sábado, 16 de janeiro de 2016

Dilma veta a realização de auditoria da dívida pública




Enviado por Antônio Ateu
Da Auditoria Cidadã da Dívida

Escândalo: Dilma veta a realização de auditoria da dívida pública com participação de entidades da sociedade civil

Veto prejudica a transparência de gasto que consome mais de 40% do orçamento federal
Hoje, 14/1/2016, o Diário Oficial da União (Seção 1, pág 9) divulgou o veto da Presidência da República à realização de auditoria da dívida pública com participação de entidades da sociedade civil, no âmbito do Ministério da Fazenda. Essa auditoria havia sido incluída no Plano Plurianual (PPA 2016-2019), por meio de emenda do Deputado Edmilson Rodrigues (PSOL/PA), acatada pela Comissão de Finanças e Tributação, que é o principal Órgão Colegiado da Câmara dos Deputados sobre o orçamento público.
Em sua justificativa, o governo diz:

“O conceito de dívida pública abrange obrigações do conjunto do setor público não financeiro, incluindo União, Estados, Distrito Federal e Municípios e suas respectivas estatais. Assim, a forma abrangente prevista na iniciativa poderia resultar em confronto com o pacto federativo garantido pela Constituição. Além disso, a gestão da dívida pública federal é realizada pela Secretaria do Tesouro Nacional e as informações relativas à sua contratação, composição e custo, são ampla e periodicamente divulgadas por meio de relatórios desse órgão e do Banco Central do Brasil, garantindo transparência e controle social. Ocorrem, ainda, auditorias internas e externas regulares realizadas pela Controladoria Geral da União e pelo Tribunal de Contas da União.”

Tais justificativas não se sustentam. A dívida dos entes federados está profundamente relacionada com o governo federal, sendo que este último é justamente quem cobra a maioria destas dívidas, que precisam ser urgentemente auditadas, e tem causado sérios danos às finanças de estados e municípios.

Além do mais, não há transparência sobre diversos aspectos do endividamento, a começar pelos próprios beneficiários desta dívida, cujos nomes são considerados como sigilosos pelo governo, apesar de se tratar de recursos públicos. A recente CPI da Dívida, realizada na Câmara dos Deputados (2009/2010) teve diversas informações e documentos não fornecidos pelos órgãos do governo.

O gasto com juros e amortizações da dívida pública federal atingiu em 2015 (apenas até 1/12/2015) o valor de R$ 958 bilhões, dos quais grande parte decorre de cobertura de gastos feitos pelo Banco Central com, por exemplo, Operações de Mercado Aberto e de Swap Cambial, da ordem de centenas de bilhões de reais. Não há transparência sobre tais operações, seus beneficiários, e suas reais necessidades para o país, conforme pode ser verificado no artigo “O Banco Central está suicidando o Brasil”, de Maria Lucia Fattorelli.

Destaca-se também a falta de transparência e discussão com a sociedade sobre a real necessidade das altíssimas taxas de juros, responsáveis pelo crescimento da dívida pública e pelo expressivo aumento dos gastos do Tesouro com a dívida. A justificativa de “controle da inflação” não tem se confirmado na prática, dado que a alta de preços não tem sido causada, preponderantemente, por um suposto excesso de demanda, mas sim, por preços administrados pelo próprio governo, como energia, combustíveis, transporte público, planos de saúde, e pela alta de alimentos, em um contexto no qual é priorizada a agricultura para exportação.

Ressalta-se também a importância de se auditar a origem do endividamento atual, desde o Regime Militar, cuja documentação requerida pela CPI da Dívida Pública da Câmara dos Deputados (2009-2010), em grande parte, não foi fornecida pelo Banco Central, a exemplo de contratos de endividamento externo, e valores devidos externamente pelo setor privado assumidos pelo setor público.

A participação de entidades da sociedade civil é fundamental para o processo de auditoria, a exemplo do ocorrido recentemente no Equador, quando a Comisión para la Auditoria Integral del Credito Publico (CAIC), com a colaboração da sociedade civil, permitiu a investigação dos crimes da ditadura, e a consequente anulação de 70% da dívida externa com bancos privados internacionais.

A Auditoria da Dívida Pública no Brasil está prevista na Constituição Federal – na forma de uma Comissão Mista de deputados e senadores – e deveria representar um procedimento normal, com vistas à transparência dos gastos públicos. Portanto, a inclusão da referida iniciativa no âmbito do Ministério da Fazenda, apesar de ainda não representar o cumprimento da Constituição, seria de grande valia para a transparência do maior gasto federal.

Desta forma, garantiria-se a ampla discussão com a sociedade sobre a alocação de centenas de bilhões de reais, sendo injustificável o veto de dispositivo que apenas visa garantir maior transparência aos gastos públicos, e aperfeiçoar a gestão do endividamento.

Agora está nas mãos dos parlamentares derrubar esse escandaloso veto, que impede os passos em direção à almejada auditoria da dívida pública. Afinal, quem tem medo da transparência em relação às operações da dívida pública?

A sociedade, que tem arcado com essa conta, exige AUDITORIA JÁ!

http://www.jornalggn.com.br/blog/antonio-ateu/dilma-veta-a-realizacao-de-auditoria-da-divida-publica

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Araújo ao 247: 'Época deve investigar seus patrões'

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Horas depois que a revista Época chegou às bancas, neste sábado, com uma capa tão escandalosa como vazia contra o advogado Carlos Araújo, que foi casado com Dilma Rousseff e é pai da filha de ambos, Paula, ele deu uma pequena entrevista ao 247.

Araújo bateu duro, realizando um contra-ataque contra os donos da Globo, proprietária da Época: "A revista deveria preocupar-se em esclarecer por que seus patrões resolveram viver homiziados em Miami, cidade que é um dos endereços preferidos pela máfia internacional."

O advogado diz: 

– Fui surpreendido com tanta maldade. Isso é coisa de jornalismo bandido, que não tem fatos, não tem provas, e tenta forjar uma impressão negativa sobre as pessoas que querem atingir. Sou uma pessoa honrada e minha prática sempre foi coerente com minha ideologia.

Advogado por formação profissional, calejado pelos rigores da luta contra a ditadura militar, quando foi um dos principais dirigentes da VAR-Palmares, uma das principais organizações armadas do período, Carlos Araújo avalia a edição da revista como uma operação política, cuja finalidade óbvia é tentar atingir a presidente:

 – É puro jornalismo marrom, que atende a finalidades políticas e só isso. Como todos descobriram que não têm como publicar uma denúncia capaz de atingir Dilma diretamente, pois não há nada contra ela, tentam agir por via indireta, tentando atingir pessoas do círculo próximo, como eu.

A história divulgada pela revista é a seguinte. Desesperado pela crise da Engevix, empresa investigada na Lava Jato, um dos dirigentes da empresa, José Antunes Sobrinho, que hoje cumpre prisão domiciliar, teria feito uma "reunião secreta" com Araújo, de quem teria ouvido a promessa de receber a ajuda esperada. No mesmo período, diz a revista, um casal amigo de Araújo – e da própria Dilma – teria recebido um pagamento de R$ 200 mil. A tentativa de construir a narrativa de uma vulgar operação triangular é evidente como o perfil do Pão de Açúcar na paisagem do Rio de Janeiro – o problema é que não se apoia em fatos que possam ser comprovados, até porque a revista não se deu ao trabalho de conferir as informações que acabaria publicando.

