sábado, 12 de julho de 2014

A malandragem ideológica para defender a CBF



Macumba ideológica: uma receita de como defender o indefensável e impedir as mudanças.
Confiram:

1.     FIFA, CBF manobrando interesses gigantescos do marketing esportivo e dos direitos de transmissão montaram uma estrutura mundial de corrupção.

2.     Aí, a CBF impõe ao Brasil o maior vexame futebolístico da história.

3.     O efeito positivo é abrir a discussão para reformular o futebol brasileiro.

4.     Reformulação passa por definir futebol como política pública. Ou seja, criar uma agência reguladora, acabar com os abusos de poder econômico da CBF, impor uma lei fiscal para os clubes, definir uma legislação que liquide, de vez, com o poder corrupto da CBF, acabar com a eternização dos dirigentes esportivos e coibir a cooptação esportiva nas eleições da entidade.

5.     Basta, no entanto, levantar uma palavrinha mágica – Futebobras – para desviar totalmente a discussão. É estatização, não é estatização. Repórteres atilados – desses que conseguiram montar matérias sobre a estratégia do Planalto para enfrentar a derrota de 7 x 1 mal o jogo tinha acabado – alimentam a fogueira, dizendo que a presidente puxou a orelha do Ministro dos Esportes pelo fato de ele ter sugerido a estatização. Apesar do episódio Pasadena mostrar que tudo é possível, duvido que Dilma tenha embarcado nessa jogada.

6. Regulação é elemento central de funcionamento de qualquer mercado. E a regulação sempre é encaminhada pelo Executivo.

7.     Disse-não-disse-porque disse-se não disse e agora a discussão vem para o nível abaixo da terra, onde costuma ser enterrada qualquer ideia que signifique modernização do país.

Quando escrevi “O caso de Veja” (clique aqui) contei como se dava a esperteza do macartismo, da ideologização rasteira. Monte a teoria conspiratória, crie a ameaça vermelha. Depois, aproveite a radicalização para jogar para debaixo do manto macartista todas as jogadas e malandragens do seu interesse.

Enfrentar uma organização suspeita, agora, passa a ser estatização. Conte outra!

O futebol conseguiu colocar na sala do poder a mais corrupta estrutura da vida pública brasileira. Espera-se que a inclusão da CBF entre os valores de mercado desta vez não cole. A CBF não representa o mercado, não representa o setor privado e não representa a modernização. É como o jogo de bicho para as escolas de samba.

Um princípio básico do papel da lei na democracia: "entre o forte e o fraco é a liberdade que escraviza e é a lei que liberta". O forte é a CBF e a cadeia improdutiva dos patrocínios e das transmissões.

http://jornalggn.com.br/noticia/a-malandragem-ideologica-para-defender-a-cbf

Futebol: nos EUA não tem monopólio da Globo ! | Conversa Afiada

E isso ia ser só da Globo, amigo navegante ?






O Viomundo
do Azenha publicou sen-sa-cio-nal reportagem de Heloisa Villela sobre a
relação entre o Esporte e a televisão, nos Estados Unidos, a pátria do
capitalismo selvagem.

Se lá é assim, aqui, com o monopólio da Globo e sua nociva influência – veja como Arrocho Neves a protege, desde já  – o que se pratica é a Economia da Barbárie, não prevista no Capital, de Marx, nem do Piketty.
(Não deixe de ler também sobre o embuste da Privataria Tucana (na Inglaterra)).

Heloisa Villela: Nos Estados Unidos, ligas não aceitam monopólio nas transmissões e trabalham pelo equilíbrio entre os clubes



Cento e dez milhões de
telespectadores. Este foi o público da última final do campeonato de
futebol americano, o Super Bowl, no dia 2 de fevereiro deste ano.

Com
um público desta envergadura, não é à toa que o futebol americano fique
com o filé mignon, ou melhor, com o caviar do bolo publicitário, não
apenas dos eventos esportivos mas dos eventos que a televisão dos
Estados Unidos transmite ao vivo. Para se ter uma ideia, cada comercial
de trinta segundos, nos intervalos da partida, custou cerca de 4 milhões
de dólares. Claro, a exposição é garantida.

O público faz
questão de assistir ao jogo na hora em que ele está acontecendo. Ninguém
vai gravar a partida para ver mais tarde, porque se torna impossível
não saber o resultado antes de tocar a gravação. A grande emoção é
acompanhar lance a lance. Torcer. Vibrar e ficar arrasado, junto com
todos os outros torcedores espalhados pelo país, unidos diante da
telinha.

