segunda-feira, 14 de julho de 2014

O polêmico capitão da seleção alemã tetra campeã

Capitão Lahm concilia discrição e polêmicas



Independentemente do título na decisão deste domingo, no Maracanã, a Alemanha também assegurou o título de seleção mais divertida da Copa de 2014. Em redes sociais e ao vivo, os jogadores da equipe europeia protagonizaram várias histórias que justificam esse rótulo. Só não tente incluir o capitão Philipp Lahm nas gracinhas. Reservado, o principal líder do time germânico não chama atenção por "selfies" ou brincadeiras. Se você ouvir falar sobre o polivalente jogador de 30 anos, até este domingo seria só por dois motivos: o desempenho incrível e o retrospecto de polêmicas. Agora, também por levantar a taça de campeão do mundo.

Lahm é um dos maiores símbolos da reconstrução do futebol alemão, processo que norteou a formação da seleção que disputa a Copa de 2014. Titular da equipe nacional há três Mundiais, capitão desde a edição passada, o lateral concilia dedicação, eficiência e características de jogo que alicerçam a formação da equipe. Foi o atleta que mais distribuiu passes no torneio deste ano (562 acertos - 86,3% de aproveitamento, superando o argentino Javier Mascherano na final).

"Ele é o jogador mais inteligente que eu já comandei", resumiu o espanhol Pep Guardiola, técnico de Lahm no Bayern de Munique. Com ele, o capitão passou a atuar com mais frequência como meio-campista. "É simplesmente impossível jogar melhor nessa posição do que ele fez nos últimos jogos", elogiou o treinador na temporada 2013/2014 do Campeonato Alemão.

Os elogios de Guardiola dão uma boa dimensão da relevância de Lahm. O espanhol foi o técnico responsável por um dos períodos mais vitoriosos da história do Barcelona. Comandou jogadores como Xavi Hernández, Andrés Iniesta e Lionel Messi. Fechou com o Bayern de Munique depois de um período sabático e encontrou uma equipe que havia triunfado muito na temporada anterior. Ele podia ter feito uma análise menos enfática ou podia ter direcionado a ovação a Bastian Schweinsteiger, Arjen Robben ou Franck Ribéry. No entanto, além de um reconhecimento, a avaliação foi uma forma de afagar o ego do principal líder do elenco.

No Bayern e na seleção alemã, Lahm é um jogador com enorme ascendência sobre os outros atletas. Uma liderança moldada a partir de uma combinação entre dedicação e experiência, sem gritos ou imposições.

"Hoje em dia você precisa dividir a responsabilidade. Cada jogador tem de saber o papel que precisa desempenhar. Olhe para o Manchester United que venceu a Liga dos Campeões da Uefa em 2008, por exemplo. Roy Keane não era um líder para aquele grupo, mas as coisas funcionavam", disse Lahm em entrevista concedida à revista alemã "Spiegel". "Eu não gosto de líderes que tentam se impor e controlar o grupo. [Stefan] Effenberg [jogador alemão] era um líder por causa da presença ou pelo que ele projetava como presença?", questionou na sequência.

A construção do líder

A trajetória de Lahm no Bayern de Munique começou quando ele tinha apenas 11 anos. O alemão chegou às categorias de base como meia e sonhava ser como o compatriota Mehmet Scholl. Logo nos primeiros anos, foi deslocado para a lateral. "Eu rapidamente percebi que precisava de um novo modelo. Escolhi [o italiano] Paolo Maldini", relatou o atual capitão da seleção.

Ainda na base, Lahm foi muito questionado por ser baixo e por não entregar nada espetacular.

Hermann Gerland, que foi técnico dele nos times menores do Bayern de Munique, certa vez chamou um treinador para observar o lateral. "Ele queria cobrar o combustível gasto para chegar até ali porque achava que tinha perdido tempo. Nós nos encontramos anos depois, quando Philipp já estava consolidado, e eu saquei minha carteira. Perguntei quanto ele queria por aquela viagem", contou ao jornal "tz".

Em 2003, Lahm foi emprestado ao Stuttgart. Jogou nas duas laterais da equipe comandada por Felix Magath, ajudou o time a terminar um Campeonato Alemão na quarta posição e ganhou moral para o retorno ao Bayern de Munique. Na equipe em que foi revelado o lateral direito / lateral esquerdo / meio-campista conquistou 15 títulos, oito como capitão.

A consolidação em um dos maiores times da Alemanha alçou Lahm à seleção. O lateral já tinha histórico na base, mas foi convocado pela primeira vez para a equipe principal em 2004. Dois anos depois, foi titular na equipe que jogou a Copa do Mundo em casa. Fez o primeiro gol daquela competição e foi eleito pela Fifa o melhor em campo na segunda rodada. Tudo isso jogando pelo lado esquerdo do campo, apesar de ser destro.

