quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Globo confirma saída de Fátima Bernardes


Kamel: validade vencida



A Globo confirma a saída de Fátima Bernardes do “JN”. No lugar dela deve entrar Patrícia Poeta – atual apresentadora do “Fantástico”.

Fiz hoje pela manhã – no twitter e no facebook – algumas observações sobre a troca; observações que agora procurarei consolidar nesse post. Vejo que há leitores absolutamente céticos: “ah, essa troca não quer dizer nada”. Até um colunista de TV do UOL, aparentemente mal infomado, disse o mesmo. Discordo.


Primeiro ponto: a Patrícia Poeta é mulher de Amauri Soares. Nem todo mundo sabe, mas Amauri foi diretor da Globo/São Paulo nos anos 90. Em parceria com Evandro Carlos de Andrade (então diretor geral de jornalismo), comandou a tentativa de renovação do jornalismo global. Acompanhei isso de perto, trabalhei sob comando de Amauri. A Globo precisava se livrar do estigma (merecido) de manipulação – que vinha da ditadura, da tentativa de derrubar Brizola em 82, da cobertura lamentável das Diretas-Já em 84 (comício em São Paulo foi noticiado no “JN” como “festa pelo aniversário da cidade”), da manipulação do debate Collor-Lula em 89.


Amauri fez um trabalho muito bom. Havia liberdade pra trabalhar. Sou testemunha disso. Com a morte de Evandro, um rapaz que viera do jornal “O Globo”, chamado Ali Kamel, ganhou poder na TV. Em pouco tempo, derrubou Amauri da praça São Paulo.


Patrícia Poeta no “JN” significa que Kamel está (um pouco) mais fraco. E que Amauri recupera espaço. Se Amauri voltar a mandar pra valer na Globo, Kamel talvez consiga um bom emprego no escritório da Globo na Sibéria, ou pode escrever sobre racismo, instalado em Veneza ao lado do amigo (dele) Diogo Mainardi.


Conheço detalhes de uma conversa entre Amauri e Kamel, ocorrida em 2002, e que revelo agora em primeira mão. Amauri ligou a Kamel (chefe no Rio), pra reclamar que matérias de denúncias contra o governo, produzidas em São Paulo, não entravam no “JN”. Kamel respondeu: “a Globo está fragilizada economicamente, Amauri; não é hora de comprar briga com ninguém”. Amauri respondeu: “mas eu tenho um cartaz, com uma frase do Evandro aqui na minha sala, que diz – Não temos amigos pra proteger, nem inimigos para perseguir”. Sabem qual foi a resposta de Kamel? “Amaury, o Evandro está morto”.


Era a senha. Algumas semanas depois, Amauri foi derrubado.


Kamel foi o ideólogo da “retomada consevadora” na Globo durante os anos Lula. Amauri foi “exilado” num cargo em Nova Yorque. Patrícia Poeta partiu com ele. Os dois aproveitaram a fase de “baixa” pra fazer “do limão uma limonada”. Sobre isso, o Marco Aurélio escreveu, no “Doladodelá”.


Alguns anos depois, Amauri voltou ao Brasil para coordenar projetos especiais; Patrícia Poeta foi encaixada no “Fantástico”. Só que Amauri e Kamel não se falavam. Tenho informação segura de que, ainda hoje, quando se cruzam nos corredores do Jardim Botânico, os dois se ignoram. Quando são obrigados a sentar na mesma mesa, em almoços da direção, não dirigem a palavra um ao outro. Amauri sabe como Kamel tramou para derrubá-lo.


Pois bem. Já há alguns meses, logo depois da eleição de 2010, recebemos a informação de que Ali Kamel estava perdendo poder. Claro, manteria o cargo e o status de diretor, até porque prestou serviços à família Marinho – que pode ser acusada de muita coisa, mas não de ingratidão.


Otavio Florisbal, diretor geral da Globo, deu uma entrevista ao UOL no primeiro semestre de 2011 dizendo que a Globo não falava direito para a classe C (o Brasil do lulismo). Por isso, trocou apresentadores tidos como “elitistas” (Renato Machado saiu pra dar lugar ao ótimo Chico Pinheiro – aliás, também amigo de Amauri). A  Globo do Kamel não serve mais.


