quarta-feira, 4 de abril de 2012

Governo de Goiás responde reportagem da Folha de S.Paulo



Governo de Goiás responde reportagem da Folha de S.PauloFoto: Divulgação

ASSESSORIA DE IMPRENSA DIVULGA NOTA AFIRMANDO QUE NÃO HÁ QUALQUER CONEXÃO ENTRE O GOVERNADOR MARCONI PERILLO E CARLINHOS CACHOEIRA, COMO DENUNCIA MATÉRIA DESTA QUARTA; LEIA TAMBÉM ÍNTEGRA DA CARTA DE DEMISSÃO DA CHEFE DE GABINETE, ELIANE PINHEIRO

04 de Abril de 2012 às 17:43
Em resposta a reportagem publicada na última quarta-feira, 4, o governo de Goiás esclarece que não existe em absoluto, qualquer conexão entre o governador Marconi Perillo (PSDB) e o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso por exploração de jogos ilegais durante a Operação Monte Carlo, conforme sugere matéria assinada pelos repórteres Fernando Mello, Filipe Coutinho e Leandro Colon.
É injusta e dissociada da verdade a tentativa de relacionar o governador às investigações policiais, uma vez que não há fatos ou quaisquer indícios que o associem à contravenção. A respeito deste assunto, Marconi reafirma que condena veementemente e repudia qualquer sugestão de envolvimento entre a administração estadual e o crime. Desde que assumiu o governo, cumpre com rigor a sua missão de combater atos que não estejam rigorosamente dentro da lei.
Cabe também esclarecer que na noite de terça-feira, 3, a Chefe de Gabinete da Governadoria, Eliane Gonçalves Pinheiro, ora citada como suposto elo entre os contraventores e o governo de Goiás, deixou o cargo por opção própria. O pedido de exoneração foi encaminhado em carta, anexa a esta mensagem, e se deu ainda que não haja qualquer decisão judicial definitiva que a incrimine– apenas investidas agressivas da imprensa no sentido de condená-la por antecipação, o que o governo também repudia.
Isanulfo Cordeiro, Assessor Chefe do Gabinete de Imprensa do Governador Marconi Perillo
Segue carta de Eliane Pinheiro Sr. Governador
Como é do conhecimento de V. Excia, meu nome tem sido citado, nos últimos dias, a propósito de gravações telefônicas da Operação Monte Carlo e de vínculos de amizade que considero exclusivamente pessoais com pessoas indiciadas na referida Operação. Nada tenho a temer.
Injustamente, fui também vítima de um grande equívoco pela coincidência do meu nome com o de uma outra Eliane, que desconheço, e que protagoniza conversas telefônicas grampeadas na investigação. Mas a imprensa foi implacável e de todas as maneiras tentou me envolver, destacando as suas suspeitas em letras garrafais, no alto das páginas, e só corrigindo, após os meus esclarecimentos, em letras miúdas, em um canto qualquer das edições.
Em qualquer país civilizado, somente os tribunais aplicam penas e, mesmo assim, após um processo de apuração de culpas e mediante o exercício do direito de defesa. Esse, não me é dado, diante das regras estabelecidas pela histeria coletiva em que se transformam as denúncias em nosso país, nos dias de hoje.
Por tudo isso, não posso colaborar em transformar o Governo do Estado, a que servi com dedicada abnegação, em alvo de especulações da mídia. Peço a minha exoneração do cargo de Chefe do Gabinete da Governadoria – agradecendo desde já a honra e o privilégio ímpar de ter trabalhado ao seu lado e tudo ter feito para o sucesso da sua administração, em benefício do povo goiano.
Goiânia, 3 de abril de 2012.

Presidente do Detran de Goiás cai na cachoeira



Presidente do Detran de Goiás cai na cachoeiraFoto: Divulgação

EDIVALDO CARDOSO (À DIR.) NÃO ERA ALVO DE INQUÉRITO, MAS SUA VOZ APARECE NAS GRAVAÇÕES DA PF EM CONVERSA COM CARLINHOS CACHOEIRA; ELE SE COMPROMETE A INTERMEDIAR LIBERAÇÃO DE VERBA PARA EMPRESA LIGADA AO CONTRAVENTOR; LEIA CARTA DE DEMISSÃO

