segunda-feira, 5 de maio de 2014

Globo usa o número 45 do candidato do PSDB em slogan de novela para alavancar candidatura de Aécio



O tiro no pé da Globo com a Ger4ç4o Br45il

Luis Nassif


Tenho escrito aqui sobre essa mistura de dramaturgia, marketing e jornalismo que caracteriza os grupos de mídia. Utilizam-se recursos da propaganda, da dramaturgia e do jornalismo para uma geleia geral que compromete todas as pontas.

Quando a Globo lançou a novela sobre tráfico de crianças, o jornalismo foi acionado para uma série de matérias sensacionalistas sobre adoção.

Quando as eleições entram em jogo, o grupo age sincronizando todas as pontas, criando vilões que lembram os adversários, mocinhos que emulam os aliados.

À medida em que as informações e as discussões sobre mídia avançam pelas redes sociais, e que o conceito e o papel dos grupos de mídia viram foco de discussão, o uso reiterado dessas jogadas apenas ajuda a reforçar os argumentos dos críticos da mídia.

É como se houvesse um laboratório online, no qual práticas seculares anacrônicas pudessem ser dissecadas ao vivo e em cores.

Em tempos de concentração maior de mídia, falava-se muito na propaganda subliminar, os
merchandisings, utilizados para jogadas comerciais.

Quando entra-se no campo eleitoral, o jogo é dúbio.

Tome-se essa besteira da Globo, de associar o nome da novela ao número 45 do PSDB

O custo é alto. Uma emissora aberta, com o alcance da Globo, não pode se colocar contra mais da metade do eleitorado brasileiro, ainda mais em um momento em que ocorre uma implosão geral da audiência, fruto do avanço das tvs fechadas e da Internet. É um risco de imagem que gerações anteriores, mais sábias, não ousaram correr, mesmo quando a força do grupo era proporcionalmente muito maior.

Quando o espírito das diretas tomou conta do Brasil, a maior preocupação de Evandro Carlos de Andrade e Roberto Marinho era tirar o estigma da emissora, de ser contra a democratização

Depois que o estilo Murdock surgiu, deixou-se de lado toda a prudência e decidiu-se tomar partido de uma forma escancarada.

A ideia de associar o número de PSDB - 45 - à nova novela não representará nenhum reforço substancial à candidatura tucana. Mas, sem dúvida, será mais um argumento fortíssimo em favor dos que entendem a mídia como um partido político.

http://jornalggn.com.br/noticia/o-tiro-no-pe-da-globo-com-a-ger4c4o-br45il

Aécio fecha com grupos de mídia, que começam a desconstruir Eduardo

http://jornalggn.com.br/noticia/aecio-fecha-com-grupos-de-midia-que-comecam-a-desconstruir-eduardo

