sábado, 12 de maio de 2012

Desembargador pede e TJMG nega censura prévia ao Novojornal





Desembargador José do Carmo, pego descumprindo a lei, requereu que Novojornal fosse impedido de publicar qualquer matéria a seu respeito

Insatisfeito com as matérias publicadas por Novojornal a respeito de suas atividades extra magistratura, em descumprimento a Lei Orgânica da Magistratura ( LOMAM), o Desembargador José do Carmo Veiga de Oliveira ajuizou ação, distribuída a 20ª Vara Cível da Capital mineira, pedindo antecipação de tutela para que Novojornal fosse impedido de publicar qualquer matéria a seu respeito. O Juiz da 20ª Vara Cível, em sua decisão, afirmou: 

“Quanto ao pedido de que os requeridos sejam impedidos de publicar a edição de quaisquer outras matérias envolvendo a parte autora, entendo, sob a égide do inc IV, do art 5o , da CF, não ser possível uma prévia censura, sob pena de violar a liberdade de uma pessoa em sustentar uma opinião, estando garantido constitucionalmente ao ofendido o direito de resposta, inc V, do art 5o da CF. A meu sentir, não se fazem presentes os requisitos contidos no art 273 do CPC a permitir seja concedida, nesta fase processual, a tutela de urgência reclamada, sendo necessário estabelecer previamente o contraditório e a amplitude de defesa. Ante o exposto, indefiro à tutela de urgência requerida, reservando-me para novamente apreciá-la quando da sentença”.

Na condição de dirigente da entidade Instituto Presbiteriano Mackenzie que administra a Universidade Mackenzie, o desembargador José do Carmo Veiga de Oliveira seria co-responsável dos crimes praticados pela entidade, dentre eles, o desvio de recursos para a Igreja Presbiteriana. Fato apurado através de inquérito da Polícia Federal e objeto de ação que tramita em Brasília. Igualmente, a Polícia Federal investiga seu envolvimento em procedimento de fraude ao credor, no caso a União.

Considerado o pivô nas investigações do esquema que envolve entidades que se apresentavam como filantrópicas e não são, o Instituto Presbiteriano Mackenzie, segundo relatos de procuradores da fazenda nacional, vem praticando nos Tribunais Superiores  uma atividade própria de organizações criminosas, ao transferir seus bens para terceiros, em clara litigância de má Fé. O Instituto que o desembargador dirige só não está inscrito juntamente com toda sua direção no “Cadastro Informativo de créditos não quitados do setor público federal (CADIN), por força de uma liminar conseguida na justiça federal e que vem sendo questionada.

“Além do exercício de atividade incompatível com a da magistratura, o desembargador José do Carmo Veiga de Oliveira, na condição de co-responsável dos diversos crimes praticados pela entidade que dirige, já deveria estar afastado de suas atividades”, alega um assessor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Novojornal apurou que representação neste sentido já está em fase de conclusão para ser apresentada.

“As peças do Inquérito da Polícia Federal estão cobertas por sigilo e a divulgação das mesmas poderia atrapalhar o andamento das investigações”. Porém, ressalta que, devido o valor, pessoas e entidades envolvidas no inquérito, devera, sem dúvida, transformar-se em um dos maiores escândalos de sonegação fiscal.

Talvez seja este o motivo do pedido do desembarcador José do Carmo Veiga de Oliveira para que oNovojornal seja impedido de publicar qualquer matéria a seu respeito. Como noticiado anteriormente, o TJMG já vive nova realidade ética e moral. Diferente da vivida com a “Justiça Tucana”.

Nota da redação: O Novojornal não tem qualquer opinião formada a respeito dos fatos. Cabendo a Polícia Federal, ao Ministério Público e finalmente a Justiça decidir se foram irregulares ou não os atos praticados. A obrigação de Novojornal é apenas a de noticiar com isenção.

Documentos que fundamentam esta matéria

No Conselho Nacional do Ministério Público está tudo dominado




Gurgel articulou maioria no CNMP infiltrando representantes mineiro e goiano para manter privilégios e impedir punição de aliado político

Enquanto o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vem destacando-se na moralização do judiciário ganhando apoio e elogio de todos os setores da sociedade civil, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que anteriormente mantinha comportamento idêntico, após a posse dos novos conselheiros do biênio 2011-2013, entrou em processo de letargia, permanecendo em silêncio em relação aos desvios de conduta praticados por “seleto grupo”. Todos em alianças com clara conotação política partidária envolvendo e favorecendo o Poder Executivo dos diversos estados a quem deveria fiscalizar.

Em dezembro de 2010, o CNMP afastou o ex-procurador-geral do Ministério Público do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, e a promotora Deborah Guerner por suposta participação no mensalão do DEM. Em maio do ano passado, o Conselho aprovou a demissão dos dois acusados. Até fevereiro deste ano, no entanto, a resolução não havia sido cumprida. Enquanto isso, ambos continuam afastados, mas recebendo seus salários normalmente.

Em outra ocasião, em abril de 2007, o CNMP determinou o afastamento do então procurador de Justiça do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) Vicente Augusto Cruz de Oliveira. Motivada pelo envolvimento de Vicente Cruz no desvio de R$ 2,5 milhões dos cofres públicos, entre 2002 e 2006 do MP-AM. O procurador também foi investigado pela suposta encomenda da morte de seu concorrente ao cargo de procurador-geral de Justiça, aplicando-lhe em 2009 a pena de perda do cargo, e ao promotor de Justiça Jonas Neto Camelo, a aposentadoria compulsória por irregularidades na compra de um imóvel funcional.

Em evento promovido pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro na sexta-feira (04/05) para homenageá-la, a ministra e corregedora da Comissão Nacional de Justiça, Eliana Calmon alertou: “Elites podres do país já querem fazer as infiltrações dentro do CNJ para minar a grande instituição que temos no Poder Judiciário. São setores diversos que tentam colocar representantes dentro da CNJ. É uma tentativa de fazer com que o CNJ tenha representantes dessa sociedade em fúria, mas isso ainda não aconteceu”.

Enquanto a “elite podre”, citada por Calmon, ainda não conseguiu infiltrar-se no CNJ, o mesmo não pode ser dito em relação ao CNMP. O que era uma luta silenciosa dos integrantes da Procuradoria da República e das diversas procuradorias regionais estaduais e federais espalhadas pelos estados do país que vinham se rebelando contra a capitulação branca praticada pelo grupo de Gurgel, acabou-se revelada após divulgação do ato do Procurador Geral em paralisar, por três anos, investigações que comprovavam já em 2009 o esquema criminoso montado pelo senador Demóstenes Torres e pelo contraventor Carlos Cachoeira.