04 de Abril de 2012 às 19:25
247 – O presidente do Departamento de Trânsito em Goiás (Detran-GO), Edivaldo Cardoso, pediu exoneração do cargo nesta quarta-feira 4. Apesar de não ser alvo de investigação, sua voz é uma das que aparecem nas gravações da Polícia Federal em conversa com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo da PF. No diálogo, Cardoso se comprometeria a intermediar no governo estadual um repasse de verbas para uma empresa que seria ligada ao bicheiro.
Em carta de demissão enviada a Perillo, o ex-presidente do Detran afirma que “a verdade sempre prevalecerá” e que setores da mídia e adversários políticos procuraram vincular suas atividades eminentemente privadas com sua atuação como membro da equipe do Governo de Goiás. Leia a íntegra da carta, enviada pela assessoria de imprensa do governo de Goiás:
Caro amigo Governador Marconi Perillo,
Diante dos últimos fatos noticiados e principalmente pela minha inabalável crença no sentido de que a verdade sempre prevalecerá, apresento a Vossa Excelência meu pedido de exoneração do cargo de Presidente do DETRAN-GO. Nos últimos dias, setores da mídia e adversários políticos procuraram de todas as formas vincular minhas atividades eminentemente privadas, sobre as quais inclusive tenho a prerrogativa de manter sigilo, notadamente as que envolvem minha atividade profissional como advogado, com a minha atuação como membro da equipe do Governo de Goiás.
É claro que isso cria a possibilidade de constrangimentos ao Governo de Vossa Excelência, bem como a meus clientes constituídos, não me restando alternativa que não aguardar o desenrolar dos fatos até que a sanha de uns se satisfaça e volte a prevalecer o verdadeiro Estado democrático de Direito, pelo qual todos têm direito de se defender com a presunção da inocência.
Não posso deixar de registrar que, em qualquer operação policial ou judiciária em andamento, sequer sou citado como investigado, apesar da maneira estridente com que ilações são repercutidas em parte da mídia. E também que estarei aguardando com tranqüilidade e paz de espírito a conclusão de todo esse processo, quando tenho certeza de que estarei absolutamente inocentado de qualquer suspeita ou acusação.
Quero registrar o meu mais profundo agradecimento por ter integrado o Governo de Vossa Excelência, convicto sou de que seu elevado espírito público e competência continuarão a guiar com efeitos positivos os destinos do Estado de Goiás, até a consecução do seu compromisso maior de campanha, que é realizar o melhor Governo da vida dos goianos.
Com os meus respeitos, Edivaldo Cardoso

Demóstenes Torres sai de Brasília para preparar defesa



Demóstenes Torres sai de Brasília para preparar defesaFoto: Lula Marques/Folhapress

O SENADOR VIAJA PARA UM SÍTIO, ONDE VAI PASSAR O FERIADO DA SEMANA SANTA, SEGUNDO SEU ADVOGADO; “ELE VAI ANALISAR OS DOCUMENTOS QUE EU LHE ENTREGUEI”, DISSE KAKAY

04 de Abril de 2012 às 18:27
Agência Brasil - O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) viaja hoje (4) para um sítio onde vai passar o feriado da Semana Santa, segundo o seu advogado, Antonio Carlos Almeida, conhecido como Kakay. “Ele vai analisar os documentos que eu lhe entreguei”, disse o advogado, que manteve em segredo o endereço do local.
Pela manhã, advogados do escritório de Kakay se reuniram com o senador para preparar a defesa. Ontem (3), Demóstenes Torres pediu o desligamento do seu partido, o DEM, alegando que a legenda fez um prejulgamento dele. O partido iria abrir processo disciplinar contra o senador, mas como ele pediu o desligamento, o procedimento será anulado.
Kakay deve entrar no Supremo Tribunal Federal na segunda-feira (9) com reclamação pedindo a anulação das escutas entre o senador e o empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira. O advogado alega que o Ministério Público Federal e a Justiça Federal deveriam ter pedido autorização ao STF para fazer as gravações telefônicas da Operação Monte Carlo, porque Demóstenes Torres, na condição de parlamentar, tem foro privilegiado.
O senador é acusado de tráfico de influência em favor do empresário. A relação entre Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira começou a ser divulgada pela imprensa poucos dias após a deflagração da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que resultou na prisão de Cachoeira e mais 34 pessoas, no final de fevereiro. Inicialmente, Demóstenes admitiu haver recebido presentes em seu casamento, mas negou conhecer as atividades ilegais do empresário.
Vazamento de interceptações telefônicas colhidas pela Polícia Federal mostraram, no entanto, que além de conhecer a atuação de Cachoeira, Demóstenes também interferia a favor do empresário em assuntos políticos e supostamente obtinha, como recompensa, repasse de dinheiro resultante da exploração do jogo ilegal em Goiás.
Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de inquérito para investigar a participação de Demóstenes Torres no esquema ilegal. O relator do processo, ministro Ricardo Lewandowski, determinou a quebra de sigilo bancário do senador e pediu levantamento das emendas parlamentares do político.