Em 2008, Lahm já era um dos principais laterais do planeta. O alemão recebeu proposta formal para trocar o Bayern de Munique pelo Barcelona, mas contestou seus empresários e rejeitou. Em vez do dinheiro, ele preferiu seguir em casa. A personalidade forte do jogador se manifestava mais uma vez.
Lahm também já era uma voz importante na seleção alemã. Na primeira fase, depois de uma derrota por 2 a 1 para a Croácia, o lateral foi questionado pela revista "11Freunde" sobre o que havia conversado com o restante do elenco: "Quando você sente que é ouvido, começa a desenvolver devagar um papel de líder. Eu cheguei à equipe com 19 anos, e na época não conseguia participar das discussões importantes. Hoje eu ainda sou jovem, mas já tenho experiência suficiente para isso".

 
Em entrevista coletiva, o artilheiro alemão Thomas Müller revelou que sua equipe terá atenção especial com Messi na final da Copa e negou que a Alemanha tenha tirado o pé contra o Brasil 
 
Leia mais EFE/EPA/ANDREAS GEBERT
 
As polêmicas

O papel de líder do lateral na seleção só foi consolidado, contudo, na Copa de 2010. E de uma maneira que até hoje rende polêmica. Na época, o dono da braçadeira era o meio-campista Michael Ballack, que se machucou e não pôde jogar o Mundial da África do Sul. Lahm herdou a faixa e admitiu que gostaria de mantê-la. O anúncio foi feito num dia em que Ballack havia visitado o elenco, horas depois da saída dele.

Ballack sentiu ter sido traído. "Ele é um jogador inteligente e não teria dado uma entrevista assim sem ter respaldo. Deve ter sido algo combinado com o treinador [Joachim Löw]", acusou o meio-campista. "Eu sou o capitão. Ele se manifestou em momento inoportuno, quando eu estava machucado e não podia me defender. Vou conversar com ele sobre isso quando retornar. Eu ainda sou o dono da faixa", completou o meio-campista. Ballack nunca mais foi capitão da seleção alemã.
A polêmica com Ballack foi apenas uma em que Lahm se envolveu. Em 2011, o lateral lançou uma autobiografia intitulada "Der feine unterschied" ("A sutil diferença", em tradução livre). No livro, criticou praticamente todos os técnicos com quem trabalhou. Reclamou de Felix Magath e Louis van Gaal, mas o alvo mais contundente foi Klinsmann: "Com ele, nós praticamente só fazíamos treinos físicos. Havia poucas instruções técnicas, e os jogadores decidiam como se posicionar independentemente do que conversávamos nos vestiários".

Além da seleção alemã, Klinsmann foi técnico de Lahm no Bayern de Munique entre 2008 e 2009. "Depois de sete ou oito semanas nós já sabíamos que não daria certo", escreveu o lateral.

O livro de Lahm foi muito criticado por pessoas que trabalhavam com futebol alemão na época. Rudi Völler, ex-jogador e ex-treinador da seleção, chamou o jogador de mau caráter" e disse que ele havia feito um livro "patético".

Casamento de Philipp Lahm

Philipp Lahm e namorada Claudia Schattenberg se casam em cerimônia tradicional da Baviera, na Alemanha. Festa teve orquestra de instrumentos típicos com música popular da região, antes da cerimônia religiosa Leia mais Christof Stache/AFP
 
O perfil reservado

Todas as polêmicas e discussões sobre poder contrastam com um traço marcante na personalidade de Lahm: ele é extremamente reservado. O lateral é casado com Claudia Schattenberg desde 2010, por exemplo. A cerimônia foi realizada quatro dias depois da Copa em que ele havia sido capitão da seleção, e nenhum jogador foi convidado.

Lahm é descrito por outros jogadores como um líder reservado, que fala apenas nos momentos mais importantes. Raramente eleva o tom de voz e demonstra muito controle emocional. "Não gosto de impor minha presença", resumiu o lateral.

Na Copa de 2010, Lahm foi o jogador tornou-se o jogador mais jovem da história a usar a braçadeira da seleção da Alemanha em um Mundial. Neste domingo, adicionou ao currículo um título que o país não conquistava desde 1990.

Questionado sobre como pretendia comemorar, Lahm deu mais uma demonstração de personalidade: "Dormir cedo e dormir muito. Provavelmente eu vou gritar bem alto no momento, mas depois vou querer descansar".

http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/07/13/esqueca-alemanha-divertida-capitao-lahm-e-reservado-mas-tem-lado-polemico.htm

42 motivos pelos quais não vamos esquecer a Copa no Brasil 12


Acabou. Um mês de Copa se passou, mudando a rotina dos brasileiros e de muitos gringos. E, apesar dos inúmeros problemas antes da competição e das dúvidas quanto ao seu sucesso, o Mundial foi uma experiência inesquecível. Então, listamos os principais motivos que comprovam que esta Copa não vai sair da sua cabeça.

1. Primeiro, porque em meio a tantos problemas, atrasos e protestos, você sequer tinha toda essa certeza toda de que a Copa ia acontecer


2. Você nunca teve TANTA gente para trocar as figurinhas do álbum da Copa e nem tanto gosto em completá-lo – mesmo tendo de colar Robinho no time do Brasil


3. Você adorou criticar a abertura da Copa do Mundo – principalmente quando se deu conta do que parecia aquele macacão azul da Claudia Leitte


4. Você teve esperança. Afinal, o Brasil mostrando fibra para virar o jogo contra a Croácia e Neymar marcar dois gols pareciam bons sinais de sucesso


5. A Copa do Mundo virou a Copa dos Memes. Bastou o primeiro jogo e um gol contra de Marcelo para a explosão nas redes sociais acontecer


6. Gols, gols, gols! Você se empolgou como nunca ao ver tantos gols. Principalmente na fase de grupos. Bom, e também na semi do Brasil...


