quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Sobre passarinhos e abutres

Lula Miranda
LULA MIRANDA 
A jovem Miruna, filha guerreira de um gigante moral injustiçado, deverá servir como exemplo a muitos jovens que hoje desacreditam na política
Miruna Guerreira Genuína. Esse é o novo nome com o qual foi rebatizada a filha de José Genoino. Quem não gostaria de ter uma filha assim como Miruna? Eu gostaria.
Uma cidadã que não se dobrou ao arbítrio dos verdugos de ocasião – seja nos tribunais, na opinião pública ou na mídia (a opinião publicada).

Uma mulher que não se acovardou nem silenciou e, ao contrário, defendeu seu pai condenado por um crime absurdo, num tribunal de exceção, em um processo kafkiano no qual, desgraçadamente, o despudor conspurcou o elegante, impoluto e respeitado sentido da palavra MAGISTRATURA. E, também, maculou o raro sentido de uma outra palavra, rebento daquela primeira: JUSTIÇA.

E não venha você me dizer que esse pai, esse "condenado" é um bandido, um reles criminoso. Que merece a prisão. Não é não. Não merece não. Isso é o que dizem e o que pensam os odientos, com a vil covardia da injúria. Tampouco é um "qualquer", um "mequetrefe" – como tantos "probos" e "impolutos", como tantos pequeno burgueses que compram apartamentos em Miami.

Aqueles que julgam a si mesmos com uma métrica diferente da que utilizam para julgar os outros. Aqueles que se acham "justos" e "intocáveis"; os falsos moralistas que se refestelam, com suas bundas sujas, nas suntuosas poltronas dos gabinetes; que se deliciam na arrogância rastaquera dos pequenos poderes; que, sádicos, se regozijam com o aplauso fácil das plateias de programas de auditório; que esquecem que "a mão que [hoje] afaga é a mesma que [amanhã] apedreja".

Mas poesia, cá entre nós, não é propriamente o forte desses poderosos de fancaria – apesar de que alguns até publicam, vez em quando, seus livros de alta vaidade e baixa literatura nos salões suntuosos da República. Gregório de Mattos faz falta nos dias que correm.

Poesia é arma dos rebeldes, dos revolucionários. A poesia é o sentido da nossa utopia.
A poesia é a arma dos que estão do lado de cá, dos humanistas, dos esquerdistas.

As armas dos que estão, e sempre estiveram, do lado de lá, do lado do arbítrio, do conservadorismo, do cálculo maquiavélico e do obscurantismo são também aquelas armas de sempre, que são sacadas em ocasiões onde o risco da mudança, da transformação da sociedade é iminente: a intolerância, a mentira, a violência e a injustiça. Mas já são por demais conhecidas todas as armas espúrias e os ardis dos reacionários.

"Todos esses que aí estão/ Atravancando o meu caminho/Eles passarão.../Eu passarinho!".
Estes são versos do poeta Mario Quintana, um velhinho simpático e bem-humorado, já falecido, que morou por muito anos, solitário, num quartinho do Hotel Majestic, situado no centro de Porto Alegre. Hoje, Casa de Cultura Mario Quintana.

Atenção para o sugestivo nome do hotel: Majestic. Sim, os poetas ainda não se tornaram prostitutas do poder. Ainda não perderam sua força e... majestade. Os poetas ficam. Os verdugos perecem.
Esse verso do simpático velhinho Quintana sempre me serviu como uma espécie de mantra, de oração. E há anos vem me protegendo no bom combate. Em meio às adversidades mais difíceis mentalizo:

"Todos esses que aí estão/ Atravancando o meu caminho/Eles passarão.../Eu passarinho!".
Sempre vale a pena lembrar/reiterar os versos do poeta.

Eis que esses versos foram bordados, pacientemente, ponto a ponto, palavra a palavra, dor a dor, por Miruna e por sua mãe, num manto com o qual Genoino se cobriu (e protegeu), coberto por toda sua inegável decência, vestido com a sua inabalável dignidade, para o dia da sua injusta prisão.
Como suportar tamanha ignomínia?! Só mesmo com o apoio da família, da militância de esquerda e dos versos eloquentes do velho poeta:

"Todos esses que aí estão/ Atravancando o meu caminho/Eles passarão.../Eu passarinho!".
Aquela imagem de Genoino (e também do Zé Dirceu) com os punhos cerrados, à porta da PF, é uma imagem que não sai da minha mente; é um símbolo que nos fortalece para o bom combate, nos fortalece para a luta. O que não nos destrói nos fortalece – já disse certo filósofo, por muito tempo, de modo equivocado, apropriado, quase que como um patrimônio, pela direita.