Identificados até agora na área política como participantes do esquema de Cachoeira, além de Demóstenes Torres e diversos deputados federais, estão os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB-GO), o secretário do Governo de Minas Gerais, Danilo de Castro (PSDB-MG), pai do esquema Cachoeira, viabilizado através de criminoso processo licitatório que permitiu a entrada no país da multinacional de jogos Gethec, quando exercia no governo tucano a presidência da Caixa Econômica Federal (fato amplamente comprovado na CPMI dos Bingos), o governador do Distrito Federal, Âgnelo Queiroz (PT), o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), através de seu envolvimento com a construtora Delta e Beto Richa (PSDB), governador do Paraná, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) e José Serra (PSDB) no governo do Estado (2007-2010) e na prefeitura paulistana (2004-2006).

Em Goiás, o esquema operado por Cachoeira atua nos mais diversos níveis da administração pública do estado, conforme revelado pelo sitio Brasil 247, influenciando junto a parlamentares, policiais e membros do judiciário goiano. De acordo com o site, o contraventor mantinha um governo paralelo no Estado, participando de decisões do Executivo e até mesmo pagando “comissões” para funcionários. Salário adicional com dinheiro da Delta.

Ainda segundo o site, Cachoeira chegava a pagar um salário extra para membros de alto escalão do governo do Estado.  A verba, segundo eles, viria da Delta. Entre os supostos beneficiados estariam o ex-presidente do Detran-GO, Edivaldo Cardoso, e o secretário de Segurança Pública, João Furtado de Mendonça Neto. De acordo com o Brasil 247, Edivaldo receberia uma remuneração mensal de R$ 15 mil, enquanto João Neto ganharia cerca de R$ 10 mil.

Esquema idêntico vem ocorrendo em Minas Gerais, Estado conservador onde os governantes procuram manter-se afastados da contravenção, desta forma necessitando e até mesmo tornando-se refém da atuação de intermediário, neste caso do secretário de governo Danilo de Castro, que mantém um governo paralelo desde que os tucanos assumiram o Poder em 2002.  Sua influência permiciosa espalha-se por toda maquina pública. A exemplo de Goiás, também mantém total controle sobre as áreas de segurança pública, empresas estatais e outros setores não governamentais como na recente conquista do Sindicato das Empreiteiras de Obras Pública de Minas Gerais (SICEPOT).


Danilo sempre foi o “interlocutor” do esquema criminoso por todo Estado, principalmente com o Executivo e Legislativo de quase a totalidade dos municípios mineiros administrados por integrantes das mais diversas legendas partidárias, inclusive da Capital, estendendo-se ao Poder Legislativo Estadual, a alta direção da Procuradoria Geral de Justiça e grande parte do Poder Judiciário. As irregularidades e desmandos executada pelo esquema, denominado “Gangue dos Castros”, vem sendo há anos objeto de diversas matérias do Novojornal. Comprovado ficha suja, Danilo de Castro se mantém no governo mesmo após edição, pelo governador, de lei proibindo sua permanência.

Observa-se uma coisa comum entre os estados que integram o esquema Cachoeira, as Procuradorias Geral de Justiça tornaram-se órgão acessório do Executivo. Em Minas, vem há mais de uma década “avocando” procedimentos incômodos ao Palácio da Liberdade e a seus aliados, impedindo as investigações desenvolvidas principalmente as instalados pela Promotoria Especializada na Defesa do Patrimônio Público. Atuando também na celebração de diversos Termo de Ajustamento de Conduta (TAC´s), alguns legitimando até mesmo concorrência irregular no valor de R$ 1,5 bilhão, já anulada por desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

A serviço do esquema através de ilegal convênio celebrado entre o Executivo, Ministério Público e Polícia Militar, instalou-se em Minas Gerais um gigantesco esquema de espionagem e escuta clandestina, constitucionalmente deveria ser exercido pela Polícia Civil. As escutas e espionagem incluem preferencialmente opositores políticos, dirigentes sindicais e até mesmo autoridades dos diversos Poderes contrárias ao que vem ocorrendo. Relatórios diários a respeito das espionagens e escutas são encaminhados ao secretário Danilo de Castro, através da casa militar do governo mineiro.

O esquema montado chegou ao requinte de utilizar-se do Judiciário através da instalação, na Capital, de uma “Vara Especializada de Inquéritos”, centralizando e filtrando os procedimentos criminais, impedindo a tramitação dos que contrariam os interesses do grupo e legitimando aqueles criados para perseguir seus desafetos. O próprio Novojornal foi vítima do esquema montado na Vara de Inquérito em conjunto com uma promotoria especializada criada sobre encomenda para suspender seu registro “br”.

O portal jornalístico foi retirado da internet, através de uma liminar solicitada pelo MP, apenas porque publicara denúncias de irregularidades praticadas no Governo de Minas, além do esquema montado pelo então Procurador Geral, Jarbas Soares Junior, na Procuradoria Geral de Justiça de Minas Gerais. Procedimento anulado através de decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais que considerou a prática abusiva, pois, após três anos da liminar conseguida e da suspensão do sitio, nenhuma prova ou denúncia fora apresentada, demonstrando que o inquérito e liminar tinham apenas o intuito de silenciar o Novojornal.com.br. Um deputado chegou a afirmar da tribuna da Assembleia mineira: “O atual Governo de Minas quando não consegue comprar um órgão da imprensa providência seu fechamento através da PGJ”

Nos últimos dez anos nenhuma investigação contrária aos interesses do esquema de Castro prosperou, foram avocadas pelo Procurador Geral de Justiça, permanecendo paralisados, a exemplo do ocorrido em relação à Operação Las Vegas e Monte Carlo.

Esta prática iniciou através de Jarbas Soares Junior, permanecendo na gestão de Alceu Torres. O esquema, na PGJ-MG, chegou ao absurdo de aprovar, em seu Conselho Superior, resolução contrária as resoluções do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), autorizando que o procurador Fernando Antônio Fagundes Reis assumisse o cargo de diretor jurídico da Concessionária Light adquirida pela Cemig.

As irregularidades cometidas na compra da Light estão sendo apurados através de Ação Popular que tramita no TJMG. As remunerações do procurador somadas chegam perto de R$ 100.000,00 por mês. Porém, nem todos integrantes da PGJ-MG participam do esquema e concordam com o que vem ocorrendo, exemplo desta discordância expressou em seu parecer à procuradora Nadja Kelly Pereira de Souza Miller, relatora do processo administrativo no Conselho e seguida pelo procurador Arnaldo Alves Soares, da Procuradoria de Combate aos Crimes Praticados por Agentes Políticos. Em seu parecer, a procuradora Nadja Kelly argumentou que o remanejamento só se justificaria se fosse motivado pelo "interesse público" ou para a realização de "atividade de relevância" para o MPE.

