quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Já começou o golpe da pesquisa para colocar Aécioporto na frente.



Imagine a conversa de ficção (qualquer semelhança de nomes é mera coincidência):

- Dr. Montenegri, dá para seu Instituto de Pesquisa entregar uma pesquisa com Aécio bem na frente da Dilma?

- Ainda não dá, pega mal e ninguém vai acreditar que Aécio herdou em 3 dias todos os votos de todo mundo e Dilma nenhum.

- E seu Instituto, Dr. Paulinho? Pode ser ou tá difícil? O cliente sempre tem razão, mas neste caso é um tiro no pé, pois muita gente já está com o pé atrás depois das pesquisas no primeiro turno.

- Então é melhor pegar a pesquisa de um Instituto menos conhecido para preparar o terreno.

Fim de papo. E agora vamos voltar a vida real.

Quando Eduardo Campos morreu, imediatamente o Datafolha registrou uma pesquisa. Durante o primeiro turno, mesmo longe da eleição tinha semana que havia duas pesquisas do mesmo instituto, muito perto uma da outra, as vezes para aferir o efeito antes e depois de alguma notícia (ao que tudo indica).

Passado o primeiro turno, nenhum grande instituto de pesquisa "se interessou" em ser o primeiro a divulgar uma pesquisa. Todos fazem questão de ser os últimos a saber. Nem na segunda-feira, nem na terça, nem na quarta-feira. Por medo de Dilma aparecer com folga na frente e atrapalhar apoios a Aécio.

Enquanto isso o noticiário está bombardeando Dilma e louvando Aécio sem parar.

Datafolha e Ibope se programam para divulgar uma pesquisa só na quinta-feira. Na véspera, um Instituto praticamente desconhecido, pelo menos fora do Paraná, e cujo dono tem conexões com os tucanos, divulga uma pesquisa nacional (coisa que nunca fez antes). Segundo este Instituo Aécio estaria na frente, praticamente ficando com todos os votos que Dilma não teve no primeiro turno. É como se todo mundo que votou em Marina votasse em Aécio e ninguém tivesse Dilma como segunda opção. Coisa praticamente impossível. A revista Época, das Organizações Globo, publica.

Se é para apelar desse jeito, então do outro lado teria que contratar um Instituto Piauí, onde Dilma teve 71,8% dos votos.

Como se vê, a imprensa demotucana, a Globo, os especuladores do mercado financeiro, os banqueiros farão qualquer coisa para detonar Dilma e eleger Aécio. Aliás, não há nenhuma surpresa nisso, o golpismo midiático é prática constante, e o mercado financeiro também se engajou sem disfarçar.

A eleição vai ser duríssima e pelo jeito apertada. Cada um de nós vamos ter que ser guerreiros para disputar voto a voto, como Dilma vai ser guerreira.

Há poucas semanas atrás, os institutos também colocaram Marina na frente de Dilma no segundo turno até chegar perto do dia da eleição, e quando parte do eleitorado analisou e conheceu melhor as propostas de cada candidato, Dilma voltou a liderar nas pesquisas, inclusive nas simulações de segundo turno.

Agora parece que o filme se repetirá no segundo turno.

Deixa o horário eleitoral começar amanhã à noite, onde Dilma tem voz na TV. Deixa os debates acontecerem, que Aécio vai derreter mais do que Marina, e na semana da eleição não tem pesquisa que segure.

O primeiro turno é igual as primeiras rodadas do campeonato. Mais morno, muita gente nem assiste, e vota meio displicentemente.

Ironia do destino, até a bendita ascensão social do brasileiro "atrapalhou" Dilma. Diferente do tempo do FHC, hoje as família tem dinheiro para ter TV por assinatura, internet, e muita gente não assistiu ou mal assistiu o horário eleitoral no primeiro turno.

No segundo turno é igual final de campeonato de futebol, muito mais gente se interessa por jogos mais decisivos e emocionantes.

Na eleição presta mais atenção nos dois candidatos, compara e escolhe. E só quem já é demotucano por ideologia vota em Aécio, ou quem está com ódio no coração vota contra Dilma. O resto do eleitorado, que é maioria, vai escolher aquela que governa o Brasil com o mesmo amor, carinho e cuidado que uma mãe cuida dos filhos.

Vai escolher aquela que é a melhor para o bem estar da famílias, que se preocupa de verdade com o futuro das crianças, da dignidade dos idosos, aplicando o dinheiro do pré-sal na saúde e na educação em vez de só encher os bolsos de especuladores da Bolsa de Valores.

Vai votar naquela que se preocupa com o emprego e aumento da renda de cada mulher ou homem chefe de família,\.

Votará naquela que cumpre o dever de não acobertar quem se corrompe, doa quem doer, levando à punição e ao ressarcimento aos cofres públicos. Até por isso tem muito político encrencado com a Polícia Federal que está correndo para os braços de Aécio, doido para voltar aos tempos em que a PF não tinha verbas de propósito para fazer operações contra a corrupção no governo de FHC, e de nomear um engavetador geral da República para livrar corruptos de pagarem o que devem à sociedade.
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/10/ja-comecou-o-golpe-da-pesquisa-para.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+blogspot/Eemp+(Os+Amigos+do+Presidente+Lula)

