sábado, 18 de agosto de 2012

E o garantismo de Gilmar Mendes morreu na ação penal 470?



No julgamento da ação penal 470 o que mais chama atenção é o comportamento do ministro Gilmar Mendes. Tido como um ministro garantista, ainda não se viu nenhum posicionamento de Gilmar questionando o rito sumário imposto por Ayres Brito,  com claro cerceamento da defesa, como demonstrou a preocupação de Celso de Melo, ao manifestar para órgãos de imprensa o seu temor de que os réus poderiam recorrer à comissão interamericana de direitos humanos abrindo um precedente que colocaria a mais alta corte de justiça brasileira na berlinda.

O garantismo de Gilmar nunca enganou ninguém. Sempre foi um disfarce para encobrir as ações que tomou em defesa de Daniel Dantas cuja investigação que resultou na operação Satiagraha e consequentemente em sua prisão, se vícios formais tinham que justificassem os dois HCs que concedeu ao banqueiro em menos de 48 hs, nem de longe se compara com o que está acontecendo no julgamento da ação penal 470 e o ministro Gilmar dá o silêncio como resposta aos ataques que a conduta dos ministro do STF está a desferir contra os réus que neste julgamento podem esperar tudo: menos que se faça justiça.

Esperava-se que o ministro Gilmar pela sua defesa histórica do garantismo, fosse aliar-se aos ministros Marco Aurélio de Mello e Ricardo Levandowisk para impedirem que neste simulacro de justiça houvesse o justiçamento do réus. No entanto o que se assiste é o ministro Gilmar operar no bastidores com os ministros Joaquim e Ayres para que o julgamento tome um curso de celeridade que atenta clara e abertamente aos princípios da ampla defesa, um dos pilares do Estado democrático de direito, indo de encontro a tudo o que dizia defender, desnudando agora as atitudes que tomou em benefício de outros réus que hoje gozam do direito a liberdade graças a posição inflexível que adotou mesmo quando a opinião pública, aquela que vem das ruas e não das páginas de jornais se manifestou em total desacordo com as atitudes do ministro.

Se a grande imprensa estivesse em desacordo com os métodos de justiça empregado no STF na ação penal 470 que encaminha-se para um justiçamento do réus e nos meios de comunicação de massa houvesse manisfestações uníssonas em defesa do direito dos réus terem um julgamento justo e imparcial, livre de qualquer influência externa, sem este rito que está estabelecido no STF, o ministro Gilmar seria o primeiro a bradar aos quatro ventos, a lançar mão da cantinela da ameaça aos direitos individuais do réus, a invocar o garantismo em nome de um julgamento  justo que desse aos réus o direito a ampla defesa.

Como a imprensa concorda com os métodos utilizados pelo presidente do STF, o ministro Gilmar não se manifesta como sói fazer em outras situações e até demonstra está de acordo, mesmo se isto laborar contra suas posições históricas, desnudando-as assim tão escancaradamente para mostrar que não há posições garantistas de Gilmar, há conveniências que obedecem a interesses outros que agora começam a nos dá uma noção de quais sejam.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

"Mensalão" e a coragem de dizer

AVISO AOS NAVEGANTES: ESTE BLOG ESTARÁ TEMPORARIAMENTE DE RECESSO ATÉ O RESULTADO FINAL DA FARSA DESTE JULGAMENTO MIDIÀTICO DENOMINADO DE 'MENSALÃO', TIDO E HAVIDO PELA IMPRENSA GOLPISTA, COMO JULGAMENTO DO SÉCULO. ATÉ LÁ REFLITAM NO TEXTO ABAIXO E SABOREIEM OS DADOS DA ÚLTIMA PESQUISA SOBRE AS INTENÇÕES DE VOTO PARA PRESIDENTE EM 2014, SEGUNDO LEVANTAMENTO DA CNT. ESTA É A VERDADEIRA OPINIÃO PÚBLICA, NÃO AQUELA QUE ESTÁ A EXIGIR O JUSTIÇAMENTO DOS RÉUS, NA AÇÃO PENAL 470.

 

Lula, 69%; Dilma, 59%: é a cena eleitoral de 2014

"Ex-presidente venceria disparado o senador Aécio Neves (11,9%) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (3,2%); já com a presidente na disputa, as eleições seriam vencidas por Dilma, com 14,8% dos votos para o tucano e 6,5% para o socialista; segundo pesquisa da CNT, 56,6% dos entrevistados avaliam positivamente o atual governo". 

(http://www.brasil247.com/pt/247/poder/73300/Lula-69;-Dilma-59-%C3%A9-a-cena-eleitoral-de-2014-Lula-69;-Dilma-59-cena-eleitoral-2014.htm)






Não haverá outro resultado além da condenação dos réus na ação penal 470, midiaticamente chamada de "mensalão". Anotem e guardem.  Os ministros do STF capitularam ante uma pressão ilegítima dos meios de comunicação que a todo tempo buscam o confinamento dos réus numa prisão, embora absolutamente nada exista semelhante a um crime cometido tal como desenhado pela imprensa com base num suposto esquema de compra de votos de parlamentares da base aliada em troca de apôio ao governo.

Uma farsa urdida pelo único partido verdadeiramente de oposição, a imprensa que sozinha nos últimos anos carrega a bandeira do neoliberalismo, ideologia política que defende e em nome da qual insurgiu-se  aos avanços do governo Dilma, como já fizera com os governos Lula e agora segue em frente com seu projeto político de entregar o poder aos tucanos apesar de a população por 3 vezes ter dado  seu veredicto de não querer vê-los mais no comando do governo central.

Pelo menos no que diz respeito a mim não espero outro resultado. Aliás sempre defendi a posição de que o julgamento, na verdade um justiçamento, acobertado pela maior corte de justiça do país, para satisfazer as pressões de um poder paralelo que opera à margem do Estado influindo negativamente na agenda política do país, às vezes aliado até ao crime organizado, amplamente demonstrado na operação Monte Carlo da PF, na qual ficou mais do que  evidenciado o acumpliciamento de alguns jornalistas e seus respectivos veículos de comunicação com o esquema Cachoeira, um dos maiores escândalo criminoso a envolver todos poderes da república.

Agem em sintonia fina com a justiça maior do país, assim como uma dupla batedora de carteira: enquanto um distraí a vítima o outro apodera-se dos bens que está no bolso da incauta. Assim venderam a ação penal 470 como o maior escândalo de corrupção havido no país, ou no dizer do Procurador Geral da República, ou seria Prevaricador Geral? o mais atrevido ataque as instituições democráticas da nação.

Na escala de valores outros escândalos maiores estiveram presentes no dia-a-dia da nação. A privataria tucana, a lista de furnas, o mensalão tucano e mais recentemente o esquema Cachoeira cujos vínculos partidários e políticos mancharam as instituições republicanas brasileiras porque vai além de um esquema regional, era um  esquema articulado para embaraçar e se possível derrubar os governos progressistas do PT.

