. Ninguém sabe exatamente o que isso quer dizer, mas é certo que significa mandar às favas o equilíbrio fiscal e o controle da inflação em troca de um crescimento econômico tão duradouro quanto um voo de galinha”.



Essa é a primeira vez na cobertura do governo Lula que Veja assume com todas as letras que fala em nome das classes mais abastadas e que defende uma política e um projeto de Estado mais à direita do que voltados para o social. Sua intenção é proteger o capital como fica claro neste texto. Para a revista, é preciso esquecer a ideia de que “o único trabalho é fazer com que todos passem a habitar o pedaço de cima”. Ou seja, não interessa colocar os mais pobres no mesmo patamar dos ricos é preciso “promover de maneira mais vigorosa as condições para que a iniciativa privada produza mais conhecimento tecnológico de ponta, inove mais e multiplique seus índices de produtividade”.

Qual a Função de Um Deputado Estadual?‏

As atribuições do deputado estadual são frequentemente incompreendidas pelo senso comum do eleitor que tem na atuação do parlamentar que o representa, a idéia de que o mandado que exerce vai além do que determina a constituição do estado pelo qual foi eleito, como se estivesse incluidas nas suas funções o assistencialismo, a realização de obras estruturantes, a obrigação de fazer, no sentido de substituir o que é da competência dos Governadores e Prefeitos. Cabe, aqui repetir, que ação parlamentar do deputado estadual é bastante restritiva porque não poderá legislar sobre temas que contrariem a legislação federal. Basta dizer que desde a promulgação da Constituição Estadual, foram impetradas mais de vinte Ações Diretas de Inconstitucionalidades, todas acatadas pelo Supremo Tribunal Federal, sendo expurgados do texto Constitucional do Estado mais de cinquenta dispositivos que iam de encontro aquilo que determinava a Carta Magna, limitando ainda mais as ações dos parlamentares estaduais no seu mister de legislar. Daí porque surgiu um movimento na Assembléia Legislativa do Estado para que fosse feita uma reforma constitucional que adequasse a Constituição do Estado a Constituição Federal, permitindo aos deputados espaço maior para legislarem. Legislar, porém, é apenas uma de tantas outras funções de um deputado estadual. Que outras mais têm os deputados estaduais?


"Ao ser eleito pelo voto popular, o deputado assume o compromisso de um mandato de quatro anos.

Durante esse tempo, participa das Sessões Plenárias e dos trabalhos das Comissões Legislativas.

Atende ainda pessoalmente aos eleitores, encaminhando seus pedidos a órgãos governamentais ou apresentando em Plenário os assuntos de interesse dos mais diversos segmentos sociais ou da região que o elegeu.



Ouve a opinião de grupos organizados que reivindicam a colocação de temas específicos em pauta. Para isso, o deputado costuma receber em seu gabinete os diversos seguimentos de trabalhadores, dirigentes sindicais, lideranças de várias comunidades e entidades representativas.



No exercício do seu mandato, tem livre acesso às repartições públicas. Pode fazer diligências pessoalmente nos órgãos de administração direta ou indireta.



Tem ainda como sua a atribuição a de fazer e aprovar as leis que regem o estado alem de fiscalizar os atos do executivo estadual e legislar sobre:



Tributação, Orçamento, Consumo, Meio Ambiente, Educação, Cultura, Esportes, etc. desde que as leis estaduais não contrariem a legislação federal.



Ainda é de competencia dos Deputados Estaduais conforme estabelecimento normatizado pela Constituição Federal e pela Constituição Estadual a função de legislar sobre todos os demais atos legislativos do Estado, podendo:



- Propor, Emendar, Alterar, Revogar e Derrogar Leis Estaduais, tanto as ordinárias como as complementares;

- Elaborar e Emendar a Constituição Estadual sempre que se julgar necessario;

- Julgar anualmente as contas apresentadas/prestadas pelo Governador do Estado:

- Criar, CPIs - Comissões Parlamentares de Inquérito,



É ainda incumbência do parlamentar apresentar projetos de lei, de decreto legislativo, de resolução, e proposta de emenda à Constituição Estadual alem de avaliar aqueles encaminhados por outros deputados, pelo governador, Poder Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas e pelos cidadãos.



Perderá o mandato o deputado que, entre outros motivos, deixar de comparecer à terça parte das sessões ordinárias, exceto quando em licença ou missão autorizada pela Assembléia Legislativa. Também será afastado aquele que faltar com o decoro parlamentar, abusar das funções asseguradas ao deputado ou receber vantagens indevidas."

(http://www.sergiochaer.com.br/papel-do-deputado-estadual.htm)

Conforme os itens relacionados acima, não é função do deputado levar obras para a sua região ou municipio, nem muito menos praticar assistencialismo, usando do mandado que lhe foi conferido pelo povo, como moeda de barganha ou chantagem na hora de exercer suas atribuições constitucionais em troca de favores com o Governador de plantão, para se respaldar em suas bases políticas. Outrossim, os deputados se elegem pelo sistema proporcional, portanto podem ser votados em todas as cidades e regiões do Estado, de modo que ele não é o representante apenas da cidade ou região de origem. A identificação do deputado com sua cidade ou região só se justificaria se tivéssemos um sistema de voto distrital, o que não é o caso. Assim sendo, é irrelevante no atual sistema se meu voto vai para o candidato que nasceu na minha cidade ou região, ou se nasceu na capital, ou em outro lugar qualquer do Estado. É o que estabelece o espírito da legislação, se na prática não funciona assim, continuemos neste analfabetismo político.

sábado, 28 de agosto de 2010

Marina, deixa transparecer que candidatura é linha auxiliar de Serra

Que papel está reservado à senadora Marina Silva nas eleições presidenciais em curso, senão o de força auxiliar da candidatura de José Serra que agoniza ante o enorme apôio dado à campanha de Dilma que assiste a empolgação do povo brasileiro com suas reais chances de vitória já no primeiro turno, sepultando de vez o sonho da direita conservadora de fazer o país retroceder nas consquistas alavancadas nos quase oito anos de governo Lula? Marina militou no PT por vinte quatro anos, oito dos quais acompanhou de perto a rotina da ministra Dilma Houssef; teve embates homéricos com Dilma entorno da demora na liberação de licenças ambientais e sabe da firmeza da candidata do planalto, portanto não lhe cai bem o figurino das criticas vazias que tem feito ultimamente contra a candidata de Lula, ao dizer que Dilma é uma desconhecida e não poderia ser a presidente do Brasil em função de jamais haver disputado uma eleição, como se fosse requisito para um cidadão brasileiro concorrer a uma eleição presidencial, ter disputado pelo menos uma eleição, seja municipal ou estadual. Marina conhece bem as razões que fizeram Lula preterir o seu nome em detrimento do da Dilma. Recordemos o ano de 2006 quando eclodiu a crise midiática que levou o PT e o governo Lula de roldão naquilo que ficou conhecido como o "mensalão". Todo santo dia um turbilhão de criticas, tanto da mídia, como da oposição, Brasil afora, abalaram seriamente a credibilidade do governo Lula que se mantinha de pé graças a tenaz resistência do presidente que ainda contava com o apôio dos movimentos sociais que estavam disposto a derramar e ter o sangue derramado pelo presidente, caso à elite paulistana tentasse destituir o presidente mediante um golpe branco na câmara dos deputados e no senado. Durante todo o fogo cruzado que ia na direção da presidência de Lula, Marina jamais abriu a boca para defender o PT, o governo, ou mesmo à pessoa do presidente. Se não fez côro com os golpistas de então, silênciou-se, demonstrando uma típica atitude de covardes. Já Dilma, por outro lado, demonstrando a natureza de mulher aguerrida, característica que marca sua personalidade, desde à epóca de juventude, esteve sempre com o presidente, assumindo a dianterira da defesa do governo, vindo para o núcleo duro das decisões, assumindo a chefia da casa civil, onde foi determinante para soerguer o governo do mar de lama no qual queriam enredá-lo. Em recente comício no Mato Grosso do Sul, quando estava discursando o candidato do PT à reeleição para o senado, Delcídio Amaral , ao falar das qualidades de Dilma, foi interrompido por uma voz que ecoava dos fundos do palanque que realçava a qualidade leal da personalidade de Dilma. Era a voz do ex-governador Alceu Colares do PDT do Rio Grande do Sul, o responsável pelo primeiro cargo público de Dilma como secretária estadual no governo gaúcho. Foi tudo o que Dilma demonstrou ao presidente Lula: lealdade! Isso, Marina, não tem preço. Nos momentos cruciais do governo Lula, quando prosperava o debate do impeachment, hipótese seriamente considerada, vindo a perder força somente porque desenvolveu-se a teoria do "sangramento", levantada por FHC, consistindo levar o governo Lula de então ao desgaste extremo até o dia eleição, onde se supunha que perderia para o candidato da oposição. (Faltou só combinar com os eleitores.) Dilma em nenhum momento faltou ao presidente com seu apôio e fibra moral. Não há dúvidas que seria mais fácil eleger Marina com o apôio de Lula. Sua biografia é um convite ao emocional do eleitor. Mulher, negra, alfabetizada pelo mobral na adolescência, vindo a formar-se com honras. Fundadora da Cut do Acre, ao lado de Chico Mendes, um dos maiores ambientalistas do mundo. Com apôio de Lula Marina conseguiria eleger-se facilmente. Não obstante, desde do famigerado episódio do mensalão, teve seu nome rifado pelo presidente porque deixou de demonstrar algo que não poderia negar ao seu companheiro de partido e que em Dilma sobrou sobejamente: a lealdade. Como Serra que agora demonstra total desespero e perda de rumo, Marina ensaia dá guinada à direita do espectro político para tristeza de sua legião de admiradores.

“Dossiê do sigilo” nasceu com filha do Serra e irmã de Dantas.