O silêncio de Aécio nos ataques ao Nordeste

nordeste

Desde a apuração dos votos no domingo, a internet foi inundada por uma série interminável de posts preconceituosos em relação aos nordestinos pela votação maciça obtida na região por Dilma.
O sentimento xenofóbico de parte da população do Sul e Sudeste contra os nordestinos não é nenhuma novidade. Tanto que há poucas semanas a nova Miss Brasil também foi xingada nas redes sociais pelo simples fato de ser cearense.
O fato novo é que desta vez a discriminação vem associada a um movimento político de claro apoio ao candidato do PSDB, Aécio Neves, e que foi potencializada pela fala do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que desqualificou o voto dado em Dilma como tendo vindo de uma parcela ignorante da sociedade.
Ainda assim, passados três dias do recrudescimento da demofobia do Sul maravilha, Aécio não fez um mísero pronunciamento repudiando o preconceito contra cidadãos dos quais ele pretende ser o líder daqui a menos de três meses.
O acirramento dos ânimos, natural tendo em vista a quarta disputa consecutiva em segundo turno entre petistas e tucanos, não pode ser o sinal verde para atitudes tão vis. Na França, por exemplo, a demora do Partido Socialista em rebater o ultranacionalismo racista de Jean-Marie Le Pen fez crescer o ódio aos imigrantes.
Ao não se posicionar claramente contra o preconceito antinordestino, Aécio abre espaço para que este pensamento ganhe força e coloca em risco, ao fim e ao cabo, nossa democracia, ainda tão jovem e conquistada a duras penas por mulheres e homens de todos os cantos do país.
Mais: ao calar, o senador, como diria o ditado, parece consentir com o ódio aos nordestinos. Pode-se inferir que o tucano, ciente de que não vai obter melhora significativa de sua votação nos estados da região, quer mais é alimentar o exacerbamento do antipetismo entre o eleitorado das metrópoles do Sul-Sudeste visando a conseguir vantagem sobre Dilma em colégios eleitorais de peso como São Paulo e Rio de Janeiro para aplacar a grande derrota que a presidenta deve lhe impor no restante do país. Aécio vai sujar as mãos desta maneira em troca de uma eleição?
Se a fala de Levy Fidelix incitando a perseguição de homossexuais no debate da Record foi um choque para os brasileiros, o silêncio de Aécio sobre os ataques sofridos pelos nordestinos tem potencial para nos envergonhar muito mais.
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Pedro Muxfeldt Oliveira
Sobre o Autor
Estudante de Jornalismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente trabalha no Jornal O Dia, do Rio de Janeiro, e é autor do blog Trocando Ideia. 

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-silencio-de-aecio-nos-ataques-ao-nordeste/

A eleição será decidida no Rio de Janeiro

http://www.revistaforum.com.br/rodrigovianna/plenos-poderes/a-eleicao-sera-decidida-no-rio-de-janeiro/

O segundo turno será decidido voto a voto. O eleitorado está  consolidado em dois blocos: São Paulo/Sul x Norte/Nordeste. Já foi assim em 2006 e 2010. Mas dessa vez o PT parte de patamar mais baixo. Com Minas neutralizada, o Rio é que pode decidir.
por Rodrigo Vianna

Primeiro uma informação importante: não é verdade que levantamentos internos do PT tenham apontado, desde segunda-feira, que Aécio já estivesse à frente de Dilma na largada do segundo turno.

Uma fonte, na direção petista, garante-me que a primeira pesquisa (feita por telefone) só ficaria pronta nesta quarta à noite. O mais provável: empate técnico.

A essa altura, há uma guerra de informações. As pesquisas, no primeiro turno, erraram demais. Em alguns casos, podemos concluir que foi mais do que “erro estatístico”. Portanto, desconfiemos de qualquer pesquisa.
Agora, vamos aos fatos. A campanha tucana diz que Aécio ganhará porque a vantagem em São Paulo será avassaladora. A campanha petista diz que o Norte e o Nordeste vão equilibrar esse jogo, colocando Dilma bem à frente. Um dirigente petista chegou a me dizer que trabalha “com os mesmos mapas de 2010: Aécio vence em São Paulo, no Sul e no Centro-Oeste; Dilma ganha no Norte e Nordeste, abrindo vantagem”.

Na verdade, os dois lados têm parte da razão. Mas há nuances. Dilma sai de um patamar mais baixo dessa vez, enfrenta uma onda conservadora em São Paulo, e terá Marina colada em Aécio. Quadro mais difícil.

É preciso debrucar-se sobre os mapas de votação em cada Estado, para entender o que está em jogo. Isso é mais importante do que apoios de “A” ou “B” no segundo turno.

O “Serviço de Inteligência do Escrevinhador” (sim, ele existe) dedicou-se a um levantamento exaustivo – Estado por Estado. E a conclusão é que a eleição vai-se decidir no Rio de Janeiro.

Sim, ali está o eleitorado mais fluído, menos aecista e menos petista do que em qualquer outra parte. Vamos ao mapa – que indica uma eleição equlibrada e que pode ser decidida por um diferença inferior a um milhão de votos.

Para nossos cálculos, tomamos como pré-suposto que Marina transfira seus votos de forma desigual para Aécio, a depender da região. Em São Paulo, transferência enorme (beirando 80%). No Sul e no Centro-Oeste, na proporção de 65% a 35%. E no Nordeste/Norte, uma transferência da ordem de 60% (Aécio) a 40% (Dilma).

SÃO PAULO

O PSDB, dessa vez, colherá uma vantagem muito maior em São Paulo do que em 2010. No primeiro turno, Aécio teve 10 milhões de votos, contra quase 6 milhões de Dilma. Marina ficou com 5,7 milhões
Mesmo que Lula consiga recuperar um pouco da votação histórica do PT no Estado, a tendência é que Aécio fique com mais de 70% dos votos de Marina no segundo turno. O antipetismo e o ódio da classe média chegaram a patamares assustadores.