A procuradora-conselheira entendeu ainda que a conflito de interesse, pois a Light é controlada pela Cemig que, por sua vez, é réu em diversas ações de consumidores movidas pelo MPE. "Ressalta-se que compete ao Ministério Público assumir a titularidade da ação popular havendo desistência do autor popular, situação que traria perplexidade com dois membros do Ministério Público atuando em polos passivos adversos da ação", anotou a relatora do processo. A indicação do procurador Fernando Fagundes foi recomendada ao procurador-geral de Justiça, Alceu José Torres Marques, pelo governador Antonio Anastasia (PSDB), sendo aprovada por oito votos a dois em reunião do órgão colegiado do MPE. Procurado, o Conselho Nacional do MP, em Brasília, disse que não pode se manifestar sobre o caso de Minas Gerais.

Em Goiás, segundo o sitio Brasil 247, o Ministério Público Estadual vive situação de constrangimento total. Promotores, de forma reservada, reclamam, lamentam, mostram-se em um beco sem saída: investem contra colegas para limpar a barra do coletivo, ou se calam e pagam geral pelo desgaste? Eles gostariam que o procurador-geral, Benedito Torres, irmão de Demóstenes, deixasse o cargo e que Umberto Machado, hoje na Secretaria de Meio Ambiente do governo, saísse imediatamente.

Tudo se aprofundou com a ida de Umberto Machado para o governo Marconi Perillo (PSDB). Quando ele foi anunciado como substituto do deputado federal Leonardo Vilela (também tucano, e que saía para ser candidato a prefeito de Goiânia) na Secretaria de Meio Ambiente (Semarh), houve reações visíveis nos bastidores do MP goiano. Uma ação política que deixava vulnerável a questionamentos uma instituição técnica. Era o que diziam vários promotores, para reforçar: uma ação desnecessária, de pura vaidade da parte de Umberto e de inegável uso do poder de seus padrinhos, que seriam o próprio Benedito e o senador.
Difícil explicar o que veio depois. Já no momento da posse do promotor como secretário de Marconi, dia 28 de março, vinha a explosão das denúncias envolvendo o senador Demóstenes Torres e o governador com o contraventor Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo. De início, constrangimento duplo: um promotor chegando a um governo no epicentro de um escândalo nacional e, pior, subordinado ao procurador de Justiça do Estado, irmão do principal alvo político do caso: Demóstenes.
Logo depois, Benedito foi citado em episódio nada inspirador: seu irmão prometia ingerência direta no MP goiano para beneficiar Cachoeira. Ele chegou a ser questionado dentro da própria instituição, pela ex-procuradora-geral de Justiça Ivana Farina, que foi dura. “Existe uma organização criminosa no Ministério Público, que vem sendo investigada desde 2000, comandada por Cachoeira”, informou ao “Correio Braziliense”.

O que tem faltado aos membros do MP goiano e mineiro é coragem para expressar o que muitos deixam claro em conversas reservadas e que garantem representar a “voz geral”: que Benedito e Alceu precisam fazer algo pra resgatar a “credibilidade perdida” do MP, e tem que ser algo que vá muito além das simples negativas de aparelhamento das Procuradorias.

Em relação ao secretário de Marconi, promotor Umberto Machado, houve uma tentativa direta no sentido de que ele mudasse de ideia. O procurador de Justiça Waldir Lara Cardoso pediu ao Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) que reconsiderasse a dispensa concedida ao promotor para que assumisse o cargo de secretário. “O procurador ponderou em seu pedido que a Constituição Federal proíbe membros do Ministério Público de exercerem outra função pública, salvo uma de magistério. Ele também cita casos de autorizações pleiteadas por integrantes de outros órgãos ministeriais negadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em abril de 2010 e junho de 2011 para justificar o retorno de Umberto Machado aos trabalhos no MP”, registrou reportagem de “O Popular” do dia 19 de abril.

A reação de Umberto foi qualificar o pedido de “inapropriado”. Argumentou que o CSMP, para liberá-lo, se baseou na Resolução nº 72 do Conselho Nacional do MP (CNMP), editada em 2011 e que revogou artigos de outra resolução, de 2006, que proibiam o exercício de outros cargos públicos por integrante dos MPs. A certeza da impunidade e da cumplicidade do CNPJ é tamanha que as decisões dos dois Conselhos Superiores de Minas e Goiás fundamentaram-se na resolução nº 72, de 15 de junho de 2011desconsiderando, desrespeitando e omitindo a resolução de nº 73, de 15 de junho de 2011, como visto de número seqüente e com a mesma data que proibia a prática autorizada.

Tudo em clara manipulação das normas e legislação existente na defesa dos interes dos governos dos dois estados, legitimando atos irregulares que constitucionalmente deveriam ser anulados pelo MP e com total cumplicidade do Conselho Nacional do Ministério Público, que deveria coibir estas práticas, porém, como narrado anteriormente, foi infiltrado por representantes dos estados onde funcionam os esquemas montados junto com o Executivo.
Dos 14 membros do CNMP, 10 compõem a chamada “base” de Gurgel, juntos elegeram o Corregedor Nacional, principal cargo do CNMP. Corregedor e “base” de Gurgel é a maioria, desta forma decidem apenas o que é conveniente ao grupo. Integram este grupo Fabiano Augusto Martins Silveira, representante do Senado Federal, Luiz Moreira Gomes Júnior, da Câmara Federal, ambas as casas políticas, somados aos representantes do Ministério Público do Distrito Federal, Claudia Maria de Freitas Chagasão, do Ministério Público do Paraná, Procurador de Justiça Alessandro Tramujas Assad,ao representante do Ministério Público de Goiás Tito Amaral, promotor  indicado por apoio decisivo do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), a quem serviu como assessor parlamentar no Senado, e o representante do Ministério Público de Minas Gerais o ex-procurador geral Jarbas Soares Junior, indicado através de um acordo político com o PSDB.

A aprovação de Jarbas Soares no Senado ocorreu através do parecer favorável do senador Aécio Neves (PSDB-MG), a quem serviu na condição de Procurador Geral de Justiça de Minas Gerais por dois mandatos, montando o atual esquema existente no Estado. Jarbas Soares Junior encontra-se denunciado perante o CNMP por apresentação de declaração falsa ao Senado, informando que nunca tinha sido denunciado ou processado, fato que impediria sua aprovação. Ao contrário do declarado por Jarbas Soares, ele foi denunciado por formação de quadrilha perante o Supremo Tribunal Federal no processo nº 158638/2007 junto com Eduardo Azeredo. Além de responder a Inquérito Policial por Crimes de Abuso de Autoridade perante o TJMG no processo nº 1.0000.08.481736-0/000.

