quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Políticos abatidos por Lula planejam recomeço



Políticos abatidos por Lula planejam recomeçoFoto: Divulgação/ Editor: Ana Pupulin

DEPOIS DE ANOS NO PODER, HERÁCLITO FORTES, ARTHUR VIRGÍLIO, MARCO MACIEL, TASSO JEREISSATI E CÉSAR MAIA PERDERAM OS CARGOS E TENTAM SE RECUPERAR DOS EFEITOS DA ERA LULA SE CANDIDATANDO A VEREADORES; PELAS PRETENSÕES, PELO MENOS DE SOBERBOS ELES NÃO PODEM SER ACUSADOS

09 de Novembro de 2011 às 21:14
247 – Eles ainda não se recuperaram. Depois de passar anos no poder, ex-senadores, ex-prefeitos e até um ex-vice-presidente de partidos de oposição que perderam a disputa por cargos eletivos durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tentam se reerguer. E, diga o que quiser, mas pelo menos de soberbos eles não podem mais ser acusados.
As eleições municipais de 2012 devem marcar o retorno à política de caciques que perderam o posto por se opor ao governo Lula nos últimos oito anos, e pela entrada mais humilde. O ex-vice-presidente da República e ex-senador Marco Maciel (DEM-PE), o ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia (DEM-RJ) e os ex-senadores Heráclito Fortes, Arthur Virgilio e Tasso Jereissati perderam as últimas eleições para candidatos do governo e cogitam se candidatar a vereadores de suas cidades no próximo pleito.
A verdade é que eles foram punidos por ousar desafiar o poder e o prestígio do então presidente Lula. E a mágoa ficou bem clara nos discursos de despedida de alguns deles. Em sua última manifestação como senador, Tasso Jereissati classificou o líder do PT como “uma decepção” e o comparou a Macunaíma, o “herói errático” de Mário de Andrade que andava pelo mundo sem plano que “não seja a sobrevivência”.
Heráclito Fortes, por sua vez, criticou os elogios de Lula ao povo do Piauí por não ter reeleito Mão Santa e o próprio Heráclito ao Senado. Na ocasião, o ex-senador pelo Piauí comparou Lula a Hitler – pois os dois pregariam a ditadura como forma de governo – e se referiu ao então presidente como “bêbado”. Arthur Virgílio não deixou por menos e criticou Lula por "fazer telemarketing" para os candidatos que o derrotaram no Amazonas.
A postulação dos outrora figurões da política nacional a vagas nas câmaras municiais é, no fundo, uma estratégia de seus partidos para tentar recuperar o espaço perdido nos últimos anos. Com nomes fortes, de expressão nacional, eles dificilmente perderão disputas em nível municipal. Mas, recomeçando de tão baixo, até onde – e em quanto tempo – eles conseguirão chegar?

Esvaziada, greve na USP não conta com docentes




Esvaziada, greve na USP não conta com docentesFoto: Rahel Patrasso/Agência Estado

PARALISAÇÃO DECRETADA POR ESTUDANTES NA NOITE DA TERÇA-FEIRA NÃO RECEBE ADESÃO DA MAIORIA DOS ALUNOS; PROFESSORES DECIDIRAM QUE TAMBÉM NÃO VÃO ADERIR E FUNCIONÁRIOS PLANEJAM SE REUNIR NESTA QUINTA PARA SE POSICIONAR

