terça-feira, 30 de abril de 2013

O pai espiritual de Malafaia, Feliciano e Edir

Quem é o missionário canadense que trouxe a Teologia da Prosperidade ao Brasil.

Walter Robert McAlister

Walter Robert McAlister

Edir Macedo, Marco Feliciano e Silas Malafaia não se inventaram sozinhos. Eles pertencem a uma linhagem. Se você tiver de culpar alguém, pense num missionário canadense chamado Walter Robert McAlister, que trouxe a Teologia da Prosperidade no Brasil e pode ser definido como o pai espiritual desses meninos.
De uma família evangélica, McAlister foi pregar nas Filipinas, Hong Kong e Índia. Em 1959, veio ao Brasil. Morou em São Paulo e, em seguida, no Rio, onde se estabeleceu. Seguidor da Teologia da Prosperidade americana, especialmente do pioneiro televangelista Oral Roberts, logo viu uma oportunidade de se fazer notado no rádio. Em 1960, ganhou um programa chamado Voz da Nova Vida na Copacabana. Pouco depois comprou a Rádio Relógio, uma das primeiras emissoras evangélicas do Brasil.

Em 1961, deu forma ao culto que até hoje é praticado pelas agremiações evangélicas desse gênero: louvor, oferta, mensagem, oração e testemunho. Uma vez por ano, reunia seus fieis no Maracanãzinho. Como era inevitável, acabou na televisão, apresentando o show “Coisas da Vida”, na Tupi. Virou o “Bispo Roberto”. A Igreja de Nova Vida era um fenômeno.

Em busca de almas, McAlister atacava pesadamente a umbanda, o candomblé e demais religiões afro-brasileiras (a célebre maldição do Feliciano sobre a África não apareceu do nada). Espíritos do mal causavam doença, vício, pobreza, homossexualismo e adultério. Lançou um livro sobre uma suposta história de conversão de uma mãe de santo, libertada pelo “espírito santo”. Um de seus funcionários mais talentosos era um rapaz de 19 anos, Edir Macedo. Nos anos 70, Edir cresceu na foto, rompeu com o mentor e fundou a Cruzada do Caminho Eterno, embrião da Universal.

O canadense ainda veria a ascensão da IURD, batendo na mesma tecla da possessão demoníaca, do exorcismo e do dízimo. No início dos anos 80, talvez incomodado com a ascensão do ex-pupilo Edir, McAlister parou de pregar na TV, dizendo que ela “criava monstros”. Já era tarde demais.

McAlister morreu em 1993, do coração. Não deu tempo de testemunhar o surgimento de gigantes como a Internacional da Graça de Deus, Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, Renascer em Cristo, entre outras – e nem a chegada de um legítimo representante da Teologia da Prosperidade à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, o nosso querido Feliciano.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-pai-espiritual-de-malafia-feliciano-e-edir/

Garotinho dispara chumbo grosso contra a Globo

Rio 247 - Comprar uma briga com o toda-poderosa Globo é uma boa ou má escolha para um político que concorre ao governo do Rio de Janeiro? O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), que hoje lidera as pesquisas no estado, à frente do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e do vice-governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB, já fez sua escolha. Dias depois de ser alvo de uma denúncia na revista Época (leia mais aqui), ele partiu com tudo para cima da Rede Globo e bateu pesado no império da família Marinho, ao discursar no plenário da Câmara dos Deputados. Defendeu a convocação da emissora pela Comissão da Verdade, denunciou uma suposta conta de João Roberto Marinho num paraíso fiscal e citou até o suposto envolvimento do diretor de jornalismo, Ali Kamel, no caso Banestado. "Pode vir quente que eu estou fervendo", disse o deputado, que é discípulo de Leonel Brizola, um dos poucos políticos brasileiros que ousou enfrentar a Globo – e venceu.

Abaixo, o discurso de Garotinho:

O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Deputado Anthony Garotinho, para uma Comunicação de Liderança, pelo Bloco PR.

O SR. ANTHONY GAROTINHO (Bloco/PR-RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, meus colegas Deputados, no final de semana, fui surpreendido por uma matéria publicada na revista Época, de propriedade das Organizações Globo, uma verdadeira salada. A matéria não dizia coisa com coisa, tentando induzir o eleitor, como se eu tivesse feito alguma coisa errada ao alugar, com a quota parlamentar, um carro aqui em Brasília, para meu uso pessoal,de uma empresa que licitamente ganhou a concorrência na Prefeitura de Campos.

As Organizações Globo, Sr. Presidente, há muito tempo, têm essa mania de afrontar as pessoas, de mentir, de caluniar. Alguns recuam. Eu, como não devo nada à Globo e sei que aquela matéria é mentirosa, falsa e eleitoreira, quero fazer aqui um desafio aos autores da matéria e aos proprietários das Organizações Globo.
Sr. João Alberto Marinho, Sr. José Roberto Marinho — seu irmão —, quem comprou a TV Globo de São Paulo com uma procuração falsa foi o seu pai, não foi ninguém da família Garotinho, e ninguém toma atitude contra vocês porque neste País a Justiça tem medo das Organizações Globo. O processo se arrasta há anos, trocando de juiz para juiz, de desembargador para desembargador, e ninguém dá a sentença de uma televisão comprada com uma procuração falsa, Sr. Presidente.

Quero dizer mais: a família Garotinho, a D. Rosinha Garotinho, atacada injustamente na matéria; a minha filha, a Deputada Clarissa Garotinho; e eu fomos eleitos pelo povo. O que vocês têm vocês ganharam prestando favores à ditadura militar. Vocês ganharam canal de rádio e canal de televisão prestando serviços aos ditadores de plantão. 

Fala-se aí em convocar Fulano, Beltrano, para ir à Comissão da Verdade. Quem tem que ir à Comissão da Verdade explicar porque mentiram nas Diretas, quando tinha um comício em São Paulo e disseram que era comemoração do aniversário da cidade... O Deputado Arlindo Chinaglia sabe disso. Mentiram no Jornal Nacional.

Eu queria ir um pouquinho mais além. O Sr. João Roberto Marinho deveria explicar porque no ano de 2006 tinha uma conta em paraíso fiscal não declarada à Receita Federal, com mais de 100 milhões de reais, e porque a Receita Federal não fez nada em 2006. Deveria explicar mais: o Sr. Ali Kamel estava na lista dos que estavam com dinheiro no escândalo do BANESTADO. O Sr. Ali Kamel é o editor do Jornal Nacional, Diretor de Jornalismo da Globo

Olhem o rabo de vocês. Vocês não têm autoridade moral para criticar ninguém na política deste País, muito menos alguém que foi Prefeito da sua cidade duas vezes, Governador de Estado, Secretário de Estado três vezes, Deputado Estadual, Deputado Federal, minha esposa é Prefeita pela segunda vez, minha filha é Deputada, e eu moro na mesma casa em que nasci, na Rua Saturnino Braga, 44, no Bairro da Lapa. 
Então, estou hoje aqui indignado e peço que V.Exa. e os colegas votem o projeto de direito de resposta sumário, porque se não essa gente vai continuar fazendo isso. Mentem e daqui a 5 anos, nós vamos ganhar o direito de resposta. 

Se a Globo pensa que vai fazer comigo o que ela faz com Sérgio Cabral, com Eduardo Paes e aquele bando de frouxos do PMDB do Rio de Janeiro, que não aguentam uma notinha no Jornal Nacional, que não aguentam uma notinha na Coluna do Ancelmo Gois, estão muito enganados. Pode vir quente que eu estou fervendo.