Tucanos se movimentam para blindar Perillo



Tucanos se movimentam para blindar PerilloFoto: Divulgação

LÍDER DO PSDB NO SENADO, ALVARO DIAS DIZ QUE É CEDO PARA AVALIAÇÕES SOBRE AS LIGAÇÕES ENTRE O GOVERNADOR DE GOIÁS E O BICHEIRO CARLINHOS CACHOEIRA; SEGUNDO O PRESIDENTE NACIONAL DO PSDB, SÉRGIO GUERRA, "O PARTIDO NÃO ENXERGA MUITA COISA" NAS GRAVAÇÕES QUE LEVARAM À DEMISSÃO DE CHEFE DE GABINETE

04 de Abril de 2012 às 16:37
247 com Agência Brasil - O bicheiro Carlinhos Cachoeira deu mais uma passo na direção do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), nesta quarta-feira. A revelação de trechos das gravações feitas pela Polícia Federal de conversas entre a (agora ex) chefe de gabinete do governador, Eliane Gonçalves Pinheiro, e o bicheiro puseram Perillo na berlinda, e os tucanos não parecem dispostos a permitir que o colega passe pelo mesmo processo de desgaste sofrido pelo senador Demóstenes Torres (ex-DEM). Presidente nacional do PSDB, o deputado Sérgio Guerra disse que "o partido não enxerga muita coisa" nas suspeitas de ligação entre Perillo e Cachoeira, e destacou que apenas "uma funcionária está envolvida nessas fitas gravadas".
Guerra aproveitou para levantar suspeitas sobre o direcionamento das denúncias, que só estariam pegando políticos da oposição. "Nós estranhamos que essas fitas sejam seletivas, sempre voltadas para a oposição", disse, reiterando "de maneira muito tranquila, a confiança no governador de Goiás". O deputado pediu ainda que Carlinhos Cachoeira se pronuncie, para esclarecer as suepitas que rondam mais de um partido.
"Deixa o Cachoeira falar. Esse cara precisa falar para todo mundo ouvir o que ele tem a dizer", disse, acrecentando não ter dúvida de que seu partido é "alvo em quase todas essas questões de jogo político". O deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB) também aparece como interlocutor do bicheiro. "É bom lembrar que o Delúbio (Soares, tesoureiro do PT à época do mensalão) voltou. O DEM fez o contrário: mandou o Demóstenes para casa. Então, a gente está com a consciência tranquila", disse Guerra, em defesa da oposição.
Defesa
Líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR) procurou desvincular o caso de Demóstenes Torres das denúncias que aproximam Perillo do esquema comandado por Cacheira. Álvaro Dias disse que conversou com Perillo hoje, pela manhã, e foi informado que Eliane Pinheiro pediu demissão do cargo ontem à noite. Ele defendeu uma ampla investigação e ressaltou que, no caso de Marconi Perillo, ainda é cedo para se fazer qualquer avaliação uma vez que não teve conhecimento de todo o processo e dos anexos. “Em relação ao senador [Demóstenes Torres] é diferente. Jorraram fatos sucessivamente, gravações e aí já há possibilidade de se ter uma avaliação” acrescentou o líder PSDB.