Lembremos que, desde o começo do governo Lula, a Globo de Kamel implicava com o “Bolsa-Família”. Kamel é um ideólogo conservador. Por isso, nós o chamávamos de “Ratzinger” na Globo. É contra quotas nas universidades, acha que racismo não existe no Brasil. Botou a Globo na oposição raivosa, promoveu a manipulação de 2006 na reeleição de Lula (por não concordar com isso, eu e mais três ou quatro colegas fomos expurgados da Globo em 2006/2007). E promoveu a inesquecível cobertura da “bolinha de papel” em 2010 – botando o perito Molina no “JN”. Nas reuniões internas do “comitê” global, ao lado de Merval Pereira, tentava convencer os irmãos Marinho dos “perigos” do lulismo.


Lula sabe o que Kamel aprontou. Tanto que no debate do segundo turno, em 2006, nem cumprimentou Kamel quando o viu no estúdio da Globo. Isso me contou uma amiga que estava lá.


Os irmãos Marinho parecem ter percebido que Kamel os enganou. O lulismo, em vez de perigo, mudou o Brasil pra melhor. Mais que isso: a Globo agora precisa de Dilma para enfrentar as teles, que chegam com muito dinheiro e apetite para disputar o mercado de comunicação. Kamel já não serve para os novos tempos. Assim como os “pitbulls” Diogo Mainardi e Mario Sabino não servem para a “Veja”.


Dilma buscou os donos da mídia, passada a eleição, e propôs a “normalização” de relações. O governo seguiu apanhando, na área “ética” – é verdade. O que não atrapalha a imagem de Dilma. Há quem veja na tal “faxina” um jogo combinado entre a presidenta e os donos da mídia. Será? Dilma tiraria as “denúncias” de letra (o custo ficaria para Lula e os aliados). Do outro lado, os “pitbulls” perderiam terreno na mídia. É a tal “normalização”. Considero um erro estratégico de Dilma. Mas quem sou eu pra achar alguma coisa. O fato é que a estratégia hoje é essa!


Patricia Poeta no “JN” parece indicar que a “normalização” passa por Ali Kamel longe do dia-a-dia na Globo (ele ainda tenta manobrar aqui e ali, mas já sem a mesma desenvoltura). Isso pode ser bom para o Brasil.


Não é coincidência que a Globo tenha permitido, há poucos dias, aquela entrevista do Boni admitindo manipulação do debate de 89. A entrevista (feita pelo excelente jornalista Geneton de Moraes Neto) foi ao ar na “Globo News”. Alguém acha que iria ao ar sem conhecimento da família Marinho? Isso não acontece na Globo!


Durante os anos de poder total de Kamel, a Globo tentou “reescrever” o passado – em vez de reconhecer os erros. Kamel chegou a escrever artigo hilário, tantando negar que a Globo tenha manipulado a cobertura das Diretas. Virou piada. Até o repórter que fez a “reportagem” em 84 contou pros colegas na redação (eu estava lá, e ouvi) – “o Ali é louco de tentar negar isso; todo mundo viu no ar”.


Ali Kamel nega o racismo, nega a manipulação, nega a realidade. Freud explica.


Agora, Boni reconhece que a Globo manipulou em 89. Isso faz parte do movimento de “normalização”. O enfraquecimento de Kamel também faz.


Tudo isso está nos bastidores da troca de apresentadores do “JN”. Mas claro que há mais. Há a estratégia televisiva, pura e simples. Fátima Bernardes deve comandar um programa matutino na Globo. As manhãs são hoje o principal calcanhar de aquiles da emissora carioca. A Record ganha ou empata todos os dias. Com o “Fala Brasil”, e com o “Hoje em Dia”. Ana Maria Braga não dá mais conta da briga – apesar de ainda trazer muita grana e patrocinadores.


Fátima deve ter um novo programa nas manhãs. Ana Maria será mantida. Até porque na Globo as mudanças são sempre lentas – como no Comitê Central do PC da China. A Globo é um transatlântico que se manobra lentamente.


Se a Fátima emplacar, pode virar uma nova Ana Maria. O programa dela deve contar com outras estrelas globais (Pedro Bial, quem sabe?).


A mudança de apresentadores tem esse duplo sentido: enfraquecimento de Kamel (que continuará a ter seu camarote no transatlântico global, mas talvez já não frequente tanto a cabine de comando); e estratégia pra recuperar audiência nas manhãs.


A conferir.

