quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A RESPOSTA DE OBAMA AO BONNER DA FOX




A isenção parece não representar mais um valor passível sequer de ser simulado pelo maior oligopólio midiático, que se arroga o papel de um poder moderador.



Há alguma coisa de profundamente errado com a liberdade de expressão num país quando, a cada escrutínio eleitoral, a maior preocupação de uma parte da opinião pública e dos partidos, do início ao fim da campanha, não é propriamente com o debate de ideias, mas com o impacto da ‘emboscada midiática’.

Não se duvida de que ela virá.

Apenas se especula como e com que intensidade a maior emissora de televisão do país –seus satélites e assemelhados– agirá na tentativa de raptar o discernimento do eleitor, sobrepondo-lhe denúncias, recortes e interditos da exclusiva conveniência dos interesses que vocaliza.

Carta Maior já disse algo parecido na eleição de 2012, na de 2010 e na de 2006; outros veículos e blogs fizeram o mesmo, assim também como muitos advertiram em 2002 e 1989…

Infelizmente, depois da ‘entrevista’ a que foi submetida a Presidenta Dilma no Jornal Nacional, nesta 2ª feira, não há motivo para não reiterar a mesma assertiva na forma e no conteúdo.

A novidade é a radicalização observada, inversamente proporcional à capacidade conservadora de oferecer um projeto alternativo a à sociedade que não se magnetize em torno da palavra arrocho.

Hoje isso é mais ostensivo do que em 2010.

Abre-se assim uma etapa de viva transparência; um embate bruto em que a mídia dominante não consegue dissimular as consequências daquilo que a define.

Tampouco parece ter pejo em descartar uma isenção – a rigor nunca praticada– mas da qual sempre se avocou em guardiã, para sonegar pertinência à democratização estrutural dos meios de comunicação.

A isenção parece, enfim, não representar mais um valor passível sequer de ser simulado por quem se arroga o papel de um poder moderador acima da sociedade.

Caricaturas de um oligopólio que não pretende debater, nem informar, mas apenas veicular a agenda conservadora, Willian Bonner e Patrícia Poeta deram inestimável contribuição a esse enredo nesta 2ª feira.

A forma amadora, sôfrega e abusada com que se dirigiram à Presidenta Dilma evidenciou a urgente necessidade de uma regulação da mídia no país.

A colisão entre o ritual democrático e a usurpação da vontade do eleitor por um interdito que se pronuncia de véspera e assim persiste até a boca da urna acompanha o calendário político brasileiro desde o fim da ditadura.

É como se o país sofresse de uma doença maligna que trocou a farda pela recidiva midiática.

A evidência mais grave dessa anomalia é que todos sabem de que garrote vil se fala, qual o intento do poder retratado e que interesses ele dissemina.

Não precisar nominá-lo é pouco menos que a tragédia na vida de uma Nação — já se disse mais de uma vez neste espaço.

O espetáculo encenado pela dupla Bonner e Poeta reitera a maleita de pontualidade afiada.

É a confirmação do poder paralelo asfixiante, ubíquo, previsível e consentido que impõe sua tutela ao voto graças a um arsenal composto de 26 canais de televisão, dezenas de rádios, jornal impresso, editora, produção de cinema, vídeo, internet e distribuição de sinal e dados.

Tudo regado por uma hegemônica participação no mercado publicitário.

Inclusive de verbas públicas.

Não há nessa constatação qualquer traço de fobia persecutória.

O que há são antecedentes.

Abundantes. Dotados de uma regularidade e arrojo tais que justificam o uso da palavra escárnio à cínica tentativa de negá-los.

Mencione- se apenas a título ilustrativo três assaltos ao território que deveria ser inviolável, e pelo qual muitos lutaram e não poucos morreram para que fosse assim.

Em 1982, a Rede Globo e o jornal O Globo arquitetaram um sistema paralelo de apuração de votos nas eleições estaduais do Rio de Janeiro.

Leonel Brizola era favorito, mas o candidato das Organizações Globo, Moreira Franco, recebera privilégios de cobertura e genuflexão conhecidos.

Os sinais antecipavam o estupro em marcha.

E ele veio na forma de um contagem paralela contratada pela Globo , a privilegiar colégios do interior, onde Moreira Fraco liderava. O intuito sibilino era criar um ‘consenso’ receptivo a acertos espúrios.

A violação só não se consumou porque Brizola recusou o papel de hímen complacente. Ao reagir convocou a imprensa internacional, denunciou o golpe em marcha e brigou pelo seu mandato. Em entrevista histórica –ao vivo, por sua arguta exigência–, Brizola denunciou a manobra da Globo falando à população através das câmeras da própria emissora.