O único encontro  entre o advogado e um profissional da revista teve duração curtíssima e terminou de forma abrupta:

– Num recurso desonesto, diz Araújo, um dia um repórter da revista se infiltrou no meu escritório para tentar me abordar. Preencheu ficha como cliente, mas, quando sentou-se a minha frente, começou fazer perguntas sobre a Engevix, perguntou quanto eu havia recebido. Fiquei indignado e exigi que se retirasse imediatamente.

Araújo e Antunes se encontraram – não só uma vez, mas três vezes. O assunto era sempre o mesmo:
– Ele estava cada vez mais desesperado com a situação da empresa e queria de todas as maneiras que eu o ajudasse a marcar um encontro com a Dilma. Pretendia falar da situação com ela. Foram três conversas e em todas expliquei que este não era e nunca foi meu papel. Tenho a minha vida, a minha história, os meus valores. Jamais iria tentar interferir na agenda da presidente. Nem ela iria permitir isso.
(Momentos antes da entrevista, o Planalto desmentiu que o encontro tenha se realizado)

Começando a refletir sobre as providências jurídicas que tomará, Araújo afirma que "irei a Justiça defender meus direitos com todos os recursos cabíveis. Fui vítima de uma calúnia e vou entrar com uma ação contra isso.  E vou exigir direito de resposta, cuja necessidade agora ficou mais evidente. Mesmo pensando em tudo isso, acho pouco. Não se pode fazer isso contra uma pessoa, sem prova, sem fatos."

http://www.brasil247.com/pt/blog/paulomoreiraleite/213564/Ara%C3%BAjo-ao-247-'%C3%89poca-deve-investigar-seus-patr%C3%B5es'.htm

Abominação ética em Alexandre Garcia, diz aluno da UNB

 
Jornal GGN - "Temos que pensar na qualidade do ensino. Aqui no Brasil ele é todo assim por pistolão, empurrãozinho, ajuda. A tradução disso é cota. Aí põe lá um monte de gente... só 67%, você viu aí, passaram por mérito. Estão aprendendo como é a vida, a concorrência, sem nenhuma humilhação de receber empurrãozinho. O mérito é a base", foi o comentário do jornalista Alexandre Garcia, em noticiário local da Globo em Brasília.
 
A declaração gerou repercussão entre alunos e professores da rede pública. Entre eles, um estudante da Universidade de Brasília, João Marcelo, relembrou os ensinamentos do escritor Darcy Ribeiro para responder ao jornalista, em artigo: "Darcy Ribeiro, fundador da UnB e um dos maiores antrópologos brasileiros, teve ocasião de asseverar que o maior problema do Brasil é sua elite".
 
Em seu texto, o estudante lembra que "ao contrário do propalado pelos intelectuais da Casa Grande", a Lei de Cotas nas Universidades não precarizou o ensino superior público, mas "segundo dados científicos apurados na avaliação dos 10 anos da implementação do sistema de cotas na UnB, o rendimento dos estudantes cotistas é igual ou superior ao registrado pelos alunos do sistema universal".
 
Leia o artigo completo:
 
A abominação ética em Alexandre Garcia
João Marcelo
Os comentários de Alexandre Garcia nos telejornais da TV Globo são sempre um festival de impropérios, invariavelmente de cunho elitista. Porém, sua declaração recente em que acusa os alunos ingressos à UnB pelo sistema de cotas de "não possuírem méritos para ingressar na Universidade" revela em sua personalidade um pendor de senhor de escravo, um calejamento próprio de uma classe dominante infecunda e profundamente perversa.
A Lei de Cotas nas universidades completou três anos no ano passado. Fruto da mobilização dos movimentos sociais, logrou colaborar no ingresso de mais de 111 mil alunos negros. Ao contrário do propalado pelos intelectuais da Casa Grande, sua efetivação não precarizou o ensino superior público: segundo dados científicos apurados na avaliação dos 10 anos da implementação do sistema de cotas na UnB, o rendimento dos estudantes cotistas é igual ou superior ao registrado pelos alunos do sistema universal. Outras análises, em dezenas de instituições como Uerj e UFG, coadunam com o diagnóstico.
Os argumentos contrários ao sistema de cotas carregam o signo de uma ideologia que fez com que o País vivesse o colonialismo, a escravidão e a própria ditadura. Está no DNA da classe dominante brasileira buscar impedir à emancipação dos oprimidos, por esses constituírem ameaça ao seu domínio. Para esse fim, ocultam os saqueios e opressões que os povos colonizados foram e são submetidos, ao mesmo tempo em que procuram domesticar o imaginário dos oprimidos a partir de mentiras repetidas à exaustão nos meios de comunicação em massa.
Darcy Ribeiro, fundador da UnB e um dos maiores antrópologos brasileiros, teve ocasião de asseverar que o maior problema do Brasil é sua elite. Segundo ele, as elites brasileiras se apropriam unicamente do poder para usurpar à riqueza nacional, condenando seu povo ao atraso e a penúria (ver O livro dos CIEPS, 1986:98). Por isso, carregamos a inglória posição de terceiro país mais desigual do mundo.
Alexandre Garcia é um conhecido bajulador das hostes oficias. Foi aliado de Ernesto Geisel e porta-voz do ditador João Batista Figueiredo. Foi exonerado após postar seminu numa revista masculina. Apoiou a candidatura de Maluf no Colégio Eleitoral. Foi um dos artífices da cobertura global que favoreceu a ascensão de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso. É, pois, co-participe da tragédia social, política, econômica e ideológica da sociedade brasileira.
A TV Globo, que abriga essa triste figura, é a principal aliada de todas as causas abomináveis patrocinadas pela elite contra o povo brasileiro. Sustentou o golpe de 1964, franqueou amplo apoio ao regime militar, deu sustentação aos governos conservadores após a redemocratização. Seu jornalismo sempre perseguiu os movimentos sociais e lideranças populares, cuja expressão mais retumbante foi o herói da pátria Leonel de Moura Brizola.
Quando insulta os alunos da rede pública egressos pelo sistema de cotas, o jornalista vê nisso paternalismo e esmola. É compressível. Quem ascendeu na carreira com favores e migalhas dos plutocratas só pode enxergar nos outros os vícios que carrega. Felizmente, o povo brasileiro não permitirá que a direita apátrida coloque suas mãos sujas de sangue em seus direitos mais caros, para a tristeza do jornalista e seus correligionários.
http://www.jornalggn.com.br/noticia/abominacao-etica-em-alexandre-garcia-diz-aluno-da-unb