Os patrocinadores e os donos dos times sabem que a final
do futebol americano é o único evento que comanda essa audiência e tem
tudo para continuar comandando.

Mas, ao contrário de outros
paises, nos Estados Unidos o esporte é organizado para dar lucro. No
caso do futebol americano, um trator, máquina de fazer dinheiro. Como
eles chegaram lá é o que interessa.

Uma lei federal, assinada no
começo dos anos 60, garantiu aos times a possibilidade de agregar a
venda dos direitos de transmissão dos jogos, sempre em leilão. Nunca
ficam nas mãos de uma única emissora.

A NFL, National Football
League, que reúne os 32 times profissionais do país, divide a temporada
em pacotes diferentes, para explorar melhor o produto.

Funciona
da seguinte maneira: o campeonato nacional tem duas ligas, com dezesseis
times cada. O campeão de uma joga com o campeão da outra na grande
final. Só aí,  já são três pacotes de transmissões para vender. O
campeonato da chamada Conferência Nacional, o da Conferência Americana e
a final, o Super Bowl.

O último contrato que a NFL fechou com as tevês vigora até 2022 e vai render cerca de 5 bilhões de dólares por ano aos clubes.

As redes CBS, FOX e NBC entraram no racha da tevê aberta.

A
CBS transmite os jogos de uma conferência, a FOX os da outra e a NBC
ficou com a partida que abre a temporada, numa quinta-feira à noite, um
jogo durante o feriado de Ação de Graças, quando o país para e todo
mundo vê televisão, e a melhor partida do domingo à noite enquanto a
temporada está em andamento, durante quatro meses.

A NFL já faz
planos para elevar a arrecadação com a venda de direitos, ingressos e
merchandising para 25 bilhões de dólares até 2027.

Ninguém ficou escandalizado com o plano mais recente que veio à tona.

A
liga inventou, há dois anos, um novo pacote. Os jogos de quinta-feira à
noite, que não faziam parte do calendário das transmissões esportivas.

Eles
foram promovidos, primeiro, como exclusividade da NFL Network: a liga
de futebol americano tem sua própria rede de TV. Este ano, o pacote já
foi vendido à CBS por U$ 250 milhões. São apenas oito jogos.

Quem
inventou essa história de ter rede de teve própria foi a liga de
basquete dos Estados Unidos, a NBA, National Basketball Association.

Em
2008 a liga licenciou os direitos digitais do basquete para a Turner
Sports. A empresa passou a administrar o site NBA.com e a NBA TV.

A audiência das duas plataformas cresceu rapidamente.

Hoje, a NBA TV entra em 60 milhões de domicílios do país.

Agora,
a liga está em plena negociação do próximo pacote de direitos de
transmissão, que vence em dois anos, e já pensa em trazer de volta, para
dentro da NBA, os direitos digitais.

Existem conversas em andamento com o YouTube, com quem a NBA já lançou um canal para a liga do verão e a chamada liga D.

Antenada
nas mudanças do mercado esportivo, a NBA está pensando em mudar a
rodada de quinta-feira para outro dia da semana, para não bater de
frente com a nova transmissão da NFL. Ninguém quer competir com o
futebol americano.

Hoje, a NBA fatura U$ 7,5 bilhões com os contratos de transmissão dos jogos de basquete.

Dinheiro que é dividido igualmente entre os 30 times profissionais do país.

Aliás,
a preocupação em nivelar os clubes é grande, em todas as ligas. Não é
que aqui exista alguma preocupação com a igualdade de condições. Nada
disso. Questão de marketing.

Existe a compreensão de que o
campeonato só é bom, só vai atrair muitos torcedores e telespectadores,
se houver disputa acirrada, entre times equilibrados. Uma partida de
futebol que termina em 7 a 1, vamos combinar, não tem muita graça.

O que fazem as ligas de beisebol, futebol americano e basquete para garantir a emoção dos jogos, hoje, e a qualidade no futuro?

Adotaram o salário teto e o chamado imposto do luxo.

Os
times trabalham com um limite de gastos, um teto para o conjunto dos
salários dos jogadores. Não é baixo. Os atletas ganham um bocado. No
caso da NBA, o volume máximo de salário que cada time pode pagar ao seu
conjunto de jogadores é de 63 milhões de dólares por ano. Claro que os
grandes nomes tem renda complementada por patrocínios específicos. Kobe
Bryant, por exemplo, com os patrocínios fatura U$ 30 milhões por ano.

Se
fosse em salário, seria quase metade de tudo o que os Los Angeles
Lakers podem investir na remuneração de seu elenco completo.

