segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Censura ou imperativo democrático?



A palavra “democracia”, como muitas outras em nosso país e no mundo,  costuma ser  usada ao bel-prazer de quem a empunha, em um semântico  balaio de gatos onde entra o que convém e  em função do momento. O  planeta  já abrigou, em tempos não muito longínquos, regimes discricionários que, por serem anticomunistas, se autoproclamavam e eram aceitos como representantes do mundo  “livre”.
Muitos, deliberada ou inocentemente, confundem o vocábulo  com “capitalismo”, “neoliberalismo” e coisas do gênero, considerando como dogma democrático a condução da sociedade pelas chamadas leis do mercado e elegendo a “livre iniciativa” como seu maior sustentáculo.  Os que pensam assim,  certamente consideram  democrática uma sociedade em que,  ao lado dos multimilionários especuladores do capital, prevalecem grandiosos bolsões de pobreza. Quando muito, são capazes de caras e bocas hipócritas que, misturando comiseração e cinismo, lamentam  que haja pobres no mundo...
A serviço desse pensamento que beira a perversidade,  não se admite sequer -  em nome de uma pretensa democracia -  a perda dos anéis para manter os dedos. Isso se comprova, aqui e fora daqui, pelas reações raivosas diante do pagamento de impostos  ou da taxação proporcional das grandes fortunas, medidas que têm a fundamentá-las, entre outros aspectos,   a  correção das desigualdades  sociais.  Esses assuntos, aliás, já mereceram alguns artigos aqui no DR, inclusive um dos últimos do Mair Penna Neto, cujos termos subscrevo enfaticamente.    
Em aparente defesa do ideal  democrático,  veiculam-se  falácias múltiplas, como a  tese de que  a grande mídia neste país  é intocável e não  pode ser submetida a qualquer controle, logo alcunhado de “censura”. Essa turma, aliás, entende bem de censura, inclusive de autocensura. A maioria conviveu  muito bem (e cresceu) com a ditadura militar, sendo até risível que muitos dos que a apoiaram à época da repressão  se apresentem  hoje como    arautos da liberdade.
Uma vertente a ser considerada, aqui, é a do sistema publicitário que, respaldado na “liberdade” que a democracia preconiza – mas fazendo predominar a sede de vender – veicula peças de propaganda que incitam a posturas pouco recomendáveis. O caso da modelo Gisele Bündchen, que atualmente se discute, é emblemático.  Ainda que alguns vejam, nas críticas que estão sendo feitas à propaganda de lingerie que ela protagoniza, um ranço de puritanismo, uma atitude exagerada do “politicamente correto” ou até “falta do que fazer”, nem por isso se pode deixar de considerar que a publicidade em questão nada acrescenta à luta da mulher brasileira pelo seu espaço social e pela emancipação do ancestral jugo machista e, pelo contrário, reforça um posicionamento de “objeto sexual” que, diga-se, está muito presente em nossas propagandas.
Voltando ao enfoque da informação, o assunto “controle social da mídia” é sério e como tal deve ser considerado, em um país em que as grandes empresas de comunicação constituem um verdadeiro cartel ideológico, fazendo transitar com ênfase as notícias que interessam, distorcendo fatos segundo seus interesses nada escondidos, manipulando leitores e telespectadores  com uma seleção intencional de ocorrências a serviço de seus desígnios, tudo isso sem o indispensável contraponto que constitui  uma exigência democrática.
Assim, quando se fala em “controle social” , a expressão é bem clara e não pode ser desqualificada, por maior que seja o esforço dos que pretendem desmoralizá-la.  A sociedade tem, sim, o direito de autodefender-se da manipulação. Pode e deve, perfeitamente, nomear seus representantes para isso.  Não se pode esquecer que, no caso dos canais de TV,  essa mídia existe sob a forma de concessão pública e, portanto, não pode nem deve fazer-se representante de uma parcela apenas desse público, tanto mais se essa parcela representar interesses elitistas, contrários ao do povo.  Sempre me pergunto por que um governo como o atual ainda alimenta (ou  sustenta)  certas organizações com polpudas verbas publicitárias e privilégios de outras naturezas. O poderio de uma organização como a Globo, por exemplo, pela forma direta ou (mais perigosa ainda) subliminar com que age na cabeça do público destinatário – com sua programação alienante e seus ídolos “fabricados”,  não pode, em nome de uma falsa liberdade, deixar de ser fiscalizado. E combatido, sempre que se mostrar contrário aos interesses do país.
Fique claro que não se quer, aqui, limitar o direito à  informação , mas tão somente fazer com que ela flua realmente de forma  democrática, respeitados, sem escamoteamentos, edições ou depoimentos de falsos “especialistas”, todos os pontos de vista, todas as óticas que cercam um fato objeto de notícia ou de comentário.  No caso da propaganda, o que se deseja é que prevaleçam os princípios básicos da ética e dos valores cidadãos. Esses são, realmente, imperativos da verdadeira democracia.
Sobre o autor deste artigoRodolpho Motta LimaAdvogado formado pela UFRJ-RJ (antiga Universidade de Brasil) e professor de Língua Portuguesa do Rio de Janeiro, formado pela UERJ , com atividade em diversas instituições do Rio de Janeiro. Com militância política nos anos da ditadura, particularmente no movimento estudantil. Funcionário aposentado do Banco do Brasil.

