domingo, 27 de maio de 2012

Celso de Melo, a leviandade de um decano



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É inacreditável no que está se transformando o Supremo Tribunal Federal (STF).
De um decano da casa, de quem se esperaria um comportamento moderado, lê-se essa barbaridade: uma entrevista agressiva, toda ela focada em um fato que o próprio entrevistado admite não estar confirmado. "Se confirmada (a conduta de Lula)"... e passa a tecer toda sorte de considerações. Se Lula fosse presidente e se esses fatos tivessem ocorrido... Com essas elucubrações, Celso de Melo mergulha de cabeça no mais prosaico modelo de manipulação de raciocínios, a análise de hipóteses não comprovadas, comportamento indigno de um Ministro do STF. 
Se confirmado que Celso de Melo assassinou sua mãe, ele seria um matricida; se confirmado que ele prevaricou, seria um prevaricador.  Onde se está? Que exemplo esses doutos senhores querem passar para a magistratura, para os juizes de todas as instâncias? Como aceita formular todos esses julgamentos em cima de hipóteses?
Depois dessas barbaridades, ainda fala em "posição de neutralidade"? Não se pensa na imagem do STF, na isenção que deve guardar, no fato de magistrados evitarem politizar posições ou apelar para passionalismos?
Do Blog do Noblat

Celso de Melo: se fosse presidente, Lula seria passível de impeachment

Entrevista-bomba de Celso de Melo, o ministro com mais tempo de casa no Supremo Tribunal Federal (STF), será pubicada ainda esta noite pelo site Consultor Jurídico.
O que Celso de Melo diz sobre o encontro de Lula com Gilmar Mendes no último dia 26 de abril na casa em Brasília do ex-ministro Nelson Jobim:
* Essa conduta do ex-presidente da República, se confirmada, constituirá lamentável expressão do grave desconhecimento das instituições republicanas e de seu regular funcionamento no âmbito do Estado Democrático de Direito. O episódio revela um comportamento eticamente censurável, politicamente atrevido e juridicamente ilegítimo.
* Se ainda fosse presidente da República, esse comportamento seria passível de impeachment por configurar infração político-administrativa, em que seria um chefe de poder tentando interferir em outro.
* Tentar interferir dessa maneira em um julgamento do STF é inaceitável e indecoroso. Rompe todos os limites da ética. Seria assim para qualquer cidadão, mas mais grave quando se trata da figura de um presidente da República.
* Ele mostrou desconhecer a posição de absoluta independência dos ministros do STF no desempenho de suas funções.
* A Ação Penal será julgada por todos de maneira independente e isenta, tendo por base exclusivamente as provas dos autos. A abordagem do ex-presidente é inaceitável.
* Sem falar no caráter indecoroso é um comportamento que jamais poderia ser adotado por quem exerceu o mais alto cargo da República.
* A resposta do ministro Gilmar Mendes foi corretíssima e mostra a firmeza com que os ministros do STF irão examinar a denúncia na Ação Penal que a Procuradoria-Geral da República formulou contra os réus. É grave e inacreditável que um ex-presidente da República tenha incidido nesse comportamento.
* Surpreendente essa tentativa espúria de interferir em assunto que não permite essa abordagem. Não se pode contemporizar com o desconhecimento do sistema constitucional do País nem com o desconhecimento dos limites éticos e jurídicos.
* Episódio grave e inqualificável sob todos os aspectos. Um gesto de desrespeito por todo o STF.
* Confirmado esse diálogo entre Lula e Gilmar, o comportamento do ex-presidente mostrou-se moralmente censurável. Um gesto de atrevimento, mas que não irá afetar de forma alguma a isenção, a imparcialidade e a independência de cada um dos ministros do STF.
* Um episódio negativo e espantoso em todos os aspectos. Mas que servirá para dar relevo à correção com que o STF aplica os princípios constitucionais contra qualquer réu, sem importar-se com a sua origem social e que o tribunal exerce sua jurisdição com absoluta isenção e plena independência.
* Será um julgamento em que se observará todos os parâmetros que a ordem jurídica impõe a qualquer órgão do Judiciário. Por isso mesmo se mostra absolutamente inaceitável esse ensaio de intervenção sem qualquer legitimidade ética ou jurídica praticado pelo ex-presidente da República que não guarda qualquer legitimidade ética ou jurídica. Um comportamento estranho e surpreendente.
* A resposta do ministro Gilmar foi a que dele se esperava. Ele agiu com absoluta altivez. É um episódio anômalo na história do STF.
* De qualquer maneira, não mudará nada. Esse comportamento, por mais censurável, não afetará a posição de neutralidade, absolutamente independente com que os ministros do STF agem. Nenhum ministro permitirá que se comprometa a sua integridade pessoal e funcional no desempenho de suas funções nessa Ação Penal.

Ataque de Veja a Lula pode radicalizar CPI



Ataque de Veja a Lula pode radicalizar CPIFoto: Montagem/247

ATÉ ESTE FIM DE SEMANA, A POSIÇÃO MAJORITÁRIA ERA DE POUPAR A REVISTA NAS INVESTIGAÇÕES DA CPI DO CACHOEIRA. ISSO DEVE MUDAR, PELO MENOS ENTRE OS DEPUTADOS PETISTAS, QUE AGORA VOLTAM A FALAR NA CONVOCAÇÃO DE ROBERTO CIVITA E POLICARPO JÚNIOR