Faculdade de R.R. Soares fecha as portas e culpa o governo

Jornal GGN – A Faculdade do Povo (FAPSP), criada em 2009 para ofertar cursos na área de Comunicação, fechou as portas no final de 2015 alegando inviabilidade financeira, gerando a demissão de todo o quadro de funcionários e a transferência forçada de seus 430 alunos. De acordo com a instituição, o “grande vilão” da história foi o programa de financiamento estudantil Fies, cuja mudança de diretriz para suportar o contingenciamento dos gastos da União acabou reduzindo o número de beneficiados.
A FAPSP era mantida pela Associação Educacional e Assistencial Graça de Deus (Pró-Graça), uma entidade com sede no Rio de Janeiro, associada à Igreja Internacional da Graça de Deus, do televangelista missionário R.R. Soares. No site da Igreja, consta que a Pró-Graça não é mantida com dinheiro de dízimo. (Leia abaixo)
Em dezembro, inesperadamente, a Faculdade do Povo emitiu o primeiro comunicado aos estudantes avisando sobre o encerramento das atividades e extinção de todos os cursos “por força da absoluta inviabilidade econômico-financeira, agravada pelo atual quadro de recessão”.
“A FAP fechou porque a mantenedora não suportou mais o déficit mensal de mais de R$ 100 mil para manter a escola aberta. O Fies foi o grande vilão. Fizemos um esforço hercúleo para satisfazer todas as exigências e para conseguir passar pelas etapas do extremamente confuso site do Fies. Conseguimos autorização de cerca de 200 bolsas, mas, na hora H, apenas três alunos foram contemplados. A informação era a de que, diante dos cortes necessários, o governo priorizou cursos na área de medicina e engenharia, no Norte e Nordeste do país”, disse ao GGN o diretor geral da Faculdade do Povo, Eber Cocareli.
A FAPSP também possuía mais de 100 bolsistas com 50% de desconto, em média, pelo Prouni. Entre os demais, “a maioria esmagadora contava com algum tipo de desconto sistemático” de 30% a 50% fornecido pela própria faculdade, na tentativa de atrair e fidelizar estudantes.
À época do fechamento, Patrícia Paixão, coordenadora do curso de Jornalismo, publicou em sua página pessoal no Facebook uma mensagem lamentando a postura da Faculdade. “Os prêmios que conseguimos, nossos projetos, nada foi considerado. Fomos vistos como um número”, desabafou.
A Pró-Graça emitiu, dias depois, um informe sobre as tratativas com uma universidade em São Paulo para transferir os alunos “nas condições mais próximas possíveis das que eles dispunham na FAPSP”. A universidade parceira é a Unisa (Universidade de Santo Amaro), que, contatada há uma semana pelo GGN, não quis fornecer detalhes sobre os procedimentos adotados com os novos alunos.
Sem aviso ao MEC
Ao contrário do que estabelece a legislação, a Faculdade do Povo fechou as portas subitamente sem aviso ao Ministério da Educação. A pasta informou ao GGN que a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior notificou a instituição de ensino em 22 de dezembro, para que prestasse os esclarecimentos necessários.
Cocareli confirmou que a instituição foi notificada e disse que coube à mantenedora, ligada à igreja de R.R. Soares, regularizar a situação. “Os trâmites foram todos feitos diretamente pela Pró-Graça, no Rio de Janeiro, e eu não sei qual foi o desfecho", pontuou.
Dificuldade na transferência
Prounista do curso de Jornalismo, Ana Gabriella Salles relatou ao GGN dificuldades na troca de instituições. Segundo ela, a Faculdade do Povo “não está disponibilizando o conteúdo programático que é exigido para efetuar a transferência”. “Estamos praticamente sendo obrigado a fazer transferência para a Unisa, sendo que lá não podemos mudar de horário, campus ou curso”, reclamou.
Segundo a Faculdade do Povo, o histórico escolar de todos os alunos foi impresso antes do dia 18 de dezembro. “O Conteúdo Programático está sendo feito à medida em que é requerido pelo aluno que não deseja ir para a Unisa. Como só temos quatro pessoas na secretaria, o trabalho é lento, mas está sendo feito”, afirmou Eber Cocareli. De acordo com ele, a Unisa está reformando e adaptando o campus de Santa Cecília para dar conta da demanda.
De acordo com o MEC, "bolsa de estudo [Prouni] poderá ser transferida para curso afim, ainda que para turno distinto, de outra instituição regularmente credenciada e participante do programa. O procedimento de transferência de bolsa é de caráter interno das instituições, devendo ser solicitada diretamente pelo estudante.”
Fonte de recursos
Em seu site, a Igreja Internacional da Graça de Deus explica a relação da Faculdade do Povo com a Pró-Graça: “Quem mantém a Faculdade do Povo é a Associação Educacional e Assistencial Graça de Deus, mais conhecida como Pró-Graça. Trata-se de uma entidade criada, com diretoria própria, para atrair e gerir recursos que não dízimos e ofertas, a fim de empregá-los na obra social. A Pró-Graça trabalha junto a empresas e órgãos públicos, para cumprir sua finalidade. É bem diferente de usar os recursos financeiros da Igreja em coisas que não estejam diretamente ligadas à pregação do Evangelho, pois só ela prega a Palavra, e se desviar os recursos que tem para outras finalidades, a salvação dos perdidos ficará prejudicada.”
http://www.jornalggn.com.br/noticia/faculdade-de-rr-soares-fecha-as-portas-e-culpa-o-governo

Lava a Jato, o filme

Por Fábio de Oliveira Ribeiro
Imagine uma caixa com um botão. Você aciona o botão, alguém desconhecido morre e você ganha 1 milhão de dólares. O filme The Box https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Box expõe os personagens a um dilema ético. O que deve prevalecer, o lucro pessoal ou a vida de outra pessoa. Os personagens fazem a escolha errada e uma série de eventos indesejados e desagradáveis afetam suas próprias vidas.
Imagine uma caixa com um botão. Um líder político derrotado aciona o botão e seu partido chega ao poder sem ter ganhado a eleição derrubando o governo legítimo eleito pela maioria dos cidadãos. O filme “Lava Jato” (cujo roteiro pretendo escrever em breve), trata justamente das consequencias da ação impensada deste líder.
A primeira coisa que ocorre quando o botão é acionado é a queda da adversária dele. Esta queda, contudo, não vem acompanhada da morte dela, da extinção do seu partido e do extermínio dos membros do mesmo. A reação à deposição da presidenta começa, portanto, antes do líder que acionou o botão ser empossado.
Como os personagens do filme The Box, o líder que aciona o botão não consegue exatamente o que desejava. Primeiro ele enfrentará resistência para ser empossado. Caso consiga chegar ao cargo desejado não poderá exercer o poder porque o botão acionado produziu uma dualidade: legalidade e legitimidade já não se encontram no mesmo lugar.
Napoleão ocupou Moscou. Mas ninguém pode dizer que ele exerceu qualquer tipo de poder sobre a Rússia. O líder que acionar o botão da caixa e derrubar a presidenta eleita pode até conseguir vestir a faixa e ocupar o Palácio do Planalto. Mas isto não quer dizer que ele governará um país que se tornou ingovernável justamente porque a legitimidade abandonou a legalidade.
O nosso exercício de imaginação nos leva a crer que o beneficiado pela caixa funesta será obrigado a comprar aliados. A primeira coisa que se expandirá no país será a corrupção. A segunda será a incapacidade do Estado de cumprir com suas obrigações, pois os recursos orçamentários (finitos) passarão a ser usados para garantir apoio ao governo ilegítimo e não para custear as despesas públicas inadiáveis.
A resistência ao novo governo se tornará mais impopular à medida que for obrigado a cortar gastos sociais para garantir o pagamento dos corruptos que o presidente imposto pela funesta caixa. Manifestações reprimidas violentamente levarão a outras manifestações cada vez mais violentas. Em algum momento a economia do país começará a sentir o impacto negativo da guerra entre a legalidade forjada pela caixa e a legitimidade do governo deposto.
As Forças Armadas apoiaram o golpe de 1964 e rapidamente expurgaram os elementos considerados indesejados. Os comandantes militares apóiam a presidenta eleita. Como reagirão as tropas quando o botão da caixa for acionado? Depor o governo sem garantir a lealdade absoluta dos soldados é algo temerário. Mas a temeridade não é vista pelo líder: a única coisa que ele vê é a caixa, o botão e o atalho para o poder que não lhe foi atribuído pela maioria da população.
Cenas de sangue num bar da Avenida São João. A guerra civil começa quando os amigos se matam por causa de disputas que não puderam ser resolvidas na arena política. César era amigo de Pompeu. Otávio foi amigo de Marco Antônio. O líder que recebeu a caixa era amigo de Lula. Poderá contar com a amizade do ex-presidente após ter acionado o botão?
A caixa terá um nome gravado nela: “Lava Jato”. Como na vida real, o fabricante do equipamento mortal é um juiz cujo orgulho foi elevado à infinita potência em razão da adulação da imprensa. O que ocorrerá com ele no filme dependerá do botão ser ou não acionado. Ainda é impossível finalizar o roteiro. Também é incerto o futuro dos protagonistas do filme. Ninguém pode saber ao certo quem morrerá e quem sobreviverá à guerra civil. Será melhor para todos se a caixa for destruída e o botão enfiado goela abaixo do artesão que a manufaturou. 
http://www.jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/lava-a-jato-o-filme