A jovem Miruna, filha guerreira de um gigante moral injustiçado, deverá servir como exemplo a muitos jovens que hoje desacreditam na política, pois esta ainda está dominada pelos carniceiros, pelos abutres. Dominada por aqueles que querem levar vantagem em tudo.

Que venha Miruna, com sua vontade, com sua coragem, com sua altivez aguerrida! Para nos ajudar a mudar a cara da política brasileira, hoje manietada por alguns poucos canalhas!
Está lançado, pois, o convite- desafio!

E que, junto com ela, venham outros jovens, como os nossos filhos, para nos ajudar a mudar esse país. Pois só se muda um país através da política, não pelas redes sociais. A internet é apenas mais um valioso instrumento que, sim, deve ser muito bem utilizado. Mas não se muda o mundo por intermédio de ferramentas como o Facebook ou o Twitter.

Quero eleger Miruna Guerreira Genuína deputada! Se possível, com mais de um milhão de votos.
Quero ver resgatada e imortalizada a conspurcada memória e herança de guerreiros valentes como seu pai, José Genoino.

"Todos esses que aí estão/ Atravancando o meu caminho/Eles passarão.../Eu passarinho!"
O caminho é nosso; cumpre-nos caminhar – à revelia daqueles que insistem em nos atravancar.

http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/127399/Sobre-passarinhos-e-abutres.htm

Os argumentos que levaram Carone a prisão servem também para prender os Mesquitas, os Frias, os Marinhos e Cia‏




























Em Minas Gerais juíza manda prender jornalista sob pretexto de que ele faz parte de uma organização criminosa comandada por Nilton Monteiro, lobista responsável pela divulgação da Lista de Furnas na qual contém a relação de políticos ligados ao PSDB que receberam dinheiro de caixa 2 para financiamento de campanha. Monteiro está preso há mais de seis meses sem ter seus recursos julgados. Leia mais aqui ( http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/01/aecio-e-prisao-do-jornalista-em-mg.html )

A juíza amparou os pressupostos de sua decisão "no requisito da conveniência da instrução criminal, já que em liberdade poderá forjar provas, ameaçar e intimidar testemunhas, além de continuar a utilizar o seu jornal virtual para lançar informações inverídicas”. Esta última frase é uma pérola: "além de continuar a utilizar o seu jornal virtual para lançar informações inverídicas".

Se essa moda pega no Brasil pela ordem deveriam ser presos Os Mesquitas, proprietários do jornal o Estado, os Frias, da Folha de São Paulo, os Marinhos, das organizações Globo, os Civitas, da Abril, editora de Veja e seu séquito de celerados. Os Sirotsky do grupo RBS que publicam o Zero Hora e todos os proprietários da velha imprensa que fazem uso recorrente de reporcagens mentirosas para assacar contra a honra do presidente Lula e da presidente Dilma.

A Folha usou uma ficha falsa de Dilma para influenciar o resultado das eleições passadas. Publicou uma série de denúncias baseadas na palavra de um bandido condenado pela justiça, Rubínei Quícolli que em suas páginas era chamado de consultor. Por causa desse jornalismo declaratório e bandido Erenice Guerra foi demitida da casa civil. A Veja teve por anos Carlinhos Cachoeira como informante, infiltrando arapongas num quarto de hotel para flagrar José Dirceu em alguma maracutaia.

Esta mesma imprensa em uníssono cansou de chamar o presidente Lula de pinguço, em nome de um suposto "interesse público". Carone vem denunciando as constantes overdoses de cocaína de Aécio que segundo o portal Novo Jornal chegou a ser socorrido às pressas para uma clínica em BH e não entrar em óbito.

