terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O ocaso de Eduardo Cunha.



Eduardo Cunha definitivamente tem enormes dificuldades de perceber que sua situação atual é de extrema fragilidade e o horizonte mais imediato que o espera será a prisão, se antes não cair da presidência da câmara, além de perder o mandato no plenário.
Mas isso decorre da doença que contamina uma parcela da sociedade, o ódio ao PT, conjugado ao uso do cargo de presidente da câmara para interferir no andamento dos trabalhos do conselho de ética, visando, com toda sorte de chicana, impedir que a denúncia, da Rede e do PSOL, seja apreciada e aceita pelos membros daquele órgão, cujas consequências imediatas, passa pela perda do cargo, do mandato e da prerrogativa de foro depois do voto em plenário.
Desde que assumiu a presidência da câmara, Cunha não tem feito outra coisa que não seja causar dificuldades ao governo, tumultuando o ambiente econômico a todo custo, com a tal da "pauta bomba", que criou novos gastos, num momento de grandes dificuldades para os cofres públicos, minguados pelas sucessivas queda na arrecadação.
Movido pelo ódio figadal ao governo, reuniu uma tropa de mercenários que comanda à base da chantagem, do compadrio e do patrimonialismo, gerando uma crise política sem precedente na história republicana.
Por quase um ano Eduardo Cunha foi o presidente de fato do Brasil, a figura mais exponencial dos três poderes. Com sua audácia de criminoso, conseguiu inocular qualquer reação aos seus métodos de atuação, agindo livremente e sem nenhum pudor, da maneira que bem quis, sem que ninguém ou nada o impedisse, até ser desmascarado pelo ministério público suíço, que revelou um conjunto de contas secretas multimilionárias, as quais negava possuir, cometendo perjúrio diante dos membros de uma CPI, instalada para apurar as falcatruas na Petrobras.

Seus aliados na velha mídia, a oposição de fato, o blindaram o quanto puderam porque tinha a serventia de paralisar o governo, de aceitar quando bem entendesse o pedido de impeachment da presidenta que manteve em sua gaveta, como forma de chantagear o governo e angariar os votos do PT no conselho de ética para livrar-se do processo de cassação de seu mandato.

A negativa de apoio do PT à rejeição da denuncia que se encontra no conselho de ética, foi a senha para Cunha aceitar o pedido de impeachment, uma retaliação abaixo da linha de cintura que causou grande ojeriza nos meios mais esclarecidos dos estamentos, demonstrando a falta de limites e a disposição para o vale tudo, independentemente das consequências políticas e jurídicas geradas por este ato tresloucado.

E prosseguiu inescrupulosamente a obstruir todas as investigações, se valendo das prerrogativas do cargo. Adiou por sete vezes a votação no conselho de ética. Conseguiu que o relator de seu processo fosse afastado. O desenfreio era tamanho que só resultou efetivamente em medidas para contê-lo, depois que a velha mídia percebeu que o impeachment que depende fundamentalmente de apoio popular, começou a fazer água, porquanto até o mais inveterado antipetista, entre o povo, se deu conta de que um bandido não pode comandar o processo de ruptura institucional que passa pela cassação do mandato presidencial, ocupado por uma mulher reconhecidamente honesta, contra a qual não pesa nenhuma acusação de cometimento de crimes.

Isto ficou claro com o fiasco das "minifestações" do dia 13 passado quando as ruas ficaram vazias e todas as expectativas de um enorme público foram frustradas.

Antevendo que esse seria o desfecho, os aliados de Cunha na velha mídia passaram a exigir do PGR, até então imobilizado por um espírito de covardia, não verificado no caso do senador Delcídio do Amaral, preso contra todas as regras constitucionais, num malabarismo Mandraque, que medidas mais drásticas fossem tomadas.

Não demorou e poucos dias após, a PF desencadeia a operação catilinárias de busca e apreensão na residência de Cunha e de outros cinquenta acusados. O que foi feito agora, poderia ter sido feito antes, se o PGR não agisse em conformidade com os interesses midiáticos pelo impeachment que só seguirá em frente com apoio popular. Enquanto Cunha estiver comandando o rito do impeachment, as manifestações pela cassação do mandato de Dilma serão esvaziadas, de modo que urge sua queda. 

Hoje, Eduardo Cunha, é um cadáver insepulto, exalando mal cheiro. Contudo, já anunciou que não se dará por vencido e disse que não renuncia, que é preciso mais do que isso para fazê-lo. Continua a desafiar abertamente as instituições. Só vai compreender a situação delicada que enfrenta quando estiver com as algemas em seus pulsos.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Cunha o gangster que comanda o golpe



É preciso reconhecer que a instabilidade política do momento atual advém da escolha errada feita pela presidenta Dilma, imediatamente depois de ter sido eleita.

Sua vitoriosa campanha conseguiu reverter uma tendência que se mostrava majoritária no sentimento do eleitor que desejava votar na mudança.

Durante a campanha o eleitor percebeu que nem Aécio e nem Marina representava essa mudança desejada e votou pela continuidade do governo, acreditando que a então candidata Dilma, cumpriria todas promessas de campanha apresentadas no horário eleitoral gratuito, nos debates e no seu programa de governo.

Para surpresa geral, a presidenta eleita, contrariando todas as expectativas, recolhe-se, quando a oposição continuava em campanha, mesmo passadas as eleições, e quando reaparece é para anunciar que faria um governo tecnocrata, totalmente contrário ao que defendeu durante a campanha.
Isso causou um sentimento de revolta em sua base de sustentação popular, gerando enormes insatisfações, que refletiu nos índices de popularidade, levando-a ao fundo poço, em termos de avaliação em pesquisas de opinião pública.

É desse caldeirão efervescente que a oposição emergiu com força e agora estamos às portas de um golpe de Estado que jamais seria pensado se a presidenta ostentasse os níveis estratosféricos de popularidade que acompanharam seu primeiro mandato, excetuando o período das jornadas de Junho de 2013, que foram também resultantes da falta de percepção política, em relação a uma gigantesca mobilização silenciosa que nasceu nos subterrâneos da Web e nas suas redes sociais, sem que nada tivesse sido feito efetivamente para inocular, já no nascedouro, o vírus que agora ameaça ferir de morte nossa jovem democracia.

Uma conjunção de forças conservadoras e reacionárias dentro e fora do país que unem judiciário, ministério público, políticos dos mais diversos matizes e parte significativa do povo brasileiro, todos juntos em prol de um golpe de Estado que não encontra paralelo na história da República, comandado por um bandido, sob os olhares complacentes do Procurador Geral que se nega por covardia a tomar as medidas legais que a boa fumaça do direito está a reclamar dele.

Desse STF eu não espero nada e nem acredito que na atual conjuntura a situação seja revertida.
Eduardo Cunha deu hoje, tanto no conselho de ética, quanto na votação secreta da comissão que irá avaliar o impeachment que é um homem totalmente fora de controle e não demonstra nenhum temor, seja do Procurador Geral que desafia abertamente, seja do STF, cujo precedente envolvendo o senador Delcídio Amaral, preso por supostamente obstruir a justiça, encara com a maior leviandade e cinismo.

Diante dessa quadra fica claro que as forças institucionais estão a favor do golpe de Estado. Se não o defendem abertamente, o faz às escondidas com um sorriso íntimo voltado para as ações criminosas praticadas pelo gangster Eduardo Cunha.