Igualmente está denunciado no CNMP em reclamação disciplinar pela utilização indevida de seu cargo de Procurador Geral de Justiça de Minas Gerais em benefício próprio ao determinar a instalação, decidir e funcionar em procedimento em que era parte. Esta reclamação diz respeito ao empastelamento doNovojornal.com.br. A carreira e seu comportamento consta da matéria: “Jarbas Soares: a vida de um Procurador de Justiça sem pudor”

Reação contrária a atuação deste grupo já começam a ganhar corpo em todo país no intuito de acabar com a promiscua relação entre as diversas procuradorias de Justiças e os governos estaduais.  O conselho deliberativo da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP) decidiu que a entidade intensificará o trabalho para agilizar a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição n.º 31 de 2009, que institui a eleição direta para procurador-geral de Justiça dos Estados e do Distrito Federal.

A decisão foi tomada na última reunião do conselho deliberativo, realizada em Brasília dando seqüência ao defendido pelo CONAMP, deputados da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal (CCJ) aprovaram proposta que muda a forma de escolha do procurador-geral nos Estados, trocando a lista tríplice por eleição entre os integrantes de carreira. A ideia é acabar com a nomeação política para o chefe do Ministério Público pelos governadores de Estado. Recentemente, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, contrariou setores do MP estadual quando indicou um derrotado em eleição interna para o cargo.

O caso Cachoeira levantou questionamentos. Nomeado pelo governador de Goiás, Marconi Perillo, o procurador-geral do Estado, Benedito Torres, aparece nas conversas entre o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), irmão do procurador, e o empresário do jogo Carlos Augusto Ramos, conhecido por Carlinhos Cachoeira. Os diálogos gravados durante a Operação Monte Carlo da Polícia Federal, mostram Cachoeira solicitando a Demóstenes que interceda junto ao irmão em favor de interesse de seus negócios.

A proposta aprovada pela CCJ altera a Constituição e será analisada agora por uma comissão especial antes de chegar ao plenário da Câmara. O texto do projeto estabelece que os chefes dos ministérios públicos dos Estados e do Distrito Federal, os conhecidos procuradores-gerais de Justiça, serão eleitos pelos integrantes da carreira. Eles serão nomeados pelo chefe do Poder Executivo, depois de a escolha ser aprovada pela maioria absoluta da Assembléia Legislativa do Estado.

O autor do projeto, deputado Francisco Praciano (PT-AM), afirma que a proposta pretende abolir a interferência do Executivo na escolha do procurador-geral de Justiça.

"É forçoso admitir que as formas de nomeação dos chefes dos ministérios públicos, como atualmente estabelecido na Constituição, tornam meramente políticos os cargos de Procuradores-Gerais de Justiça e comprometem a independência que deve ter o Ministério Público para o cumprimento das funções institucionais que lhes são previstas pela Constituição Federal", argumentou Praciano.

"Não raras vezes os procuradores-gerais se integram à administração pública, servindo ao chefe do Executivo e dele recebendo orientação política em sua atuação funcional. Como estabelecido nesta proposta, ainda, a aprovação, pela Assembléia Legislativa, do nome daquele que foi o mais votado pelos integrantes da carreira do Ministério Público, é uma forma de participação indireta da sociedade na escolha de tão importante autoridade", defendeu Praciano.

http://www.novojornal.com/politica/noticia/no-conselho-nacional-do-ministerio-publico-esta-tudo-dominad-07-05-2012.html


Cachoeira: Ex-procurador Geral sabia desde 2006 e nada fez




Relatório comprova que a Polícia Federal e a PGR tinham conhecimento, desde 2006, das ligações de Cachoeira com Demóstenes e nada fizeram



Três relatórios a que Novojornal teve acesso, assinados pelo delegado Deuselino Valadares dos Santos, então chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros (DRCOR), da Superintendência da PF em Goiânia, revelam que Demóstenes tinha direito a 30% da arrecadação geral do esquema de jogo clandestino, calculada em aproximadamente R$170 milhões de reais nos últimos seis anos.

Na época, o império do bicheiro incluía 8 mil máquinas ilegais de caça-níqueis e 1,5 mil pontos de bingos. Como somente no mês passado a jogatina foi desbaratada, na Operação Monte Carlo, as contas apresentadas pela PF demonstram que a parte do parlamentar deve ter ficado em torno de 50 milhões de reais. O dinheiro, segundo a PF, estava sendo direcionado para a futura candidatura de Demóstenes ao governo de Goiás, via caixa dois.

A informação, obtida por Novojornal, consta de um Relatório Sigiloso de Análise da Operação Monte Carlo, sob os cuidados do Núcleo de Inteligência Polícial da Superintendência da PF em Brasília. E o senador conseguiu manter a investigação tanto tempo em segredo por conta de um expediente tipicamente mafioso: ao invés de se defender, comprou o delegado da PF.

Deuselino Valadares foi um dos 35 presos pela Operação Monte Carlo, em 29 de fevereiro. Nas intercepções telefônicas feitas pela PF, com autorização da Justiça, ele é chamado de “Neguinho” pelo bicheiro. Por estar lotado na DRCOR, era responsável pelas operações policiais da Superintendência da PF em todo o estado de Goiás. Ao que tudo indica, foi cooptado para a quadrilha logo depois de descobrir os esquemas de Cachoeira, Demóstenes e mais três políticos goianos também citados por ele, na investigação: os deputados federais Carlos Alberto Leréia (PSDB), Jovair Arantes (PTB) e Rubens Otoni (PT).

Ao longo da investigação, a PF descobriu que, nos últimos cinco anos, o delegado passava informações sigilosas para o bando e enriquecia a olhos vistos. Tornou-se dono de uma empresa, a Ideal Segurança Ltda, registrada em nome da mulher, Luanna Bastos Pires Valadares. A firma foi montada em sociedade com Carlinhos Cachoeira para lavar dinheiro. Também comprou fazendas em Tocantins, o que acabou por levantar suspeitas e resultar no afastamento dele da PF, em 2011.

O primeiro relatório do delegado Deuselino Valadares data de 7 de abril de 2006, encaminhado à Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio (Delepat) da PF em Goiânia. Valadares investigava o escândalo da Avestruz Master, uma empresa que fraudou milhares de investidores em Goiás, quando conheceu o advogado Ruy Cruvinel. Cruvinel chamou Valadares para formar uma parceria a fim de criar “uma organização paralela” à de Carlinhos Cachoeira. O suborno, segundo o delegado, seria uma quantia inicial de 200 mil reais. Ele, ao que parece, não aceitou e decidiu denunciar o crime.

Em 26 de abril de 2006, o relatório circunstanciado parcial 001/06, assinado por Deuselino Valadares, revelou uma ação da PF para estourar o cassino de Ruy Cruvinel, no Setor Oeste de Goiânia. Preso, Cruvinel confessou que, dos 200 mil reais semanais auferidos pelo esquema (Goiás e entorno de Brasília), 50%, ou seja, 100 mil reais, iam diretamente para os cofres de Carlinhos Cachoeira.