Se isso não é usar veículos de comunicação para difamar, achacar autoridades é o quê? Então quando é um jornalista que se insurge, a única voz a bradar contra o mar de lama que escorre em Minas Gerais não pode, paga com a prisão, mas se for contra os governos do PT vale tudo? Onde nós chegamos, veja só o que é a justiça desse país. Essa infâmia não pode passar em brancas nuvens tem que ser denunciada a plenos pulmões.

Agora mesmo temos uma publicação na praça de um certo Romeu Tuma Jr ligado a um contrabandista que acusa o presidente Lula de ser informante da ditadura, informação que até o boquirroto de FHC rejeitou durante entrevista num programa da Globo News mas que a velha imprensa insiste em vender como verdadeira para fazer uma campanha midiática de desconstrução da imagem do ex presidente Lula que já sofreu toda sorte de vilipêndios em nome da liberdade de imprensa e nunca levantou um dedo para ingressar na justiça e exigir reparação financeira ou de ordem moral em desfavor de seus detratores por acreditar na liberdade de expressão e ser na plenitude da acepção da palavra um democrata, embora lhe esteja constitucionalmente assegurado o direito de exigir indenização pelos danos que lhe foram causados e mais o direito de resposta coisa que até hoje recusou-se a fazer.


Já essa turma do PSDB não aceita que nada de desfavorável lhe seja publicado. A verdade não pode ficar ad infinitum oculta e apesar da enorme blindagem que há em torno da fina flor do tucanato estão na praça para quem quiser conhecer o que é o PSDB e seus governos, os livros, A Privataria Tucana, O Príncipe da Privataria, Operação Banqueiro e tantos outros publicados por meio alternativos como o dossiê da lavra do próprio Carone, A justiça Tucana, relatando com minúcias o desmonte do Estado e o saque ao dinheiro público tão maltratado por essa gente.

É de se perguntar: onde estão os órgãos defensores da liberdade de imprensa OAB, ABI, Fenaj, os velhacos que tanto falam da República Bolivariana do Brasil perigosamente ameaçada pelo lulopetismo que quer acabar com a liberdade de imprensa e por isso tem que ser contido a qualquer custo? Mais: e os pseudos jornalistas defensores da liberdade de imprensa ficarão silentes diante desse escárnio, um ato de força que só encontra paralelo nos regimes de exceção?

Aqui cabe repetir as máximas do pai do jornalismo moderno Joseph Pulitzer

"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma" .

e de Malcolm X:

“Se você não for cuidadoso, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo.”

http://pradiscutirobrasil.blogspot.com.br/2014/01/os-argumentos-que-levaram-carone-prisao.html




