terça-feira, 27 de maio de 2014

choque de realidade do PSOL



Clécio Luís, primeiro prefeito do partido em uma capital, equilibra-se entre o programa do partido e a realpolitik

Clécio Luís
Clécio Luís herdou uma situação de calamidade

"Dá uma voadora no prefeito!”, gritava um mototaxista em frente à prefeitura de Macapá na quinta-feira 15. Seus colegas seguiram a ordem e esbofetearam um boneco de Clécio Luís, primeiro mandatário do PSOL em uma capital. Pendurado em uma árvore, o boneco foi inundado com gasolina e, após três tentativas frustradas, finalmente incinerado. Cerca de 200 condutores trancavam a avenida em frente à sede da prefeitura e pediam mais fiscalização da atividade ilegal.

No prédio ao lado, na Câmara de Vereadores, cerca de cem professores tentavam barrar um projeto enviado pela prefeitura. Os vereadores aprovaram um aumento abaixo do esperado por parte dos docentes. Uma placa na qual se lia “Clécio traidor” referia-se ao passado do prefeito, professor de geografia e sindicalista. “Eu apoiei ele, gravei até vídeo, mas graças a Deus não foi ao ar. Ele estava na luta com a gente, como não confiar numa pessoa dessas?”, perguntou, decepcionada, a educadora da rede municipal Nádia Serique.

No dia seguinte, em seu gabinete, Clécio se mostrava tranquilo. Segundo ele, as manifestações integram o cenário da cidade. “Macapá experimenta uma sensação de ebulição política há tempos. Com a proximidade das eleições, e com tudo que tem acontecido no Amapá, isso tem se tornado mais frequente.”

Apesar dos protestos, o projeto contava com o apoio do sindicato local e foi aprovado com apenas três votos contrários entre os 23 vereadores. Confrontado pela primeira vez com as restrições impostas pela governabilidade, o PSOL precisou dos votos de partidos como o PR, Pros e PSB, além daquele do único vereador do PT na cidade.

A vitória fácil na Câmara, diz o prefeito, não significa que haja fisiologismo ou acordos escusos. “O principal fator é a pressão popular. O outro é a realidade amapaense. Alguém do PSOL dificilmente cruza com o seu opositor do DEM nos lugares onde vai em um estado como São Paulo. Aqui, a gente cruza com todo mundo no boteco, no supermercado, na quermesse.”

Um dos vereadores a votar contra o projeto da prefeitura foi Lucas Barreto (PSD), aliado do senador José Sarney (PMDB-AP). O parlamentar apoiou o atual prefeito na última eleição. “O Clécio criou uma expectativa de pouco prazo que ele não conseguiu cumprir. Ele é equilibrado, preparado para ser prefeito. Mas vejo que ele está tendo muitos problemas na gestão.”

A administração de Macapá deve ser uma das vitrines do PSOL nesta eleição, dada a origem política amapaense do seu candidato à Presidência, o senador Randolfe Rodrigues. Desde a posse na prefeitura, a principal atividade de Clécio Luís tem sido colocar as finanças em ordem depois da gestão de Roberto Góes (PDT), preso na Operação Mãos Limpas da Polícia Federal ainda durante o exercício do mandato.

 
O prefeito busca adaptar as contas à Lei de Responsabilidade Fiscal, criticada por seu partido. Para reduzir a folha de pagamento, ele cortou mais de 600 cargos de confiança. “Questionar a LRF é um debate nacional, e o PSOL tem de continuar a fazê-lo. Mas não posso enquanto prefeito. Posso questionar a legislação, mas, se eu não cumpri-la, vou ser condenado igual a qualquer prefeito de direita.”

Reorganizar o Orçamento permitirá à cidade receber repasses do governo federal, principal fonte de renda do exíguo Orçamento de Macapá. Parte da receita é oriunda da terceira fase do PAC, esperança para melhorar o saneamento em um município onde o esgoto só chega a 6% da população. O Programa Mais Médicos também é elogiado pelo prefeito, para quem os cubanos “têm mudado a cara da cidade”. Clécio Luís ainda pretende entregar 3.460 habitações pelo Minha Casa Minha Vida. “O programa é do governo federal, é da Dilma, mas eu fiz festa aqui. Para cidades como Macapá, é um programa muito bom.”