27 de Maio de 2012 às 21:28
Minas 247 - A entrevista do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, à revista Veja, pode acabar tendo efeito contrário ao desejado. A CPI do Cachoeira, que caminhava para uma acomodação, pode radicalizar-se. O 247 apurou que vários parlamentares federais do PT estão profundamente contrariados com o que chamam de “armação” da revista contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fundador e líder do partido.
Segundo a Veja, Lula teria pressionado Mendes a protelar o julgamento do mensalão para não prejudicar o PT nas eleições municipais deste outubro. Segundo o ministro do STF, o ex-presidente teria insinuado a possibilidade de blindá-lo na CPI em troca do adiamento do julgamento do mensalão. Mendes já foi desmentido pelo ex-ministro da Justiça Nelson Jobim, que participou da conversa relatada pela revista.
Como quase sempre ocorre, os deputados do PT não querem se apresentar publicamente, ao menos por enquanto, por temerem represália da revista. Mas eles vêem “inconsistências” na denúncia de Veja. Em primeiro lugar, estranham que Lula tenha procurado justamente Gilmar Mendes para negociar o atraso no julgamento dos mensaleiros. Nomeado para o Supremo por Fernando Henrique Cardoso, Mendes não é relator do  processo do mensalão (Joaquim Barbosa), nem revisor (Ricardo Lewandowski) ou presidente do STF (Ayres Brito). A negativa enfática de Nelson Jobim também trabalha contra a veracidade da denúncia, segundo eles. Jobim é amigo e ex-colega de Mendes no Supremo. Poderia, pelo menos, sair pela tangente quando consultado sobre a reunião com Lula, mas optou por uma negativa categórica: “De forma nenhuma, não se falou nada disso”. Jogou o colega em maus lençóis.
Um outro aspecto lembrado é que, ao contrário de denúncias anteriores, a deste fim de semana não teve tanta repercussão nos outros meios de comunicação. Pelo contrário, repercutiu mais a negativa de Jobim dada ao jornal O Estado de S. Paulo do que a própria fala de Gilmar Mendes. O mesmo Mendes, no penúltimo ano do segundo mandato de Lula na presidência, afirmou, à mesma Veja, ser vítima de grampo em conversas com o senador Demóstenes Torres - até hoje o áudio dessa escuta não apareceu.
O sentimento dominante na bancada petista é de que a Veja estaria jogando suas últimas cartadas na tentativa de desmerecer a CPI do Cachoeira, na visão dela uma jogada de Lula para acorbertar o mensalão.
Não há deputado ou senador petista que acredite na nova denúncia da revista, pelos motivos expostos acima e pelo histórico de Veja contra Lula e o PT. Até este fim de semana, a posição era de moderação em relação à possibilidade de chamar o jornalista Policarpo Júnior, chefe da sucursal da publicação em Brasília, e o dono da revista, Roberto Civita, para prestarem depoimentos à CPI. Agora, depois da denúncia de Gilmar Mendes, essa posição corre risco.
O tiro de Veja contra Lula saiu pela culatra: vai radicalizar uma CPI que dava sinais de esgotamento e reforçar a posição de quem defende que as investigações não poupem nenhum lado, incluindo os meios de comunicação.

"Tenho uma madre superiora dentro de mim", diz ministra Cármen Lúcia


MARIA CRISTINA FRIAS
EM BRASÍLIA

O julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal), favorável ao aborto de anencéfalos, foi em uma quinta-feira de abril.

No sábado pela manhã, a ministra Cármen Lúcia foi à padaria. Estava entretida com a compra quando ouviu um homem grande vociferar contra "esse bando de vagabundos". Achou que não era com ela. Mas ele insistiu: "Também esses vagabundos que aprovaram o aborto, aprovaram até união de gays. Tudo com o nosso dinheiro".

De porte "mignon", magrinha, como sempre foi desde criança, Cármen Lúcia ficou meio acuada junto ao balcão. Parecia que ele ia bater nela. À volta, ninguém dizia nada, nem para defendê-la, nem para contê-lo.
João P. Teles
A ministra Cármen Lúcia é a primeira mulher a presidit o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
A ministra Cármen Lúcia é a primeira mulher a presidit o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

"Ele refletia uma insatisfação que marca algumas decisões do Supremo e que os mais exaltados expõem de forma agressiva", diz ela, com a fala pausada, de forte sotaque mineiro.

Além de fazer parte do corpo de ministros do Supremo, que tem à frente outro aguardado julgamento, o do mensalão, Cármen Lúcia Antunes Rocha é desde abril, a primeira mulher a presidir o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Embora reconheçam a honestidade da ministra, críticos alegam que não há feito algum nisso, uma vez que a presidência do TSE é preenchida por um sistema de rodízio entre os ministros do Supremo. Mas o fato é que Cármen Lúcia assume com uma prova de fogo: em ano eleitoral e, pela primeira vez, sob a vigência da Lei da Ficha Limpa.

INTERNATO DE FREIRAS

Conforme se aproxima a votação, cresce a pressão e as decisões do TSE requerem agilidade e segurança, lembram advogados. Diretas e sem titubeios foram as suas respostas na longa entrevista à Serafina no gabinete da presidência no TSE, no recém-inaugurado prédio projetado por Niemeyer.

Logo que tomou posse, constatou que a obra tinha vazamentos e que a construtora já havia ido embora. "Foi a Delta [empreiteira investigada na CPI de Cachoeira] que fez?", perguntou ansiosa, logo de cara.

Nascida em Montes Claros, a ministra, que votou pelo direito da mulher de interromper a gravidez de feto anéncefalo, viveu na pequena Espinosa, no norte de Minas, até ser mandada a um internato de freiras, em Belo Horizonte, aos dez anos.

Lá, a rotina era rigorosa. Havia hora para tudo. Freiras tocavam um sininho para acordar as alunas que, imediatamente, tinham de arrumar a cama e entrar no banho. As irmãs ligavam o chuveiro e o desligavam contados minutos depois, sabão enxaguado ou não.

"Era duro e eu sentia falta de casa", recorda. A 800 kms de distância, só via os pais nas férias. "Mas me deu disciplina. Acho que acabei ficando com uma madre superiora dentro de mim", brinca. O atual dia a dia espartano não a desmente.

Acorda às 5h30, faz café e senta para escrever seus votos no Supremo. Às 7h, liga para o pai que, aos 94, ainda cuida do seu posto de gasolina. Às 8h, pausa para um café completo. Trabalha até as 11h, quando Cármen, que não tem empregada, prepara o próprio almoço --tarefa fácil porque, pelo que se vê, quase não come. "Mas adoro brigadeiro".

Vai para o STF e, dois dias por semana, segue de lá para o TSE. Volta para casa por volta de 22h. O jantar se resume a chá com torradas e iogurte.

Exceto em alguns compromissos oficiais, dirige seu carro, o que, de início, causou estranheza nos pomposos salões do Supremo.