Calculamos que a diferença de votos a favor de Aécio em São Paulo pode chegar a 8 milhões(numa proporção de 65% a 35% na votação final no Estado).

SUL DO BRASIL

Aécio deve ampliar a votação que teve no primeiro turno. O que pode segurar um pouco a votação tucana são dois fatores: a campanha de Tarso no Rio Grande do Sul. E alguma resistência de Requião no Paraná.
Mesmo assim, calculamos uma diferença de 2,5 milhões (para Aécio) – conquistada especialmente no Paraná e em Santa Catarina (Dilma venceu entre os gaúchos, mas no segundo turno Aécio deve crescer; para o PT, será lucro “empatar” ou perder de pouco na terra de Tarso Genro).

CENTRO-OESTE

Aqui o jogo é um pouco mais equlibrado. Mas Goiás e Distrito Federal tendem a dar boa vantagem ao PSDB.
Calculamos vantagem de 1,2 milhões de votos para Aécio na região.

NORDESTE

Será a grande fortaleza de votos pró-Dilma. Na Bahia, por exemplo, Dilma deve colocar 3 milhões de votos sobre Aécio (mesma vantagem do primeiro turno). No Ceará e no Maranhão, a vantagem deve superar os 2 milhões de votos.

A execeção deve ser Pernambuco. Calculando que a família Campos e Marina transfiram para Aécio uma esmagadora soma de votos (Marina teve 2,3 milhões no primeiro turno), ainda assim Dilma e Aécio devem chegar empatados (isso, na pior das hipóteses para a petista, já que Dilma fez 2,1 milhões de votos no primeiro turno).

Calculamos que a candidata do PT pode conquistar uma vantagem de 10 milhões de votos no Nordeste.
NORTE

A vantagem pró-Dilma é enorme no Amazonas e no Pará. Mas não há um eleitorado tão volumoso. Acre e Roraima podem dar alguma vantagem para Aécio.

Calculamos vantagem de 1,2 milhão de votos pró-Dilma. 

MINAS E ESPIRITO SANTO

Dilma venceu em Minas no primeiro turno. Mas Aécio pode reduzir a diferença com os votos de Marina, agora. A tendência, na pior das hipóteses para Dilma, é uma vitória por estreita margem para Aécio – algo próximo de um “empate” (lembrando que o Estado é também a terra natal de Dilma, e na sua porção norte vota fortemente no PT).

Somando-se os votos pró-Aécio do Espírito Santo (ele já ganhou lá no primeiro turno), chegaríamos a uma vantagem de 500 mil votos a favor de Aécio nos dois Estados.
O cálculo até aqui indica:

São Paulo (8 milhões pró-Aécio), Sul (2,5 milhões pró-Aécio) Centro-Oeste (1,2 milhão pró-Aécio), Minas/ES (500 mil pró-Aécio) = 12,2 milhões de votos de vantagem para Aécio.
x
Nordeste (10 milhões pró-Dilma) e Norte (1,2 milhões pór-Dilma) = 11,2 milhões de vantagem para a petista.
A conclusão é que o Rio de Janeiro fará a diferença. Ali, Dilma teve 3 milhões de votos no primeiro turno, contra 2,2 milhões de Aécio e 2,5 milhões de Marina.

A grande dúvida é: para onde irá o voto pró-Marina no Rio?

O Estado depende fortemente do Petróleo e do funcionalismo público. A tendência aqui é que Aécio não consiga vencer. Dilma precisaria abrir no Rio uma vantagem superior a 1 milhão de votos, para ganhar a eleição nacional.

Esse quadro geral indica que o segundo turno será decidido voto a voto. A não ser que se crie uma onda “pró-mudança” encabeçada por Aécio. Aparentemente, essa onda está avançando em São Paulo, de forma violenta.
Mas a derrota do PSDB em Minas, a fortaleza petista no Nordeste e a lembrança dos anos FHC devem equlibrar o jogo.

Qualquer coisa diferente desse quadro extremamente equilibrado é manipulação estatística, ou torcida pura.
A eleição será decidida com o eleitorado bastante consolidado em dois blocos São Paulo/Sul x Norte/Nordeste.
Com Minas neutralizada, o Rio decidirá.

“Dudu, decepção com você”: a reação das redes sociais à decisão de Eduardo Jorge de aderir a Aécio