Paulinho declara guerra ao PT




Paulinho declara guerra ao PTFoto: ED FERREIRA/AGÊNCIA ESTADO

PARA O DEPUTADO DO PDT-SP, PARTIDO DOS TRABALHADORES QUER TIRAR CARLOS LUPI DO MINISTÉRIO DO TRABALHO "A FÓRCEPS"; PAULINHO SUGERIU QUE PDT PODE VIRAR AS COSTAS AO PT JÁ NA PRÓXIMA ELEIÇÃO MUNICIPAL

Por Agência Estado
01 de Dezembro de 2011 às 21:00Agência Estado
As relações entre o PT e o PDT azedaram de vez. Um dia depois de o presidente do PT, Rui Falcão, dizer que há "aparelhamento" do Ministério do Trabalho, comandado por Carlos Lupi, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) não escondeu o incômodo e partiu para o contra-ataque. "O PT quer tirar o Lupi a fórceps", disse ele. Presidente da Força Sindical, Paulinho, como é conhecido, lembrou que o PDT foi o primeiro partido aliado a apoiar Dilma Rousseff na disputa pela Presidência, no ano passado. Sugeriu, porém, que seu partido pode virar as costas para o PT na eleição para a Prefeitura de São Paulo, em 2012.
"Estamos a 10 meses das próximas eleições. Será que Rui Falcão já está desprezando o eventual apoio da central e do partido em São Paulo?", provocou o deputado, que pode concorrer à sucessão do prefeito Gilberto Kassab, numa referência à candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad. Na entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada hoje, Falcão disse que não deveria haver representação das centrais sindicais nas delegacias regionais do Trabalho. Foi mais longe: criticou a concessão de cartas sindicais "sem critério" e defendeu o fim do imposto sindical.
Nos últimos dias, o Ministério dirigido por Lupi - que é presidente licenciado do PDT - foi alvo de denúncias envolvendo pagamento de propina para obtenção de registros sindicais. "O presidente do PT, ao primeiro sinal de água, está se curvando ao denuncismo sem provas e deixando o ministro do Trabalho na chuva e sem guarda-chuva", insistiu Paulinho.
Pelas contas de Falcão, filiados ao PDT ocupam 20 das 27 delegacias regionais do Trabalho. Disse, porém, não estar reivindicando cargo para os petistas. "Mesmo que fosse o PT no Ministério não deveria haver uma ocupação partidarizada das delegacias do Trabalho, nem pelo partido nem pela CUT, e muito menos essa política de proliferação de cartas sindicais", argumentou Falcão.
Furioso, o presidente da Força Sindical afirmou que foi o PT quem montou uma república de sindicalistas na Esplanada. "Nas gestões dos ministros Jaques Wagner, Berzoini e Marinho todas as secretarias e diretorias do Ministério do Trabalho eram ocupadas por sindicalistas e economistas da CUT", insistiu Paulinho. Wagner (hoje governador da Bahia), Marinho (prefeito de São Bernardo do Campo) e Berzoini, atualmente deputado, foram ministros do Trabalho no governo Lula. Na tentativa de rebater acusações de que o PDT adota uma política de "porteira fechada" no Trabalho, controlando todos os cargos, Paulinho fez questão de destacar que a Secretaria de Economia Solidária é ocupada pelo petista Paul Singer.

FGTS socorre mico de Eike Batista com R$ 1 bilhão



FGTS socorre mico de Eike Batista com R$ 1 bilhãoFoto: DIVULGAÇÃO

EMPRESÁRIO QUE LANÇA LIVRO DE AUTOAJUDA NA PRÓXIMA SEMANA, ACABA DE SER AJUDADO PELO FUNDO DE GARANTIA; R$ 1 BILHÃO DOS TRABALHADORES ESTÃO SENDO DIRECIONADOS PARA A EMPRESA LLX, CUJAS AÇÕES CAÍRAM 37,4% NO ANO; O MERCADO DESCONFIA DO EMPRESÁRIO, MAS O GOVERNO APOSTA ALTO