" O Brasil mudou...", comenta. Se bem que, outro dia, reconhecida na fila de embarque para Minas, ofereceram à ministra que passasse na frente. Ela agradeceu e recusou. "Mas aí, um senhor interveio: 'Ah, não! Não estou educando minhas filhas para que fiquem no final da fila'", diverte-se ela.

O eleitorado também é outro. "Não há mais espaço para o 'Rouba, mas faz'."
Na Corte, define-se como "bem mineira, não entro muito em discussão, mas não deixo de falar quando considero importante", diz ela, que quase nunca falta.

CALÇA COMPRIDA

Em 2007, Cármen Lúcia foi também a primeira mulher a usar calça comprida no Supremo. Embora o traje estivesse liberado, uma jornalista havia sido barrada. "Achei que o melhor era dar o exemplo."

Sobre a sua troca de e-mails com o colega ministro Ricardo Lewandowski, captada em fotos durante o julgamento do mensalão em 2007, disse que conversas são "normais".

"Nos EUA, discute-se antes e longe das câmeras. Um juiz da Suprema Corte americana esteve aqui e ficou horrorizado com nossa exposição. Ministros discutindo e votando à frente de todos!"

"Para nós, quanto mais transparente, melhor."

Nos bastidores dizem que a ministra gosta de ter apoio dos pares para suas teses. Um fio de orgulho intelectual seria, então, um dos raros traços de vaidade dessa ariana. Elegante, porém sóbria no vestir, tem deixado os cabelos brancos --raros no dia da posse no STF, há seis anos-- se avolumarem.

"Amadurece a gente [o STF]", diz ela. "Vemos as piores coisas de que um ser humano é capaz. Mas não mudei, meus valores humanos permanecem."

LITERATURA

Fluente em três línguas estrangeiras, lê textos jurídicos em outras duas. A literatura é quase uma obrigação. "Escrevo voto, além de gostar de escrever. Se não leio, começo a repetir palavras." Não é, porém, de reler obras, rever filmes, peças nem lugares. Não gosta de viver o que já passou.

Mas há cinco livros para os quais sempre volta: "Fio da Navalha", de Somerset Maugham, "Romanceiro da Inconfidência", de Cecília Meireles, "A Divina Comédia", de Dante, "Crime e Castigo", de Dostoiévski e "Grande Sertão - Veredas", de Guimarães Rosa. "Esses, cada vez é outra Cármen lendo."

Pouco sai de Brasília. "A gente aproveita os feriados para adiantar o trabalho." Da falta de lazer, se ressente mais de "não ter tempo para escrever no fim de semana. Isso o cargo me tirou".

E os namoros? "Acabaram como tinham de acabar. A paixão pela minha vida foi maior do que uma paixão por um homem." Talvez, por isso, não tenha se casado, nem tido filhos? "Vejo as grandes mães que abrigam todos sob as suas asas, mas para mim não é colocar debaixo, é em cima das asas."

"Tenho profissão muito racional, mas tenho certeza do afeto, o que conta na vida."
E como equilibra esse afeto e a lei em suas decisões?

"Juiz só interpreta, não tem legitimidade para criar direito que não existe. O povo entrega ao legislador essa tarefa." Para ela, o que muda de um juiz para outro é a sua visão de mundo. "Tem de ter compaixão, mas o direito é uma barreira racional à emoção. Gostaria de ser julgada por um juiz assim."

Diz ter agido dessa forma quando votou pela saída de fazendeiros de terras indígenas na Bahia. "Mas pensei, esse senhor [da associação de proprietários locais] podia ser o meu pai..."

Ou quando, na semana passada, a ministra se emocionou com a beleza de um relato de uma mãe cujo filho envolvera-se com drogas. "Queria dar a mão a ela, mas não posso dar liberdade a seu filho."

"Peço todas as manhãs a Deus: Senhor, livre-me de mim. Não quero ser a Cármen. Quero ser a Justiça."

No gabinete, chamam a atenção a mesa organizada, com uma pilha de papéis despachados, e imagens religiosas. "Vai com Deus", comumente se despede.

Foi difícil votar a favor do aborto de anencéfalos, contra a igreja?, pergunto. "Achei que estava votando pela vida."

Em outras ocasiões, "já decidi contra mim, contra o que eu achava que seria o melhor, mas votei de acordo com a Constituição".

Como quando o Supremo validou a decisão do ex-presidente Lula de não extraditar Cesare Battisti, condenado na Itália por assassinatos. Não havia mais espaço jurídico para decisão diferente, julgou.

MENSALÃO

Foi por indicação de Lula que Cármen Lúcia chegou ao STF, em 2006, aos 52. Tinha sido advogada, procuradora do Estado de Minas, professora da PUC-MG.

Ao ser sondada para o cargo, não contou nada a ninguém. Nem acreditava que a coisa fosse adiante, diz. Mas ao sair da reunião com o presidente, a primeira ligação foi para o pai, que ralhou: "Você ainda está em Brasília? E sua aula em BH?"

A preocupação com a responsabilidade, acredita, herdou de ambos os pais.
"Em casa, só não podiam três coisas: mentir, roubar e ter preguiça."

A mãe dizia que "as filhas teríamos de trabalhar mais para chegar ao mesmo lugar que os homens".

Do pai, vieram o gosto pelo trabalho e pelo teatro, além da racionalidade para lidar com fatos, mesmo difíceis.

Um dia, quando ela era criança, logo depois de o pai chegar com um carro novo, um menino das redondezas riscou toda a lateral com um prego. Mãe e filhos indignavam-se, enquanto o pai lia jornal.

"E você, não diz nada?", queixou-se ao marido. Ao que ele apenas respondeu, "ele tem o prego e eu, o carro".


A ministra defende que se discuta a vitaliciedade dos membros no Supremo para o futuro. De sua parte, não pretende usufrui-la. Além do ritmo desgastante, alega a necessidade de renovação na Corte. Quer ainda fazer outras coisas, viajar e voltar a escrever.

Quanto ao mensalão, diz apenas que "a sociedade espera e cobra o julgamento dessas pessoas. Esse caso tem uma simbologia, o que exige que a gente ande o quanto antes para julgar esse processo. Eu estou pronta. Todas as segundas-feiras dedico as manhãs para estudar isso".