Outros 30% eram destinados ao senador Demóstenes Torres, cuja responsabilidade era a de remunerar também o então superintende de Loterias da Agência Goiânia de Administração (Aganp), Marcelo Siqueira. Ex-procurador, Siqueira foi indicação de Demóstenes e do deputado Leréia para o cargo. Curiosamente, ao assumir a função, um ano antes, ele havia anunciado que iria “jogar duro” contra o jogo ilegal em Goiás.


Em 31 de maio de 2006, de acordo com os documentos da Operação Monte Carlo, Deuselino Valadares fez o relatório derradeiro sobre o esquema, de forma bem detalhada, aí incluído um infográfico do “propinoduto” onde o bicheiro é colocado no centro de uma série de ramificações criminosas, ao lado do senador do DEM e do ex-procurador Marcelo Siqueira. Em seguida, misteriosamente, o delegado parou de investigar o caso.

“Verificado todo o arquivo físico do NIP/SR/DPF/GO não foi localizado nenhum relatório, informação ou documentos de lavra do DPF DEUSELINO dando conta de eventual continuidade de seus contatos com pessoas ligadas à exploração de jogos de azar no Estado de Goiás”, registrou o delegado Raul Alexandre Marques de Souza, em 13 de outubro de 2011, quando as investigações da Monte Carlo estavam em andamento.

A participação do senador Demóstenes Torres só foi novamente levantada pela PF em 2008, quando uma operação também voltada à repressão de jogo ilegal, batizada de “Las Vegas”, o flagrou em grampos telefônicos em tratativas com Carlinhos Cachoeira. Novamente, o parlamentar conseguiu se safar graças a uma estranha posição da Procuradoria Geral da República, que recebeu o inquérito da PF, em 2009, mas jamais deu andamento ao caso.

Como demonstrado, ao ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza afirmar, em entrevista à Agência Estado, nesta quinta (10/05), que a Polícia Federal foi quem pediu para segurar a investigação da Operação Vegas em 2009 e que as investigações ocorreram após sua saída do cargo de procurador geral, não corresponde a verdade uma vez que as  investigações anteriormente citadas ocorreram em 2006 quando o mesmo ocupava o cargo de Procurador Geral da República.

Em sua entrevista, Antonio Fernandes de Souza afirmou, que deixara a chefia do MP em julho daquele ano e que telefonou recentemente para Cláudia, esposa de Gurgel, para saber dela se a investigação da Operação Vegas chegou ainda na gestão dele. A subprocuradora disse-lhe que não, mas detalhou a ele que foi a PF que pediu que a apuração não fosse encerrada. "A deliberação seria pelo arquivamento", afirmou.

O ex-chefe do MP classificou como uma "bobagem" a discussão que está sendo travada em relação ao caso. "Nada foi feito para postergar a investigação. O objetivo é fazer uma investigação que dê resultado. E a apuração deu. Se fosse arquivado lá atrás, nada teria sido revelado", disse. Ele ressaltou que Gurgel tem suas "razões de conveniência" para abrir uma investigação ou não, e que não há nada de "ilegal" na decisão.

Ele saiu em defesa do trabalho de Cláudia, chamando-a de profissional "competente" e "dedicada". "É uma das pessoas mais preparadas da área criminal no Ministério Público Federal", afirmou.

Documento que fundamenta esta matéria


Cópia do relatório que comprova ser de conhecimento da PGR e PF a existência do esquema de Cachoeira desde 2006

http://www.novojornal.com/politica/noticia/cachoeira-ex-procurador-geral-sabia-desde-2006-e-nada-fez-11-05-2012.html


Por que a mídia está #ComMEDO?



Por que a mídia está #ComMEDO?Foto: Edição/247

NÃO HÁ, NO BRASIL, NENHUMA TENTATIVA DE CERCEAMENTO DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO. O QUE HÁ, SIM, É UMA TRANSFORMAÇÃO TECNOLÓGICA (DO PAPEL PARA O ONLINE) E CULTURAL (DO JORNALISMO PAGO PARA O GRATUITO), QUE SE SOMA A UMA MUDANÇA POLÍTICA NO CONTINENTE. E É ISSO QUE ASSUSTA OS VEÍCULOS TRADICIONAIS

12 de May de 2012 às 13:57
247 – #VejaComMEDO. Neste sábado, mais uma vez, uma hashtag relacionada à revista Veja alcançou o topo dos trending topics, assuntos mais comentados no Twitter. Em reportagem deste fim de semana, a revista atribuiu a “robôs”, “insetos” e “petistas amestrados” a campanha difamatória que estaria sofrendo nas redes sociais. Haja robô, haja inseto e haja petista!
Em paralelo a esse movimento, de crítica e reação da maior revista semanal do País, jornais de grande circulação, como O Globo e a Folha de S. Paulo, também publicaram editoriais em defesa da editora Abril, que estaria sofrendo uma campanha difamatória nas redes sociais. Na própria Veja, o senador Aécio Neves criticou a tentativa de “cerceamento” da imprensa.
Na prática, o que está ocorrendo é o oposto da censura, do controle estatal ou de qualquer tipo de cerceamento da atividade jornalística. O que se vê hoje é um florescimento da comunicação no Brasil, com o surgimento de novos meios, como o 247, e a participação ativa de leitores e internautas no processo de formação de opinião.
A verdadeira transformação da mídia, e que assusta as famílias proprietárias dos meios de comunicação, é de outra natureza. São várias revoluções em curso. A elas:
1)   Tecnológica – Há uma migração acelerada do papel para o online. O Brasil já é um dos maiores mercados do mundo para a venda de smartphones e em breve o mesmo ocorrerá com os tablets. O Pew Research, dos Estados Unidos, prevê que, em cinco anos, vários jornais não terão mais condições de circular em papel.
2)   Cultural – Há também uma migração do modelo de jornalismo pago para o gratuito. Veículos tradicionais defendem que a única maneira de garantir conteúdo de qualidade é cobrar pelo conteúdo. Só não dizem que a maior parte do custo advém do processo gráfico – e não da produção jornalística em si.
3)   Política – Na América Latina, indiscutivelmente, o eixo político se deslocou da centro-direita para a centro-esquerda na última década. E isso gerou bem-estar social. No entanto, os principais veículos de comunicação, que ergueram seus impérios no passado, ainda carregam uma certa nostalgia de uma era mais aristocrática, em que as famílias midiáticas ditavam a agenda pública.
Na era digital, o leitor está no comando. E as empresas tradicionais são ameaçadas por mudanças inevitáveis. É por isso que, não apenas Veja, mas todos estão com medo.