STF concede liberdade a publicitário preso na Lava-Jato

Da Agência Brasil
Por Marcelo Brandão
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, concedeu hoje (15) liberdade ao publicitário Ricardo Hoffmann, ex-executivo da agência Borghi Lowe. A decisão do ministro atendeu pedido de habeas corpus da defesa de Hoffmann, preso desde abril, quando foi deflagrada a 11ª fase da Operação Lava Jato.
O publicitário foi condenado em setembro a 12 anos e 10 meses de reclusão. Ricardo Lewandowski decidiu pela concessão dohabeas corpus após receber parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), assinado pela procuradora-geral em exercício, Ela Wiecko Volkmer de Castilho.
Para a PGR, não há evidências de que Hoffmann possa interferir nas investigações caso saia da prisão. “[...] não vislumbro concreta evidência de que, solto, o paciente volte a cometer o mesmo delito”, concordou o presidente do STF.
A decisão ainda pode ser revista pelo relator do processo, ministro Teori Zavascki, no fim do recesso do Judiciário. “Isso posto, sem prejuízo do reexame da presente decisão pelo relator sorteado, após seu retorno do recesso […], acolho integralmente o parecer exarado pelo Ministério Público e defiro o pedido de liminar para revogar a prisão preventiva do paciente”, acrescentou Lewandowski.
Para ser solto, Hoffmann terá de pagar fiança de R$ 957.144,04. Ele terá de comparecer bimestralmente em juízo para informar e justificar suas atividades, além da proibição de contratar com o Poder Público, manter contato com outros acusados da Lava Jato e viajar para o exterior. Hoffmann também deve cumprir prisão domiciliar no período noturno e nos dias de folga.
O empresário foi vice-presidente da agência de publicidade Borghi Lowe, que tinha contratos com a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde. Segundo a força-tarefa da Lava Jato, Hoffmann repassava parte do valor desses contratos para empresas ligadas ao ex-deputado André Vargas, também preso na 11ª fase da Lava Jato.
http://www.jornalggn.com.br/noticia/stf-concede-liberdade-a-publicitario-preso-na-lava-jato

PF CHANTAGEOU LOBISTA POR DELAÇÃO CONTRA LULA?

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O advogado Roberto Podval, responsável pela defesa do lobista Mauro Marcondes, diz que o delegado Marlon Oliveira Cajado, um dos responsáveis pelas investigações da Operação Zelotes, "chantageou" seu cliente para que fizesse acordo de delação premiada; a proposta era uma forma de Marcondes evitar a transferência de sua mulher e sócia, Cristina Mautoni, da prisão domiciliar para o regime fechado, em uma unidade prisional; a decisão pela transferência foi determinada nesta sexta-feira 15 pela Justiça; em uma eventual delação do lobista poderia haver detalhes de pagamentos feitos ao empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula; o delegado não quis comentar as declarações do advogado
16 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 13:54
247 – O advogado Roberto Podval acusa a Polícia Federal de chantagear seu cliente para que faça um acordo de delação premiada no âmbito da Operação Zelotes, que possivelmente prejudicaria o ex-presidente Lula.
Segundo reportagem do jornal Estado de S. Paulo, Podval conta que o lobista Mauro Marcondes, hoje preso preventivamente na Penitenciária da Papuda, em Brasília, por suspeita de operar suposto pagamento de propinas para viabilizar medidas provisórias que beneficiassem o setor automotivo, recebeu uma visita do delegado Marlon Oliveira Cajado.
Um dos responsáveis pelas investigações da Zelotes, Cajado "chantageou" o lobista, de acordo com o advogado, para que fizesse um acordo de delação premiada. A proposta era uma forma de Marcondes evitar a transferência de sua mulher e sócia, a empresária Cristina Mautoni, da prisão domiciliar para o regime fechado.
A visita do delegado ocorreu na última segunda-feira 11, de acordo com o advogado. Marcondes respondeu que antes de tomar uma decisão conversaria com sua defesa. Nesta sexta-feira 15, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, responsável pelos processos da operação, determinou a transferência de Cristina para uma unidade prisional.
Cristina teve a prisão decretada em outubro, já para ser cumprida em regime fechado. Mas a Justiça aceitou convertê-la em domiciliar pelo fato de a acusada estar se recuperando de uma cirurgia. Segundo Podval, o delegado visitou seu cliente sem avisá-lo e munido de exames médicos de Cristina que indicavam que ela poderia finalmente ir para o regime fechado.
"(Ele) foi sem meu conhecimento ao presídio e chantageou nosso cliente, dizendo que, caso não fizesse a delação, prenderiam sua mulher", acusou. O advogado afirma que tomará providências formais contra o delegado da PF. Uma eventual delação de Marcondes poderia trazer detalhes de pagamentos feitos ao empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula.
A assessoria de imprensa da Polícia Federal informou ao jornal que o delegado não comentaria as declarações do advogado. O Ministério Público Federal também informou que não comentaria a possível negociação do acordo de delação premiada do casal. Cristina tem 53 anos e uma filha de 14 anos com
Marcondes.
http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/213530/PF-chantageou-lobista-por-dela%C3%A7%C3%A3o-contra-Lula.htm 

Quem é o ‘jornalista chic’ que Chico vai processar por calúnia. Por Paulo Nogueira


