quarta-feira, 28 de março de 2012

Lewandowski vai relatar caso Demóstenes no STF



Lewandowski vai relatar caso Demóstenes no STFFoto: Folhapress

O SENADOR DEMÓSTENES TORRES (DEM-GO) E OS DEPUTADOS SANDES JÚNIOR (PP-GO) E CARLOS ALBERTO LERÉIA (PSDB-GO) FORAM CITADOS EM RELATÓRIO DA OPERAÇÃO MONTE CARLO, QUE PRENDEU O BICHEIRO CARLINHOS CACHOEIRA

28 de Março de 2012 às 21:25
Fernando Porfírio _247 - O ministro do Supremo Ricardo Lewandowski foi designado relator do pedido de abertura de inquérito contra o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), suspeito de ligação com o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Agora, cabe a Lewandowiski decidir sobre se autoriza ou não abertura de investigação criminal contra o senador, como pediu o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Demóstenes Torres, além dos deputados Sandes Júnior (PP-GO) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), foi citado em relatório da Polícia Federal durante a operação Monte Carlo, deflagrada no mês passado, quando Cachoeira foi preso. O bicheiro é acusado de comandar quadrilha responsável por uma rede de jogos ilegais.
Lewandowiski confirmou que já recebeu da defesa de Carlinhos Cachoeira e do DEM pedidos para ter acesso aos documentos do Inquérito 3430. “Acabei de receber o inquérito e vou examinar. Há uma série de pedidos de diligências que o procurador-geral da República fez, e vou decidir com a maior celeridade possível”, disse o ministro.
Ainda segundo Lewandowski, a inicial contém uma série de transcrições de conversas telefônicas, cujo sigilo está constitucionalmente protegido. O registro de mais de 300 ligações entre o parlamentar e Cachoeira levaram o procurador-geral da República Roberto Gurgel a apresentar ao STF pedido de diligência contra Demóstenes.
Na terça-feira (27), Demóstenes Torres, em pronunciamento no Senado, admitiu que mantém relações de amizade com Carlos Cachoeira embora tenha negado conhecimento ou participação em atividades ilícitas.

Caso Policarpo-Cachoeira: será pior que Murdoch?



Caso Policarpo-Cachoeira: será pior que Murdoch?Foto: Montagem/247

SILÊNCIO DE VEJA, QUE AINDA NÃO SE MANIFESTOU SOBRE AS DUZENTAS LIGAÇÕES GRAMPEADAS PELA POLÍCIA FEDERAL ENTRE O EDITOR-CHEFE POLICARPO JR. E O CONTRAVENTOR CARLINHOS CACHOEIRA, QUE ESTÁ PRESO, DESPERTA DÚVIDAS; O BRASIL ASSISTE A UM ESCÂNDALO DE TIPO SEMELHANTE AO QUE LEVOU AO FECHAMENTO DO THE NEWS OF THE WORLD, DE RUPERT MURDOCH? SERÁ POSSÍVEL ENCOBRI-LO?