Começa a ficar mais clara a articulação das forças políticas para as eleições.
Os grupos de mídia fecharam em bloco com Aécio Neves. A última conquista foi a revistaIstoÉ, com a divulgação da pesquisa do Instituto Sensus.
Em 2010, o Sensus foi massacrado pela mídia, acusado de manipulação de pesquisas - na época, supostamente em favor de Dilma. A denúncia partiu da Folha, motivou uma representação do PSDB e uma invasão dos escritórios da Sensus por policiais, acompanhados de analistas do DataFolha.
Não deu em nada, mas foi o episódio mais truculento da campanha de 2010.
Agora, com as pesquisas divulgadas pela IstoÉ, o Instituto Sensus protagoniza a primeira manipulação das eleições de 2014.
Em ambos os momentos, Sensus não espelhou interesses petistas ou tucanos, mas do grupo mineiro de Clézio de Andrade.
A pesquisa foi realizada com todas as distorções já apontadas, inclusive pelo Estadão: cartela com os nomes em ordem alfabética (beneficiando o primeiro da fila, Aécio), informações negativas sobre a economia antes das perguntas sobre o apoio à Dilma etc.
Mais. Só depois de conhecidos os resultados, foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e apenas em nome do Sensus, como se tivesse sido bancada pelo próprio Instituto. Dias depois foi divulgada pela IstoÉ como se fosse fruto de uma parceria.
A revista não faz parte da primeira divisão do cartel, mas deverá atuar na guerrilha, assim como as denúncias non-sense da Época.
Em sua primeira incursão nas eleições de 2014, o Instituto Sensus torna-se um rojão queimado. Mas o jogo prosseguirá com outros protagonistas.
Campos sob fogo cruzado
Aécio e Campos têm acenado para uma parceria duradoura, pós-eleições. Caso Dilma seja reeleita, é bastante provável que ambos, em parceria, assumam a liderança da nova oposição.
Por enquanto, a lógica dos dois turnos os transforma em adversários diretos no primeiro turno, para se saber quem será o campeão branco que enfrentará Dilma no segundo turno.
Fontes da campanha de Dilma Rousseff entenderam a pesquisa Sensus como parte de uma estratégia maior. Testa-se a hipótese do segundo turno em veículo e instituto de pesquisa de menor calibre, preparando o campo para as pesquisas posteriores do Ibope e do DataFolha. Ao mesmo tempo, acelera-se de imediato a campanha de desconstrução da chapa Campos-Marina, explorando suas ambiguidades, para ampliar a diferença entre ele e Aécio nas próximas pesquisas.
O objetivo atual é garantir a passagem de Aécio para o segundo turno.
Hoje a Folha trabalhou nessa direção com duas chamadas de primeira página, ambas explorando as ambiguidades da parceria Campos-Marina.
A primeira, montada em cima de um gancho artificial: uma mensagem do coordenador de campanha a Eduardo, preocupado com os princípios socialistas que constam da agenda do PSB. A segunda, explorando os anacronismos religiosos de Marina Silva.
Ao mesmo tempo, Campos é atacado pela esquerda, acusado de encampar as teses mercadistas dos economistas ligados a Marina Silva.
As novas definições programáticas
Até a semana passada, os três candidatos surfavam na ambiguidade política, sem muitas definições, todos a favor do bem e da bondade.
O discurso de Dilma na 14a Convenção do PT encerra a fase idílica e traz o jogo para o campo real das definições programáticas.
Até algum tempo atrás, a discussão econômica pautava-se exclusivamente pelos indicadores macroeconômicos, PIB, parte fiscal, contas externas etc.
Após a crise de 2008 começou a tomar corpo gradativamente, mesmo entre os economistas, o tema do bem estar social e da distribuição de renda como objetivo final da política econômica. Ou seja, a manutenção do emprego e da distribuição de renda seria mais relevante do que o mero crescimento do PIB.
É evidente que há uma correlação entre ambos.
A médio prazo, sem crescimento não há políticas sustentáveis de distribuição de renda. Por outro lado, a tese de que o crescimento sustentável prescinde da distribuição de renda foi derrubada pela explosão do mercado de consumo interno, como decorrência das políticas distributivistas.
Esses aspectos passam ao largo dos discursos de campanha.
Prevalecem apenas os slogans: Dilma é a favor da distribuição de renda; Aécio é a favor do aumento de eficiência da economia.
Com os dois campos ocupados, Campos fica com a broxa na mão, exposto a todo tipo de ataque dos dois lados até a definição do primeiro turno.
Para se mostrar supostamente racional, propõe uma meta inflacionária de 3% ao ano. Aí é acusado de defender o desemprego como estratégia econômica. De fato, a lógica das metas inflacionárias é recessiva e a medida de efeito da alta de juros é o aumento do desemprego.
Espremido, Campos enfatiza as diferenças em relação a Aécio e proclama que ambos saem de bases sociais diferentes.
No momento seguinte, a Folha vai buscar nas bases sociais de Campos os ideais socialistas. E Marina, aos poucos, deixa de ser a musa da modernidade, para retornar às origens criacionistas.
Campos terá apenas oportunidade pela frente, uma pequena brecha. A cada dia que passa Dilma e Aécio acirrarão a retórica e os ataques recíprocos. Com mais tempo de campanha, essa tática poderia cansar os eleitores abrindo espaço para um tertius.
Mas com o pouco tempo de campanha, devido à Copa do Mundo, serão pequenas as possibilidades de Campos amenizar o discurso e se colocar como o candidato ponderado contra os dois belicistas.
A ideia de apresentar o banqueiro Roberto Setubal como Ministro da Fazenda jamais foi aventada até agora na campanha de Campos. Fontes da campanha de Campos enfatizam que ele sempre foi um industrialista e desenvolvimentista e sabe que não há como o país se desenvolver com câmbio fraco. E tenta construir as condições políticas para isso.