Venceu por uma margem de 4 pontos.
http://www.cartamaior.com.br/?/Editorial/A-resposta-de-Obama-ao-Bonner-da-Fox/31641&page=1

Para Willian Bonner não esquecer como a TV Paulista foi adquirida ilegalmente por Roberto Marinho


NOVAS E ESPANTOSAS REVELAÇÕES SOBRE AS FRAUDES DE ROBERTO MARINHO PARA SE APODERAR DA TV GLOBO DE SP

Há anos e anos, (desde que o doutor Roberto Marinho era vivo e poderoso), tomando conhecimento dos fatos escandalosos que envolveram a “compra” da Rádio Televisão Paulista S/A (hoje a TV Globo de São Paulo), a Tribuna da Imprensa passou a informar e esclarecer esses fatos.
Depois que a Tribuna impressa deixou de circular, continuamos aqui, com o mesmo projeto rigorosamente representativo da verdade. A família Ortiz Monteiro e mais 673 acionistas minoritários, esperam JUSTIÇA.
É impressionante que, tantos anos depois da usurpação da emissora, ainda continuem a surgir novas provas das fraudes cometidas pelo fundador da Organização Globo, que precisava desesperadamente de uma emissora de televisão em São Paulo, para fortalecer sua rede, e tudo conseguia na ditadura militar que ele tanto apoiou.
Então vamos relembrar como Marinho deu esse grande golpe, passando por cima das leis, com a conivência das “autoridades” da época. Tudo começou em novembro de 64, quando Victor Costa Júnior, filho único e herdeiro de Victor Costa,(falecido em dezembro de 1959, na condição de presidente, e não acionista da TV Paulista), vendeu para Roberto Marinho o controle daquela empresa de comunicação.
Pagando o equivalente a 2 milhões de dólares, o presidente da Organização Globo assumiu 52% do seu capital social (15.100 ações de um total de 30 mil), SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO GOVERNO FEDERAL, infringindo assim a legislação sobre transferência de controle de emissoras de rádio e de TV, em vigor até hoje.
No contrato estava assinalado que os bens deixados por Victor Costa, incluindo as ações da Rádio Televisão Paulista S/A, vinham sendo inventariados numa das varas do Fórum Central de São Paulo e que as referidas ações seriam transferidas a Marinho tão logo fosse deferida a adjudicação dos bens ao herdeiro Victor Costa Junior, o que deveria ocorrer, sem contestação, em alguns meses, ou seja, no início de 1965. Mas isso nunca aconteceu.
“Vendedor” da TV Paulista
nunca foi dono da emissora
Curiosamente, o inventário de Victor Costa, pai, se arrastou por mais de 20 anos, PROPOSITADAMENTE, já que não havia impugnação alguma. Durante todo esse tempo (20 ANOS), Roberto Marinho jamais cobrou a transferência das ações. Por quê? Ora, porque ao final do inventário, não houve a adjudicação e transferência das ações, pois elas nunca pertenceram a Victor Costa pai e, portanto, não podiam ser transferidas ao herdeiro Victor Costa Filho.
O inventário só foi concluído em 1986, sem que as anunciadas ações da ex-Rádio Televisão Paulista S/A dele constassem. E uma das hipóteses (?) era que Roberto Marinho teria sido “passado pra trás” numa operação de vulto e imprescindível para a consecução de seu projeto de dominar tudo, em termos de comunicação: jornal, rádio, revista, televisão, gravadora de discos e por aí a fora.
Reexaminando algumas centenas de folhas da ação movida desde 2001 contra o Espólio de Roberto Marinho e TV Globo, e que vai ser julgada no Superior Tribunal de Justiça, deparei-me com alguns documentos que ensejam a conclusão de que o comprador da TV Paulista na verdade agiu como umESTELIONATÁRIO VULGAR, e de fato, JAMAIS FOI ENGANADO. Muito pelo contrário.
O advogado de Roberto Marinho
era advogado também do vendedor
Recapitulando: Roberto Marinho, com 60 anos, no auge de sua lucidez e obstinação empresarial, em novembro de 1964 comprou a TV Paulista da pessoa que não podia vendê-la, pois, não era titular das ações e Marinho estava bem ciente dos riscos e problemas que iria enfrentar.
Como cheguei a essa conclusão? Muito simples: o advogado de Marinho, comprador da emissora, era advogado também do vendedor e foi quem cuidou do processo de inventário dos bens deixados por Victor Costa a seu filho, Victor Costa Junior. Portanto, o advogado SABIA que as ações da Rádio Televisão Paulista S/A não estavam relacionadas como bens a serem inventariados e adjudicados. E TAMBÉM SABIA que o contrato assinado por Victor Costa Junior e Roberto Marinho NÃO TINHA VALOR ALGUM.
Esse advogado (na época um dos mais famosos de São Paulo), participou da elaboração  do Instrumento Particular de Venda das Ações da Rádio Televisão Paulista S/A, em nome de Victor Costa Junior e de Roberto Marinho, e  uma vez consumado o NEGÓCIO FRAUDULENTO, continuou prestando serviços à emissora e a Roberto Marinho por muitos anos.
É ELEMENTAR. Se o advogado tivesse enganado Roberto Marinho, jamais poderia seguir prestando-lhe serviços, inclusive, como diretor da empresa de comunicação e seu representante junto ao CONTEL – Conselho Nacional de Telecomunicações, a quem caberia deferir a imaginativa transação, passando aCONCESSÃO e o CONTROLE da emissora para Roberto Marinho.
Como é claro, límpido e transparente, Victor Costa Junior (“vendedor  das ações”),  Roberto Marinho (“comprador do que não existia”) e o advogado que representava os dois, TODOS ESTAVAM CIENTESdas ilegalidades, das fraudes e das falsificações que cometiam, assim como dos riscos que corriam e das vantagens que poderiam auferir. E AUFERIRAM.
Para legalizar a TV Globo de SP,
um enorme festival de ilegalidades
Em seguida, dissimuladamente, Marinho e seu advogado produziram as  mais absurdas e ilegais iniciativas jurídico-societárias, entre 1964 e 1976, para, com a concordância dos governantes militares, conseguiremDOZE ANOS DEPOIS, a ilegítima, indébita e imoral LEGALIZAÇÃO da usurpação de todas as ações dos verdadeiros acionistas  da então Rádio Televisão Paulista S/A, hoje, TV Globo de São Paulo, responsável por 50% do faturamento da Rede Globo de Televisão, não menos que OITO BILHÕES DE REAIS POR ANO.
O caminho seguido para se apossarem dos direitos acionários de centenas de famílias, foi simplista demais. Via assembléias extraordinárias irregulares e sem quorum legal, convocadas por meio de pequenos anúncios em jornais de circulação restrita, apropriaram-se ilícita e silenciosamente dos direitos dos ACIONISTAS VERDADEIROS.
E, quando descobertos e cobrados, com muita “competência”, justificaram: “De acordo com a Lei das Sociedades Anônimas, TODOS OS ATOS SOCIETÁRIOS DOLOSOS OU FRAUDULENTOS PRESCREVEM EM DOIS ANOS. PORTANTO, O QUE ERA DOS 673 ACIONISTAS  E OUTROS MAIS, AGORA NOS PERTENCE LEGALMENTE.
***

