quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Steve Jobs teve vida de excentricidades



De usuário de LSD a budista zen, o gênio da tecnologia protagonizou várias curiosidades

Terra e AFP
STEVE-JOBS-MACBOOK-AIR.jpg 
Há mais camadas do cofundador da Apple, Steve Jobs, do que o ímpeto pela inovação que direcionou a companhia da maçã ao posto de empresa de capital aberto mais valiosa do mundo. Mais do que um criador de gadgets de luxo, responsável por associar o desejo à fria tecnologia, Jobs teve uma vida repleta de fatos inusitados ou excêntricos que, por vezes, aproximam o ídolo intocável dos súditos que o adoravam.
Tido como um "visionário genial" pelo Conselho da Apple, o ex-CEO não se graduou na faculdade, se recusou a reconhecer a paternidade de um filho e recebia, desde 1998, um salário anual de US$ 1 dos lucros da companhia. Veja abaixo estes e outros fatos inusitados da vida de Jobs, cuja morte foi anunciada na quarta-feira, dia 5 de outubro, aos 56 anos.
Ele era usuário de LSD na adolescênciaJobs teria usado ao menos uma vez drogas como o LSD quando era jovem. Para Jobs, aquilo teria sido "uma das duas ou três coisas mais importantes" que ele fez durante toda sua vida, de acordo com palavras do próprio Jobs em uma entrevista ao repórter Markoff do The New York Times em 2005.
Jobs é um budista Zen e quase se tornou mongeSegundo o Huffington Post, Jobs quase foi para um monastério para se tornar um monge. Em vez disso, ele se casou, em um templo budista, e criou a Apple para se transformar em um dos mais bem-sucedidos homens da tecnologia, inclusive financeiramente, do planeta.
Desde 1998, Jobs recebe salário anual de US$ 1Jobs recebia um salário anual de US$ 1 dos lucros da Apple desde 1998. É claro, no entanto, que ele possuía mais fontes de lucro, como as ações que tinha na própria Apple além da Disney por conta de ser um dos criadores dos estúdios Pixar.
Ele não foi para a faculdadeDiferentemente de Bill Gates e Mark Zuckerberg, Steve Jobs não passou pela faculdade por mais de um semestre. Além disso, a Apple foi criada, na verdade, em um quarto da casa dos pais adotivos de Jobs em Crist Drive, nº 11161, em Los Altos. Somente depois eles - Jobs e Steve Wozniak - se mudaram para a garagem da casa.
Jobs negou paternidade da primeira filhaSteve Jobs negou a paternidade da primeiro filha com a justificativa de que era estéril. Inicialmente, a filho foi criada com o suporte do Estado porque, com a negação de Jobs, a mãe não poderia receber ajuda financeira dele para criar o bebê. Com o passar do tempo, Jobs teria se tornado um bom pai para Lisa, que se formou em Harvard em 2000.
Jobs só come carne de peixeA única carne que Jobs come é a de peixe. O resto da sua dieta é vegetariana, incluindo ovos diariamente.
Jobs é adotado; o nome do pai biológico é Abdulfattah JandaliSteve Jobs é, na verdade, descendente de sírios muçulmanos. Os pais biológicos de Jobs, dois estudantes da faculdade, colocaram o menino para adoção. A história da adoção de Jobs por um casal de Los Altos, aliás, aconteceu em meio a mentiras, promessas não cumpridas e muitas preocupações.
A irmã desconhecidaMona Simpson, uma famosa novelista norte-americana na década de 80, é irmã de Steve Jobs. Como ele foi adotado, ele só soube do fato quando era adulto. O romance de Simpson Anywhere but here falava justamente sobre a relação da escritora com os pais, que também eram os de Jobs.
Ele construiu o jogo BreakoutO jogo Breakout, para Atari, foi construído por Steve Jobs. Na verdade, os fundadores da Apple - Wozniak, Jons e o esquecido Ron Wayne - trabalharam anteriormente na Atari. OA diferença é que, quando eles saíram da companhia, eles fundaram a Apple. Já Nolan Bushell, fundador do Atari, saiu da empresa para abrir a rede de restaurantes, Chuck E. Cheese.
Ele não dá dinheiro para a caridade
Jobs não dá nenhum dinheiro para a caridade, diferentemente de alguns colegas famosos, como Bill Gates. Quando ele virou CEO da Apple, Jobs disse: "esperem até que nós nos tornemos rentáveis".
Biografia
A editora americana Simon & Schuster anunciou nesta quinta-feira que antecipou para 24 de outubro o lançamento da primeira biografia autorizada de Steve Jobs, cofundador da Apple falecido na véspera aos 56 anos. Esta biografia de 656 páginas, escrita por Walter Isaacson e intitulada simplesmente "Steve Jobs", ia ser lançada em 21 de novembro, segundo a assessoria da editora.