Para um dos muitos advogados que defendem réus no mensalão, "só lúmpen vai ser condenado. Um pouco por falta de provas e um pouco por falta de vontade política".
A afirmação soará como o prego no carro do pai?

CELG explicaria medidas desesperadas de Gilmar Mendes



(continuação da nota "Veja vestiu guardanapos na cabeça de Cachoeira, Demóstenes e Gilmar em Berlim")

Sexto ato:

A matéria da revista Veja onde Gilmar Mendes tenta se passar por vítima de Lula na CPI do Cachoeira, foi um tiro no pé, porque colocou em pauta a viagem a Berlim de Gilmar Mendes, Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira. Até então, o assunto era tratado apenas como boato, ainda. O próprio Gilmar conferiu veracidade na matéria da Veja.

Como dissemos, pode-se criticar Gilmar Mendes por tudo, mas de bobo ele não tem nada. Então o que levaria ele mesmo a agir com a Veja para ligar o holofote focalizando a viagem a Berlim? A lógica indica, que só seria razoável tomar esse rumo se fosse para desviar o foco de algo mais grave.

Pois as cronologia das datas nos traz pistas.

26 de abril

Ocorreu o encontro com Lula na casa de Nelson Jobim, dia que Lula esteve em Brasília, almoçou no Alvorada com a Presidenta Dilma e velhos companheiros de longa data. À noite, Lula e Dilma assistiram a estréia do documentário “Pela Primeira Vez”, de Ricardo Stuckert, sobre os últimos momentos do governo Lula e a posse da presidenta Dilma Rousseff.

À noite Gilmar Mendes estava no julgamento da constitucionalidade das cotas raciais nas universidades.

No próprio dia 26, cedo, já aparecia a notícia da deputada federal Iris de Araújo (PMDB-GO) apresentar requerimento na CPI do Cachoeira,  para o Ministério da Fazenda investigar a existência de contas bancárias do governador Marconi Perillo (PSDB-GO) no exterior. Essas suspeitas envolvem supostos desvios de dinheiro na CELG (companhia estadual de eletricidade).

Por outro lado, já havia vazado os relatórios da Operação Monte Carlo, onde constava o telefonema onde o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) comemorava com Cachoeira, o fato de Gilmar Mendes ter puxado um processo da CELG para o STF. Demóstenes avaliava que Gilmar conseguiria tirar das costas da CELG, 2 a 3 bilhões de dívidas.



28 de abril

O Estadão publicava matéria sobre o diálogo acima, com um texto que colocava Gilmar Mendes sob suspeita de ter favorecido aos interesses de Carlos Cachoeira, através da influência de Demóstenes Torres (ex-DEM-GO).

A reportagem do Estadão teve duas versões.

A primeira foi ao ar no portal da internet com um texto maior, com o título "Demóstenes ‘trabalhou’ com Gilmar Mendes para levar ao STF ação da Celg, diz PF"e encerrava dizendo: "O ‘Estado’ não conseguiu encontrar o senador e o ministro do STF para comentarem a gravação".

A segunda versão, apagou a primeira, encurtou o texto e aliviou para Gilmar Mendes, a começar pelo título "Demóstenes tratou de processo da Celg no STF, segundo PF".  A íntegra do texto da versão censurada e da substituída pode ser lida aqui.

Se a reportagem foi publicada em 28 de abril, é possível que no dia 26, Gilmar Mendes já soubesse, pelos rumores, e tentativas de "ouvir o outro lado".

29 de abril

O "site" Direito Positivo, levantava a possibilidade de Gilmar Mendes ter que responder processo por crime de responsabilidade:
Na hipótese das notícias que ligam o Senador Demóstene com o Ministro Gilmar Mendes serem confirmadas durante a CPMI, o Ministro poderá ser julgado pelo Senado Federal pela prática em tese de conduta prevista na lei 1079/50 combinada com a Constituição Federal no Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal (...).

10 de maio

Gilmar Mendes concedeu entrevista às redes de TV, onde foi perguntado sobre os rumores da convocação do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, à CPI.

Gilmar repetiu o bordão de gritar a palavra mágica "mensalão" para desviar do assunto Cachoeira:

“Eu tenho a impressão de que esta havendo um certo exagero, uma certa precipitação, talvez tenha razão o procurador-geral, que estamos prestes de iniciar o julgamento desse caso do mensalão e que haja talvez o propósito de desacreditá-lo, de deslegitimá-lo, não é?”, disse, e foi ao ar no Jornal Nacional (confira aqui)


Ora, então fica claro que se ele tivesse recebido "pressão" de Lula em troca de "proteção na CPI", ele teria que ter mencionado ali mesmo, naquela entrevista do dia 10.

Será que ainda não tinha, digamos, alinhavado o enredo a ser contado pela revista Veja?

Aliás, se ele achasse que houvesse motivo para "denunciar" Lula, como tentou fazer na Veja, por quê esperar um mês? Por que não no mesmo dia, no dia seguinte ou na semana seguinte?

Agora a CPI está obrigada a investigar o caso CELG:

Gilmar Mendes se expôs de forma que, racionalmente, ninguém se exporia, pois pulou dentro do caldeirão onde já fritam Demóstenes Torres, Carlinhos Cachoeira e a revista Veja.

Só medidas desesperadas explicam esse comportamento.

A CPI, agora, vê-se obrigada a investigar o caso CELG, além do que está por trás das viagens de Carlinhos Cachoeira, Demóstenes Torres e Gilmar Mendes a Berlim.

Também é hora de aprovar o requerimento da deputada Iris Araújo (PMDB), para rastrear contas no exterior.