09 de Novembro de 2011 às 19:49
247 - Os alunos que protestam contra a presença da Polícia Militar no campus da Universidade de São Paulo (USP) decretaram greve geral na última terça-feira, mas não parecem ter comovido os colegas de universidade. Na maior parte das salas de aula, as lições ocorriam normalmente, inclusive na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), onde estuda a maior parte dos estudantes que se manifestaram a favor da paralisação.
Às 10h desta quarta-feira, cerca de cem pessoas fizeram nova assembleia para decidir as diretrizes do movimento, como, por exemplo, se a imprensa poderá filmar a próxima assembleia e como serão os protestos. Enquanto isso, algumas salas de aula funcionavam normalmente. Ao microfone, grevistas defendiam a saída da Polícia Militar da universidade, pela truculência com que tratam as pessoas em batidas e revistas.
Os estudantes da Faculdade de Economia e Administração e Contabilidade (FEA) se posicionaram totalmente contra a paralisação das aulas pelos alunos. O Centro Acadêmico Visconde de Cairu, que representa os alunos da FEA, considera a decisão dos grevistas “extremista” e pede para que ela não seja seguida.
Enquanto os estudantes não conseguem chegar a um acordo, os funcionários da universidade planejam reuniões para se posicionar em relação à greve, e podem aderir. A Associação de Docentes da universidade (Adusp) debateu o tema em assembleia nesta quarta-feira e decidiu por não aderir. O Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) pretende se posicionar em assembleia-geral de estudantes, alunos e professores proposta para a tarde desta quinta-feira em frente à Faculdade de Direito, no Largo de São Francisco, no centro.
A administração da USP divulgou uma nota informando que as aulas estão transcorrendo normalmente e que a reitoria voltará a funcionar normalmente a partir desta quinta-feira. Leia a íntegra da nota:
“As aulas de graduação e de pós-graduação em toda a Universidade estão transcorrendo normalmente. Amanhã, dia 10 de novembro (quinta-feira), a entrada dos funcionários que trabalham no prédio da Reitoria será liberada e, durante o final de semana e feriado prolongado, serão feitos os possíveis reparos nas instalações danificadas.
A partir dos resultados da perícia e do levantamento formal dos prejuízos ao patrimônio público feito pela Polícia Técnica, serão instauradas Comissões no âmbito dos Órgãos Centrais, que estudarão os dados e fatos para tomar as devidas providências legais”.

Marco Maciel, de vice a candidato a vereador



Marco Maciel, de vice a candidato a vereadorFoto: Roosewelt Pinheiro/ABr

A POSTULAÇÃO DO EX-VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA ATENDERIA À ESTRATÉGIA DO DEM DE TENTAR, ATRAVÉS DAS CÂMARAS MUNICIPAIS, FORTALECER O PARTIDO. E ELE NÃO É O ÚNICO DISPOSTO A RECOMEÇAR POR BAIXO: CÉSAR MARIA, HERÁCLITO FORTES, ARTHUR VIRGILIO E TASSO JEREISSATTI PODEM CONCORRER AO CARGO EM SUAS CIDADES

09 de Novembro de 2011 às 15:38
Gilberto Prazeres_247 – O ex-senador Marco Maciel (DEM-PE) pode ser candidato a vereador do Recife, nas próximas eleições. A postulação do democrata atenderia à estratégia do seu partido de tentar, através das Câmaras Municipais, recuperar um pouco do espaço perdido nas últimas eleições, aproveitando a “disponibilidade” de quadros com destaque nacional que não conseguiram renovar seus mandatos. Além do pernambucano, que também já foi vice-presidente da República, o ex-senador Heráclito Fortes (PI) e o ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, devem seguir o caminho de buscar a eleição no parlamento de suas cidades. A proposta já fora defendida, há quase um ano, nos bastidores do DEM, pelo ex-ministro e ex-governador de Pernambuco, Gustavo Krause.
“Este é o caminho! Dá, ao partido e ao quadro partidário, a percepção da cidade, muda a percepção da Câmara, muda a sua agenda política. Essa visão só engrandece o Poder local, que é pouco valorizado no Brasil. Defendi essa posição, em reunião da executiva do partido, no ano passado. E, além de defender, eu pratico há bem mais tempo”, ressaltou Gustavo Krause. Em 1988, o democrata, recém-saído do comando do Governo do Estado, disputou, com sucesso, vaga na Câmara do Recife. Naquele pleito, ele foi o vereador mais votado do município, com mais de 20 mil votos. “Não há demérito algum nisso. Não há hierarquização entre mandatos populares”, concluiu.
Para a presidente do DEM recifense, a vereadora Priscila Krause, a possibilidade de o ex-senador Marco Maciel ingressar na chapa proporcional do partido, no município, deve mudar completamente a conjuntura local. “O senador é um militante do partido, um homem de missões. Caso ele seja candidato, mudará por completo o quadro local. Fortaleceria a nossa chapa, que já é muito boa, e o Democratas pode aumentar consideravelmente a sua representação”, pontuou a parlamentar.
Comenta-se, nos corredores da Câmara do Recife, que o DEM terá muita dificuldade de reeleger seus dois vereadores no Recife, Priscila Krause e Marco Menezes, devido à deficiência apresentada pela legenda na formação de sua chapa proporcional. O partido não teria composto a famosa cauda eleitoral.
Entretanto, Gustavo e Priscila Krause ainda não discutiram a possibilidade com o ex-senador Marco Maciel. Mas, ambos entendem que o correligionário não negaria um chamado do partido. Atualmente, o ex-vice-presidente despacha na sede do DEM nacional, em Brasília. O 247 tentou contado com Maciel, porém, não conseguiu localizar o ex-democrata.
No mesmo sentido, o PSDB também estuda a possibilidade de lançar candidaturas de figurões que não conseguiram renovar seus mandatos. Os ex-senadores Arthur Virgilio (PSDB-AM) e Tasso Jereissatti (PSDB-CE) devem aceitar a missão.