Grupo ensina humildade a juiz e promotor




Entidade que reúne profissionais de direito faz palestras e videoaulas para conter vaidade e prepotência no cargo
Para líder de entidade, forma como se exerce a autoridade é problema crônico do sistema de Justiça brasileiro hoje
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

Um magistrado do Rio processa o condomínio onde mora para ser chamado de "doutor" pelo porteiro.
Outro, de Franca, manda prender um policial de trânsito que lhe repreende por falar ao celular no volante.
Um procurador de São Paulo ameaça prender uma aluna que questiona seus métodos de ensino na aula.
Comportamentos como esses envolvendo autoridades brasileiras são mais comuns do que se imagina.
Tornaram-se, inclusive, alvo de um trabalho de uma associação dirigida por juízes, promotores e advogados espíritas.
"Esse é um dos problemas crônicos do sistema de Justiça brasileiro. Há um problema comportamental que envolve vaidade e prepotência", afirma o promotor Tiago Essado, presidente da AJE (Associação Jurídico-Espírita do Estado de São Paulo).
"Não estamos nos excluindo desse comportamento. Estamos reconhecendo o problema e a necessidade de modificá-lo. Fazemos reformas nas leis, mas, às vezes, o problema não está nela. Está na postura", afirmou.
Desde 2009, a associação vem promovendo palestras e videoaulas para tentar ensinar aos colegas (atuais e futuros) como lidar com seus cargos tão poderosos sem ser absorvidos por eles.
A tarefa não é simples. Especialistas dizem que a sensação de poder chega a provocar prazer, pela endorfina, em algumas pessoas.
Essado estima que cerca de cem juízes e promotores já tiveram a aula "O Exercício da Autoridade com Humildade".
A AJE, que também defende o uso de cartas psicografadas em processos judiciais, tem mais de 400 associados.
As palestras presenciais são gratuitas, marcadas de tempo em tempo. A videoaula é vendida pelo sitewww.ajesaopaulo.com.br. O DVD custa R$ 15 (para sócio) e R$ 25 (para não sócio).
ESTUDANTES
O maior público é de alunos de direito. A associação visita universidades levando a mensagem e estima ter atingindo cerca de mil estudantes pelo país. Para especialistas, esse é o melhor público para ser abordado.
Um dos principais palestrantes é o juiz Donizete Aparecido Pinheiro da Silveira, 55, de Marília.
Na videoaula, o magistrado aconselha que a humildade seja treinada. "Mesmo que em um primeiro momento a humildade pareça falsa, é preciso insistir. Precisa ser desenvolvida."
Entre as dicas, o magistrado fala da efemeridade das pessoas diante de suas funções. Da diferença do ser e do estar das profissões.
"A autoridade precisa saber que está juiz, e não é juiz. O mandato se perde", afirma.
O magistrado pode até resistir em deixar o cargo, explica, mas esse dia vai chegar mais cedo ou mais tarde até porque existe um mecanismo legal para "expelir" os resistentes, chamado "expulsória". "Quando completa 70 anos, ele entrega a toga, coloca pijamas e vai para casa", completa o magistrado.
Também argumenta que as autoridades não têm o poder que elas acreditam ter. A força é da lei, que as autoridades precisam respeitar.
À Folha Silveira diz que a intenção do trabalho não é ensinar, mas argumentar que é possível exercer a autoridade com humildade.
"O exercício da autoridade dispensa a conduta prepotente, arrogante, violenta ou permissiva de quem ocupa um cargo público."