Datafolha desta semana tentará repetir Sensus

Pesquisa do instituto Sensus sobre a sucessão presidencial divulgada pela revista IstoÉ na madrugada de sábado passado chegou vencida; foi realizada oito dias antes da divulgação e já chegou sob fortes questionamentos, alguns dos quais insuspeitos, como o de um colunista do jornal O Estado de São Paulo, José Roberto de Toledo, que apontou vícios na sondagem.
Apesar da ampla divulgação que essa crítica recebeu, é importante que seja reproduzida no âmbito destas considerações. Abaixo, pois, trechos do “blog” de José Roberto de Toledo no portal de O Estado de São Paulo.
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O ESTADO DE SÃO PAULO
2 de maio de 2014
José Roberto de Toledo
02.maio.2014 17:54:17
A pesquisa Sensus a ser divulgada neste sábado vai dar o que falar. Se não pelos seus números, ao menos pelos seus métodos. O instituto, que vinha trabalhando para o PSDB até pouco tempo atrás, foi criativo ao apresentar as perguntas aos eleitores.
Em vez de mostrar ao eleitor um cartão circular com os nomes dos candidatos – para não privilegiar nenhum deles -, o instituto mineiro apresentou uma lista em ordem alfabética. Desse modo, o nome de Aécio Neves (PSDB) aparece sempre em primeiro lugar.
Além de contrariar a prática do mercado (institutos como Ibope e Datafolha apresentam a cartela circular), o Sensus mudou sua própria maneira de fazer a pergunta de intenção de voto. Em eleições passadas, como em 2010, o instituto sempre usou a cartela circular, e não a lista em ordem alfabética.
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Outro fato chama a atenção nesta sondagem do Sensus: o registro da pesquisa no TSE ocorreu bem depois de as entrevistas terem terminado. A pesquisa de campo foi feita entre os dias 22 e 24 de abril, mas só foi registrada no dia 28. Ou seja, ao registrá-la é provável que o instituto já soubesse o resultado – o que pode ou não ter influenciado na decisão divulgá-la.
Como no caso da MDA/CNT, a pesquisa do Sensus foi feita logo após a propaganda eleitoral do PSDB no rádio e na TV. E terminou muito antes do pronunciamento de Dilma na véspera do 1º de Maio. Mas como demorou tanto a ser divulgada, vai ficar parecendo que a sondagem do Sensus é mais recente do que de fato é.
A pesquisa foi paga pelo próprio Sensus, segundo o registro no TSE. Mas será divulgada com exclusividade pela revista IstoÉ. Segundo o site da publicação, a parceria envolverá a divulgação de sete sondagens sobre a eleição presidencial este ano.
[...]
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O questionamento acima comprova que business are business. E só.
O instituto Sensus envolveu-se em outra polêmica, em 2010. Só que, naquela oportunidade, o instituto de pesquisas mineiro atuava em sentido contrário, sendo então considerado tendente a “ajudar” Dilma Rousseff contra José Serra, apesar de sua relação histórica com o PSDB mineiro ou, melhor dizendo, com Aécio Neves, então injuriado com o colega paulista por ter lhe tomado a candidatura a presidente pelo partido de ambos.
À época, matéria da Folha de São Paulo, abaixo reproduzida, questionava o Sensus por sua metodologia, que acabara de detectar empate entre Dilma Rousseff e José Serra. Abaixo, a acusação da Folha ao Sensus em 2010.
De fato, a petista acabou confirmando as pesquisas de Sensus e Vox Populi contra o Datafolha; Dilma, partindo de um patamar baixíssimo nas pesquisas, alcançara Serra.
O que é de estranhar é que, desta feita, quando o Sensus é acusado de beneficiar um tucano contra Dilma, a Folha, à diferença do Estadão, manteve-se silente enquanto corria ao TSE para protocolar uma nova pesquisa a ser divulgada ao longo da semana que entra, mais provavelmente no próximo sábado ou domingo.
A nova pesquisa Datafolha sobre a sucessão presidencial terá campo nos dias 7 (quarta-feira) e 8 (quinta-feira) de maio, com estimativa de 2.880 entrevistas. A data da divulgação do resultado deve variar de acordo com o que a sondagem apurar.
Se Dilma tiver ganhado pontos ou se mantido na posição da pesquisa Datafolha de abril, o resultado pode ser divulgado na sexta-feira mesmo, dia de menor interesse por notícias ante a chegada do fim de semana. Essa divulgação se daria no meio da tarde, horário de menor interesse em um dia de pouco interesse sobretudo por política.
Se Dilma tiver perdido pouco e/ou seus adversários tiverem ganhado pouco, a divulgação ocorrerá no sábado, um dia de maior repercussão que a tarde de sexta, mas, ainda assim, dedicado a outras atenções.
Se Dilma tiver perdido um percentual considerável e/ou seus adversários tiverem ganhado, a divulgação ocorrerá no domingo, ou no fim da tarde de sábado, quando a Folha de São Paulo distribui seus exemplares de domingo nas bancas. Assim, a repercussão começaria na tarde de sábado e se avolumaria no domingo.
A nova pesquisa é menos ampla do que a anterior, que teve cerca de 40 perguntas – a atual tem 29.
Nesta nova edição do Datafolha, uma pergunta surpreende pelo alto grau de indução da resposta do entrevistado que deve provocar. Chega a ser espantoso. A pergunta número 20 pede ao entrevistado que responda como votará se “A situação econômica do país se agravar até o dia das eleições”, já partindo do pressuposto de que a situação atual é grave.
Leia, abaixo, o formulário da nova pesquisa Datafolha que será divulgada no fim da semana que entra.
A pesquisa, por si só, constitui uma peça de propaganda eleitoral negativa contra Dilma Rousseff. Até porque, espalhará versões sobre má situação econômica do país para um universo de quase três mil pessoas, que atuarão como propagadoras do desânimo com o governo que advirá depois dessa saraivada de pessimismo.
Contudo, como o Datafolha, à diferença do instituto Sensus, afirma que não “esquenta” o entrevistado com perguntas sobre economia e outras antes de perguntar em quem esse entrevistado irá votar, sempre há a possibilidade de Dilma ter recuperado pontos ou pelo menos ter permanecido com o patamar anterior, de abril.
Se Dilma permanecer com o patamar de Abril, é muito provável que a boa e velha “margem de erro” (de 2 pontos percentuais) seja usada para forçar uma sua “queda” ou “subida” dos adversários, mais precisamente de Aécio Neves, confirmando os números do Sensus, os ideais, neste momento, para a mídia tucana e seu candidato a presidente.
http://www.blogdacidadania.com.br/2014/05/datafolha-desta-semana-tentara-repetir-sensus/