01 de Dezembro de 2011 às 21:17
247 – No jargão do mercado financeiro, uma ação que derrete nas mãos dos investidores é chamada de “mico”. Um desses papéis é o da empresa LLX, do bilionário Eike Batista. Esta empresa constrói no Rio de Janeiro o Porto do Açu e suas ações já caíram 37% no ano, enquanto a queda do Índice Bovespa é de 16,9%. No mercado, os negócios de Eike Batista são vistos com desconfiança crescente pelos investidores, mas o mesmo não pode ser dito pelos gestores do FI-FGTS, um fundo administrado pela Caixa Econômica Federal e pelo Ministério do Trabalho, que aplica recursos dos trabalhadores. Nesta semana, o FI-FGTS socorreu a LLX com uma operação de R$ 1 bilhão, que acaba de sair do forno. É um empréstimo subsidiado, muito abaixo da taxa Selic.
Nesta semana, o Brasil 247 publicou diversas reportagens sobre o que vem sendo feito com o FGTS. Nos últimos três anos, foram desembolsados R$ 17 bilhões pelo FI-FGTS, dos quais quase R$ 4 bilhões foram direcionados à Odebrecht. Neste caso, não foram nem sequer empréstimos. Usando dinheiro dos trabalhadores, o governo comprou participações minoritárias em vários negócios da empreiteira baiana (leia mais aqui). O FI-FGTS também foi usado para comprar ações de empreendimentos da Alusa, do empresário Paulo Godoy, que se notabilizou pelo episódio dos dólares na cueca (leia mais aqui). Agora, com Eike Batista, é mais um empresário próximo ao poder que acessa os cofres do FGTS – o bilionário carioca, além de financiar o filme “Lula, o filho do Brasil”, também pagou milhões por um terno de Lula, num leilão beneficente organizado pela ex-primeira-dama Marisa Letícia.
O xis da questão
Embora recorra com frequência a favores oficiais, Eike Batista decidiu lançar um livro de autoajuda. Nesta segunda-feira, será lançado, no Rio de Janeiro o livro “O X da questão – A trajetória do maior empreendedor do Brasil”, escrito por seu assessor de imprensa Roberto D´Ávila e publicado pela editora Sextante.
O livro é destinado a futuros empreendedores e traz lições de Eike. Uma delas seria aplicar o chamado “stop loss”, ou seja, ter coragem para realizar os prejuízos quando um determinado investimento não traz os resultados esperados. Os negócios de Eike, que ainda são promessas, até agora não geraram lucros. Mas o bilionário carioca não precisou realizar o prejuízo porque encontrou guichês abertos no governo federal, seja no BNDES, seja no FI-FGTS.
Procurada pela reportagem do Brasil 247, a empresa do grupo EBX limitou-se a dizer que "A LLX não contratou nenhum financiamento com o FI-FGTS". A Caixa não se manifestou a respeito até o fechamento da edição. O financiamento de R$ 1 bilhão foi pedido e aprovado.

Jornal Nacional: A influência continua?



Foto: Divulgação

A SUBSTITUIÇÃO DE FÁTIMA BERNARDES POR PATRÍCIA POETA NA BANCADA APONTA PARA UMA REDEFINIÇÃO DO PRINCIPAL TELEJORNAL BRASILEIRO; A APRESENTADORA DO FANTÁSTICO LEVA BELEZA PARA OS TELESPECTADORES, NA TENTATIVA DE REVERTER UM DOS PIORES ÍNDICES DE AUDIÊNCIA DO JN, QUE TINHA MAIS DE 50 PONTOS NO IBOPE COM CID MOREIRA E SÉRGIO CHAPELIN; MAS PATRÍCIA TEM CREDIBILIDADE?