Aloysio é confirmado relator da Comissão da Verdade



Aloysio é confirmado relator da Comissão da VerdadeFoto: JOSE CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

O SENADOR DISSE QUE PRETENDE ENTREGAR O SEU RELATÓRIO E O PARECER SOBRE O PROJETO DE LEI NA PRÓXIMA QUARTA-FEIRA

Por Agência Estado
10 de Outubro de 2011 às 20:52Agência Estado
Agora é oficial. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) será o relator, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), do projeto de lei que cria a Comissão da Verdade - destinada a apurar violações de direitos humanos ocorridas no período da ditadura militar. A indicação, que teve o apoio do PT, foi confirmada no final da tarde de hoje pelo presidente da CCJ, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Nunes disse que pretende entregar o seu relatório e o parecer sobre o projeto de lei na próxima quarta-feira. "Vou trabalhar intensamente para entregar tudo ao presidente da Comissão de Justiça na quarta-feira. Não sou de segurar nenhum projeto", afirmou.
O senador também adiantou que considera bom o texto do projeto, apresentado ao Congresso pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Contou que chegou a debater o assunto com Nelson Jobim, quando ele ainda ocupava o cargo de ministro da Defesa.
Para o senador tucano, o projeto dá continuidade a uma série de medidas de resgate da verdade no País. "O tema não constitui nenhuma novidade para o meu partido, o PSDB. A Comissão da Verdade se insere num processo amplo do qual faz parte a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, instituída em 1995, no governo de Fernando Henrique Cardoso."
A indicação de Aloysio já era dada como certa. Mesmo sem ter sido oficializado no cargo, ela já vinha reunindo informações e debatendo o tema com especialistas. Na sexta-feira recebeu familiares de mortos e desaparecidos em seu escritório político, em São Paulo. Ontem à tarde conversou com o advogado Belisário dos Santos Júnior, que foi secretário de Justiça do Estado de São Paulo no governo de Mário Covas.
Aloysio também já se reuniu com o procurador regional da República Marlon Alberto Weichert, de São Paulo, cuja atuação principal tem sido na área de defesa e promoção dos direito humanos.

Governador tucano se mete em briga de rua




Governador tucano se mete em briga de ruaFoto: DIDA SAMPAIO/AGÊNCIA ESTADO

MARCONI PERILLO, UM DOS POSSÍVEIS NOMES DO PSDB PARA A DISPUTA DE 2014, SAI NO TAPA; SEGUNDO ADVERSÁRIOS, PORQUE SEU NOME FOI OMITIDO NO DISCURSO DE UMA FESTA RELIGIOSA; SEGUNDO ASSESSORES, PORQUE DOAÇÃO TERIA SIDO DESVIADA; ASSISTA