Não apoiado
Não apoiado
Num debate eleitoral, alguém comparou Luciana Genro a Eduardo Jorge. Ela recusou prontamente a comparação. Lembrou que Eduardo Jorge foi secretário de Kassab e de Serra.
Isso não tirou a aura romântica de Eduardo Jorge. Ele virou um dos campeões de jovens idealistas, ao defender causas como a legalização do aborto. Vários destes jovens disseram que o segundo turno perfeito deveria reunir Luciana Genro e Eduardo Jorge.
Dado tudo isso, não chega a ser surpresa a decepção irada com que muitos simpatizantes de Eduardo Jorge receberam a notícia de que ele decidiu apoiar Aécio Neves no segundo turno.
Nas redes sociais, você pode ler manifestações como estas sob a nota em que foi anunciada a opção:
1) “Vou entender que errei ao não ter votado em Luciana Genro.”
2) “Poxa, PV, vocês estão sendo a favor do mesmo cara que o Silas Malafaia apóia! Como pode isso? Um cara fundamentalista e outro progressista apoiarem a mesma pessoa? Makes no sense.”
3) “Eduardo Jorge, respeite seu eleitor. Aécio Neves é o pior lixo que podemos ter para o país.”
4) “Apoiar Aecio é ser a favor da liquidação que o FHC fez no Brasil, vendeu a preço de banana as estatais. Vamos retroceder muito!!! Vamos ficar neutros, será menor o prejuizo político.”
5) “Poxa, PV, vocês estão sendo a favor do mesmo cara que o Silas Malafaia apóia! Como pode isso? Um cara fundamentalista e outro progressista apoiarem a mesma pessoa? Makes no sense.”
6) “Já estão dizendo que ele apoia o PSDB. Dudu, decepção com vc. Seria melhor não apoiar ninguém do que alguém contra seus valores. Perdeu minha admiração.”
7) “Profundamente desapontada se confirmarem apoio ao Aécio. Não só desapontada como extremamente arrependida de ter votado no Eduardo Jorge no primeiro turno. A Luciana Genro e o PSOL foram muito mais dignos!”
8) “… o PV apodreceu!!!”
9) “Por favor, cancele meu pedido de me filiar a esse partido nojento. Decepção.”
10) “Carimbando sua condição de nanico e satélite. Parabéns pela escolha, seguindo Malafaia, Everaldo e Fidelix.”
11) “Nojo do PV! Que decepção! Bem que me avisaram…enganadores de m!!!!”
12) “Quem apoia o PSDB apoia o aeroporto de 14 milhões na fazenda do tio (…), apoia um candidato que se chapa e que é detido numa blitz. Então eu digo: é uma vergonha (…).”
13) “Perdeu minha admiração.”
14) “Você foi a decepção do ano.”
Havia, é claro, declarações de apoio à escolha, mas eram francamente minoritárias. O fato: acabou a lua de mel entre Eduardo Jorge e os militantes das redes sociais.
Ele não fazia ideia do desgaste que acarretaria aliar-se a Aécio para a juventude que sonha com uma sociedade mais justa?
Por incrível que pareça, aparentemente, não.
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E assim cometeu o que tem tudo para ser um suicídio político. Ou, na expressão de meu saudoso amigo Mário Watanabe, uma precoce autoimolação.
Sua explicação, na nota, foi patética. Disse que o PT é marxista, e reafirmou a vocação “antitotalitária” do PV. Conseguiu definir o PSDB como um partido de esquerda, como costumam dizer os seguidores de Olavo de Carvalho. Parecia com a cabeça posta na Guerra Fria.
Marina, agora, tem uma eventual vantagem sobre EJ. Se sua equipe ler, com carinho, a resposta das redes sociais à decisão do PV, poderá refletir sobre os danos que a mesma atitude traria para ela.
Escrevi que Luciana Genro foi a grande revelação da campanha de 2014. Ela acertou em quase tudo – incluído aí o perfil vacilante de Eduardo Jorge, que representa o atraso disfarçado de novidade.
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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/dudu-decepcao-com-voce-a-reacao-das-redes-sociais-a-decisao-de-eduardo-jorge-de-aderir-a-aecio/

Reeleição de Dilma não implicará em risco para o mercado, diz Carlos Langoni


Jornal GGN - Carlos Langoni, foi presidente do Banco Central no período 1983 a 1985, hoje é consultor senior da Vale e também Diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas. Langoni concedeu entrevista à Folha onde afirma que o mercado anda exagerando na reação eleitoral. Para ele um ajuste fiscal vai ser necessário e será feito, qualquer que seja o resultado das urnas. A diferença será na 'dosagem'. Leia a matéria a seguir.
da Folha
Para Carlos Langoni, "guinada conservadora" de Dilma será inevitável caso ela seja reeleita
Ajuste fiscal vai ser necessário seja qual for o resultado das urnas, diz economista; diferença será dosagem
Raquel Landim
Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central, acredita que é "inevitável uma guinada conservadora" da presidente Dilma Rousseff (PT) se for reeleita, "ainda que ela não admita".
"A inflação alta e o baixo crescimento não permitem aventuras heterodoxas", diz o economista, que dirige o centro de economia mundial da FGV, no Rio.
Ele afirma ainda que o mercado está "exagerando" e que a maior diferença entre os governos de Dilma e Áecio Neves (PSDB) seria na "dosagem" do ajuste. A seguir, trechos da entrevista à Folha.
Folha - Qual é o principal desafio do próximo presidente?

Carlos Langoni - Romper a armadilha de baixo crescimento e inflação elevada. O Brasil vem numa tendência de desaceleração associada a desequilíbrios internos e externos. O país voltou a ser associado à vulnerabilidade e vai ter que enfrentar isso.

Estamos próximos da estagflação. O desemprego baixo, que é um fator positivo, gera renda real acima da produtividade da economia.
Como os governos Dilma e Aécio reagiriam a esse desafio?

Independentemente de quem seja o novo presidente, a política econômica não vai poder ser muito distinta. Governo e oposição concordam que é preciso manter a redução da desigualdade. Vamos ser pragmáticos: os programas de distribuição de renda não se sustentam se a inflação dispara. Logo, até por coerência com seu discurso, ambos terão que fazer um ajuste fiscal.

Além disso, há risco concreto de o Brasil ser rebaixado pelas agências de classificação de risco, o que eleva o custo de capital e impede uma retomada da economia através do investimento.

Nenhum partido tem direitos autorais sobre políticas econômicas consistentes. São políticas de Estado, não de partidos. As diferenças seriam menores do que os mercados estão antecipando.

O discurso político impede uma transparência maior dos candidatos sobre as políticas a implementar. O que vai haver é diferença de dosagem.
Dilma vem falando em um ajuste gradual da economia. Que ritmo de ajuste é melhor?