Se não erguemos a cabeça, para que a política?


5 de maio de 2014 | 12:38 Autor: Fernando Brito
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Os últimos dias, afinal, têm sinalizado algo que, nos últimos meses, parecia perdido.
Porque  o sentido de mudança foi transformado, pela imprensa deste país, num regressismo que não resiste a um sopro.
Então mudar o Brasil, retomar o desenvolvimento, combater a corrupção, tornar eficiente a máquina pública, reduzir a inflação e valorizar o salário é algo que a direita brasileira possa acenar ao nosso povo?
Eles, que nos deram a recessão dos anos 90, a liquidação do patrimônio público (vendido em condições obscuras), que entregaram o país com inflação de dois dígitos, que acham “alto demais” o salário-mínimo?
Mas, por paradoxal que pareça, começamos a aceitar o discurso da mídia de que “aqueles eram os bons tempos” e que o governo Dilma não iria “colocar em risco as conquistas do Plano Real”.
Aceitar o discurso do adversário é o primeiro passo para ser derrotado por ele.
Desde as manifestações de junho,  embora Dilma tivesse ensaiado – e executado, nos campo de quatro dos “cinco pactos” que propôs na ocasião – uma reação, deixou-se de lado o combate político.
E quando se deixa o embate político perde-se um pouco a  cada dia de nossa identidade.
Embora seja necessário – e demolidor – mostrar os números comparativos, é preciso agregar a isso um sentimento – plenamente presente em 2010 – de que este país tem futuro e que este futuro só não é presente exatamente porque o passado foi como foi.
A memória que o tempo atenua, o discurso político precisa reacender, para que o fluxo de  informações entre as gerações fundamente o julgamento do presente.
E isso tem um imenso poder, tanto que se nota, agora, que Eduardo Campos começa a fazer ressalvas em sua identidade com Aécio Neves, porque percebeu que a velha direita estará toda unida em torno dele, a começar por FHC e um já não tão constrangido José Serra.
A eleição de 2014 não é um “passeio”, como se acreditou.
Nem é um desastre, como a mídia não cansa de apregoar.
Aécio não tem, a esta altura, o que Serra tinha.
Campos não tem- e nada indica que terá –  aquilo que Marina Silva atingiu.
O problema do campo progressista é o de não ter, de novo, o que tinha.
Em parte, certamente, por parecer diferente do que foi, por não proclamar diariamente o que é.
Acaba-se, assim, negligenciando-se nosso próprio significado.
Nada deixa mais a direita irritada que Lula e Dilma romperem o seu monopólio de informação e falarem fora da pauta que a mídia lhes impõe.
É na batalha da comunicação que se perde ou ganha esta guerra por corações e mentes.
E é nela que o Governo Dilma – até agora – vinha tendo o seu pior desempenho. Não apenas por ser ruim, mas por achar que o ruim era o bom, com o abandono da polêmica pública.
O desafio de Dilma não é o de ganhar votos, mas o de recuperar seu significado.
http://tijolaco.com.br/blog/?p=17245

Pesquisas ou panfletagem eleitoral?

Em um regime de liberdades democráticas não há como cercear pesquisas e sua divulgação. O que se pode fazer é o questionamento quando se percebe que estão sendo usadas com fins panfletários
por Helena Sthephanowitz publicado 05/05/2014 12:39
PEDRO FRANÇA/SENADO
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A ligação de institutos de pesquisa com meios de comunicação que apoiam Aécio é desconfortável
Pesquisas eleitorais deveriam funcionar como um termômetro: aferir medidas de forma isenta e neutra e pronto. Em vez disso, as sondagem de intenções de votos para as eleições presidenciais têm sido usadas como verdadeiros panfletos eleitorais. Como as pesquisas quase sempre são atreladas à mídia tradicional, de tendência oposicionista ao governo federal, ou a associações patronais, também simpáticas ao PSDB, o uso panfletário das pesquisas tem sido pró-Aécio Neves.