Na maior Nice Demóstenes escreve hoje no blog do Noblat contra pacote de Dilma


Demóstenes baixa o pau no pacote economico do governo

O governo apresentou nesta terça-feira mais um saco de bondades, com o slogan de “não abandonar a indústria brasileira”. O pacote é menos que o esperado, principalmente para quem sobrevive acossado pela concorrência nos próprios Brics.
A tática de tratar o essencial aos espasmos pode dar certo em outras áreas, mas na planta das fábricas é necessário respeitar o calendário anual. O empresário tem despesas a quitar em todos os 365 dias do ano e o funcionário depende do equilíbrio do mercado para garantir a carteira assinada.
A engrenagem é praticamente a mesma desde a revolução fabril, com o agravante de o sistema não se resumir mais a um embate entre trabalho e capital.
A era dos slogans de cartilha ficou no passado pré-computador. Estamos no século do empreendedorismo, em que qualquer pessoa deve receber a oportunidade de investir em seu talento para crescer.
O jovem tímido se revela craque em informática e logo gera chance de a habilidade com o mundo virtual transformá-lo num empresário. A dona de casa evita o caos do trânsito e transforma a sala de casa numa fábrica de roupas.
Assim acontece com os alimentos, a prestação de serviços e até o homem do campo esforçado que recebe a área e faz dela uma agroindústria.
São esses os que clamam no deserto da falta de financiamento, da ausência absoluta de condições de giro. O governo, que garante não abandonar a indústria, poderia completar a frase: “... não importa o tamanho”.
Evidentemente, os gargalos são abissais para grandes e pequenos, porém o poder de pressão dos micros se resume ao grito diante dos juros em empréstimos, em geral com agiotas clandestinos.
A esperança é que, mesmo aos sustos, a eles chegue a sacola de facilidades sacudidas pelo governo quando a quebradeira se avizinha.
A defesa dos empregos, parte do anúncio da presidente Dilma Rousseff, deve ser observada também a partir dos empreendimentos de fundo de quintal, das lojinhas sem registro, dos feirantes.
Sete em cada dez vagas são abertas pelos descapitalizados microempreendedores, número só não mais incontestável que o índice de fechamento: 90% baixam as portas antes do segundo aniversário, aí incluídas as que sequer chegaram às juntas comerciais para o cadastro oficial.
A redução de juros, que deveria ser generalizada e permanente, é uma das boas novidades, assim como um alívio no peso dos encargos trabalhistas, que esperam ser revistos com urgência. Ao menos, seria desejável que os 25 bilhões de dólares anunciados em reforço para o BNDES fossem direcionados para a turma do Simples.
Enquanto isso, rodovias, portos, aeroportos, ferrovias e a burocracia seguem seu curso, tragando sonhos de todas as extensões.

Demóstenes Torres é procurador de Justiça e senador sem partido 

Cachoeira estava por trás da invasão do Nahoum



Por Luís Nassif
O político que só aceitava conversar na piscina é um governador de Estado.
Do Correio Braziliense
Sorria, você foi filmado
Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 04/04/2012
Conta um político goiano, daqueles que levam tudo na base da gozação, mesmo quando o próprio pescoço corre risco, que só aceitava conversar com o contraventor Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, na sua casa, para não ser filmado. "Assim mesmo, dentro da piscina, de sunga, com água pelo pescoço."
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Os arquivos de Cachoeira, cujos ilícitos alavancavam seus negócios de empresário bem posicionado na sociedade local, seriam tão ou mais generosos do que os grampos feitos pela PF, que já levaram à desgraça o senador Demóstenes Torres. E colocaram em xeque os deputados federais goianos Sandes Júnior (PP), Rubens Otoni (PT), Jovair Arantes (PTB) e Carlos Alberto Leréia (PSDB), além de Stepan Nercessian (PPS-RJ), amigo de Cachoeira, que também é goiano.
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Há rumores de que Cachoeira estaria na iminência de se tornar réu colaborador, passando às autoridades mais informações do que as obtidas nas investigações, o que fecharia o cerco a políticos e empresas envolvidas em ilícitos. Até magistrados estariam enrolados nos seus grampos, alguns dos quais serviram de base para denúncias da imprensa, como as imagens (sem áudio) dos encontros do ex-ministro José Dirceu num hotel de Brasília.
A distância
A presidente Dilma Rousseff decidiu manter o Palácio do Planalto à distância regulamentar do caso Cachoeira. O líder do governo no Senado, Eduardo Braga, do PMDB-AM, trata o assunto como um caso de polícia. Quanto ao senador Demóstenes Torres, responderá por quebra de decoro na Comissão de Ética da Casa.
Na carne
O líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno, do Paraná, assinou pedido da Frente de Combate à Corrupção solicitando a apuração das denúncias de envolvimento de parlamentares com o empresário Carlinhos Cachoeira, preso por envolvimento com um esquema de jogos ilegais. Bueno ressaltou que assinou o documento em nome do partido e a pedido do deputado Stepan Nercessian
(PPS-RJ), citado nas investigações da PF.
Terminal
Dos deputados envolvidos no caso Cachoeira, os mais comprometidos seriam Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO). Os grampos da Polícia Federal sobre eles revelam transações suspeitas. Leréia já admite até que será cassado, mas ainda não decidiu se vai renunciar ao mandato.
Casa de ferreiro
O PT mantém cautela em relação ao caso Cachoeira. O envolvimento do deputado Rubens Otoni, flagrado em vídeo pedindo R$ 100 mil a Cachoeira para financiar a sua campanha, pôs a bancada petista na defensiva. Além disso, o julgamento do caso do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) levou a cúpula da legenda a evitar confrontos em plenário sobre o assunto.