28 de Março de 2012 às 21:03
247 – Relações incestuosas e, portanto, desvirtuadas entre jornalistas e fontes já causaram prisões e fecharam uma publicação secular. Na Inglaterra, ano passado. Diretora executiva da News Corp., o conglomerado de mídia do magnata Ruppert Murdoch, a jornalista Rebekah Brooks chegou a ser presa pela polícia inglesa, interrogada por 12 horas e libertada sob fiança somente após contar o que sabia a respeito do trabalho de apuração que incluía escutas ilegais sobre personalidades do país e aquisição de informações com policiais mediante pagamentos em dinheiro.
O jornal The News of the World, que veiculava o material obtido na maior parte das vezes por aqueles métodos, teve de ser fechado por Murdoch, depois de mais de cem anos de publicação, por força dos protestos dos leitores e do público em geral. Eles se sentiram ultrajados com o, digamos, jeitinho que a redação agia para obter seus furos. Os patrões Ruppert e seu filho James precisaram dar explicações formais ao Parlamento Britânico sobre as práticas obscuras. Ali, foram humilhados até mesmo por um banho de espuma a contragosto.
No Brasil, neste exato momento, a revista impressa de maior circulação do país está com seus métodos de apuração igualmente colocados em xeque. Afinal, o caso das duzentas ligações telefônicas grampeadas pela Polícia Federal, nas investigações da Operação Monte Carlo, envolve num circuito fechado, e privilegiado, um contraventor especializado em se infiltrar em grandes estruturas do establishment e o atual número dois da revista. O jornalista Policarpo Jr., que acumula o cargo de diretor da sucursal de Brasília, pode até ser visto como o número três ou quatro na hierarquia interna, à medida em que, em seu último arranjo de poder, o diretor de redação Eurídes Alcântara estabeleceu o singular modelo de ter três editores-chefe na publicação. Mas com pelo menos quinze anos de serviços prestados à revista no coração do poder, Policarpo, reconhece-se, é “o cara”. Ele foi repórter especial e seu estilo agressivo de atuar influenciou a atual geração de profissionais de Veja. Eles são temidos por sua capacidade de levantar escândalos, promover julgamentos morais e decretar o destino de reputações. A revista, a cada semana, se coloca como uma espécie de certificadora da moral e dos bons costumes no País, sempre pronta a baixar a marreta sobre o que julga fora dos seus padrões.
O problema, para Veja, é que o jogo de mão entre Policarpo Jr. e Carlinhos Cachoeira pode ter sido pesado, apesar de ainda não estar claro. O silêncio da revista a respeito não contribui em nada para o seu esclarecimento. A aparente relação de intimidade pessoal entre editor-chefe e o contraventor não apenas não é um fato como outro qualquer, como pode ser a ponta do maior escândalo de mídia já visto no Brasil. A não publicação, na edição de Veja que está nas bancas, da surpreendente descoberta de ligações perigosas entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) – que na terça-feira 26, sob intensa pressão, renunciou ao posto de líder do partido no Senado – e Cachoeira acentuou a percepção generalizada de que o bicheiro e o jornalista tinham um ou alguns pactos de proteção e ajuda. Será?
Em nome de ter a notícia em primeira mão, é admissível, do ponto de vista ético, ao profissional da mídia, manter relacionamentos privilegiados com quem ele considerar importante para este fim. Inclusive contraventores. O que não é eticamente aceitável é fazer com que esses relacionamentos derivem para a não publicação de notícias ou a divulgação parcial dos fatos.
O ex-governador José Serra, recentemente, foi apontado pelo ex-ministro em plena queda Wagner Rossi como um dos pauteiros (aquele que define os assuntos a serem abordados) de Veja. Pode ter sido um efeito de retórica do Rossi flagrado pela revista como dono de uma mansão incompatível com seu histórico de homem público. Mas jamais, como agora, houve a suspeita real de que um contraventor pudesse exercer o mesmo papel de, digamos, pauteiro externo da revista. A interrogação é procedente à medida em que, especialmente em Brasília, circulam rumores de que Policarpo comentaria abertamente com Cachoeira os assuntos que seriam abordados em edições futuras da revista e as angulações editoriais das reportagens.
Para qualquer um que trabalhe com informação, conhecer por antecipação o conteúdo de Veja é uma grande vantagem competitiva. Um assessor de imprensa, por exemplo. A posse desse tipo de ativo pode representar a diferença entre um bom contrato e nenhum contrato. Se se abre o espaço para a indicação de assuntos, então, ai o lobista entra no paraíso, passando a ter condições de posicionar seus interesses em espaços nobres que vão da capa à última folha do papel tipo bíblia de Veja, passando pela prestigiada sessão de entrevistas, as páginas amarelas. Será?
Na Inglaterra, em meio às primeiras informações sobre o real modo de agir dos jornalistas do The News of the World, a primeira reação da casa foi também a de silêncio. Em seguida, negativas. Mas os desdobramentos do caso, que incluíram o suicídio de um ex-alto funcionário do governo britânico, levantaram o véu da farsa e a verdade, finalmente, mostrou sua face. Na versão tupi, a suspeita é de que tenha ocorrido, entre Policarpo e Cachoeira, bem mais do que acontece num relacionamento normal entre jornalista e fonte de informação. Cachoeira, via Policarpo, talvez tenha se tornado um observador privilegiado da construção semanal da pauta política da revista, especialmente durante a eclosão do escândalo do mensalão, como afirmou ao 247 o ex-prefeito de Anápolis, Ernani de Paula.
Em nome de ter a notícia em primeira mão, é admissível, do ponto de vista ético, ao profissional da mídia manter relacionamentos privilegiados com quem ele considerar importante para este fim. Mas quase nunca é aceitável fazer com que esses relacionamentos derivem para a não publicação de notícias ou a divulgação parcial dos fatos.
Normalmente, o mundo político espera uma edição da revista Veja para conhecer o conteúdo que ela apresenta sobre os outros. Neste final de semana, o que se quer saber é o que Veja falará dela mesma.