Institutos como o Datafolha recentemente incluíram nos questionários perguntas que parecem ter o efeito apenas de provocar manchetes. Em pleno bombardeio midiático contra a Petrobras, o Datafolha incluiu em seu questionário uma pergunta sobre se o pesquisado achava que havia corrupção na Petrobras. É uma pergunta sem pé nem cabeça, pois qualquer um acha que existem maçãs podres em qualquer grande órgão.
No caso da Petrobras há até quem confunda com casos de postos que adulteram a gasolina, mesmo que não sejam postos da BR Distribuidora. Se perguntar se existe corrupção na Sabesp, em tribunais, na polícia, no Metrô, em multinacionais, em bancos, em empreiteiras, os pesquisados também responderão que há corrupção. Então, a função de uma pergunta destas é apenas para criar uma manchete na linha do "Tantos por cento acham que há corrupção na Petrobras". Justo no momento em que a oposição queria títulos como estes para emplacar uma CPI eleitoreira, e dentro da estratégia de "sangramento" (ou seja, desgaste) da popularidade da presidenta Dilma Rousseff.

Não é a única pergunta exótica que encontramos em questionários dos diversos institutos, que têm pouco ou nenhum valor, mesmo qualitativo, mas que servem para produzir manchetes que mantenham temas de interesse eleitoral da oposição no noticiário.

Outro caso polêmico recente foi uma pesquisa do Instituto Ibope. Em uma semana divulgou-se a intenção de votos, sondagem na qual se registrou queda da presidenta Dilma Rousseff em relação à pesquisa anterior. Na outra semana, como se fosse novidade, divulgaram queda da popularidade da presidenta. Tudo indica que o objetivo também foi criar manchetes em dois momentos diferentes, o que fica em conformidade com a estratégia oposicionista de "sangramento" aos poucos da popularidade da titular do Planalto. 

Também há um forte questionamento sobre a ausência da opção "branco/nulos" nos discos da pesquisa induzida. Com a forte declaração da intenção de anular o voto nas pesquisas espontâneas, é um erro de metodologia omitir essa opção na pesquisa estimulada, e todos os institutos omitem. No mínimo deveriam aferir com dois discos, um sem e outro com a opção "branco/nulos" para ver se dá diferença.

Mas nada supera a desfaçatez do Instituto Sensus, em pesquisa divulgada no sábado (3) na revista IstoÉ. A primeira extravagância da última pesquisa Sensus foi substituir os recomendáveis discos circulares com nomes dos candidatos por uma lista alfabética, onde o pré-candidato do PSDB, Aécio Neves, aparece sempre na frente dos demais. Até o jornal O Estado de S. Paulo denunciou o fato como claro favorecimento ao tucano. 

A segunda extravagância foi, novamente, a data de divulgação atrasada. A pesquisa foi feita entre os dias 22 e 25 de abril, logo após a exposição de Aécio Neves na propaganda partidária do PSDB na TV e no rádio. O resultado foi segurado até o dia 3 de maio, quando divulgado, após o pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff pelo dia do Trabalho, como se a pesquisa já tivesse captado este momento.

Por fim os números do Instituto Sensus contêm uma combinação possível, mas improvável. No cenário com oito candidatos, os indecisos/brancos/nulos somam 33,9%. Quando se retiram cinco candidatos, reduzindo a pesquisa a três, é óbvio que quem não escolheu um dos três nomes na lista de oito não escolheria estes mesmos nomes na lista de três. Aliás, há quem votaria no candidato do PSOL, por exemplo, e declara intenção de voto em nenhum quando as opções ficam restritas aos três principais candidatos. Portanto, no cenário com três candidatos a faixa de indecisos/brancos/nulos deveria ser maior. Entretanto, o instituto Sensus detectou número significantemente menor, caindo para 30,4%. Uma grande distorção.

Se a pesquisa fosse repetida 100 vezes, sem qualquer manipulação, em 95 vezes o cenário com três candidatos teria mais indecisos/brancos/nulos que o cenário com oito candidatos, mostrando o quanto é improvável que esta pesquisa reflita a realidade.

Há quem acredite que os próprios números das pesquisas influenciem o eleitor. Mas neste momento a maior influência é através da produção de manchetes, seja para criar um clima de "sangramento" da popularidade da presidenta, como se ela estivesse em constante queda, seja para não desanimar apoios às candidaturas oposicionistas, como se estivessem em alta.