PSDB não aceita vazamento seletivo ou investigação parcial, diz Guerra


O presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), afirmou que o partido pedirá a investigação precisa de qualquer denúncia que envolva políticos filiados à sigla.
Reportagem da Folha desta quarta-feira (4) mostra que, segundo a Polícia Federal, a chefe de gabinete do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), recebeu informações sigilosas de operações policiais do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Segundo as investigações, ela recebeu informações de Cachoeira e avisou um prefeito que ele era alvo da Operação Apate, segundo a polícia. A operação investigou, em 2011, fraudes tributárias em prefeituras do interior goiano.

Na opinião de Guerra, a oposição adota postura diferente dos partidos governistas diante das acusações.

"O PSDB não aceita vazamentos seletivos ou investigações parciais. Não faremos prejulgamentos, mas cobraremos esclarecimentos de qualquer fato que envolva personalidades de nosso partido. O DEM, que tem sido nosso parceiro na oposição, foi rigoroso em suas decisões sobre o senador Demóstenes Torres. Uma atitude, aliás, que nunca foi adotada pelo PT em qualquer dos escândalos de corrupção que envolveram seus representantes. Pelo contrário, o PT recebeu de volta em suas fileiras o ex-tesoureiro Delúbio Soares, o único petista que havia sido afastado do partido no auge do escândalo do mensalão", afirmou o parlamentar.

A chefe de gabinete de Perillo pediu exoneração do cargo após as revelações. A assessoria de imprensa do governador confirmou a demissão dela. Segundo a assessoria, Eliane comunicou Perillo, por escrito, no fim da noite de ontem o seu pedido de demissão.

Divulgação

Ela negou envolvimento no vazamentos de informações. Disse que não avisou o prefeito e que os telefonemas grampeados pela Polícia Federal e o envolvimento dela na investigação estão errados: "Trata-se de outra pessoa", disse.

Cachoeira foi preso pela PF em fevereiro na Operação Monte Carlos, que investiga a exploração de jogos ilegais.
Editoria de Arte/Folhapress