Para escrever esta primeira biografia autorizada, Walter Isaacson entrevistou Jobs mais de 40 vezes em dois anos. Também entrevistou mais de cem familiares, amigos, adversários, concorrentes e colegas de trabalho. A editora também disse que Jobs, além de cooperar com a preparação do livro, não impôs limites nem condições, inclusive sequer quis ler o manuscrito antes de sua publicação.

Os pedidos de livros sobre Steve Jobs explodiram nesta quinta-feira na livraria online Amazon, com quatro títulos entre os 10 mais vendidos. A biografia "Steve Jobs", escrita por Walter Isaacson, que será lançada em 21 de novembro, foi o livro mais comprado no site. Há 24 horas ocupava a posição 375. O aumento nas ventas foi de 37.400%, segundo a Amazon.
Em segundo lugar entre os best-sellers (contra a posição 47.563 na quarta-feira) estava "I, Steve: Steve Jobs in His Own Words" (Eu, Steve: Steve Jobs em suas próprias palavras), uma biografia escrita por George Beahm prevista para chegar às livrarias no dia 8 de novembro.
O estudo das receitas que tornaram possível o sucesso da marca da maçã, "The Innovation Secrets of Steve Jobs: Insanely Different Principles for Breakthrough Success", publicado em setembro de 2010, estava na quinta posição, com uma alta de 4.374%.
Em sétimo lugar estava o livro "The Presentation Secrets of Steve Jobs: How to Be Insanely Great in Front of Any Audience", de setembro de 2009, que explora as famosas apresentações de Jobs, com um aumento de 1.383% nas vendas.
 

Após silêncio Dunga concede entrevista

Veja o vídeo

Em lugar de questionar a Veja, MPF de Goiás questiona a Anvisa



É curiosa essa iniciativa do Ministério Público federal de Goiás.
Como se sabe, o estado abriga grandes empresas farmacêuticas, certamente interessadas na questão dos remédios para regime.
Uma revista não-científica publica matéria de capa sugerindo o uso para emagrecimento de determinado remédio para diabetes. Nada acontece. A Anvisa decide coibir venda de medicamentos para emagrecimento. Os fiscalizados - os laboratórios - alegam que ela não ouviu a comunidade médica. Ou seja: eles. E o procurador decide instaurar inquérito civil contra o órgão regulador - não contra a revista.
Procuradoria quer saber motivos que fizeram Anvisa coibir a venda de medicamentos utilizados no tratamento de obesidade
O Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) instaurou um inquérito civil público para apurar as causas que levaram a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a proibir a venda de três medicamentos utilizados no tratamento de obesidade. A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão quer saber os motivos que respaldaram essa decisão da Agência.
Os três emagrecedores são produzidos à base de anfetamina (anfepramona, femproporex e mazindol). De acordo com a Anvisa, esses inibidores de apetite causam riscos à saúde dos pacientes. Entretanto, em reportagens veiculadas na imprensa goiana nessa semana, autoridades em saúde alegam que a Agência não ouviu a comunidade médica para tomar essa iniciativa. Há, ainda, profissionais que alegam não há comprovação de que os derivados de anfetamina são prejudiciais à saúde.
Para prosseguir a investigação, o MPF oficiou à Anvisa, requisitando que a Agência aponte todos os fundamentos fáticos, os estudos científicos e jurídicos que alicerçaram essa decisão. A Anvisa tem 10 dias para encaminhar essas informações ao MPF/GO
Por José Campos
Nassif,
essa não é a primeira vez que MPF instaura inquélito contra uma decisão de entidade pública baseada em uma "reportagem" da Veja. Ocorreu com o Inmetro, no vaso o padrão de plugues e tomada. Na audiência com o Juiz o procurador apareceu, pasmem, somente com a revista Veja debaixo o braço e nada mais. Não reproduziu um argumento que não estivesse na publicação. Algums procuradores, infelizmente, encaram esse trabalho como uma brincadeira. Não se dão trabalho de uma reflexão mesmo que superficial sobre a consequencia dos seus atos