Se
um time quer gastar os tubos para contratar um craque, sabe que vai ter
de segurar o salário do resto da turma. Não vai ter fôlego para comprar
os 3 ou 4 melhores jogadores do país.

Dessa forma, em princípio,
todo clube tem a oportunidade de comprar o passe de um peso-pesado, seja
o Moto Clube ou o Corinthians daqui.

Quem passa do limite paga à
liga o chamado imposto de luxo sobre cada dólar ultrapassado. O imposto
aumenta exponencialmente para os times que ferem a regra
consecutivamente.

Um clube que não dá pelota para o imposto é o
multibilionário New York Yankees, o Real Madrid do beisebol. Desde que o
imposto foi criado, em 2003, o clube ultrapassou o limite todos os
anos. Recentemente, foi obrigado a pagar 28 milhões de dólares em
imposto sobre o luxo.

Isso não significa domínio dos Yankees, já
que mesmo clubes de mercados muito menores, com dinheiro garantido pela
venda coletiva dos direitos de transmissão, podem formar times campeões.

Nos
últimos dez anos, os Yankees, baseados numa cidade de cerca de 9
milhões de habitantes, com um região metropolitana de mais de 20
milhões, foram campeões nacionais uma vez, em 2009; enquanto isso, os
St. Louis Cardinals, da Louisiana, de uma cidade de 350 mil habitantes
numa região metropolitana de cerca de 3 milhões de pessoas, ganharam o
título nacional duas vezes, em 2006 e 2011.

No futebol americano,
os dois ganhadores mais recentes do Super Bowl — Baltimore Ravens e
Seattle Seahawks –, são de duas cidades relativamente pequenas, com 600
mil habitantes, de extremos opostos do país. É como se o Figueirense
fosse campeão brasileiro de futebol em um ano e o Clube do Remo no ano
seguinte. Nos últimos dez anos, oito clubes diferentes ganharam o título
supremo do futebol americano.

No basquete, o time de Nova York está na fila do título nacional há 40 anos. Nem por isso correu o risco de morrer.

Na
NBA, os clubes não faturam somente com a venda da transmissão nacional
de seus jogos. Cada time negocia, também, com as tevês locais.

Os
Lakers, por exemplo, fecharam em 2011 o contrato mais caro da história
da NBA. Fizeram um acordo de 20 anos com a Time Warner Cable, que prevê o
lançamento de dois canais regionais de esportes, um em inglês e outro
em espanhol, no valor de U$ 4 bilhões.

No ano passado, os trinta
times da NBA faturaram juntos, com esses contratos regionais, U$ 628
milhões, que correspondem a 33% de toda a receita da liga com as
diferentes mídias, de U$ 1,9 bilhão. A maior fatia, de 53%, veio dos
direitos de transmissão nacionais.

O que isso significa? Que além
de ter uma exposição nacional, atraindo os patrocinadores mais
endinheirados, os clubes tem ampla divulgação regional, junto a seus
próprios torcedores. Se apenas uma fração deles comprar ingressos, é
casa cheia.

Seria, mal comparando, como se o ABC de Natal tivesse
garantia de algumas partidas transmitidas para todo o Brasil, mais
exposição completa em seu próprio mercado, em emissoras diferentes. Com
isso, conseguiria encher a Arena das Dunas, arrumar um patrocinador
regional e outro nacional para sua camiseta e, o mais importante, ter um
time competitivo para enfrentar equipes de estados maiores e mais
ricos.

Na temporada 2012-13 de basquete da NBA, enquanto quatro
clubes gastaram mais que faturaram, os outros 26 tiveram lucro. Um
cenário bem diferente daquele que se vê no Brasil, onde mesmo clubes de
grandes torcidas vivem endividados e frequentemente caem para a segunda
divisão.

PS do Viomundo:
No
Brasil não é a Globo que serve ao esporte, mas o esporte que serve à
Globo. Alguns clubes, sim, recebem uma bolada da emissora, os de maior
torcida e audiência. Os outros que se virem. É o esporte
pré-capitalista, em que os peixes pequenos vão ficando pelo caminho.
Para se ter uma ideia, é só listar o grande número de clubes de futebol
literalmente extintos no Brasil nas últimas décadas.

http://www.conversaafiada.com.br/economia/2014/07/12/futebol-nos-eua-nao-tem-monopolio-da-globo/#.U8FBy8Qpg-M.blogger

Dilma à Globo: foi a elite branca, sim ! | Conversa Afiada

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