A maior controvérsia em relação ao programa socialista na cidade é a efetivação de uma Parceria Público-Privada. A regulação das parcerias entre empresas e o poder público foi feita pelo ex-presidente Lula em 2004, sob críticas dos petistas que mais tarde formariam o PSOL. Em 2012, Clécio Luís entregou à iniciativa privada o mapeamento da cidade para regularização fundiária. “É um negócio que levaríamos muitos anos para fazer, não teríamos recursos próprios. Eu sou muito acusado por causa disso, mas acho que vale a pena.”

O prefeito rejeita, porém, a comparação entre a sua PPP e as privatizações, e critica o leilão do pré-sal dos campos de Libra, realizado no ano passado pelo governo federal. “O petróleo é um patrimônio, ali você tem um ativo, é um setor estratégico. Uma coisa é entregar esse patrimônio para a iniciativa privada, outra coisa é fazer uma PPP e dar um porcentual para alguém oferecer um serviço que a prefeitura não conseguiria.”

Embora elogie os programas federais, o prefeito diz que sua administração se diferencia daquelas do PT. Seu principal argumento é o orçamento participativo, que ali ganhou o nome de Congresso do Povo. “É a experiência que o PT teve em prefeituras como Belém e Porto Alegre, mas melhorada. Fizemos um amplo processo de mobilização e nivelamento de informação. O que é a prefeitura? Qual é o seu papel? Como funciona o orçamento? Basicão, o bê-á-bá. O resultado foi extraordinário.”

O caminho do PSOL, vislumbra, está em seguir as bandeiras históricas esquecidas pelos petistas. “Não fui para o PSOL negar a minha história, jogar no lixo a minha militância no PT ou construir o PSTU do B”, compara. “O melhor slogan do PT era: ‘Combater a corrupção e melhorar a vida do povo’. Então, o que nós vamos fazer de diferente é não seguir o caminho que o PT seguiu depois.” Por ora, o sindicalista se equilibra entre os sonhos sem peias da militância e as limitações da realpolitik.

Piero Locatelli 
No CartaCapital

http://www.contextolivre.com.br/2014/05/o-choque-de-realidade-do-psol.html

Tribunal de Justiça do Rio tem a primeira desembargadora negra



Ivone Ferreira Caetano foi eleita na tarde desta segunda-feira (26). Ela foi juíza titular da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso do Rio.

A juíza Ivone Ferreira Caetano foi eleita desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro(TJ-RJ) no início da tarde desta segunda-feira (26), tornando-se a primeira negra a ocupar o cargo no estado e a segunda no Brasil. A primeira desembargadora negra do país foi a juíza Luizlinda Valois Santos, nomeada na Bahia, em 2011.

A cerimônia de posse da magistrada está marcada para as 17h30 desta segunda. Desde 2004, Ivone era juíza titular da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca do Rio de Janeiro.

O cargo de desembargador já foi ocupado por dois magistrados negros. Em 1998, o TJ-RJ elegeu Gilberto Fernandes. Doze anos depois, o promotor de Justiça Paulo Rangel do Nascimento foi o segundo negro a ocupar o cargo.

Carreira

Ivone Caetano ingressou na magistratura fluminense em 1994. Ela foi ainda a primeira mulher titular do 1º Juizado da Infância e Juventude da capital, atual Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, onde atua há 10 anos.

Como juíza titular da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso do Rio de Janeiro, Ivone Ferreira Caetano também atuou em vários casos de repercussão. Em uma decisão de maio de 2007, a magistrada concedeu permissão a um casal de lésbicas para integrar o Cadastro Nacional de Adoção (CNA) de crianças.

Em maio do ano passado, por determinação da juíza, comissários da 1ª Vara da Infância e da Juventude fizeram uma inspeção no Central de Recepção de Crianças e Adolescentes Taiguara, no Centro do Rio, onde menores relataram maus tratos, inclusive choques elétricos, dentro da unidade municipal.

http://jornalggn.com.br/noticia/a-primeira-desembargadora-negra-do-tj-rj

Casal Cloaca: vai ter Copa, Kamel !