Do blog Conversa afiada. ( http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2010/08/27/%e2%80%9cdossie-do-sigilo%e2%80%9d-nasceu-com-filha-do-serra-e-irma-de-dantas/)




Convém não comer gato por lebre.



O “dossiê do sigilo” é a mais recente tentativa de colar na Dilma uma das baixarias do Serra – a Catanhêde, na Folha (*), pág. 2, chama de “banditismo”.



No tempo em que os bichos falavam e não havia blogosfera, o Serra e o PiG (**) conseguiram, em 2006, transformar a compra de ambulâncias superfaturadas pelo Ministério da Saúde, na gestão Serra – Barjas Negri – Marcelo Itagiba na fotografia da pilha de dinheiro dos aloprados.



Com a notável colaboração do delegado Bruno (onde anda o delegado Bruno ?), uma repórter da Folha (*) e um repórter da Rede Globo.



Isso colou, na época.



Com a providencial colaboração do Ali Kamel, a Globo, na véspera da eleição no primeiro turno, ignorou a queda do avião da Gol para mostrar por 54 minutos a foto do dinheiro.



E o Ali Kamel levou a eleição presidencial para o segundo turno.



Clique aqui para ler “O primeiro golpe já houve. Falta o segundo”.



A baixaria corrente consiste em atribuir à Dilma a tentativa de abrir os dados do Imposto de Renda do Preciado.



O PT vai entrar à Justiça para flagrar Serra nesse ato de baixaria explícita.



Clique aqui para ler sobre o “tiro no pé” e sobre a inutilidade de se conhecer mais ainda sobre as atividades do senhor Preciado.



Mas, não convém chamar papagaio de meu louro.



O dossiê começou lá atrás, quando se soube que vem aí um livro bomba que descreverá os porões da privataria do Governo Serra/FHC.



E quando reacendeu a discussão sobre a sociedade da filha do Serra com a irmã do Daniel Dantas.



Clique aqui para ver os documentos que unem a filha do Serra à irmã do Dantas, numa empresa em Miami (em Miami !).



Quando soube disso, o Serra entrou em parafuso.



Correu um frio nas costas gordurosas do PiG (**) e foi esse Deus nos acuda.



Então, vamos dar os nomes aos bois.



Vamos ver onde começa essa “crise do dossiê”:





Livro desnuda a relação de Serra com Dantas.

É por isso que Serra se aloprou



Publicado pelo Conversa Afiada em 04/06/2010



A bomba explodiu no colo do Serra



O Conversa Afiada recebeu de amigo navegante mineiro o texto que serve de introdução ao livro “Os porões da privataria” de Amaury Ribeiro Jr.



É um trabalho de dez anos de Amaury Ribeiro Jr, que começou quando ele era do Globo e se aprofundou com uma reportagem na IstoÉ sobre a CPI do Banestado.



Não são documentos obtidos com espionagem – como quer fazer crer o PiG (**), na feroz defesa de Serra.



É o resultado de um trabalho minucioso, em cima de documentos oficiais e de fé pública.



Um dos documentos Amaury Ribeiro obteve depois de a Justiça lhe conceder “exceção da verdade”, num processo que Ricardo Sergio de Oliveira move contra ele. E perdeu.



O processo onde se encontram muitos documentos foi encaminhado à Justiça pelo notável tucano Antero Paes e Barros e pelo relator da CPI do Banestado, o petista José Mentor.



Amaury mostra, pela primeira vez, a prova concreta de como, quanto e onde Ricardo Sergio recebeu pela privatização.



Num outro documento, aparece o ex-sócio de Serra e primo de Serra, Gregório Marin Preciado no ato de pagar mais de US$ 10 milhões a uma empresa de Ricardo Sergio.



As relações entre o genro de Serra e o banqueiro Daniel Dantas estão esmiuçadas de forma exaustiva nos documentos a que Amaury teve acesso. O escritório de lavagem de dinheiro Citco Building, nas Ilhas Virgens britânicas, um paraíso fiscal, abrigava a conta de todo o alto tucanato que participou da privataria.



Não foi a Dilma quem falou da empresa da filha do Serra com a irmã do Dantas. Foi o Conversa Afiada.

Que dedica a essa assunto – Serra com Dantas – uma especial atenção.



Leia a introdução ao livro que aloprou o Serra:



Os porões da privataria



Quem recebeu e quem pagou propina. Quem enriqueceu na função pública. Quem usou o poder para jogar dinheiro público na ciranda da privataria. Quem obteve perdões escandalosos de bancos públicos. Quem assistiu os parentes movimentarem milhões em paraísos fiscais. Um livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que trabalhou nas mais importantes redações do país, tornando-se um especialista na investigação de crimes de lavagem do dinheiro, vai descrever os porões da privatização da era FHC. Seus personagens pensaram ou pilotaram o processo de venda das empresas estatais. Ou se aproveitaram do processo. Ribeiro Jr. promete mostrar, além disso, como ter parentes ou amigos no alto tucanato ajudou a construir fortunas. Entre as figuras de destaque da narrativa estão o ex-tesoureiro de campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Sérgio de Oliveira, o próprio Serra e três dos seus parentes: a filha Verônica Serra, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Todos eles, afirma, tem o que explicar ao Brasil.



Ribeiro Jr. vai detalhar, por exemplo, as ligações perigosas de José Serra com seu clã. A começar por seu primo Gregório Marín Preciado, casado com a prima do ex-governador Vicência Talan Marín. Além de primos, os dois foram sócios. O “Espanhol”, como (Marin) é conhecido, precisa explicar onde obteve US$ 3,2 milhões para depositar em contas de uma empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, homem-forte do Banco do Brasil durante as privatizações dos anos 1990. E continuará relatando como funcionam as empresas offshores semeadas em paraísos fiscais do Caribe pela filha – e sócia — do ex-governador, Verônica Serra e por seu genro, Alexandre Bourgeois. Como os dois tiram vantagem das suas operações, como seu dinheiro ingressa no Brasil …



Atrás da máxima “Siga o dinheiro!”, Ribeiro Jr perseguiu o caminho de ida e volta dos valores movimentados por políticos e empresários entre o Brasil e os paraísos fiscais do Caribe, mais especificamente as Ilhas Virgens Britânicas, descoberta por Cristóvão Colombo em 1493 e por muitos brasileiros espertos depois disso. Nestas ilhas, uma empresa equivale a uma caixa postal, as contas bancárias ocultam o nome do titular e a população de pessoas jurídicas é maior do que a de pessoas de carne e osso. Não é por acaso que todo dinheiro de origem suspeita busca refúgio nos paraísos fiscais, onde também são purificados os recursos do narcotráfico, do contrabando, do tráfico de mulheres, do terrorismo e da corrupção.



A trajetória do empresário Gregório Marin Preciado, ex-sócio, doador de campanha e primo do candidato do PSDB à Presidência da República mescla uma atuação no Brasil e no exterior. Ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), então o banco público paulista – nomeado quando Serra era secretário de planejamento do governo estadual, Preciado obteve uma redução de sua dívida no Banco do Brasil de R$ 448 milhões (1) para irrisórios R$ 4,1 milhões. Na época, Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor da área internacional do BB e o todo-poderoso articulador das privatizações sob FHC.



(Ricardo Sergio é aquele do “estamos no limite da irresponsabilidade. Se der m… “, o momento Péricles de Atenas do Governo do Farol – PHA)

Ricardo Sérgio também ajudaria o primo de Serra, representante da Iberdrola, da Espanha, a montar o consórcio Guaraniana. Sob influência do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, mesmo sendo Preciado devedor milionário e relapso do BB, o banco também se juntaria ao Guaraniana para disputar e ganhar o leilão de três estatais do setor elétrico (2).



O que é mais inexplicável, segundo o autor, é que o primo de Serra, imerso em dívidas, tenha depositado US$ 3,2 milhões no exterior através da chamada conta Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova York. É o que revelam documentos inéditos obtidos dos registros da própria Beacon Hill em poder de Ribeiro Jr. E mais importante ainda é que a bolada tenha beneficiado a Franton Interprises. Coincidentemente, a mesma empresa que recebeu depósitos do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira, de seu sócio Ronaldo de Souza e da empresa de ambos, a Consultatun. A Franton, segundo Ribeiro, pertence a Ricardo Sérgio.



A documentação da Beacon Hill levantada pelo repórter investigativo radiografa uma notável movimentação bancária nos Estados Unidos realizada pelo primo supostamente arruinado do ex-governador. Os comprovantes detalham que a dinheirama depositada pelo parente do candidato tucano à Presidência na Franton oscila de US$ 17 mil (3 de outubro de 2001) até US$ 375 mil (10 de outubro de 2002). Os lançamentos presentes na base de dados da Beacon Hill se referem a três anos. E indicam que Preciado lidou com enormes somas em dois anos eleitorais – 1998 e 2002 – e em outro pré-eleitoral – 2001. Seu período mais prolífico foi 2002, quando o primo disputou a presidência contra Lula. A soma depositada bateu em US$ 1,5 milhão.



O maior depósito do endividado primo de Serra na Beacon Hill, porém, ocorreu em 25 de setembro de 2001. Foi quando destinou à offshore Rigler o montante de US$ 404 mil. A Rigler, aberta no Uruguai, outro paraíso fiscal, pertenceria ao doleiro carioca Dario Messer, figurinha fácil desse universo de transações subterrâneas. Na operação Sexta-Feira 13, da Polícia Federal, desfechada no ano passado, o Ministério Público Federal apontou Messer como um dos autores do ilusionismo financeiro que movimentou, através de contas no exterior, US$ 20 milhões derivados de fraudes praticadas por três empresários em licitações do Ministério da Saúde.

O esquema Beacon Hill enredou vários famosos, entre eles o banqueiro Daniel Dantas. Investigada no Brasil e nos Estados Unidos, a Beacon Hill foi condenada pela justiça norte-americana, em 2004, por operar contra a lei.