Postado em 16 jan 2016
O "jornalista" João Pedrosa
O “jornalista” João Pedrosa
Chico Buarque tomou uma grande decisão: processar quem o insulta na internet.
O primeiro da fila é o “jornalista” João Pedrosa, que chamou Chico e família de ladrões num comentário no Instagram.
Coloquei aspas em jornalista porque não se conhece nada de relevante, ou mesmo irrelevante, que Pedrosa tenha publicado na imprensa.
Uma visita a seu Facebook revela um revoltado online e um esnobe da “alta” sociedade.
Em 2014, depois de uma decisão do STF e pouco antes da Copa, ele publicou por exemplo o seguinte texto:
“”STF decide que não houve quadrilha”. Então tá! LULADRÃO não era o chefe do mensalão, mas DILMERDA ainda é a PRESIDANTA. BLACK BLOC neles! Se nem de cadeia os políticos tem mais medo, deveriam temer a morte. O BRASIL PRECISA DE TERRORISMO! Agora juiz ladrão não é só no futebol, mas no supremo também. NÃO VAI TER COPA !!!!!!!!!!!”
Pouco tempo depois, prosseguiu:
O Supremo Tribunal Federal é uma quadrilha! O dinheiro roubado do PT não só pagou as multas como comprou os juízes ! O chefe Luladrão escapou, e agora a quadrilha também. BLACK BLOC neles ! NÃO VAI TER COPA! O Brasil chegou num ponto que a violência se justifica. Essa decisão foi feita na véspera do carnaval para enganar (de novo!) o país. A última solução é o terrorismo, ou então, vudu. País de merda!
Parêntese: um amigo de Pedrosa, o jornalista Mario Mendes, comentou neste post: “Gosto de vudu. Pratico.”
Percebe-se, aí, um doente, um psicopata, um desequilibrado que se julga no direito, publicamente, de pregar terrorismo, dizer que o STF foi comprado e chamar Lula de Luladrão e Dilma de Dilmerda.
Fora isso, decreta que o Brasil é um país de merda.
Ora, ora, ora.
Talvez aqui, no último ponto, ele tenha um laivo de razão, porque merece críticas um país que deixa alguém como Pedrosa fazer impunemente acusações tão graves.
É por isso que Chico deve receber palmas, e de pé.
Desequilibrado em ação
Desequilibrado em ação
Chico decidiu processá-lo. E disse que daqui por diante fará o mesmo com outros.
Na prática, Chico está agindo como recomendou, celebremente, o jurista alemão do passado Rudolph von Ihering.
Ihering defendeu a tese de que um injustiçado tinha o dever de procurar a Justiça em nome não apenas dele, mas da sociedade.
Quem não faz isso age como um verme e não tem do que se queixar das calúnias, escreveu Ihering.
A Justiça se aprimora quando os injustiçados reclamam reparação, e toda a sociedade se beneficia disso. Era a grande e inovadora tese de Ihering.
Lula, recentemente, passou a fazer o que o jurista alemão prescrevia. Está processando publicações e jornalistas que o caluniam.
Você pode argumentar que a Justiça brasileira é leniente para esse tipo de coisa – destruir reputações de pessoas de esquerda, como Lula e Chico.
Mas você faz caluniadores pensarem duas ou três vezes antes de atacar sem provas alguém caso eles passem a ser processados.
Eles têm que procurar advogado, pagar por seus serviços, comparecer a tribunais e correm o risco, além do mais, de pagar dinheiro de indenização.
É claramente mais fácil caluniar quando o caluniado não se movimenta.
Chico está dando um passo importante para toda a sociedade ao processar o alegado “jornalista” e real caluniador João Pedrosa.
Que seu exemplo inspire outras pessoas, e assim o Brasil será um país melhor.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/quem-e-o-jornalista-chique-que-chico-vai-processar-por-calunia-por-paulo-nogueira/