Avião da seleção brasileira na Copa do Mundo é grafitado pelos artistas OsGemeos


Foto: Junior Lago (UOL)
Foto: Junior Lago (UOL)

Se você conhece o trabalho dos artistas OsGemeos e o indentifica por todos os lugares, agora poderá observar o céu também. O avião oficial que transportará a seleção brasileira na Copa do Mundo, o Boeing 737 foi pintado pelos irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo.

Os grafiteiros dessa vez experimentaram uma outra superfície para expressar rostos e formas na fuselagem do avião. Antes da produção começar, foram realizados testes para descobrir como fazer para a tinta aderir à fuselagem, a pintura antiga foi raspada e o spray aplicado. Somente as asas não foram pintadas por questões de segurança. Os artistas levaram 1 semana para concluir a obra e o processo consumiu cerca de 1,2 mil latas de spray.

O avião virou uma obra de arte e o hangar em Confins-Belo Horizonte virou um ateliê. A ideia nasceu há cerca de um ano e foi apresentada à Gol que gostou do projeto. Famosos pelos trabalhos ao redor do mundo, os irmãos não escondem que sempre imaginaram o desenho nas nuvens.

Nas duas turbinas aparece a figura de uma pessoa e segundo os artistas: “A turbina tem uma pessoa deitada. Resolvemos colocar a cabeça ali porque é o que faz o avião se mexer e a cabeça é o que faz tudo se mover”.

O voo inaugural será realizado na tarde desta terça-feira entre Belo Horizonte e São Paulo. A empresa informa que quando ele não estiver transportando a seleção, atenderá as viagens conforme a demanda diária. Terminada a competição, será incorporado a frota.

Foto: Junior Lago (UOL)
Foto: Junior Lago (UOL)
Foto: Junior Lago (UOL)
Foto: Junior Lago (UOL)
Foto: Junior Lago (UOL)
Foto: Junior Lago (UOL)

http://misturaurbana.com/2014/05/aviao-da-selecao-brasileira-na-copa-do-mundo-e-grafitado-pelos-artistas-osgemeos/

A Entrevista com a Travesti que comeu Ronaldo Fenômeno







A Entrevista com a Travesti que Comeu Ronaldo Fenômeno. Ela diz que cheiraram pó. Será por isso que Ronaldo apoia Aécio?



Ronaldo Fenômeno critica superfaturamento em obras para a Copa


A mais nova de Ronaldo dizer que está de saco cheio de corrupção e a única maneira que nós temos de mudar é escolher direito o candidato para presidir o Brasil que na visão dele seria Aécio Neves. Depois de participar de tudo que está aí e embolsar uma boa grana. Esse Ronaldo é um tremendo do pilantra.