Percorrendo os caminhos e descaminhos dos milhões extraídos do país para passear nos paraísos fiscais, Ribeiro Jr. constatou a prodigalidade com que o círculo mais íntimo dos cardeais tucanos abre empresas nestes édens financeiros sob as palmeiras e o sol do Caribe. Foi assim com Verônica Serra. Sócia do pai na ACP Análise da Conjuntura, firma que funcionava em São Paulo em imóvel de Gregório Preciado, Verônica começou instalando, na Flórida, a empresa Decidir.com.br, em sociedade com Verônica Dantas, irmã e sócia do banqueiro Daniel Dantas, que arrematou várias empresas nos leilões de privatização realizados na era FHC.



Financiada pelo banco Opportunity, de Dantas, a empresa possui capital de US$ 5 milhões. Logo se transfere com o nome Decidir International Limited para o escritório do Ctco Building, em Road Town, ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas. A Decidir do Caribe consegue trazer todo o ervanário para o Brasil ao comprar R$ 10 milhões em ações da Decidir do Brasil.com.br, que funciona no escritório da própria Verônica Serra, vice-presidente da empresa. Como se percebe, todas as empresas tem o mesmo nome. É o que Ribeiro Jr. apelida de “empresas-camaleão”. No jogo de gato e rato com quem estiver interessado em saber, de fato, o que as empresas representam e praticam é preciso apagar as pegadas. É uma das dissimulações mais corriqueiras detectada na investigação.



Não é outro o estratagema seguido pelo marido de Verônica, o empresário Alexandre Bourgeois. O genro de Serra abre a Iconexa Inc no mesmo escritório do Ctco Building, nas Ilhas Virgens Britânicas, que interna dinheiro no Brasil ao investir R$ 7,5 milhões em ações da Superbird. com.br que depois muda de nome para Iconexa S.A…Cria também a Vex capital no Ctco Building, enquanto Verônica passa a movimentar a Oltec Management no mesmo paraíso fiscal. “São empresas-ônibus”, na expressão de Ribeiro Jr., ou seja, levam dinheiro de um lado para o outro.



De modo geral, as offshores cumprem o papel de justificar perante o Banco Central e à Receita Federal a entrada de capital estrangeiro por meio da aquisição de cotas de outras empresas, geralmente de capital fechado, abertas no país. Muitas vezes, as offshores compram ações de empresas brasileiras em operações casadas na Bolsa de Valores. São frequentemente operações simuladas tendo como finalidade única internar dinheiro nas quais os procuradores dessas offshores acabam comprando ações de suas próprias empresas… Em outras ocasiões, a entrada de capital acontecia através de sucessivos aumentos de capital da empresa brasileira pela sócia cotista no Caribe, maneira de obter do BC a autorização de aporte do capital no Brasil. Um emprego alternativo das offshores é usá-las para adquirir imóveis no país.



Depois de manusear centenas de documentos, Ribeiro Jr. observa que Ricardo Sérgio, o pivô das privatizações — que articulou os consórcios usando o dinheiro do BB e do fundo de previdência dos funcionários do banco, a Previ, “no limite da irresponsabilidade” conforme foi gravado no famoso “Grampo do BNDES” — foi o pioneiro nas aventuras caribenhas entre o alto tucanato. Abriu a trilha rumo às offshores e as contas sigilosas da América Central ainda nos anos 1980. Fundou a offshore Andover, que depositaria dinheiro na Westchester, em São Paulo, que também lhe pertenceria…



Ribeiro Jr. promete outras revelações. Uma delas diz respeito a um dos maiores empresários brasileiros, suspeito de pagar propina durante o leilão das estatais, o que sempre desmentiu. Agora, porém, existe evidência, também obtida na conta Beacon Hill, do pagamento da US$ 410 mil por parte da empresa offshore Infinity Trading, pertencente ao empresário, à Franton Interprises, ligada a Ricardo Sérgio.



(1)A dívida de Preciado com o Banco do Brasil foi estimada em US$ 140 milhões, segundo declarou o próprio devedor. Esta quantia foi convertida em reais tendo-se como base a cotação cambial do período de aproximadamente R$ 3,2 por um dólar.

(2)As empresas arrematadas foram a Coelba, da Bahia, a Cosern, do Rio Grande do Norte, e a Celpe, de Pernambuco.

José Serra manda espalhar na internet o boato que Dilma não pode entrar no EUA

Do blog dos Amigos do Presidente Lula.











O pessoal do punhadinho que faz a campanha do candidato José Serra, arrumou um novo boato para espalhar na internet. Agora circulam e-mails afirmando que Dilma está proibida de entrar nos Estados Unidos e em mais 11 países por conta do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em setembro de 1969. É MENTIRA!Puro desespero do covardão José Serra, de onde parte a ordem para baixaria



Washington (EUA) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cumprimenta Dilma no encontro na Casa Branca





A candidata Dilma "jamais teve qualquer ligação com sequestros, assaltos a bancos ou ações armadas. Portanto, não existe razão para ter visto negado nos Estados Unidos ou em quaisquer outros países".





Dilma esteve recentemente nos Estados Unidos e que em 2009 falou diretamente com o presidente Barack Obama(fotos).Leia aqui no blog na nossa matéria de 2009. Por favor, queridos leitores, repassem para todos seus amigos na sua lista de emails. Vamos juntos desmascarar mais uma mentira de José Serra

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Dilma Lidera em Todas Regiões e Segmentos Sociais.

Como não leio jornal, me considero um idiota. Sendo Nordestino que vota com a barriga, beneficiário do bolsa esmola, eleitor de Lula. Logo, meu pensamento cartesiano me inclui entre a massa ignara que não deveria votar, já que não sabe escolher. Afinal de contas, só pobre, miserável e analfabeto prefere Dilma à José Serra. Se assim é, fico me perguntando por que Dilma ultrapassou Serra no Estado de São Paulo, onde ele foi prefeito e governador; no Rio Grande do Sul, onde há o eleitor mais politizado, no Paraná onde o prefeito de Curitiba é do PSDB. Talvez seja porque os pobres, os miseráveis e os analfabetos, que não têm acesso à informação, são maioria em qualquer Estado do país. Bando de imbecís que entregarão os destino do Brasil nas mãos de uma terrorista e de quadrilheiros petralhas aloprados! Deveriam ser todos exterminados. Apedeutas incuráveis! Espere um pouco. Hoje um amigo leu pra mim matéria da Folha de São Paulo que publica pesquisa do Data Folha informando que Dilma ultrassou Serra em todas as regiões, segmentos sociais e gênero. Que maldição! até a maioria dos ricos, dos alfabetizados, dos universitários, dos que lêem jornais, também votam em Dilma. que mundo cruel este que me faz viver em constante estado de negação! teremos uma república comunista! onde já se viu a maioria dos ricos votando numa terrorista! é o fim da picada!

Abaixo os dados do Data Folha, publicado no site http://www.folha.uol.com.br/  
Dilma abre 20 pontos e já ultrapassa Serra em SP e no RS

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FERNANDO RODRIGUES

DE BRASÍLIA



A candidata do PT a presidente, Dilma Rousseff, manteve sua tendência de alta e foi a 49% das intenções de voto. Abriu 20 pontos de vantagem sobre seu principal adversário, José Serra, do PSDB, que está com 29%, segundo pesquisa Datafolha. Os contratantes do levantamento são a Folha e a Rede Globo.



Realizada nos dias 23 e 24 com 10.948 entrevistas em todo o país, o levantamento também indica que Dilma lidera agora em segmentos antes redutos de Serra. A petista passou o tucano em São Paulo, no Rio Grande do Sul e no Paraná e entre os eleitores com maior faixa de renda.





Em São Paulo, Estado governado por Serra até abril e por tucanos há 16 anos, Dilma saiu de 34% na semana passada e está com 41% agora. O ex-governador caiu de 41% para 36%.

Na capital paulista, governada por Gilberto Kassab (DEM), aliado de Serra, ela tem 41% e ele, 35%.



No Rio Grande do Sul, a petista saiu de 35% e foi a 43%. Já Serra caiu de 43% para 39% entre os gaúchos.



A margem de erro máxima da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Todas as oscilações nacionais se deram dentro do limite.



Dilma tinha 47% na sondagem do dia 20 e foi a 49%. Serra estava com 30% e agora tem 29% Marina Silva (PV) manteve-se em 9%. Há 4% que dizem votar em branco, nulo ou em nenhum. E 8% estão indecisos. Os demais candidatos não pontuaram.



Se a eleição fosse hoje, Dilma teria 55% dos votos válidos (os que são dados apenas aos candidatos) e venceria no primeiro turno.



Serra se mantém ainda à frente em alguns poucos estratos do eleitorado. Por exemplo, entre os eleitores de Curitiba, capital do Paraná, onde registra 40% contra 31% de sua adversária direta.



'BOLSÕES'



Mas o avanço da petista ocorre também nesses bolsões serristas. No levantamento de 9 a 12 deste mês, Serra liderava entre os curitibanos com 43% contra 24% de Dilma, uma vantagem de 19 pontos. Agora, a diferença caiu para nove pontos.



Quando se observam regiões do país, a candidata do PT lidera em todas, inclusive no Sul. Na semana passada, ela estava tecnicamente empatada com Serra, mas numericamente atrás: tinha 38% contra 40% do tucano.



Agora, a situação se inverteu, com Dilma indo a 43% e o tucano deslizando para 36% entre eleitores sulistas.



SEGUNDO TURNO



Como reflexo de seu desempenho geral, Dilma também ampliou a vantagem num eventual segundo turno. Saiu de 53% na semana passada e está com 55%. Serra oscilou de 39% para 36%. Ampliou-se a distância, que era de 14, para 19 pontos.



Outro dado relevante e que indica um mau sinal para o tucano é a taxa de rejeição. Dilma é rejeitada por 19% dos eleitores, taxa que se mantém estável desde maio.