Bebeu? Dirigiu? Matou? Dezesseis anos de cadeia!



Bebeu? Dirigiu? Matou? Dezesseis anos de cadeia!Foto: Divulgação

É O QUE DETERMINA PROJETO DE LEI APROVADO ESTA TARDE NA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA DO SENADO; MANTIDA POSSIBILIDADE DE RECUSA AO BAFÔMETRO, MAS PROVAS TESTEMUNHAIS E EM VÍDEO SERÃO VÁLIDAS

Por Agência Estado
09 de Novembro de 2011 às 19:04Agência Estado
A pena contra motoristas que dirigirem embriagados será de 6 a 12 anos de prisão, além de multas e da proibição de dirigir se o acidente resultar em lesão corporal. No caso de morte, o infrator será condenado a prisão pelo prazo de 8 a 16 anos, ficando igualmente proibido de obter habilitação para conduzir veículos. A prova da embriaguez do condutor que se recusar a soprar o bafômetro poderá ser obtida por testemunhas, imagens ou vídeos.
É o que determina o projeto de lei do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado hoje, em decisão terminativa, o que permite que o texto siga direto para a Câmara, sem ser votado no plenário - se não houver recurso contrário.
Na justificativa, Ferraço lembra que o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em setembro do ano passado, concedeu habeas corpus para trancar a ação penal contra motorista que se recusou sujeitar-se ao exame do bafômetro. "Foi absolvido porque, por meios indiretos de prova, é impossível quantificar a concentração de álcool no sangue, como passou a exigir o tipo penal", lembrou o senador.
Sua proposta aumentava o prazo das penas, chegando à reclusão de 4 a 12 anos no caso de morte, mas esses prazos foram ampliados pela aprovação de emendas do líder do DEM, senador Demóstenes Torres (GO). "É uma resposta à tentativa de fazer as pessoas não dirigirem embriagada e nem provocar o sofrimento em tantas vítimas", explicou. Em resposta ao impasse sobre o total de álcool permitido - o volume previsto na lei de hoje é de 0,06% - os senadores decidiram que a tolerância para o uso de álcool no volante será zero.

A proposta endossa decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de considerar crime dirigir bêbado, mesmo sem causar acidente. Na Câmara, o projeto do senador Ferraço deve ser apensado a outro, do ex-deputado José Aníbal (PSDB-SP), segundo o qual "a recusa em realizar testes, exames e perícia para determinação do índice de concentração de álcool presume a existência dessa concentração ou influência de qualquer outra substância psicoativa". Ou seja, a embriaguez será tratada da mesma forma como os juízes entendem que a recusa em se submeter ao exame de DNA é prova da paternidade.

