sábado, 28 de agosto de 2010

Marina, deixa transparecer que candidatura é linha auxiliar de Serra

Que papel está reservado à senadora Marina Silva nas eleições presidenciais em curso, senão o de força auxiliar da candidatura de José Serra que agoniza ante o enorme apôio dado à campanha de Dilma que assiste a empolgação do povo brasileiro com suas reais chances de vitória já no primeiro turno, sepultando de vez o sonho da direita conservadora de fazer o país retroceder nas consquistas alavancadas nos quase oito anos de governo Lula? Marina militou no PT por vinte quatro anos, oito dos quais acompanhou de perto a rotina da ministra Dilma Houssef; teve embates homéricos com Dilma entorno da demora na liberação de licenças ambientais e sabe da firmeza da candidata do planalto, portanto não lhe cai bem o figurino das criticas vazias que tem feito ultimamente contra a candidata de Lula, ao dizer que Dilma é uma desconhecida e não poderia ser a presidente do Brasil em função de jamais haver disputado uma eleição, como se fosse requisito para um cidadão brasileiro concorrer a uma eleição presidencial, ter disputado pelo menos uma eleição, seja municipal ou estadual. Marina conhece bem as razões que fizeram Lula preterir o seu nome em detrimento do da Dilma. Recordemos o ano de 2006 quando eclodiu a crise midiática que levou o PT e o governo Lula de roldão naquilo que ficou conhecido como o "mensalão". Todo santo dia um turbilhão de criticas, tanto da mídia, como da oposição, Brasil afora, abalaram seriamente a credibilidade do governo Lula que se mantinha de pé graças a tenaz resistência do presidente que ainda contava com o apôio dos movimentos sociais que estavam disposto a derramar e ter o sangue derramado pelo presidente, caso à elite paulistana tentasse destituir o presidente mediante um golpe branco na câmara dos deputados e no senado. Durante todo o fogo cruzado que ia na direção da presidência de Lula, Marina jamais abriu a boca para defender o PT, o governo, ou mesmo à pessoa do presidente. Se não fez côro com os golpistas de então, silênciou-se, demonstrando uma típica atitude de covardes. Já Dilma, por outro lado, demonstrando a natureza de mulher aguerrida, característica que marca sua personalidade, desde à epóca de juventude, esteve sempre com o presidente, assumindo a dianterira da defesa do governo, vindo para o núcleo duro das decisões, assumindo a chefia da casa civil, onde foi determinante para soerguer o governo do mar de lama no qual queriam enredá-lo. Em recente comício no Mato Grosso do Sul, quando estava discursando o candidato do PT à reeleição para o senado, Delcídio Amaral , ao falar das qualidades de Dilma, foi interrompido por uma voz que ecoava dos fundos do palanque que realçava a qualidade leal da personalidade de Dilma. Era a voz do ex-governador Alceu Colares do PDT do Rio Grande do Sul, o responsável pelo primeiro cargo público de Dilma como secretária estadual no governo gaúcho. Foi tudo o que Dilma demonstrou ao presidente Lula: lealdade! Isso, Marina, não tem preço. Nos momentos cruciais do governo Lula, quando prosperava o debate do impeachment, hipótese seriamente considerada, vindo a perder força somente porque desenvolveu-se a teoria do "sangramento", levantada por FHC, consistindo levar o governo Lula de então ao desgaste extremo até o dia eleição, onde se supunha que perderia para o candidato da oposição. (Faltou só combinar com os eleitores.) Dilma em nenhum momento faltou ao presidente com seu apôio e fibra moral. Não há dúvidas que seria mais fácil eleger Marina com o apôio de Lula. Sua biografia é um convite ao emocional do eleitor. Mulher, negra, alfabetizada pelo mobral na adolescência, vindo a formar-se com honras. Fundadora da Cut do Acre, ao lado de Chico Mendes, um dos maiores ambientalistas do mundo. Com apôio de Lula Marina conseguiria eleger-se facilmente. Não obstante, desde do famigerado episódio do mensalão, teve seu nome rifado pelo presidente porque deixou de demonstrar algo que não poderia negar ao seu companheiro de partido e que em Dilma sobrou sobejamente: a lealdade. Como Serra que agora demonstra total desespero e perda de rumo, Marina ensaia dá guinada à direita do espectro político para tristeza de sua legião de admiradores.

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