Já Serra está agora com 29% (eram 27% semana passada) e chega a seu maior percentual neste ano.



Na pesquisa espontânea, quando os eleitores não escolhem os nomes de uma lista de candidatos, Dilma foi a 35% contra 18% de Serra.



No levantamento anterior, os percentuais eram 31% e 17%, respectivamente.



A pesquisa está registrada no TSE sob o número 25.473/2010.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Em resposta.

Texto Publicado em Resposta a Um Troll Psdbista.


Vou perder um pouco do meu precioso tempo com você porque ainda acredito que é possível resgatá-lo do mundo autista em que você está vivendo. Não é preciso esperar que o Bonner e/ou a Fátima Bernardes formulem as perguntas que o doidivanas do Reinaldo Azevedo quer que o presidente Lula responda. Para que a espera não o angustie, eu mesmo responderei. Não foram 4 milhões de empregos gerados no governo Lula. Segundo dados do sitio radar sindical, entre 2003 e 2010, o atual governo gerou 13,9 milhões de empregos formais, leia-se com carteira assinada, marca jamais alcançada em outro governo. Somente no mês de Julho de 2010, foram criadas 181.796 vagas no mercado de trabalho com carteira assinada e 1,7 milhões no total somente no período de crise econômica aguda, a maior da historia da humanidade, superando até o crash da bolsa de 1929. Só o rendimento médio dos trabalhadores formais foi de 2,51 ( INPC ) ao subir de R$ 1.556,15 em dezembro de 2008 para R$ 1.595,22 em dezembro de 2009. Desde de 2003 o salário dos trabalhadores brasileiros apresentou crescimento de 18,25% acima da inflação, com registro de aumento de 19,11% entre as mulheres e de 18,38% entre os homens. Até o fim do ano será rompida a marca dos 15 milhões de empregos formais. ( http://www.radarsindical.com.br/blogdoneto/?p=4392 ).



Sobre o Maior Programa de Distribuição de Renda, os Dados Saltam os Olhos:



_ 31 milhões de brasileiros subindo para a classe média.

_ 24 milhões de brasileiros saíram da linha de pobreza.

_ 12,5 milhões de famílias beneficiadas com o bolsa família.

_ 12 milhões de brasileiros beneficiados com o Luz para todos.

_ 704 mil bolsas universitárias no proune.

_ 214 escolas técnicas até o fim do ano.



Taxas de Juros:



As elevadas taxas de juros de fato são extorsivas e imorais, mas vem do governo anterior. Os juros nominais no governo FHC eram da ordem de 27%. No governo Lula 11%. O governo Dilma será muito mais austéro nesta questão e haverão mudanças significativas na política monetária do Banco Central em torno do binômio câmbio-juros.



A Vida Particular do Filho do Presidente:



Sobre a vida particular do filho do presidente não é questão que diga respeito à curiosidade de terceiros. Ezequiel, profeta bíblico, já dizia que os pais não pagariam pelos erros dos filhos e nem os filhos pelos erros dos pais. Como a discussão gira em torno de comparar gestões do anterior e o atual governo, neste quesito também, contra minha vontade, vou relembrar um fato pitoresco do Governo FHC. Na comemoração dos 500 anos do descobrimento do Brasil o ministro do turismo Rafael Greca, ladeado pelo filho de FHC, Paulo Henrique Cardoso, construiram uma réplica da caravela que aportou no litoral brasileiro à epóca do descobrimento. Foram gastos 18 milhões de reais. O caso é conhecido como o fiasco da feira de Hanover. O filho de FHC responde na justiça federal por desvios de dinheiro público.

O Mensalão:

O mensalão que na verdade nunca existiu, pode ser no máximo classificado como caixa dois, dinheiro proveniente de organizações criminosas nacionais e internacionais com o objetivo de financiar indistintamente campanhas eleitorais de esquerda e de direita, visando obter vantagens nos contratos de licitações irregulares e de obras superfaturadas, teve origem no PSDB mineiro durante a campanha eleitoral de Eduardo Azeredo, ex-governador e atual senador, e foi apresentado a Delúbio Soares tesoureiro do PT de então, por Virgílio Guimarães, parlamentar petista que deu apôio a candidatura de Azeredo à campanha ao governo de Minas. Entre acreditar na afirmação de Azevedo de que Lula sabia e foi conivente, e na afirmação de Lula de que não sabia, prefiro a segunda hipótese, até porque na vida íntima entre marido e mulher que deveriam se conhecer profundamente, quando há traição, o marido corno é o último a saber. Nem mesmo eu sei o que os meus filhos fazem durante as horas que estou ausente e muitos dos mal-feitos que praticam a mãe deles não me conta tudo, vindo eu a tomar conhecimento muito tempo depois. ( http://www.novojornal.com/politica/noticia/aloprados-capturam-a-alianca-pmdb-pt-em-minas-20-08-2010.html ).



A Política Agrária do Governo Lula:



Sobre a questão da política agrária do governo Lula, o presidente age corretamente ao buscar o diálogo com os movimentos sociais na luta histórica pela terra. Há milhões de quilômetros quadrados de terras griladas Brasil à fora, especialmente na região amazônica onde posseiros detentores de grande poder econômico matam, esfolam e ficam na impunidade. Ultimamente, estrangeiros têm comprado ilegalmente inúmeras propriedades para escamotear os reais objetivos ocultos: explorar o subsolo em busca de minérios, surrupiando as riquezas nacionais, como ficou bem estabelecido no relatório da policia federal relativo a operação satiagraha. A imprensa burguesa esconde tais fatos do público em geral. À situação é tão grave que o CNJ cancelou cinco mil títulos de propriedades irregularmente registradas no Pará. Entre os absurdos, encontram-se o registro de uma propriedade que tinha quinze vezes mais a área do municipio no qual está esbelecidada e de uma outra no Oeste do estado que tinha 410 milhões de quilômetros quadrados, a metade da área ocupada pelo Brasil. A reforma agrária é uma luta justa e se os movimentos dos trabalhadores rurais sem terra não pressionar o governo, não terão suas reivindicações atendidas.

( http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2010/08/cnj-combate-grilagem-de-terra-no-para.html ). No governo de FHC foram destinados 11,4 milhões para educação nas áreas de assentamentos. No governo Lula os recursos aumentaram 592%, passando para 67,73 milhões em 2010, o que possibilitou a mais de 353 mil jovens e adultos assentados cursarem a educação básica e frequentarem cursos técnicos profissionalizantes de nível médio e superior. De 2003 a 2009, foram incorporados 46,7 milhões de hectares ao processo de reforma agrária. Isto representa mais do que toda terra incorporada ao longo de todo processo histórico de luta por melhor distribuição da terra no país. O Brasil conta com 8.562 assentamentos, que representa 84,3 milhões de hectares. No governo FHC foram assentadas 540,7 mil famílias. No governo Lula, até o final de 2009 já tinham sido assentadas 574,6 mil famílias. O orçamento do Incra cresceu 306%. Passou de R$ 1,5 bilhões em 2003 para R$ 4,6 bilhões em 2009.



As Alianças do PT e do Governo Lula:



O PSDB foi fundado de uma dissidência histórica do PMDB autêntico, em resultado dos atos de corrupção atribuidos ao ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, que tinha no disque Quércia da corrupção o símbolo daqueles dias de trevas. Mário Covas foi um dos primeiros a sair do PMDB para fundar o PSDB, acompanhado de Serra, FHC, Tasso Jereissati e ourtas lideranças da atual oposição ao governo Lula. Traindo à memória de Covas que deve revirar-se no túmulo onde seus restos mortais descansam, Serra apóia Quércia para uma vaga ao senado pelo Estado de São Paulo, como o faz também Alckmin. É de se perguntar: Serra, você não tem vergonha de subir no palanque da corrupta Yeda Crussius, Joaquim Roriz, o chefão da quadrilha que saqueou os cofres públicos da capital candanga, Marconi Perillo, Eduardo Azeredo, Cícero Lucena, Cássio Cunha Lima, César Maia, et caterva?



Política Externa e Balança Comercial:



Superávit comercial, exportações maiores que importações no governo Lula de 2003 a 2009 US$ 240 bilhões. No governo FHC déficit comercial, importações maiores que exportações, US$ 8,6 bilhões de 1995 a 2002.



Investimentos públicos do Governo Federal no Estado de São Paulo:



Os investimentos do governo federal em qualquer estado depende de parcerias. Serra sempre dificultou qualquer ação do governo Lula no Estado de São Paulo, em função de ser oposição e almejar à presidência da república. Lula sempre manteve um bom relacionamento com prefeitos paulistanos, a maioria do PSDB. Se o mesmo relacionamento não se reproduziu com o Governo do Estado deve-se a ação centralizadora de Serra que não sabe governar em parceria. Milhões de pessoas que se enquadram no perfil do bolsa família deixaram de entrar no programa porque tanto a prefeitura de São Paulo como o Governo do estado não promoveram o cadastramento.



Governo Lula e o Agronegócio:



Neste setor da econômia as exportações cresceram 161% no governo Lula. O volume passou de US$ 24,8 bilhões em 2002 para US$ 64,7 bilhões em 2009. Safra de grãos cresceu 51,8%. Crédito rural teve crescimento de 222% e pesquisa agropecuária recebe 260% mais.



Considerações Finais:



Tudo medido e pesado, não lute contra a realidade meu caro. A popularidade de Lula não é produto de marketing, de uma obra ficcional. Às pessoas percebem que a vida delas mudou. Comem, dormem, vestem melhor. Não querem trocar o governo do desenvolvimento, pelo da roda presa, do atraso, da corrupção desenfreada, do engesamento da policia federal, da procuradoria geral da união. Não querem a entrega do patrimônio público aos financistas internacionais, o atrelamento automático ao império do Norte. O Brasil da estagnação ficou no passado. De agora em diante, teremos uma nova era de prosperidade, de inclusão social. Serão oito anos de Dilma, mais oito de Lula e, novamente, oito de Dilma até enterrarmos este partido do Diabo chamado PSDB.