Deputados criticam postura da CBF



Érika Romão

Publicada em 06/10/2011 às 19:45 

Em Brasília (DF)

Em Brasília, as denúncias recentes publicadas pelo LANCENET! em relação aos eventos realizados e patrocinados pela CBF para magistrados e delegados da Polícia Federal estão gerando críticas. A entidade irá realizar torneio de futebol para magistrados na Granja Comary, em Teresópolis, de 11 a 13 de novembro, e patrocinou congresso de delegados da PF, em 2009. Enquanto isso, seu presidente, Ricardo Teixeira, será investigado por suposta remessa ilegal de dinheiro do exterior para o Brasil e evita todos os convites vindos do Congresso para a prestação de contas da Copa do Mundo de 2014.

O deputado Romário (PSB-RJ) foi um dos que formalizaram convite para a participação do mandatário na Comissão de Turismo e Deporto da Câmara, mas não obteve sucesso e chegou a expressar, na ocasião, seu desapontamento com a negativa.

De acordo com o deputado federal André Moura (PSC-SE), a entidade trata a Casa com desdém e não deveria se envolver em eventos que não tem ligação com seu meio de atuação: o futebol.

– A CBF não tem nada a ver com uma associação de delegados ou magistrados. Fica a impressão de que não está preocupada com denúncias ou prestação de contas, mas que busca outros mecanismos para se proteger. Mais um motivo para que seja mesmo investigada – disse.

Otávio Leite (PSDB-RJ) e Roberto Freire (PPS-SP) seguiram a mesma linha de pensamento. Mas analisaram também a postura dos que irão usufruir dos convites.

– Esses agrados desconectados da atividade fim da CBF comprovam ser verdadeira essa busca permanente por influência nas instituições públicas e políticas. As instituições de classe deveriam tomar mais cuidado para não se deixar seduzir por tanta generosidade – frisou Leite.

– As pessoas estão se acostumando com o despudor. Se essa participação de magistrados não tem problema, eu não sei o que tem mais. É mais uma indecência. O governo também vai dar a sua contribuição com as exigências da Copa. Seremos um Brasil no Mundial e depois voltaremos a ter as nossas leis – concluiu Roberto Freire.