Globo tem fita em que Cachoeira cita Demóstenes 6 vezes em 5 minutos



A reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, teve acesso a gravações da Polícia Federal em que bicheiro Carlinhos Cachoeira --preso em Goiás no início do mês durante a Operação Monte Carlo-- cita o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) por seis vezes. As conversas foram entre o bicheiro, seu sócio em negócios suspeitos Claudio de Abreu e o contador Giovani Ferreira da Silva.
Segundo a reportagem, as gravações foram feitas pela PF há um ano. Nas conversas, que duram cerca de cinco minutos, os três falam sobre dinheiro e contas do esquema ilegal de exploração de jogos de azar.
Procurado pela Globo, o advogado de Demóstenes, Antonio Carlos Almeida Castro, disse que seu cliente está apreensivo por conta das gravações que têm sido divulgadas pela imprensa, mas está tranquilo quanto aos desdobramentos jurídicos que o caso possa ter.

Inquérito

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal para que sejam investigados os envolvidos com jogo ilegal no Estado de Goiás com foro privilegiado na Corte. O foro é garantido a diversas autoridades da República, inclusive a deputados e senadores.

O pedido deve atingir Demóstenes, que teria recebido cerca de 300 ligações de Carlinhos Cachoeira, além de ter ganhado um fogão e uma geladeira no valor de R$ 30 mil como presente de casamento, ter recebido um rádio para comunicação exclusiva com o bicheiro e ter pedido dinheiro para pagar um táxi aéreo. A imprensa tem noticiado que o senador se beneficiou de parte do lucro proveniente dos caça-níqueis.

Além do pedido de abertura de inquérito, Gurgel também encaminhou a solicitação feita por parlamentares para que seja dado acesso aos documentos obtidos nas investigações policiais ainda mantidos sob sigilo.

Conselho de Ética

O líder do PSOL no Senado, Randolfe Rodrigues (AP), apresentou nesta quarta representação junto ao Conselho de Ética contra o senador Demóstenes Torres, motivado pelo pedido de abertura de inquérito no Supremo para apurar "possíveis condutas ilícitas de pessoas com foro privilegiado, originadas em investigação em Goiás".
O Conselho de Ética do Senado, porém, está sem presidente desde setembro de 2011. Caberá ao vice-presidente do colegiado, senador Jayme Campos (DEM-MT), convocar nova eleição.

FHC diz ter falado com Lula sobre parceria de institutos


DANIEL RONCAGLIA
DE SÃO PAULO

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta quarta-feira ter conversado com o seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre um possível trabalho conjunto dos institutos que levam seus nomes.

Ontem, os dois se encontraram por cerca de 50 minutos no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde Lula faz tratamento contra o câncer na laringe.

"Nós falamos de nossas fundações e de eventualmente ver o que se pode fazer para dar um maior vulto ao trabalho de ex-presidente. Mas, não falamos de política eleitoral", disse o tucano.

FHC afirmou que ter achado Lula com a mesma energia. "Eu o encontrei com disposição e com a vivacidade de sempre. Claro, abatido porque perdeu peso."

Divulgação - 27.mar.2012/Instituto Lula
Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula durante encontro no Hospital Sírio Libanês
Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula durante encontro no Hospital Sírio Libanês

O ex-presidente afirmou que recebeu na manhã de hoje uma ligação do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, informando que os exames não detectaram a presença do tumor na laringe do petista. "Fiquei muito feliz."

O tucano afirmou não saber qual será a participação de Lula na campanha. "Isso é um problema dele lá."

Sobre as prévias do PSDB, que escolheram no domingo José Serra como candidato do partido em São Paulo, FHC minimizou o resultado. O ex-governador teve 52% dos votos dos militantes tucanos.

Ele citou o caso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que teve uma vitória apertada na disputa interna do partido Democrata em 2008. "Se esquece que em prévia o importante é ganhar."

O tucano ainda elogiou o processo de prévias, inclusive para a escolha do candidato do PSDB na eleição presidencial de 2012.