Ainda Sobre A Lei da Ficha Limpa.

Não sou afeito ao discurso da ética, porque quando se fala de ética fico me perguntando se é a minha ou à ética do meu interlocutor. Cada qual tem uma e sempre superior a dos outros. Já vi nos meus parcos anos de vida fortalezas morais ruirem e atingirem o ápice da degenerescência. Não importa o segmento social escolhido, há bons e maus indivíduos. Todos envoltos em circunstâncias que revelarão cedo ou tarde a essência de seu caráter. À guisa de exemplos, nos anos oitenta, um exímio pregador norte-americano, influênciou toda uma geração de televangelistas, arrebatando uma legião de admiradores, chegando a lotar inúmeros estádios, inclusive os maiores do Brasil, alcançando índices extraordinários de audiência. No auge de seu ministério, caiu em adultério por duas vezes vindo a perder espaço na mídia do mundo inteiro. Em oitenta e oito foi visto com prostitutas num motel do Texas. Mais um vítima do discurso moralista que defendia. Ao infringir à ética religiosa que abraçava, caiu no desprezo dos seus pares. Não deveria ter gerado expectativas inalcançáveis para e si e para os outros. Bastava tão somente perseguir à ética cristã como fim a ser alcançado e não impô-la, quando não a tinha. Tivemos um presidente que baseou toda campanha que disputou brandindo suas energias contra a corrupção e os chamados marajás do serviço público, contando com enorme apôio midiático. Saiu pelas portas dos fundos da história, cassado pelo congresso nacional justamente por não praticar o que tanto defendeu. São muitos os exemplos nessa linha. Os aqui colocados servem tão somente para demonstrar que o importante não é apenas a ética do indivíduo, mas das instituições que o fiscaliza, sobretudo se estiver investido de um mandato parlamentar. Qualquer um do povo, com a visão de ética que possui, diria ser contra a compra ou troca de votos por algum tipo de benesse. No entanto, a sutileza dessa mesma ética permitiria votar em alguém pelo simples fato de manter relação de amizade ou grau de parentesco com o candidato, abraçando uma forma de corrupção não menos execrável. Não raro, o comportamento humano é baseado nessa diretriz. Estamos propensos a ceder aos apêlos daqueles que estimamos. Um dos assuntos mais comentados nestas eleições, é a lei da ficha limpa. Nada mais do que um paliativo que combate os efeitos, mas não elimina as causas. Os políticos de agora que têm ficha suja, anteriormente tinha a ficha limpa. Alguns dos fichas limpas hoje, depois de exercerem o mandato, terão ficha suja. É o sistema que financia as campanhas que os tornarão assim. A trôco de que um candidato investe centenas de milhares de real, ou permite que terceiros invistam em suas candidaturas enormes quantias, se somando todo o salário a perceber no decurso do mandato, não será suficiente para cobrir os custos despreendidos na campanha? Altruísmo? Desapêgo? Gastam porque a atividade política é fonte de rendimentos que possibilitam recuperar o que foi investido. Se outros investiram, o parlamentar eleito em tal situação terá um mandato comprometido, refém do lobby de poderosos interesses, amiúde, em detrimento dos anseios da população. Claro que toda regra tem suas excessões. Raríssimas, mas as tem. Além da lei da ficha limpa, a sociedade deveria lutar pelo fim das famigeradas emendas parlamentares, fonte maior de corrupção e de difícil fiscalização por parte dos tribunais de contas. Se for uma emenda individual o parlamentar pode emplacar até dois milhões e quinhentos mil reais distribuidos por até vinte emendas-ano no orçamento geral da União. Se a emenda for coletiva, não há valor quantificado. Geralmente tais emendas são destinadas para inúmeras obras de pequeno porte espalhadas Brasil afora, em parceria com municípios, tornando a fiscalização praticamente inviável, dado o número de emendas parlamentares e de congressistas, quinhentos e trezes deputados e oitenta e um senadores! Deveria também, a sociedade, lutar para que tivéssemos um orçamento impositivo, com uma pequena margem de manobras, especificadas em lei, de modo a não engessar a administração pública federal, nos casos de emergências imprevistas, tais como calamidades e outras que permitiria o governo remanejar recursos de uma área para outra. Nos demais casos, não. O que for aprovado no orçamento para aquele ano específico, teria de ser cumprido, sob pena de crime de responsabilidade. Assim, nem o governo reteria recursos ao seu bel-prazer, deixando de utilizar o que foi empenhado no orçamento, nem os parlamentares usariam as emendas como moeda de troca para assegurar maioria nas votações de interesse do executivo, como fazem no atual sistema, só dando quórum depois do governo garantir a liberação de tais emendas. Outrossim, os sigilos fiscal e bancário de quem exerce cargos públicos deveriam está à disposição dos órgãos fiscalizadores, para eventual exame, sempre que julgar necessário, sem ter que recorrer a medidas judiciais protelatórias, preservando o sigilo da investigação, para evitar o sensacionalismo midiático, tão comum nos dias que correm. Um outro tipo de financiamento de campanha deveria também ser instituido, de preferência o financiamento público que eliminaria o caixa-dois, ( receitas provenientes de diversas fontes, a maioria das quais ilicitas que não podem ser contabilizadas por meios legais. Grupos criminosos nacionais e internacionais passaram a investir fortemente neste esquema. Até empresas regularmente legalizadas, como construtoras, transportadoras e outras passaram a participar desse esquema espúrio, uma vez que a contrapartida é infinitamente maior e vem em forma de contratos de licitações irregulares, obras superfaturadas e tolerância diante de práticas criminosas, com participação de deputados, senadores, governadores, ministros, secretários, vereadores, prefeitos, magistrados e servidores públicos, como atestam inúmeras operações da polícia federal ). O financiamento público reduziria os custos das campanhas milonárias e colocariam os candidatos em condições de igualdade na disputa eleitoral. Obviamente que não interessa a nossos parlamentares que tais medidas sejam implantadas. Seria como matar a galinha dos ovos de ouro. No dia que tivermos uma reforma política pra valer, aí sim pode ser que a lisura do pleito não venha a ser questionada nos tribunais. Enquanto não, a única mudança que a nossa classe política quer é aquela que deixe as coisas exatamente como estão. Então ao escolher o candidato, informe-se não só sobre a questão da ficha limpa dele, mas quem financia e como sua campanha.

"Aloprados" Capturam Aliança PT/PMDB Em Minas.

Do Novo Jornal.




Desde 1994, no segundo turno da campanha do candidato Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas, uma enorme ala do PT apoiou o candidato tucano, mais tarde o grupo que introduziu no partido diversas práticas pouco ortodoxas, denominadas de Caixa Dois e Mensalão, eram os famosos “ Petistas de resultados”.



Inclusive foi um membro deste grupo, deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), que apresentou o conhecido Marcos Valério ao PT. O que aconteceu após com um partido conhecido e respeitado por sua ética, transformou-se em história recente. Todos sabem.



Com a vitória em 1994 de Azeredo sobre Hélio Costa, ouve a primeira captura do Estado por este grupo. Privatizações imorais e práticas administrativa e contábeis lesivas ao erário público foram executadas impunemente. O pior, as apurações das irregularidades ocorridas em governos anteriores foram varridas para debaixo do tapete.



Deste esquema nascia um maior ainda, capaz de eleger Lula em 2002. Figuras conhecidas como os “bruxos” da comunicação passaram a ser disputados a peso de ouro pelos diversos candidatos.



Florescia a indústria de candidaturas desassociadas de um projeto político. Os candidatos transformaram-se em produtos, como Coca Cola e Bom Bril. Capitaneadas pelo mais cortejado guru, Duda Mendonça, as campanhas passaram a custar verdadeiras fortunas. Algo bem superior da possibilidade de arrecadação lícita.



Para cumprir este papel, a figura do “caixa de campanha” foi criada. As receitas vinham de diversas fontes. Na maioria ilícita, que não poderiam ser descritas ou relacionadas em lista pública, denominada popularmente de Caixa Dois.



Grupos criminosos nacionais e internacionais passaram a apostar suas fixas neste esquema. Até mesmo empresas lícitas, como construtoras transportadoras e outras, passaram a participar do mercado ilícito, pois a “contra partida” era gigantescamente maior. Os investidores ganhavam em troca licitações irregulares, obras superfaturadas e tolerância diante de práticas criminosas, etc.



Porém, após a arrecadação, era necessário lavar o dinheiro arrecadado. Desta forma, tinham que recorrer a “empresas” que tinham outros clientes. Dentre eles, o narcotráfico contrabando, sonegadores, financiadores de guerrilhas, comércio de armas e munições e empresas de jogos ilícitos, enfim, o esquema ilícito político acabou misturando-se com outras atividades igualmente ilícitas.



As regras introduzidas eram rígidas, basta citar o exemplo do prefeito de Santo André.



O Novojornal teve acesso à gravação da reunião do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT-SP), ocorrida em Belo Horizonte.





Batizado de "Café com Dirceu", o encontro partidário foi fechado a sete chaves e não estava previsto na agenda pública de campanha do candidato da coligação "Todos juntos por Minas", senador Hélio Costa (PMDB).



José Dirceu chegou acompanhado pelo presidente do PT-MG, Reginaldo Lopes, a um hotel de luxo na capital, onde participava de um encontro com prefeitos, deputados, candidatos e lideranças do PT e PMDB.



Perguntado qual papel vai assumir na campanha para o governo de Minas Gerais, respondeu: "Não vou participar da campanha", disse inicialmente.