7. A festa. Em Copabacana, na Vila Madalena ou no interior do país. Entre desconhecidos, amigos ou familiares. Nunca se festejou tanto - apesar de nem tudo ter sido na paz


8. Os gringos. Salvo algumas poucas confusões, a invasão estrangeira virou intercâmbio, festa e lição na hora de torcer na arquibancada


9. Você riu horrores da derrota da Espanha para a Holanda. Só não podia imaginar que os brasileiros não iriam rir por último


10. Você achou que veria Neymar dançando. Mas foi o "Armeration" que embalou o ritmo das comemorações


11. Você se divertiu como sempre vendo Galvão, desta vez como âncora do Jornal Nacional. Mas quem roubou a cena foi Patrícia Poeta dando sua bufada...


12. Você conheceu o técnico mais carisma do futebol, Miguel Herrera, com suas caras, bocas e superpoderes


13. Você viu um dos gols mais divertidos de uma Copa do Mundo. O autor: Van Persie. Até o avô do atacante prestou homenagem que bombou na web


14. Você se empolgou com os Estados Unidos e a explosão do "soccer" por lá. Mas, como sempre...


15. Você sorriu com o canto da boca ao ver dois fracassos. A queda vertiginosa da Espanha e a eliminação de Cristiano Ronaldo – que até tentou, mas não pôde carregar Portugal sozinho. Que injustiça...

16. Você viu que uma Copa cheia de gols também pode ser a Copa dos goleiros. Ochoa, Krul, Howard, Navas e Neuer brilharam


17. Você notou que não há limites para a zoeira quando se fala em tatuagens e cortes de cabelo


18. Você foi testemunha da mordida mais polêmica do mundo do esporte desde que Mike Tyson abocanhou a orelha de Evander Holyfield


19. Você amou a Alemanha, por seu carisma, festa, pelo carinho com os brasileiros e o futebol bonito de ver. Odiou pela goleada. Mas voltou a amar pelo profundo respeito que eles demonstraram mesmo após os 7 a 1


20. Você se surpreendeu com o povo brasileiro, mostrando seu valor. Da acolhida aos estrangeiros aos exemplos de generosidade, como no caso da mulher que achou 9 ingressos em uma mala e os devolveu


Bruno Thadeu/UOL

21. Falando em ingressos... Você relembrou os problemas de antes da Copa e tomou, ao menos um baque, quando foi desbaratado o esquema da máfia de ingressos com gente ligada à Fifa


22. Você viu como é facinho US$ 3 milhões em espécie virem de Gana e chegarem a um hotel brasileiro. Claro que com muita confusão: astros expulsos do time, briga, eliminação... Não foi fácil para os ganenses, mesmo de bolso cheio.


23. Sabe aquela pequena seleção que junta a torcida de um mundo todo por seu sucesso? Costa Rica foi o sucesso da da vez, com direito a esta festa na recepção


24. Você viu que Robben é tão bom corredor - bateu recorde de velocidade - quanto simulador de faltas. E o Neymar que era piscinero...


25. Você ficou bravo com o Messi. "Como não cumprimenta a criancinha?". Aí você viu que não era bem assim... Ah, e você viu o argentino brilhar como nunca pela seleção argentina


26. Você nunca prestou tanta atenção na mídia estrangeira. Quer dizer, até que as repórteres gringas...

Ampliar

As repórteres mais gatas da Copa do Mundo112 fotos

65 / 112
Andressa Urach apita jogo de futebol com candidatas do Miss Bumbum Brasil 2013, na Lapa, zona oeste da cidade Rodrigo Capote/UOL

27. Você conheceu a criança argentina mais fofa do mundo. E viu que há esperanças para acabar com a marra de nuestros hermanos


28. Você pôde ver um homem cego e surdo "assistir" a uma partida de Copa, à sua maneira


29. Você achou que ia morrer do coração. Afinal, pra que tanta prorrogação?!


30. Você chorou. Seja no hino, no desabafo de Júlio César ou com as outras seleções, alguma lágrima você derramou. A seleção, então, nem se fala!