10 de Outubro de 2011 às 18:10
247 – Um vídeo na internet mostra uma cena lamentável. O governador de Goiás, Marconi Perillo, bate boca com um cidadão numa cidade do interior do Estado. O fato ocorreu na noite deste domingo, 9, logo depois de uma missa em Ação de Graças, na tradicional festa de Nossa Senhora do Rosário, em Catalão. O agredido foi o presidente da Irmandade Nossa Senhora do Rosário, Leonardo Bueno.
Bueno, ao discursar no final da missa para agradecer todos que teriam ajudado na realização da festa, omitiu o nome de Marconi, que doou R$ 100 mil do próprio bolso. Marconi não gostou e foi tirar satisfação. De acordo com a assessoria do governador, Marconi quis saber se os recursos chegariam de fato aos "capitães de terno", tradicionais personagens de uma das mais belas congadas que se realizam no Brasil. O governador goiano também considerou uma deselegância não ter sido lembrado. Leonardo Bueno disse que não devia satisfações a ele. E Marconi retrucou: "Deve sim". Foi então que começou o empurra-empurra.
Catalão é um campo aberto na guerra entre os tucanos e os peemedebistas em Goiás. O presidente da Assembleia Legislativa, Jardel Sebba (PSDB), e o presidente do PMDB goiano e ex-prefeito local, Adib Elias (PMDB), vivem às turras. E as brigas são normalmente de baixo nível, alimentando o anedotário estadual 
O vídeo foi divulgado por Adib, e Jardel logo em seguida colocou nas redes sociais – em especial o Twitter – pessoal ligado a ele e ao governador para combater os peemedebistas, que passaram a deitar e rolar nas críticas ao tucano. Os ataques e contra-ataques apenas começaram.
Veja o vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=ca6kbft6oVE

Cláudia Costin repudia novela da Globo que estimula não estudar. Vão criticá-la igual a Iriny?



TV Globo escolhe música em novela cuja letra desestimula jovens a estudar.
Cláudia Costin é Secretária municipal de Educação da prefeitura do Rio de Janeiro (gestão peemedebista do prefeito Eduardo Paes), e manifestou protestos contra a falta de responsabilidade social da TV Globo.

A novela Fina Estampa escolheu uma música para cena de baile funk cuja letra estimula jovens a não estudar.

A personagem Solange (Carol Macedo) rebola no baile funk e canta a música "Dez no popozão", cuja letra é esta:
... Eu odeio redação / mas requebro até o chão / Não sou boa no estudo / levo zero em quase tudo / Reprovada no provão / tirei dez no popozão / Meu diploma é de funkeira / vem comigo meu irmão / Põe a mão no popozão / e requebra até o chão. 

Como se não bastasse a letra desestimulando o estudo, a "obra prima" de Agnaldo Silva exibiu a personagem em uniforme oficial das escolas da Prefeitura do Rio, na primeira vez em que apareceu cantando a música. E sem autorização da prefeitura.

Costin criticou:
“No momento em que toda a sociedade realiza um esforço conjunto para melhorar a educação pública no Rio e em todo o país, a Secretaria Municipal de Educação considera lamentáveis as imagens exibidas em Fina Estampa em que Solange enfatiza, em seus diálogos, o descompromisso com a educação e preconiza o fracasso escolar. As imagens acabam estigmatizando a educação pública, uma vez que a personagem, em uma das cenas, utilizou, sem autorização, o uniforme oficial das escolas da Prefeitura do Rio”.
Cláudia Costin ocupou diversos cargos em administrações e ONG's tucanas. Foi até ministra da Administração no governo FHC, e secretária estadual de cultura no governo Alckmin (2003-2005).

E agora? O Agninaldo Silva, o Reinaldo Azevedo, o Ricardo José Delgado (Noblat), o Augusto Nunes, a loira-burra da revista Época vão dizer o mesmo que disseram da ministra Iriny Lopes?

Vão fazer piadas, ridicularizando-a? Vão dizer que a Cláudia Costin está censurando? Interferindo na "obra prima" do autor? Na "liberdade de expressão"?

Vão dizer que Costin está com inveja do popozão da atriz global, como falaram da ministra?

O cartunista Chico Caruso fará charges com Cláudia Costin de mini-short dançando o funk "Dez no popozão"?