Retrato do juiz Sérgio Moro quando jovem. Por Renan Antunes de Oliveira


Moro na juventude: álbum de família
Moro na juventude: álbum de família
 Nascido em berço de ouro
Educado dos 6 aos 16 por freiras carmelitas espanholas
Andou de busão pela primeira vez aos 18
Até quase 30 não sabia o que era um pobre
Idolatrava o pai, um professor apoiador da ditadura e militante do PSDB
Para fazer um perfil do juiz Sérgio Moro destaquei dois repórteres durante 70 dias,  entre julho, agosto e outubro. Nós percorremos Maringá, Ponta Grossa e Curitiba entrevistando amigos e familiares: tudo olho no olho, nada de email ou papo por telefone.
A maioria das pessoas próximas dele estava preparada para manter silêncio até sobre informações banais como o resultado do teste do pezinho – a mãe não queria comentar nem se ele nasceu de parto natural ou cesárea.
O objetivo da reportagem era identificar as origens familiares, apurar quais experiências de vida moldaram o homem sob a toga – e se possível, qual a orientação política dele, já que suas sentenças, todas supostamente técnicas, abalaram a política nacional.
Diferentes repórteres falaram com a mãe, o irmão, um tio, o padrinho de batismo, ex-colegas e ex-professores das duas primeiras escolas (Santa Cruz e Gastão Vidigal), da turma de 1995 (a dele) da Faculdade de Direito da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o único patrão de seu emprego anterior ao concurso para juiz (o advogado Irivaldo Joaquim de Souza) a turma do Country Club de cidade natal, juízes, advogados, promotores, assessores de imprensa do Judiciário, seus alunos na Universidade Federal do Paraná e uma trinca de amigos inseparáveis com quem ele confidencia tudo.
Moro raramente dá entrevistas. Ele dificulta qualquer investigação sobre sua vida privada, revelando uma obsessão pelo impossível: manter-se fora da mídia, num momento em que todos os holofotes estão voltados para seu gabinete.
Amigos e familiares admitiram estar orientados para manter silêncio. Aqueles que falam qualquer coisinha recebem broncas.
A um juiz federal ele pediu para retirar fotos do Instagram onde aparecia de camiseta vermelha e tomando cerveja. E conseguiu deletar a maioria das fotos antigas – a que ilustra esta reportagem é do álbum de uma colega de faculdade não alcançada pela vigilância dele.
Sérgio Moro não quis nos dar entrevista, apesar de insistentes pedidos. Ele disse a amigos que quer se manter acima de tudo o que considera mundano: não fala de suas camisas pretas, de seus hobbies, de seu marca predileta de charutos e nem dos vinhos preferidos – ele se isola em casa, no condomínio de um amigo juiz em Maringá ou num ambiente exclusivo de um shopping de Curitiba para curtir vinhos & charutos longe dos paparazzi.
Até onde foi possível apurar ele faz isto não porque tenha algum esqueleto no armário.
Parece que o faz para copiar o estilo do pai, Dalton.
Este foi descrito por amigos como tendo sido um homem discreto, modesto, eficiente, legalista, focado na família e no trabalho de professor – no cemitério local tudo o que está escrito sobre ele cabe em meia linha: “Dalton Áureo Moro 1934-2005″.
Dalton Moro, o pai: o modelo para o filho
Dalton Moro, o pai: o modelo para o filho
Um personagem verdadeiramente modesto que trombou de leve com o juiz Moro nesta jornada dele em busca de zerar tudo o que foi antes de assumir a 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba é o porteiro Edson Gerônimo de Souza – e o pequeno incidente dá a dimensão da obsessão de Moro com sua privacidade fora do gabinete.
Edson trabalha no edifício da mãe de Moro, dona Odete, em Maringá. Ele se diz fã do juiz, a quem via apenas pela câmera de vigilância do elevador.
Em junho, Edson criou coragem e pediu para dona Odete para tirar uma selfie com o filho famoso.
Numa das visitas dele, dona Odete ligou pelo interfone para Edson: “Se você quer uma foto com ele, venha imediatamente”.
Souza disse que “na hora, fiquei arrepiado”. Sem querer perder a oportunidade, subiu correndo, entregou seu smartphone para Odete, abraçou o juiz e sorriu para a foto.
“Só tive tempo de mostrar para minha mulher e minha cunhada”, disse o porteiro, dias depois. É que na semana seguinte ao episódio a síndica do edifício o chamou e ordenou que deletasse a foto – pressionado, ele apagou tudo da memória do telefone.
Dias depois, dois homens, supostamente agentes federais, o procuraram para saber se ele ainda tinha a foto. O porteiro estava assustado: “Me disseram que pode ser perigoso”.
Seguindo instruções do filho, Odete fala pouco – a um dos repórteres que a procuraram ela se justifica com o mesmo argumento do porteiro: “Sérgio corre perigo”.
Numa conversa, deixou escapar um importante traço da personalidade do filho – a profunda ligação que ele tinha com o pai, descendente de imigrantes italianos.
Para um trabalho completo, o ideal seria confrontar Sérgio Moro com o conteúdo apurado com tantas e tão diversas fontes, até porque muitas delas pediram anonimato.
Mesmo assim ele se recusou a falar. Os assessores dele na Justiça Federal fazem chacota dos interessados em entrevistá-lo. Nos primeiros pedidos eles já dizem que ninguém conseguirá, exibindo centenas de solicitações arquivadas. Submetidos a um ritual de emails e telefonemas, os jornalistas logo percebem que os assessores estão lá apenas para enrolar.
Moro diz que costuma falar nos autos, isto é, através das sentenças. Outra razão pela qual ele não fala pode ser explicada pela mãe. Dona Odete disse que “ele tem uns amigos jornalistas na Folha, na Veja e no Globo para quem dá entrevistas quando quer” – argumento que ela usou para desencorajar minha equipe de tentar falar com ele.
Tratamento VIP na Veja, "onde tem amigos"
Tratamento VIP na Veja, “onde tem amigos”
Uma repórter tentou se aproximar do juiz em dia 4 de agosto, assistindo uma aula dele na Universidade Federal do Paraná.
Naquele dia o professor Sérgio Moro entrou na faculdade sete minutos atrasado para a aula das 20h15, da quinta fase da cadeira de Direito Processual II.
Cumprimentou o segurança da empresa terceirizada Poliservice e subiu as escadas até a sala, chegando às 20h22. Cerca de 100 alunos o esperavam.
O professor Moro trajava terno preto, gravata vermelha e camisa branca, impecável. Postou-se em frente ao quadro negro, na diagonal da mesa, numa posição que parecia estudada – como se estivesse buscando seu melhor ângulo.
Sua propalada gentileza e educação no trato com as pessoas foram arranhadas: não deu nem oi e foi direto aos comunicados. Avisou que todos ali deveriam indicar as datas prováveis paras suas provas e trabalhos.
Em seguida, começou a falar, com o giz numa mão e a Constituição na outra. Falou o tempo todo, com breves pausas para risos – ele não faz piadas, mas usa um humor sutil, ferino, que arranca gargalhadas da turma.
Para dominar a audiência, às vezes ele erguia a voz – um recurso que aprendeu com seu pai professor – quando o fez, a voz dele soou mais fina do que o normal, exacerbando o sotaque caipira com seus RRs puxados.
Os gestos dele eram meio teatrais. Postava-se ereto, apoiando os braços nos quadris para inclinar o corpo para trás e jogar o peito para a frente, tipo um movimento de pilates.
Num momento muito Moro ele fecha os olhos e cambaleia, simulando esforço para lembrar a data exata da importação de um modelo inglês de júri. Aí abre os olhos e arrisca: “1831”? Errado: segundo o site Âmbito Jurídico, o Brasil adotou o sistema em 18 junho de 1822.
MÃE CAROLA
Por todos os relatos a personalidade de Sérgio Fernando Moro foi moldada pela carolice da mãe e pelo jeitão autoritário do pai, professores pioneiros em Maringá, cidade fundada em 1950 nos grotões do Paraná.
Ele nasceu em 1º de agosto de 1972, durante a ditadura militar (1964-1985). O país vivia o auge do chamado “milagre econômico”. No período, o pai dele ocupava um cargo público nomeado por políticos da Arena, partido de apoio ao regime militar.