Quanto mais rápido, melhor. A experiência da crise europeia nos mostra que postergar a correção de desequilíbrios aumenta o custo econômico, social e político.

É preciso, inclusive, aproveitar o apoio de um presidente em início de mandato. 
Exatamente o que fez Lula em 2003, quando adotou um ajuste mais duro que o de FHC em seu segundo mandato.
Qual é a vantagem e a desvantagem de um governo do PT?

O grande problema é superar a desconfiança dos mercados em relação ao PT --curiosamente não ao PT de Lula, mas ao PT de Dilma.

Isso pode ser rompido com a escolha do novo ministro da Fazenda e o anúncio de metas fiscais críveis.

A vantagem é que não há dúvidas sobre a continuidade e o aperfeiçoamento das políticas de transferência de renda. O PT tem economistas excepcionais nessa área.
Qual é a vantagem e a desvantagem do governo do PSDB?

A vantagem é saber que o ministro da Fazenda será o Armínio Fraga. Ele tem enorme experiência e vai corrigir preços, fazer um ajuste fiscal firme, dar prioridade no combate à inflação.

A desvantagem é essa dúvida se qualquer outro governo vai ter capacidade de assegurar as conquistas sociais.

Assim como defendo a tese de que Dilma vai caminhar para políticas econômicas mais consistentes, também acho que Aécio vai preservar as conquistas sociais.
O dólar bateu em R$ 2,50 e voltou. Qual é a tendência do mercado até o segundo turno?

Teremos muita volatilidade até mesmo após a definição do presidente. O câmbio e os juros são muito sensíveis à política. O custo dessa onda de incerteza é a paralisação dos investimentos. O ano que vem vai ser de correção os desequilíbrios para que a economia decole em 2016.
http://jornalggn.com.br/noticia/reeleicao-de-dilma-nao-implicara-em-risco-para-o-mercado-diz-carlos-langoni

Uso do volume morto faz sistema entrar em colapso, diz especialista


Coordenadora do Instituto Socioambiental, Marussia Whately, expõe erros do governo de São Paulo no Sistema Cantareira
 
 
Jornal GGN - "O uso do volume morto do Sistema Cantareira é uma medida questionável, que coloca em risco um dos maiores sistemas produtores do Brasil, e não necessariamente é uma solução. Ao contrário, mostra a falta de preparo do governo do Estado, da Sabesp ou mesmo do sistema de gestão de recursos hídricos estadual, e mesmo federal, para uma crise como essa", disse a especialista em recursos hídricos e coordenadora do Instituto Socioambiental (ISA) Marussia Whately.
 
A entrevista foi concedida à ONG Greenpeace, que lançou há duas semanas sua revista online. A primeira edição trouxe a reportagem "Água: Crise e Colapso em São Paulo", concluindo que a atual situação da falta de água foi ocasionada pela omissão e descaso do governo de São Paulo e de gestores da Sabesp.
 
"São uma série de medidas que poderiam ser adotadas e não foram. Já em dezembro, o Sistema Cantareira estava em um nível baixo, já existiam projeções de clima para o período, para os três meses seguintes, e era muito possível se falar: 'olha, não vai chover nesse verão, então a gente precisa fazer a redução de consumo'. Isso nos teria dado um pouco mais de sobrevida no sistema antes de entrar no volume morto", defende Marussia Whately.
 
A especialista explica que o problema é também questão climática, por chover menos nos últimos três verões. Mas que, por isso mesmo, deveria ter preparo e gestão para lidar com essa "tendência daqui para frente", de falta de chuvas. "Se você for pensar que nos últimos 10 anos, desde que se fez a outorga do Sistema Cantareira em 2004, existia um compromisso de que a Sabesp diminuisse a dependência desse Sistema, e pouco foi feito nesse sentido", disse.
 
 
Whately afirma que, agora, quem pagará pelo descaso é a população. "A situação é realmente grave, no Estado de São Paulo, não só na Região Metropolitana. A maior gravidade na Região Metropolitana vai incidir sobre o abastecimento urbano, que não é o maior usuário de água na Bacia do Alto Tietê, então você tem a parte industrial, que usa bastante água, a própria diluição de esgoto, que é o Pinheiros, a Billings, Guarapiranga, essa conexão desses corpos d'água, acabam usando bastante água. Mas ao que parece, a conta vai cair no colo do consumidor".
 
Outro problema apontado pela coordenadora do Instituto Socioambiental foi a omissão do governo para a real crise em que se encontra o Sistema Cantareira. "A primeira [medida], a curto prazo, é que a situação seja colocada com mais transparência e que a sociedade, sociedade civil organizada, o setor industrial, os setores todos que utilizam a água sejam chamados a conversar. A garantia de água para o abastecimento humano é prioridade".
 
Ainda explica as consequências de se utilizar o volume morto, uma questão não discutida com a sociedade e que "resolve" momentaneamente a falta de água, mas sem prevenções e prejudicando a médio e longo prazo. "É importante a gente entender, o que é o volume morto? É a água morta para o abastecimento. Ela é uma água que precisa ficar lá para que o sistema não entre em colapso. Porque se você retirar aquela água, não só a represa seca, mas todo o entorno dela, os lençois freaticos e toda a capacidade que aquela represa vai ter de se recompor a hora que começar a chover fica muito comprometida", expôs.
 