Ampliar

A seleção não se cansa de chorar19 fotos

16 / 19
08. jul. 2014 - Chorando, David Luiz deixa o gramado ao lado de Thiago Silva, que não jogou, após a derrota por 7 a 1 para a Alemanha, no Mineirão AFP PHOTO / GABRIEL BOUYS

31. Você em algum momento se rendeu aos encantos de David Luiz - sejam eles futebolísticos ou não, já que a mulherada adorou o fofinho cabeludo. Mas em campo, teve atuações lamentáveis contra Alemanha e Holanda


32. Você nunca esquecerá as frações de segundo que se passaram entre o chute de Pinilla e a explosão da bola no travessão - e, em geral, todo o drama de Brasil x Chile


33. Você achou que Neymar estava só ganhando tempo caído no chão. E ficou em choque quando viu as proporções da joelhada de Zúñiga


Reprodução

34. Se chorou, riu ou simplesmente ficou petrificado, você nunca esquecerá a sensação de ver o Brasil tomar 7 a 1 da Alemanha


35. Você viu as apostas mais malucas serem feitas. Há quem ganhou com a mordida de Suarez, e quem faturou com o vexame brasileiro. Mas o mico mesmo foi do Datena:


36. Você viu que maldição de Copa pesa, sim. Não é, Mick Jagger?


37. Você viu a criação de um novo Neymar, que foi obrigado a mostrar um outro lado após a lesão e a eliminação do Brasil, já sem ele. Até instrução ele deu.


38. Você experimentou o que é uma ressaca de Copa nos dias sem jogo. E teme pelo pior agora que ela acabou... #força


39. Mas, antes, você nunca esquecerá o que tem de bom em uma final da Copa...

REUTERS/Michael Dalder

40. Não, não isso. Você lembrará como foi bom foi ver os atacantes argentinos perderem gols feitos e deixarem Messi, o melhor (será?) da Copa, desconsolado em campo


Xinhua/Li Ga
41. E ficará na sua cabeça como Müller e Neuer souberam comemorar o tetra. Numa supervibe

42. E, por fim, você, que viveu intensamente um mês da Copa das Copas, vai esperar que essas lições tragam mudanças no futebol e fora dele.


http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/07/14/42-motivos-pelos-quais-nao-vamos-esquecer-a-copa-no-brasil.htm

Coxinha do "não vai ter Copa" e "Imagina Copa" chupa que tá dura, ô que é de Uva

 

 

Brasil recebeu 1 milhão de estrangeiros durante a Copa, diz Governo



O governo federal divulgou nesta segunda-feira (14) o balanço das ações desenvolvidas durante a Copa e informou que um milhão de turistas estrangeiros visitou o Brasil durante o Mundial. Os turistas brasileiros viajando pelo pais no período da competição foram três milhões, de acordo com os números apresentados pelo ministro-chefe da Casa Civil.

O número supera em cerca de 400 mil pessoas a previsão do Ministério do Turismo, que era de que 600 mil estrangeiros viessem ao Brasil durante a Copa.

De acordo com a pesquisa divulgada nesta segunda-feira, desenvolvida pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), os estrangeiros vieram de 203 países diferentes. Destes, turistas de 188 países tinham ingressos para o Mundial.

Segundo o governo, 95% dos estrangeiros tem intenção de voltar ao Brasil. Cada turista estrangeiro ficou em média 13 dias no Brasil, e 83% disseram que o país "atendeu plenamente ou superou suas expectativas". Ao todo, 378 municípios foram visitados pelos estrangeiros durante a Copa.
Ao todo 16,7 milhões de passageiros voaram dentro do território nacional durante a Copa, do dia 10 de junho ao dias 13 de julho. O aeroporto que mais recebeu passageiros foi o de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo., com 3,8 milhões de passageiros durante a Copa. Os números relativos aos aeroportos foram divulgados nesta segunda-feira pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República.

O dia de maior movimento aéreo foi em 3 de julho, quando 548 mil passageiros voaram pelo país. O recorde do Carnaval é de 467 mil passageiros voando em um único dia, e no final do ano, no período do Natal e Ano Novo, o recorde é de 420 mil passageiros em um único dia.

O aeroporto de Brasília recebeu 1,6 milhão de passageiros, o Galeão, no Rio de Janeiro, teceu 1,8 milhões de passageiros e o de Congonhas, em São Paulo, 1,3 milhão de passageiros durante a Copa.

http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/07/14/brasil-recebeu-1-milhao-de-estrangeiros-durante-a-copa-diz-governo.htm

Bom Senso FC: não vai mudar nada ! Democracia na CBF, já !

Marín e Del Nero: quanto mais muda mais fica a mesma coisa
O Conversa Afiada reproduz post do site do Bom Senso FC:

Por que a tragédia da Copa não afetará a CBF


As artimanhas dos cartolas para impedir a mudança

Dois meses antes do início da Copa do Mundo, Marco Polo Del Nero foi eleito o novo presidente da CBF. As eleições que ocorrem de 4 em 4 anos — inicialmente previstas para outubro deste ano — foram antecipadas, estrategicamente, para o mês de abril a fim de blindar a CBF contra qualquer mudança em caso de um eventual fracasso da Seleção Brasileira no Mundial.

Não bastasse a absurda antecipação, a disputa pela presidência da entidade é a prova incontestável de que os conceitos de eleições e democracia não pertencem necessariamente a mesma família.

O concorrido pleito foi vencido — pasmem! — pelo único homem que o disputou. E a pergunta é: por que apenas um candidato? Será que o cargo mais importante desse esporte no país, cuja entidade detém o monopólio sobre a exploração do nosso maior patrimônio cultural e arrecada R$350 milhões por ano, é algo tão indesejável assim?