(Com informações do Jornal Extra)
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2011/10/tucana-repudia-novela-da-globo-que.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+blogspot%2FEemp+%28Os+Amigos+do+Presidente+Lula%29

Minas Sem Censura: Aécio e o “desfile” em carro aberto que só ele viu



Depois do registro da ombusdskinna da Folha de São Paulo, que reclamou por seus artigos autolaudatórios, Aécio Neves assina um outro tipo de texto nesta segunda-feira, 10 de outubro de 2011.
Até o estilo muda: frases e expressões como, a padroeira “parece singrar suavemente sobre o mar de cabeças devotas”, “eletricidade emocional”, “conversível branco com estofamento de couro vermelho” e outros tró-ló-lós indicam a pretensão, aeciana, de se credenciar à Academia Brasileira de Letras. Que não anda lá muito criteriosa assim. Mas esse é outro assunto.
O cenário da prosa de hoje teria ocorrido durante a procissão de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém, 1985. Nela, Tancredo dividia com Nossa Senhora, as atenções da multidão, segundo o neto em transe. Que formava um cordão com mais de um milhão de pessoas, em torno do Aero Willys onde estavam, “agasalhados pelo afeto da multidão”, ele e o avô. Insinua ele que a multidão o reconhecia e o “agasalhava”. Risível pretensão. Detalhe: eram mais de dois milhões de pessoas a pé, sendo impossível o “desfile” em carro aberto, que só ele viu!
Ah, a multidão, segundo o texto, saudava Tancredo como o “presidente da redemocratização”, numa campanha que “arrebatava corações e mentes dos brasileiros”. Aécio funde, de forma leviana, a assassinada campanha pelas “Diretas Já”, com o início titubeante da “campanha” pelos votos no restrito colégio eleitoral. Registre-se: a intensa devoção no Círio de Nazaré sempre acolheu manifestações políticas: em 1985, as duas que pontificaram foram pela reforma agrária e contra a discriminação racial. A manifestação política pró-Trancredo ocorrera no Sindicato dos Estivadores, à margem do evento religioso.
Mas, vamos lá. A gororoba de seu escrito é para dizer que Tancredo abdicaria de toda aquela “popularidade”, em nome das reformas estruturais, algumas delas antipáticas que teria que fazer, mas que distinguiriam o estadista. Aquele que não se rende a interesses paroquiais. Como quem recebe um espírito, ele foi longe buscar uma frase antes inaudita, do avô.
A escorregadela advinda da referência depreciativa às paróquias, em meio a um artigo tão cheio de fé e religiosidade, é perdoada. Ato falho de quem usa e abusa da fé alheia para introduzir seu sermão político.
Ao final, ele insinua que Dilma não é estadista. Que ele aprendeu a lição do avô. Logo, ele seria estadista. Silogismo aristótélico de primeiro grau.
Primeiro, ele poderia dizer qual medida antipopular que Tancredo adotou em Minas Gerais, abdicando de sua popularidade, que aliás só ocorrera em face de sua agonia e morte trágica. Em dois anos  de seu governo (1983/84), nenhuma ousadia foi cometida. Tancredo não era dado a ousadias.
Em segundo, falando de interesses paroquiais, ele poderia descrever o porquê de ter nomeado como presidente da CODEMIG em Minas Gerais, o dono do jatinho que fica à sua disposição, ou as nomeações de Papaléo Paes (AP), Jungmann (PE), ou Wilson Santos (MT) como “aspones” em empresas públicas mineiras. Isso sem falar em dezenas de “fichas-sujas” impostos ao governo de seu sucessor, sendo que alguns deles condenados, outros com bem indisponíveis, alguns presos e muitos outros sob investigação.
Achando que sua historiografia farsesca passará impune, Aécio tenta se apresentar como “líder” político desde 1985. Chegou a bancar um documentário, que foi retirado do ar da TV Cultura de São Paulo, onde ele era apresentado como líder da juventude nas Diretas-já (SIC). Na verdade, à época, ele liderava boas festas em Belo Horizonte. Elegeu-se no  rastro da comoção pela morte do avô. Deputado-surfista, nunca propôs as reformas ousadas que ele agora diz serem necessárias. Como governador sucateou o estado de Minas Gerais, que se afunda numa dívida de 70 bilhões!
Seus artigos cifrados e criptografados dizem, para poucos que entendem, o seguinte: eu acabarei com direitos trabalhistas, férias anuais, passarei a aposentadoria para os 70 anos, liquidarei a estabilidade de servidores públicos concursados, venderei o BB, a Caixa e a Petrobrás etc. É isso que resta aos “estadistas” neoliberais!
Eis o recado subliminar que ele manda à agiotagem financeira, às grandes construtoras, aos usineiros, ao FMI e similares. De quem pretende ser pároco.