Ricardo Ferraço disse confiar na mudança da lei que está em vigor, desrespeitada em grande parte por motoristas que dirigem embriagados, mas se protegem pela falta de provas. "É verdadeiramente essencial que a obtenção das provas para a configuração do crime sob influência do álcool ou outras drogas volte a ser obtida não só por meio do teste do bafômetro ou de sangue, mas, em caso de recusa ao teste, também por todas as demais provas lícitas admitidas em direito", destacou o senador.

Lei da Ficha Limpa: pedido de vista interrompe julgamento



Lei da Ficha Limpa: pedido de vista interrompe julgamentoFoto: Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL

MINISTRO LUIZ FUX (FOTO), RELATOR DAS AÇÕES QUE LEVARAM A LEI DA FICHA LIMPA NOVAMENTE À PAUTA DO STF, VOTOU HOJE PELA CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA; MINISTRO JOAQUIM BARBOSA PEDIU VISTAS POR ESTAR MUITO TARDE

09 de Novembro de 2011 às 20:08
Agência Brasil - O ministro Luiz Fux, relator das ações que levaram a Lei da Ficha Limpa novamente à pauta do Supremo Tribunal Federal (STF), votou hoje (9) pela constitucionalidade da norma. No entanto, o julgamento foi interrompido por um pedido de vista do ministro Joaquim Barbosa, segundo ele, pelo adiantado da hora.
Em seu voto, Fux defendeu que a presunção de inocência até decisão definitiva não faz sentido no direito eleitoral. Ele também entendeu que as restrições trazidas com a aprovação da lei no ano passado são apenas condições para a elegibilidade e devem ser seguidas por todos que quiserem se candidatar a um cargo eletivo.
O relator também disse que a lei não viola o princípio constitucional que determina que nenhuma lei pode retroagir para prejudicar alguém. “A Lei da Ficha Limpa é a imposição de um novo requisito para que o cidadão possa se candidatar. Não se confunde com agravamento de pena”, ressaltou. Defendeu ainda que é constitucional o aumento de prazo de inelegibilidade de cinco anos para oito anos e declarou que o candidato é que deve se adequar à lei.
Outro ponto polêmico da lei abordado por Fux é o que diz que a condenação criminal por órgão colegiado é suficiente para tornar o político inelegível. De acordo com Fux, neste caso não se aplica o princípio da presunção de inocência, contido na Constituição Federal, que diz que ninguém pode ser considerado culpado até decisão definitiva da Justiça. “É razoável a expectativa de candidatura de um individuo já condenado por decisão colegiada? A resposta é negativa”.
Para Fux, não há consenso na comunidade jurídica sobre a extensão da conceito presunção de inocência para além da esfera penal. “Nesse caso, ou bem se realinha a interpretação da presunção de inocência de acordo com o desejo do povo brasileiro, ou se desautoriza a Constituição”.
O ministro também entendeu que todas as causas de inelegibilidade contidas na lei contêm importante conteúdo de reprovação social. “A liberdade individual de se candidatar não supera os benefícios socialmente desejados em termos de moralidade e probidade de exercício do cargo público. Ademais, não estão em ponderação a moralidade de um lado e os direitos políticos do outro. Ao lado da moralidade está a própria democracia”.

Governistas evitam mexer na caixa de marimbondos



Governistas evitam mexer na caixa de marimbondosFoto: Thyago Arruda/247

DEPUTADOS ALIADOS IMPEDEM CONVOCAÇÃO DE SECRETÁRIOS DE GOVERNO E DA SAÚDE E DO POLICIAL JOÃO DIAS PARA EXPLICAR DENÚNCIAS NO MINISTÉRIO DO ESPORTE