Tudo se explica pelo estatuto social da CBF. É ele que determina a representação de apenas 47 homens: os presidentes das 27 federações estaduais e os presidentes dos 20 clubes da série A. São eles que decidem o futuro do futebol no país. Aliado a isso, políticos do futebol se escoram em outra proteção estatutária para jogar um jogo só deles. É a chamada cláusula de barreira, ou seja, para concorrer ao cargo de presidente da entidade, é necessário contar com o apoio de pelo menos 8 Federações e 5 clubes da Série A. Assim sendo, o futebol brasileiro — apesar do desfecho melancólico na Copa de 2014 — deve continuar nas mãos dos mesmos senhores que o trouxeram até aqui.

“Como a natureza sabe, sem diversidade não existe evolução.” — Isaias Raw

A falta de visão que desorienta o nosso futebol é resultado direto deste processo político arcaico, em que treinadores, jogadores, árbitros e executivos não têm quaisquer instrumentos para incidir nas decisões relevantes do futebol no país.

Se o futebol brasileiro quiser evoluir, a CBF precisa garantir uma representação equilibrada de todos os segmentos do esporte. É urgente que a assembleia geral da CBF seja composta não apenas por um corpo político-burocrático, mas principalmente pelo setor técnico do futebol.

Nada mudará se não democratizarmos o estatuto da CBF.

E você, torcedor brasileiro, que tem perguntado como ajudar, como participar da construção do nosso próprio legado da Copa, vá ao estádio nesta quarta-feira — quando recomeça o Brasileirão — e leve um cartaz ou uma faixa, pedindo:

Democracia na CBF, já!

Com o seu apoio viraremos esse jogo!

Não deixe de assinar a nossa petição no site: www.bomsensofc.org

http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2014/07/14/bom-senso-fc-nao-vai-mudar-nada/

Herói do Brasil ignorou função e jogou para arquibancada



A Copa do Mundo no Brasil chegou ao fim com um bom resultado. A Argentina foi um adversário mais difícil do que muitos imaginavam que iria ser para a Alemanha na final no Maracanã, e mostrou uma agressividade ofensiva que poucos previram.

Poucos jogadores argentinos tiveram oportunidades perdidas para lamentar. Mas os alemães, sem dúvida, mereceram ser os primeiros europeus a vencer neste lado do Atlântico.

Eles tiveram que suar para chegar lá. Primeiro, enfrentaram três adversários difíceis na fase de grupos sob o calor intenso do Nordeste - duas partidas tiveram início às 13h.

Depois, fizeram a longa viagem a Porto Alegre, onde experimentaram o frio do inverno gaúcho e enfrentaram a Argélia. Daí, vieram os peso-pesados. Nas quartas de final, jogaram contra a França, vista por muitos como o melhor time europeu. E claro, o time derrotou as duas potências sul-americanas, na América do Sul. A vitória por 7-1 sobre o Brasil certamente ficará como um dos placares mais surpreendentes.

Cada jogo tem sua própria história, mas a competência da defesa argentina coloca o péssimo desempenho brasileiro sob uma perspectiva afiada e implacável. Na ausência do capitão Thiago Silva, a defesa do Brasil entrou em colapso com uma facilidade espantosa - e, ainda assim, o jogador a ser o maior culpado, aparentemente, continua a ser o mais popular da equipe.

Antes da disputa pelo terceiro lugar contra a Holanda, quando o time do Brasil foi anunciado, o maior aplauso da torcida foi para David Luiz. Não muito conhecido no país antes da Copa das Confederações do ano passado, David Luiz tornou-se rapidamente uma figura de culto. Fãs brasileiros amam seu estilo de jogo - uma tirada de bola espetacular na final contra a Espanha o ajudou bastante - e a maneira como ele se expressa.

Bem aticulado e educado, ele foi o primeiro jogador da seleção a falar sobre os protestos que ocorriam em todo o país no ano passado. Suas palavras ajudaram a construir uma ponte entre os fãs e a equipe.

"O desempenho de David Luiz contra a Alemanha foi a pior coisa que eu já vi de um jogador de alto nível numa partida importante."

Porém, o que aconteceu a partir daí serve como advertência sobre os perigos da popularidade. O desempenho de David Luiz contra a Alemanha foi a pior coisa que eu já vi de um jogador de alto nível numa partida importante.

Tal julgamento não é só porque ele cometeu erros. Todo mundo erra. Ele vem da opinião de que David Luiz perdeu de vista suas verdadeiras prioridades.

Ele não é um defensor natural. Seus instintos são de ir para a frente, contribuir com o ataque. Neste jogo, porém, ele teve que manter-se sob controle. Thiago Silva, o organizador da defesa, desfalcava o time. David Luiz assumiu o papel de capitão e, em teoria, o de pivô defensivo.

Infelizmente, porém, ele não quis fazê-lo. Minha suspeita é que essas tarefas eram muito pequenas para o auto-nomeado herói da nação. Ele deve preferir fazer coisas que lhe dão mais fama e atenção.
O Brasil sofreu um gol aos 10 minutos contra a Alemanha. O erro parece ser atribuível a David Luiz. Tais erros são perdoáveis. Mas é mais difícil desculpar o que veio depois. Faltavam 80 minutos.