CBF financia e cede Granja Comary para peladas da PF



CBF financia e cede Granja Comary para peladas da PFFoto: DIVULGAÇÃO


06 de Outubro de 2011 às 17:46
247 – Muy amigo! É o mínimo que se pode dizer do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, em relação à Polícia Federal. Se, de um lado, a instituição é responsável pelas investigações sobre os crimes dos quais Teixeira é acusado na justiça brasileira, entre os quais lavagem de dinheiro, por outro ele cativa uma relação de proximidade com as pessoas e entidades que formam a corporação. Essa intimidade seria uma forma de ganhar proteção? Eis a pergunta que fica no ar.
Sabe-se agora, de acordo com reportagem do jornal Lance!, que a CBF foi uma das principais patrocinadoras de um congresso da Polícia Federal em 2009, tendo contribuído com R$ 300 mil a título de patrocínio. Não por coincidência, Teixeira, logo ele, foi um dos oradores do encontro, que tratava sobre questões como lavagem de dinheiro e crimes de corrupção. O acordo de patrocínio foi negociado diretamente entre o presidente da CBF e o delegado Valdir Lemos de Oliveira. Naquele tempo, Oliveira era era o primeiro-tesoureiro da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF). Hoje, ele é o encarregado de seguir a determinação do Ministério Público e abrir uma investigação contra Teixeira, supeito de lavagem de dinheiro. Logo após dar a verba da entiidade para a polícia, Teixeira, num gesto que agradou em cheio, como era de se esperar, os delegados, liberou a Granja Comary, sem cobrança de aluguel, para um torneio de futebol entre os policiais. As peladas aconteceram nos mesmos campos de treinamento e jogos-treinos da Seleção Brasileira.
O atual secretário de Segurança Pública do DF [e presidente da ADPF em 2009], Sandro Avelar, nega a existência de conflito de interesses. “Além da CBF, o congresso contou com o patrocínio de várias outras instituições conseguidas graças à importância dos vários temas tratados, entre eles o combate à corrupção, ao turismo sexual, à lavagem de dinheiro, à pirataria e à pedofilia”, rebateu. A ADPF também emitiu nota dizendo que não possui qualquer tipo de vínculo com a CBF e que não realizou nenhuma parceria com a entidade.

Protestos contra a crise chegam a Washington



Protestos contra a crise chegam a WashingtonFoto: REUTERS/Molly Riley

O FOCO PRINCIPAL DAS MANIFESTAÇÕES É A GANÂNCIA DE WALL STREET, MAS OS NORTE-AMERICANOS DESCONTENTES ESTÃO TOMANDO AS RUAS DE DIVERSAS OUTRAS CIDADES DOS ESTADOS UNIDOS, INCLUSIVE DA CAPITAL

Por Agência Estado
06 de Outubro de 2011 às 21:44Agência Estado
O foco principal das manifestações é a ganância de Wall Street, mas os norte-americanos descontentes com a crise econômica e o aumento do desemprego estão tomando as ruas de diversas outras cidades dos Estados Unidos, inclusive da capital, Washington.
Milhares de pessoas saíram às ruas hoje em passeatas por cidades como Filadélfia, Los Angeles, New Orleans, Salt Lake (Utah) e Anchorage (Alasca) para protestar sob diversas bandeiras, mas inspiradas pelo movimento iniciado em Nova York, agora em sua terceira semana.
Na capital norte-americana, centenas de pessoas ocuparam a Freedom Plaza para pedir reformas progressistas. Os participantes da passeata, intitulada Parem as Máquinas, fizeram eco às demandas do movimento Occupy Wall Street e denunciaram os políticos e os partidos de protegerem as grandes corporações do país em detrimento da classe média e dos pobres.
"Neste ponto eu já não vejo nenhuma diferença entre George W. Bush e Barack Obama. A classe média está muito pior hoje do que quando Obama foi eleito", observou John Penley, atualmente sem trabalho.
"Os pobres perderam a paciência", disse o manifestante Ban Manski, ativista do Partido Verde.
Em Los Angeles, 11 pessoas foram detidas depois de se sentarem no lobby de uma agência do Bank Of America após uma passeata protagonizada por cerca de 500 pessoas até o centro financeiro da cidade.
Entre as faixas exibidas nas manifestações havia mensagens como "Tirem o dinheiro da política" e "Não tenho dinheiro para bancar um lobista".
No Zuccotti Park, epicentro do movimento Occupy Wall Street, manifestantes mantinham hoje o acampamento iniciado no mês passado.