A opinião pública a qual a imprensa diz representar tem se mostrado alheia ao que acontece no STF com relação a ação penal 470 segundo pesquisas realizadas. No entanto, nada pode parar a pauta jornalística da imprensa que insisti em apenar os reús num julgamento que realizou sem que tenha legitimidade para tanto e só aguarda a confirmação que seguramente virá daqueles homens que não terão a coragem necessária para desafiar um conceito de justiça preconcebido e que não se harmoniza com a constituição e com o Estado Democrático de Direito.

Este julgamento que encaminha-se para um justiçamento é que é um verdadeiro ataque as instituições democráticas, um acinte que atenta contra a liberdade individual dos réus porque não será feito com imparcialidade, mas todo seu curso segue para o mesmo rumo de uma condenação há muito anunciada porque assim já determinou os meios de comunicação ideologicamente engajados com os partidos de oposição que no STF encontram também ecos para a causa que defendem.

Não poderia deixar de cutucar o Ministro Gilmar Mendes. Quem o conhece de perto diz que o ministro é uma pessoa íntegra, honesta e que as posições que toma se dão em face da corrente filosófica a qual se alinha  o garantismo. Com base neste alinhamento frequentemente o Ministro toma decisões favoráveis àqueles considerados criminosos pela sociedade, como Daniel Dantas por exemplo. Este conceito do garantismo, embora amplo, compreende-se como a garantia de que ninguém será condenado se não houver provas cabais que incriminem o acusado.

Eu sempre enxerguei nesta posição de Gilmar Mendes um disfarce para justificar seus pendores em favor de Daniel Dantas e outros bandidos de colarinho branco. Se Gilmar for mesmo garantista, neste julgamento da ação penal 470 ele encontrará todas razões para sem nenhum temor de desagradar a mídia ser voto favorável a absolvição do réus dadas a postura que sempre defendeu no STF.

É bom não esquecer-se que quando Daniel Dantas estava para ser fritado a imprensa veio ao seu socorro a despeito do clamor público que exigia que fosse trancafiado numa prisão. Quem apareceu para atender aos desejos da grande imprensa? O sempre presente e polêmico ministro Gilmar, defensor do garantismo em nome do qual mandou soltar Dantas por duas vezes.

Agora o ministro Gilmar dá sinais de que julgará a ação penal 470 de acordo com os interesses da imprensa que quer que os acusados sejam condenados indo de encontro a tudo que já defendeu em termos de garantismo. Daí se ver que o garantismo do ministro Gilmar obedece a uma certa relatividade.

Ao que parece não advém de uma convicção profunda que tenha desenvolvido  ao longo dos anos de intenso estudo do direito constitucional. No entanto lhe caiu como luva para justificar a soltura de Dantas depois de lhe haver concedido dois Hcs em menos de 24hs o que de outra forma o colocariam debaixo da mais vil suspeição.

Se acreditasse genuinamente que Gilmar é um garantista apostaria que ele absolveria os réus dentro deste conceito que dizem que ele defende e vou mais além: Gilmar  não encontraria nenhum esforço para fazê-lo  até porque encontraria milhões de razões no bojo desta mal fadada ação, desprovida de provas que condenem os réus,  que apoiariam sua decisão.

Como não acredito e avalio que Gilmar está até o pescoço comprometido com os grandes meios de comunicações que exigem a condenação dos réus ele sacrificará suas tênues convicções para condená-los e jogá-los na cova dos leões, caso não o faça correrá o risco de mais tarde ter a artilharia da grande imprensa voltada em sua direção.

Para quem tem telhado de vidro e tantos pontos nevralgicos em sua carreira o ministro não quer correr o risco de cair em desgraça e ser abandonado pela imprensa como o foi o ex-senador Demóstenes Torres. Se isto vier acontecer seus dias como ministro do STF estarão contados.


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

"O julgamento do século": Um jogo de cartas marcadas?‏

AVISO AOS NAVEGANTES: ESTE BLOG ESTARÁ TEMPORARIAMENTE DE RECESSO ATÉ O RESULTADO FINAL DA FARSA DESTE JULGAMENTO MIDIÀTICO DENOMINADO DE 'MENSALÃO', TIDO E HAVIDO PELA IMPRENSA GOLPISTA, COMO JULGAMENTO DO SÉCULO. ATÉ LÁ REFLITAM NO TEXTO ABAIXO E SABOREIEM OS DADOS DA ÚLTIMA PESQUISA SOBRE AS INTENÇÕES DE VOTO PARA PRESIDENTE EM 2014, SEGUNDO LEVANTAMENTO DA CNT. ESTA É A VERDADEIRA OPINIÃO PÚBLICA, NÃO AQUELA QUE ESTÁ A EXIGIR O JUSTIÇAMENTO DOS RÉUS, NA AÇÃO PENAL 470.

 

Lula, 69%; Dilma, 59%: é a cena eleitoral de 2014

"Ex-presidente venceria disparado o senador Aécio Neves (11,9%) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (3,2%); já com a presidente na disputa, as eleições seriam vencidas por Dilma, com 14,8% dos votos para o tucano e 6,5% para o socialista; segundo pesquisa da CNT, 56,6% dos entrevistados avaliam positivamente o atual governo". 

(http://www.brasil247.com/pt/247/poder/73300/Lula-69;-Dilma-59-%C3%A9-a-cena-eleitoral-de-2014-Lula-69;-Dilma-59-cena-eleitoral-2014.htm)

O que esperar de um julgamento que não pode ter outro resultado aceitável, a não ser a condenação dos réus, não obstante a falta de provas que os incrimine?

Se você estivesse preste a enfrentar um Tribunal cujos juízes se deixassem pressionar por um poder paralelo que demonstra uma enorme capacidade de influenciar as decisões de seus julgadores, a ponto de inverter a pauta de julgamento desse tribunal apenas para atender a um clamor midiático em nome de posições políticos/ideológicas bem definidas e a esse clamor chama de opinião pública.

Muito embora a verdadeira opinião pública já tenha dado um veredito de absolvição naquilo que poderia fazê-lo, aos réus que deveriam enfrentar um julgamento técnico, quando chamada a emitir um juízo de valor por meio do voto, mas irão se confrontar com um novo julgamento político, numa casa que se supunha a guardiã da constituição? Como você se sentiria? Imagino bastante desalentado.

E se os crimes de que você é acusado se originassem de um esquema que já tinha sido usado anteriormente pelo mesmo financiador, apenas com personagens diferentes, os quais também são réus de um processo semelhante ao seu que se encontra no mesmo tribunal e é muito mais antigo, devendo portanto ter entrado na pauta de julgamento primeiro mas a ele não foi dada a mesma dimensão porque o poder paralelo que se arvora em fiscal da lei, função que a constituição não lhe atribui, age com forte pressão sobre os juízes que irão julgar você, determinou sua culpa e por isso deve ser julgado com grande estardalhaço e os réus do outro processo não, uma vez que eles defendem as posições políticas dos que querem sua condenação conseguindo que a corte que fará seu julgamento se vergue a pressões, confiaria numa sentença isenta, livre de pré-julgamentos? Acredito que não.