01 de Dezembro de 2011 às 12:49
247 – A escolha da apresentadora do Fantástico para substituir Fátima Bernardes na bancada do Jornal Nacional acena para uma mudança no perfil do principal telejornal brasileiro. A chegada de Patrícia Poeta indica que o JN vai ter um caráter mais revistado, como o programa dominical, com jeito descontraído e até mais glamour. A decisão de levar para o lugar de Fátima a jornalista consagrada como “garota do tempo” pode ser uma manobra da TV Globo para alavancar a audiência do Jornal Nacional. Enquanto nos tempos áureos de Cid Moreira e Sérgio Chapelin, o JN registava mais de 50 pontos no Ibope, hoje a média é de 30 pontos (segundo a Record, 29).
Apesar de bastante vistosa, Patrícia não tem a trajetória de Fátima, que começou carreira na Globo como trainee, atuou em várias áreas de produção e reportagem até ascender à âncora, em 1998, ao lado do marido, William Bonner. A recém-anunciada âncora do Jornal Nacional começou carreira na Band em Porto Alegre, em 1997. Três anos depois, mudou-se para São Paulo para apresentar na Globo a previsão regional do tempo. Em 2001, casou com o então diretor da Globo Internacional, Amauri Soares, e tornou-se correspondente em Nova York. Sete anos depois, substitutiu Glória Maria no Fantástico.
Neste ano, Patrícia Poeta protagonizou uma gafe presidencial que virou meme na internet. Ela levou uma patada de Dilma Rousseff e ficou visivelmente constrangida no ar. Ao tratar das ações do Congresso Nacional, a jornalista perguntou: “Como é que a senhora controla esse toma-lá-dá-cá, cada vez mais sem cerimônias das bancadas?” À queima roupa, Dilma disparou: “Você me dá um exemplo do dá-cá que eu te explico o toma-lá”.
Mas a falta do jogo de cintura da jornalista não implicou reprovação dela no teste da direção da Globo. Justamente porque a emissora busca agradar à audiência de hoje com menos hard news – política e economia – e mais frivolidades. Patrícia Poeta faz o estilo jornalista-modelo, não por ser um exemplo de jornalista com carreira impecável, mas uma jornalista com pose de modelo.
Para o público Homer Simpson, como William Bonner definiu o telespectador médio em 2005, seria mais empolgante assistir a notícias bobas e leves do que entender, de fato, as grandes questões do País. Se Cid Moreira e Sérgio Chapelin emprestavam voz e seriedade às notícias do Jornal Nacional, foi William Bonner que se tornou ícone do jornalismo com personalidade da Globo. Primeiro, ao lado de Lillian Witte Fibe e, depois, com Fátima – este dueto, muito bem recebido em milhões de lares brasileiros. A despeito da popular dobradinha, os números da Globo caem ano após ano.
A aposta do JN em Patrícia Poeta lembra a estratégia das telenovelas, cada vez mais depositando fichas em mulheres bonitas às 19h e 21h. Como não ter beleza e “presença” às 20h? Nesse jornalismo que cultiva a aparência (afinal, é TV, oras!), Patrícia Poeta tem credibilidade?

Lula Morais anuncia processos contra as revistas Veja e Época


Lula Morais anuncia processos contra as revistas Veja e Época #TeimaLula @dilmabr

O deputado Lula Morais (PCdoB) informou, na sessão plenária desta quarta-feira (30/11) da Assembleia Legislativa, que o PCdoB nacional protocolou, ontem, três ações contra as organizações Globo e a Editora Abril, responsáveis pela publicação das revistas Época e Veja, respectivamente. Segundo o parlamentar, são caluniosas as matérias dos dois veículos sobre o comunista e ex-ministro do Esporte, Orlando Silva.
Os processos estão na Vara Cível Especial de Brasília. Dois tratam de indenizações e dirigem-se às empresas, enquanto a outra ação é penal e cita os nomes dos jornalistas envolvidos na feitura da reportagem. Lula argumenta que o direito de resposta não foi assegurado nem ao partido nem ao governista, conforme prevê a Constituição Federal de 1988. Silva é acusado de envolvimento em esquema de desvio de verbas, por meio de convênios com organizações não governamentais.

Cinco matérias são citadas. Três foram publicadas na revista Veja em 19 de outubro, 26 de outubro e 2 de novembro intituladas “O ministro recebia dinheiro na garagem”, “A coisa fugiu ao controle” e “Escândalo latente”, respectivamente. No mesmo período, a Época divulgou duas reportagens: “Comunismo de resultados” e “Pcdobolso”.
Da Editora Abril, o PCdoB reivindica o pagamento de 3.000 salários mínimos. Das organizações Globo, 2.000 salários mínimos. “Tomamos essa atitude atendendo a um clamor da militância, que se sentiu ultrajada e caluniada. As calúnias comprovaram o que o PCdoB já colocou como pauta prioritária: a necessidade de regulamentação dos meios de comunicação. As revistas não têm provas nem fontes, mas repetem a falácia”, criticou.
Lula Morais afirmou que a Veja já foi condenada a pagar 400 salários mínimos por protagonizar episódio similar em Pernambuco. “Buscamos a verdade de fato. E não podemos passar incólumes a essas calúnias Querem enlamear nossa honra e nossa história, mas não vamos permitir que isso aconteça”, frisou. Site Dep. Lula Morais.