PS – Ótimo, estamos entendidos. Cumprimentos à família Marinho e à Televisão Globo de São Paulo pela  esperteza praticada e, segundo eles, fundamentada no artigo 286 da Lei das Sociedades por Ação, nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 e em legislação anterior:
PS2 – Diz o artigo 286: “A ação para anular as deliberações tomadas em Assembléia Geral ou especial,IRREGULARMENTE CONVOCADA OU INSTALADA, violadora da Lei ou do estatuto,  ou eivada de ERRO, DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO, prescreve em 2 (dois anos), contados da deliberação”.
PS3 – Acredite se quiser. Se houve crime, ato doloso, roubo de ações, ESTÁ TUDO PRESCRITO. É o que diz a lei. E é por isso que acionistas lesados da Televisão Globo de São Paulo, ex-Rádio Televisão Paulista S/A, irão bater às portas da ONU, da OEA e do Tribunal Internacional Penal por conta de escancarada e inadmissível  afronta ao LEGÍTIMO DIREITO DE PROPRIEDADE.
PS4 – Resumindo: aqui não há CIDADANIA. Aqui tem VILANIA e amparada por lei. Até quando? Que República.
http://www.tribunadainternet.com.br/novas-e-espantosas-revelacoes-sobre-as-fraudes-de-roberto-marinho-para-se-apoderar-da-tv-globo-de-sp/

ROBERTO MARINHO ASSINOU DOCUMENTO RECONHECENDO OS DIREITOS DOS ACIONISTAS DA TV PAULISTA, MAS NÃO TEVE DÚVIDAS EM ENGANÁ-LOS


Tão logo seja julgado, no Superior Tribunal de Justiça, o processo que contesta a venda da antiga TV Paulista (hoje, TV Globo de São Paulo) para Roberto Marinho, publicaremos documento assinado pelo fundador da Organização Globo, no qual  reconhece o direito e a regularidade societária dos acionistas fundadores do canal 5 de São Paulo. Mas enganou-os, como está no título.
Eram 673 investidores minoritários, que em 1977 tiveram suas ações IRREGULARMENTE desapropriadas em favor de Marinho por mísero Cr$ 1,00 (hum cruzeiro) cada ação, com respaldo do regime militar.
Esse documento assinado por Marinho poderá provocar uma verdadeira reviravolta empresarial-administrativa nesse controvertido e escuso “negócio”, e até fundamentar  o apelo que será dirigido a organismos internacionais por acionistas lesados, que, para tanto, estão contratando profissional especializado para recorrer à OEA, ONU e Tribunal Penal Internacional.
O governo federal acompanha o caso, mas  finge que não tem nada a ver com a babel instalada. Tem sim, pois nos arquivos do Ministério das Comunicações, em lugar bem escondido, repousam as provas de que a transferência do controle acionário da TV Globo de São Paulo para a família Marinho não tem validade, já que consumada por meio de documentos “EIVADOS DE NULIDADE ABSOLUTA”, como já foi repetidamente denunciado pelo MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL.
Mas a investigação do caso é dificultada, o Ministério das Comunicações não permite que se tenha acesso a essa documentação irregular apresentada por Roberto Marinho. Durante todo seu período como ministro, Helio Costa (ex-funcionário da Globo e protegido da família Marinho), impediu que houvesse vistas ao processo administrativo fraudulento. Que República.
***
PS – É verdade que os crimes de estelionato e de falsidade ideológica cometidos à época já prescreveram há muitos anos, mas comprometem PARA SEMPRE a validade da transferência da concessão do canal e da homologação do controle acionário da antiga TV Paulista (hoje, TV Globo de São Paulo) para a família Marinho, que está sendo questionada na Justiça.
PS2 – Em tempo: o relator do recurso especial no STJ, que versa sobre a AÇÃO DECLARATÓRIA de  inexistência de contrato de venda da TV Paulista a Roberto Marinho (e não AÇÃO  ANULATÓRIA, como irregular e ilegalmente julgado pela Justiça do Rio de Janeiro), é o ministro João Otávio de Noronha, da 4a. Turma.
PS3 – Noronha está no Superior Tribunal de Justiça, desde dezembro de 2002. Não é juiz de carreira. Foi nomeado pelo então presidente FHC, na vaga reservada aos advogados (quinto constitucional) possuidores de notório saber jurídico e de reputação ilibada.
http://www.tribunadainternet.com.br/roberto-marinho-assinou-documento-reconhecendo-os-direitos-dos-acionistas-da-tv-paulista-mas-nao-teve-duvidas-em-engana-los/