A visão dele do mundo também foi muito influenciada por viver num ambiente irreal: nasceu em berço de ouro, passou a adolescência sem contestar a ditadura e cresceu numa cidade que era uma ilha de excelência se comparada ao resto do Brasil.
A Maringá da época do menino Sérgio foi planejada por arquitetos, financiada por ingleses e construída por um banco paulista, hoje absorvido pelo Bradesco. Foi a cidade mais limpa e mais segura do Brasil (com menos violência do que Amsterdã), e a mais arborizada do mundo.
Os primeiros mil dias do bebê foram saudáveis. Não se sabe o resultado do teste de Apgar dele por conta do manto de segredo que caiu sobre o homem depois da fama.
Sabe-se que ele cresceu sem nenhum achaque, desenvolvendo o físico invejável que exibe na televisão. No país do futebol, não era peladeiro: praticou ginástica olímpica e tornou-se um ciclista de pé cheio.
Uma vizinha de porta por décadas descreveu a família Moro como “estruturada e feliz”. Os meninos (ele e o irmão mais velho, César) tinham uma babá que tomava conta deles enquanto os pais lecionavam.
A vida dos Moro era classe A. Dalton frequentava o exclusivo Country Club, localizado numa área do tamanho de 60 campos de futebol e cujo título hoje custa cerca de R$ 30 mil.
Pai e filho iam sempre de carro de casa para a escola e dali para o clube, onde o professor jogava peladas com os amigos – ninguém lembra ter visto o menino em campo.
Com João Dória, em evento do PSDB: conflito de interesses?
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PRIMEIRO BUSÃO
Até entrar na universidade Sérgio nunca tinha usado transporte coletivo. Quando o fez pela primeira vez, para ir a uma festa na casa da amiga Rita Agioletto, contou para o pessoal que estava deslumbrado, feliz de andar sozinho num busão.
Seus amigos eram como ele e seus pais: 76% dos habitantes de Maringá são brancos, a maioria descendente de alemães e italianos.
Na Maringá antiga, ser professor dava status e dinheiro. A casa da família era ampla e confortável, na frente de um parque sem mendigos – mais tarde, aos 29 e já formado, o juiz Moro até teve dificuldades para descrever a pobreza que não conhecera. Então, escreveu um ensaio jurídico intitulado “Quem são os pobres”. Precisou de 255 linhas para definir aquilo que qualquer brasileiro sabe: pobre é quem não tem bens, nem emprego e ganha salário mínimo.
Dalton e Odete se mudaram para a cidade no final da década de 60, a convite de um cunhado dela, Neumar Godoy, fundador e reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM) – criada no primeiro ato do coronel Jarbas Passarinho como ministro da Educação do general Emílio Médici, em 6 de novembro de 1969.
Os dois começaram no Colégio Estadual Gastão Vidigal, ele lecionando geografia e ela português. O colégio se tornaria o embrião da UEM, da qual Dalton foi um dos fundadores.
CDF EM COLÉGIO DE FREIRAS
Mesmo sendo formada em Letras e lecionando em escola pública, Odete confiou a educação do filho às freiras carmelitas espanholas da escola particular católica Santa Cruz.
Nascida Starke, de origem alemã, ela é muito carola. Hoje aposentada, Odete é ministra da eucaristia da Igreja Matriz, ajudando nas missas e auxiliando inválidos em asilos.
O pai do juiz se dizia apolítico. Ele viveu os melhores anos de sua carreira durante a ditadura, período em que os amigos o descreveram como “conformado”, “protegido” e “satisfeito”. Foi vice-diretor e tesoureiro do Colégio Gastão Vidigal.
O professor Basílio Baccarin dirigiu o Gastão Vidigal nomeado pela ditadura, entre 1970 e 1973, tendo Dalton como vice. Os dois conviveram décadas e as famílias são muito unidas. Ele disse que “o professor Moro era rigoroso, muito justo, um modelo para a comunidade”.
Baccarin descreve seu vice como “muito ativo na associação dos professores, era um autêntico profissional do magistério, mas não participava de atos políticos”.
Dalton foi descrito por outros colegas como obcecado pelo trabalho e pela disciplina. Era duro e usava sua voz potente para submeter alunos bagunceiros: “Bastava elevar o tom”, lembra Baccarin, citando a característica da origem italiana do colega – Dalton era descendente de imigrantes, por sua vez afetados pelo fascismo, em alta na Itália dos anos 20 e 30.
O ex-aluno e depois colega de magistério Elpídio Serra era amigo íntimo de Dalton: “Foi um homem muito sério, cumpridor de seus deveres”, disse.
Serra conhece o hoje juiz como “Serginho”. E diz que seu Serginho “é o espelho do pai: Dalton não era direita nem esquerda, mas sério. Dizia que ‘se está escrito não vou afrontar’. Ele não gostava de inovar. Era metódico e legalista, seguia os regulamentos”.
Serra anotou uma obsessão do professor Dalton com prazos: “A gente ia para um congresso e ele levava provas para corrigir no ônibus. Ele dizia que não iria atrasar, corrigindo tudo antes do prazo, para botar o resultado na parede. Ninguém mais fazia isto, só o Moro era tão exigente consigo mesmo” – note-se que esta é uma das características conhecidas do juiz Sérgio.
O ex-aluno acha que “Dalton passou isto (este nível de exigências) pro Serginho. Passou conceitos de moral, de bons costumes. Serginho é Dalton Moro no passado. Uma réplica”.
Serra enfrentou problemas com a ditadura quando atuava como jornalista e opina sobre o ex-professor: “Dalton, pela maneira de ser, pelos atos, não era um contestador, apenas seguia as normas. Eu nunca vi, enquanto aluno e depois como colega, o Moro dizer qualquer coisa contra o regime militar”.
Na abertura política, Dalton participou da fundação do PSDB, ajudando a eleger ex-arenistas. Impossível saber se ele fez a cabeça do filho, então com 16 anos – só Sérgio Moro sabe quais foram os conselhos que recebeu do pai.
O professor Basílio Baccarin enveredou pela política e registrou a única participação conhecida de Dalton em um partido. Baccarin ligou-se a Mário Covas (1930-2001) e participou da fundação do PSDB em Maringá, elegendo-se vereador (1990): “Moro me apoiou, como amigo. Esteve sempre comigo durante minha campanha e só me dizia que eu deveria ser menos radical”. Baccarin ainda tentou ser deputado estadual, mas lhe faltaram 270 votos.
Baccarin é fã do filho de Dalton: “Fui eu quem fez a faixa “BRASIL ADMIRA SÉRGIO MORO”, levada na frente da catedral de Maringá e do apartamento de dona Odete, com 15 mil pessoas, naquela passeata televisionada no início do ano” – o Brasil inteiro a viu.
Heroi da Globo: na entrega do prêmio Homem do Ano de 2014, com João Robetto Marinho à sua esquerda
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CAMINHO DA PERFEIÇÃO
Sérgio Fernando entrou aos 6 anos na Escola Santa Cruz “para receber educação católica”. Os princípios da escola se baseiam nos ensinamentos de duas freiras espanholas, ambas canonizadas, Santa Teresa de Ávila e Santa Joaquina de Vedruna. Em sua obra Teresa gostava muito de citar os mártires da Igreja. Seu objetivo era buscar “o caminho da perfeição”. Joaquina ainda hoje é reverenciada nas orações dos estudantes da Escola Santa Cruz – ela parece ter recebido um milagre, porque mesmo sem qualquer tratamento químico seu cadáver não apodreceu. Exposta numa urna em Barcelona, surpreende cientistas e deslumbra turistas.
Nos seus 10 anos de educação católica Sérgio sempre foi CDF. Seu boletim só tem O e B, de ótimo e bom. E nenhuma mancha. Colegas o descreveram como “inteligente” e “obediente”, sem notar nada mais expressivo. Apesar de ser uma coisa comum entre crianças e adolescentes, ele não teve nenhuma traquinagem conhecida.
No Santa Cruz, Sérgio fez três amizades duradouras, Lafayete Tourino (agora promotor), Luis Beltrame (professor universitário) e Eduardo Hiroyuki (bancário). Segundo várias fontes, até hoje eles se encontram quando podem e trocam confidências.
Os quatro têm um pacto de silêncio. Tudo o que um deles revelou é que se, note-se, apenas “se”, Moro torce por algum time seria pelo Grêmio Maringá, 86º no ranking da CBF. O amigo não dá certeza – o jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, crava que ele é São Paulo.