A combinação de noticiário excessivamente hostil ao atual governo federal combinado com aferição nas pesquisas sobre a corrida presidencial – mesmo que "heterodoxas" –,  divulgadas quase toda semana, inclusive com função de realimentar o próprio noticiário hostil, começa a ficar impossível disfarçar a aplicação da tática do "sangramento" que interessa à oposição.

Note-se que o excesso de pesquisas, mesmo ainda distante das eleições, só é divulgado sobre as eleições presidenciais. Houvesse interesse justificado de informar bem ao cidadão, haveria também esse mesmo número de pesquisas para as eleições de governadores, pelo menos de estados mais populosos, como São Paulo e Minas, o que não ocorre, pois não há o interesse e obsessão de aplicar a estratégia de "sangramento" nestes casos.

Em um regime de liberdades democráticas não há como cercear pesquisas e sua divulgação. Já existe uma regulamentação que obriga registros na Justiça Eleitoral para ficar disponível a auditorias, mas isso não é suficiente para certificar a lisura. Nada impede que questionários sejam colhidos a mais e uma parte seja invalidada, o que pode melhorar os índices de algum candidato e piorar o de outros. Uma auditoria não enxergaria esse tipo de expediente.

Por enquanto, o que é possível fazer é o questionamento quando se percebe que as pesquisas estão sendo usadas com fins panfletários, quando há as manipulações de datas de divulgação desatualizadas, e quando a contradição entre os próprios números torna-se evidente.
http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2014/05/pesquisas-ou-panfletagem-eleitoral-973.html

JOSÉ DIRCEU FOI FEITO REFÉM

Para onde ia a cocaína do helicóptero dos Perrellas e o envolvimento da agência antidrogas dos EUA