Assista a entrevista completa:
 
 
A reportagem também traz relatos da população que está sofrendo com o racionamento. E conclui: "no último dia nove de setembro, Catarina de Albuquerque, relatora da ONU (Organização das Nações Unidas), declarou que a crise da água não pode ser justificada pela estiagem: cabe ao Estado prever e prevenir a população de circunstâncias como esta. Diante da crise, o recém-eleito governador Geraldo Alckmin continua negando a interrupção do abastecimento – praticada há pelo menos três meses – e descartou a necessidade de racionamento em 2014".

http://jornalggn.com.br/noticia/uso-do-volume-morto-faz-sistema-entrar-em-colapso-diz-especialista

Folha engrossa campanha anti-PT em meio a eleição



Jornal GGN - Em meio a mais um clássico entre PT e PSDB no segundo turno presidencial, a Folha de S. Paulo engrossa a campanha anti-petista calcada em denúncias sem apuração. Nesta quarta-feira (8), a manchete da página principal do portal informa que "Homens ligados ao PT são detidos com mala de dinheiro".
O internauta que teve o trabalho de clicar na matéria "exclusiva" e assinada por três repórteres descobriu, ao final, que não há informação que justique a origem "suspeita" do dinheiro, embora a Folha tenha dado destaque a isso logo no lead - primeiro parágrafo da reportagem.
O caso consiste em a Polícia Federal ter abordado três homens - um empresário, um ex-assessor do Ministério das Cidades e um terceiro cuja identidade não foi revelada pela Folha - que transportavam R$ 116 mil em um avião, na noite de terça (7).
A Polícia colheu depoimento dos três e os liberou em seguida. Nenhuma informação sobre a instauração de um inquérito ou mesmo sobre o que a PF disse acerca o montante é transmitida ao leitor. 
A Folha encerra o texto destacando que "Carregar dinheiro em moeda nacional dentro do país, independentemente do valor, não é crime, mas o portador precisa saber explicar e comprovar a origem dele". O jornal admite que não conseguiu falar com nenhum dos homens citados.
Sem informações mais robustas, a Folha se limita a dar decretar uma ação suspeita em um texto cuja intenção é associar os homens detidos pela PF à campanha dos petistas Dilma Rousseff, em 2010, e Fernando Pimentel, eleito governador de Minas Gerais no último dia 5.
Os dois homens revelados pela Folha são Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, conhecido como Bené, e Marcier Trombiere Moreira. Este último é o ex-assessor do Ministério das Cidades, orgão que a Folha frisou ser "dominado pelo PP, partido aliado de Dilma." Já Bené, de acordo com o periódico, "esteve no centro do escândalo no qual foi descoberto um bunker para produção de dossiês contra tucanos", na pré-campanha da eleição de 2010.
Fiscalização seletiva
Há menos de uma semana, um caso de apreensão de pouco mais de R$ 100 mil em dinheiro vivo pela Polícia Federal foi reportado pelo Estadão e repercutido em outros jornais, incluindo a Folha.
Tratava-se de um assessor de Bruno Covas (PSDB), tucano graúdo de São Paulo, neto do ex-governador Mário Covas e deputado estadual. Bruno é um dos principais nomes do PSDB no Estado, sendo cogitado para disputar, futuramente, a sucessão do governador Geraldo Alckmin.
No caso, a PF teve de instaurar um inquérito para apurar a origem do dinheiro e dos cheques apreendidos porque o assessor flagrado com o dinheiro num aeroporto não soube dar maiores explicações. As informações iniciais dão conta de que o dinheiro seria usado para pagar serviços prestados à campanha de reeleição de Bruno em uma cidade do interior.
A apreensão não recebeu espaço de destaque na homepage da Folha, como aconteceu com o caso de Bené e o ex-assessor do Ministério das Cidades nesta quarta. Mas a fiscalização e indignação seletiva da grande mídia já é conhecida de quem faz análise de mídia, principalmente quando a pauta é sobre a cobertura de casos de corrupção em época de eleição.
Os escândalos na mídia em 2010
O Manchetômetro - projeto de análise da cobertura eleitoral dos jornais O Globo, Estadão, Folha e Jornal Nacional - lançou essa semana um estudo sobre o espaço que os escândalos que envolvem PT e PSDB receberam na mídia desde o início de 2014.
O gráfico abaixo ratifica a sensação que o leitor ou telespectador mais atento pode depreender do acompanhamento diário dos veículos de comunicação estudados. Em suma: os escândalos do PT recebem muito mais atenção do que os crimes praticados em governo tucanos. De janeiro para cá, a média é de cinco notícias contra o PT para uma contra o PSDB.
À parte a análise quantitativa, vale lembrar que escândalos como a falta de água em São Paulo passaram batidos ou foram mal explicados na televisão. Os jornais da Globo trataram do assunto comprando a versão oficial de que a culpa do colapso do Sistema Cantareira é de São Pedro, e não dos erros cometidos pela Sabesp e pelo governo Alckmin na gestão hídrica do Estado na última década.  
Em 2010, quando Dilma e José Serra disputaram o segundo turno, a cobertura da mídia foi igualmente tendenciosa. Segundo o Manchetômetro, seis escândalos tiveram destaque, cinco negativos para o PT e sua candidata, Dilma Rousseff, e um negativo para o PSDB. No total da cobertura foram 1501 textos sobre os “escândalos do PT” e 82 sobre o único “escândalo do PSDB”.
http://jornalggn.com.br/noticia/folha-engrossa-campanha-anti-pt-em-meio-a-eleicao

Rogério Correia: “Se tudo for investigado, ele acaba preso”; ele é Aécio


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Correia  cita como casos de corrupção, os dois aeroportos feitos por Aécio com dinheiro público nas fazenda da família do pai e da mãe, a rádio Arco-Íris, o Mineirão, o mensalão tucano e a Lista de Furnas

por Conceição Lemes

Antes do último domingo 5, Aécio Neves (PSDB) alardeava que, em Minas Gerais, teria 4 milhões de votos a mais que Dilma Rousseff (PT) na disputa presidência da República.