"Senão vão dizer que foi a cúpula que resolveu. Mesmo quando não tenha sido. Cansei de ver uma fotografia minha almoçando ou jantando com não sei quem, como se eu tivesse decidido um presidente da República. Não é verdade."

No entanto, para ele, a escolha deve ser feita por militantes politizados. "Tem muito partido onde o filiado vai ali [votar] sem saber o porquê", afirmou.

FHC aproveitou para criticar o PT por ter escolhido Fernando Haddad por imposição de Lula.
"Eu lamentei porque o PT, que nasceu com essa vocação, regrediu. Passou a ser a escolha unipessoal."

FHC fez na noite de hoje uma palestra no Congresso Novas Fronteiras do Investimento Social, em São Paulo.

PSOL acusa Demóstenes Torres de quebrar decoro



PSOL acusa Demóstenes Torres de quebrar decoroFoto: Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL

PARLAMENTARES DO PARTIDO APRESENTARAM REPRESENTAÇÃO NO CONSELHO DE ÉTICA DO SENADO CONTRA O SENADOR DO DEM ENVOLVIDO COM O BICHEIRO CARLINHOS CACHOEIRA; ELES QUEREM ABERTURA DE PROCESSO POR QUEBRA DE DECORO PARLAMENTAR BASEADO NAS DENÚNCIAS VEICULADAS PELA IMPRENSA

28 de Março de 2012 às 18:50
Agência Brasil - O PSOL apresentou hoje (28) representação no Conselho de Ética do Senado contra o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Os representantes do partido querem que o conselho abra processo por quebra de decoro parlamentar baseado em denúncias veiculadas na imprensa sobre as relações de Torres com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
A representação cita as gravações feitas pela Polícia Federal que registram solicitação de dinheiro a Cachoeira, feita por Demóstenes. As gravações também registram informações privilegiadas repassados por Demóstenes para o controlador do jogo do bicho em Goiás.
“Apresentamos a representação contra o senador Demóstenes Torres no Conselho de Ética do Senado por achar que já existem denúncias bastante consistentes contra ele”, explicou o presidente do PSOL, deputado Ivan Valente (SP).
Segundo ele, o partido aguarda mais informações sobre a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que resultou na prisão de Cachoeira, para também pedir investigações sobre outros parlamentares. Os deputados Carlos Alberto Lereia (PP-GO) e Sandes Júnior (PSDB-GO) também são citados nas reportagens que mostram os grampos telefônicos vazados. Valente acredita que ainda não há consistência nas denúncias contra os deputados para que o partido apresente representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
“Pedimos ontem ao procurador-geral da República outros dados de gravações e denúncias para que a representação que pretendemos fazer tenha consistência. Entendemos que ainda faltam dados objetivos para a entrada no Conselho de Ética da Câmara”, explicou Valente.
Colega de oposição de Demóstenes Torres, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), disse que “não é agradável” pedir que um colega seja investigado. Apesar disso, ele disse que “graves e notórios acontecimentos” estão sendo mostrados e o Congresso Nacional está sendo chamado a se manifestar sobre eles.
Para Randolfe, o bicheiro Carlinhos Cachoeira tem relacionamentos “amplos, gerais e irrestritos” com autoridades. É possível, segundo o senado do PSOL, que uma operação de abafamento das denúncias contra Demóstenes Torres possa ser colocada em prática para proteger outras pessoas. “Se houver alguma pizza (manobra) em curso, não queremos participar do tempero dela”, disse o senador.
A partir da representação apresentada pelo PSOL, o presidente do Conselho de Ética poderá decidir se acata o pedido de abertura do processo ou se determina o arquivamento dele. Se o presidente decidir pelo arquivamento da representação, qualquer membro do Conselho de Ética pode entrar com recurso visando abrir o processo.
O senador Jayme Campos (DEM-MT), que está interinamente na presidência do conselho, disse que irá pedir à consultoria jurídica do Senado parecer sobre a admissibilidade da representação.

Curado, Lula entra em campanha: 2012 ou 2014?