Urariano Mota: O que vimos no último domingo foi tudo, menos velório

Marina rindo 3

A política no velório de Eduardo Campos

por Urariano Mota

No último domingo, enquanto assistia à missa no velório de Eduardo Campos, anotei em uma folha dobrada:
Lula é o cara. Quebrou as vaias, as lanças e hostilidade que se levantaram contra Dilma. Lula pegou Miguelzinho, o bebê órfão, dos braços de Renata. E fala com ela, a ela. Atrás dele, Serra faz uma cara de quem mastiga o insuportável. A cara de Serra, atrás de Lula, me lembrou uma lição da cartilha do ABC na infância: “Paulinho mastigou pimenta…”. Luiz Carlos Azenha me falaria depois, quando o encontrei por acaso em meio à Ponte Buarque de Macedo: “a Globo News mostrou somente a cara de Serra”.

Mas a cara no velório foi outra. Lula roubou a cena das mãos da selvageria, da claque formada que investiu contra Dilma. Acima do pós-doutorado em política e relações humanas, esse homem do interior de Pernambuco tem a dignidade dos que se defendem com o povo. Sem pompa, é autoridade pelo que de brasileiro deserdado ele possui. Quando encontrei Azenha na ponte, nem lembrei dos versos de Augusto dos Anjos, no poema As Cismas do Destino, que recupero agora:

“Recife. Ponte Buarque de Macedo.
Eu, indo em direção à casa do Agra,
Assombrado com a minha sombra magra,
Pensava no Destino, e tinha medo!”

Medo sentimos pela onda de conservadorismo que se levanta.  Quando o arcebispo de Olinda e Recife rezou na missa em frente ao palácio do governo a frase: “Aceita, Senhor, o nossa sacrifício”, uma jovem devota a meu lado, enquanto comia um potinho de doce de banana, repetia com ele: “Senhor, aceita o nosso sacrifício”. E comia. Faz mal à gente  o mundanismo reles, naquele instante e lugar. O que meu íntimo censurava, notei depois, foi o comportamento vulgar da ausência absoluta de respeito aos mortos. A jovem que comia docinho repetia a visão do palco da missa, quero dizer, do púlpito, quero dizer, das autoridades e alguns íntimos do falecido adiante. Ela traduzia o grande mundo à altura das suas posses. A liturgia da morte foi quebrada, dentro e fora do cercado em frente ao Palácio do Campo das Princesas.

Na missa, o arcebispo Dom Fernando Saburido falava em ressurreição.

“Como disse o apóstolo Paulo, na segunda leitura: como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão…. E o mais bonito, meus irmãos e irmãs, é que todos os que creem em Jesus reviverão, não somente depois da morte, mas desde o instante em que acreditamos na sua Palavra”.

Na Praça da República, no Recife, o que se interpretava de tais palavras era mais carnal. De fato, no contexto armado do show cujo mote era uma tragédia, entre os telões com os atores políticos e pessoas com bandeiras eleitorais, do PSB e de Marina Silva  a ressurreição falava mais perto à terra. E aqui, nem vamos lembrar, porque herético, demolidor,  o sentido que deu à palavra o romance Ressureição, de Tolstói. Porque o significado era mais simples e baixo, nas condições do show eleitoral criado em torno da missa: a ressurreição era para Marina Silva.

Por isso o encontro com Luiz Carlos Azenha, na ponte Buarque de Macedo, foi mais respeitoso e aberto, quando lhe disse: “A gente fala no diabo e você aparece”. Ao que ele me respondeu: “E eu sou filho do capeta”.

É muito bom encontrar pessoas, repórteres honestos, corajosos, à margem da bênção eleitoral. Então lhe falei que Lula roubou a cena, inverteu o sentido das vaias com o gesto de agasalhar em seus braços o bebê Miguel. Menos para as imagens na televisão, onde apareceu a brilhante calvície de Serra. E lhe falei que me preocupava a pregação das qualidades de Eduardo Campos em que  avulta o amor à família cristã. Para mim, para mais de 90% dos brasileiros que não nos formamos em famílias sólidas, de avós, pai, mãe e filhinhos harmonizados, isso é o mesmo que um escárnio. Suavizado, é claro, pela doce luz do evangelho.