Quando Sérgio fez 16 anos os quatro saíram juntos do Santa Cruz para o Gastão Vidigal, em tempo de fazer um terceirão do colégio que tinha excelentes índices de aprovação no vestibular da UEM – não foi possível apurar como se deu esta transferência da particular à escola pública.
Não há registro de que Dalton e Odete tenham lecionado para o próprio filho na instituição. Sérgio passou de primeira no vestiba. Já na UEM, participou como ouvinte de classes do pai.
A vida acadêmica de Sérgio é descrita por quem conviveu com ele só com muito esforço. Não era notado por professores – ao contrário da lenda de que teria sido aluno laureado (aquele que obtém notas acima de oito durante todo curso) na Faculdade de Direito.
A info oficial da UEM diz que não houve laureados na turma de 1995, aquela de SM.
Ele nem sequer era popular na turma: “Ele não era namorador”, atesta um colega. Teria tido apenas uma namorada, uma estudante de arquitetura – os dois romperam quando ele mudou-se para Curitiba, conheceu e em seguida casou com a advogada Rosângela.
O juiz federal Anderson Furlan é o quarto amigo mais importante, além do trio do Santa Cruz. Os dois se conheceram na UEM: “Quando eu fui bixo ia sofrer um trote violento, mas Sérgio me salvou e me adotou como sendo um irmão menor”, lembra.
Furlan viu o amigo passar no concurso público para juiz e ficou surpreso – à época ele Furlan trabalhava como estagiário na Caixa: “Eu queria ser magistrado e perguntei como ele fez para passar. Ele me disse ‘você tem que estudar’ “.
Estudando, Furlan passou para funcionário do Judiciário – quando então foi levado por Moro para assessorá-lo em seu gabinete, antes que o amigo se tornasse ele mesmo juiz.
O juiz Abílio Freitas, vizinho de condo de Furlan em Maringá, também é do círculo íntimo de amigos, formando o trio Moro-Furlan-Freitas.
Os três se encontram regularmente – Sérgio Moro continua mantendo uma rotina de viajar para visitar a mãe e o irmão na cidade natal, ocasião em que invariavelmente encontra Freitas.
Furlan se aventura a analisar a personalidade do amigo: “Ele é muito tímido”, para justificar a conhecida discrição. “O Sérgio não conversa olhando para você”, afirma o juiz.
O lado discreto e humilde do juiz Moro seria tanto que, conta Furlan, anos atrás, quando foi convidado para um aniversário do professor Dalton, foi surpreendido: “O Sérgio fazia aniversário no mesmo dia, mas não contou nada para nós”.
Furlan disse que “Sérgio ainda hoje age comigo como se fosse meu irmão mais velho. Me dá muita dura quando eu apareço na mídia (como presidente da seção local da Associação dos Juízes Federais – Ajufe), me diz coisas como ‘isso você não pode fazer’ “.
O amigo contou que “Sérgio me disse que a Ajufe deveria ter uma postura mais cívica do que coorporativa”. Dá um exemplo: “Uma vez eu fui premiar uma personalidade, fazer um agradecimento público porque ele tinha ajudado ao tribunal. Aí ele me disse ‘tem gente aí (na lista de premiados) que não pode ser homenageada’ e eu tive que cortar esta pessoa”. O nome do vetado por Moro não foi revelado.
Furlan deu uma entrevista para a FSP e “Sérgio me deu uma espinafrada, numa boa, me pediu para não falar mais”. Ele acredita que o amigo detesta o que seriam ‘reportagens laudatórias’. Moro disse pra Furlan que “…(Justiça) é um trabalho conjunto, delegado, promotor, o juiz só defere o que o Ministério Público pede…é apenas um elo.”
O juiz amigo diz que “90 por cento daquilo que o Ministério Público pede Moro acata”. Elogia Moro por “mandar prender gente poderosa”, vê “mérito do Supremo em manter as prisões”.
Furlan é o primeiro incentivador da campanha da Ajufe para obter uma cadeira no STF para Moro: “Pode dizer que eu disse: ele é uma pessoa que reúne todas as condições morais e intelectuais para estar no Supremo”.
Na faculdade, o amigo que hoje o quer no STF não percebeu em Moro nem a vontade de ser juiz: “Ele estudava mais do que todos nós. Acho que isto ele pegou da mãe. Dona Odete não deixava ele sair para brincar sem ler antes uma cota de livros, todos os dias. Mas eu não sabia que ele ia fazer o concurso para juiz, foi uma surpresa. Quando fez e passou, me chamou, mas só quando já era para ver o resultado”.
Furlan participa bastante do lado Caras da vida de Sérgio. Sabe que o amigo já foi a uma festa sertaneja na casa de shows Curaçao, mas o pinta quase como um asceta: “Nunca deu bola para a mulherada, nem fala piadas pornográficas, não usa palavrões”.
Contou que Sérgio “namorou uma menina por muito tempo (a estudante de arquitetura), mas eu nunca vi esta pessoa”.
Nas mesas com colegas juízes, notou que “ele raramente fala, prefere ouvir e fazer comentários pontuais”.
Ele acha o amigo zero vaidoso: “Sérgio compra uma camisa Calvin Klein e diz ‘o importante é a pessoa que está dentro, típico dele falar assim’ “. Notou que “ele trabalha sempre com os mesmos ternos e gravatas, deve ter só dois”.
Furlan disse que o amigo usa “as camisas pretas só em ocasiões importantes”, como aquela em que recebeu da Rede Globo o título de personalidade do ano de 2014.
Furlan frequenta a casa dos Moro em Curitiba. Os dois costumam fumar charutos no Shopping Bourbon, “quando bebemos algumas, ele é flex”, significando que o juiz prefere vinhos, mas que também bebe destilados “socialmente, moderadamente”.
Dos velhos tempos ele lembra que a turma zoava do jeito certinho de Sérgio Moro: “Quando a gente saia e tomava uns vinhos contando as histórias dele, ele ria, reagia com bom humor. Mas era um cara inflexível nos princípios dele”, contou, sem elaborar sobre os princípios.
Protesto contra o governo: ídolo da direita
Protesto contra o governo: ídolo da direita
Sérgio Moro desenvolveu um gosto especial por estudos religiosos, compartilhado apenas com alguns juízes mais chegados, em reuniões fechadas. Um colega que participou de um destes encontros disse que ele é capaz de discorrer por horas sobre as diferenças entre cristãos, judeus e muçulmanos. É um especialista em Maomé, mas continua católico como a mãe.
As conversas de política entre os dois, hoje, se acontecem, não foram reveladas por Furlan. Falando de si mesmo, Furlan se definiu como petista na juventude, do tipo que “segura o violino com a esquerda mas toca com a direita”. No momento (falando antes do tsunami das contas na Suíça), se disse admirador do presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha (PMBD/RJ) “que está desengavetando tudo, botando as pessoas para trabalhar. Não entro no mérito, mas no jogo político ele tá ok”.
Última sobre Sérgio Moro: o juiz Furlan disse que “na Justiça, ele não gostava dessas milhares de ações de baixa relevância, prefere poucas causas, mas as boas causas” – fica agora a tarefa de descobrir como foram distribuídos para ele apenas casos top tipo Banestado, Mensalão e Petrolão.
Em tempo: nesta quinta (14) dona Odete atendeu o repórter por telefone.
Ela estava de muito bom humor, mas já começou com a frase “você sabe que não posso falar nada sobre meu filho”.
Papo vai, perguntei se ela não estaria disposta a falar ao menos dos “segredos” do nascimento dele, que não contara à repórter que a visitara em agosto.
Dona Odete achou engraçada tanta curiosidade e começou a rir:  “Ele nasceu de parto normal, satisfeito ? ”
Pedi mais: “Ele tinha três quilos, foi uma criança pequena”.
Aproveitei a deixa e perguntei pelos números dele nos testes do pezinho e de apgar: “Naquele tempo não existiam”, disse a senhora.
Neste momento dona Odete já estava às gargalhadas ao telefone. Aí ela se voluntaria: “O sangue dele é O negativo”.
Eu ia aproveitar o momento para perguntar…mas ela se antecipou, mais ou menos assim: “Ele não quer que eu fale nada e não vou falar”.
Fim do papo. “Tenha um bom dia”, e desligamos.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/retrato-do-juiz-sergio-moro-quando-jovem-por-renan-antunes-de-oliveira/

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