Aguardemos o próximo capítulo.
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Marconi admite “erro imperdoável” na venda da casa



Marconi admite “erro imperdoável” na venda da casaFoto: Geraldo Magela/Agência Senado

EM ENTREVISTA A DORA KRAMER, GOVERNADOR DE GOIÁS DIZ QUE FALHOU AO NÃO VERIFICAR A IDENTIDADE DE QUEM DEU OS CHEQUES PARA A COMPRA DE SUA MANSÃO DE R$ 1,4 MILHÃO; ERA UM SOBRINHO DE CARLOS CACHOEIRA E FOI LÁ QUE O BICHEIRO FOI PRESO; ELE PROMETE IR À CPI LEVANDO INFORMAÇÕES CONTRA PT E PMDB

27 de Maio de 2012 às 09:52
247 – O governador de Goiás, Marconi Perillo, pretende trocar a defesa pelo ataque. Em entrevista à jornalista Dora Kramer, do Estado de S. Paulo, ele sinalizou que pretende ir à CPI sobre as atividades de Carlos Cachoeira, adotando a tática do homem-bomba. Diz ele que a empreiteira Delta entrou em seu estado levada pelo PMDB. E que irá ainda expor as relações da construtora com o PT. Sobre suas relações com o bicheiro Carlos Cachoeira, ele afirma que são “esporádicas”. Mas admite que cometeu “erro imperdoável” ao não verificar os cheques de quem estava comprando a sua casa por R$ 1,4 milhão. Era um sobrinho do bicheiro e foi nesta mesma residência que Cachoeira foi preso no dia 29 de fevereiro deste ano. Marconi, no entanto, sustenta que não sabia que a casa, paga pelo sobrinho de Cachoeira, estava sendo comprada pelo contraventor.
Leia, abaixo, o texto “Espalha brasa”, de Dora Kramer:
Convocado ou não, o governador Marconi Perillo está pronto para ir à CPMI que investiga as conexões público-privadas da organização Cachoeira e nesta terça-feira decide, além da quebra de sigilos da matriz da construtora Delta, se chama ou não para depor os governadores de Goiás, Brasília e Rio de Janeiro.
Caso a comissão resolva não convocar os governadores, Perillo (GO) examina fortemente a hipótese de ainda assim se oferecer para depor. Contraria, nessa posição, a opinião de seu partido (PSDB) que considera sua ida arriscada por expor o governador a um massacre político patrocinado pelo PT.
Marconi Perillo concorda em parte. Acha que é mesmo alvo de "uma CPMI que nasceu direcionada para atingir a imprensa, desmoralizar o procurador da República, enfraquecer a oposição e desviar o foco do julgamento do mensalão".
Por isso, em princípio não veria "razão objetiva" para ser convocado. Mas, segundo ele, as "razões subjetivas" existem e não podem ser ignoradas.
Dos três governadores, reconhece, é o mais atingido. Portanto, melhor ir "e esclarecer tudo de uma vez" do que não ir e sangrar na opinião pública como suspeito.
Uma espécie de contra-ataque no qual incluirá a apresentação de uma proposta para que se faça a CPI das Empreiteiras. "Aí se poderia obter um quadro bastante realista sobre financiamentos de campanhas eleitorais no Brasil."
O roteiro de Perillo na CPMI já está praticamente concluído: da exposição inicial - em que ressaltará a importância de instrumentos de fiscalização como comissões de inquérito - aos documentos que levará mostrando que os negócios da Delta em Goiás começaram no governo do PMDB e prosperaram também em administrações do PT.
Sobre a venda da casa onde foi preso Carlos Augusto de Almeida Ramos no fim de fevereiro, exibirá uma entrevista que deu na ocasião dizendo exatamente o que Wladimir Garcez Henrique - lobista da Delta e braço direito de Cachoeira - disse à CPMI na última quinta-feira.
"Não há choque de versões", atesta. Na edição de 3 de março, o jornal O Popular, de Goiás, registra que o governador contou ter sido procurado por Wladimir, interessado em comprar a casa. "Quando fui passar a escritura, ele me informou que o (empresário) Walter Paulo seria o comprador. Recebi três cheques e fui fazendo os depósitos como combinado."
Sim, mas como o governador explica ter recebido os três cheques assinados por Leonardo de Almeida Ramos, sobrinho de alguém que já havia sido protagonista do escândalo Waldomiro Diniz?
Pois é, não explica. Atribui a "erro imperdoável" o fato de não ter verificado a identidade de quem assinada os cheques. "Daí o desgaste extremo que venho sofrendo."
Segundo ele, injusto, pois "quem primeiro levou Cachoeira a fazer negócios com o governo foi o Maguito (Vilela, do PMDB), em 1995, para exploração da loteria estadual por meio da empresa Gerplan".
A Delta, de acordo com o governador, entrou em Goiás pelas mãos do mesmo partido quando Íris Rezende era prefeito de Goiânia, em 2005.
Perillo apresentará à comissão certidões do tribunal de contas mostrando que entre 2005 e 2011 a empreiteira recebeu cerca de R$ 300 milhões de contratos firmados em Goiânia, Aparecida de Goiás, Anápolis e Catalão, em gestões do PT e do PMDB.
Com isso, pretende demonstrar a "diversificação" geográfica e partidária da atuação da Delta em Goiás.
Voltemos a Carlos Cachoeira, já que Perillo é citado nos grampos da Operação Monte Carlo que registra um telefonema dele para o hoje presidiário e na época prestigiado empresário no Estado - "morava no edifício onde moram os mais ricos de Goiânia".
O governador qualifica suas relações com ele como "absolutamente esporádicas". E o que significa isso?
"Que o recebi uma vez a pedido do senador Demóstenes, que o encontrei em dois ou três jantares e que telefonei para ele uma vez para cumprimentar pelo aniversário."
A propósito de quê, se não eram próximos? "Estava numa festa, bebendo vinho numa roda de amigos que sugeriram e eu telefonei."

PSDB quer acareação entre Lula e Gilmar Mendes


PSDB quer interpelar Lula sobre tentativa de barrar mensalão

Gilmar Mendes, do Supremo, acusa o ex-presidente de pressioná-lo para atrasar o julgamento do escândalo, marcado para este ano; petista nega

27 de maio de 2012 | 12h 38


Encurralado pela possibilidade de convocação do governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, para depor na CPI do Cachoeira, o PSDB prepara medidas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusado de pressionar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a adiar o julgamento do processo do mensalão. Setores do partido discutem interpelar o ex-presidente na Justiça, convocá-lo à CPI, bem como a Gilmar, e até propor uma acareação entre os dois. Uma estratégia será fechada nesta segunda-feira, véspera da sessão da CPI na qual pode ser decidida a convocação de Perillo.