Aécio e a prisão do jornalista em MG

Por Altamiro Borges
Numa operação no mínimo suspeita, a polícia de Minas Gerais prendeu nesta segunda-feira (20) o jornalista Marco Aurélio Flores Carone, diretor de redação do sítio “Novo Jornal”. Ele foi detido em Belo Horizonte por solicitação da juíza Maria Isabel Fleck, da 1ª Vara Criminal. Em novembro passado, o Ministério Público do Estado o denunciou por formação de quadrilha, falsificação de documentos, falsidade ideológica, denunciação caluniosa e fraude processual. Todas as acusações tiveram como base os contatos estabelecidos pelo jornalista com o lobista Nilton Monteiro, que tornou pública a explosiva “Lista de Furnas” sobre o esquema de desvio de dinheiro da estatal nos governos tucanos de Minas Gerais.
De forma arbitrária, a juíza argumentou que ambos fazem parte de uma quadrilha com o objetivo de “difamar, caluniar e intimidar” adversários políticos e autorizou a prisão preventiva do jornalista para impedir novas edições do sítio. Ela também afirmou, sem provas, que o “Novo Jornal” é financiado com dinheiro de origem ilegal. O jornalista nega todas as acusações. “Eu sou um preso político. Estou sendo preso por questões políticas. Quem me conhece sabe do meu trabalho, tenho 30 anos de profissão. Estou tranquilo e vou provar que isso não corresponde à verdade. Fiquei conhecendo o promotor hoje aqui, ele chegou me agredindo verbalmente. Meu passado me defende”, afirmou ao Portal R7.
De imediato, o bloco parlamentar “Minas Sem Censura”, que reúne deputados estaduais do PT, PMDB e PCdoB, acusou os aliados do senador Aécio Neves, o cambaleante presidenciável do PSDB, de orquestrar a prisão como forma de censura. “Se você estabelece a prisão para evitar a publicação de material jornalístico, está oficializada a censura prévia”, reagiu o deputado Rogério Correia (PT), vice-líder do bloco.
“Assim que voltarmos do recesso, vamos convocar o Carone para prestar depoimento na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia. Nesse caso, ele pode vir mesmo estando preso para denunciar a perseguição promovida pelo PSDB de Minas contra seus adversários políticos”, afirma o parlamentar, que já foi alvo de ação similar. “Quando do surgimento da Lista de Furnas, encaminhei o relatório à Polícia Federal e, por isso, o vice-presidente nacional do PSDB tentou a cassação do meu mandato. É a mesma situação. A censura tem agentes no Ministério Público e no Judiciário, mas, quando é com a imprensa, quem organiza a perseguição é a própria irmã do senador, Andréa Neves”.
Como relembra a Rede Brasil Atual, “a Lista de Furnas é um documento que revela as quantias pagas a políticos do PSDB, PFL (hoje DEM) e PTB em esquema de desvio de verbas intermediado pelo publicitário Marcos Valério em 2000, com o objetivo de abastecer o caixa dois de campanha desses partidos nas eleições de 2002. O caso ficou conhecido como ‘mensalão tucano’ por envolver os mesmos personagens denunciados contra o PT em 2005. O PSDB nega a existência do esquema, que pode ter movimentado mais de R$ 40 milhões, e a autenticidade da Lista de Furnas, embora a Polícia Federal tenha comprovado, em perícia, que a lista tem a caligrafia de Dimas Toledo, então presidente da estatal de energia”.
O caso ainda aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal. “Em entrevista realizada em agosto do ano passado e divulgada pelo Youtube, o ex-advogado de Nilton Monteiro afirmou que o caso de Furnas envolveria até o assassinato da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, em agosto de 2000. Segundo ele, além de trabalhar como garota de programa para os envolvidos no esquema, ela era ainda responsável por transportar o dinheiro desviado da estatal em malas. O assassinato, registrado como suicídio até a revelação de sinais de asfixiamento da modelo, seria queima de arquivo, uma vez que a modelo queria abandonar a quadrilha”, conclui a reportagem da Rede Brasil Atual.
Reproduzo abaixo a nota divulgada na tarde desta segunda-feira pelo bloco Minas Sem Censura:
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Prisão de jornalista em MG: A face cruel do Estado de Exceção
A prisão do jornalista Marco Aurélio Carone, diretor proprietário do Novo Jornal, ocorrida hoje revela a face mais cruel do “Estado de Exceção” implantado em Minas Gerais desde 2003.
A prisão realizada estaria “amparada no requisito da conveniência da instrução criminal, já que em liberdade poderá forjar provas, ameaçar e intimidar testemunhas, além de continuar a utilizar o seu jornal virtual para lançar informações inverídicas”, segundo trecho do despacho da juíza Maria Isabel Fleck.
Ora, afirma-se que um dos motivos da prisão seria evitar que ele utilizasse de seu jornal virtual para veicular supostas informações inverídicas. Se isso não for censura prévia, o que mais será? E o que é pior: a arma para se efetivar essa ação preventiva seria a prisão do acusado? Logo, todo e qualquer profissional de imprensa que ousar veicular informações previamente consideradas inverídicas pela Justiça ou pelo Ministério Público estão sob ameaça concreta em Minas Gerais.
Não há trânsito em julgado de qualquer ação incriminando o diretor proprietário do referido jornal virtual ou mesmo daquele que seria seu suposto aliado nas ditas “acusações inverídicas”: Nilton Monteiro, conhecido por divulgar a Lista de Furnas, que – por sua vez – já foi considerada autêntica pela PF e, inclusive, já instruiu processos sobre o rumoroso caso envolvendo lideranças do alto tucanato.
O bloco parlamentar Minas Sem Censura registra aqui duas preocupações essenciais: uma é a prática de cerceamento da liberdade de imprensa, agora – de forma inédita – corroborada pelo MP e pelo Judiciário; outra é o claro foco político envolvendo personagens que criticam, denunciam e envolvem agentes políticos diversos.
O Minas Sem Censura apresentará requerimento à Comissão de Direitos Humanos da ALMG para a discussão e apuração, nesta Casa Legislativa, do grave fato que representa essa prisão. Serão convocados os representantes do MP, da autoridade policial que efetivou as prisões, do Novo Jornal e Sindicato dos Jornalistas.
Belo Horizonte, 20/01/2014
Sávio Souza Cruz
Rogério Correia
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/01/aecio-e-prisao-do-jornalista-em-mg.html