Chamada de bolsa vagabundagem pela elite, bolsa família é eleita a mais eficiente política de combate à fome




Pela terceira vez, Brasil lidera ranking de combate à fome


Luana Lourenço

Repórter da Agência Brasil


Brasília – O Brasil lidera pela terceira vez o levantamento da organização não governamental (ONG) ActionAid, divulgado hoje (10), que lista os países que mais combatem a fome. Desta vez, o anúncio de mais investimentos para a agricultura familiar levou o Brasil ao topo do ranking. Malauí, Ruanda, Etiópia e Tanzânia completam as cinco primeiras posições.


O relatório lista resultados do Programa Fome Zero, que levou à redução da desnutrição infantil  em 73% entre 2002 e 2008, e elogia a inclusão do direito à alimentação na Constituição Federal em fevereiro de 2010.


A iniciativa mais recente do país no combate à insegurança alimentar, segundo a ONG, foi o anúncio de R$ 16 bilhões para o Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/2012, para investimentos na produção de alimentos, geração de renda no campo e organização econômica de agricultores familiares, assentados da reforma agrária e povos e comunidades tradicionais.


Apesar dos bons resultados, segundo a ActionAid, o Brasil precisa avançar na distribuição de terras, uma das mais desiguais do mundo. De acordo com o relatório, 56% da terra agricultável estão nas mãos de 3,5% dos proprietários rurais. Os 40% mais pobres têm apenas 1% dessas terras.


“O país precisa resolver a profunda desigualdade no acesso à terra e assegurar que os novos processos de crescimento não gerem novas exclusões por meio do deslocamento das populações. E ainda há 16 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza, altamente vulneráveis à fome. Essas pessoas são profundamente excluídas, são necessárias políticas públicas muito específicas e desenhadas para esse grupo”, avaliou o coordenador executivo da ActionAid Brasil, Adriano Campolina.


Segundo ele, pode ser compartilhada com outros países a experiência brasileira em iniciativas de transferência de renda e políticas de proteção social e segurança alimentar, como os programas de merenda escolar e de construção de cisternas em regiões semiáridas.


Na avaliação global, o levantamento aponta que apesar de recentes avanços no combate à fome e à insegurança alimentar, o mundo está prestes a enfrentar uma agravamento da crise de oferta de alimentos. Entre as causas estão os efeitos das mudanças climáticas e a perspectiva de aumento de preço dos alimentos, que deverá levar mais 44 milhões de pessoas à pobreza. De acordo com a ActionAid, a demanda de terras para a produção de biocombustíveis deve continuar inflacionando o preço dos alimentos.


De acordo com Campolina, a crise econômica também deve frear os esforços internacionais de combate à fome. “Em um ambiente de crise há menos recursos disponíveis tanto para a ajuda externa quanto para o investimento doméstico em agricultura, o que pode levar a uma diminuição dos recursos que poderiam ser destinados à agricultura familiar e sustentável. Apesar que boa parte do que se ouviu até hoje sobre promessa de ajuda dos países ricos não constitui novos recursos”, acrescentou.


A ONG sugere que o G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) inclua a crise alimentar na pauta de sua próxima reunião, em novembro, em Cannes, na França, e se comprometa, por exemplo, a garantir investimentos às pequenas propriedades dos países pobres e a frear a especulação de terras para a produção de biocombustíveis.