Goleira americana posa nua e é capa de revista




Goleira americana posa nua e é capa de revistaFoto: DIVULGAÇÃO

DESTAQUE NA ÚLTIMA COPA DO MUNDO, HOPE SOLO TIRA FÔLEGO DOS MARMANJOS NA PRÓXIMA EDIÇÃO DA ESPN AMERICANA

06 de Outubro de 2011 às 21:48
247 – Hope Solo, a atleta que teve o Twitter invadido pelos brasileiros durante a Copa do Mundo de futebol feminino, em julho deste ano, volta chamar a atenção do mundo pela beleza. Chega às bancas dos Estados Unidos a revista ESPN, com a goleira completamente nua. Mas a foto já ganhou a rede mundial pela internet.
A musa eleita uma das melhores do mundial comentou em seu perfil do Twitter: “Ficar nua é muito libertador. Mas não levo a sério essa coisa de ser uma sexy symbol. Eu sou uma atleta”.
Só para relembrar, o Brasil foi eliminado da Copa pelos Estados Unidos, na cobrança de pênaltis. Hope Solo, que foi destaque durante a partida com belas defesas, chegou a defender uma cobrança, que ajudou a eliminar a seleção brasileira.
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Meirelles é o candidato de Kassab em São Paulo




Meirelles é o candidato de Kassab em São PauloFoto: Divulgação

UMA NOTÍCIA BOMBÁSTICA MUDA O QUADRO DA SUCESSÃO EM SÃO PAULO. NESTA QUINTA, O EX-PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL, HENRIQUE MEIRELLES, DEIXOU O PMDB. NA SEXTA, ELE EMBARCA NO PSD, DE GILBERTO KASSAB, E MUDA SEU DOMICÍLIO ELEITORAL PARA SÃO PAULO; SIM, ELE SERÁ O CANDIDATO DA BILIONÁRIA MÁQUINA MUNICIPAL

06 de Outubro de 2011 às 19:23
Leonardo Attuch_247 – Marta Suplicy, Fernando Haddad, Gabriel Chalita, Bruno Covas... e, de repente, Henrique Meirelles. O quadro sucessório em São Paulo acaba de mudar radicalmente. Nesta quinta-feira, o ex-presidente do Banco Central formalizou sua saída do PMDB. Até as 18h desta sexta-feira, ele embarca no PSD, criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. E, além disso, ele também transferirá seu domicílio eleitoral de Anápolis (GO), sua cidade natal, para São Paulo. O que quer Meirelles? Sim, ele sonha em ser prefeito de São Paulo e será o candidato de Gilberto Kassab – informação publicada em primeira mão pelo 247 (leia mais aqui). E que ninguém se engane: Meirelles, que durante oito anos foi responsável pela política de controle inflacionário, é um candidato forte, que contará com o apoio de uma máquina tem R$ 10 bilhões em caixa.
Cauteloso como sempre, ele guardou a surpresa para os instantes finais. Queria antes ter a certeza de que o PSD teria seu registro aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral. O prazo para novas filiações e transferências de domicílio eleitoral termina nesta sexta. Mas o jogo já foi combinado entre Kassab e Meirelles. Animado com a força política do PSD, que pode chegar ao fim de semana como o terceiro maior partido político do País na Câmara dos Deputados, ele já tomou sua decisão e embarca na nau de Kassab para ser o candidato da máquina. Aliás, não foi por acaso que Meirelles, recentemente, reassumiu o comando da Associação Viva o Centro, que luta pela revitalização do centro antigo de São Paulo – o que também é uma bandeira da atual administração.
As ambições políticas do ex-presidente do BC vêm de longe. Nas últimas eleições, ele tentou ser vice de Dilma, mas foi vetado por Michel Temer. Agora, é a hora do troco. Temer investiu alto na candidatura de Gabriel Chalita, estratégica para o futuro do PMDB, em São Paulo, mas está sendo surpreendido, de surpresa, por um ex-peemedebista. Apoios empresariais para a candidatura do PSD virão aos montes e numa cidade que tem um eleitorado ainda conservador, Meirelles tem boas chances de se eleger prefeito.
A cara do PSD
Meirelles também é um bom símbolo daquilo que o PSD pretende ser – um partido de centro que se equilibra entre PT e PSDB. Antes de comandar o Banco Central nos oito anos da era Lula, ele foi o parlamentar mais votado em Goiás pelo PSDB. Ou seja: Meirelles é um híbrido, que trafega entre bem os dois partidos, mas que, no governo Dilma, foi escanteado. Perdeu o comando do Banco Central para Alexandre Tombini, foi indicado para uma Autoridade Pública Olímpica que teve poderes reduzidos e até convidado para ser gestor dos preparativos para a Copa de 2014 pela Confederação Brasileira de Futebol – mas, neste caso, preferiu não comprar uma briga com o governo, que anda às turras com a CBF.
Agora, Henrique Meirelles encontra aquele quadro com o qual sempre sonhou: um cavalo arreado, pronto para ser montado. Oportunidades assim são raras e, desta vez, ele não irá desperdicá-la