Em processo contra o Facebook, senador também fez pedido de sigilo, mas Justiça recusou




Por Renato Rovai, colaborou Marcelo Hailer

O senador Aécio Neves teria ingressado com um processo de procedimento sumário contra o Google e outras empresas de internet solicitando exclusão de conteúdo com base em direito de imagem.
O processo de número 1102747-51.2013.8.26.0100 foi distribuído para a 2a Vara Cível no dia 16 de dezembro último, às 15h12, – Foro Central Cível – de São Paulo e está sob a guarda do juiz Tom Alexandre Brandão. Informações desse processo podem ser acessadas neste link.

O nome do requerente aparece como A. N. Da C., iniciais que coincidem com o nome completo do senador, Aécio Neves da Cunha. Um dos requeridos, G. B. I. L coincide com as iniciais do Google do Brasil Internet Ltda. Outras empresas requeridas foram a C.S., a M.I.L e a N.S.N do B.S. De C. L.
A fonte que passou as informações do processo para a revista Fórum não tinha conhecimento de que empresas se tratavam as outras citadas no processo por iniciais.

A assessoria de imprensa do Google, procurada pela Fórum, num primeiro momento disse que: “O Google informa que cumpriu a decisão judicial fornecendo os dados solicitados pela justiça brasileira.” E depois procurou a redação para que seu posicionamento fosse alterado por se tratar de uma ação da qual não teriam sido citados. “O Google nem chegou a ser citado, portanto, não temos nada a comentar.”

O senador Aécio Neves também foi procurado. Seu assessor, Fernando, afirmou desconhecer o assunto, afirmando que retornaria o contato. Depois de insistentes ligações da reportagem, porém, não ofereceu resposta até o fechamento desta nota.

Fórum procurou, ainda, a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo e a resposta foi de que o juiz não pode dar entrevista porque o processo corre em segredo de justiça.

Em relação ao processo contra o Facebook, não há segredo de justiça, por isso o nome do senador e da empresa podem ser verificados neste link do Diário Oficial do último dia 10, reproduzido no Jus Brasil.

O senador, porém, também tentou obter sigilo nesse processo, como se pode verificar no trecho destacado abaixo. A Justiça indeferiu o pedido por duas vezes.

Processo 1091699-95.2013.8.26.0100 – Procedimento Sumário – Direito de Imagem – AÉCIO NEVES DA CUNHA – Facebook Serviços Online do Brasil Ltda e outro – Certidão – Oficial de Justiça – Mandado Cumprido Positivo – Processo Digital – ADV: JULIANA ABRUSIO FLORÊNCIO (OAB 196280/SP), CELSO DE FARIA MONTEIRO (OAB 138436/SP), EMELYN BARBARA ZAMPERLIN NASCIMENTO (OAB 318405/SP)

Processo 1091699-95.2013.8.26.0100 – Procedimento Sumário – Direito de Imagem – AÉCIO NEVES DA CUNHA – Facebook Serviços Online do Brasil Ltda e outro – Vistos. 1. Fls. 104/112: O requerimento de reconsideração da decisão de fls. 92/93, no que concerne ao indeferimento requerimento de tramitação do feito como segredo de justiça, não pode ser deferido, porquanto inexistente fato novo que autorize o reexame da questão. 2. Ciência ao autor quanto aos termos das petições de fls. 114/117 e 221/224, bem como quanto aos documentos que as acompanham. 3. No mais aguarde-se a apresentação de contestações tempestivas. 