E se aquele que é acusado de ter sido o chefe da quadrilha, ainda que não faça parte do rol dos denunciados, seja imposta a mordaça, não se lhe permitindo que proteste, que grite contra as pressões que jogam sobre os juízes que determinarão que você ficará preso ou em liberdade, não se contenha e acuse a farsa, se levante contra a armação, imediatamente passe a sofrer da falsa acusação de querer "melar" o julgamento.

Quando está somente no legítimo direito de fazer o contraponto, de tentar se sobrepor as pressões, de frear o movimento de condenação antecipada, diga que os crimes atribuídos aos réus são imputações desprovidas de provas, único a ter voz ouvida entre todos que desejam que você seja condenado, sofra também da parte do acusador-mor, o Procurador Geral da República e de um de seus juízes, ministro do STF, a vil acusação de querer influir nas decisões do tribunal para adiar seu julgamento ou levá-lo a prescrição, quando a cada minuto quem está agindo assim é exatamente aqueles que fazem campanha para que você seja trancafiado numa prisão.

O fazendo pelo piores motivos, o primeiro porque não deu curso a uma investigação federal vindo a ser acusado de prevaricar e o segundo por ter sobre a cabeça a suspeita de haver manchado a reputação num esquema criminoso e os demais juízes que deveriam guardar o decoro do cargo se submetem a tais argumentos e de afogadilho marcam o dia e a hora de seu julgamento para dá azo a vaidade de um dos juízes que irá julgá-lo e quer entrar para história do tribunal que preside como o ministro que julgou o processo a que você está arrolado como réu contra todo o bom senso que deveria prevalecer em tais situações porque vai aposentar-se, acreditaria que seus julgadores lhe dariam um julgamento justo? Dificilmente!

Pois um julgamento assim está em curso com todos os personagens acima descritos. A mídia que faz as vezes de poder paralelo conseguiu dobrar os juízes do processo, os ministros do STF que capitularam ante as pressões da "opinião publicada" na grande imprensa tida como opinião pública.

Os ministros do STF que dizem ser imunes a pressões, avocando a vitaliciedade do cargo como demonstração de sua capacidade de não deixar-se influenciar-se por pressões externas, não conseguem explicar porque o mensalão denunciado por Roberto Jefferson está com data marcada e o mensalão mineiro precursor do mensalão que vai a julgamento em agosto não entrou na pauta de julgamento do supremo, se a denúncia deste mensalão mineiro é cinco anos mais antiga do que o "mensalão" do governo Lula.

Não é possível acreditar num julgamento isento com todos os fatos que estão postos na mesa. Procurador que deixou de cumprir com a investidura de seu múnus no caso da operação Vegas, ao ser cobrado, liga as cobranças ao julgamento do mensalão.

Ministro do STF que pegou carona num avião fretado por um criminoso diz ter sido pressionado pelo ex-presidente a usar de sua influência para adiar o julgamento do mensalão em troca de uma suposta blindagem numa CPMI aberta pelo congresso. Mídia que pressiona juízes a marcar uma data para um julgamento cujo processo é semelhante ipsis litteris a um outro, o mensalão mineiro, e não há a mesma cobrança.

Ministro que é pressionado a declarar-se suspeito porque foi Advogado Geral da União do governo que estará sob julgamento e ministro que a mídia insiste em desconhecer suspeição embora tenha sido Advogado Geral da União do governo anterior que é o principal interessado na condenação dos réus do processo do mensalão. Presidente da corte que irá julgar o processo do mensalão e vai aposentar-se e quer entrar para a história do tribunal como presidente que colocou em pauta o julgamento do mensalão.

Ex-presidente tido e havido como o chefe da quadrilha que não está em julgamento, mas é sistematicamente impedido de manifestar-se como cidadão sobre os rumos do processo, enquanto quem o acusa usa de um grande meio de comunicação social para fazer pressão sobre o STF. Tudo isto posto, o resultado não pode ser outro que não a condenação.


* Texto escrito e enviado por Kid Jansen de Alencar Moreira

A farsa do "MENSALÃO"




OS CONSTRANGIMENTOS NO MENSALÃO



Por Paulo Moreira Leite, na coluna Vamos combinar:

Sabemos que os esquemas financeiros da política brasileira são condenáveis por várias razões, a começar pela principal: permitem ao poder econômico alugar o poder político para que possa atender a seus interesses. Os empresários que contribuem com campanhas financeiras passam a ter deputados, senadores e até governos inteiros a seu serviço, o que é lamentável. O cidadão comum vota uma vez a cada quatro anos. Sua força é de 1 em 100 milhões. Já o voto de quem sustenta os políticos é de 100 milhões contra 1.

Por isso sou favorável a uma mudança nas regras de campanha, que proíba ou pelo menos controle essa interferência da economia sobre a política. Ela é, essencialmente, um instrumento da desigualdade. Contraria o princípio democrático de que 1 homem equivale a 1 voto.

Pela mesma razão, eu acho que todos os fatos relativos ao mensalão petista precisam ser esclarecidos e examinados com serenidade. Casos comprovados de desvios de recursos públicos devem ser punidos. Outras irregularidades também não devem passar em branco.

Não vale à pena, contudo, fingir que vivemos entre cidadãos de laboratório. Desde a vassoura da UDN janista os brasileiros têm uma longa experiência com campanhas moralizantes para entender um pouco mais sobre elas. Sem ir ao fundo dos problemas o único saldo é um pouco mais de pirotecnia.

No tempo em que Fernando Henrique Cardoso era sociólogo, ele ensinava que a opinião pública não existe. O que existe, explicava, é a “opinião publicada.” Esta é aquela que você lê.

O julgamento do mensalão começa em ambiente de opinião publicada. O pressuposto é que os réus são culpados e toda deliberação no sentido contrário só pode ser vista como falta de escrúpulo e cumplicidade com a corrupção.

Num país que já julgou até um presidente da República, é estranho falar que estamos diante do “maior julgamento da história.” É mais uma opinião publicada. Lembro dos protestos caras-pintadas pelo impeachment de Collor. Alguém se lembra daquela da turma do “Cansei”?

Também acho estranho quando leio que o mensalão foi “revelado” em junho de 2005. Naquela data, o deputado Roberto Jefferson deu a entrevista à Folha onde denunciou a existência do “mensalão” e disse que o governo pagava os deputados para ter votos no Congresso. Falou até que eles estavam fazendo corpo mole porque queriam ganhar mais.

Anos mais tarde, o próprio deputado diria – falando “a Justiça, onde faltar com a verdade pode ter mais complicações – que o mensalão foi uma “criação mental”. Não é puro acaso que um número respeitável de observadores considera que a existência do mensalão não está provada.