Escândalo Demóstenes-Cachoeira expõe Brasil como país de otários


Venho de uma maratona de três dias com a filha caçula (13 anos) na UTI de um hospital. Fui “rendido” na vigília ao lado dela por um acompanhante substituto e temporário – ficará com menina até à noite para que eu possa, por algumas horas, finalmente desfrutar do luxo de uma cama após três noites dormindo em uma poltrona.
Esta irrequieta veia de blogueiro, no entanto, não me deixa pegar no sono. Vim caminhando do hospital até em casa – são só quatro quadras – já fuçando a internet pelo celular e perguntando nas redes sociais quais eram as últimas sobre o caso Demóstenes-Cachoeira, que pôs o país perplexo ao desnudar alguns fatos que parecem oriundos de uma ficção policial ou de espionagem.
Amigos daquelas redes me mostraram que Hollywood não faria melhor. Primeiramente, descubro que não preciso mais da imprensa porque foi só de ontem para hoje que jornais como Folha de São Paulo e O Globo deram uma notícia da qual eu tomara conhecimento há quase uma semana: o governador de Goiás, Marconi Perillo, está envolvido no escândalo em tela.
Diálogos de assessores diretos do governador com o bicheiro Carlinhos Cachoeira que este blog e ao menos outros dois publicaram no meio da tarde do dia 29 último – portanto, há seis dias – através da reprodução do inquérito da Justiça sobre a Operação Monte Carlo já davam, então, acesso ao material que aqueles jornais parecem só ter notado na terça-feira (3) e que só realçaram em suas páginas na quarta (4).
Ainda não chegou à grande mídia outra notícia estupefaciente (venho querendo usar o adjetivo há dias, porque me surgiu do nada na cabeça). A maior revista semanal do país, a qual ganhou fama por publicar escândalos políticos, empreendeu uma epopéia denuncista contra um só lado do espectro político ao longo da década passada valendo-se de relações permanentes e profundas com uma quadrilha que se encontra (quase) toda presa.
Um jornalista e blogueiro de renome publica, em primeira mão, que a publicação que se relaciona com bandidos manteve centenas de ligações telefônicas com eles sem jamais ter notado que enquanto eles lhe forneciam informações sobre políticos aos quais essa publicação se opõe escancaradamente, cometiam graves crimes. Tão graves que foram flagrados pela Polícia Federal.
Em seguida, o mesmo jornalista divulga uma extensa lista de matérias de capa que a tal revista semanal publicou contra o governo do país e informa que todas elas derivaram de informações daquela quadrilha que está vendo o sol nascer quadrado em uma penitenciária de segurança máxima.
Enquanto isso, a mesma revista e outros grandes veículos tão distraídos que até agora não descobriram nada disso, tentam, desesperadamente, achar algum membro do partido do governo federal ou de algum partido aliado para envolver em um escândalo que mostra que o segundo maior partido de oposição não passa de um ajuntamento de criminosos que vai sendo flagrado ano após ano, obrigando esse “partido” a uma teatralização de “surpresa” com os crimes de mais um membro até então emérito.
Essa grande imprensa que se especializou em divulgar escândalos valendo-se de informações miraculosamente levantadas contra o governo federal não foi capaz de ver o que acontecia na oposição – ainda que, até 2003, vivesse descobrindo escândalos do partido que, então, era oposição e que, hoje, ocupa o Poder.
Ainda estou caminhando entre o hospital e a minha residência quando um amigo argentino, que também é jornalista, liga-me no celular e pergunta se é verdade que a tal revista publicou todas aquelas matérias contra o governo usando informações da quadrilha de Goiás, e revela que a imprensa internacional só espera a confirmação dessas informações para divulgá-las.
Para a nossa imprensa seria mais fácil. Os relatórios da Polícia Federal e o próprio inquérito que está na Justiça sobre a operação Monte Carlo permitem comprovar tudo. Porém, a imprensa brasileira fatalmente será furada pela estrangeira, pois as provas contra a tal revista são escandalosas.
Quando a imprensa internacional começar a discutir esse assunto, o mundo saberá que as instituições se mobilizaram para investigar denúncias que aquela revista publicou e que se originaram de uma quadrilha de criminosos (!) com a qual a tal publicação mantinha estreita relação. Também saberá que tais denúncias consumiram recursos públicos e nenhuma foi comprovada.
Detalhe: refiro-me às denúncias contra o governo federal que a revista fez baseada em informações da quadrilha que está no xilindró e que, nos grampos da Polícia Federal, os bandidos dizem que foram “todas” fornecidas por eles mesmos.
O que o mundo dirá do Brasil? O que você diria de um país que coloca polícia, toda a grande imprensa, a Procuradoria da República e até o Judiciário para correrem atrás de denúncias feitas por bandidos de forma a distraírem essas autoridades das próprias atividades criminosas? Você, leitor, não sei, mas eu diria que é um país de otários.

Cachoeira é um tsunami na oposição



Agora há pouco, no site da Carta Capital, a revista que, além de desaparecer em Goiânia comprada por um grupo misterioso, ia ser processada pelo governo de Goiás, por ligar o Governo Marconi Perillo ao bicheiro Carlinhos Cachoeira, fonte assídua da Veja, “para limpar o Brasil”.
“Não adiantou negar, espernear, ameaçar processo. Nesta quarta-feira 4, a revelação de que as falcatruas do bicheiro Carlinhos Cachoeira tinha tentáculos no governo de Goiás produziu a primeira baixa na equipe de Marconi Perillo (PSDB).
No centro das suspeitas, a chefe de gabinete do governador, Eliane Gonçalves Pinheiro, pediu exoneração após a revelação de que era citada nas interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal na esteira da Operação Monte Carlo.
Conforme mostrou a reportagem de Leandro Fortes na última edição de CartaCapital, Eliane chegou ao cargo no início do ano passado, depois das eleições de 2010, quando foi responsável pela articulação do tucano para que prefeitos do PP aderissem à campanha do PSDB ao governo estadual.
Segundo as investigações, a filha de um dos padrinhos políticos de Eliane é casada com um irmão de Cachoeira, que comandou o esquema do jogo do bicho e outras irregularidades em Goiás. Ele foi preso pela PF na operação.
Eliane é suspeita de acionar políticos aliados sobre operações policiais na região. As mensagens eram trocadas com o bicheiro, de acordo com outra reportagem, publicada nesta quarta-feira pela Folha de S.Paulo.
Ciente da encrenca em que está metido, Perillo já havia decidido mexer em sua equipe para apagar os rastros de Cachoeira e do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), também implicado no esquema. Assim, a chefe de gabinete de Perillo deveria deixar o cargo, conforme noticiou CartaCapital na semana passada, sob a improvável promessa de mudar de função.
Os arquivos e grampos de Cachoeira são um tsunami.
Perillo, convém lembrar, é a “boa alma” que disse ter ido avisar Lula sobre o “mensalão”, após a gravação da propina nos Correios que, agora se sabe, foi mandada fazer por Carlinhos Cachoeira.