“O G20 tem que tomar as medidas concretas para cumprir a prioridade de combater a fome. A prioridade não pode ser salvar grupos financeiros que especulam com commodities agrícolas ao custo da fome das populações pobres. É preciso investir em pequenos agricultores que produzem alimentos para consumo local e dinamizam mercados domésticos, apoiar a criação de estoques de alimentos nacionais e regionais e controlar a especulação financeira com produtos agrícolas”, defendeu o coordenador.


Agora são 40 ações. Paulo Preto também processa PHA. É a gloria !


Este ansioso blogueiro recebeu de sua excelente advogada criminal Maria Elizabeth Queijo este breve e-mail:

“Foi julgado o recurso do Naji contra a absolvição sumária proferida em primeiro grau. A Primeira Turma do Colégio Recursal negou provimento ao recurso dele à unanimidade, ou seja, vencemos!!”


A notícia coincide com a entrada de três novas ações contra este ansioso blogueiro.

Duas do banqueiro condenado Daniel Dantas (dele são quinze, todas iguais) e uma nova, novíssima, do Paulo Preto.

Dantas, que passou bola e foi apanhado no ato de passar bola a um suposto agente da Polícia (então Republicana) Federal – clique aqui para ver a passagem de bola em vídeo exibido no jornal nacional – não perde por esperar.

O excelente advogado César Marcos Klouri já derrotou Dantas em inúmeras instâncias – clique aqui para ir à aba ” Não me calarão” – e prepara uma singela homenagem às 15 ações do Dantas.

Daquelas do Marlon Brando no Poderoso Chefão: tão boa que “he can’t refuse”.

Sobre Paulo Preto, o ansioso blogueiro o recebe com entusiasmo na galeria acima.

A Galeria de Honra “Daniel Dantas”.

Ou “diz-me quem te processa e dir-te-ei quem és”.

Uma homenagem ao falecido Itamar Franco, que dizia: quem me define melhor não são os amigos que tenho, mas os inimigos.

O amigo navegante perceberá que a galeria se ampliou para abrigar Ricardo Sérgio de Oliveira, que foi chefe de campanha do Padim Pade Cerra, do Farol de Alexandria, e pronunciou a frase que resume a privatização do Farol: “se isso der m …, estamos todos no mesmo barco”.

Como estamos no Brasil, não deu m… – ainda.

O excelente advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira foi quem ajudou PHA a derrotar Ricardo Sérgio na Justiça.

Enquanto a galeria se amplia (é uma honra !), e-mails como o da Dra Beth falam bem da Justiça que assegura o preceito constitucional que dá liberdade à imprensa.

(Este ansioso blogueiro tem as mãos coçando com vontade de publicar decisão com a  vitória contra Heraldo Pereira – um repórter da Globo, se o amigo navegante não conhece. Mas, como se trata de vitória provisória, o Dr. Klouri prefere não divulgar ainda. A decisão do Juiz é uma aula de defesa da liberdade de imprensa. Breve a divulgaremos.)

As 40 ações que movem contra este ansioso blogueiro se juntam às que movem contra o Azenha, o Rodrigo Viana, o Nassif, o Esmael e dezenas de outros sujos espalhados pelo pais.

Os Dantas, Cerras e Gilmares prestarão esse serviço notável: ajudar a construir a internet livre, numa sociedade em que a imprensa é um oligopólio e, portanto, um atentado à liberdade de expressão !