"Estou fazendo uma atividade política partidária. Vamos discutir a situação eleitoral, o momento político que estamos vivendo e os desdobramentos disso. Desde fevereiro do ano passado que eu viajo pelo Brasil ajudando a mobilizar o PT", completou na mesma reposta.



Entretanto, a verdade é outra. Representando os “Aloprados”, José Dirceu ouviu a promessa de participação de seu grupo no possível governo de Hélio Costa (PMDB).



Presidência e diretorias das estatais Copasa Cemig e Codemig foram negociadas. Até mesmo a pendência do PT com o Banco Rural e BMG foram tratadas.



A impressão que se tem é que este grupo capturou o governo. Principais lideranças do partido foram convocadas a arrecadar dinheiro para a campanha nacional.

Sobre o Primeiro Encontro de Blogueiros Progressistas.

Sobre o I Encontro de Blogueiros Progressistas

Por Luiz Carlos Azenha



A Conceição Oliveira, do Maria Frô, definiu bem: os blogueiros mais velhos devem ensinar aos mais novos como fazer política; e os mais novos devem ensinar tecnologia aos mais velhos. Foi a respeito de um momento que considero simbólico no debate final do Encontro Nacional de Blogueiros, quando aqueles que queriam incluir a palavra “mídia colaborativa” na carta foram derrotados pela grande maioria. Perderam duas vezes, por não terem conseguido explicar o que queriam dizer com isso. Talvez não tenham tido tempo de fazê-lo. Vou tentar explicar esse distanciamento entre as gerações, que ficou evidente.



Quando leio os portais da grande mídia e mesmo quando leio a Carta Maior, a Caros Amigos e a CartaCapital na internet (as três com conteúdo editorial excelente), percebo que todos estão ainda na internet do século 20. Na internet 1.0. Na internet verticalizada, em que os editores decidem e os leitores lêem. Sim, há caixas de comentários. E há espaço para os leitores se manifestarem, enviando fotos e informações, em alguns portais. Mas esses espaços ainda refletem, acima de tudo, a transposição da lógica da velha mídia para o espaço virtual. O leitor está ali, mas ainda é tratado como se fosse hierarquicamente inferior aos jornalistas, aos editores e aos especialistas.



Para não cometer uma injustiça, noto o excelente blog do Emir, do professor Emir Sader, que foi ao encontro dos blogueiros; e as mudanças que Celso Marcondes fez, melhorando muito o site da CartaCapital.







Noto, também, que a lógica da velha mídia é reproduzida por muitos blogueiros. Aliás, ela fazia sentido quando a internet começou a se transformar em um espaço para furar o bloqueio dos barões da mídia. Muitos blogueiros se tornaram, eles próprios, micro-barões da mídia, com poder de veto sobre os comentários e a condução da linha editorial do espaço. Fazia sentido, quando não existiam ainda as ferramentas da internet 2.0, da chamada mídia colaborativa ou horizontalizada.



Quais são essas ferramentas? O twitter e o formspring, os microblogs que permitem a você trocar informações com outros internautas; as redes sociais como o facebook e o orkut, em que você se integra a uma comunidade de internautas; e ferramentas como o twitpic, a twitcam e o ustream, que permitem a você enviar e receber imagens de internautas e transmitir vídeo ao vivo enquanto interage com os leitores. Há dezenas de outras, essas são apenas as mais conhecidas.



O que significam essas ferramentas? Basicamente, interação.



Qual a consequência do uso delas por um blogueiro, seja jornalista ou não? Fica implícito que ele desce do pedestal, se iguala aos leitores, passa a ser apenas o coordenador do espaço, que na verdade é tocado pelos interesses dos leitores e comentaristas.



A longo prazo, seria o fim do jornalismo industrial. Seria, não, será. Talvez eu não viva para testemunhar isso, mas o papel tradicional da mídia, assim chamada por pretender fazer a mediação entre os diversos atores sociais, receberá um estaca no coração cravada pela “mídia colaborativa”.



As razões para isso residem no fato de que há uma infinidade de leitores muito mais qualificados do que eu ou qualquer blogueiro para escrever sobre engenharia, medicina e informática. Para fazer humor ou opinar sobre política. Para tratar de questões éticas ou legais. E essas pessoas começam a participar da blogosfera, criando seus próprios espaços ou comentando nos já existentes.



Como demonstrei no Encontro Nacional de Blogueiros, onde apresentei a minha “mala de ferramentas” (câmeras, gravadores, cabos de conexão etc.), quando quero carrego comigo uma emissora de rádio, de TV e um jornal. Quanto Assis Chateaubriand gastou para formar seu império? E o Roberto Marinho? Guardadas as devidas proporções, as novas tecnologias de informação permitem a um blogueiro ter seu mini-império informativo com um investimento total de menos de 5 mil reais.



Qual é a diferença essencial entre ele, blogueiro, e o jornalista que trabalha em uma corporação? A liberdade para falar e escrever o que quiser, desde que se submeta de maneira elegante à chuva de críticas de seus próprios leitores, quando for o caso. Sim, porque os leitores deixam de ser apenas receptores de informação. Eles opinam, criticam, acrescentam e anunciam na caixa de comentários. Funcionam como abelhas em um processo de polinização. Trazem sugestões de textos, insights e informações que muitas vezes se transformam em posts, ou seja, os leitores se tornam co-responsáveis pelo espaço.



É justamente por isso que, como notou o Rodrigo Vianna, do Escrevinhador, talvez o foco do Segundo Encontro Nacional de Blogueiros deva ser na troca de informações entre os blogueiros sobre essas novas tecnologias. Fizemos alguns painéis que tiraram o fôlego do público, tantas eram as novidades sobre as quais falamos.



Já antevejo o passo seguinte: esses blogueiros, futuramente, poderão ser os professores dessas tecnologias em seus bairros, em escolas técnicas ou junto aos movimentos sociais.



Essas tecnologias, obviamente, são politicamente neutras, mas devem ser apropriadas para que um número cada vez maior de brasileiros possa produzir conteúdo informativo e participar direta e ativamente do trabalho de aprofundamento de nossa nascente democracia.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Onda Dilma Vem de Longe.

Do blog de Jose Roberto de Toledo



“A propaganda eleitoral começou na TV e fez Dilma Rousseff (PT) disparar nas pesquisas”. Nada mais factual, simples e equivocado. Em eleições, como em todo o resto, não há causa única para consequências avassaladoras.



A entrada da TV no processo eleitoral é a gota d’água que transborda o copo, o grão de areia que provoca uma avalanche, o último tapinha no fundo da garrafa que faz esparramar o catchup. Não houvessem as condições necessárias, um estado crítico, não haveria a onda Dilma.



É um equívoco comum: as tensões acumuladas ao longo de meses, anos, se liberam de uma só vez e debita-se ao último fato de uma cadeia de eventos a responsabilidade pelo ocorrido.



Equivale a culpar o motorista do arquiduque Franz Ferdinand pela morte de 10 milhões de pessoas na Primeira Guerra Mundial, só porque ele errou o caminho e colocou inadvertidamente o nobre austro-húngaro frente a frente com seu assassino.



O crescimento de qualquer candidato é uma onda que se move por muito tempo antes de quebrar, de repente, na urna. Alguns não passam de marola, outros viram tsunami.



Dilma não estaria em condições de vencer no primeiro turno, não houvesse o presidente propagandeado seu nome por meses a fio, ao arrepio da lei eleitoral.



Nem Lula poderia se arvorar a “entregar meu povo em tuas mãos” não houvesse incluído dezenas de milhões no maravilhoso mundo do consumo. Tampouco isso teria ocorrido sem o Plano Real. A história faz diferença.



Assim, não se pode creditar o crescimento de Dilma apenas ao horário eleitoral. Segundo o Datafolha, só 1 em cada 3 eleitores viu os primeiros programas dos presidenciáveis. A onda vem de longe.



Antes de ultrapassar José Serra (PSDB) nas intenções de voto, a petista superou-o no favoritismo popular, ainda nos primeiros dias de junho. Desde então, a cada nova pesquisa, mais eleitores apostam que ela será eleita. Com “delay”, o favoritismo foi virando intenção de voto. Era a onda ganhando corpo.



Ela se propagou do Norte para o Sul, desde as regiões onde os aumentos de renda e do consumo foram mais fortes. Esse movimento contradiz o mito de que “formadores de opinião verticais”, os mais ricos e escolarizados, impõem as tendências de voto de cima para baixo.



Foi a soma de eventos recentes e, principalmente, a sua repercussão que propiciou o último salto de Dilma nas pesquisas. A eleição virou assunto e se propagou de boca em boca. Mais eleitores, principalmente os mais pobres, descobriram que a petista é a candidata de Lula.



Não foram poucos nem desprezíveis os eventos que antecederam o início do horário eleitoral. As entrevistas dos candidatos a presidente no “Jornal Nacional” da TV Globo foram vistas por até 36 milhões de eleitores, segundo pesquisa Ibope.



O debate entre os presidenciáveis na Band alcançou pelo menos 18 milhões de eleitores. O debate no UOL, via internet, recebeu 1,8 milhão de acessos e esse número continua crescendo, porque os eleitores seguem querendo ver os trechos mais ácidos da disputa.



“É menos a audiência (do debate ou da entrevista) e mais a repercussão, o boca-a-boca”, afirma Marcia Cavallari, diretora-executiva do Ibope Inteligência.



Com 28 anos de experiência em pesquisas eleitorais, ela explica que o efeito das entrevistas e debates é potencializado pelos “formadores de opinião horizontal”, as pessoas mais influentes da família e da vizinhança, que iniciam conversas com base nesses eventos.



Embora as relações interpessoais ainda sejam uma das principais fontes de influência do voto, as novas tecnologias desempenham um papel cada vez mais importante nas eleições. Especialmente quando interagem com os meios de comunicação tradicionais.