O opróbio de Ophir, varão de plutarco da república


Os advogados Eduardo Imbiriba e João Batista Vieira dos Anjos ajuizaram nova Ação Popular contra o presidente nacional da Ordem dos Advogados do  Brasil, Ophir Cavalcante Junior.
Dessa vez a acusação é a de que Ophir já estaria afastado há mais de dez anos da Universidade Federal do Pará, na qual é professor, por meio de sucessivas licenças que seriam ilegais e até fraudulentas.
Segundo os advogados, apesar de tais licenças não serem remuneradas, há prejuízo ao erário, uma vez que, ao longo desse período, a UFPA teve de desembolsar dinheiro para pagar outro professor para ministrar as aulas que deveriam ter sido dadas por Ophir.
Eles sustentam que, no período que vai de 31 de dezembro de 1997, quando ingressou como professor na Universidade Federal do Pará, até hoje, Ophir só trabalhou, de fato, por uns três anos, entre o começo de 1998 e março de 2001, quando lhe foi concedida a primeira licença sem vencimentos.
Em outro período, entre 09 de janeiro de 2004 e 01 de agosto de 2005, o hoje presidente nacional da OAB teria ficado à disposição da UFPa, mas sem que fosse designado para ministrar aulas em qualquer disciplina.
Ainda de acordo com os advogados, a concessão dessas sucessivas licenças, que já abrangem um período tão longo, seria ilegal. Ademias, assinalam, há licença concedida pela UFPa a Ophir sem que tenha sido especificado claramente o motivo desse afastamento.
Outro problema é a revogação de tais licenças  pouco antes do término, ou até depois do término, o que, para os advogados, seria um indicativo de fraude.
A mais recente licença concedida ao presidente nacional da OAB, justamente para o exercício desse cargo, vai até 31 de janeiro de 2013.Por isso, eles pedem que a Justiça Federal em Belém conceda liminar para obrigar o retorno imediato de Ophir ao batente.
Querem, ainda, que sejam declaradas nulas todas as licenças concedidas ao longo desses dez anos a Ophir e que ele seja condenado a ressarcir o erário pelos danos que teriam sido causados à União com esse afastamento.
Tais prejuízos se materializariam nos valores gastos pela UFPA com o pagamento de outro professor, “para cumprir as obrigações do réu em seu lugar”.
Imbiriba e João Batista dos Anjos querem, ainda, que Ophir devolva aos cofres públicos a remuneração que teria recebido da UFPa entre janeiro de 2004 e agosto de 2005, vez que teria recebido sem trabalhar, efetivamente, como professor.Assinalam, também, a conduta “ilegal e imoral” de Ophir contra a União, já que, apesar de afastado do batente na UFPa ele permaneceria a advogar em seu escritório particular, inclusive contra organismos federais.
Esse seria o caso de ações judiciais nas quais o escritório de Ophir advogada contra a Fazenda Nacional, o INSS, o CEFET.O escritório também teria atuado em favor de órgãos federais como a Companhia Docas do Pará, a Capaf, do Banco da Amazônia, e até em favor da própria UFPa.Nesse último caso, ressaltam,  haveria até indícios de tráfico de influência, já que aquando da contratação do escritório, em 1991, o procurador chefe da UFPa era o pai de Ophir Junior, o hoje consultor geral do Estado Ophir Filgueiras Cavalcante, que seria um dos fundadores daquele escritório.
“Excelência, o que se vê é o seguinte: o réu tem tempo de atuar normal e diretamente em seu escritório particular, inclusive em ações contra e em favor da União, contra e a favor do Estado, e em ações que envolvem particulares, mas não tem tempo, há mais de dez anos, para cumprir suas obrigações como docente na UFPa. Uma vergonha!”, escreveram os advogados.
E acrescentaram, num capítulo intitulado “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”: “Choca e estarrece que o Réu, autor de frases como ‘o povo tem que ir para as ruas. Hoje é o dia de dar o grito da Independência. Chega de corrupção’ (dita no último 7 de setembro), tenha escondido de todos que é professor da UFPa e está afastado de suas atividades há mais de dez anos, através de licenças fraudulentas e ilegais, tendo nesse período até mesmo recebido sem trabalhar!”.
Eduardo Imbiriba e João Batista dos Anjos também encaminharam o caso, através de Representação (denúncia), ao Ministério Público Federal em Belém.
Na Representação, eles acusam o presidente nacional da OAB de improbidade administrativa, vez que a União estaria sendo obrigada a pagar outro professor para ministrar as aulas que deveriam ser dadas por ele. Além disso, Ophir receberia dividendos de seu escritório particular de advocacia no tempo em que deveria estar trabalhando na Universidade. 