Por que em lugar de uma pregação de valores humanos que abriguem a realidade vivida pela maioria dos brasileiros, por que se faz uma construção piegas, e falsa, por extensão? Será mesmo assim tão importante ser família no sentido mais burguês da palavra, não ter falhas, somente filhos, amar o lar doce lar, último reduto contra a tempestade do mundo? Então somos obrigados a ver Jarbas Vasconcelos elogiar o respeito à família em Eduardo, ao mesmo tempo que nem devemos lembrar a última “namorada” de Jarbas ser capa da Playboy. Faz parte da hipocrisia eleitoral, que em vez da homenagem que o vício paga à virtude, é substância mais grosseira: a destruição da lembrança da orgia da última noite.

Pensando melhor, o que vimos nesse último domingo foi tudo, menos um velório. Chamem-no de evento, espetáculo, oportunismo, desrespeito aos mortos, insensibilidade à tragédia, surfismo eleitoral.

“Nós temos família e sabemos o quanto é importante uma família feliz. Ontem, por coincidência, foi o encerramento da Semana Nacional da Família, cujo tema para reflexão neste ano de 2014 foi A espiritualidade cristã na família: um casamento que dá certo. Ou seja, tudo a ver com a família que Eduardo e Renata procuraram constituir e que viveram na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, e que agora continua tão firme e estável como antes, na saudade e no amor que não morre”, assim falou o arcebispo Dom Saburido.
Prefiro os versos de  Augusto dos Anjos, ao subir a ponte Buarque de Macedo:

“Mas a Terra negava-me o equilíbrio…
Na Natureza, uma mulher de luto
Cantava, espiando as árvores sem fruto,
A canção prostituta do ludíbrio!”

Depois do último domingo, sabemos que a  mulher de luto é Marina Silva. Há um tom profético em toda poesia.

http://www.viomundo.com.br/politica/urariano-mota-o-que-vimos-ultimo-domingo-foi-tudo-menos-velorio.html

O que a Globo vai descobrir se o jatinho do JN pousar em Montezuma: reforma de aeroporto abandonado vale duas unidades de saúde

Por Ricardo Amaral, no Conversa Afiada
Dos 16 minutos cronometrados [da entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo], Dilma falou 10 minutos e meio; [o apresentador William] Bonner, 4 e meio, e Patrícia [Poeta, a apresentadora] quase 1 minuto. Dá 65% para ela e 35% para eles. Dilma pronunciou 1.383 palavras, contra 980 da dupla (766 só do Bonner), o que dá 60% x 40%. Isso é escore de debate, não de entrevista. A dupla encaixou 26 acusações ao governo e ao PT; algumas, com ponto de exclamação. Nos quatro blocos temáticos (corrupção, mensalão, saúde e economia) Bonner lançou no ar 13 pontos de interrogação, e Patrícia, dois. A presidenta foi interrompida 19 vezes. Tomou dedo na cara de Bonner e de Patrícia, que reclamou de uma resposta com um soquinho na mesa. Isso não é comportamento de jornalista. Na entrevista com Aécio Neves – que muitos acharam “dura”, embora tenha sido apenas previsível – a dupla fez quatro interrupções e cinco reiterações de perguntas.
Cópia de bici
Antes de pousar, avisem o menino

por Luiz Carlos Azenha, de Montezuma, Minas Gerais

Estamos, outra vez, em temporada eleitoral. Temporada de entrevistas no Jornal Nacional, de debates, daquele jatinho que cruza os céus do Brasil em busca de discutir os problemas nacionais. Em geral, são os problemas federais. Como os leitores, ouvintes e telespectadores do quarteto midiático — Folha, Estadão, Abril, Organizações Globo — talvez já tenham notado, não existem problemas de fundo em São Paulo, nem em Minas Gerais — por coincidência, sob governos tucanos.

Talvez a produção do JN decida pousar em Montezuma, no extremo norte do estado de Minas, fronteira com a Bahia. Há quem estranhe que a emissora mais poderosa do Hemisfério Sul não tenha feito isso ainda, diante das denúncias de que um dos candidatos ao Planalto teria beneficiado a própria família com dinheiro público.
Jornal Nacional está preocupadíssimo com a corrupção, como se viu na entrevista de William Bonner com a presidente Dilma Rousseff.

Assim sendo, é mais que justo que despache o jatinho até Montezuma.

A simpática cidade, de cerca de 8 mil habitantes, tinha uma pista de terra mandada construir pelo ex-governador mineiro Newton Cardoso. No final de 2007, quando Aécio Neves era governador de Minas Gerais, o aeródromo foi incluído no ProAero, o Programa Aeroportuário de Minas Gerais.

Segundo o Diário Oficial de Minas Gerais, o objetivo do programa tocado pela Secretaria de Estado e Obras Públicas (SETOP) era que Minas tivesse, em 2011, “69 aeroportos funcionando 24 horas por dia”.
Antecipando-se à Globo, apesar de seus parcos recursos, o Viomundo constatou que, no que se refere a Montezuma, o programa fracassou.