A entrevista de Marina Silva (PV) ao “JN” quase triplicou o número de pesquisas por seu nome no Google. O número de citações aos candidatos nas redes sociais como Twitter e Facebook é multiplicado quando há debates na TV. Trecho da propaganda de Serra vira hit no YouTube. Um meio potencializa o outro.



Quando a eleição vira assunto do dia-a-dia, o acesso às informações sobre a campanha é praticamente simultâneo a todo o eleitorado, seja nas capitais, seja no Brasil profundo. Isso pode tanto reforçar tendências quanto provocar alterações bruscas, a partir de um fato inesperado, um “aloprado”. Também por isso não se pode dar a eleição por decidida.

' O Disk Font ' da Velha Mídia.

Extraido do blog do Luís nassif.


Tempos atrás, o Leonardo Sakamoto (Blog do Sakamoto, no UOL), publicou uma lista com as figurinhas carimbadas dos jornalões paulistas e o jogo do "pode deixar que eu falo o que você quer ouvir".



Do Blog do Sakamoto



Disk Fonte: o jornalismo papagaio de repetição - parte 2



Dada o sucesso do "Disk Fonte", este blog traz o Disk Fonte: o jornalismo papagaio de repetição – Parte 2 (a Missão), com sugestões colhidas em redações e entre os leitores deste blog.



São personagens com opiniões mais que conhecidas sobre determinadas temas, mas sistematicamente procurados por alguns veículos porque dizem exatamente aquilo que esses veículos querem ouvir. Esse joguinho viciado exige duas cenas de fingimento por parte dos veículos. A primeira é que o jornalista busca uma opinião independente, isenta. Falso. Nesses casos, muitas vezes os repórteres selecionam suas fontes já sabendo exatamente o que as fontes irão dizer. Citam só para dar um aspecto de isenção na "reportagem". Na realidade, estão é dando uma opinião. Só que de forma terceirizada.



O segundo fingimento é não ver que uma parcela cada vez maior de leitores já percebeu como funciona esse joguinho viciado.



Aos nomes:



Contas Públicas? Disk Raul Velloso

(o economista critica os gastos. Qualquer gasto)



Telecom? Disk Ethevaldo Siqueira

(é o jornalista que mais conhece o fascinante mundo da telefonia privatizada, mas, ao citá-lo, só não diga que ele dá consultoria para empresas da área)



Previdência? Disk Fabio Giambiaggi

(aproveite e fale um pouco da perseguição que ele sofreu no "aparelhado" Ipea...)



Reformas estruturantes? Disk Scheinkman

(José Alexandre Scheinkman é o maior especialista nas "lições de casa" que o Brasil precisa fazer. É o nosso maior Chicago Boy)



PT-RS? Disk Rosenfield

(o filósofo Denis Rosenfield, da UFRGS, domina esse nicho há mais de uma década)



MST? Reforma Agrária? Disk Jungmann

(o deputado e ex-ministro Raul Jungmann só abandona sua cruzada quando o assunto é Daniel Dantas)



Educação? Disk Claudio Moura e Castro

(sabe tudo de ensino privado)



Bolsa Família? Disk Frei Betto

(você conhece alguém mais que esteve lá dentro e fala mal do programa?)



ABAIXO, AS FONTES DO POST ANTERIOR PARA QUEM NÃO VIU:



Questões trabalhistas? Disk Pastore

(O sociólogo José Pastore, mas sem dizer que ele dá consultoria para a Confederação Nacional da Indústria e a empresários que têm interesse direto no assunto)



Constitucionalismos? Disk Ives Gandra

(O respeitável jurista do Opus Dei não vacila jamais)



Ética? Disk Romano

(O professor de filósofia Roberto Romano)



Questões sindicais? Disk Leôncio

(O cientista político Leôncio Martins Rodrigues)



Ética na política? Disk Gabeira

(O deputado federal Fernando Gabeira, que viaja bastante de avião...)



Ética dos juros? Disk Eduardo Giannetti

(O professor do Ibmec é quase um gênio)



Pau no governo Lula? Disk Marco Antônio Villa

(Historiador. Tiro e queda. Mais pau no governo Lula? Disk Lúcia Hippólito – com a vantagem de ser uma das meninas do Jô)



Relações internacionais? Disk Rubens Barbosa

(Ex-embaixador. Precisa diversificar? Disk Celso Lafer, o ex-chanceler)



Mercado financeiro? Disk Arminio Fraga, o ex-BC

(Não rolou? Disk Gustavo Loyola? Ocupado? Ah, então vamos no Disk Maílson mesmo)



Mercado financeiro mundial? Disk Paulo Leme

(O cara está em Wall Street, pô, sabe tudo...)



Segurança pública? Disk Zé Vicente

(Ele é durão, estava lá dentro, mas fala como sociólogo. E com a vantagem de não ficar falando em direitos humanos para qualquer "resistência seguida de morte". É o coronel esclarecido...)



Partidos? PT especificamente? Disk Bolívar

(O cientista político Bolívar Lamounier, mas, por favor, não diga que ele é filiado ao PSDB)



Geografia? História? Demografia? Sociologia? Socialismo? Política? Geopolítica? Raça? Relações internacionais? Coréia? Pré-sal? Cotas? Mensalão? América Latina? MST? Pugilistas cubanos? Liberdade de imprensa? Farc? Tarso Genro? Disk Demétrio Magnoli

(Se te ocorrer algum outro assunto, ligue para ele também)

domingo, 22 de agosto de 2010

Wikileaks

Julian Assange foi notícia no mundo inteiro. O motivo? ter vazado em seu site wikileaks dados sigilosos sobre a guerra no afeganistão. O verdadeiro objetivo do site é vazar tudo que esteja protegido pelo segredo em uma visão do indivíduo contra sociedades de controle que se esforçam para perpetuar o sistema em volto em segredos. O governo de Obama minimizou o fato dando a entender que o que foi divulgado era do conhecimento dos altos escalões e somente veio reforçar a idéia de que é preciso mais homens e recursos para o pleno sucesso da guerra que se trava contra o terror. Um fato revelador, porém, oculto pela mídia nativa, é que algumas das informações contidas nos documentos divulgados têm a ver com poderosos grupos midiáticos cooptados por agências dos serviços secretos americanos que seriam pagos para produzirem uma enxurrada de informações favoráveis ao império, como ocorreu na Venezuela onde jornalistas participaram ativamente do golpe que tirou Chaves temporariamente da presidência. Aqui sabe-se que a mídia nativa vê a política externa brasileira como uma ameaça e faz oposição renhida defendendo o atrelamento automático do Brasil com os E.U.A e não perde a oportunidade de criticar duramente as relações brasileiras com políticos progressistas do continente, leiam-se Chaves, Morales,Rafael Corrêa, Lugo. Foi assim desde o primeiro dia do governo Lula. As teses do Império são encampadas e defendidas em clara afronta aos interesses nacionais. Até hoje esta estória do governo Lula está associado as FARCS é recorrente de um modo especifico durante períodos de eleição. É do conhecimento geral que os principais meios de comunicação fazem oposição aberta ao governo Lula. A julgar pela enorme popularidade do presidente é de se imaginar que para cada ataque desferido injustamente contra o presidente, há uma consequência na outra ponta que se traduz na perda de leitores, credibilidade e patrocínio. Portanto, não é irrealístico supor que assim como acontece em outros paises da América do Sul, pode está acontecendo de agências de inteligência norte americanas financiarem grupos de mídias conservadoras em compensação a perda de faturamento por causa das campanhas insidiosas que patrocinam contra o governo Lula. Há plausibilidade nessa argumentação. Nenhum veículo de informação no Brasil que compõe a grande mídia se levantou contra a guerra no Iraque. Pelo contrário, deu completo apoio como fez também em relação ao Afeganistão. Quando o assunto é o Irã ou a Coréia há uma torcida disfarçada alimentada pelo desejos de que os E.U.A invadam estes países e de roldão elimine também com Chaves. Coincidentemente, sempre apoiaram o governo assassino de Uribe, aliado carnal dos E.U.A na américa do sul, apesar de saberem da existência dos paramilitares, grupos de bandidos armados responsáveis pelas mortes dos chamados "falsos positivos", indivíduos inocentes mortos para aumentar os salários dessas milícias e apresentados à sociedeade colombiana como terroristas. O Império está de olho no recém adquirido protagonismo do Brasil e tem muitas preocupações com os passos dados no governo Lula, sobretudo na questão energética que envolvem diretamente os poços do pré-sal. O petróleo é um bem escasso e os E.U.A estão com suas reservas praticamente esgotadas. É na imprensa brasileira que encontram os meios para desestabilizar a gestão do presidente Lula. Até agora foi um furo n'água. Não vão entregar mais quatro anos de mão beijada sem antes fazer grande estardalhaço. Um eventual governo Dilma seria mais suceptível de encontrar em determinados segmentos da sociedade os motivos necessários que justificassem uma situação de golpe. A eleição dos paises periféricos escondem um projeto de governo maior que está acima de candidaturas e diz respeito ao capital financeiro internacional, sendo os candidatos instrumentos da realização dessa agenda. Uns vão com mais sede ao pote e dão aos rentistas mais do que pedem, como ocorreu no governo de FHC. Outros relutam e entregam o correspondente com a condição de também dá aos que nada têm o mínimo do que é exigido. Foi o que aconteceu na gestão Lula. Há uma agenda em que nela se inserem todos os poderes da república: executivo, legislativo e judiciário com forte apôio da imprensa que a qualquer momento poderá servir de meio para desestabilizar qualquer governo democraticamente eleito, como ocorreu em Honduras do presidente deposto Manuel Zelaya. Nada impede de que o mesmo ocorra aqui ou alhures.

A Oposição Deveria Revelar-se.