A primavera norte-americana




Wall Street ocupada

Publicado em 06/10/2011 por *Mair Pena Neto

A primavera árabe, elogiada nos meios de comunicação como movimento popular pelo fim das tiranias naquela parte do mundo, pode estar se repetindo onde menos se esperava: no coração financeiro do planeta, de onde emana o modelo que o leva a um impasse de grandes proporções, que ameaça sua própria sobrevivência. O movimento “Ocupar Wall Street”, embora ainda sem objetivos muito bem definidos e sem a mesma atenção midiática dispensada aos povos árabes, está colocando o dedo na ferida do capitalismo financeiro e arregimentando cada vez mais pessoas.

Manifestações pacíficas, aplaudidas em outros cantos do mundo, naturalmente não são bem-vindas no quintal norte-americano, ainda mais quando decidem acampar no distrito financeiro de Nova York. Na praça Tahir, pode, na Porta do Sol, vá lá, mas em Wall Street não. A democracia dos Estados Unidos tratou seus pacíficos cidadãos a cassetetes e gás de pimenta, quando se dirigiam ao local. Mais de 700 pessoas foram presas pelo "crime" de se manifestarem contra uma ordem mundial que causa crise, recessão e desemprego.

Mas o tiro está saindo pela culatra. Assim como nas praças árabes, a repressão gera mais mobilização, e diversas categorias profissionais aderem ao movimento. A solidariedade começa a se espalhar por outras cidades dos Estados Unidos e o movimento cresce, aparece e luta pelo que o presidente Obama não conseguiu. Inverter a ordem do jogo em que ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais numerosos. O desemprego nos EUA atinge cerca de 20 milhões de pessoas, enquanto os bônus nos grandes bancos e empresas movimentam fortunas ofensivas, principalmente em tempos de crise e déficit fiscal elevado.

Qualquer tentativa de elevação de imposto, taxação dos mais ricos ou algo que o valha é bombardeada pelos republicanos e pelo setor conservador da sociedade, que não entrega os anéis, mas periga perder os dedos. O movimento norte-americano se organiza pelas redes sociais e funciona de forma horizontal, sem lideranças definidas. Na Praça Tahir também não havia lideranças claras, mas a persistência do povo egípcio derrubou o governo.

Os manifestantes norte-americanos não pedem a cabeça de Obama, mas em seu protesto ainda difuso está a revolta contra o domínio do capital financeiro sobre o país. Os americanos de lá perderam suas casas na crise do subprime e seus empregos no repique da convulsão econômica, da qual o país não conseguiu emergir. Para um país forjado por sua classe média deve ser insuportável conviver com tanta desigualdade social, ameaçando sua democracia política.

O movimento ainda irá enfrentar mais repressão policial e boicote midiático. Seu futuro é incerto. Mas pela solidariedade que tem despertado e o envolvimento de categorias de peso, como o sindicato nacional dos trabalhadores do setor siderúrgico (USW), com mais de um milhão de filiados, pode ganhar massa muscular e conquistar corações e mentes de um país que não se mobiliza de forma abrangente desde os protestos pelo fim da guerra do Vietnã.

*Mair Pena Neto é jornalista carioca; trabalhou em O Globo, Jornal do Brasil, Agência Estado e Agência Reuters. No JB foi editor de política e repórter especial de economia.

Enviado por Direto da Redação