http://www.youtube.com/watch?v=zgbV5F6494Q

Se tivesse ‘padrão Fifa’, o Brasil seria muito pior



Junho de 2013: faixa exibida em protesto em Fortaleza – Foto Luiz Paulo Montes/UOL
 Mário Magalhães
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A palavra de ordem se disseminou com intenção generosa: o Brasil padrão Fifa seria melhor.
No Google, aparecem 460 mil registros quando se digita “padrão Fifa'' entre aspas.
Os serviços públicos, a começar por educação e saúde, teriam mais qualidade, se mimetizassem o alto nível da dona do futebol _é a ladainha que ouvimos desde junho de 2013.
Com o perdão dos que adotaram a divisa, eu acho que o padrão Fifa é uma balela ou significa o avesso do lugar-comum que se fixou no imaginário nacional.
O país seria muitíssimo pior caso se espelhasse nos valores, métodos e obra de Sepp Blatter e seus bons companheiros.
Na saúde, o padrão Fifa seria o contrário de cuidar da vida dos brasileiros, o que se faz (ou deveria ser feito) com bons hospitais e pronto-socorros, profissionais qualificados e bem remunerados, prevenção acurada, saneamento para todos, alimentação decente e outras providências.
Seria o contrário porque a Fifa secundariza a saúde dos jogadores de futebol e prioriza o caixa.
Na Copa de 94, a entidade, ainda conduzida por João Havelange, impôs jogos ao meio-dia no escaldante verão californiano.
Já na gestão de Joseph Blatter, entregou de modo suspeito o Mundial de 2022 ao Catar, onde o calor torturante ataca na época do ano que a tradição reserva ao torneio.
Isso é se preocupar com a saúde?
A educação inspirada no padrão Fifa não seria dos sonhos, e sim o oposto.
Ao abordar o racismo, em vez de ensinar a repulsa, os professores pregariam tolerância com a segregação.
Por todo o planeta, acumulam-se episódios de preconceito. Em vez de punir as agremiações que acolhem torcedores racistas, a Fifa somente obriga seleções a entrarem em campo com faixas cujos dizeres, embora justos, estão longe de proporcionar o efeito de castigos exemplares.
E as lições de democracia?
O que há de se aprender com a política elitista de preços escorchantes dos ingressos?
Mesmo dentro das ditas arenas, camarotes chiquérrimos documentam e celebram a desigualdade obscena.
Uma federação que interdita a alternância de governo e eterniza seus capi sugere democracia? Por mais de 20 anos, Havelange não largou o osso. Seu sucessor mantém idêntico apetite.
De acordo com o padrão Fifa, ditaduras não são ruins e ditadores são todos boa gente, desde que se prestem aos propósitos dos poderosos chefões encastelados na Suíça. Já havia sido assim na Copa de 78, na Argentina do genocida Videla, e continua hoje, quando os tiranos mais sinistros são bem-vindos na entidade.
O que a Fifa diria sobre controle rigoroso de negócios em geral e operações financeiras em particular?
Dificilmente apresentaria como case o esquema que resultou na escolha do Catar.
Muito menos o que permite que amigos da cartolagem lucrem com ingressos da Copa, fazendo decolar a preços ainda mais exorbitantes pacotes que já são para poucos.
É essa a gestão que queremos como padrão?
O padrão Fifa subverte o ensinamento franciscano do “é dando que se recebe'', a considerar tantas denúncias de propinas.
O que o padrão Fifa propõe para quem é flagrado em impedimento, senão a impunidade? Que punição houve para Havelange e Ricardo Teixeira?
É essa a Justiça ideal, o padrão Fifa de combate à corrupção?
Em que o Brasil prosperaria se imitasse o comportamento do secretário-geral Jérôme Valcke?
Ele é o mesmo executivo que embolsou, na condição de lobista, dinheiro da candidatura brasileira ao Mundial e mais tarde, na pele de cartola, sugeriu um pontapé no nosso traseiro.
Do seu papel no lobby só se soube graças a furo do repórter Sérgio Rangel.
Almejamos a transparência padrão Fifa, que escondia o frila do francês?
Em matéria de inovação e evolução, será que o caminho é o da Fifa, que resiste até ao controle eletrônico para saber se a bola entrou no gol?
De todas as expressões do farisaísmo do padrão Fifa, duas se destacam.
A primeira, quando a entidade fala em legado disso e daquilo para o Brasil. Ela está interessada em multiplicar sua fortuna. E só.
E quando alardeia sua devoção pelo futebol. A Fifa mercantilizou a níveis jamais vistos a mais genuína paixão dos brasileiros. Apropriou-se até de nomes consagrados, como “Copa do Mundo''.
Por sorte, pelo menos isso não conseguiram nos roubar, a paixão que constitui a essência do futebol.
A despeito de todas as mazelas que vigoram no país que figura entre os campeões da desigualdade, o Brasil no padrão Fifa seria ainda mais egoísta, hipócrita, inescrupuloso, obscuro e desigual.
Padrão Fifa é exigir do outro o que não se faz _faça o que eu digo, e não o que eu faço.
A Fifa já nos fez muito mal. Fará mais ainda se o seu famigerado padrão se tornar o nosso modelo.
http://blogdomariomagalhaes.blogosfera.uol.com.br/2014/05/27/se-tivesse-padrao-fifa-o-brasil-seria-muito-pior/

O passado que o PSDB quer esconder

Ronaldo usa Copa só para faturar e apoiar candidato

Vergonha de Ronaldo sentimos nós ao constatar que não fez nada de graça, nem isso: na verdade, estava fazendo política rasteira para desgastar o governo e iniciar uma campanha a favor do candidato que apoia, o tucano Aécio Neves, seu amigo, como fez questão de registrar em seu Facebook, chamando-o de futuro presidente.