Tempo mais do que suficiente para o Brasil reorganizar seu time e voltar à partida. Eles precisavam de uma liderança calma e disciplina defensiva de seu capitão. Exatamente o que não tiveram.

David Luiz passou grande parte do resto do jogo fazendo cobranças. Exatamente o oposto do que era preciso. Ele não estava jogando para seus companheiros. Estava jogando para as câmeras.

http://copadomundo.uol.com.br/noticias/bbc/2014/07/14/heroi-do-brasil-ignorou-funcao-e-jogou-para-arquibancada.htm

Como um campeão do mundo virou sinônimo de humilhação em 2014

 

 

Felipão vai de pai a padrasto e vê imagem abalada após recordes negativos



Gustavo Franceschini, Paulo Passos, Pedro Ivo Almeida e Ricardo Perrone
Do UOL, no Rio de Janeiro 

Luiz Felipe Scolari bem que tentou. Após a acachapante derrota por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo de 2014, o técnico da seleção brasileira adotou o discurso de que o trabalho havia sido bem feito nessa atual passagem à frente da equipe e que a humilhação ocorrera por conta apenas de um "apagão".

Não satisfeito, repetiu o discurso em pelo menos mais duas oportunidades. Para ele, tudo estava no caminho certo. Até mesmo um projeto para a Copa de 2018, na Rússia, apareceu em seus discursos.
O treinador não queria aceitar a condição de derrotado e parecia disposto a se manter no cargo. A pressão, no entanto, falou mais alto. E aquele que fora o paizão da Família Scolari de 2002 deixa a seleção em 2014 com uma figura oposta, transformado em padrasto do grupo que decepcionou.

Se no ano do penta Felipão era sinônimo de competência e confiança após a Copa, em 2014 tudo ruiu no mesmo período. Questionado por todas as partes, não conseguiu manter aquela que chegou a ser a maior popularidade às vésperas da Copa: 68%, segundo o Datafolha, superando atletas queridos e o índice de uma pesquisa semelhante em 2002.

E os números, que consagravam Felipão antes da Copa, ajudaram a destruí-lo após o Mundial. Em uma campanha sonhada para ser perfeita, quase tudo deu errado. O pai da última seleção vitoriosa do Brasil viu do banco o time ter a pior defesa da história em mundiais, sofrer sua maior goleada em quase 100 anos e ter o pior aproveitamento desde 1966.

O discurso de nome perfeito para uma seleção brasileira, status mantido por mais de dez anos, fora derrubado. Nem mesmo trabalhos ruins em outros clubes e seleções pareciam abalar Felipão quando o assunto era o time da CBF. Desta vez, porém, os números não permitiram defesa.

Doze anos após a consagração, o treinador deixa o comando da seleção pela segunda vez. E de uma maneira que jamais imaginaria: sem a fama de paizão, questionado pela crítica, culpado pelas derrotas em casa e com recordes negativos.

http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/07/14/felipao-vai-de-pai-a-padrasto-e-ve-imagem-abalada-com-recordes-negativos.htm

Da Espanha ao 7 a 1. O que fez Felipão virar o fio e perder a seleção?



Felipão bateu o time mais temido mundo com uma equipe jovem e desacreditada. Tudo estava certo e ele e o Brasil eram favoritos à Copa do Mundo. Hoje, o técnico está desempregado. Da vitória maiúscula contra a Espanha ao massacre sofrido diante da Alemanha, o que mudou no trabalho de Scolari? Confira abaixo, na lista feita pelo UOL Esporte, o que fez o técnico virar o fio na seleção.

Titulares em baixa

A temporada deu sinais que Felipão não captou. Quando ganhou a Copa das Confederações, a seleção firmou seu time titular que, em forma, parecia ter total condição de levar a Copa do Mundo. O problema é que não foi assim que eles se apresentaram.

Paulinho teve uma temporada de altos e baixos em seu primeiro ano de Tottenham e Oscar acabou o ano criticado por Mourinho no Chelsea. Daniel Alves vê seu futuro em xeque no Barcelona e Fred, por fim, viu sua equipe ser rebaixada no ano passado no Campeonato Brasileiro e salva apenas pelas perdas de pontos de Flamengo e Portuguesa nos tribunais.

Felipão foi alertado sobre tudo isso e deu de ombros. Viu nas constatações dos maus momentos de Paulinho e Oscar, por exemplo, intriga da oposição. Manteve-se fiel aos titulares e perdeu um poder de fogo que fez falta à equipe.

Favoritismo

Os jogadores já davam sinais de problema em seus clubes quando Felipão começou a bradar aos quatro ventos que o Brasil seria campeão. Como se os atletas já não soubessem a pressão que sofreriam ao jogar em casa, tentando um título que não vem há 12 anos, o técnico acrescentou um problema.

Thiago Silva e companhia entraram em campo cobrando de si mesmos a vitória a qualquer custo. A necessidade de se impor pelo nome pesou para um time que até pouco tempo atrás convivia com a desconfiança de que passaria vergonha, o que indiretamente acabou acontecendo.

Contra o Chile, a pressão exacerbada começou a aparecer quando os jogadores desabaram diante da iminência de uma eliminação precoce. Contra a Alemanha, prestes a cair, a reação do time foi jogar tudo para o alto na base do salve-se quem puder.