Int. – ADV: JULIANA ABRUSIO FLORÊNCIO (OAB 196280/SP), CELSO DE FARIA MONTEIRO (OAB 138436/SP), EMELYN BARBARA ZAMPERLIN NASCIMENTO (OAB 318405/SP)

Consultado pela reportagem, o Facebook, por meio de sua assessoria, diz que não se pronuncia sobre processos judiciais. Estejam ou não em andamento.

Segredo de justiça e privacidade 

Pedro Estevam Serrano, advogado e professor de Direito Constitucional da PUC-SP, mestre e doutor em Direito do Estado, diz que não é possível afirmar se há justificativa para que o processo tramite em segredo de justiça, mas diz que em geral, na área cível, isso só é comum em casos de família e que envolvam menores. “Afora essas situações, é preciso verificar o processo e o juiz é quem analisa os riscos que existem de dar publicidade. Mas o padrão é que os processos tenham publicidade”.
O assunto do processo de Aécio contra o Google é de “direito de imagem”. Serrano considera que “o conteúdo concreto do direito de imagem muda concretamente de acordo com a pessoa”. Segundo ele, há uma dimensão subjetiva, no caso do direito de intimidade. “Ele é maior quando não tenho uma vida publicizada. Mas quando alguém é político e como, no caso dele, candidato a presidente da República, faz-se uma opção em que seu direito de intimidade é menor. Esse é um dos ônus do regime democrático, porque a pessoa decidiu fazer parte do processo público”, considera.

Serrano tem posição bastante liberal em relação à cobertura da imprensa e a liberdade de debate no processo político. “Acho muito boa a postura da mídia brasileira de preservar a intimidade dos políticos, mas essa é uma postura ética e não jurídica. Quem se candidata tem que estar disposto a esse escrutínio, porque questões pessoais que possam influenciar a prática de atos públicos caso a pessoa seja eleita podem ser fruto de debate.

Serrano dá como exemplo o caso de um presidente alcoólatra. “Se o presidente for alcoólatra isso pode impactar na vida pública. Não acho que esse tipo de informação deva ser censurada”. E vai ainda mais longe. “Até o fato de o candidato ter amantes pode ser fruto de debate público. Porque isso pode ser usado como chantagem contra ele no futuro.”

Na opinião do professor, tudo que possa influenciar direta ou indiretamente a prática de atos públicos ou de um futuro agente público, “em especial de um chefe de poder”, pode ser devassado no debate democrático. “E, havendo dúvida, defendo que o direito se estabeleça a favor da liberdade.”

Histórico de censura 

O senador Aécio Neves, quando governador em Minas Gerais, foi acusado por diversos jornalistas de, a partir de sua irmã, Andrea Neves, recentemente escolhida como uma das 60 pessoas mais poderosas do país, intimidar veículos e constranger a liberdade de imprensa no estado. No vídeo abaixo, Liberdade essa Palavra, tanto o jornalista Marco Nascimento, ex-diretor de Jornalismo da Globo Minas, como o apresentador Paulo Sérgio, ex-apresentador da Itatiaia Patrulha, dão depoimentos neste sentido.

Um dos fatos curiosos relatados neste vídeo é o depoimento do jornalista Jorge Kajuru, que por citar privilégios a convidados do governador Aécio num jogo de futebol da seleção brasileira foi demitido ao vivo pela TV Bandeirantes. Ele acusa diretamente a irmã de Aécio, Andrea Neves, pela demissão.
Outro jornalista demitido diz que foi intimidado pelo atualmente senador Zezé Perrela quando este era presidente do Cruzeiro. Perrella, que recentemente teve um helicóptero de sua família com 450 quilos de pasta de cocaína apreendido, teria dito ao jornalista que quando Aécio Neves assumisse ao governo, ele seria demitido, o que se confirmou posteriormente.

Aécio Neves é aliado do ex-senador Eduardo Azeredo, atualmente deputado federal pelo PSDB-MG. Azeredo foi autor do projeto de controle da internet e de quebra da neutralidade na rede que foi cunhado de AI-5 digital pelos defensores da liberdade na internet.

O professor doutor da Universidade Federal do ABC, Sérgio Amadeu, considera que se o Judiciário brasileiro tiver em relação à internet postura diferente do que tinha sobre os debates na imprensa e na mídia de massas, destruirá a liberdade de expressão no país.