09 de Novembro de 2011 às 17:43
Noelle Oliveira e Luísa Medeiros_ Brasília 247 – Apesar do recente clima acalorado na Câmara Legislativa por causa das denúncias de desvio de recursos pelo governador Agnelo Queiroz –, nesta quarta (9), pela manhã, o assunto voltou a esfriar na Casa. Como as acusações envolvem o período em que Agnelo era ministro do Esporte, os distritais jogam a responsabilidade pelas investigações para a Câmara dos Deputados. O que pode voltar a esquentar os ânimos é a promessa de entrega de dois pedidos de impeachment contra o governador, que PSDB e DEM pretendem protocolar nesta tarde (9).
A apreciação do pedido do Psol para que se analise as supostas irregularidades envolvendo Agnelo foi adiada pela segunda vez pela Mesa Diretora, que não fez previsão de nova data. Já o requerimento da deputada Liliane Roriz (PSD) para ouvir Paulo Tadeu, secretário de Governo, Rafael Barbosa, secretário de Saúde e o policial militar João Dias sobre o envolvimento dos três nas denúncias relativas ao programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte – não foi aprovado na manhã desta quarta pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
Com exceção de Chico Vigilante e de Wasny de Roure, ambos do PT, os distritais da base de apoio ao governador não têm se manifestado publicamente em defesa de Agnelo, a não ser notas escritas. Nos bastidores, no entanto, os parlamentares aliados vêm fazendo seu papel, barrando o assunto que entre eles tem sido tratado como "caixa de marimbondos". A mesma situação se repetiu, anteriormente, com relação ao pedido de instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) apresentado pela deputada Celina Leão (PSD) o qual, por falta de três assinaturas das oito necessárias, não foi para frente.
"O assunto afeta muito a área do governo federal e não é de competência da Câmara Legislativa fazer esse tipo de análise", considerou o deputado Benício Tavares (PMDB). Ele foi um dos que votaram contra a aprovação do requerimento protocolado na CAS. Seu voto foi acompanhado por Evandro Garla (PRB) e Luzia de Paula (PPS). "Fui contra porque essa investigação não é competência da CAS, de acordo com o regimento interno da Câmara", disse Garla.
A deputada Luzia de Paula, por sua vez, considerou também que a Câmara dos Deputados é quem deve se responsabilizar por esse tipo de investigação. "São denúncias requentadas, da época de campanha e sem elementos suficientes", disse. O único voto favorável a ouvir os secretários e o delator João Dias foi o da deputada Liliane Roriz. "Sou da seguinte teoria: quem não deve não teme e está nítido que o governo temeu", justificou. O quinto integrante da comissão, Washington Mesquita (PSD) não participou da votação.

Veja a quem a sua saúde, de seus filhos e familiares poderá ser entregue


Exame reprova quase metade dos estudantes de medicina de SP


NATÁLIA CANCIAN
REYNALDO TUROLLO JR.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


Uma prova aplicada pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) revelou que 46% dos estudantes do último ano do curso em São Paulo não estão preparados para exercer a profissão.

Em 2011, 418 estudantes se inscreveram para participar da prova, que é opcional. Destes, 191 --pouco menos do que a metade-- foram reprovados.

Na prática, os resultados mostram que os formandos não sabem atividades básicas, como ler radiografias e fazer um diagnóstico correto. A maioria também indicaria o tratamento errado para problemas como infecção na garganta, meningite, sífilis e outros.

A prova continha 120 questões objetivas distribuídas em nove áreas de estudo. Segundo o Cremesp, os resultados mostram que os estudantes têm dificuldade até mesmo em áreas essenciais da medicina, como clínica médica (em que os alunos erraram 43,5% das questões), obstetrícia (45,9% de erros) e pediatria (40%).

A área que teve as menores notas nas questões foi saúde pública (com 51% das questões erradas).

A exame do Cremesp é aplicado desde 2005. Ao todo, 4.821 formandos participaram da prova nos últimos sete anos. Destes, 2.250 alunos foram reprovados.

O presidente do Cremesp, Renato Azevedo, avalia o resultado como preocupante. "Não é uma prova para especialistas. São questões básicas", afirma. "Se você é atendido por um médico que não tem formação adequada, é um risco à sua vida".