A trajetória de Fátima Bernardes



Quando entrei no programa de estágio do jornal O Globo, em 1987, ouvi comentários sobre ex-estagiária, que acabara de ingressar no telejornalismo. Era Fátima, mas conhecida com o jocoso e preconceituoso apelido de “musa do Méier” – ampliando negativamente o fato de ser mulher e da “Zona Norte”.
Nunca a conheci pessoalmente. Mas lembro-me da tempestade que arrasou o Rio, em fevereiro de 1988. Eu, já repórter de O Globo; Fátima, repórter da TV Globo. Ela estava na Praça da Bandeira – um dos centros da tragédia – transmitindo ao vivo pro telejornal local. A tempestade aumenta, começa o Jornal Nacional, e decidem colocar aquela novata no ar, em rede nacional. Só quem era jornalista naquela época – de tecnologia incipiente – sabe o medo que dava. Fátima foi perfeita. Naquele dia, ela calou a boca de todos que a chamavam de “musa do Méier”. Ela foi mais longe do que todos nós.
Hoje, quando anunciam sua possível saída da bancada do telejornal mais visto do país, insistem em associar seu nome apenas ao editor e marido.
Eu prefiro exaltar a mulher que venceu preconceitos; a jornalista que soube enfrentar as adversidades e que estava no local certo, na hora certa. Fátima Bernardes construiu uma história, que querem diminuir. Para o bem ou para o mal, a “musa do Méier” virou a musa do Brasil.
Da Folha.com

Fátima Bernardes começou carreira como repórter no jornal "O Globo"

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DE SÃO PAULO
A jornalista Fátima Bernardes (17.9.1962 - Rio de Janeiro, RJ) começou sua carreira profissional em 1983 como repórter do jornal carioca "O Globo".
Em fevereiro de 1987 ingressou na Rede Globo de Televisão após ser aprovada em um curso de telejornalismo da emissora. Meses depois passou também a apresentar o extinto "RJTV 3ª Edição".
Em maio de 1989, assumiu a apresentação do "Jornal da Globo", ao lado do jornalista Eliakin Araújo, e em julho do mesmo ano passou a apresentar o telediário em dupla com William Bonner, hoje seu marido.
 Zé Paulo Cardeal/TV Globo 
William Bonner e Fátima Bernardes, apresentadores do "Jornal Nacional" da TV Globo
William Bonner e Fátima Bernardes, apresentadores do "Jornal Nacional" da TV Globo
Em 1993, começou a apresentar a revista eletrônica "Fantástico", ao lado de Celso Freitas e Sandra Annemberg.
Em abril de 1996, assumiu a apresentação e edição do "Jornal Hoje", voltando ao "Fantástico" em 1997 --sua dupla à época era Pedro Bial.
Em 1997, deu à luz os trigêmeos Vinícius, Laura e Beatriz, e pouco tempo depois, em 1998, se tornou âncora do "Jornal Nacional", o principal telejornal da emissora, ao lado de Bonner, cargo que ocupa até hoje.
Neste cargo, destacou-se por ser a enviada especial da Rede Globo por diversas vezes para a Copa do Mundo de Futebol.
"JN"
O "Jornal Nacional" entrou no ar em 1969 com Hilton Gomes e Cid Moreira. Em 1972, Sérgio Chapelin passou a dividir a bancada com Moreira. A dupla comandou o programa durante 11 anos.
Em 1983, Celso Freitas substituiu Chapelin e formou dupla com Cid Moreira por seis anos. Em 1989, Chapelin, que havia ido para o SBT, volta ao "JN". Em 1996, William Bonner e Lillian Witte Fibe assumem a bancada.
Veja abaixo a abertura do "Jornal Nacional" no segundo dia de Fátima Bernardes na bancada:

Patrícia Poeta, o nome da vez




Conheço Patrícia  desde o início da carreira, quando era editor-coordenador do Bom Dia Brasil em São Paulo e ela, recém-chegada do sul, virou apresentadora do mapa tempo, no Bom Dia São Paulo e Bom Dia Brasil, em fevereiro de 2000.

Patrícia era uma menina que tinha acabado de sair da PUC do Rio Grande do Sul três anos antes. Sua passagem meteórica pela TV Bandeirantes de Porto Alegre, um ano antes, chamou a atenção de todos, pela postura, voz e beleza física da jovem apresentadora.

Numa das ocasiões, em que fazia o tempo para o Bom Dia Brasil, tive a ingrata missão de informá-la, a pedido do então editor-chefe, Renato Machado, que seu figurino não estava apropriado para trabalho, certamente orientada por algum figurinista inescrupuloso, que estava exagerando. Lembro-me como se fosse hoje sua reação envergonhada, afinal, não é fácil ouvir alguém dizer que você está se vestindo mal.