helicoca

Alguns dias depois da segunda maior apreensão de drogas no Espírito Santo, o juiz federal Marcus Vinícius Figueiredo de Oliveira Costa recebeu em seu gabinete o agente da Polícia Federal Rafael Pacheco. Ele estava acompanhado de dois homens que falavam português com sotaque.
Apresentaram-se ao juiz como agentes da DEA – a agência antidrogas americana. Os investigadores estrangeiros queriam saber o local do pouso do helicóptero que trouxe de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, pelo menos 445 quilos de pasta base de cocaína. O local do pouso estava registrado no GPS da aeronave.
A conversa era informal e se alongou. Os agentes da DEA contaram ao juiz que, assim como o México é a rota da droga para os Estados Unidos, o Brasil se transformou no principal corredor da cocaína exportada para a Europa.
Os números oficiais confirmam essa informação. Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas, divulgado semana passada pela Organização das Nações Unidas, a polícia na Europa apreende cada vez mais droga embarcada no Brasil.
Em 2005, foram 25 apreensões (ou 339 quilos). Esse número saltou para 260 (uma tonelada e meia) em 2009. Para cada apreensão de droga, há uma estimativa de que outras dez passem longe da vigilância policial.
É um negócio altamente rentável, como mostra a investigação da Polícia Federal no caso da droga apreendida em Afonso Cláudio, no Espírito Santo.
Numa troca de mensagens encontrada no celular do piloto da família Perrella, Rogério Antunes Almeida, ele conta o que estava transportando:
– Sabe quanto estou levando dentro da máquina? R$ 4 milhões. Em pó.
O homem com quem Rogério conversa foi identificado como Éder Pereira Mendes, primo do piloto, que responde:
– Nooooooooooossssssssssssaaaaaaaaaaaa.
Rogério continua:
– É besta, imagina se fosse tudo nosso. KKKKKK
– Eu sentia um trosso (sic), diz Éder.
– O trem é doido.
E Éder sonha:
– Eu ia comprar um carrinho pra mim.
O deslumbramento dos dois e a franqueza da conversa chamaram a atenção da polícia. Rogério não demonstrou nenhum receio de que a viagem pudesse terminar com ele deitado no chão, com as mãos algemadas para trás. Até brincou com Éder sobre a carga que transportava:
– Vou tirar uma foto, você mostra o tio Tonin e fala para ele dar uma xeradinha (sic).
A droga que Rogério carregava foi negociada com a participação intensa de Robson Ferreira Dias, apresentado pela Polícia Federal como comerciante em Araruama.
Um diálogo encontrado no celular de Robson mostra uma conversa dele com um homem que usa o codinome NewHi5, que mora na Colômbia. Um mês antes da apreensão no Espírito Santo, Robson combina com NewHi5 um voo para Medellin, via Panamá, onde pretende acertar detalhes para um “projeto”.
A viagem efetivamente acontece, o que indica que a droga encontrada no Espírito Santo pode ter sido negociada com o cartel colombiano.
No celular de Robson, também é encontrada uma troca de mensagem que cita um homem que mora em Amsterdã, na Holanda, identificado como Jimi.  Robson acerta detalhes para enviar “convites” para lá.
Segundo o relatório da investigação, assinado pela delegada Aline Pedrini Cuzzuol, a Polícia Federal diz que “nada do que foi obtido nos autos permitiu concluir sobre a destinação final da droga, cuja suspeita é de remessa para a Europa, via África, por navio cargueiro”.
O que se sabe de Robson é muito pouco além de que, no dia 24 de novembro, se encontrava no Espírito Santo, a bordo de um veículo Polo de sua propriedade.
Ele tem 56 anos, usa o codinome Vovô nas mensagens com outros integrantes da quadrilha, é casado com uma mulher bem mais jovem e tem um filho que foi buscá-lo na cadeia no dia em que, por decisão judicial, foi colocado em liberdade.
Até a denúncia por tráfico internacional, sua ficha na polícia apontava uma ocorrência sem gravidade: uma acusação de lesão corporal.
Robson voltou para Araruama, no Rio de Janeiro, sem embarcar a droga para a Europa. Os 445 quilos de pasta base de cocaína foram levados para a Superintendência da Polícia Federal no Espírito Santo, que já pediu autorização judicial para queimá-la.
A cocaína apreendida
A cocaína apreendida
A data da incineração já está marcada. É junho, durante a Semana Nacional de Combate às Drogas. Mas quem colocaria a mão no fogo para assegurar que os pacotes queimados conterão a valiosa pasta base de cocaína?
“Talvez queimem um pouco, mas a maior parte volta para o mercado”, comentou um policial civil de São Paulo, com experiência em investigação de narcóticos. O que impede que no lugar da cocaína seja colocada farinha, cal ou talco?
O Ministério Público Federal poderia fazer esse acompanhamento, pois tem o controle externo da Polícia Federal. Mas o procurador da República que fez a denúncia contra os traficantes abandonou o caso e se colocou na condição de testemunha de defesa dos acusados e sustenta que a prova que levou ao flagrante é nula, pois baseada em grampos ilegais.
Com os quatro acusados de tráfico soltos, o juiz federal Marcus Vinícius Figueiredo de Oliveira Costa examina a possibilidade de anular o processo, enquanto o Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Rio de Janeiro, decide, em grau de recurso, se o helicóptero deve ser devolvido à família Perrella.
Já no Paraguai, um departamento de investigação antidrogas efetuou prisões em Pedro Juan Caballerro que não chegou a ser noticiada no Brasil. É que, naquela conversa com o juiz federal em Vitória, os agentes da DEA conseguiram as coordenadas do GPS e acionaram um escritório patrocinado pela agência americana em território paraguaio.
Os agentes foram até a propriedade rural em Pedro Juan Caballerro, apreenderam outros 300 quilos de pasta base e prenderam traficantes. Nem a investigação do Paraguai nem a do Brasil apontaram para o mais importante: quem são os financiadores do tráfico?
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/para-onde-ia-a-cocaina-do-helicoptero-dos-perrellas-e-o-envolvimento-da-agencia-antidrogas-dos-eua/

Sheherazade vai mudar de palanque?



Por Altamiro Borges

Tudo indica que Rachel Sheherazade, que ficou famosa por suas posições de estímulo ao ódio e ao preconceito, vai mesmo mudar de palanque conservador. Na Folha de sábado (3), a jornalista Keila Jimenez, sempre bem informada sobre os bastidores da mídia, afirma que “assim como a coluna antecipou em 18 de abril, a Band fez uma proposta poderosa em dinheiro para tirar a apresentadora Rachel Sheherazade do SBT, e tem tudo para levar a âncora”. A mesma informação foi confirmada pelo site especializado “Notícias da TV”, que ainda deu detalhes da milionária transação:

“Avançaram muito nos últimos dias as negociações entre a Band e a jornalista Rachel Sheherazade, apresentadora do SBT Brasil. O site apurou com fontes das duas emissoras que a contratação poderá ser anunciada na semana que vem. Sheherazade já é dada com um pé na Band. Na emissora, ela deverá ganhar R$ 350 mil por mês, R$ 100 mil a mais do que no SBT... Ela deverá ser o terceiro membro da bancada do Jornal da Band, que tem uma linha crítica ao governo federal, ao lado de Ricardo Boechat e Ticiana Villas Boas”, relata o jornalista Daniel Castro.