Lupi mancha a história do PDT e de Brizola



Lupi mancha a história do PDT e de BrizolaFoto: ARQUIVO/AGÊNCIA ESTADO

NO PASSADO, QUANDO UM PEDETISTA, COMO LEONEL BRIZOLA, FALAVA EM "RESISTIR A BALA", O QUE ESTAVA EM DISCUSSÃO ERA A DEFESA DA ORDEM DEMOCRÁTICA, COMO NA CAMPANHA DA LEGALIDADE; HOJE, COM CARLOS LUPI, O JOGO É BEM MAIS RASTEIRO

09 de Novembro de 2011 às 13:18
Leonardo Attuch_247 – Bons tempos aqueles em que a face pública do PDT era a de Leonel Brizola. Naqueles idos, quando um pedetista falava em “resistir a bala”, o que estava em jogo era a manutenção da ordem democrática, como na Campanha da Legalidade, liderada por Brizola em 1961, a partir do Palácio Piratini, para garantir a posse de João Goulart após a renúncia de Jânio Quadros. E quando se discutia corrupção, especulava-se sobre o número de cabeças de gado que Brizola mantinha em sua estância uruguaia. Em 2001, uma reportagem de uma revista semanal o acusou de multiplicar o número de suas reses de 200 para 700 em trinta anos – e aqueles eram os “escândalos” do PDT, o que até gerou a piada interna, no partido, de que Brizola era mau fazendeiro. “Dizíamos que ele só criava vacas virgens”, lembra o advogado José Roberto Batochio, ex-presidente do PDT em São Paulo e também pecuarista.
Hoje, a face pública do PDT é a do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que, na época de Brizola, fazia parte do grupo dos “taifeiros” – como são chamados os militares de baixa patente, a quem são delegadas tarefas menores. “Resistir a bala” não significa mais defender a democracia, mas sim garantir benesses e privilégios oficiais. E quando se fala em corrupção, não se trata mais de vacas uruguaias, mas sim de ONGs fantasmas. Exemplo: uma reportagem do jornal Estado de S. Paulo desta quarta-feira revela que o Ministério do Trabalho repassou R$ 3,75 milhões para uma Organização Não Governamental que só existe no papel. Trata-se da Associação dos Artesãos e Produtores Rudimentares do Rio de Janeiro. Mas essa, segundo Lupi, deve ser uma bala pequena. E ele só cai, como avisou, com tiro de canhão, porque é “grandão”. Autoconfiante, Lupi diz duvidar que Dilma tenha coragem para demiti-lo. Mas a presidente, que já foi filiada ao PDT, certamente se filou ao partido por se identificar com Brizola – e não com Lupi. Aliás, o atual ministro do Trabalho ingressou no partido depois da volta do político gaúcho do exílio. Brizola foi morar no Hotel Everest, no Rio, e Lupi era o jornaleiro que lhe entregava todos os dias um exemplar da Zero Hora.
Disputa interna
Com a morte de Leonel Brizola, em 2004, o PDT se tornou um partido menos ideológico e mais pragmático. E assim saíram da direção nacional nomes como os advogados Nilo Batista, José Roberto Batochio e Miro Teixeira, que deram lugar ao grupo dos “taifeiros”, ao qual se somaram neopragmáticos, como o sindicalista de resultados Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força.
Hoje, o PDT vive um momento de renovação. Embora tenha perdido quadros nacionalistas e se desmilinguido no Rio de Janeiro, onde era uma das principais forças políticas, o partido tem conseguido atrair novos quadros, como o ex-tucano Gustavo Fruet, no Paraná, que tem grandes chances de se eleger prefeito de Curitiba, em 2012. Além disso, o partido deve reeleger José Fortunatti, em Porto Alegre. Mas ele só conseguirá se fortalecer nacionalmente se for mais Brizola e menos Lupi.