Veja atribui a robôs e insetos protestos virtuais



Veja atribui a robôs e insetos protestos virtuaisFoto: Folhapress_Divulgação

NESTE FIM DE SEMANA, A REVISTA VEJA, DE ROBERTO CIVITA, DENUNCIA FRAUDES QUE TERIAM OCORRIDO NO TWITTER PARA COLOCÁ-LA, TRÊS VEZES, DE FORMA NEGATIVA, COMO O ASSUNTO MAIS COMENTADO DA REDE SOCIAL; TUDO SERIA FRUTO DA AÇÃO DE PERFIS FALSOS, ROBÔS E “PETISTAS AMESTRADOS”; ABRIL NÃO VÊ DANO DE IMAGEM, MAS ACABA DE LEVAR MAIS UM TT: #VEJACOMMEDO

12 de May de 2012 às 13:58
247 – Neste fim de semana, a revista Veja chega às bancas com uma série de reportagens sobre a liberdade de imprensa e a suposta tentativa da CPI do Cachoeira de desmoralizar o jornalismo investigativo. Pela primeira vez, o diretor da publicação, Eurípedes Alcântara, citou o nome do redator-chefe Policarpo Júnior, interlocutor frequente de Cachoeira, e saiu em sua defesa.
Numa das reportagens da série, chamada “Falcão e os insetos”, Veja fala sobre os três momentos em que milhares de internautas colocaram a revista como um dos assuntos mais comentados do mundo, no Twitter, de forma pejorativa. Isso aconteceu com as hashtags #VejaBandida, #VejaGolpista e #VejaPodreNoAr. Agora, neste sábado, acontece pela quarta vez, com #VejaComMEDO.
De acordo a Editora Abril, de Roberto Civita, Veja não vem sofrendo uma crise de imagem, nem uma corrosão do seu patrimônio duramente construído ao longo das últimas quatro décadas. Os protestos no Twitter seriam fruto apenas da ação de “robôs”, “insetos” e “petistas amestrados”, que seriam liderados pelo presidente do PT, Rui Falcão. Curiosamente um jornalista que comandou e ajudou a implantar um dos maiores sucessos da Editora Abril: a revista Exame,  de economia e negócios.
Fraudes no Twitter
De acordo com Veja, diversas regras do Twitter teriam sido violadas nos tuitaços contra a revista. Robôs teriam sido programados para enviar tweets automáticos. No caso dos verdadeiros, eles teriam sido enviados por aquilo que a revista define como “insetos” ou “petistas amestrados”, comandados por Falcão, que teria criado, no PT, num núcleo chamado MAVs – “Militância em Ambientes Virtuais”.
Curiosamente, no dia em que um dos tuitaços contra Veja alcançou o Trending Topics (lista de assuntos mais comentados no Twitter), houve também um tuitaço organizado por leitores e defensores da revista chamado #VejaNelles. Neste caso, diversos internautas levantaram dados apontando também o uso de robôs.
O discurso da tolerância
Em sua reportagem, Veja também pregou um discurso da tolerância na mídia e mandou um recado aos que alguns, dentro da Editora Abril, consideram ser seus adversários na batalha da comunicação. Eis o que diz o texto:
“A internet aceita tudo. Chantagistas contrariados fazem circular fotos de atrizes nuas (vide o caso Carolina Dieckmann), revelam características físicas definidoras (“minocartaalturareal1m59cm”), apelidam sites com artigos do Código Penal (“171”, estelionato) e referenciam-se em doenças venéreas – por exemplo, na sífilis (grave doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum – para formar sufixos de nomes (...) Cidadãos que se sintam atingidos por epítetos como esses acima, que vagam pela internet, infelizmente não têm a quem recorrer.”
Veja fez uma referência à Carta Capital, de Mino Carta (1m59cm), ao 247 (171), e ao blogueiro Luís Nassif (Nassífilis), colocando todos que “infelizmente não têm a quem recorrer” como vítimas de “chantagistas contrariados”. Em relação ao 247, Veja afirmou ainda que enquanto não houver uma governança sobre a internet, predominará a “indecência” e empreendedores terão suas iniciativas associadas a artigos do Código Penal.
Na parte que nos toca, também lamentamos a “indecência” e somos gratos pelo reconhecimento dos erros cometidos pela Abril nos últimos anos. Afinal, alguns dos principais “cheer leaders” dos ataques a jornalistas têm sido figuras da própria Abril, como Diogo Mainardi, Mario Sabino e, sobretudo, Reinaldo Azevedo.
Será que o recado será compreendido internamente?

Acuado, Marconi propõe a CPI das empreiteiras



Acuado, Marconi propõe a CPI das empreiteirasFoto: Edição/247

DEPOIS DE VER EXPOSTAS SUAS RELAÇÕES COM O ESQUEMA DELTA-CACHOEIRA, GOVENADOR DE GOIÁS, MARCONI PERILLO, PROPÕE AGORA UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A INFLUÊNCIA DAS GRANDES CONSTRUTORAS EM TODOS OS NÍVEIS: FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL. ATÉ QUE NÃO SERIA MÁ IDEIA...

12 de May de 2012 às 16:24
247 – O governador de Goiás, Marconi Perillo, sabe que é a bola da vez. Assim que o senador Demóstenes Torres vier a ser cassado (sem partido/GO), as atenções se voltarão contra ele, tamanha era a influência de Carlos Cachoeira em seu estado. Ciente de que pode até vir a sofrer um processo de impeachment, num estado onde a cada dia cresce o movimento #foramarconi, ele decidiu partir para o ataque. E, neste sábado, ao cumprir agenda na cidade de Catalão (GO), propôs algo que até não seria má ideia: uma CPI para investigar a influência das empreiteiras em todos os governos do Brasil. É a famosa estratégia daquele personagem de Chico Anysio, que dizia “Sou, mas quem não é”. Leia, abaixo, reportagem do Diário de Goiás:
A melhor estratégia de defesa é o ataque. Esta é a postura adotada pelo governador de Goiás, Marconi Perillo(PSDB) diante das informações que foram divulgadas sobre ele na Operação Monte Carlo. Em Catalão, hoje, Perillo deu um duro recado aos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Assembleia Legislativa de Goiás. Lá, antecipou, o quê será dito aos deputados quanto à tentativa de ampliação das investigações e revelou a estratégia.
Perillo declarou que vai  “propor uma ampla investigação da influência das empreiteiras com governadores, prefeitos e gestores de obras públicas, de todas as esferas, com a quebra de sigilo bancário de todos. Espero que minha sugestão seja acatada".
Em resumo, o governador deixa claro que vai colocar todos na vala comum. Aliás, deixa a entender que até os aliados serão investigados, pois tratou de todos os gestores de obras públicas e todos os prefeitos. Portanto, a proposta é polêmica e direciona a atenção da mídia e da opinião pública para todos os lados.
O governador disparou, ainda, que, justificando a defesa, que "só assim teremos um quadro real de quem é quem para que pessoas inocentes não continuem a ser atacadas em cima de ilações. Tem muita gente que só tem calo na língua, mas nenhum nas mãos”.
A manifestação de Perillo foi feita na manhã deste sábado, na cidade de Catalão.