Apego à Copa das Confederações

Um dos maiores méritos de Felipão na Copa das Confederações foi o de criar alternativas a si mesmo. No torneio, o treinador usou Hernanes para variar o esquema tático da seleção e não se contentou em ter uma única opção para cada titular.

Em 2014, a sombra do sucesso do ano anterior foi sempre tão forte que Felipão nunca conseguiu fazer os brasileiros pensassem em outra coisa que não fosse a Copa das Confederações. Nas vitórias e nas derrotas, o objetivo sempre foi voltar ao nível da temporada anterior.

O problema é que o contexto mudou. Reservas que estavam em alta no ano passado, como Jô e Bernard, não fizeram a diferença em 2014. O próprio Hernanes, antes coringa, virou opção de fim de jogo para fazer o cronômetro parar. Alem disso, o Brasil não fez a conta de que entraria na mira dos rivais.

A reação positiva ao toque de bola espanhol, com contra-ataques rápidos e muita precisão, fez todo o mundo abrir os olhos contra a seleção verde-amarela. Estudada e bloqueada, a equipe de Scolari não criou alternativas e sucumbiu à marcação.

Falta de treinos

Mesmo bloqueada pelos rivais e apoiada em um elenco já não tão forte, a seleção ainda poderia ter feito mais – ou sofrido menos, no mínimo. Faltou ao time, entre outras coisas, aplicação tática na hora do revés e estratégias mais eficientes diante de uma adversidade.

É difícil dizer como seria, mas o fato é que o Brasil treinou pouco. Muito preocupada com possíveis lesões, a comissão técnica deixou os jogadores muito livres. Antes de jogos decisivos, Felipão perdeu chances de treinar a equipe pensando no próximo adversário, não fixou jogadas ensaiadas na cabeça do time e sequer deu entrosamento a formações mais jovens.

Titular na semifinal, Bernard começou jogando sob enorme pressão e sequer havia jogado junto com seus companheiros antes. Quando podia, Felipão preferiu enganar a imprensa a trabalhar com a equipe que encararia a Alemanha.

Pane

Para Luiz Felipe Scolari, quase dois anos de bom trabalho foram atrapalhados por uma pane de seis minutos, que permitiram à Alemanha abrir 5 a 0. A lista de motivos para a queda, porém, é bem mais extensa que o vacilo no Mineirão, que na verdade é o ápice de tudo isso. Mesmo assim, não dá para ignorar o apagão.

A derrota inesperada ganhou proporções gigantes depois que o Brasil não soube perder. Em uma tarde em que os alemães acertaram tudo e os brasileiros só erraram, Felipão recebeu a pá de cal no seu trabalho.

http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/07/14/da-espanha-ao-7-a-1-o-que-fez-felipao-virar-o-fio-e-perder-a-selecao.htm

DIlMA, FELIPÃO E OS ELOGIOS DE AÉCIO


Se Dilma falou em "padrão-Felipão", Aécio definiu o técnico como "leal", "transparente", elogiando postura de quem coloca "Brasil em primeiro lugar"


A oposição entrou na campanha presidencial com uma questão intrigante: será possível arrancar alguns votinhos de Dilma Rousseff procurando associar a presidenta ao desempenho da Seleção na Copa?

Será que assim seria possível diminuir o prestígio alcançado pelo sucesso do governo na organização da Copa que não ia ter?

A estratégia consiste em lembrar que, há um ano, Dilma disse que seu governo seguia o padrão Felipão. Foi um atalho fácil para responder a quem pedia governo padrão-FIFA. A lembrança é tentadora, salvo por um detalhe: na mesma época, Aécio esgotou um dicionário de adjetivos para falar bem do treinador, que acaba de ser demitido do posto.

A pergunta sobre Dilma atravessou artigos variados no fim de semana. Recém instalada em sua tribuna na Folha de S. Paulo, onde passará os próximos meses da campanha presidencial, a economista tucana Elena Landau acaba de dar sua contribuição ao debate.

Diretora do Banco Central nos tempos de Fernandisdo Henrique Cardoso, Elena Landau  lembra a frase de  Dilma.  Claro que o Felipão do ano passado não era o de hoje, que foi demitido no fim da Copa. Era o técnico que venceu a Copa das Confederações. 

Vamos admitir que essa razão não só contribuiu para as palavras da presidente -- mas também para os elogios rasgados de Aécio. 

Procurando unir a derrota da seleção na Copa ao desempenho de  um governo que seria mais produtivo confrontar com ideias e projetos, Elena Landau escreve: 

“Nesse momento, é inevitável lembrar uma frase da presidente Dilma: "Meu governo é padrão Felipão". De fato. Em tudo se assemelha a ele. Diante de todas as evidências de que o modelo econômico não está funcionando, o governo insiste na mesma trajetória e aprofunda os erros. De forma arrogante, a presidente chama os que dela discordam de pessimistas --"eles"--, enquanto "nós" sabemos o que é bom para a sociedade. Seu distanciamento da realidade e do eleitor também lembra a CBF. Isolada em seu castelo, diz que vai tudo muito bem e nada precisa ser revisto.” 