“Não há ainda uma definição. Estamos apenas conversando. Mas até amanhã a gente troca ideias sobre qual vai ser o procedimento”, informou neste domingo o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), classificando de graves as denúncias contra Lula: “O que houve foi uma afronta a duas instituições: o Congresso e o Judiciário.”

Conforme Gilmar, num encontro em Brasília, o ex-presidente Lula lhe ofereceu blindagem na CPI do Cachoeira, de maioria governista, em troca de apoio numa suposta operação do PT para adiar o julgamento do mensalão para 2013. O ministro tem relações estreitas com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), acusado de envolvimento com a organização do bicheiro.

A proposta teria sido feita no escritório do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, que negou o teor da conversa e disse que o encontro não foi combinado. Lula também negou o diálogo, por meio de sua assessoria. Já Gilmar se disse “perplexo” com a suposta oferta do ex-presidente.

Integrante da CPI, o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) disse ter conversado com o líder no partido na Câmara, Bruno Araújo (PE), que lhe deu aval para defender a convocação de Lula na CPI. Nesta segunda-feira, a bancada tucana na Casa se reúne para fechar uma estratégia para o caso.

“A denúncia é gravíssima: um ex-presidente dizer que manda na CPI e usar isso para chantagear um ministro do Supremo”, disse Francischini. “Se é mentira, o Lula tem de vir a público se explicar. É quase impossível um encontro fortuito entre duas autoridades desse porte”, acrescentou.

O PT costura com partidos aliados um acordo para a convocação de Perillo e, possivelmente, do governador de Tocantins, Siqueira Campos, outro tucano citado nos grampos da PF. Um depoimento de Agnelo Queiroz (PT-DF) também pode ser aprovado, embora a oposição não tenha votos suficientes, se o embate político acabar paralisando a CPI.

PS do Viomundo: O desespero do condomínio midiático com a CPI do Cachoeira — aquela que acabou sem ter começado, aquela que desperdiça dinheiro público, aquela que não apresenta resultados, aquela que apura grampos irrelevantes sobre a relação do crime organizado com a imprensa, aquela que terminou em pizza — é tão grande que todas as manobras serão tentadas para mudar de assunto.

Cachoeira grampeou o Supremo?



Luis nassif
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À medida em que as peças do quebra-cabeça Cachoeira vão se juntando, vislumbra-se um quadro inédito na história do país. Tão inédito que ainda não caiu a ficha de parte relevante da opinião pública e, especialmente, do Judiciário. O desenho que se monta é uma conspiração contra o Estado brasileiro (não contra o governo Lula, especificamente), através de três vértices principais.
Havia o chefe de quadrilha Carlinhos Cachoeira. Sua principal arma era a capacidade de plantar matérias e escândalos, falsos ou verdadeiros, na revista Veja – o outro elo da corrente.
Durante algum tempo, graças ao Ministro Gilmar Mendes, seu principal operador – o araponga Jairo Martins – monitorou o sistema de telefonia do Supremo. E Cachoeira dispunha da revista Veja para escandalizar qualquer conversa, fuzilar qualquer reputação.
Essa é a conclusão objetiva dos fatos revelados até agora.
O que não se sabe é a extensão das gravações. Veja demonstrou em várias matérias – especialmente no caso Opportunity – seu poder de atacar magistrados que votavam contra as causas bancadas pela revista.
A falta de discernimento das denúncias, o fato da revista escandalizar qualquer conversa, a perspectiva de virar capa em uma nova denúncia da revista, seria capaz de intimidar o magistrado mais sólido.
A dúvida que fica: qual a extensão das conversas do STF monitoradas e gravadas por Jairo? Que Ministros podem ter sido submetidos a ameaças de denúncia e/ou constrangimento?
Gilmar colocou a mais alta Corte do país ao alcance de um bicheiro.

Nos EUA, Murdoch ataca o “maconheiro Obama”



Nos EUA, Murdoch ataca o “maconheiro Obama”Foto: Montagem/247

DEPOIS DE SER ACOSSADO NA INGLATERRA, MAGNATA RUPERT MURDOCH EXIBE SUA FACE POLÍTICA NOS ESTADOS UNIDOS, ONDE SEU JORNAL THE DAILY PUBLICOU EXTENSA REPORTAGEM SOBRE O SUPOSTO APREÇO DE BARACK OBAMA PELA CANNABIS NA SUA JUVENTUDE; ELE FARIA PARTE ATÉ DA “GANGUE DO BASEADO”

27 de Maio de 2012 às 13:46
247 – O magnata australiano Rupert Murdoch, maior empresário de mídia do mundo, é, sobretudo, um animal político. Nos Estados Unidos, ele fez campanha tão ostensiva contra Barack Obama nas eleições presidenciais de 2008, que o candidato democrata rotulou a Fox News, de Murdoch, como um “partido político”, não como um veículo de comunicação.
Naquela ocasião, Murdoch apoiava John McCain, que foi derrotado para Obama. Hoje, quatro anos depois, o empresário australiano apoia o também republicano Mitt Romney, que tem chances reais de derrotar Obama na disputa de novembro. Essa definição da mídia como organização política inspirou o deputado Fernando Ferro (PT/PE) a criar a expressão PIG – Partido da Imprensa Golpista – que se popularizou no blog do jornalista Paulo Henrique Amorim.
Pois, neste fim de semana, Murdoch, que vinha enfrentando sérios problemas na Inglaterra, onde se viu forçado a fechar o tabloide News of the World, resolveu atacar. Um de seus jornais, o “The Daily” publicou uma matéria sobre os hábitos de Barack Obama na juventude.
De acordo com o periódico, Obama era um inveterado maconheiro, que fazia até parte do que ele e seus amigos definiam como a “gangue do baseado”, no Havaí. A reportagem está ancorada numa nova biografia sobre Obama, que já havia admitido ter experimentado a cannabis sativa.
A tese, agora, é de que seus hábitos relacionados ao uso de drogas na juventude foram muito mais intensos. Leitores do The Daily, no entanto, não ficaram muito satisfeitos com a reportagem do jornal e a apontaram como uma prova de partidarização da mídia nos Estados Unidos (clique aqui e leia e a reportagem do jornal de Murdoch).