Depois disso, nas vezes em que nos encontramos socialmente, sempre tivemos uma convivência cordial e respeitosa, um pelo outro. Considero Patrícia uma mulher sóbria, bem focada no que faz e muito boa mãe do garoto Felipe, de oito anos, que adora dar palpites no trabalho da mãe.

O que faltava a ela um verniz intelectual, que veio na parceria do jovem e talentoso diretor de jornalismo em São Paulo, Amauri Soares, por quem se apaixonou e foi amplamente correspondida. Tanto é assim que desde então nunca mais se separaram e fazem um casal alvo da inveja de muitos colegas e destaque das colunas sociais cariocas.

Com a ascensão de Ali Kamel ao poder, no início dos anos 2000, Amauri foi exilado em Nova Iorque, para um cargo que não existia. No jargão: caiu para cima. Nos cinco anos em que ficaram nos Estados Unidos, Amauri e Patrícia fizeram do limão uma bela limonada. Patrícia mergulhou nos estudos e Amauri levou ao ar projetos ambiciosos, que trouxeram muito prestígio à emissora. O Via Brasil, na Globo Internacional e um evento grandioso, que entrou no calendário novaiorquino, o Brazilian Day.

De volta ao Brasil, tanto um, quanto outro, conquistaram seu lugar ao sol. Em 2008, Patrícia teve a difícil missão de substituir Glória Maria, considerada "imexível". O resultado está no ar, para quem assiste ao Fantástico.


A escolha de Patrícia está amparada em pesquisas de opinião pública quantitativas e qualitativas e passa pela necessidade urgente de renovação. O público está cansado dos formatos e das "caras" do jornalismo da Globo. E como estamos falando de televisão aberta, onde o que conta é a audiência, Patrícia é o nome da vez.
http://maureliomello.blogspot.com/2011/12/patricia-poeta-o-nome-da-vez.html

Dilma tem motivos para ignorar a Comissão de Ética da Presidência


O país foi surpreendido pela notícia de que a Comissão de Ética da Presidência recomendou a demissão do ministro Carlos Lupi por entender que ele não teria “conseguido se explicar” sobre as acusações que vem recebendo e por ter dado declarações à imprensa que foram consideradas “inconvenientes”.
Os membros daquela Comissão decidiram, por unanimidade, não só pela recomendação de demissão de Lupi, mas, também, por adverti-lo publicamente por ter considerado que usou avião de ONG que recebeu dinheiro da pasta que administra, conforme denúncia da revista Veja.
O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), reagiu à decisão da Comissão acusando-a de “perseguir” Lupi e lembrando que em 2007, quando ele assumiu a pasta do Trabalho, ainda no governo Lula, o mesmo órgão o censurou publicamente por acumular a presidência do PDT e o cargo no governo, o que o obrigou a deixar o cargo partidário.
É de se discutir se um ministro de Estado deve deixar de ser político ou de exercer atividades partidárias conquanto não o faça durante o expediente, mas aí pode estar evidenciada uma severidade com Lupi que inexistiu com os cinco outros ministros do governo Dilma que perderam o cargo neste ano sem que a mesma Comissão de Ética tivesse feito recomendação semelhante.
Dilma demitiu cinco ministros que a Comissão não condenou, apesar de que a versão oficial é a de que foram eles que pediram demissão. Terá havido leniência da Comissão com aqueles ministros ou só o atual é que tem indícios consistentes contra si?
Se a Comissão de Ética tem razão agora ao recomendar a demissão de Lupi certamente também estava certa ao não condenar os cinco outros ministros que perderam o cargo neste ano. E se não os condenou, só pode ter sido por tê-los julgado inocentes.
Quando a Comissão de Ética errou? E se errou antes ao não pedir a demissão dos que se demitiram ou foram demitidos, não pode estar errada também agora?
Há, portanto, uma boa dose de controvérsia na decisão unânime da Comissão de Ética de recomendar à presidente Dilma que demita um auxiliar que até então ela vinha se recusando a demitir em meio a um tiroteio político.
Pode até ser que a presidente acate a decisão da Comissão e que, pela primeira vez, demita um ministro em vez de lhe “aceitar” a demissão, como ocorreu com os outros ministros que deixaram seu governo.
Como o PDT reagirá a demissão como essa? A declaração de Paulinho indica que poderá não aceitar nada bem. E como a recomendação do órgão de controle pode estar contaminada pela política, que não se estranhe se a presidente não demitir o ministro. Até porque, estaria reconhecendo que falhou.