A realidade é que o julgamento do mensalão começa com um conjunto de fatos estranhos e constrangedores. Alguns:

1. Roberto Jefferson continua sendo apresentado com a principal testemunha do caso. Mas isso é o que se viu na opinião publicada. Na opinião não publicada, basta consultar seus depoimentos à Justiça, longe dos jornais e da TV, para se ouvir outra coisa. Negou que tivesse votado em projetos do governo por dinheiro. Jurou que o esquema de Delúbio Soares era financiamento da campanha eleitoral de 2004. Lembrou que o PTB, seu partido, tem origens no trabalhismo e defende os trabalhadores, mesmo com moderação. Está tudo lá, na opinião não publicada. Ele também diz que o mensalão não era federal. Era municipal. Sabe por que? Porque as eleições de 2004 eram municipais e o dinheiro de Delúbio e Marcos Valério destinava-se a essa campanha.

2. Embora a opinião publicada do procurador geral da República continue afirmando que José Dirceu é o “chefe da quadrilha” ainda é justo esperar por fatos além de interpretações. Deixando de lado a psicologia de botequim e as análises impressionistas sobre a personalidade de Dirceu é preciso encontrar a descrição desse comportamento nos autos. Vamos falar sério: nas centenas de páginas do inquérito da Polícia Federal – afinal, foi ela quem investigou o mensalão – não há menção a Dirceu como chefe de nada. Nenhuma testemunha o acusa de ter montado qualquer esquema clandestino para desviar qualquer coisa. Nada. Repito essa versão não publicada: nada. São milhares de páginas. Nada entre Dirceu e o esquema financeiro de Delúbio.

3. O inquérito da Polícia Federal ouviu 337 testemunhas. Deputados e não deputados. Todas repetiram o que Jefferson disse na segunda vez. Nenhuma falou em compra de votos para garantir votos para o governo. Ou seja: não há diferença entre testemunhas. Há concordância e unanimidade, contra a opinião publicada.

4. A opinião publicada também não se comoveu com uma diferença de tratamento entre petistas e tucanos que foram agrupados pelo mesmo Marcos Valério. Como Márcio Thomaz Bastos deve lembrar no julgamento, hoje, os tucanos tiveram direito a julgamento em separado. Aqueles com direito a serem julgados pelo STF e aqueles que irão para a Justiça comum. De ministros a secretárias, os acusados do mensalão petista ficarão todos no mesmo julgamento. A pouca atenção da opinião publicada ao mensalão mineiro dá a falsa impressão de que se tratava de um caso menor, com pouco significado. Na verdade, por conta da campanha tucana de 1998 as agências de Marcos Valério recebiam verbas do mesmo Banco do Brasil que mais tarde também abriria seus cofres para o PT. Também receberam aqueles empréstimos que muitos analistas consideram duvidosos, embora a Polícia Federal tenha concluído que eram para valer. De acordo com o Tribunal de Contas da União, entre 2000 e 2005, quando coletava para tucanos e petistas, o esquema de Marcos Valério recebeu R$ 106 milhões. Até por uma questão de antiguidade, pois entrou em atividade com quatro anos de antecedência, o mensalão tucano poderia ter preferência na hora de julgamento. Mas não. Não tem data para começar. Não vai afetar o resultado eleitoral.

É engraçada essa opinião publicada, concorda?

Azeredo teria R$ 4,5 mi de Valério; Gilmar, R$ 185 mil



Azeredo teria R$ 4,5 mi de Valério; Gilmar, R$ 185 milFoto: Edição/247

'DECLARAÇÃO DE DESEMBOLSO', ASSINADA PELO PUBLICITÁRIO MARCOS VALÉRIO EM 1999, INDICA REPASSE MILIONÁRIO À CAMPANHA DO ENTÃO GOVERNADOR TUCANO DE MINAS GERAIS; MINISTRO DO STF TAMBÉM TERIA SIDO CONTEMPLADO; INFORMAÇÕES SÃO DA REVISTA CARTA CAPITAL, QUE REAFIRMA VERACIDADE DOS DOCUMENTOS; MENDES ANUNCIOU "MEDIDAS JUDICIAIS CABÍVEIS"; AZEREDO ALEGA FALSIDADE

03 de Agosto de 2012 às 11:44
247 – Um documento nomeado "Declaração de Desembolso", assinado pelo publicitário Marcos Valério de Souza em 28 de março de 1999, declara o repasse de R$ 4,5 milhões ao ex-governador de Minas Gerais e candidato a reeleição em 1998, Eduardo Azeredo (PSDB). A divulgação foi feita pela revista CartaCapital desta semana, que aponta que o pagamento foi realizado pelas empresas SMP&B Comunicação e DNA Propaganda, ambos de Valério. O responsável pela intermediação do repasse, segundo o documento, é o tesoureiro da campanha de Azeredo, Carlos Mourão. A origem do dinheiro? Bancos e estatais do Estado: Banco Bemge, Cemig, Comig, Construtora Andrade Gutierrez, Construtora ARG, Copasa, Banco Credireal e Banco Real, descritos pelo próprio Valério no documento. O repasse da verba seria "para saldar compromissos diversos".
A reportagem da revista volta ao tema do suposto esquema conhecido chamado "valerioduto" – caixa 2 realizado durante a campanha da reeleição de Azeredo – iniciado naedição da semana passada, quando a publicação divulgou uma lista de supostos beneficiados. Desta vez, a publicação rebate a tese defendida por Marcos Valério – apontado como operador do esquema – de que os papéis era falsos. Na lista dos beneficiados e suas quantias, constava também o do ministro do STF Gilmar Mendes. Foi divulgado inclusive um documento de apresentação da lista, também assinado por Valério, que diz ter repassado os R$ 4,5 milhões à campanha.
Para rebater os argumentos de Eduardo Azeredo de que os documentos eram falsos, a reportagem cita denúncia desta semana contra o ex-diretor de Planejamento de Furnas, Dimas Toledo, por participação num grupo de empresários e políticos em esquema de arrecadação ilegal, divulgado na chamada Lista de Furnas (o caso foi publicado pelo 247). A lista assinada por Toledo revela supostos esquemas de caixa 2 do PSDB montados em 2002, durante o governo FHC. Revelada pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. no jornal mineiro Hoje em Dia, a denúncia divulga também o resultado de uma perícia da Polícia Federal que comprova a veracidade da lista – o que derrubaria o argumento de Azeredo de que a lista divulgada por CartaCapital é semelhante "a outras comprovadamente falsas", segundo a revista.
Na semana que passou, não só Azeredo e Valério desmentiram a matéria, mas o ministro Gilmar Mendes, que negou sua participação e anunciou a intenção de processar a revista (leia mais). Nesta edição, CartaCapital publica com destaque o trecho da lista em que aparece o nome de Mendes e o valor que recebeu no esquema: R$ 185 mil.