Deputados protocolam representação contra Bolsonaro por quebra de decoro



04/04/2012 - 13h56
Ivan Richard


Repórter da Agência Brasil

Brasília - Deputados da Comissão de Direitos Humanos e da Subcomissão da Verdade protocolaram hoje (4) na presidência da Câmara representação contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) por quebra de decoro parlamentar. Os deputados alegam que Bolsonaro tentou impediu a realização da primeira sessão da subcomissão e ofendeu um servidor da Casa. Procurado pela Agência Brasil, Bolsonaro, que é oficial da reserva do Exército, se defendeu dizendo que foi ofendido pelo funcionário.

De acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Domingos Dutra (PT-MA), que também é membro da subcomissão, Bolsonaro quebrou o decoro parlamentar ao impedir a realização da reunião. A audiência, fechada à imprensa, estava marcada para ouvir os depoimentos de dois camponeses e dois militares que tiveram participação na Guerrilha do Araguaia. Bolsonaro, segundo Dutra, também tirou foto dos depoentes para tentar constrangê-los.
“O deputado Jair Bolsonaro, que está acostumado a agredir as pessoas e tentar obstruir os trabalhos do Legislativo e, apesar de não fazer parte da subcomissão, tentou obstruir os trabalhos. Ele agrediu um servidor da comissão, o secretário Marcio Araujo, ameaçou os depoentes, tentou paralisar as atividades da comissão. Como ele não conseguiu, ficou no corredor aos berros ameaçando todo mundo”, contou Dutra.

Para Chico Alencar (PSOL-RJ), Bolsonaro atingiu não só o trabalho da subcomissão, mas também o Código de Ética que diz ser grave falha ao decoro interromper uma sessão “da forma como ele fez”. “Ele também ofendeu um servidor. Isso não pode ficar apenas no folclore do Bolsonaro para satisfazer o nicho fascista dele”, acrescentou o líder da legenda.

Por outro lado, Bolsonaro disse que a confusão começou quando o servidor o impediu de ter acesso à lista com o nome das pessoas que estavam depondo. Segundo ele, uma secretária iria lhe passar o documento e o servidor Marcio Araujo “tomou o papel” da mão dela.

“Estava ouvindo o depoimento e fui pegar a relação dos nomes dos depoentes. Mas um assessor não me deixou ter acesso ao papel. Tomou o papel e correu para um canto. Peguei minha máquina fotográfica e tirei uma foto dele e ele veio atrás de mim para tirar satisfação”, contou Bolsonaro à Agência Brasil.

“Todo os deputados tomaram as dores do servidor e houve bate-boca lá dentro. Não houve xingamento, mas uma discussão pesada. Falei lá dentro que o depoimento teria que ser aberto [à imprensa]”, acrescentou Bolsonaro.

Para o parlamentar que defende os temas de interesse dos militares no Congresso, a representação é uma forma de tentar impedi-lo de participar das reuniões da subcomissão. “Essa é uma comissão da mentira. Eles estão revoltados porque eu falei que vou participar de toda e qualquer sessão da comissão que for dentro da Câmara. Eles querem que eu não adentre a subcomissão, mas se essa for a intenção deles, vão dar com os burros n'água”, provocou Bolsonaro.

A representação foi entregue ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que irá encaminhar o documento à Corregedoria da Casa. Lá, o corregedor, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), terá prazo de 45 dias para apresentar parecer sobre o caso. Caso considere que houve quebra de decoro, enviará o documento à Comissão de Ética para abertura de processo, que pode resultar na cassação de Bolsonaro.

Edição: Talita Cavalcante

Um terço dos Conselhos de Ética na mira do STF


Condenado duas vezes no Conselho de Ética e com processos no STF, Renan Calheiros será um dos senadores que julgarão agora Demóstenes - José Cruz/ABr
Um em cada três integrantes dos Conselhos de Ética da Câmara e do Senado está sob investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), onde tramitam os processos contra deputados e senadores. Dos 63 congressistas (entre titulares e suplentes indicados pelos partidos) que compõem atualmente os dois colegiados que terão a missão de encaminhar os processos de cassação contra os parlamentares envolvidos com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, 20 são alvos de inquérito ou ação penal na corte máxima da Justiça brasileira.