Paulo Henrique Amorim

O preço da arrogância



Rafinha Bastos, do "CQC", é punido pela Band por fazer piada de mau gosto e pode ter sua imagem comprometida com fãs e também com o mercado publicitário

João Loes
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"Acho a discussão válida, mas estou ficando quieto
esses dias por opção minha. Deixa essa onda passar"

Rafinha Bastos
Reza a sabedoria popular que errar é humano, mas insistir no erro é burrice. Parece que foi este o caminho escolhido pelo humorista Rafinha Bastos, 34 anos, apresentador do “CQC”, programa de jornalismo e humor da Rede Bandeirantes, que vai ao ar às segundas-feiras. Depois de tomar três advertências formais da cúpula da emissora por abusos em piadas excessivamente agressivas, Rafinha errou de novo. Num dos últimos programas de setembro, na bancada do “CQC”, o âncora Marcelo Tas comentou como a cantora Wanessa Camargo, casada com o empresário Marcus Buaiz, estava bonita grávida. Rafinha emendou: “Comeria ela e o bebê.” A piada pegou mal, e o humorista foi suspenso por pelo menos duas semanas da atração. 

Eleito personalidade mais influente do Twitter pelo jornal americano “The New York Times” – tem um notável contingente de 3,2 milhões de seguidores –, Rafinha dá a impressão de que se per­deu em sua arrogância. De comediante badalado pode virar o humorista que deu errado. Para alguém que vive da imagem, a linha é tênue. “Humor é andar no fio da navalha. Você erra um pouquinho a mão e vira baixaria”, diz José Simão, colunista do jornal “Folha de S.Paulo”, há 30 anos no ramo. “Dá para ser politicamente incorreto sem ser preconceituoso e burro.” 

Esse tipo de escândalo costuma doer no bolso. “Os patrocinadores tendem a se afastar do foco da polêmica o mais rápido possível”, diz Flávio Rezende, diretor nacional de mídia da agência de propaganda DPZ e fã de Rafinha. “Ninguém espera para ver o que acontece, é muito arriscado.” No caso, a Bandeirantes não perdeu verbas publicitárias. O mesmo não se pode dizer do humorista. Em artigo do dia 4 de outubro, o colunista do UOL Ricardo Feltrin disse que Rafinha perdeu pelo menos sete contratos de palestra e presença remunerada desde a piada envolvendo Wanessa. Rafinha não tem patrocinadores exclusivos, mas os compartilha com o resto da bancada do CQC. Lá, o show continua. “Elenco, equipe e direção seguem unidos na produção do programa”, garante Marcelo Mainardi, vice-presidente em exercício e diretor-executivo comercial da Band. O programa do dia 3 de outubro registrou cinco pontos de média de audiência e nenhum patrocinador retirou apoio.
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DIVISÃO
Marcelo Tas (centro) e Marco Luque (à dir.) criticaram a piada infeliz de Rafinha (à esq.)
Rafinha, que continua no ar com seu outro programa semanal, “A Liga”, também na Band, passou a semana tentando fazer piada de si próprio. Em conversa rápida com ISTOÉ dois dias depois de ter sido suspenso, o humorista se limitou a dizer que vê como válida a discussão criada em torno de sua piada. “Não fui proibido de falar”, garantiu. “Mas estou ficando quieto esses dias por opção minha. Deixa essa onda passar.” Ele tem recorrido ao Twitter para se manifestar. Na segunda-feira 3, enquanto o “CQC” ia ao ar com Mônica Iozzi como sua substituta, Rafinha postou fotos em que aparece rodeado de modelos com a legenda “Que noite triste pra mim.” Dois dias depois, colocou na internet um vídeo no qual aparece em uma churrascaria negando cortes como baby beef e fraldinha. Pouco depois postou um link com uma entrevista que respondeu com trechos de uma receita de bolo. 

Não são exatamente demonstrações públicas de arrependimento. “Como ele vai reagir às críticas será definidor para o futuro dele”, diz Adriana Gomes, coordenadora do Centro de Carreiras da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Na opinião de Adriana, é preciso reconhecer o erro e pedir desculpas, além de entender que o comportamento na tevê não pode ser o mesmo dos palcos e do Twitter. “Quem cuida da carreira dele, da marca que ele é e do posicionamento dessa marca precisa reavaliar os rumos.” Para alguém que ganhou fama com um espetáculo chamado “A arte do insulto”, talvez seja pedir demais.  
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