Não se você considerar justificável construir aeroportos para manter a saúde pública.

Hoje Montezuma, cidade de 8 mil habitantes, dispõe de uma pista asfaltada de cerca de 1.300 metros. É mais ou menos o mesmo tamanho da pista de Guarujá, no litoral paulista, cidade de 300 mil habitantes onde aconteceu o trágico acidente envolvendo o candidato Eduardo Campos.

Cópia de casinha

Porém, o aeródromo de Montezuma está abandonado.

Em março de 2008, o Departamento de Estradas de Rodagem mineiro adiantou-se e escolheu uma empreiteira para pavimentar a pista de terra de Montezuma. Contratou a Pavisan, por 268.460,65 reais. Segundo um ex-executivo da empresa, que lá trabalhava à época, a obra foi um mau negócio. O valor seria irrisório e não cobriria os custos. Ele não vê razão econômica para o estado investir no local, pois perto de Montezuma há cidades maiores que poderiam ter sido contempladas com um aeroporto. Qual seria a justificativa? A proximidade com as terras da família de Aécio? Facilitar o contato aéreo entre pai e filho? E se o negócio era ruim, por que a empreiteira topou? A Pavisan fechou vários contratos com o governo mineiro durante a administração de Aécio. O dono da construtora, Jamil Habib Cury, ocupou cargo público na gestão do tucano. Foi diretor do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais. Estava no posto quando a Pavisan foi escolhida para a pavimentação em Montezuma. Consta ainda na lista de doadores das duas campanhas vitoriosas de Aécio ao comando do estado, em 2002 e 2006. Na última, doou 51 mil reais.
Cópia de detalhe placa

A placa acima é de uma Unidade Básica de Saúde que está sendo reformada, bem diante do aeroporto abandonado de Montezuma.

Quer dizer que o governo de Aécio Neves torrou, em dinheiro de 2011, reajustado pela inflação de William Bonner, duas unidades básicas de saúde da Patrícia Poeta para asfaltar um aeroporto-fantasma?
Teria sido pelo fato de que a família do candidato tucano ao Planalto é proprietária, no município, de quase mil hectares de terras, na Perfil Agropecuária e Florestal?

Captura de Tela 2014-08-19 às 23.51.08

Quando as obras foram feitas em Montezuma, com Aécio governador de Minas, o pai dele era o dono das terras, obtidas através de usucapião.

O pai de Aécio foi deputado estadual entre 1955 e 1963 e deputado federal entre 1963 e 1987. Ou seja, estava em posição de poder ou tinha o filho em posição de poder quando tocava demandas judiciais para ficar com a propriedade.

Era dono das terras e tinha o filho em posição de poder quando a reforma do aeroporto aconteceu, mais ou menos a 30 quilômetros de sua propriedade.

Mera coincidência?

Em nossa passagem por Montezuma, entrevistamos duas pessoas que viram o agora senador desembarcando no aeroporto reformado. Aécio pousou lá. Em outra ocasião, foi o cantor Amado Batista, na véspera de fazer um show numa cidade do sul da Bahia.

Uma moradora da cidade disse que o aeroporto foi um dos principais investimentos estaduais já feitos em Montezuma. Segundo ela, antes da obra os montesumenses eram obrigados a caminhar em rodovias da região, correndo risco de atropelamento.

Agora, dispõem de um aeroporto para se exercitar. As caminhadas acontecem de manhã, bem cedinho, ou no final da tarde.

cópia de andando com cachorro
É isso mesmo: a obra do ProAero foi convertida em uma imensa pista para que a população local mantenha a forma física.
Perguntei a um dos usuários sobre o risco de um avião pousar inadvertidamente. Ele respondeu mais ou menos com as seguintes palavras: “Dá para ouvir o barulho. Qualquer coisa a gente se joga no mato”.

O aeroporto nunca foi homologado pela ANAC, a Agência Nacional de Aviação Civil.

Ainda assim, segundo os montesumenses que ouvimos, em tempos “de política” pousam ali aviões trazendo candidatos.

Este ano, quem sabe, será a vez do jatinho do Jornal Nacional.

PS do Viomundo: Na semana que vem, publicaremos a reportagem completa sobre nossa visita à cidade, bem como um mini-doc sobre o Choque de Gestão em Montezuma. A produção de conteúdo exclusivo do Viomundo, inclusive esta reportagem, foi bancada pela contribuição generosa de nossos assinantes. Fiquem com um álbum de fotos do aeroporto-fantasma, clicando sobre a foto abaixo:


http://www.viomundo.com.br/denuncias/o-que-globo-vai-descobrir-se-o-jatinho-jornal-nacional-pousar-em-montezuma.html