 O problema é que, em 8/7/2013 Aécio publicou um artigo -- no mesmo espaço na mesma página no mesmo dia da semana que a economista agora ocupa -- onde sugeria que Felipão era técnico era tão bom, tão competente, tão capaz, que a presidente sequer tinha o direito de comparar qualquer traço de seu governo com ele. O candidato tucano chegou a sustentar que o técnico tem um padrão que poderia ser de utildade para a administração pública -- aquela que está em campanha para assumir nas eleições de outubro. 

Olha só o que Aécio escreveu: 

 “A presidente Dilma Rousseff cometeu enorme injustiça com o técnico Luiz Felipe Scolari ao dizer que seu governo tem um "padrão Felipão". Foi uma comparação infeliz, já que em nada os "times" se assemelham. A primeira grande diferença é que Felipão convocaria os melhores, e não os mais próximos ou os mais amigos.

Por tudo que os brasileiros conhecem dele, sabem que não toleraria qualquer tipo de privilégio. Transparente como é, seria intransigente com os desvios, a má conduta e a corrupção. Corajoso, jamais jogaria só para a torcida, evitando decisões às vezes difíceis e impopulares, mas necessárias.
Onde o treinador está a sua liderança se estabelece naturalmente pelo respeito e competência. Suas firmes convicções nunca o impediram de aceitar críticas e reconhecer erros quando eles ocorrem.”
Descobrindo até insuspeitas  virtudes de caráter políticos do técnico do time que seria vencido por 7 a 1 em Belo Horizonte e por 3 a 0 em Brasília, Aécio ainda acrescentou: 

“(Felipão) Aprendeu a acolher o sentimento nacional do que se convencionou chamar, simbolicamente, de pátria de chuteiras, que jamais imaginou dividir em duas. Não ignora o que gritam as arquibancadas. Sabe, como poucos, canalizar a energia da massa em favor do seu time para a superação de grandes desafios.”

Não é só. Empolgadíssimo, mais adiante Aécio defende a ideia de que  Felipão seria um ótimo exemplo como gestor público. Leiam: 

“Se introduzido como paradigma para administração pública, o padrão Felipão mudaria importantes prioridades do governo. Logo de início, certamente armaria uma defesa intransponível contra a inflação.

Seus volantes marcariam a corrupção sob pressão. A articulação do meio-campo se daria sob o regime de alta transparência e solidariedade de esforços. No ataque, a criatividade e o talento brasileiros ganhariam espaço e estímulo para aplicar goleadas nos nossos verdadeiros inimigos --a desigualdade, a ignorância, a violência, a injustiça e o baixo crescimento.

Com um padrão Felipão correríamos dez vezes mais, de forma organizada, perseguindo objetivos claros. A leniência estaria fadada ao banco de reservas, a incompetência levaria cartão vermelho assim que entrasse em campo, e o improviso não provocaria vaias nos estádios lotados.

O estilo Scolari não canta vitória antes da hora, não permite salto alto e nem desrespeito ao oponente. Entende adversários como adversários, nunca como inimigos, e é capaz inclusive de reconhecer méritos neles. É duro, mas leal e verdadeiro. Sofre cada segundo enquanto seus jogadores se matam em campo pelo melhor resultado. Quando perde --e às vezes perde--, é o primeiro a assumir suas responsabilidades. Não a transfere nem terceiriza e sempre acrescenta algum aprendizado.

Exemplos como o do técnico são preciosos quando ultrapassam a fronteira do utilitarismo e da apropriação indevida e incorporam valores como qualidade, espírito de equipe e convergência em torno de causas comuns. Sem esquecer o mais importante: o Brasil em primeiro lugar.”

Você lê o texto e fica com a impressão de que o jeito do " precioso" Felipão, seu estilo, suas ideias, são uma síntese do programa de governo do PSDB. Vamos examinar alguns trechos mais de perto. Prioridade no discurso tucano, Felipão poderia ajudar na luta contra a inflação.  Seu estilo -- reconhecidamente autoritário -- não divide o país. Imaginando Felipão na administração pública, Aécio diz acreditar que ele "mudaria importantes prioridades do governo."

Com essas palavras, Felipão, nem é mais um técnico de futebol. Não é elogiado por seu "padrão," seja lá o que for isso.  É um estadista!

O que isso mostra? 

Em primeiro lugar, o óbvio: é sempre bom conhecer o próprio candidato antes de sair por aí criticando os adversários. Em caso de dificuldade, uma pesquisinha básica no google ajuda muito. Em segundo lugar, é claro que futebol pode trazer alegrias e tristezas -- mas é preciso ter muita sabedoria para entender o que ele tem a ensinar sobre a política -- e vice-versa.  Em terceiro lugar: uma boa campanha eleitoral se faz com ideias -- e não com truques elementares para confundir os eleitores. 

Depois de passar oito anos criticando as metáforas futebolísticas de Luiz Inácio Lula da Silva, a oposição tenta o mesmo caminho. Mas há muito para aprender, concorda?

http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/colunista/48_PAULO+MOREIRA+LEITE

Seleção da Alemanha agradece aos Brasileiros! Thank you Brazill by the G...