Com Cachoeira preso, revista Veja reclama de liberdade... de expressão



A revista Veja virou piada pronta desde a prisão do bicheiro Carlinhos Cachoeira. O denuncismo sumiu, a revista só publica abobrinhas, e resmungões contra o PT, contra lulistas, e contra gente do governo Dilma.

Cachoeira preso, a revista reclama de ameaça a liberdade... de expressão. 

É uma piada essa revista.


E olha que a semana teve pauta quente em abundância. Os delegados da Polícia Federal que conduziram as operações Vegas e Monte Carlo, falaram à CPI, e constatou-se que houve um engavetamento da operação Vegas pelo Procurador-Geral da República. Mas para a Veja é tudo culpa do "mensalão".

A chapa de Marconi Perillo está esquentando, e o depoimento de um dos delegados deixou a revista Veja em apuros. 

Mostrou que Policarpo Jr conhecia a parceria Demóstenes-Cachoeira, no entanto a revista, mesmo sabendo disto, apresentava o senador eleito pelo DEM como mosqueteiro da ética. É esta liberdade de expressão em enganar o leitor que a revista defende?

E o depoimento do delegado também levou membros da CPI a concluírem que havia uma relação, no mínimo promíscua, de toma-lá-dá-cá entre a revista e Cachoeira.

Ainda há diálogos que não vieram a público entre Policarpo e Cachoeira, e com outros membros da organização criminosa.

E Gurgel não saiu na capa.

Nove entre dez pessoas apostavam que a capa da semana seria o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, com a frase que usou no Jornal Nacional esquivando de responder sobre o engavetamento, com o mantra do "mensalão".

Pelo jeito, o próprio PGR deve ter pedido para poupá-lo desta. 

Sair na capa da Veja, recebendo elogios, seria fritura contra ele. Já se complicou todo para não explicar o engavetamento, e ficaria com a imagem exposta numa incômoda proximidade com a organização de Cachoeira, já que a revista era parceira do bicheiro.

Diretor da Veja sabia de ligação entre Cachoeira e Demóstenes


Do R7


Em depoimento à CPI, delegado da PF revelou cumplicidade de jornalista com bicheiro
Do R7, com Jornal da Record
O depoimento do delegado da Polícia Federal Matheus Mela Rodrigues à CPI do Cachoeira, nesta quinta-feira (10), foi um dos mais importantes até agora.
Responsável pela operação Monte Carlo, que resultou na prisão do bicheiro Carlinhos Cachoeira, no fim de fevereiro, o delegado analisou milhares de gravações telefônicas do contraventor.
As conversas são com empresários, políticos e, também, jornalistas. Em sua nova edição, que chegou às bancas nesta sexta-feira (11), a revista Carta Capital mostra que o delegado falou sobre a relação de Cachoeira com a imprensa. 
Em seu relato, Rodrigues afirmou que o diretor da revista Veja em Brasília, Policarpo Jr., sabia das ligações entre o bicheiro e o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), um dos principais alvos da CPI. Ainda assim, a Veja continuava exibir o senador como símbolo da moralidade em suas páginas. 
Em uma reportagem, Demóstenes aparece como mosqueteiro da ética. O texto dizia que o senador era um dos poucos políticos em que os brasileiros podiam confiar no Congresso. Além de alavancar a carreira do político com reportagens favoráveis, a revista nunca denunciou suas suspeitas relações com o bicheiro. 
Depois que Cachoeira foi preso e o escândalo ganhou destaque, o noticiário político sumiu das capas da Veja. O programa Domingo Espetacular também revelou que o bicheiro tinha influencia editorial na revista. Na lista de escutas constam mais de 200 ligações entre Policarpo e Cachoeira. Em editoriais, os jornais Folha de S. Paulo e O Globo saíram em defesa da revista.

PT desiste de convocar Gurgel e já fala em adiar decisão sobre presença de governadores na CPI 57