Lula, 69%, Dilma, 59%: é a cena eleitoral de 2014



Lula, 69%, Dilma, 59%: é a cena eleitoral de 2014Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

EX-PRESIDENTE VENCERIA DISPARADO (69,8% DOS VOTOS) NUMA DISPUTA COM O SENADOR AÉCIO NEVES (11,9%) E O GOVERNADOR DE PERNAMBUCO, EDUARDO CAMPOS (3,2%); JÁ COM A PRESIDENTE NA DISPUTA, AS ELEIÇÕES SERIAM VENCIDAS COM 59% DOS VOTOS PARA DILMA, 14,8% PARA O TUCANO E 6,5% PARA O SOCIALISTA

03 de Agosto de 2012 às 12:45
CNT – A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou nesta sexta-feira 3 o resultado da rodada nº 112 da Pesquisa CNT de Opinião. Entre os principais itens avaliados, a pesquisa simulou dois cenários para as eleições presidenciais de 2014. No primeiro, Lula aparece com 69,8% das intenções de voto, o senador Aécio Neves com 11,9% e governador pernambucano, Eduardo Campos, com 3,2%. No segundo quadro, com Dilma no lugar de Lula, a atual presidente lidera com 59%, Aécio Neves com 14,8% e Eduardo Campos com 6,5%.
Entre 18 e 22 de julho, duas mil pessoas foram entrevistadas, nas cinco regiões do país, e também responderam a questionamentos sobre temas como saúde, emprego e educação; avaliação do governo Dilma Rousseff; e itens como poder de compra, expectativas sobre os rumos da economia e reformas prioritárias a serem feitas pelo governo.
De acordo com a pesquisa, 56,6% dos entrevistados avaliam positivamente o governo Dilma Rousseff. Em agosto de 2011, data do último levantamento da CNT, o número era 49,2%. A avaliação negativa caiu de 9,3% para 7%. O desempenho pessoal da presidente foi aprovado por 75,7% dos consultados, enquanto 17,3% desaprovam.
Sobre a comparação do atual governo com o do ex-presidente Lula, aumentou o percentual dos que acreditam que a gestão de Dilma Rousseff está melhor - 11,5% para 15,9% - e diminuiu de 45,4% para 34,6% os que consideram o governo pior. Para 48,2% dos entrevistados, as duas gestões estão no mesmo patamar.
Em relação à crise econômica mundial, 38,4% dos entrevistados revelaram preocupação e deixaram de comprar, enquanto 60,8% não diminuíram o ritmo de consumo. Os principais desejos de consumo dos brasileiros são a casa própria (57%), carro novo (17,9%), móveis e eletrodomésticos (8,2%), viagem internacional (7,4%) e televisão moderna (1,9%).

Promotor é condenado a 17 anos por crime de pedofilia



Pela primeira vez no País, um promotor de Justiça foi levado a julgamento por uma ação referente ao crime
O promotor Ricardo Maia de Oliveira foi condenado a 17 anos e seis meses de prisão em regime fechado, nesta quinta-feira, 2. A condenação foi pedida pelo desembargador relator, Fernando Luís Ximenes Rocha. Um desembargador, dos 14 membros presentes no Pleno, não acompanhou a decisão do relator e pediu a absolvição do réu.O julgamento teve início às 14 horas e terminou por voltas das 20h.

Pela primeira vez no País, um promotor de Justiça foi levado a julgamento por uma ação criminal referente a cometimento de pedofilia. O caso foi apreciado nesta quinta-feira por membros do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJ-CE), onde um promotor nunca havia sentado no banco dos réus. O acusado responde a uma ação penal pública por atentado violento ao pudor, que teria sido cometido contra crianças, em 2005, conforme denúncia do próprio Ministério Público do Estado (MPE). 

Em 2006, O POVO mostrou que o crime do qual o promotor é acusado teria sido cometido no dia 23 de outubro de 2005, em um sítio em um município do Maciço de Baturité. Entretanto, só teria sido descoberto pelas mães das crianças em fevereiro de 2006, quando a denúncia foi ajuizada. Em outubro daquele ano, Ricardo Maia chegou a ser preso preventivamente, sendo liberado após cinco dias. 

Na ocasião do crime, o promotor foi denunciado à Justiça pelo então procurador-geral do Ceará, Manoel Lima Soares Filho. O cargo hoje é ocupado por Ricardo Machado.

Redação O POVO Online

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Após discussão, fatura traz nome de cliente como ‘Vadia’


02/08/2012 – 06h00
A Net trocou o nome de uma cliente de Sorocaba (SP) na fatura de cobrança. O fato poderia ser considerado um simples equívoco, não fosse um detalhe: “Katia” virou “Vadia”, e isso pouco depois de ela discutir com uma atendente da empresa por telefone.

O caso começou em 16 de julho, quando Katia Nogueira ligou para a Net para renegociar uma dívida. Ela diz que foi orientada a pagar a fatura de junho para que o sinal de internet e TV a cabo não fossem interrompidos, mas que, no dia seguinte ao pagamento, o acordo foi descumprido.

Katia diz que ligou de novo. “Ela [a atendente] disse que eu não devia atrasar faturas e me deixou 24 minutos na linha até a ligação cair.”

Segundo ela, a atendente pediu várias vezes a confirmação de dados, mas não disse que o cadastro seria alterado. “Não gostei da forma como ela falou e posso ter respondido com má vontade, mas falei meu nome claramente”, afirmou.

No terceiro telefonema, diz, Katia conseguiu a renegociação e o sinal voltou. “Minha surpresa foi receber a conta, com o nome trocado. Cheguei a achar que era ‘Nadia’, mas depois entendi e me senti extremamente mal.”
A cliente registrou um boletim de ocorrência.

Anteontem, ela recebeu um pedido formal de desculpas da Net, além de flores e bombons, mas manteve o cancelamento do serviço. “Agora estou sem nada, mas com a dignidade”, afirmou.

Para o chefe da sessão de fiscalização do Procon de Sorocaba, José Antonio de Oliveira Júnior, pode ter havido “exposição do consumidor ao ridículo”. “O fato de um cliente buscar seus direitos, mesmo que reclamando e sendo mais exigente, não autoriza a empresa ao constrangimento”, disse.

A Net informou, em nota, que solicitou o “imediato afastamento da funcionária do quadro de prestadores de serviço”. Disse ainda que notificou a empresa Contax, responsável pelo atendimento aos clientes, sobre a ocorrência, que diz “não tolerar”.

A Contax, por meio de sua assessoria, disse que lamenta o ocorrido e que demitiu a colaboradora, por ferir seu código de ética.

A empresa informou ainda que os colaboradores passam por um “intensivo processo de treinamento focado nas necessidades do cliente”. (MARÍLIA ROCHA)

Assista ao vivo a transmissão do julgamento do "mensalão"


Clique aqui para a peça da Procuradoria Geral da República.
Clique aqui para o relatório Joaquim Barbosa.
Clique aqui para defesa de Marcos Valério.
Clique aqui para cartilha da CUT-RJ em defesa dos acusados.
Clique aqui para o quadro de réus.