Não é só a corrupção que desmotiva o eleitor e ajuda a criar um clima de descrença generalizada na classe política. Demonstrar ser uma coisa quando é outra também. O que tem se reproduzido de incoerência e desfaçatez de algumas lideranças da oposição, diz na exata medida sobre o péssimo caráter de tais indivíduos, que desavergonhadamente ocultam da população o lado que apóiam, em alguns casos chegando a utilizar oportunisticamente a imagem do presidente da república, presidente tantas vezes chamado, durante muito tempo de chefe de quadrilha. Para eles não basta deixar Serra à própria sorte, escondendo a foto do candidato do PSDB de seus materiais de campanha. Estão indo muito além. Nos quase oito anos de governo Lula, o Dem e o PSDB estiveram na linha de frente fazendo oposição acirrada, sempre no sentido de desmerecer qualquer iniciativa que viesse a somar em benefício da população. Não faziam questão de esconderem a cara. O presidente foi vítima das mais inomináveis ofensas e chegou a ser ameaçado, através do sistema de comunicação do senado, pelo senador Arthur Vírgilio, de levar uma surra. Vejam como era raivosa a oposição ao governo Lula. Dada a imensa popularidade do presidente no estado do Amazonas, onde chega a roçar a casa dos oitenta por cento, O mesmo Arthur Virgílio que prometera literalmente bater no presidente Lula, não só esconde da população amazonense que apóia Serra, como cortou a letra "H" de seu nome, fazendo-o também com o sobrenome "Virgílio", para menosprezo e desonra da saudosa memória do pai que deve está se revirando no túmulo. Artur, sem a letra h no nome, é assim que prefere ser chamado, diz na propaganda eleitoral gratuita que é um candidato independente. Outro igualmente viperino nas críticas ao governo Lula, era o senador Tasso Jereissati que, em muitas ocasiões diferentes chegou a taxar o bolsa família de bolsa esmola, nos vários pronunciamentos que fez pela tv senado, agora miraculosamente oculta o candidato Serra da campanha eleitoral no rádio e televisão, haja vista que a presença pesada da figura desgastada de Serra, diminui votos ao invés de acrescentar. Tasso faz um obsequioso silêncio contra seu inimigo figadal, o presidente Luis Inácio Lula da Silva. De todos, o opositor mais ácido do governo Lula, sem dúvidas foi o senador José Agripino Maia que tinha no discurso Udenista da ética a diretriz que norteou todo mandato contra o governo federal. Não importava o projeto que viesse da presidência, por princípio Agripino considerava ruim e votava contra. À semelhança de Tasso e Virgílio, Agripino finge desconhecer o candidato que apóia e o esconde do povo potiguar porque tem consciência do carinho que os Norte-RioGrandense nutre pelo presidente Lula. Anastásia, o candidato do PSDB, nas Minas Gerais, pouco esforço dedica à campanha de Serra em seu Estado e tenta descolar sua imagem da do candidato de seu partido à presidência. Nada disso surpreende porque o próprio Serra, em flagrante desrespeito ao seu eleitor, pirateou a imagem do presidente Lula e a exibiu no horário eleitoral gratuito de sua campanha. Quem vota em Serra o faz porque não concorda com o governo Lula. Assim sendo, o mínimo que Serra deveria fazer era respeitar a posição política de seu eleitorado e não usar a imagem do presidente Lula em seu horário eleitoral, na vã tentativa de iludir o eleitor de que Lula o apóia. O poder pelo poder é nocivo ao ser humano e essa busca desesperada é raiz de toda sorte de coisa prejudicial. A dignidade deve está acima do interesse de consquistar o poder. Nossa classe política devia envergonhar-se de porta-se tão indecorosamente com o eleitor e o povo de modo geral. Os apoiadores de Serra deviam vir aos holofotes para mostrarem como sempre foram: oposição ao governo Lula e sua candidata. É o mínimo que a decência exige.

Reflexões Sobre a Lei dos Fichas Limpas.

Cedo em minha vida aprendi, por experiência própria, que é tênue a linha divisória entre a honestidade e a delinquência. O que separa uma da outra é a escolha que fazemos. Nem sempre, porém, nossas escolhas dependem unicamente de nós. Uma conjunção de fatôres influenciam-nos de um modo que a escolha feita pode não refletir o que os outros esperam de nós. O ambiente familiar, social, profissional, exerce um grande poder de resolutividade sobre o indivíduo e dirá muito do que cada um se tornará como pessoa. No final, as decisões que tomamos são de nossa inteira responsabilidade e para cada escolha que fazemos, haverá consequências para o bem ou para o mal. É da natureza humana decaída seguir o caminho mais fácil, exercitar a lei do menor esforço, buscar vantagens na boa-fé daqueles que nos depositam sua confiança. Negar o acima é ir de encontro a essencia do cristianismo que declara ser o homem imperfeito, portanto passivo de redenção que só pode ser encontrada em Cristo. Como vivemos em um plano terreno e há indivíduos que estão muito além das regras elementares de sociabilidade, frequentemente ultrapassando os limites impostos pela convenções, instituiu-se o contrato social que rege igualmente sobre todos um conjunto de regras, de um regime político ou de um governante. O império da lei regulando a sociedade. Se fossêmos todos perfeitos nada disso seria necessário. Como não somos, tornou-se comum especialmente em nosso país criar leis para tudo. São tantas leis ineficazes, criadas pelos legislativos, na maioria das vezes para aplacar o furor da sociedade, que só servem para desmoralizar o judiciário e tornar motivo de chacota na boca da populaça que se habituou a repetir o dito: há leis que pegam e leis que não pegam. Não há um exemplo maior do que a legislação que rege o sistema eleitoral brasileiro. Todo ano, há regras novas que normatizam as eleições. O que era permitido na eleição passada, agora é proibido. Não conseguimos consolidar nosso sistema eleitoral e firmar jurisprudência consistente que perdure ao longo do tempo. Na verdade não há excrecência maior do que termos uma côrte Superior de Justiça Eleitoral. Algo totalmente dispensável, que poderia ser suprido pelo próprio STF, economizando recursos humanos e financeiros. Foi noticiado pelo jornal Folha de São Paulo que um partido político entrou com representação no TSE contra outro, porque o segundo tinha em seu comitê político central em Brasilia um enorme painel estampando a foto de sua presidenciável, infringindo a lei eleitoral que determina, pasmem, minunciosamente, as dimensões permitidas para o uso da foto da candidata nesse tipo de mídia. Como a representação se baseava em fotos, a ministra relatora determinou que um técnico do TSE fosse até o local com uma fita métrica verificar se o painel atendia as especificações da lei eleitoral. Pode haver algo mais surreal do que presenciar um técnico de um tribunal da importância que o TSE tem no sistema político brasileiro, em frente ao comitê de uma candidata comandando uma turma de operários com a determinação de fazê-los medir um painel com o fito de dar cumprimento a legislação que reza não ser permitido que tal painel ultrapasse o limite de quatro metros quadrados, sob pena de ser enquadrado na categoria de outdoor, instrumento de propaganda não permitido nas atuais eleições, caso esteja além das medidas estabelecidas? E se o painel tivesse quatro metros quadrados e dez centimetros, também infrigiria a legislação, por conseguinte deveria ser retirado. É com esse tipo de picuinha que estão a provocar a justiça. Quando temos a justiça eleitoral preocupada em interpretar uma legislação esdrúxula que se concentra no trivial, no comezinho e fecha os olhos para o que realmente interessa, cuidar que a campanha se restrinja a dispusta entre os candidatos , não podemos esperar outra coisa a não ser que atuação do TSE caia no ridículo de consumir tempo se debruçando sobre questões de somenos importância que não influirá em nada na decisão pessoal do eleitor. Me vem à mente as palavras do grande mestre que disse, guias cegos que coais o mosquito e engolís o camelo. E a tal de lei dos fichas limpas? Não há monstrengo jurídico igual em nosso ordenamento. Totalmente inconstitucional. Nega a presunção de inocência, retroage para prejudicar, contrariando a norma que expressa que a lei só pode retroagir em benefício do réu, cerceia o direito ao contraditório, a ampla defesa e exclui o candidato do processo eleitoral antes de sentença transitada em julgado. Mas a lei foi criada por causa dos varões de plutarcos que sedimentaram um clima de descrença generalizada na classe política, fomentada pelos meios de comunicação que incutiu na mente do cidadão mediano que somos um país extremamente corrupto, perpassando a firme atuação da polícia federal que realizou inúmeras operações no combate diuturno aos crimes contra o patrimônio público. Pode o TSE fazer algo diferente? Não! O tribunal tem de interpretar a lei, lei criada pelos nossos parlamentares. Até o STF se pronunciar sobre sua constitucionalidade, assisteremos perplexo a desmoralização da justiça perante a opinião pública. Desmoralização porque os tribunais eleitorais interpretam a lei pela imposição de seu múnus, negando registro eleitoral àqueles candidatos que estão enquadrados no que prescreve a legislação vigente e um outro tribunal superior a revoga atendendo aos ditames da constituição que assegura que ninguém será considerado culpado senão por sentença transitada em julgado. Neste samba do crioulo doido, fica o leigo a criticar a justiça quando os culpados são os que produziram a lei nas casas legislativas. No meu modesto entender, a decisão de excluir um candidato corrupto do processo eleitoral, primeiramente caberia ao partido já no pedido de filiação, exigindo do filiando um exame na instância partidária, de sua vida pregressa. Constatada sua inindoneidade a filiação deveria ser negada. Se no entanto já estiver filiado, constadado que perdeu a condição de idoneidade que deu origem a sua filiação, o partido deveria negar legenda. Segundo; ao critério objetivo do eleitor que deveria abster-se de votar em alguém com ficha criminal suja, por fim; aos prórprios parlamentares que deveriam reformar a constituição para acabar com as infinidades de recursos e filigranas jurídicas que levam à chincanas, e a própria justiça que deveria se debruçar com mais atenção nesse tipo de crime e ser mais célere para evitar a prescrição e a impunidade de quem é alvo de ação judicial por crime de corrupção.