Ronaldo Fenômeno, maior artilheiro de todas as Copas e empresário bem sucedido, pode ser acusado de tudo, menos de ser um idiota, como o chamou o escritor Paulo Coelho, que estava a seu lado, entre outras autoridades e celebridades, quando o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014.

Ao contrário, o ex-jogador do Corinthians e da seleção sempre foi muito esperto nos negócios e não rasga dinheiro, um exímio surfista em busca de uma boa onda, sem dar muita bola para compromissos e princípios éticos, um verdadeiro fenômeno empresarial.

Quando aceitou ser membro do Comitê Organizador Local, em 2007, uma das tarefas de Ronaldo era exatamente a de defender a Copa no Brasil e responder críticas à organização do evento. Só que, logo em seguida, ele sumiu do noticiário, mudou-se para Londres, onde foi cuidar dos seus negócios, e esqueceu a tarefa que havia assumido. Até aí, seria apenas mais um cartola omisso e leniente, preocupado mais em faturar como garoto propaganda do que em servir ao futebol brasileiro que lhe deu fama e fortuna.

Depois de embolsar uma bela grana com comerciais alusivos à Copa do Mundo, eis que ele ressurge em grande estilo no Brasil, ganhando novamente as manchetes ao papaguear as críticas da grande mídia à organização, na qual o COL tem um papel importante. Ronaldo foi além e desceu o pau no atraso das obras dos estádios e da mobilidade urbana. Como se não tivesse nada com isso, apenas um turista inglês de passagem pelo Brasil, falou mal dos aeroportos e de todo o resto, dizendo que sentia vergonha de tudo.

Vergonha de Ronaldo sentimos nós ao constatar que não fez nada de graça, nem isso: na verdade, estava fazendo política rasteira para desgastar o governo e iniciar uma campanha a favor do candidato que apoia, o tucano Aécio Neves, seu amigo, como fez questão de registrar em seu Facebook, chamando-o de futuro presidente.

Com a maior cara de pau, logo deu início à sua nova tarefa de cabo eleitoral: "Sempre tivemos uma amizade muito forte e agora vou apoiá-lo. É meu amigo, confio nele e acho que é uma ótima opção para mudar o nosso país". Foi mais longe: afirmou que, como empresário, diz que desistiu de investir no Brasil no próximo ano por estar inseguro. "Essa insegurança que estamos vivendo, essa instabilidade, a revolta do povo... O governo deveria tranquilizar o povo, o setor empresarial".

Até outro dia, ele aparecia em alegres fotos ao lado de Lula e Dilma. De repente, ao voltar de uma longa vilegiatura no exterior, entre um comercial e outro, virou uma espécie de Álvaro Dias do futebol, só vendo defeitos em tudo e dizendo o que deveria ser feito.

Ora, o cidadão Ronaldo tem o direito de escolher os amigos e apoiar os candidatos que bem entender, mas poderia pelo menos ser um pouco mais sutil na sua radical guinada de lado, certamente porque ouviu dizer lá fora que Dilma estava mal nas pesquisas e Aécio era a bola da vez.

Sem esperar pela pronta resposta, acabaria tomando um tranco da presidente Dilma, ainda no final de semana. "Tenho orgulho das nossas realizações, não temos do que nos envergonhar e não temos o complexo de vira-latas, tão bem caracterizado por Nelson Rodrigues se referindo aos eternos pessimistas de sempre".

Dilma e Nelson só erraram na raça do cachorro: vira-latas costumam ser fiéis, não traem o caráter nem mudam de time em troca de um osso.

A campanha presidencial este ano está tão imprevisível que tudo pode acontecer. Como Aécio Neves não consegue encontrar um vice para chamar de seu, por que não aproveitar o repentino embalo político de Ronaldo e dar a camisa logo para ele?

Se com sua ficha extracampo Ronaldo vai agregar ou tirar votos do tucano, é outro problema. E se o nome dele for aprovado nas pesquisas internas do PSDB? Fica a sugestão. A campanha eleitoral ficaria pelo menos mais divertida e festiva.

http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/2014/05/26/ronaldo-usa-copa-so-para-faturar-e-apoiar-candidato/