Os mineiros lhe deram uma baita cortada nas asas, assim como de outros tucanos.

Em Minas, segundo colégio eleitoral brasileiro, Dilma teve mais votos: 4.829.513 — 43,48%. Aécio, 4.4414.452 – 39,75%.

Na disputa ao governo do Estado a surra foi maior. Fernando Pimentel (PT) ganhou no primeiro turno 5.362.870 (52,98%). Pimenta da Veiga, candidato de Aécio, teve 4.240.706 votos (41,89%).

“Minas tem uma tarefa importante agora”, avalia o deputado estadual Rogério Correia (PT), em entrevista ao Viomundo. “Demonstrar ao Brasil o quanto é falso o discurso aecista e os malefícios produzidos aqui pelo choque de gestão.”

“A corrupção em Minas é enorme”, diz Correia. “Só que as pessoas não sabem.”
“Enquanto a Dilma manda investigar toda denúncia, pois não tem nada a temer, Aécio não deixa investigar nada aqui”, frisa.

“O senador Aécio não deixa investigar nada, porque tem denúncias que o envolvem pessoalmente, além das denúncias contra o seu governo”, afirma Rogério Correia.  “Se tudo for investigado, ele acaba preso.”
Rogério Correia foi reeleito para um quarto mandato na Assembleia Legislativa de Minas com 72.413 votos. É o vice-líder do Minas Sem Censura, bloco parlamentar de oposição que ajudou a criar. 

Segue a íntegra da nossa entrevista

Viomundo — Como avalia a derrota de Aécio em Minas Gerais?

Rogério Correia – Aqui, tudo era escondido.  Mas, com a campanha nacional, Minas passou a conhecer melhor o Aécio e isso levou à derrota dele. O que ele dizia na televisão, no horário eleitoral, chocava o povo mineiro.

Viomundo – De que forma?

Rogério Correia — Ele insistiu muito que nós tínhamos uma educação maravilhosa. Só que aquela educação maravilhosa não existe aqui. Quando os alunos, os professores e os mineiros em geral viram aquela propaganda mentirosa, eles compararam e ficaram chocados. Era um discurso falso. Ou seja, o marketing que o Aécio fez para o restante do Brasil entrava em contradição com a realidade. Essa falsidade levou à derrota dele aqui.

Houve ainda mais dois fatores que levaram Aécio à derrota em Minas. Um foi a arrogância. Achava que mandava em Minas. Ele dizia que ia ter aqui 4 milhões a mais de votos que a Dilma.

O outro fator é que quem cuidou do povo de Minas foi a presidenta Dilma, não foram os tucanos. Tanto que a votação dela nas regiões mais carentes foi estupenda.  No Norte de Minas, Dilma chegou a ter mais de 70% dos votos.

A cerca neoliberal tomou um curto circuito, ela foi desligada e o choque de gestão desmascarado.
Com a cerca neoliberal desligada, nós pudemos saber melhor o que estava se passando em Minas. E a opção foi pela Dilma.

Minas Gerais tem, agora, uma tarefa importante: demonstrar o quanto é falso, mentiroso, o discurso aecista e revelar ao Brasil os malefícios produzidos  aqui pelo chamado choque de gestão.

Viomundo – O senhor falou da cerca neoliberal. Ela seria o quê? 

Rogério Correia – Seria uma espécie de cerca eletrificada, circundando o Estado de Minas por todo lado, e que dá choque. No caso, choque de gestão. Aqui, em Minas, a cerca neoliberal aqui tem quatro pontos. O primeiro deles, um Estado quebrado.

Viomundo – Como um Estado quebrado?

Rogério Correia – Aécio fica falando do crescimento do Brasil, só que Minas não se desenvolveu. Minas ficou exportando minério. O minério caiu de preço, a economia mineira foi para o buraco.

Eles [Eduardo Azeredo, Aécio Neves e Antonio Anastasia] nunca propuseram um desenvolvimento de forma sustentável para o Estado de Minas.

Viomundo – Por quê?

Rogério Correia — Eles nunca acreditaram que o Brasil fosse se desenvolver. Para eles tudo é dependente do capital financeiro internacional. É o vínculo ao capital estrangeiro e, no caso aqui, à exportação de minério.

Então eles ficaram esperando o fracasso do Brasil em vez de fazer de Minas um Estado que planejasse o seu desenvolvimento.

Tanto que aqui não tem projeto para metrô, estradas, anel rodoviário. Aqui, não tem projeto regional de desenvolvimento.

Nós vamos ter que fazer esse projeto. Desenvolver Minas do jeito que o Brasil se desenvolveu. Colocar Minas na mesma rota que o Brasil se desenvolveu.

Viomundo – E o segundo ponto da cerca neoliberal?

Rogério Correia — O neoliberalismo em si. Essa cerca conta com privado. Aqui, tudo feito com parceria público-privada (PPP). Tanto que eles nunca quiseram trazer para cá as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal.

Viomundo – Por quê?

Rogério Correia — Porque aqui só serve se for PPP e privatização. Metrô, anel rodoviário, estradas. Aqui, ou é PPP ou não se faz. E, em Minas, as PPP fracassaram.

O pedágio cobrado na MG 50 [rodovia estadual] é o mais caro que existe em Minas e essa estrada sequer foi duplicada.  Ela mostra que o modelo de privatização de estradas foi um fiasco.