Curado, Lula entra em campanha: 2012 ou 2014?Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

EX-PRESIDENTE EUFÓRICO; “ACABOU, ESTOU ZERADO”, DISSE ELE, HOJE, EM TELEFONEMAS À PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF E AO DEPUTADO MARCO MAIA, SEGUNDO APURAÇÃO DO JORNALISTA JOSIAS DE SOUZA; “PARA MIM, A CAMPANHA COMEÇOU AGORA”; QUAL DELAS, COMPANHEIRO? A DE 2014, PARA PRESIDENTE, TAMBÉM?; ASSISTA VÍDEO GRAVADO POR LULA PARA A OCASIÃO

28 de Março de 2012 às 16:36
247 – Ele voltou. E está eufórico. Acreditando estar vivendo o dia mais feliz de sua vida, esta quarta-feira 28 em que ouviu de seus médicos estar curado do câncer que o atingiu na laringe, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva disparou telefonemas a seus principais interlocutores. A apuração é do jornalista Josias de Sousa, diretor da sucursal do jornal Folha de S. Paulo em Brasília e titular do Blog do Josias. Em 9 de fevereiro, Brasil 247 publicou, em primeira mão, a informação sobre o desaparecimento do tumor do presidente (leia aqui).
Lula ligou para a presidente Dilma Rousseff, que está na Índia, e para o presidente da Câmara dos Deputado, Marco Maia, além de outros correligionários. “Acabou, estou curado”, disse Lula. “Para mim, a campanha começou agora”. Com toda essa disposição, Lula inicia agora não apenas a corrida para apoiar seus candidatos a prefeito, especialmente o ex-ministro Fernando Haddad, em São Paulo, mas também para recolocar seu nome como postulante outra vez à Presidência da República, em 2014. A volta de Lula faz parte do cenário traçado por alguns dos maiores empresários do País, que chegam a comparar a situação à da Rússia, onde o ex-presidente Vladimir Putin deu lugar ao seu mais próximo auxiliar, Dimitri Medevdev, e, este ano, voltou pelo voto à presidência do país.
Abaixo, a notícia publicada no Blog do Josias:
Livre do tumor, Lula diz: “A campanha começou”
Informado pelos médicos de que desapareceu o tumor cancerígeno que lhe atacara a laringe, Lula pôs-se a disparar telefonemas. Transmitiu a boa nova a Dilma Rousseff, alcançada na Índia, e ao presidente interno Marco Maia, em Brasília.
Tocou o telefone também para os amigos mais caros do PT. A um deles, disse, entre aliviado e eufórico: “Acabou. Estou zerado.” O interlocutor brincou: “Cuidado na hora de avisar ao Fernando Haddad. Ele pode infartar de alegria”. E Lula, entre risos: “Para mim, a campanha começou agora.”
Lula submeteu-se nesta quarta (28) a uma ressonância nuclear magnética e a uma laringoscopia. Em boletim, o Hospital Sório Libanês informou: os exames “mostraram a ausência de tumor visível, revelando apenas leve processo inflamatório nas áreas submetidas à radioterapia, como seria esperado.”
Nas próximas semanas, o patrono de Haddad manterá a rotina das sessões de fonoaudiologia. Tenta reeducar a voz. Nos próximos cinco anos, terá de submeter-se a exames periódicos, para checar se não há nenhuma recidiva. No mais, vida que segue.
Antes mesmo do boletim oficial, Lula iniciara um esforço para tentar retirar a candidature de Haddad da UTI do isolamento. No domingo (25), reunira-se com o presidente o governador pernambucano Eduardo Campos, presidente do PSB federal. Percebeu que as alianças exigirão tratamento de choque.
Abaixo, noticia da Agência Brasil sobre a cura de Lula:
Agência Brasil - Exames feitos hoje (28) pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostram o desaparecimento do tumor na laringe, após as sessões de quimioterapia e radioterapia.
“Foram realizados exames de ressonância nuclear magnética e laringoscopia, que mostraram a ausência de tumor visível, revelando apenas leve processo inflamatório nas áreas submetidas à radioterapia, como seria esperado”, diz o boletim médico divulgado pelo Hospital Sírio-Libanês, onde Lula passou por exames esta manhã. O boletim informa ainda que Lula continua com sessões de fonoaudiologia e iniciará programação de avaliações periódicas.
A assessoria do presidente da República em exercício, Marco Maia, divulgou nota informando que Lula ligou para Marco Maia e o incumbiu de divulgar a notícia aos líderes partidários.
No dia 17 de fevereiro, Lula havia encerrado o tratamento contra um câncer na laringe, depois de passar por várias sessões de radioterapia. No dia 4 de março, o ex-presidente foi internado, após ter apresentado febre baixa e foi constatada uma infecção pulmonar de leve intensidade.