“Justiça é condenar todos”


“Justiça é condenar todos”

Foto: STF/Divulgação_Folhapress

PROCURADOR-GERAL ROBERTO GURGEL, QUE ENGAVETOU CASO DEMÓSTENES TORRES, DIZ QUE STF CONDENARÁ TODOS OS RÉUS DA AÇÃO PENAL 470, CUJO JULGAMENTO COMEÇA NESTA QUINTA, E DISSE AINDA QUE AVALIA SE PEDE OU NÃO O IMPEDIMENTO DO MINISTRO DIAS TOFFOLI; ELE SERÁ O PRIMEIRO A FALAR

02 de Agosto de 2012 às 05:30
247 – Chegou o grande dia. Começa, nesta quinta-feira, o “julgamento do século”. E um dos protagonistas desse processo, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que fará a sustentação oral da peça de acusação e será o primeiro a falar, apontou suas baterias contra os réus. “O Supremo fará justiça. E na visão do Ministério Público, justiça é condenar todos”.
Na sustentação oral, ele terá três grandes alvos: José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, José Genoíno, ex-presidente do PT, e Delúbio Soares, ex-presidente do partido. Os dois últimos, segundo ele, tinham uma relação de “submissão” em relação a Dirceu, que será apontado como o “chefe da quadrilha”, no “mais atrevido esquema de desvio de recursos públicos da história do País”.
Na véspera, os réus receberam notícias ruins. O Tribunal de Contas da União abriu espaço para reconsiderar decisão que validava os contratos de publicidade do Banco do Brasil com as agências de Marcos Valério, admitindo um recurso apresentado pelo procurador Júlio Marcelo de Oliveira. De acordo com a ministra Ana Arraes, que teve seu voto acompanhado por outros ministros, os contratos são legais e legítimos.
Ontem, o Ministério Público Federal também abriu uma ação por lavagem de dinheiro contra Delúbio Soares, que foi acusado de receber R$ 450 mil oriundos de atividades ilegais.
A grande surpresa do primeiro dia poderá ser um pedido de impedimento do ministro Dias Toffoli, que já advogou para o PT, apresentado por Gurgel. "Eu definirei até o início do julgamento... mas já me manifesto que o importante é que o julgamento ocorra", disse ele ao participar de sessão no STF. Perguntado se a presença de Toffoli poderia causar constrangimento no julgamento, Gurgel afirmou que "este tipo de entendimento é que levará a pedir ou não, a arguir ou não o eventual impedimento ou suspensão do ministro".

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Costa Rica: vídeo erótico derruba vice-ministra


Karina Bolaños, vice-ministra da Cultura da Costa Rica foi mandada ao olho da rua por causa de um vídeo. Na peça, veiculada na internet, ela aparece em roupas íntimas. Lamenta estar só e declara desejar um amante que chama de ‘Pequis’.
Em nota, o ministro da Cultura Manuel Obregón refere-se ao caso como algo relacionado à “vida privada de Karina”, não aos seus afazeres como “funcionária pública”. A despeito disso, avaliou que a demissão era necessária.
As pulsões da vice-ministra coincidiram com uma fase de voluptuosa impopularidade da presidente Laura Chinchilla –75% dos costa-riquenhos acham que o governo do país é corrupto. Outros 53% declaram-se insatisfeitos com o desempenho da mandatária.

Galvão Bueno e comentarista discutem ao vivo por conta de piada do apresentador

Crédito: Reprodução
Marcus Vinícius Freire, medalhista olímpico nos Jogos de Los Angeles de 1984, e superintendente-executivo de esportes do COB na Olímpiada de Londres. A simples presença do convidado durante o programa Conexão SporTV desta quarta-feira gerou uma saia justa entre Galvão Bueno e o comentarista Renato Maurício Prado.
O entrevero entre os dois, que costumam trocar cutucadas, começou quando Renato pediu que Galvão contasse a piada que fez fora do ar sobre a conquista da seleção brasileira de vôlei em 1984.
“Fala agora o que você falou da medalha de prata deles em Los Angeles antes do programa, que só ganhou a medalha por causa de boicote”, disse o comentarista.
O comentario deixou Galvão extremamente irritado e o clima entre os dois azedou.
“Isso não se faz. Tem que ter responsabilidade, estamos falando para milhões de pessoas. Em nenhum momento eu falei isso. Você foi deselegante”, afirmou o apresentador.
A troca de farpas durou mais de dois minutos e Renato, em uma tentativa de conciliação, deixou Galvão no “vácuo”.
Na sequência do programa, porém, os dois fizeram as pazes e o cumprimento, enfim, saiu.
Confira a discussão:

JN dá 19 minutos à acusação do mensalão e 8 segundos à defesa


O colunista da Folha de São Paulo Janio de Freitas usou em artigo de sua lavra publicado na Folha de São Paulo na terça-feira (31.07) uma alegoria da qual este blog tem se valido à exaustão. Os leitores desta página identificarão a semelhança de trecho daquele artigo – trecho que reproduzo abaixo – com o que aqui tem sido dito.
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O julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal é desnecessário. Entre a insinuação mal disfarçada e a condenação explícita, a massa de reportagens e comentários lançados agora, sobre o mensalão, contém uma evidência condenatória que equivale à dispensa dos magistrados e das leis a que devem servir os seus saberes (…)”
Jânio de Freitas, O julgamento na imprensa, Folha de São Paulo, 31.07.12
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Os pistoleiros pagos a peso de ouro pela mídia oligopolista para assassinarem reputações de desafetos políticos dos patrões nem poderão dizer que esse jornalista é “mensaleiro”, pois é membro do conselho editorial do jornal Folha de S. Paulo.
Frase de Freitas sobre a imprensa, imortalizada na Wikipedia, resume a razão pela qual essa imprensa está promovendo legítimo linchamento de todos os réus do mensalão indistintamente, de forma que, como bem disse o jornalista, subentende-se que o julgamento será mera formalidade para uma condenação já decidida.
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Os meios de comunicação brasileiros nunca deixaram de ser parte ativa nos esforços de conduzir o eleitorado. Sua origem e sua tradição são de ligações políticas, como agentes de facções ou partidos
Janio de Freitas
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A comprovar a opinião do eminente jornalista de que a imprensa corporativa e oligopolista atua como agente de facções e partidos está o massacre que o principal telejornal da Globo, o Jornal Nacional, está promovendo contra os réus do mensalão desde segunda-feira, quando anunciou e principiou a ocupar imenso espaço com o julgamento que começa nesta quinta-feira.
Nos primeiros dois dias desta semana, o Jornal Nacional vem entrando no ar com extensas matérias sobre o mensalão. Na segunda-feira, rememorou o caso ao longo de 11 minutos e 30 segundos; na terça, a matéria ocupou 7 minutos e 41 segundos. Desses quase vinte minutos de acusações, o telejornal contrapôs inacreditáveis 8 segundos – e só na terça-feira – à defesa de um dos réus, José Dirceu, exibindo frase de seu advogado.
À primeira vista, fica difícil afastar a sensação de que essa meia dúzia de grandes órgãos de imprensa conseguirá que o Supremo Tribunal Federal se submeta aos seus ditames e condene, sem mais delongas, todos os 38 réus por todas as acusações que lhes foram assacadas. Todavia, já surgem indícios de que a Justiça pode não compactuar com a farsa.
O indício de que assim será vem do ministro do STF José Antonio Dias Toffoli, que vem sendo questionado pela mídia por ter servido ao governo Lula e advogado para petistas assim como o ministro Gilmar Mendes serviu ao governo Fernando Henrique Cardoso e advogou para tucanos.
O caso de Gilmar é mais sério, pois, há pouco, envolveu-se em polêmica com o ex-presidente Lula ao denunciar tardiamente, após longo período da ocorrência do fato, que se encontrou com ele e que, naquele encontro, teria sofrido pressão para absolver réus do mensalão. Além disso, a atuação de Gilmar ao longo do governo Lula foi marcada por reiteradas acusações a ele.
O indício de que o STF poderá dar nos autos a resposta à pressão injusta, ilegal e antidemocrática que vem sofrendo da mídia para condenar os réus como ela quer se encontra na decisão de Toffoli de participar do julgamento do mensalão à revelia do que pregam esses órgãos de imprensa.
Aliás, vale relatar que a Folha de São Paulo questionou Toffoli e este nem lhe deu resposta. Ainda assim, é pouco. Esse é só um indício, pois outros juízes podem ceder.
O cerceamento do direito de defesa dos réus do mensalão é flagrante. A mídia tenta criar um clima de fato consumado como o que estabeleceu em outros julgamentos que não passaram de mera formalidade, mas que, ao menos, tinham contra os réus daqueles processos não politizados, como por exemplo o casal Nardoni, provas inquestionáveis, o que inexiste contra parte dos acusados pelo mensalão.
Um blogueiro da Globo chegou a escrever que o STF “apressou” o julgamento do mensalão porque o ex-presidente Lula teria criado a CPI do Cachoeira. E asseverou que não se apressa um julgamento para absolver réus. Ou seja, acusou a Corte de ter agido por motivações políticas quando seu dever é o de atuar de maneira estritamente técnica.
Como se não bastasse, a Globo e seus satélites na grande imprensa vêm tratando o ex-presidente Lula em suas reportagens como se fosse um dos indiciados. O Jornal Nacional chegou a fazer uma montagem gráfica em que uma ficha do ex-presidente sai de um arquivo de onde estavam saindo fichas dos réus de fato no inquérito do mensalão.
A mera hipótese de a Suprema Corte de Justiça do país ser encurralada para decidir como querem grupos empresariais de comunicação constitui grave ameaça à democracia. Como aceitar que empresários, por mais poderosos que sejam, possam obrigar um dos três Poderes a tirar a liberdade e a destruir a honra de cidadãos que, até prova em contrário, são inocentes?
De onde virá a resistência a esse ataque inaceitável à democracia? Quem se levantará em defesa do Estado Democrático de Direito?
Sem imprensa para dar a acusados e acusadores as mesmas oportunidades, só restam as ruas aos setores da sociedade que não aceitam que seja levado a cabo o linchamento de todos os réus do mensalão, até porque quem conhece o caso sabe que, entre os 38 acusados, há prováveis culpados, sim, mas também há prováveis inocentes.
Em 2007, nasceu neste blog a ONG Movimento dos Sem Mídia. Esse Movimento foi criado justamente por conta da pressão da mídia contra o STF evidenciada por espionagem do jornal Folha de S. Paulo contra o ministro Ricardo Lewandowsky, que o jornal relatou que disse ao telefone que a Corte que integra aceitou o inquérito do mensalão sob pressão da mídia.
Infelizmente, por ter inscrito em seu Estatuto que não se financiaria com dinheiro público, a ONG não adquiriu musculatura para enfrentar um momento como este. Não temos condição de levar às ruas mais do que algumas centenas de cidadãos.
Todavia, essas pessoas que tantas vezes já acorreram ao chamado deste blog certamente estarão dispostas a integrar esforços que envolvam outros movimentos sociais como, por exemplo, a CUT, que já declarou que irá às ruas contra a manipulação do julgamento do mensalão.
Na opinião deste blog – e de todos os mais de 500 filiados ao Movimento dos Sem Mídia –, não há mais o que esperar. A manipulação já está ocorrendo. A imprensa oligopolista que age a serviço de facções, como diz Janio de Freitas, está promovendo um linchamento, retirando dos acusados pelo mensalão, indistintamente, o direito de defesa.
Custará muito caro ao país e a todos os que anseiam pela continuidade de seu soerguimento do buraco em que foi atirado pela direita demo-tucano-midiática a inação diante dessa barbaridade que está entrando todos os dias em nossas casas através de concessões públicas de televisão aberta.
Mesmo que os agentes de facções políticas citados por Janio de Freitas não atinjam seus objetivos eleitorais, assim como foi em 2006 e em 2010, condenar cidadãos brasileiros só porque meia dúzia de donos de jornais, revistas e televisões querem fará este país retroagir séculos, institucionalmente.
Para concluir, este blog exorta a todos os que entendem a gravidade do momento que vive o país a não se acomodarem e a se engajarem na resistência à mídia. A injustiça que se pretende fazer a alguns é ameaça que está sendo feita a todos, inclusive àqueles que querem conseguir na Justiça o que não conseguiram nas urnas.
Às ruas, brasileiros!

Lista de Furnas: Revista Veja divulga release do Governo de Minas




Prática do passado no meio jornalístico, conhecida como “matéria paga”, volta a ser utilizada sem qualquer pudor pela revista que se apresenta como a de maior circulação nacional e que se encontra no meio de um enorme furacão, acusada de estar a serviço de diversos esquemas criminosos, principalmente em relação às matérias publicadas no intuito de criar clima político favorável à sigla partidária, como se fossem de conteúdo jornalístico. 

Após Veja publicar matéria de capa informando que a “Lista de Furnas” era um documento falso, atribuindo a Nilton Monteiro e ao deputado Rogério Correia a autoria do crime. Agora, diante da apresentação de denúncia pela Procuradora da Republica, Andréia Bayão Ferreira, contra os envolvidos no esquema, fundamentada na perícia e investigações da Polícia Federal que, além de confirmar a autenticidade do documento, afastou por definitivo a possibilidade de qualquer fraude praticada por Nilton Monteiro.


Na tentativa de intimidar e amenizar os efeitos do que sabidamente ocorrerá através de um enorme pedido de indenização, Veja ataca o advogado Dino Miraglia. Tudo através da publicação de um release distribuído em 2011, pelo Governo de Minas - principal interessado em desmentir a “Lista de Furnas”- quando da prisão de Monteiro. De 2011, o release defende a tese já desmascarada pela Polícia Federal.
 