FRIENDS IN HIGH PLACES

According to new bio, young Obama was an enthusiastic pot smoker

 Saturday, May 26, 2012

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    PHOTO:Getty Images

    Young Barack Obama strove for “T.A.” — total absorption of marijuana smoke.
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    Obama and his friends made no secret of their hobby, labeling themselves the “Choom Gang.”
It’s not news that President Obama had dalliances with marijuana as a young man. He wrote candidly about it in his 1995 memoir, “Dreams from my Father.” And as a presidential candidate in 2007, then-Sen. Obama admitted that when he was a kid, “I inhaled frequently, that was the point.”

But according to David Maraniss’ forthcoming book, “Barack Obama: The Story” — excerpts of which were leaked online yesterday — the president’s adolescent drug use was more, shall we say, dedicated than previously thought.

“When you were with Barry and his pals, if you exhaled precious pakalolo (Hawaiian slang for marijuana, meaning ‘numbing tobacco’) instead of absorbing it fully into your lungs, you were assessed a penalty and your turn was skipped the next time the joint came around,” a source told Maraniss.

According to the book, “Barry and his pals” at Honolulu’s Punahou high school even had a name for their pot-smoking clique. The Choom Gang, they called themselves — choom being a verb meaning “to smoke marijuana” — and they traveled around in a VW bus dubbed the Choomwagon.

Hardly just a passive member of the Choom Gang, the president-to-be is even credited with starting a few pot-smoking trends among the group.

Obama, according to the book, originated the concept of “T.A.,” short for “total absorption,” which entailed holding in a hit of marijuana until no smoke came out. He also popularized a method he called “roof hits,” which involved the Choom Gang smoking in a car with the windows rolled up, and then, when the pot was finished, tilting their heads back and inhaling the remaining smoke billowing down from the ceiling.

Another inventive move by the young Obama was the “interception.”

“When a joint was making the rounds, he often elbowed his way in, out of turn, shouted ‘Intercepted!’ and took an extra hit,” a source explains in the book. “No one seemed to mind.”

Obama even acknowledged his reefer-addled buddies in a section of his senior yearbook in which students were encouraged to express thanks and define their high school experience.

“Thanks Tut, Gramps, Choom Gang and Ray for all the good times,” he wrote on his page.

Ray, according to Maraniss’ book — which is due out next month — was a “long-haired haole hippie” and a “dealer” who could always be counted on to “score quality weed.”


Click here to see the Choom Gang rules
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Obama and his friends made no secret of their hobby, labeling themselves the “Choom Gang.”

Assim como Veja, Época blinda diretor em Brasília



Assim como Veja, Época blinda diretor em BrasíliaFoto: Edição/247

EM TEXTO DIVULGADO NESTE DOMINGO, REVISTA DIZ QUE CONTATOS DE EUMANO SILVA (CENTRO) COM DADÁ, BRAÇO DIREITO DE CARLOS CACHOEIRA, ESTÃO EM LINHA COM OS PRINCÍPIOS ÉTICOS DAS ORGANIZAÇÕES GLOBO; SEMANAL ALEGA AINDA QUE SUAS REPORTAGENS IRRITARAM A QUADRILHA DO BICHEIRO

27 de Maio de 2012 às 11:38
247 – A revista Época acaba de divulgar texto em seu site em defesa do diretor de sua sucursal em Brasília, Eumano Silva.  De acordo com a publicação, os contatos do jornalista com o sargento Dadá, braço direito de Carlos Cachoeira, não ferem os princípios éticos e editoriais das Organizações Globo (leia aqui o texto de Época).
Neste fim de semana, a revista Carta Capital publicou reportagem trazendo os grampos entre Eumano Silva e Dadá. Os dois se chamam ora de “professor”, ora de “presidente”. Numa das conversas, Eumano faz um alerta a Dadá a respeito de um blogueiro que havia publicado algo contra a construtora Delta – o que revela que Época tinha conhecimento das ligações do araponga com a empreiteira (ouça aqui os grampos). Segundo o texto que acaba de ser postado pela revista, Dadá se apresentava como funcionário da área de segurança da construtora de Fernando Cavendish.
No passado, quando outro jornalista das Organizações Globo, Ricardo Boechat, se viu envolvido num grampo, acabou demitido sumariamente pela empresa. Merval Pereira, então diretor de Jornalismo da Globo, condenou Boechat por “defender um lado contra outro” numa disputa empresarial (leia mais aqui). No caso recente, Dadá queria que Época publicasse algo contra a Warre, empreiteira de Goiânia, o que, efetivamente, ocorreu.
Desta vez, no entanto, a revista Época preferiu seguir estratégia semelhante à de Veja, que também blindou seu diretor em Brasília, Policarpo Júnior.

O Supremo precisa chamar Gilmar às falas


Autor: 
 
As seguintes suspeitas rondam o Ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), especialmente após sua última parceria com a revista Veja. E não tem como seus pares ignorarem:
  1. Há indícios de alguma forma de envolvimento com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres. Há suspeitas de uma viagem paga a Berlim e voos fretados no Brasil. Seja o que for, se os fatos existiram ou não, se imprudência, desvio ético ou corrupção, a corte precisa apurar. Não pode ignorar suspeitas graves. Há a necessidade premente de se saber a extensão de suas ligações com Demóstenes, Cachoeira e Veja.
  2. Há pelo menos um ato da maior gravidade, que necessita ser esclarecido: a contratação do principal operador de Cachoeira – o araponga Jairo -, para trabalhar na segurança do STF. Há indícios de jogadas combinadas entre Veja, Cachoeira e Gilmar. Foi a matéria “A República do Grampo”, mais os factoides sobre o grampo no Supremo que provavelmente forneceram o álibi para que Gilmar contratasse Jairo. A República do Grampo era controlada por Carlinhos Cachoeira e, graças a Gilmar, o Supremo pode ter ficado à mercê da organização criminosa. O episódio da falsa escuta no Supremo envolveu a instituição em uma armação que até hoje não foi esclarecida.
  3. Há indícios veementes de que o encontro com Lula foi solicitado pelo próprio Gilmar. E desconfiança que se destinava a obter o apoio de Lula contras as investigações da CPMI de Cachoeira. Qual a moeda de troca?
  4. A matéria da dupla Veja-Gilmar manipula declarações de vários ministros da corte, tendo como endosso Gilmar Mendes.
Gilmar precisa ser chamado a se explicar. O Supremo não pode ficar inerte ante o risco de um mega-escândalo que poderá afetar sua imagem. E robustecer teorias conspiratórias – como a de que vários ministros estariam reféns de Gilmar.