A esperança vai vencer o ódio: redes sociais após a morte de Eduardo Campos

“A esperança vai vencer o ódio”, afirmaram Dilma e Lula em 2010, e de novo em 2014,  sem que nenhum de nós soubesse o quanto essa máxima se tornaria cada vez mais pertinente ao longo da competição. A morte de Eduardo Campos, parte de sua equipe e dois pilotos em um trágico acidente de avião foi uma fatalidade que, evidentemente, ninguém esperava. As críticas a Eduardo se reservam ao campo da política, como faz parte do jogo, mas o respeito pela pessoa que ele foi, por sua família e amigos, pela sua trajetória sempre existiu e continuará existindo.
Depois de sua morte, as redes sociais se comportaram de maneira inesperada. Infelizmente, o ódio disseminado por algumas pessoas e alguns setores da mídia começou a se propagar como rastro de pólvora pronto para inflamar os ânimos daqueles que procuram guarida para suas frustrações. Foram montagens, postagens, acusações contra Dilma e o PT.
O perfil de humor chamado "irmã Zuleide" fez 3 postagens seguidas em que culpa Dilma pelo acidente e diz que a presidenta podia estar no lugar de Eduardo Campos. 

Dilmanás sabotou o avião de Eduardo Campos. Misericórdia!

Olavo de Carvalho, escritor que tem mais de 70 mil seguidores, deixou de lado o bom senso e qualquer manifestação de respeito para postar em seu Facebook, 3 horas depois do acidente, suas acusações à Dilma pela queda do avião
A página do Anonymous Brasil também não perdeu a chance de prestar seu desserviço na construção de teorias da conspiração

Uma sequência de tuítes de três perfis falsos usa chamadas sensacionalistas acusando a presidenta Dilma. Quem clicava era direcionado para o canal do vlogueiro Rafael Moreira no Youtube, para videos nomeados como "Criança apaixonada" e "Mulher na TPM", ou seja, o sensacionalismo e a falta de responsabilidade com a informação e a verdade foram usados para gerar audiência.
A candidata a vereadora pelo PSDB Dani Schwery, que sempre está envolvida em alguma polêmica, fez postagens no Twitter e no Facebook
Essa postagem do perfil Dilma Bolada jamais existiu. Foi uma montagem que circulou pela rede.
O Pastor Daniel Vieira, que depois de desculpou pela publicação(link is external), escreveu a seguinte mensagem em seu Twitter
Com a mesma rapidez da propagação do ódio e do desrespeito ao luto e à dor da família e de amigos, surgiu a reação – insurgiram-se as muitas vozes daqueles que se recusam a ser tomados pelo ódio. Manifestações como as mostradas acima foram fortemente criticadas na rede. Por isso, a maioria das postagens foram deletadas. Agora, mais do que nunca, a palavra é esperança.
O Brasil não é um país raivoso.  O ódio fica escondido com algumas pessoas que não querem ver o Brasil avançar, que querem ter os seus direitos de minoria colocados acima de todos os outros. Por isso, mais do que nunca, em 2014, a esperança desse Brasil que não para nunca vai vencer o ódio.
Nós do Muda Mais sempre prezamos pelo debate, pela discussão de conteúdo, sem ataques à vida pessoal de nossos adversários. Essa é a nossa concepção de respeito, mesmo seguindo as regras do jogo político. Por isso, vamos continuar com essa discussão de ideias para o Brasil continuar mudando. É vida que segue. E seguiremos trabalhando por esse projeto, esse governo popular que começou há 12 anos e mudou a vida de tantos brasileiros e brasileiras que, hoje, levantam conosco a bandeira da esperança.
http://www.mudamais.com/daqui-pra-melhor/esperanca-vai-vencer-o-odio-redes-sociais-apos-morte-de-eduardo-campos#at_pco=smlwn-1.0&at_si=53f41cf035bacc32&at_ab=per-2&at_pos=0&at_tot=1