O colunista Reinaldo Azevedo, conhecido por seu envolvimento com as principais lideranças tucanas - para alguns que não sabem de seu envolvimento com Daniel Dantas- inova ao citar nota do Senador Delcídio Amaral, (PT), porém, para quem acompanha sua trajetória sabe que ele, assim como Delcídio Amaral, sempre defendeu os interesses de Daniel Dantas dentro do PT. 
 
Delcídio Amaral, este sim um falsário, que assinou uma declaração falsa atestando que o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, não tinha sido investigado pela CPMI dos Correios, o que foi desmentido através do 1º Relatório de Movimentação Financeira, elaborado pela comissão de inquérito, conforme apurado e noticiado por Novojornal.
 
Igualmente o delegado Marcio Nabak, citado na nota do Colunista de Veja como acusador, vem sendo, desde 2011, investigado pela Promotoria Especializada na Defesa do Patrimônio Público de Minas Gerais, através da Promotora Patrícia Medina Varotto de Almeida, por prática de crimes como o de juntada de peças clandestinas e falsas em diversos inquéritos que presidiu. 
 
As irregularidades no inquérito que investigou Nilton Monteiro são tamanhas que os autos não ficam na delegacia, permanecem em posse do delegado, sendo inclusive motivo de pedido a Corregedoria de Polícia de Minas Gerais para que o mesmo devolva o inquérito. Evidente que Nilton Monteiro teve participação em todo esquema montado na “Lista de Furnas”, não como falsário e sim como arrecadador dos recursos, conforme descrito na denúncia da Procuradora da Republica. 

Um milhão e meio de brasileiros fumam maconha diariamente



Um milhão e meio de brasileiros fumam maconha diariamenteFoto: Shutterstock

ESTUDO DA UNIFESP REVELA TAMBÉM QUE 7% DA POPULAÇÃO ADULTA JÁ EXPERIMENTOU A DROGA EM ALGUMA FASE DA VIDA, O QUE EQUIVALE A 8 MILHÕES DE PESSOAS; 1,3 MILHÃO SÃO DEPENDENTES

01 de Agosto de 2012 às 16:01
Agência Brasil - Os brasileiros, entre adultos e adolescentes, que consomem maconha diariamente somam 1,5 milhão, aponta estudo divulgado hoje (1º) pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) revela ainda que 7% da população adulta já experimentou a droga em alguma fase da vida, o que equivale a 8 milhões de pessoas. Entre adolescentes, 600 mil tiveram contato com a maconha, o que corresponde a 4%.
Mais de um terço dos usuários adultos (37%) é dependente, o que representa 1,3 milhão de pessoas. Entre os adolescentes, os índices de dependência alcançam 10% dos entrevistados.
Foram entrevistadas 4.607 pessoas em 149 municípios, com idade a partir de 14 anos. A amostragem, de acordo com os coordenadores do estudo, é representativa. Diferente da primeira pesquisa, feita em 2006, os entrevistados no atual levantamento responderam a um questionário sigiloso sobre consumo de drogas.
Para o coordenador da pesquisa, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, um dado preocupante é a proporção entre usuários adultos e adolescentes. Em 2006, existia um adolescente para cada adulto que usa maconha. Em 2012, a proporção aumentou para 1,4 adolescente por adulto. Em 62% dos casos, os usuários experimentaram a droga pela primeira vez antes dos 18 anos.
"Se as leis ficarem mais frouxas em relação ao uso da maconha, o maior prejudicado vai ser o adolescente. Qual vai ser o impacto em relação à saúde mental desses adolescentes? É isso que os dados nos alertam. A pessoa que já é usuária não vai mudar o padrão de consumo. Quem pode mudar o padrão de consumo, de acordo com a nossa atitude legislativa, é o adolescente", avalia.
Os entrevistados também foram questionados sobre a legalização da maconha no país. A maioria (75%) é contrária, ante 11% favoráveis. Os dados reunidos no Lenad irão possibilitar, posteriormente, a avaliação do consumo de outras drogas, como o crack.

De Londres, Edir Macedo leva sua medalha de ouro



De Londres, Edir Macedo leva sua medalha de ouroFoto: Edição/247

REDE RECORD, QUE TRANSMITE A OLIMPÍADA COM EXCLUSIVIDADE, CONCLUI COMPRA DO JORNAL CARIOCA 'O DIA' E, DE LAMBUJA, LEVA OS DIÁRIOS 'MARCA', 'MEIA HORA' E 'BRASIL ECONÔMICO', TODOS DA EJESA, PERTENCENTE AO GRUPO PORTUGUÊS ONGOING; PRESIDENTE DA ESEJA EXPEDIU NOTA PARA NEGAR A NOTÍCIA

01 de Agosto de 2012 às 20:16
247 com Comunique-se - Após um mês de especulações sobre a compra, a TV Record concluiu a negociação do jornal carioca 'O Dia'. A emissora leva também os diários 'Marca', 'Meia Hora' e 'Brasil Econômico', todos da Empresa Jornalística Econômico S/A (Ejesa), pentencente ao grupo português Ongoing, no que, em tempos de Olimpíada transmitida com exclusividade na tevê aberta pela Record, pode ser considerado um ouro para o dono da emissora, o bispo Edir Macedo.
Parte do grupo português, o portal iG pode ter ficado fora do acordo, uma vez que a Record tem o R7.com. Não foram revelados valores, mas estima-se que seja superior aos US$ 75 milhões pagos em 2010 pela Ongoing. Segundo a coluna de Anna Ramalho no Jornal do Brasil, o anúncio oficial será feito na próxima semana e a alta cúpula da publicação já foi avisada sobre a troca de comando. A Record já possui jornais em capitais do país como Vitória, Belo Horizonte e Porto Alegre e pretendia ter um periódico no mercado carioca.
A presidente do Conselho de Administração da Ejesa, Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos, tem desmentido a notícia, contudo. Por meio de nota encaminhada ao jornalCorreio do Brasil, ela disse que o grupo “não está em negociação com a Rede Record ou com qualquer outro grupo de comunicação para a venda do jornal O Dia ou dos outros veículos controlados pela empresa”. Comunicado semelhante foi distribuído aos funcionários dos jornais controlados pelo grupo:
“Gostaríamos de tranquilizar a todos e esclarecer que, diferentemente do que está sendo divulgado pela imprensa, a Ejesa não vendeu o jornal O Dia e nenhum de seus títulos para a Rede Record. Conforme comunicado enviado há algumas semanas gostaríamos de reforçar aqui, que a compra dos jornais da Editora O Dia em 2010 foi parte da estratégia de expansão da Ejesa, a qual consideramos acertada e de grande sucesso. Não há fundamentação, razão e nenhum caminho traçado num sentido contrário aos investimentos tomados nos últimos anos para crescimento e modernização de nossos próprios veículos”, diz a mensagem, assinada pela direção da empresa.