Veja vestiu guardanapos na cabeça de Cachoeira, Demóstenes e Gilmar em Berlim



Tem gente que veste carapuças, mas o que está na moda, em tempos de Cachoeira, é vestir guardanapos na cabeça (*).

Pois a revista Veja os vestiu (simbolicamente) na cabeça de Gilmar Mendes, em Berlim, em uma operação desastrada.

A Veja fez uma matéria que mais parece uma ópera bufã, onde tenta transformar o lobo-mau em vovozinha, e o chapeuzinho vermelho em lobo-mau.

Mas como até da reciclagem do lixo, se extrai matéria prima, dá para tirar boas hipóteses da matéria.

Primeiro ato:

O ministro Gilmar Mendes, parece querer se antecipar a "explicar", do seu modo, alguma coisa nada boa para o lado dele, que estaria para aparecer na CPI do Cachoeira.

Mas ele não pode simplesmente dizer "não fui eu", como o joãozinho da piada na escola, negando imediatamente após soltar um "pum", antes mesmo que os outros sintam o cheiro.

Segundo ato:

Então vem a calhar colocar o nome do presidente Lula no meio da estória, para embolar, e para tentar dizer "não fui eu", como se estivesse respondendo à uma hipotética acusação de "foi você".

Afinal o que explica um ministro do STF dar explicações de que pagou suas contas de uma viagem a Berlim, se ninguém ainda está perguntando isso?

portal 247 afirma: "Gilmar Mendes fez uma viagem recente a Berlim, onde se encontrou com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM/GO). Carlos Cachoeira também foi à capital alemã, na mesma data, mas não se sabe se houve encontros dele com o senador e o ministro do STF".

Terceiro ato:

Em parceria com a revista Veja, cria-se a narrativa bufã, onde Gilmar torna-se vítima, a prima-dona pura e donzela da ópera, e Lula o vilão da CPI malvada.

Talvez, com isso, a revista Veja pense em melar a CPI "malvada", tirando-a de seus calcanhares, assim como evitando ir adiante o suposto aparecimento de algo, digamos, constrangedor, para Gilmar Mendes.

Quarto ato:

O problema é que a estória criada pela Veja é muito ruim de acreditar e foi muito mal contada. Além de inacreditável, havia testemunha que desmentiu (Nelson Jobim).

Mas serviu para acender os holofotes na viagem à Berlim de Demóstenes Torres, Gilmar Mendes e, supostamente, Carlos Cachoeira, na mesma "bat-hora", no mesmo "bat-local".

É como se a Veja colocasse os guardanapos na cabeça dos três, em Berlim.

Quinto ato:

O problema é que, pode-se criticar Gilmar Mendes por tudo, mas de bobo ele não tem nada. Então o que levaria ele mesmo a agir com a Veja para ligar o holofote focalizando a viagem a Berlim? A lógica indica, que só seria razoável tomar esse rumo se fosse para desviar o foco de algo mais grave.

E para piorar, não há momento pior para expor-se dessa forma atabalhoada, justamente na revista que manteve uma longa parceria com Cachoeira, em pleno escândalo com o bicheiro.

Sexto ato...

Bem... os próximos atos estão por vir. Aguardemos os próximos capítulos.


(*) em alusão às fotos constrangedoras de Sérgio Cabral espalhadas por Garotinho.

Para quem não está por dentro do Caso:

A revista publicou uma matéria sem pé nem cabeça. Inventou que Lula, sem mandato, teria ido "chantagear" o ministro do STF Gilmar Mendes, e ainda por cima tendo Nelson Jobim como testemunha (Jobim já desmentiu a versão da Veja-Gilmar). Não satisfeita, a Veja caprichou no exagero. Inventou que Lula ainda teria confessado a Gilmar Mendes que estaria fazendo lobby sobre todos os outros ministros do STF sobre o julgamento do "mensalão". Na impossível hipótese de alguém como Lula fazer isso, se alguém fizesse uma coisa destas, faria em segredo, um a um, e jamais contaria o que conversou com uns e com outros, por motivo óbvio. Só isso já é suficiente para não dar crédito ao que está na revista.

Ainda não satisfeita, Veja caprichou mais um pouco, e inventou que Lula teria falado cobras e lagartos de alguns ministros do STF. Pegando o gancho da contenda entre Cezar Peluso e Joaquim Barbosa, a Veja inventou que Lula teria dito que Joaquim Barbosa seria "complexado". Vã tentativa infantil da revista de jogar os ministros do STF contra Lula, através da intriga boateira.

Fica evidente que a revista Veja quer melar a CPI por um lado e, por outro, pressionar os ministros do STF a julgarem o chamado "mensalão" com raiva, ou constrangidos em inocentar alguém por falta de provas, vendendo a lorota de que a opinião pública acreditaria ser por pressão de Lula. Ora, se Lula tivesse esse poder todo, e não respeitasse as instituições republicanas, teria interferido quando era Presidente da República e tinha muito mais poder político para isso. No entanto, Lula não interferiu nem na recondução do ex-Procurador-Geral da República Antônio Fernando de Souza, respeitando o fato dele ser o mais votado na lista tríplice apresentada pela classe dos procuradores.

Detalhe: o julgamento no STF não é político. Segue o que está escrito no Código Penal. Com provas não há como inocentar, por mais que houvessem pressões políticas. Sem provas, não há como condenar, por mais que haja pressão e propaganda política, seja pela imprensa demotucana, seja pelos políticos de oposição, seja pela organização do bicheiro Cachoeira.

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