Planalto repreende Lupi e João Dado entra no páreo




Planalto repreende Lupi e João Dado entra no páreoFoto: Divulgação

DESCONHECIDO DEPUTADO FEDERAL DO PDT LIGADO A PAULINHO DA FORÇA É O MAIS NOVO NOME NA DISPUTA PELA SUCESSÃO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO; DILMA MANDOU AVISAR QUE MINISTRO EXAGEROU EM DECLARAÇÕES SOBRE SÓ SAIR "ABATIDO A BALA"

Por Agência Estado
09 de Novembro de 2011 às 15:36Agência Estado
247 com Agência Estado - O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, não deixou o cargo, mas já foi aberta a bolsa de apostas para a escolha de seu substituto. O nome do dia é o deputado federal João Dado (PDT-SP), preferido por Paulinho da Força para assumir o cargo. Dado tem sua base eleitoral em Votuporanga, na região de Rio Preto (SP) e, apesar de ter força dentro da Câmara, é um total desconhecido no cenário nacional.
Outro nome ventilado é o do também deputado federal Wolney Queiroz, indicado pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Na eleição estadual de 2006 – a primeira vencida pelo socialista –, o parlamentar foi um dos defensores da aliança com Campos, dentro do PDT pernambucano, que é presidido por seu pai e prefeito de Caruaru (Agreste do Estado), José Queiroz.
Não é apenas na escolha do substituto de Lupi que o PDT se divide. Depois de o líder do partido na Câmara, Giovanni Queiroz, condicionar a presença do partido na base do governo à permanência de Lupi no Ministério do Trabalho, o líder nacional do partido em exercício, André Figueiredo (foto), negou a possibilidade.
Bronca de Dilma
A presidente Dilma Rousseff não gostou nem um pouco do tom ameaçador do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que ontem disse "duvidar" que ela o demitisse e que ele não sairá do cargo "nem na reforma ministerial", marcada para o início do ano, quando deverão deixar seus cargos todos os candidatos que estão no primeiro escalão do governo. Dilma incumbiu a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, de transmitir a sua insatisfação a ele. Gleisi disse a Lupi que "houve excesso" na fala dele no dia anterior e que "ele e todos os ministros deste governo sabem que quem nomeia e quem demite é a presidenta da República".
Lupi havia dito também que só à força deixaria o ministério. "Não saio do cargo. Daqui ninguém me tira. Só se for abatido a bala. E tem que ser bala de grosso calibre porque eu sou pesado" disse.
"Clima de estresse" - O recado a Lupi foi dado pessoalmente por Gleisi, antes de ele participar com a ministra de uma reunião para discutir a instalação de ponto eletrônico na Esplanada. A reunião estava marcada para 11h30. A ministra Gleisi conversou com Lupi a portas fechadas, em seu gabinete, no quarto andar do Planalto, e avisou do descontentamento da presidente Dilma com o episódio. Gleisi ressalvou, no entanto, que acreditava que tudo foi feito em meio a um "clima de estresse" por causa das denúncias que ele está sofrendo.
Uma retração do ministro Luppi está sendo aguardada pelo Planalto, para que ele amenize e esclareça as declarações dadas ontem.
Dilma estava irritada desde ontem com as declarações. Mas limitou-se a reclamar para seus assessores diretos, já que o governo enfrenta uma importante votação no Congresso, considerada fundamental pela própria presidente, que é a aprovação da DRU, a Desvinculação de Receitas Orçamentárias da União. A DRU dá ao governo a liberdade para usar como quiser 20% das receitas da União.
A presidente não pretende tomar nenhuma atitude neste momento contra o ministro e continua lhe dando crédito em relação às denúncias, reconhecendo que não apareceu nada diretamente contra ele.
O Planalto comemorou a primeira votação da DRU, que deu vitória ao governo na madrugada desta quarta-feira, com 369 vagas. Mas, a presidente também sabe que ainda há a votação dos destaques, o que será retomado na tarde desta quarta-feira. E ainda será preciso votar o segundo turno na Câmara e os dois turnos da emenda constitucional no Senado - isso significa que precisa dos votos do PDT.