Esses parlamentares, regimentalmente incumbidos de “zelar pela observância dos preceitos” do Código de Ética e atuar na “prestação da dignidade do mandato parlamentar”, respondem a 57 investigações no Supremo. As acusações vão de crimes contra a administração pública e contra a Lei de Licitações, passando por corrupção e apropriação indébita previdenciária.
No Senado, onde o Conselho aguarda a definição de novo presidente para começar a investigar a conduta do senador Demóstenes Torres (GO), oito de seus 23 integrantes têm ao menos uma pendência judicial. Em cinco casos, os ministros do Supremo já encontraram elementos contra dois senadores – o atual vice-presidente e presidente em exercício do colegiado, Jayme Campos (DEM-MT), e o presidente do PMDB, Valdir Raup (RO) – para transformá-los em réus.
Suplente do Conselho, Raupp responde a quatro ações penais por crimes eleitorais, contra o sistema financeiro e desvio de verba (peculato). Presidente em exercício do colegiado, Jayme Campos é acusado, em seu processo, de ter falsificado documentos. Ele ainda tem contra si outros três inquéritos (fase preliminar de investigação que pode resultar na abertura da ação penal) por crimes contra a Lei de Licitações, de responsabilidade e contra a administração pública em geral.
Provável presidente
Indicado ontem pelo PT para presidir o Conselho de Ética, Wellington Dias (PT-PI) também é investigado em dois inquéritos. Um dos procedimentos apura a responsabilidade do ex-governador piauiense no rompimento de uma barragem no interior do estado, em 2009, que deixou nove mortos e 2 mil desabrigados. A suspeita é de crime contra a vida e prevaricação (quando uma autoridade se omite de suas funções).
Em maio daquele ano, cerca de 2,6 mil famílias chegaram a ser removidas por causa da iminência de rompimento da barragem. Mas, após vistorias das equipes de engenharia do governo, que afastaram o risco, foram autorizadas a voltar para casa. Dias depois, ocorreu a tragédia. As famílias buscam indenizações na Justiça. O outro inquérito investiga o envolvimento de Wellington Dias em denúncias de irregularidades na construção de um trecho do metrô de Teresina, também durante sua gestão.
Inversão de papéis
A composição do atual Conselho de Ética abriga também quem, até outro dia, estava do outro lado do balcão. Caso do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que teve sua cassação recomendada duas vezes pelo colegiado em 2007, e escapou da perda do mandato nas duas ocasiões graças aos votos secretos em plenário. Renan tem atualmente duas pendências no Supremo. Uma delas apura se um lobista pagou, em nome do senador, pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem o peemedebista tem uma filha. Essa denúncia rendeu o primeiro pedido de cassação contra ele. Na ocasião, um dos principais algozes dele no colegiado foi justamente o senador Demóstenes Torres, em uma inesperada inversão de papéis.
Naquele ano, Renan foi alvo de cinco representações no Conselho de Ética do Senado. Além da denúncia de ter contas pagas por um lobista, também avançou no Conselho a acusação de que ele usou laranjas na compra de veículos de comunicação em Alagoas. O alagoano preservou o mandato, mas teve de renunciar à presidência da Casa. Nos bastidores, Renan trabalha para voltar ao comando do Senado no próximo ano.
Mais um representante da alta cúpula do PMDB igualmente na lista de integrantes do Conselho de Ética e de processados no STF é o ex-líder do governo Romero Jucá (RR).
Orçamento
Outros senadores envolvidos em denúncias recentemente também aparecem na lista dos integrantes do Conselho de Ética sob investigação no Supremo. Gim Argello (PTB-DF) foi obrigado a renunciar à relatoria da proposta orçamentária, em 2010, após ser acusado de direcionar emendas do orçamento para entidades fantasmas. Gim é investigado em dois inquéritos – um por crime contra a Lei de Licitações e outro por apropriação indébita e lavagem de ocultação de bens.
O senador Mário Couto (PSDB-PA), que responde a inquérito por crime eleitoral no STF, teve seu nome envolvido nos últimos meses em investigação movida pelo Ministério Público do Pará, que trata de indícios de irregularidades diversas, como fraudes em licitações e nas folhas de pagamento de servidores da Assembleia Legislativa, entre 2003 e 2007, período em que a Casa era presidida pelo tucano. Em janeiro, o Ministério Público Estadual entrou no Tribunal de Justiça paraense com uma ação civil pública pedindo o bloqueio de bens do senador e outras 15 pessoas, sob a acusação de ter cometido improbidade administrativa.