Na guerra de audiências entre as tevês privadas, que exploram uma concessão pública, vale tudo – inclusive o desrespeito à Constituição Federal, que proíbe a apologia ao ódio e à violência. Em fevereiro passado, Rachel Sheherazade defendeu abertamente a ação criminosa de um grupo de “justiceiros” que amarrou a um poste um jovem de 16 anos, no Rio de Janeiro. A atitude gerou protestos nas redes sociais e das entidades de direitos humanos. Ela também teve forte repercussão no Congresso Nacional, com críticas contundentes de parlamentares do PCdoB, PT e Psol.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) chegou a acionar a Procuradoria-Geral da República, questionando o fato de o SBT – que recebeu R$ 153,5 milhões do governo federal em publicidade oficial em 2012 – abrir espaço para opiniões fascistóides. O risco de perder os anúncios fez com que Silvio Santos, dono da emissora, proibisse que seus apresentadores emitissem opiniões preconceituosas. Rachel Sheherazade acatou a decisão, mas não deixou de manifestar seu desconforto, o que aguçou o apetite de Johnny Saad, dono da Band e um reacionário convicto.

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/2014/05/sheherazade-vai-mudar-de-palanque.html

Com 'síndrome de Vídeo Show', Fantástico perde para Record e SBT



REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Renata Vasconcelos e Tadeu Schmidt apresentam o Fantástico deste domingo com 'Fantcons'

Por DANIEL CASTRO

[Atualização às 11h25 de 5/5/2014: o Fantástico fechou com média consolidada de 15,2 pontos na Grande São Paulo. No horário, a Record marcou 13,5 pontos e o SBT, 12,3. O Fantástico não bateu recorde negativo, mas teve a disputa mais acirrada da história com o Domingo Espetacular e Programa Silvio Santos. O programa da Globo, confirma o Ibope, perdeu durante vários minutos para a Record e para o Programa Silvio Santos (oito não consecutivos)]

Era uma vez um programa semanal que bombava no Ibope. Durante 40 anos, poucas vezes esse programa teve sua liderança ameaçada. A última grande crise aconteceu em 2001, quando o SBT surpreendeu com uma Casa dos Artistas. A ameaça passou, mas audiência continuou caindo, caindo, caindo. Dos mais de 30 pontos de dez anos atrás, caiu para 14,4 pontos há duas semanas, no Domingo de Páscoa.

Como resolver o problema desse programa? Com um cenário novo, uma redação-cenário, uns bonequinhos, umas caretinhas que aparecem no vídeo, muita tecnologia, uns bastidores. Enfim, muita forma, pouco conteúdo.

E não é que deu tudo errado? Neste domingo (4), o Fantástico viveu momentos de alta tensão no Ibope. Perdeu durante um bom tempo para o Domingo Espetacular, da Record, e outro tanto para o Programa Silvio Santos, do SBT. Foram 19 minutos ininterruptos atrás do Domingo Espetacular. Chegou a ficar quatro pontos atrás da Record (16,0 a 12,1) às 22h06.

Por muito pouco não ficou em terceiro. Às 22h12, marcou 12,6, contra 12,5 do SBT. Ufa, foi por um décimo.

O Fantástico, no entanto, foi líder na média de toda a sua exibição. Segundo dados preliminares, fechou a edição deste domingo, a segunda com novo cenário, com média de 14,0 pontos, contra 12,4 da Record e 11,2 do SBT. A confirmar esses números, terá batido novo recorde negativo. Isso sem que o SBT e a Record tenham oferecido ao público algo de impacto, diferente ou novo. Era tudo mais do mesmo.

Na Globo, já tem gente com saudades do antigo Fantástico. Fala-se nos bastidores que a revista semanal de variedades está sofrendo da "Síndrome de Vídeo Show". Essa "síndrome" se explica mais ou menos assim: você tem um programa já tradicional; ele ainda é líder, mas já não é mais líder como antes; então, você muda esse programa, faz um novo cenário, inventa novos quadros; o resultado: você perde a liderança e tem que voltar atrás.

Dificilmente o Fantástico vai voltar atrás. Do novo cenário a Globo não abre mão, mesmo que as pesquisas mostrem que os telespectadores não reconhecem mais o Fantástico. Aos poucos, contudo, algumas "novidades" tendem a desaparecer. As imagens de bastidores, em que jornalistas ensaiam uma discussão sobre determinada apuração, já sumiram neste domingo. As reuniões de pauta persistem, mas foram só três, mesmo como a participação de Glória Pires.
Avalia-se na Globo que essas reuniões confundem o público e não parecem convincentes. Não parecem mesmo. Neste domingo, Gloria Pires sugeriu uma reportagem sobre ciência. "Tipo bichinho que ninguém nunca viu?", falou Tadeu Schmidt, tirando da cartola um novo quadro, Reinos Secretos.


Sintomaticamente, o Fantástico recuperou a liderança perdida para a Record com um quadro do médico Drauzio Varella, sobre câncer. Ou seja, o público quer o velho. E menos chato, de preferência.

http://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/com-sindrome-de-video-show-fantastico-perde-para-record-e-sbt-3251