“Nós não podemos aceitar que a crítica política seja entendida como algo que afeta a honra do político. Vários senadores e deputados querem as benesses da representação e ao mesmo tempo querem evitar que os eleitores e cidadãos critiquem suas ações. Também não podemos aceitar casos de dois pesos e duas medidas. A Folha pode fazer humor, mas quando a Falha fez humor com a Folha, o Judiciário deu ganho ao jornal por uso indevido da marca.”, afirmou.

Para Amadeu, o que o senador está tentando é a instituição da censura prévia na internet. “É disso que se trata. É censura prévia. Imagine se o ex-presidente Lula fizesse o que o Aécio está fazendo, sendo que com Lula há exageros muito maiores do que com Aécio.”

http://revistaforum.com.br/digital/130/aecio-faz-uso-de-segredo-de-justica-ao-tentar-censurar-google/

E a turma de FHC, parceira do Eike, não vai ser escândalo na mídia?



 Autor: Fernando Brito
ogx

A Folha noticia que os acionistas minoritários da OGX, a empresa de Eike Batista, estão processando Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda de FHC, por “”omissão e negligência” ao “não informar, fiscalizar, investigar, se opor ou denunciar as irregularidades cometidas pela empresa”, já que era do Conselho de Administração “independente” da empresa.

Ué, não é só o Malan, não.

A Ellen Gracie, ex-presidente do STF e possível vice de Aécio Neves, e Rodolfo Tourinho, ministro das Minas e Apagão de Fernando Henrique, também eram “conselheiros independentes” da OGX.
Cada um recebia R$ 125 mil mensais, segundo o insuspeito O Globo e só abandonaram o barco em junho passado, depois de anos por lá.

Curioso é que me meio às centenas – ou milhares – de matéria sobre a bancarrota de Eike, os nossos jornais não se interessaram em ouvi-los sobre como aconteceu o desastre que se passou com a OGX.
Afinal, eles ganhavam bem para defender o interesse dos acionistas.

Ou defendiam outra coisa?

http://tijolaco.com.br/blog/?p=12911

O CNJ vai aceitar a “democracia” mineira? Jornalista preso por escrever e advogado sem acesso ao processo.



21 de janeiro de 2014 | 17:49 Autor: Fernando Brito
aecim

Reproduzo a matéria da Conceição Lemes, do Viomundo, sobre o que está acontecendo com o jornalista Marco Antonio Carone.

Carone, opositor do império de Aécio Neves em Minas, segundo o site sua Minas Sem Censura teve prisão preventiva “amparada no requisito da conveniência da instrução criminal, já que em liberdade poderá forjar provas, ameaçar e intimidar testemunhas, além de continuar a utilizar o seu jornal virtual para lançar informações inverídicas”, segundo trecho do despacho da juíza Maria Isabel Fleck.
Agora, seus advogados não estão tendo acesso ao processo e, portanto, não podem impetrar habeas corpus contra a prisão de Carone.

Advogados de jornalista preso em MG estão sendo impedidos de ter acesso ao processo de cliente

Os advogados do jornalista Marco Aurélio Carone, diretor proprietário do Novo Jornal, estão sendo impedidos de ter acesso ao processo de prisão do seu cliente.

Hernandes Purificação de Alecrim e Bruno Moreira Silva estão há mais de três horas na Segunda Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas, tentando ter acesso ao processo.

“O escrivão da Vara Criminal alega que faltam alguns trâmites internos para que o processo possa ser disponibilizado”, acaba de nos dizer o advogado Bruno Moreira Silva.

Muito estranha essa explicação do escrivão do TJ/MG.

Afinal, tempo é que não faltou. Na sexta-feira, 17, a Justiça mineira decretou a prisão preventiva de Carone. Na própria sexta, foi expedido à autoridade policial o pedido de prisão preventiva. Na segunda-feira, 10, às 6 da manhã, ela foi cumprida.

Amanhã, às 10h, os advogados do jornalista Marco Aurélio Carone se reúnem com os deputados do Bloco Minas Sem Censura, na Assembléia Legislativa de Minas.

O objetivo é tentar marcar uma data para a audiência pública que irá debater a prisão do jornalista e listar possíveis convidados para a audiência.

http://tijolaco.com.br/blog/?p=12878%20.