Aqui, privatizaram até presídio.  Os presídios privados custam mais caro ao Estado do que os presídios públicos.

Eles privatizaram o Mineirão. Melhor dizendo, doaram o Mineirão.

E, agora, no final do atual governo eles queriam vender a Cemig [Companhia Energética de Minas Gerais] e a Gasmig [Companhia de Gás de Minas Gerais].  É a PEC 68 que pretendia a privatização dessas empresas e que nós, do Minas Sem Censura,  não deixamos que fosse adiante.

Tem ainda a desorganização do Estado. É o que eles fizeram com as professoras. Eles baixaram a lei 100, que mentia, dizendo que iria efetivar todo mundo sem concurso público. Depois, caiu por terra.
O pessoal do Aécio desorganiza para poder privatizar depois. Esse é segundo ponto da cerca neoliberal em Minas.

Viomundo – E o terceiro?

Rogério Correia– As questões sociais. Em Minas, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) cresceu menos que no Brasil. Somos o último estado do Sudeste e agora Goiás ultrapassou Minas.
Esse é resultado de 12 anos ininterruptos de Aécio e Anastasia e mais os quatro anos de Azeredo. Todos tucanos.

Viomundo – E o quarto ponto da cerca neoliberal?

Rogério Correia — O estado de exceção. O Aécio e seu grupo político têm controle absoluto na Assembleia Legislativa, no Tribunal de Contas, no Tribunal de Justiça, no Ministério Público. Falta democracia nesses órgãos. Isso sem falar no controle absoluto que eles têm sobre a mídia mineira. Censura, mesmo, com mãos de ferro.

Isso foi rompido com o Bloco Minas Sem Censura, os movimentos sociais e a própria campanha eleitoral deste ano.

Ao romper o cerco midiático e o aparato do Estado, que é completo, nós desmontamos para a sociedade o que é o governo neoliberal em Minas.

Essa cerca neoliberal em Minas esconde tudo.  Ela não deixa investigar nada.  Por exemplo, os dois aeroportos que o Aécio construiu em Minas com dinheiro público para a família dele.  A rádio Arco-Íris, do Aécio e da irmã dele, a Andrea.

Viomundo – Aécio e os tucanos em geral vivem acusando o governo Dilma de corrupção, como se fossem vestais, não tivessem telhado de vidro.

Rogério Correia – Isso é piada. Aécio e a tucanada mineira sabem disso.

A corrupção em Minas é enorme.  Os governos de Aécio e Anastasia foram tremendamente corruptos, só que não deixaram investigar. Aqui, nós temos ex-secretários que estão em processo judicial, inclusive com pedido de prisão.
Viomundo – Os mineiros sabem desses casos de corrupção?

Rogério Correia – Quase ninguém sabe, porque a Andrea Neves, irmã do Aécio, controla a mídia mineira com mãos de ferro. Quem tenta furar esse bloqueio, acaba preso, como o jornalista Marco Aurélio Carone, do Novo Jornal. Eles acabaram com o jornal do Carone e, ainda, o mantêm preso desde janeiro deste ano.

Viomundo – Que casos de corrupção o senhor apontaria?

Rogério Correia – Para começar, os dois aeroportos feitos por Aécio à custa de dinheiro público para beneficiar a família. Ele é tão generoso com os parentes que fez um aeroporto para a família do pai e outro para a família da mãe.

O de Cláudio, da família da mãe, é o mais conhecido. É aquele que fica fechado o tempo inteiro e o tio do Aécio guarda a chave para que outros não o utilizem.

Mas tem também o de Montezuma na área da fazenda do pai.

Tem a rádio Arco-Íris, localizada na Grande Belo Horizonte, que é do senador e da irmã Andrea. Ela injetou milhões lá.  Nós não sabemos quantos exatamente, porque nunca deixaram investigar. Nós pretendemos criar uma CPI na Assembleia Legislativa para descobrir essa corrupção.

Viomundo – Qual corrupção será alvo de investigação?

Rogério Correia  — Além dessas que acabei de citar, tem a reforma do Mineirão, a dívida de mais de  R$ 8 bilhões com a Educação e outros R$ 8 bilhões com a Saúde, descumprindo o mínimo constitucional… E por aí vai.

A corrupção tem de ser sempre enfrentada.  É o governo Dilma faz. A Dilma enfrenta, não põe pra baixo do tapete.  Já o Aécio não enfrenta a corrupção.

Viomundo – O Aécio teria medo de enfrentar essas denúncias?

Rogério Correia – Teria, não. O Aécio tem medo de enfrentar essas denúncias.
Viomundo — Por quê?

Rogério Correia – Porque as denúncias de corrupção o envolvem pessoalmente. A perda do controle sobre a Assembleia Legislativa de Minas Gerais e a perda do governo levaram os tucanos ao desespero.
O senador Aécio não deixa investigar nada, porque tem denúncias que o envolvem pessoalmente, além das denúncias contra seu governo. Se tudo for investigado, ele acaba preso.

Além dos dois aeroportos, da rádio Arco-Íris e do Mineirão, o senador não consegue responder à população sobre o mensalão tucano e o caso Lista de Furnas, do qual ele e o partido fizeram parte. Aécio recebeu R$ 110 mil de Marcos Valério e R$ 5,5 milhões da Lista de Furnas.

Enfim, o governo tucano em Minas endividou o Estado, não planejou o nosso desenvolvimento, não aplicou o mínimo para Educação e Saúde, impedindo um melhor IDH. Escondeu tudo através da censura e substituiu os três poderes de Montesquieu pelo lema dos 3 mosqueteiros: “Um por todos e todos por um”.

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