Gurgel cumprimenta Demóstenes após aprovação de sua recondução ao cargo
O PT realiza nesta segunda-feira (14) uma reunião para definir a estratégia que vai adotar na CPI do Cachoeira após a inquirição dos delegados da Polícia Federal que conduziram as operações Vegas e Monte Carlo. Participarão os representantes do partido na comissão e seus líderes no Congresso.
Uma das deliberações que o PT tomará nesse encontro diz respeito ao procurador-geral da República Roberto Gurgel. Pretende-se reiterar a cobrança para que o chefe do Ministério Público Federal explique o fato de ter paralisado o inquérito da Operação Vegas, que lhe chegou às mãos em 15 de setembro de 2009. Porém…
O PT já não faz questão de aprovar o requerimento de convocação para que Gurgel se explique na CPI. Líder do partido no Senado, Walter Pinheiro (BA) disse ao blog: “Nós tínhamos definido que a primeira fase, até o dia 17 de maio, seria de coleta de informações. Agora é a hora de cruzar os dados.”
Pinheiro prosseguiu: “De posse das informações, temos condições de responder às perguntas. Os dados foram coletados? Chegaram à Procuradoria? Quem recebeu deu prosseguimento à investigação? Se os elementos forem tão fortes que evidenciem um caso de negligência, nem precisamos ouvir o procurador-geral.”
Nessa hipótese, disse Pinheiro, “não cabe à CPI fazer um julgamento político” de Gurgel. A comissão tampouco está credenciada para “fazer um julgamento jurídico”. A providência a ser adotada, na opinião do líder petista, é submeter o caso à apreciação do Conselho Nacional do Ministério Público.”
Ex-líder do PT e um dos representantes do partido na CPI, o senador Humberto Costa (PE) resumiu numa frase o mote que deve ser encampado pela legenda: “Não vamos transformar a CPI na CPI do procurador-geral. É a CPI do Cachoeira.”
Relator da comissão de inquérito, o deputado Odair Cunha (PT-MG) passou a defender como alternativa à convocação de Gurgel a requisição de explicações por escrito. Um pedido que, se vier a ser formalizado, o procurador-geral não cogita atender.
Em privado, Gurgel diz que, no limite, não hesitará em recorrer ao STF para resguardar sua autoridade, abstendo-se de prestar esclarecimentos à CPI. Sustenta que não deve fazê-lo sob pena de ficar impedido de atuar como acusador nos processos que correm no Supremo contra Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e os deputados Carlos Leréia (PSDB-GO), Sandes Júnior (PP-GO) e Stepan Necerssian (PPS-RJ).
O deputado Cândido Vaccarezza, outra voz do PT na CPI, antecipou ao blog a posição que vai levar à reunião de segunda-feira: “Entendo que a CPI tem poderes para convocar qualquer pessoa. Está previsto na Constituição e no regimento. Insisto em que o procurador-geral deve explicações. Mas nunca defendi a convocação dele na CPI. Quando o [Fernando] Collor apresentou o requerimento eu me posicionei contra. Minha tendência é a de defender a convocação da mulher do procurador.”
Chama-se Cláudia Sampaio Marques a mulher de Gurgel. É subprocuradora-geral da República. Coube a ela informar à Polícia Federal que a Procuradoria não enxergara nas páginas do inquérito da Operação Vegas indícios suficientes para requerer ao STF providências contra os detentores de privilégio de foro acusados de envolvimento com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira. Entre eles Demóstenes.
A comunicação de Cláudia foi feita, em outubro de 2009, ao delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques de Souza, que presidia a investigação. Ouvido pela CPI, ele disse que a mulher de Gurgel ficara de formalizar a posição da Procuradoria nos autos. Algo que jamais ocorreu. O inquérito foi paralisado, disse o delegado aos congressistas. A idéia de convocar Cláudia não é consensual no PT.
E quanto aos governadores? Consolida-se na bancada do PT a tendência de protelar a votação dos requerimentos de convocação do tucano Marconi Perillo (GO), do petê Agnelo Queiroz (DF) e do pemedebê Sérgio Cabral (RJ).
“Agora não é hora de convocar governadores”, diz Vaccarezza. “Nesse momento, temos de convocar os bandidos que estão presos e que têm peso na quadrilha. O Cachoeira já está convocado. Faltam os outros. Por exemplo: o Cláudio Abreu [ex-diretor da Delta Construções na região Centro-Oeste]”.
Walter Pinheiro chega mesmo a considerar a hipótese de a CPI simplesmente não chamar os governadores. “Não podemos cair numa pirotecnica convocatória. Essa é uma CPI atípica. Nas outras, o Congresso foi atrás das informações. Nessa, recebemos investigações prontas ou em estágio avançado.”
E daí? “Temos que cruzar as informações”, disse Pinheiro. “Se no dia 17 concluirmos que temos material suficiente para mandar para a Justiça ou para o Ministério Público, talvez não seja preciso nem ouvir ninguém. Nosso problema é decidir sobre o decoro de parlamentares. Governadores devem ser processados no STJ. O que nos cabe fazer é dar encaminhamento.”
Nesse ponto, a posição de Pinheiro não orna com a dos demais. A maioria pende para o adiamento da convocação dos governadores por razões táticas. Avalia-se que, antes, convém esmiuçar os dados disponíveis na CPI e aguardar por informações que a Polícia Federal ainda não digeriu. “Não podemos e não devemos passar a idéia de que a CPI já acabou”, pondera Vaccarezza. “A investigaçãoo está apenas começando.”
O delegado federal Matheus Mella Rodrigues (à esquerda), que também depôs na CPI nesta semana, informou aos parlamentares que a Polícia Federal recolheu nas batidas de busca e apreensão da Operação Monte Carlo material suficiente para encher 82 malotes. Desses, cerca de 30 foram abertos.
Portanto, mais da metade do papelório e dos computadores recolhidos pela PF nas casas de Cachoeira e de oito dezenas de comparsas ainda não foram manuseados. “Temos de assegurar que esses dados sejam enviados para a CPI à medida que for sendo processados”, disse Vaccarezza.
Guiando-se pelo que foi dito pelo delegado Matheus Mella, o petismo trabalha com a perspectiva de que os vínculos de Marconi Perillo com a turma de Cachoeira, já insinuados, serão adensados quando vierem à luz todos os detalhes da investigação. Imagina-se que ocorrerá o oposto com Agnello Queiroz e Sérgio Cabral.
Nessa linha, o partido defenderia mais adiante apenas a convocação do tucano. Farejando o cheiro de queimado, o líder do PSDB Alvaro Dias (PR) afirma: “Os requerimentos dos governadores têm que ser votados em bloco.” Confirmando-se o adiamento das convocações, outros governadores podem ser levados à grelha.
Os grampos da PF revelam, por exemplo, que Cachoeira aparelhava-se para levar seus negócios ilícitos ao Paraná, Estado governado por Beto Richa (PSDB). Agia também no Mato Grosso, gerido por Silval Barbosa (PMDB). A profusão de nomes potencializa as chances de um acordo político que transfira a análise sobre as culpas para os Legislativos estaduais, o Ministério Público e o STJ, foro em que são julgados os governadores.
No mais, o petismo deve abandonar, ao menos temporariamente, seus planos de arrastar a revista ‘Veja’ para dentro da CPI. Não por falta de vontade, mas por ausência de matéria prima. Tentou-se arrancar dos dois delegados federais informações capazes de comprometer a revista e seu diretor em Brasília, o repórter Policarpo Júnior.
Raul, o delegado que presidiu a Vegas (à direita), disse que não dispunha de dados que desabonassem a ‘Veja’. Inquirido, Matheus, o condutor da Monte Carlo, declarou que a revista não foi alvo da investigação. Mais: até onde sua vista pôde alcançar, o repórter da revista estava atrás de informação. “O delegado não disse nada que pudesse comprometer o Policarpo”, viu-se compelido a reconhecer Vaccarezza.
Simultaneamente ao reposicionando-se em relação à convocação de Gurgel e à gana sobre ‘Veja’, o PT esforça-se para desvincular a CPI do julgamento do processo do mensalão. Um vínculo que o próprio Rui Falcão, presidente da legenda, cuidara de estabelecer num vídeo tóxico que veiculara há um mês.
Na peça, Falcão insinuara que o PT urilizaria a investigação legislativa como corneta antimensalão: “A bancada do PT na Câmara e no Senado defende uma CPI para apurar esse escândalo dos autores da farsa do mensalão.” Com suas palavras, o mandachuva do petismo ofereceu a escada que Gurgel escalou para rebater as críticas que lhe foram dirigidas agora. O procurador-geral disse que seus críticos desejam, em verdade, proteger os réus mensaleiros.
Walter Pinheiro, que torcera o nariz para o vídeo de Falcão, rebate Gurgel: “Não fomos nós que decidimos que esse escândalo seria divulgado agora, perto do julgamento do mensalão. Se pudesse escolher, eu teria escolhido julho de 2010, antes da eleição. Não teria o segundo turno na disputa presidencial [entre José Serra e Dilma Rousseff]. Não teria Demóstenes. Não estaríamos discutindo a convocação do Perillo. Talvez não tivesse nem o Agnello. Quem sabe nem mesmo o Cabral.”
Vaccarezza ecoa Pinheiro: “Não fizemos nenhuma trama para que esses fatos aprecessem agora como contraponto do mensalão. Preferíamos que o escândalo tivesse sido denunciado pelo procurador em 2010. O debate da campanha presidencial não teria sido desviado para o aborto. Na verdade, a coincidência do escândalo com o mensalão só atrapalha, porque radicaliza o cenário, joga a mídia contra nós e prejudica as investigações.”