Programa eleitoral do Aécio: uma furada atrás da outra

E mais uma vez o senador Aécio Neves abusou no desconhecimento sobre a situação do Brasil real. Disse ele que o Brasil vive hoje uma situação pior que em 2010, que a inflação está batendo na porta, que a economia brasileira parou de crescer e tanto blá blá blá que os pouco mais de quatro minutos pareceram uma eternidade e, de boa,a impressão que dá é que até ele, se assistir o seu programa eleitoral novamente, vai votar em Dilma.
E Aécio falou: “A verdade é que hoje o Brasil está pior do que estava há quatro anos atrás. (...) algumas das principais conquistas que nos trouxeram até aqui hoje estão em risco”
Mas essa é a realidade: A situação do país é tão ruim, mas tão ruim que, hoje, 75% da população brasileira está nas classes A, B e C, contra 45% em 2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso. Mais: a população nas classes D e E recuou de 55% em 2002 para 24% neste ano.
E mais, mesmo diante de um cenário grave de crise econômica mundial,  com desemprego e o fim de garantias de trabalhadores em todo o mundo, o governo Dilma foi na contramão. Vem crescendo acima do resto do mundo, o processo de redução de desigualdades sociais se intensificou e o desemprego atingiu as menores taxas de sua história (5%).
E disse Aécio: “A inflação já está aí de novo batendo na sua porta”
Ai ai ai, Aécio! Não sabe o que é o IPCA? Durante o governo Dilma, a inflação sempre esteve dentro da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional, nem um pontinho percentual acima. O teto é de 6,5% e a expectativa para este ano é de uma taxa média anual de 6,2%. Quer mais? O percentual ainda é inferior a média de 8 anos do governo FHC: 9,24%.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conhecido como inflação oficial do país, mostra desaceleração. Em julho ficou em 0,01%.
Tem mais, desde que o sistema de metas foi criado, em 1999, a inflação só ficou acima do teto em três ocasiões, sendo duas no governo FHC: em 2001, quando a inflação foi de 7,67% (acima do teto de 6%), e em 2002, quando chegou a 12,53% (bem acima do teto de 5,5%).
Aécio diz: “Na economia, o Brasil parou de crescer. E quando a economia não cresce, ninguém mais cresce e a vida não melhora”
Mas deveria dizer: O governo Dilma cresce em linha com o resto do mundo (excluída a China) e acima dos países desenvolvidos, ao contrário do governo FHC, que cresceu sistematicamente abaixo da média mundial (excluída a China) e dos países desenvolvidos.
Nos três primeiros anos do governo Dilma, a taxa média de crescimento do PIB (2,1%) foi superior à média das economias avançadas, da Zona do Euro e de países como Reino Unido, Japão, França, Espanha e Itália. Em 2013, o PIB brasileiro superou o PIB médio das economias avançadas(link is external), da Zona do Euro e de países como Estados Unidos, Canadá, México, Reino Unido, Japão, Rússia, Alemanha e França.
E mais: no governo do PT, o Brasil passou a ser a sétima maior economia do mundo. Além disso, foi o país que teve a 5ª maior taxa média de crescimento anual do PIB e da renda per capita, entre as dez maiores economias do mundo. Por último, o Brasil obteve a 4ª maior taxa de crescimento entre as grandes potências econômicas do mundo em 2013 e está mantendo a 7ª maior taxa neste ano.
E Aécio apela: “Os empregos começam a desaparecer”
A verdade é essaNos governos de Lula e Dilma, foram criados 20,8 milhões de empregos formais no país – dos quais 5,5 milhões apenas no governo Dilma (até junho). Ou seja, em apenas três anos e meio do governo Dilma foram criados mais empregos do que nos oito anos de FHC (5 milhões). Só no período da crise, de 2008 até agora, foram criados 11,9 milhões de empregos com carteira assinada.
E Aécio viaja... “O Brasil que vinha bem, que vinha avançando, perdeu o rumo. (...) O problema é a forma como o Brasil vem sendo governado. E quando o governo vira problema, aí sim, tudo vira problema”
….e esquece do Brasil sem Miséria, Pronatec, Mais Médicos: A “forma” como o Brasil vem sendo administrado no governo Dilma garantiu, entre outras coisas, que 22 milhões de pessoas saíssem da miséria; que fossem criadas 8 milhões de vagas em cursos de formação e qualificação profissional por meio do Pronatec; que fossem criadas 208 novas escolas técnicas; que fosse criado o Mais Médicos, beneficiando 50 milhões de pessoas; e que grandes obras de infraestrutura iniciadas no governo Lula avançassem.
E Aécio continua: “Hoje, o que depende do brasileiro vem dando certo, mas aquilo que depende do governo, vem dando errado”
E esquece que esse é um governo participativo: o senador esquece que esse é um governo do povo, para o povo e pelo povo. Talvez por isso seja tão contrário a maior participação do povo no governo. E mais, há muitas políticas em andamento muito bem avaliadas. Por exemplo, a habitação –, o governo Dilma deu continuidade e ampliou o Minha Casa Minha Vida. Dos 3,5 milhões de moradias contratadas nos governos Lula (1 milhão) e Dilma (2,5 milhões), ela já concluiu e entregou 1,75 milhão. E outras 1,75 milhão de moradias estão sendo construídas.
E Aécio apresenta o desemprego e o arrocho salarial: “O Brasil precisa de (...) um governo que tenha coragem, que planeje, que tenha prioridades, metas, que gaste menos com ele mesmo, pra poder gastar mais com as pessoas.”
A verdade dessa fala: Esse é o mote do choque de gestão implantado por Aécio em Minas, que além de não equacionar o grave problema do endividamento do estado (Minas é o segundo estado mais endividado do País, com 15,5% da dívida pública estadual brasileira) também não gastou o suficiente para melhorar a vida das pessoas. Prova disso é que Minas ostenta hoje menor Índice de Desenvolvimento Humano de toda a Região Sudeste e ocupa a nona posição no ranking nacional, entre todos os estados brasileiros.
No governo Dilma, o crescimento dos gastos nos últimos anos está ligado à área social (ou seja, aos gastos com as pessoas). Só os programas tradicionais de transferência de renda às famílias (como aposentadorias, pensões, auxílios, seguro-desemprego, abono salarial e benefícios a idosos e deficientes), sem contar o Bolsa Família, saltaram de 6,7% em 2002 para 9% do PIB em 2013. Já os gastos do governo “com o governo” não apresentam sinais visíveis de elevação no período. Os gastos com pessoal ativo e inativo, por exemplo, caíram de 4,8% para 4,2% do PIB.
http://www.mudamais.com/divulgue-verdade/programa-eleitoral-do-aecio-uma-furada-atras-da-outra